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Importância da rizosfera na biodegradação de xenobióticos. - Portal Embrapa

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E m b ra p a M e io A m b ie n te - C .P. 6 9 - C E P : 1 3 8 2 0 - 0 0 0 - J a g u a r iú n a , SP. F o to : l.S . M e lo

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I. Introdução

As bactérias têm uma função importante na atenuação do impacto ambiental dos compostos orgânicos, uma vez que podem adaptar-se à presença desses poluentes e/ou utilizá-los como nutrientes.

A identificação de linhagens bacterianas envolvidas na biodegradação de compostos orgânicos recalcitrantes oferece uma oportunidade para utilização prática visando a remediação de sítios contaminados disponíveis.

A rizorremediação inclui processos que envolvem a biodegradação de poluentes orgânicos por microrganismos que colonizam as raízes de plantas.

A porção do solo imediatamente associada às raízes de plantas em crescimento é conhecida como rizosfera, que é caracterizada, fundamentalmente pelo contínuo suprimento de compostos orgânicos de baixo peso molecular secretados pelas raízes. Estes compostos servem como fonte de carbono e energia para a grande comunidade de bactérias. A tecnologia de biorremediação baseada no sistema rizosfera (planta - bactérias) é um processo atrativo, pois as raízes fornecem uma grande área superficial para populações bacterianas e tran sp o rte de m icrorgan ism os envolvidos na biodegradação de poluentes.

A m aior diversidade e densidade de bactérias comumente observada na rizosfera, comparada com comunidades microbianas menos diversas em solos não- rizosféricos, freqüentemente, resulta em maiores taxas de metabolismo de xenobióticos. Na rizosfera, os microrganismos evoluíram mecanismos genéticos que lhes permitiram degradar compostos naturais complexos, como por exemplo, diterpenos, lignina, celulose, matérias húmicos.

C om postos quím icos sintéticos, contendo novas estruturas, fornecem oportunidades para que bactérias possam se adaptar e evoluir novas vias de degradação, uma vez que a biodegradação pode requerer enzimas que estão ausentes nos microrganismos ou que tenham uma atividade extremamente baixa.

Dentro desse enfoque, tem sido já bem documentado que existe incremento da degradação de xenobióticos na rizosfera ocasionado por um a com unidade microbiana sinergística e diversa, fato este não verificado por uma simples linhagem bacteriana.

Dentre as rizobactérias que colonizam a rizosfera e com potencial de uso em biorremediação e na agricultura, visando aumento da produtividade, destacam-se:

Pseudomonas, Arthrobacter, Azotobacter, Azospirillum, Bacillus, Enterobacter, Rhizobium , Bradyrhizobium , entre outras. Bactérias localizadas na rizosfera,

possuindo potencial catabólico para diferentes tipos de poluentes podem servir como base p a ra b io rre m e d ia ç ã o . A ssim , b a c té ria s dos g ên ero s P se u d o m o n a s e

Azospirillum são excelentes organismos para esse propósito, pois colonizam o

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Im portância da rizosfera na biodegradação de xenobióticos 591

a capacidade de fixar nitrogênio atmosférico. Pseudomonas, no entanto, é o gênero mais estudado devido, principalmente a sua capacidade de metabolizar diversas substâncias xenobióticas. Por exemplo, linhagens de Pseudomonas putida tem sido envolvidas no catabolismo de produtos naturais (vanilina, ô-pipeno, limonenocânfora, mandelato e adamantanona) e compostos industriais (bromoxinil, estireno, metil-test- butil éter (MTBE), tricloetileno e nitroglicerina). Genes codificando vias catabólicas para protocatecato, catecol, p-hidroxibenzoato, vanilina e anisulfonatos já foram identificados no genoma de P. putida K2440 (NELSON et al., 2002; JIMENEZ et

al., 2002).

O seqüenciam ento do genom a m ostrou que o m etabolism o dos ácidos aromáticos faz com que esta bactéria se associe com raízes de plantas. Genes que poderiam contribuir com a capacidade de P. putida K2440 de associar-se com raízes de plantas incluem aqueles responsáveis pela biossíntese de celulose, biossíntese de carboidratos complexos e o catabolismo de opinas e outros produtos secretados pelas plantas.

Ao contrário de P. aeruginosa, P. putida não é patogênica às plantas e nem aos anim ais. Esta característica faz com que esta bactéria apresente potencial extraordinário para aplicações ambientais e industriais.

2. O ambiente rizosfera

O conceito “rizosfera" foi definido primeiramente por Hiltner em 1904 e com preende aquela porção do solo sob influência direta das raízes de plantas superiores, em máxima atividade microbiana (Figura 1). As raízes podem liberar consideráveis quantidades de exsudados, lisados e mucilagens. É, portanto, estimado

20 m m

3b fera. 1. e x su d a d o s ra d ic u la re s;

2. se c re ç õ e s; 3. m u c ila g e n s de

3a o rig e m v e g e ta l; 4. m u cig el; 5.

lisados. (R O V IR A et al.. 1979). F IG U R A 1. D ia g r a m a d a um

m o d e lo d e r a i z m o s tr a n d o a o r ig e m d e v á r i o s c o m p o s to s o rg â n ic o s p r e s e n te s na riz o s

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-que plantas liberem 20 - 40% de seus fotossitetatos via raízes. A liberação de nutrientes orgânicos, como açúcares, aminoácidos, ácidos graxos, nucleotídeos, vitaminas, fitohormônios e outras substâncias fornecem a base para o crescimento e atividade de m icrorganism os na rizosfera. Estudos m icroscópicos revelam que bactérias dominam a rizosfera (Figuras 2 e 3). Colônias microbianas se desenvolvem ao longo da superfície radicular, com máximo desenvolvimento naqueles sítios onde todos os pré-requisitos para o crescimento são encontrados.

A localização sobre o sistema radicular em que esses compostos orgânicos podem ser liberados pode ser melhor ilustrada na Figura 1.

A rizosfera é um am biente único do sistem a solo. Os m icrorganism os predominantes na rizosfera são habitantes do solo e, portanto, com características da microbiota do solo. Por sua vez, a composição da comunidade vegetal pode influenciar a diversidade da comunidade bacteriana devido à variabilidade na composição química dos exsudados (CHRISTENSEM, 1989). As bactérias com maior número de habitats da rizosfera, as Gram-negativas, em forma de bastonetes não esporulantes e com simples requisitos nutricionais, são mais estimuladas pelas raízes do que bactérias Gram-positivas, em forma de bastonetes e cocos esporulantes (CURL & TRUELOVE,

1986).

Populações maiores do que 109g_l solo rizosférico são comumente detectadas. Estimulação seletiva de bactérias gram-netativas, de rápido crescimento, como, por exemplo, Pseudomonas sp., Flavobacterium sp., Alcaligens e Agrobacterium é observada na rizosfera. Estes gêneros são encontrados como microcolônias cobrindo, aproximadamente, 4-10% da superfície radicular. A competição intermicrobiana na rizosfera envolve taxa de crescim ento, versatilidad e m etab ólica, fatores de crescimento, área superficial disponível para o desenvolvimento colonial e produção de antibióticos.

F IG U R A 2. C o lo n ização de raízes por bactérias, a) co ifa; b) co lo n ização dos sulcos da ep id erm e da raiz; c)

d e ta l h e d a c o l o n i z a ç ã o d e

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Im portância da rizosfera na biodegradação de xenobióticos 593

F IG U R A 3. C o lo n iz a ç ã o de p ê lo s radiculares p o r bactérias, a) pêlos r a d ic u la r e s ; b) d e ta lh e d a c o lo ­ nização abundante de bactérias na base dos p êlo s rad icu lares.

Tem sido d e m o n stra d o com m uita freqüência que a rizosfera difere do solo sem vegetação de várias maneiras:

a) Com posição de íons inorgânicos: G eral­ mente há uma diminuição na concentração de fo sfato p ró x im o às raízes d evido à rápid a absorção pelas raízes e baixa difusão através do solo (LEWIS & QUIRK, 1967).

b) pH: O pH da rizosfera é influenciado pela form a de fertilizante nitrogenado aplicado às plantas. Nitrato tende a elevar o pH da rizosfera, v isto que fe rtiliz a n te am oniacal dim inui o pH. E ssas d iferen ças no pH podem causar grandes m udanças na m icrobiota (SM ILEY,

1974).

c) Níveis de oxigênio e dióxido de carbono: Mudanças nas concentrações de oxigênio e dióxio de carbono na rizo sfera são, m uitas vezes, acentuadas sob condições de baixa drenagem dos solos. A ocorrência de clostridio anae- róbico na rizosfera sugere baixos níveis de oxigênio em microsítios das raízes (ROVIRA,

1962).

O efeito rizosfera é um estím ulo ao crescim ento m icrobiano ao redor das raízes. S u b stân c ia s v o lá te is podem se d ifu n d ir no solo a d istâ n c ia s m aio res do que as s u b s tâ n c ia s s o lú v e is em ág u a e p odem e s tim u la r a germinação de esporos fúngicos ou atrair nem atóides a m aiores distâncias das raízes.

Uma g rande v aried ad e de c o m p o sto s o rg ân ic o s de orig em veg etal têm sido encon trad os na rizo sfera e foram c la ssifica d o s por R ovira et al. (1979) como:

1) Exsudados - compostos de baixo peso molecular (açúcares, aminoácidos); 2) Secreções - compostos que são liberados ativamente pelas células da raiz; 3) Mucilagem

3.1 Secreções produzidas pelo complexo de Golgi das células da coifa;

3.2 Hidrolisados da parede celular primária localizada entre a coifa e a epiderme; 3.3 Secreções pelas células da epiderme e pelas radículas com parede primária; 3.4 Compostos resultantes da degradação microbiana e modificação das células

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4) Mucigel - material gelatinoso da superfície radicular, com posto de mucilagem vegetal, células bacterianas, produtos metabólitos e material mineral e orgânico coloidal.

5. Lisados - material liberado pela lise de células velhas da epiderme.

Já é bem e s ta b e le c id o que d ife re n te s e sp é c ie s de p la n ta s liberam d iferentes com postos orgânicos na rizosfera. O estádio de desen volvim ento da planta tam bém pode afetar a com posição de su b stân cias lib e rad a s pelas raízes para a rizosfera. À m edida que a planta envelhece, tanto a quantidade c o m o a co m p o sição de co m po sto s o rg ân ic o s que são e x s u d a d o s fre q ü e n ­ te m e n te m udam (H A L E et al . , 1978; V A N C U R A & S T A N E K , 1975). F a to re s o u tro s, com o te m p e ra tu ra , ra d ia ç ã o , u m id a d e do s o lo , c o n d iç ã o nutricional do solo e estresse às raízes podem alterar a quantidade e composição de exsudados das raízes. Uma dim inuição na iluminação, por exem plo, geralmente diminui a exsudação, presum idam ente por causa de um d ecréscim o na fixação de C.

3. Exsudados

A presença de microrganismos na rizosfera incrementa a exsudação radicular. Barber & Martin (1976) encontraram que 5-10% do C fixado fotossinteticam ente foi exsudado de raízes de cevada sob condições axênicas, mas quando microrganismos foram introduzidos, a exsudação foi aumentada para 12-18%.

Exsudados de plantas são essenciais para a associação de bactérias com a rizosfera, como mostrado por Belimov & Dietz (2000) que demonstraram que a adição de uma fonte alternativa de carbono ao solo, abole a promoção do crescimento da planta em um solo contaminado.

A composição de exsudados radiculares é um parâmetro prim ário na seleção de espécies ativas quanto a com unidade da rizosfera e a diversidad e daquela comunidade. A composição de exsudados radiculares varia com as condições de crescimento da planta e seu estádio de desenvolvimento. Os com postos orgânicos acumulados nos exsudados incluem:

• Aminoácidos: todos aminoácidos de ocorrência natural;

• Ácidos orgânicos: ácidos acético, butírico, cítrico, fumárico, glicólico, láctico, málico, oxálico, propiônico, tartárico e valérico;

• Pentoses e hexoses: arabinose, deroxirribose, frutose, galactose, glucose, maltose, manose, rafinose, ramnose, ribose, sucrose e xilose;

• Pirimidinas e purinas: adenina, timina, guanina, unidina;

• Vitaminas: p-aminobenzoato, biotina, colina, inositol, ácido nicotínico, pantotenato, piridoxina e tiamina;

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Im portância da rizosfera 11a biodegradação de xenobióticos 595

4. Rizobactérias promotoras de crescimento de plantas -

RPCPs

Rizobactérias são assim denominadas por colonizarem intensamente o sistema radieular das plantas (SCHROTH & HANCOCK. 1981; KLOEPPER. 1983). Quanto aos efeitos causados às plantas são divididas em benéficas, prejudiciais ou neutras (SCHIPPERS et al., 1987). As bactérias de vida livre do solo que beneficiam as plantas são, comumente, denominadas “rizobactérias promotoras do crescimento de plantas” (RPCPs) (KLOEPPER et al., 1989).

A utilização das RPCPs, visando ao aumento do crescimento de plantas e, conseqüentemente, da produção, teve início na Rússia na década de 30. Contudo, somente na década de 60 respostas positivas no aumento de crescimento de plantas foram obtidas com a bacterização de sementes de algumas plantas agrícolas com

Azotobacter sp. (ROVIRA, 1963; BROWN et al., 1962, 1964). Os mecanismos, no

entanto, pelos quais essas bactérias estimulam o crescimento de plantas não ficaram claros na época.

Mais tarde, alguns pesquisadores detectaram a produção de fitohormônios, como o ácido giberélico e o ácido indol-acético por algumas espécies bacterianas em meio de cultura, sendo sugerida a sua produção como o possível mecanismo na promoção de crescimento de plantas (KATZNELSON & COLE, 1965; BROWN,

1972).

D e n tre as R P C P s, b a c té ria s do g ê n e ro P se u d o m o n a s, p ro d u to ra s de pigmentos fluorescentes são as mais estudadas com relação a vários aspectos de aplicação, principalm ente quanto à produtividade agrícola e biorrem ediação. Possuem tam bém características como suprim irem patógenos de solo (W ELLER, 1988); p o s s u ír e m o so lo c o m o h a b ita t n a tu ra l, m ais e s p e c if ic a m e n te , partículas de m atéria orgânica e rizosfera (ROVIRA & SANDS, 1971); serem de ocorrência natural, apresentando-se em elevadas populações (KLOEPPER et

al., 1980a; SU SL O W & SC H R O TH . 1982b; XU & G R O SS, 1986); serem

n u tric io n a lm e n te v e rs á te is e p o s s u íre m h a b ilid a d e de c re s c e r em u m a grande variedade de condições am bientais (SCHROTH & HANCOCK. 1982). Além destas v an ta g e n s, são capazes de p rod u zir um a grande variedade de antibióticos (LEISIN G ER & M ARGRAFF, 1979) e de sideróforos (KLOEPPER

et al., 1980b; MISAGH1 et al., 1982), que atuam inibindo bactérias e fungos

fitopatogênicos.

5. Mecanismos de promoção de crescimento de plantas

por rizobactérias

Estudos da microbiota da rizosfera permitiram a identificação de processos fisiológicos específicos, como, por exemplo, a fixação de nitrogênio por bactérias que beneficiam a planta (KLOEPPER et al., 1989).

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Bactérias como A. chroococum e Azospirillum fixam nitrogênio atmosférico e podem promover o crescimento de plantas, embora o mecanismo aceito como responsável por este efeito não seja apenas a fixação de nitrogênio (BROW N,

1974).

Outro mecanismo sugerido para a promoção de crescimento de plantas por bactérias benéficas é a mineralização de componentes orgânicos fosfatados, ou a solubilização dos componentes inorgânicos de fósforo (KLOEPPER et al., 1989). R izobactérias podem aum entar a disponibilidade de fósforo às plantas, ou por solubilização de fosfato orgânico via a ação de fosfatase ou por solubilização de fosfato inorgânico com ácidos orgânicos. Algumas rizobactérias como Bacillus

megaterium e P. fluorescens têm mostrado, sob diversas condições ambientais, seu

potencial quanto ao aumento na disponibilidade de fósforo às plantas.

Além do fósforo e do nitrogênio, a bacterização também tem proporcionado o aumento de outros nutrientes nas plantas, como o boro e o potássio.

O mecanismo mais comumente aventado para explicar os vários efeitos das rizobactérias sobre as plantas é a produção de fitohormônios, incluindo entre eles auxina e giberelina. Estas substâncias são produzidas por alguns microrganismos do solo em resposta ao metabolismo de exsudados específicos das raízes (ARSHAD & FRANKENBERGER, 1991). Auxinas são uma classe de hormônios vegetal, sendo o mais bem caracterizado o ácido indol-acético (AIA) que é conhecido por aumentar a elongação e a diferenciação celular.

Beyeler et al. (1997) determinaram o efeito da superprodução de AIA por uma linhagem de P. fluorescens sobre o crescimento vegetal. Uma linhagem mutante, obtida a partir da linhagem selvagem de P. fluorescens (CHAO), que produzia quantidades superiores de AIA, foi construída. Este mutante provou ser deletéria ao crescim ento de trigo e pepino cultivados em solo esterilizado. Já em solo não a u to c la v a d o , e sta lin h ag em não cau so u e fe ito s n e g a tiv o s, m as m elho ro u significantemente o crescimento de pepino.

R e c e n te m en te foi d e s c o b e rta em R P C P s a p re se n ç a da e n zim a aminociclopropano-carboxilato (ACC) desaminase (J ACOBSON et al., 1994; GLICK

et al., 1994, 1995). A função dessa enzima é hidrolisar ACC, que é uma substância

precursora do etileno, sintetizado nos tecidos de plantas (YUNG et al., 1982). A presença dessa enzima estimula o crescimento da planta e o alongamento da raiz devido ao seqüestramento e hidrólise do ACC a partir de sementes germinadas, conseqüentemente, reduzindo o nível de etileno nas plantas (GLICK et a i , 1994,

1995). Essa hipótese foi comprovada pela utilização de três mutantes de P. putida sem atividade de ACC desaminase. Estes não foram capazes de hidrolizar o ACC e a planta produziu etileno. Foram ainda incapazes de promover o alongamento de raízes de canola em condições gnotobióticas, diferindo do tipo selvagem (LIFSHITZ

et al., 1987; GLICK et al., 1994, 1995).

Além de m ecanism os diretos, as RPCPs são capazes de prom over o crescimento de plantas pela supressão de microrganismos prejudiciais, ocasionando um a mudança na composição da microbiota da rizosfera ou uma substituição ou exclusão desses componentes (SCHROTH & HANCOCK, 1981; SCHROTH & HANCOCK, 1982; SUSLOW & SCHROTH. 1982a).

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Sabe-se que os modos de ação para a supressão de patógenos por RPCPs devem-se à competição por nutrientes (p.ex. carbono, nitrogênio e íon férrico), a n tib io s e e in d u çã o de re s is tê n c ia (W E L L E R , 1988; L E M A N C E A U & ALABOUVETTE, 1993). Entretanto, a com petição por ferro é relatada com o responsável pela inibição do crescimento, ou mesmo a exclusão de patógenos e microrganismos deletérios no solo. Essa competição ocorre nos solos em que o elemento ferro encontra-se em condições limitantes, o que é geralmente observado em solos com pH neutro ou alcalino. Nessas condições, microrganismos e plantas dependem de agentes quelantes para solubilizar e transportar o ferro inorgânico (LUCON, 2000).

A produção de componentes tóxicos por RPCPs como antibióticos e HCN (hidrogênio cianida), ativos contra rizobactérias deletérias, também tem sido proposta como um mecanismo de promoção de crescimento (WELLER, 1988).

6. Colonização de raízes por rizobactérias

A capacidade das RPCPs de colonizarem o sistema radicular é de fundamental importância para o seu efetivo estabelecimento na rizosfera e atuação como um agente ativo em processos de biodegradação de pesticidas. A colonização compreende uma série de passos: migração de células bacterianas em direção às raízes, ataque, distribuição ao longo das raízes, crescimento e estabelecimento da população. Após o contato inicial, vem a fase crucial que é a manutenção ou persistência, onde a bactéria utiliza exsudados das raízes para se multiplicar e sobreviver.

Quimiotactismo tem sido demonstrado em muitas bactérias associa-das, particularmente linhagens de Pseudomonas, que migram ativamente em direção às sementes.

A dispersão de rizobactérias ao longo das raízes em crescimento é controlada pela motilidade e movimento passivo de bactérias (fluxo de água). Quimiotaxia em direção aos exsudados e motilidade ativa parecem prevalecer sobre o movimento passivo.

Para explicar o fenômeno de colonização de raízes por rizobactérias, tem sido proposto o uso de mutantes de Pseudomonas patida negativos (Agg“) para aglutinação às raízes (ANDERSON et al., 1988; TARI & ANDERSON, 1988). Comparados à linhagem selvagem, os mutantes Agg~ aderiram-se às raízes em menor extensão, colonizando-as moderadamente e levando a uma menor proteção de plantas de pepino ao ataque de Fusarium oxysporum.

Com relação à m otilidade, Howie et al. (1987) e Scher et al. (1988) constataram que mutantes imóveis colonizaram as raízes de forma semelhante às linhagens selvagens, de onde se concluiu que a motilidade não é requerida nesse processo. Já de Weger et al. (1987) observaram que um mutante não-móvel de

Pseudomonas spp. foi incapaz de colonizar as regiões inferiores das raízes de batata

quando comparado com a linhagem parental.

M oléculas de polissacarídeos da superfície celular de Agrobacterium e

Rhizobium mediam seu ataque e subseqüente interação com células de plantas

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W CS 374 apresentaram polissacarídeos com longas cadeias laterais de O-antigênico. Destas linhagens, de W eger et al. (1987) construíram mutantes que não produziam as cadeias laterais de O-antigênico e que não diferiram das linhagens selvagens com relação ao ataque a partículas de sefadex ou raízes esterilizadas de batata. Estes achados conflitantes sobre o papel dos flagelos podem ser atribuídos a possíveis diferenças nos isolados bacterianos, na espécie de planta e nas condições físicas do solo, particularmente a umidade. Outros fatores não inerentes à bactéria podem facilitar ou não a colonização de raízes; dentre estes, pode-se mencionar o potencial matricial, embora a bactéria introduzida possa se difundir a partir do material semeado para as raízes numa ampla faixa de potencial osmótico (WELLER, 1988).

De acordo com alguns estudos, as maiores populações de bactérias ocorrem em pressões na faixa de -0,3 a 0,7 bar, na qual Howie et al. (1987) observaram que a disponibilidade de oxigênio e o potencial de turgor das células e/ou a disponibilidade de nutriente seriam adequa-dos para o desenvolvimento de células bacterianas. A área de perco lação pode servir tam bém para estender a população bacteriana introduzida na direção das extremidades das raízes.

O pH e a tem peratura são também fatores importantes na colonização. Para o crescim ento in vitro de linhagens de P. fluorescens e P. putida, a temperatura seria de 25-30°C. e o pH de neutro a alcalino. No solo, porém, a colonização é favorecida nas tem peraturas de 12 a 18°C e em pH de 6,0 a 6,5. Isso ocorre porque temperatura e pH abaixo do ideal refletem uma menor competição com a microbiota indígena.

A colonização de raízes, portanto, diz respeito ao crescimento da bactéria ao longo das raízes. Essa característica é pré-requisito primário na rizosfera, onde a colonização de novas superfícies radiculares formadas é realizada pela migração da microflora existente ou pelo inóculo do solo.

7. Biodegradação de xenobióticos por rizobactérias

Plantas usadas para fitorrem ediação (ver capítulo 25) deveriam ser capazes de acum ular altas quantidades do contam inante e também de produzir um grande v o lum e de b io m a s s a . C o n tu d o , m u ito fre q ü e n te m en te , p lan tas podem ser com prom etidas por se desenvolverem em solos contaminados devido à toxidade inerente do poluente. Assim , a inoculação de RPCP pode auxiliar o crescimento dessas plantas. A sobrevivência e estabelecim ento de RPCP são essenciais para uso em fitorrem ediação. No entanto, tem sido comprovado que altos níveis de contam inantes podem ter efeitos inibitórios ao crescimento de RPCP. Por exemplo, o crescim en to de E n tero b a cter clo a ca e CAL2 foi inibido em 50% em solos contam inados com 20 m M de arsenato (NIE et al., 2002). Está também provado que algum as bactérias são sensíveis a um contaminante, mas não a outro. E o caso de F la vo b a cteriu m sp. que é m uito sensível a cadm ium , mas não a chum bo (B E L IM O V et a l ., 1998). N a p rá tic a , é essencial que b actérias usadas em b iorrem ediação sejam resisten tes aos níveis dos contam inantes endógenos do ambiente a ser descontam inado.

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Im portância da rizosfera na biodegradação de xen o b ió tico s 599

No entanto, alguns trabalhos têm m ostrado que os exsudados radiculares são estimulados na presença de xenobióticos. Em cultivos hidropônicos de milho, a presença do herbicida simazina, causou um aumento na exsudação de ácidos orgânicos (KEIPER & REBER, 1970). Quando microrganismos foram introduzidos à solução nutritiva, o herbicida aumentou o peso e comprimento das raízes de milho. Os autores desse estudo não explicam o fenômeno sobre o aumento da exsudação, mas especulam que pode ser uma resposta da planta ao ataque e nourish mais m icrorganism os ou pode ser simplesmente um efeito fisiológico do composto quím ico sobre a planta.

A maioria dos herbicidas usados para controlar ervas daninhas são prontamente metabolizados por plantas não-alvo. Por sua vez, as bactérias da rizosfera podem exercer um papel fundamental quanto à proteção da planta contra os efeitos tóxicos dos poluentes. Isso tem sido recentemente comprovado em pesquisas envolvendo alguns xenobióticos. Herring & Berring, (1988) verificaram que os efeitos tóxicos de ésteres fitalato sobre plântulas de espinafre e ervilha foram sido abolidos pela presença de microrganismos do solo. Os estudos de Kruger et al. (1997) também mostraram que três linhagens de microrganismos capazes de degradar dicamba (ácido 3,6-dicloro-2-metoxibenzoico) poderiam ser usadas para reduzir a atividade desse produto na rizosfera de ervilha.

Em um estudo sim ilar, Roque (200 0 ) m ostrou que um a riz o b a cté ria ,

Acinetobacter baum anii, envolvida na degradação do herbicida diuron protege

plântulas de milho dos efeitos tóxicos desse herbicida em solos contaminados. De fato, a biodegradação de certos herbicidas é acelerada na rizosfera de plantas que são relativamente insensíveis aos efeitos herbicidas do com posto químico. Nesse sen tid o, Sandm ann & Loos 1984 c o n s ta ta ra m um a u m e n to no n ú m ero de microrganismos envolvidos na degradação de 2,4-D na rizosfera de cana-de-açúcar comparados com cravo africano. Os autores sugeriram que o aumento no número dos degradadores foi o possível mecanismo de proteção da cana-de-açúcar dos efeitos de 2,4-D e que análogos fenólicos nos exsudados selecionaram m icrorganism os responsáveis pela degradação de 2,4-D.

Os efeitos de 3-cloro e 4-clorobenzoato (3-CBA, 4-CBA ) sobre a germinação de sementes de berinjela e tomate foram estudos por A jithkum ar et al. (1998). Estas plantas foram altamente sensíveis a 200 mg L 1 de 3-CBA e 4-CBA e mostraram redução drástica na germinação de sementes e vigor de plântulas. Na concentração de 400 |lg L 1 a germinação de sementes de tomate foi com pletam ente inibida. Por outro lado, quando solo contam inado com 3-CBA e 4-CBA foi tratado com P.

aeruginosa 3mT, envolvida na degradação de clorobenzoato, houve um a proteção

completa de sementes e plântulas de tomate.

O grau de degradação de xenobióticos em solos rizosféricos parece relacionar- se com as espécies de plantas envolvidas, pois estas variam em morfologia, metabólitos e interações ecológicas com outros organismos. Espécies de plantas determinam a composição da rizosfera. Lemanceau et al. (1995) m ostraram a influência de espécies de linho e de tomate sobre a diversidade de pseudomonas fluorescentes. A diversidade de isolados de Pseudomonas do solo, determ inada pela oxidação de 147 compostos orgânicos e por “fingerprinting” PCR (REP-PCR) foi diferente da diversidade obtida com isoladas da rizosfera dessas duas espécies de plantas. A capacidade de linhagens de Pseudomonas em metabolizar compostos presentes nos exsudados radiculares

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deveria dar uma vantagem competiva sobre as bactérias do solo sem esta habilidade. Assim, a ação seletiva dessas plantas poderia ser causada pelos exsudados específicos que elas produzem. As espécies vegetais ou tipo botânico (m onocotitedôneas, dicotiledôneas, halófitas, leguminosas etc) determinaram os parâmetros que são signifícantes em termos de degradação na rizosfera (SHANN & BOYLE, 1994). É, pois, sugerido que exsudados radiculares podem influenciar a biodegradação, alterando diretamente a comunidade microbiana.

8. Rizorremediação

Para entender a eficácia das tecnologias de biorremediação, tanto ex situ como in situ, é necessário o conhecimento sobre a cinética da biodegradação. Estudos em laboratório visando determinar as taxas de biodegradação podem ser usados como testes de varredura para determ inar a rapidez e extensão da biorrem ediação, fornecendo, assim, um desenho criterioso na obtenção de uma biorremediação ótima. No entanto, nem todos os ensaios de laboratório sobre biodegradabilidade podem ser usados para simular os complexos processos de biorremediação em condições naturais de campo. Os parâmetros mais importantes a serem avaliados antes da implementação de um projeto nessa área são determinar se o composto é biodegradável e conhecer o mecanismo mais efetivo e a taxa de biodegradação.

A seleção da estratégia mais efetiva de biorremediação está baseada nas características dos contaminantes (solubilidade, lipofilicidade, estrutura molecular, volatilidade, peso específico e susceptibilidade ao ataque microbiano) e da área con tam in ad a. Além disso, outros fatores tam bém interferem no sucesso da biorrem ediação como, por exem plo, com unidade m icrobiana nativa, aeração, suplementação nutricional, potencial de água, dentre outros. Compostos que são mais susceptíveis ao metabolismo microbiano apresentam estruturas moleculares simples, são solúveis em água, não são tóxicos e servem como substratos para o crescimento aeróbio de m icrorganism os. Ao contrário, com postos que são resistentes ao metabolismo microbiano exibem estruturas moleculares complexas, apresentam baixa solubilidade, forte sorção, toxicidade e não suportam o crescimento microbiano.

A complexidade das técnicas de biorremediação requer que cada tratamento seja adaptado à situação individual do local contaminado. Todo planejamento de biorremediação deve começar por definir os parâmetros de tratamento. No entanto, mesmo tendo sido levantados esses parâmetros, não é uma tarefa fácil o delineamento experim ental e o início dos trabalhos. Os parâm etros m ais im portantes são: concentração e lista de contaminantes a serem removidos e propriedades físico/ químicas (volatilidade, solubilidade, gravidade específica, coeficiente de partição octanol/água). Deve ser lem brado que os ensaios laboratoriais, sob condições controladas, devem ser usados para predizer o que acontecerá em condições naturais.

O u tras c a ra c te rís tic a s de im p o rtâ n c ia devem ser a v a liad a s em um planejamento de biorremediação, para garantir o sucesso do tratamento. Skladany & Metting Junior (1992), apontam alguns desafios para o sucesso do tratamento biológico de solos contaminados:

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Im portância da rizosfera na biodegradação de xenobióticos 601

H e te ro g e n e id a d e do re síd u o : resíd u o s o rg â n ic o s e in o rg â n ic o s são

heterogeneamente dispersos no solo. Os contaminantes podem estar presentes na forma de sólidos, líquidos ou gases, livres na solução do solo ou fisicamente sorvidos ou quimicamente ligados à partícula.

E fe ito s de c o n c e n tr a ç ã o : os c o n ta m in a n te s podem e sta r p re se n te s em

concentrações extremamente baixas (ppm ou ppb), ou em concentrações muito altas. Baixas concentrações podem não ser adequadas para suportar o crescim ento microbiano. Altas concentrações, por outro lado, podem ser inibitórias ou tóxicas à vida microbiana.

Persistência ou toxicidade: muitos contaminantes são relativamente resistentes à

biodegradação ou podem requerer esforços metabólicos combinados de várias espécies microbianas, com ou sem a presença adicional de fontes de carbono.

Condições adequadas para o crescimento microbiano: a atividade microbiana

adequada terá lugar somente sob condições ambientais favoráveis. Criar e manter essas condições ótimas é uma tarefa difícil e desafiadora. Condições específicas da área contaminada podem lim itar severamente a capacidade para se criar condições aceitáveis para o crescimento microbiano, particularmente para aplicações in situ.

Entre os muitos métodos de biorremediação disponíveis, alguns podem ser empregados para tratamento de grandes extensões de solos agrícolas contaminados. O nível de contaminação, para que haja intervenção, pode ser simplesmente aqueles onde os níveis de resíduos presentes afetam o desenvolvimento de outras culturas agrícolas susceptíveis, ou que estejam além dos níveis aceitáveis. Dentro dessa abordagem , a fitorrem ediação e a utilização de rizobactérias aparecem com o alternativas mais práticas.

Um grande número de pesquisas tem evidenciado um aumento na degradação de pesticidas na rizosfera de uma variedade de espécies vegetais (Tabela 1). Mais recentemente, essas pesquisas têm se voltado para compostos químicos industriais, como HAPs, petróleo, surfactantes, PCP etc.

O sistem a “rizosfera” é uma tecnologia apropriada para contam inantes d isp e rso s p ró x im o s à s u p e rfíc ie do so lo . O siste m a ra d ic u la r se rv in d o , portanto, como um meio para efetiva colonização do solo, assim como uma fonte prontamente disponível de nutrientes. A rizosfera é particularmente atrativa quando a capacidade metabólica de interesse é restrita a certas bactérias, como no caso da degradação cometabólica de tricloroetileno (TCE) (WALTON & ANDERSON, 1990). TCE está presente em 27,9% dos sítios com resíduos tóxicos nos USA, sendo c o n sid e ra d o um d o s 10 p o lu en te s m ais com un s d e te c ta d o s n e ssa s áreas (w w w .h sia.o rg /trich lo ro .h tm ). Esse m esm o poluente foi rem ovido do solo por meio de uso de um a rizobacteria, Pseudomonas fluorescens associada às raízes de trigo. Essa bactéria expressa, portanto, os genes tom A+ (tolueno o-m onoxigegenase) de Burkholderia cepacia PR 1, t (TO M — ) envolvidos na d egradação de TCE (Y EE et al., 1998). E m bora rizo b actérias indígenas e plantas sejam empregadas para tratar solos contaminados, bactérias capazes de c olo nizar plantas e sp ec ífic as podem ser tran sform ad as geneticam ente p ara

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TABELA 1. Exem plificação de trabalhos mostrando aumento da degradação de pesticidas na rizosfera.

X en o b ió tico s Planta R eferências

A trazina Milho Hueck & S eibert (19 8 1 )

A trazina

M etolachlor K ochia A nderson e t a l., (19 9 4 )

Tritlesalina

A trazina Milho Piretti et a l., (20 0 2 )

A trazina Milho Alvey & C row ley (1996)

M e c o p ro p , 2,4D Trigo Lappin e t a l., (19 8 5 )

M e c o p ro p . 2,4D C an a-d e-açu car,

trevo Sandm ann & Loos (1984)

Diazinon, parato n Feijão Hsu & B artha (1979)

T ricloroetileno Trigo Yee e t al., 1998

P aration A rroz R eddy & Sethum athan

(1 9 8 3 ) H id ro carb o n eto s poliarom átieos

(b en zo [a]p iren o , b enzo[a)anthaceno, Gram íneas Aprill & Sims (1990)

crisen o e dibenzo[a,h] antraceno)

P ropanil A rroz H oagland e t a l., (19 9 4 )

Surfactantes Milho, soja K naebel & Vestal (1992)

P en taclo ro fen o l G ram ínea (A gropyron

desortorum ) F erro et a l., (19 9 4 )

P etró leo Leguminosas Gudin (19 7 8 )

m elho r controle do processo. Uma linhagem de P. flu o re sce n s colonizadora de raízes foi construída por integração cromossomal dos genes bph (codificando a degradação de PCB) com um vetor de integração suicida (BRAZIL et al.,

1995).

A degradação de PCB com esta bactéria recom binante foi demonstrada em microcosmos contendo planta-solo-bactéria, usando um gene repórter inserido próxim o aos genes envolvidos na degradação de PCB. Esse sistema foi eficaz em rem o v e r 63% de TC E após 4 d ias, d e m o n stra n d o a p o ssib ilid a d e da rizorremediação para o tratamento de solos superficiais contaminados com TCE. Uma diferente linhagem de P fluorescens capaz de colonizar raízes de feijão foi tam bém construída.

A bactéria recombinante, quando aplicada à rizosfera de feijão foi capaz de degradar 2,5-diclorobenzoato, utilizando-o com fonte de carbono (CROWLEY et a i,

1996).

Vários estudos sob condições controladas têm mostrado a influência de plantas sobre a biodegradação acelerada na rizosfera. A adição de uma linhagem de P.

fluorescens capaz de degradar 2,5-diclorobenzoato causou o desaparecimento desse

com posto em 3 dias na presença de plantas de feijão, visto que quantidades consideráveis do poluente ainda permaneciam no solo sem plantas (CROWLEY et

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Im portância da rizosfera na biodegradação de xenobióticos 603

Estudos feitos com atrazina, mostraram que as taxas de mineralização desse herbicida foi significantemente superior na rizosfera de milho do que em solo sem vegetação (PIUTTI et al., 2002). A rizosfera do milho também mostrou um aumento da biomassa de C microbiana. Análise do gene atzC, que codifica uma enzima envolvida na mineralização de atrazina, conduzida por PCR, revelou sua presença em um nível superior na rizosfera do que no solo não vegetado. Estes resultados sugeriram que a estimulação da mineralização de atrazina na rizosfera depende da abundância das comunidades microbianas.

Do m esm o m odo com o a p re se n ç a de v eg etação pode au m e n tar a degradação de pesticidas, ela também pode aumentar a velocidade de degradação de compostos recalcitrantes, como, por exemplo, hidrocarbonetos poliaromáticos (H PA ). P e sq u isa s c o m p ro v a n d o e sse s e fe ito s têm sid o p u b lic a d a s m ais recentem ente, m ostrando o potencial da rizorrem ediação de vários com postos químicos industriais. Em um experimento em condições controladas sob casa-de- vegetação foi verificado que a degradação de HPA foi maior na presença de plantas do que na sua ausência (SCHWAB et a i , 1995). HPAs alvo foram detectáveis nos tecidos da planta, mas a quantidade total de absorção foi insignificante. A m aior atividade m icrobiana detectada foi aparentem ente responsável pela dissipação aumentada dos HPAs.

Rizobactérias promotoras do crescimento de plantas podem também conter altos níveis de metais pesados. A hiperacumulação de metais (até 1% do peso seco) é comum para plantas que têm se adaptado a solos com alta concentração de Co, Cu, Cr, Pb, Ni e Zn (BAKER e BROOKS, 1989). Há bactérias isoladas da rizosfera, no en ta n to , que d egradam x e n o b ió tic o s e/ou b io acu m u lam m etais, mas não necessariamente são consideradas RPCP Neste caso, raízes de plantas atuam como sítios para transformação do contaminante pelas rizobactérias (ANDERSON et al, 1993). Kluyvera ascorbata (SUD165), por exemplo, uma rizobactéria, foi resistente aos efeitos tóxicos de Ni:+, Pb:+, Zn2+ e C r 0 4~. Esta bactéria, quando inoculada em sementes de canola e plantada sob altas concentrações de cloreto de níquel, protegeu parcialmente a planta contra a toxidade (BURD et al., 1998).

Segundo os autores, a bactéria não teve nenhuma influência mensurável sobre a quantidade de níquel acumulada nas plantas de canola. Entretanto, o efeito sobre a promoção de crescimento da planta na presença do metal foi, provavelmente, não atribuído à redução da absorção do níquel pelas plântulas, mas sim, à habilidade da bactéria de baixar o nível de estresse de etileno induzido pelo níquel.

As propriedades da planta que são melhoradas com a inoculação RPCPs durante a biorremediação incluem biomassa, absorção do contaminante e nutrição e saúde da planta.

Algumas plantas acumulam mais contaminantes por grama de material vegetal com a adição de RPCRs, conforme verificado por Hoflich & Metz (1997) e por Whiting et al. (2001). Esses estudiosos mostraram que a inoculação bacteriana de milho e Thlaspi caerulescens aumentou a absorção de metais pesados por essas plantas. Do mesmo modo que os autores acima, de Souza et al. (1999) também encontraram um aumento na acumulação de selenium por Brassica juncea após inoculação com rizobactérias.

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O sucesso da aplicação de RPCPs para biorrem ediação dependerá da sobrevivência e estabilidade da bactéria em solos com altos níveis de contaminação. Nessas condições, a bactéria pode ser completamente inibida. Um exemplo que ilustra bem esse efeito é a inibição do crescim ento de, aproxim adam ente, 50% de

Enterobacter cloacae em solos contaminados com 20 mM de arsenato. Já em solos

com somente 2mM arsenato, a bactéria foi inibida em 2% (NIE et a l, 2002).

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Referências

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