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Leitura: Avondano e Scarlatti a importação dos músicos italianos para a corte portuguesa Sonatas de Domenico Scarlatti: Essercizi per Clavicembalo

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Academic year: 2021

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ALINHAMENTO

Introdução

Leitura: Avondano e Scarlatti – a importação dos músicos italianos para a corte portuguesa

Sonatas de Domenico Scarlatti: Essercizi per Clavicembalo

Leitura: Scarlatti, pai e filho

Alessandro Scarlatti: Cantata para soprano e cravo obligato – Largo/Andante

Leitura: Scarlatti e Carlos Seixas – o encontro

Carlos Seixas: Andante em Sol Maior

Leitura: Scarlatti e a serenata composta aquando do nascimento da princesa Mariana

Domenico Scarlatti: Aria de Contesa delle Stagioni

Leitura: A troca das princesas

Domenico Scarlatti: Sonata K 60 – Allegro em Sol menor

Leitura: Chegada dos príncipes e encontro com Farinelli

G. F. Haendel – Tornami a vheggiar (da ópera Alcina)

Leitura: a loucura de Filipe V e a vinda de Farinelli a Espanha

G. F. Haendel Lascia ch’io pianga (da ópera Rinaldo)

Leitura: O testamento da rainha

Orlanda Velez Isidro soprano Nuno Moura declamação Joana Bagulho cravo e direção

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A TROCA DAS PRINCESAS

A história da troca das princesas, ou o duplo casamento da Infanta D. Maria Bárbara de Portugal e da Infanta D. Mariana Vitória de Espanha, para além de constituir um acordo que pre-tendia garantir a paz definitiva entre os dois reinos, foi também uma história musical.

Em 1724 era anunciado em Lisboa o casamento de Maria Bárbara, filha de D. João V, com o príncipe herdeiro de Espanha, Fernando, filho de D. Filipe V. O casamento iria ter lugar em 1729, ano em que os noivos teriam 19 e 16 anos respetivamente. Por essa altura foi também acordado o casamento do príncipe her-deiro de Portugal, José, com a infanta espanhola Mariana Vitória, devendo as noivas ser trocadas na fronteira. Em janeiro de 1729 partiram de Lisboa e de Madrid os cortejos que levaram as prin-cesas e as suas comitivas até ao rio Caia onde atravessariam a fronteira no dia 19 de fevereiro. A cerimónia foi deslumbrante

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Retrato de D. Bárbara de Bragança | Louis-Michel Van Loo (1707-1771) França, c. 1750, óleo sobre tela, 103 x 83 cm

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e aparatosa – só a comitiva da princesa D. Maria Bárbara era composta de vários coches encomendados propositadamente para a cerimónia, acompanhados de um total de cento e oitenta e cinco carroças e seis mil soldados. Foi mandada construir uma ponte, um palácio em madeira, para a travessia do rio Caia e para a cerimónia da troca.

No séquito de Maria Bárbara seguia também o compositor italiano Domenico Scarlatti. À semelhança do violinista Pietro Giorgio Avondano, pai do compositor português Pedro António Avondano, Scarlatti havia sido contratado em Itália para prestar serviços na corte de D. João V. Scarlatti foi mestre da capela real portuguesa e era simultaneamente responsável pela educação musical dos príncipes, tendo instruído a Infanta Maria Bárbara na arte de tocar o cravo e de compor. O organista e compositor português Carlos Seixas chegara a Lisboa na mesma altura que Scarlatti e integrava também a capela real, sendo o seu vice--mestre. Os relatos da admiração mútua e amizade entre Scarlatti e Seixas mencionadas em biografias do século XVIII da autoria de José Mazza nunca puderam ser verificados através de fontes da época que terão sido destruídas no terramoto de 1755. Mesmo a passagem de Scarlatti por Lisboa, apesar de documentada, encon-tra-se envolta em mistério, pois as suas principais fontes são os relatórios da nunciatura de Lisboa à Santa Sé que mencionam as obras de um tal «abade escarlate».  Esses relatos mencionam uma faceta de Scarlatti até há pouco tempo desconhecida: a de cantor virtuosístico.

Scarlatti compôs a música da cerimónia da troca das princesas, e acompanhou D. Maria Bárbara até Madrid, tendo permanecido na corte espanhola até à sua morte em 1757. Acompanhava a princesa, mais tarde rainha D. Maria Bárbara, em todas as viagens e funções. D. Maria Bárbara acumulou nos vários palácios de Espanha uma coleção de instrumentos considerável que deixou

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ao cantor italiano Farinelli, também músico na corte espanhola desde 1737. Farinelli havia sido convidado pela rainha, Isabel de Farnésio, que esperava encontrar na música um alívio para a depressão do marido, D. Filipe V, pai de D. Fernando. Farinelli terminou a sua carreira de cantor e permaneceu na corte espa-nhola até 1759. Ali foi responsável pela organização dos espetá-culos musicais da corte, tendo introduzido o gosto pela ópera em Madrid quando convidou uma companhia italiana para ali atuar. Além disso cantava todas as noites para o rei D. Filipe V. Quando D. Fernando subiu ao trono Farinelli permaneceu ao serviço da corte dos reis que eram ambos melómanos e músicos.

Neste concerto serão tocadas obras e lidos textos e histórias que ilustram o mundo musical de D. Maria Bárbara. As obras de Pedro António Avondano e Domenico Scarlatti ilustram o mundo musical da princesa enquanto viveu na corte portuguesa, enquanto as árias de Haendel nos abrem as portas para aquilo que terá sido o seu universo musical na corte espanhola após a chegada de Farinelli, uma vez que estas integravam o repertório do cantor.

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Orlanda Velez Isidro nasceu em Évora, onde iniciou os estudos

de violino e piano aos sete anos, tendo terminado o curso geral do Conservatório nestes dois instrumentos. Iniciou os estudos de canto aos 19 anos com Maria Repas Gonçalves. É também licen-ciada em Ciências Musicais pela Universidade Nova de Lisboa.

Em 1997 foi para a Holanda, onde concluiu em junho de 2000 a licenciatura em Canto pelo Conservatório Real de Haia.

Residiu na Holanda até 2011, e continua a ser soprano residente do Coro de Câmara da Holanda, no Coro e Orquestra da Sociedade Bach da Holanda e no Radiokoor; faz parte de grupos de câmara como o Quinteto Kassiopeia, um grupo vocal para repertório madrigalista renascentista e barroco com seis volumes gravados da integral de Gesualdo.

Como solista e música de câmara apresentou-se com a orques-tra Divino Sospiro dirigido por Enrico Onofri, nos festivais de Ambronay, 2005, Nantes, 2006, e na Festa da Música, em Lisboa,

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2006. Cantou com Flores da Música e Concert de l’Ouest, dirigidos por João Paulo Janeiro, em vários festivais de música antiga em Portugal, e gravou o Te Deum de Francisco António Almeida. Com o Ludovice Ensemble, dirigido por Miguel Jalôto, em vários festi-vais, nomeadamente nos Dias da Música no CCB-Lisboa.

Apresentou-se a solo sob a direção de maestros como Frans Brüggen, William Christie – tendo participado no primeiro Jardin des Voix, uma academia para jovens solistas – Ton Koopman, Eudardo Lopez Banzo, Frederik Malmberg, Enrico Onofri e Gabriel Garrido, entre outros, participando em projetos com obras de J.S. e C.P.E. Bach, Buxtehude, Cahrpentier, Mouliné e Mendelssohn, que resultaram em registos de CD ou DVD. Gravou ainda duetos de Mazzochi com a cantora Jill Feldman.

Joana Bagulho nasce em Lisboa em 1968. Estuda piano na

Academia de Amadores de Música de Lisboa e no Conservatório Nacional na classe dos professores Miguel Henriques e Tânea Achot. Inicia os estudos de cravo em 1994 na classe da Professora Cremilde Rosado Fernandes tendo completado a licenciatura na Escola Superior de Música de Lisboa. Conclui em 2006 o mes-trado em Performance na Universidade de Aveiro tendo como professor de cravo Jacques Ogg, trabalhando paralelamente com Elisabeth Joyé, em Paris.

Frequenta diversos cursos de aperfeiçoamento nomeada-mente com os cravistas Ketil Hausgand, Jacques Ogg e  Rinaldo Alessandrini e Kenneth Weiss entre outros. Frequenta também regularmente aulas com Elisabeh Joyé. Participa em espetácu-los de teatro com o Teatro da Graça, o Teatro Aberto,  o Grupo Teatro O Bando, assim como em A colher de pauta - Centro de Arte Moderna (1998) e Centro Cultural de Belém (1999) e em Orfeu e

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Foto: Mariana Veloso

Euridice - Teatro da Trindade, Guimarães (2008, 2009). Concebe os espetáculos No tempo em que os instrumentos falavam e O som dos sentimentos juntamente com o ator Fernando Pedro Oliveira e a flautista Joana Amorim. Com estes projetos tem realizado espe-táculos por todo o país. Tem realizado recitais a solo e concertos de música de câmara tanto na área da Música Antiga como na da Música Contemporânea, nomeadamente na temporada de cravo em Óbidos, Festival de Outono em Aveiro, Festival de Música de Câmara de Almada, Festival de Leiria entre outros. Desenvolve um programa de transcrições de música de Carlos Paredes para cravo que resulta na gravação e edição do CD Acção. Também com este projeto tem realizado diversos recitais a solo em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente em Itália no Festival Cantar Lontano. É professora assistente da Escola Superior de Música de Lisboa desde 1999 onde leciona harmonização ao piano, baixo continuo e acompanhamento.

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Nuno Moura, poeta e recitador errante, tem oito livros

publica-dos. Foi professor de natação, publicitário, empregado de bar, leitor de jornais (clipping), livreiro, editor da Mariposa Azual e escreveu a peça MISS YA (em redor de Constança Capdeville) levada a cena no CCB em fevereiro de 2014. Agora é editor da Mia Soave e da Douda Correria, organiza eventos de música e poesia, faz parte dos coletivos O COPO, Ventilan e Mau Sangue, leva os filhos e a namorada ao parque.

Livros: Não Saia Nem Entre Após Aviso de Fecho de Portas (Signo, 1993) | Soluções do Problema Anterior (&etc, 1996) | Nova Asmática Portuguesa (Mariposa Azual, 1998) | Os Livros De (Mariposa Azual, 2000) | Calendário das Dificuldades Diárias (&etc, 2002) | Prémio Nacional de Poesia (Mia Soave, 2012) | Drunk Walker (Milena Olissipo, 2012) | Canto Nono (Douda Correria, 2013) | Letras para Dance Music (Douda Correria, 2014) | Carimbos & Tatuagens, Lda. (DSO, 2014)

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PRÓXIMO CONCERTO

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1 DE FEVEREIRO

PAISAGENS AMERICANAS

West Side Story de Leonard Bernstein e outras obras do imaginário

americano de Richard Roblee e George Gershwin.

Portuguese Brass Quintet

Jorge Almeida trompete António Quítalo trompete Paulo Guerreiro trompa Jarrett Butler trombone Ilídio Massacote tuba

...

Programação e Coordenação: Vera Herold Em colaboração com o Serviço de Música

...

Informações

Desligue o alarme do seu relógio ou telemóvel antes do início dos concertos. Em caso de atraso, só poderá tomar o seu lugar após a conclusão de cada uma das obras em programa.

A qualidade dos concertos pode ser grandemente prejudicada por ruídos que perturbem a concentração dos músicos e afetem a audição musical. Programa e elencos sujeitos a alteração sem aviso prévio.

... Imagem de capa:

JAMES WARD (1769 – 1859)

Retrato de Georgina Musgrave

Inglaterra, 1797 Óleo sobre tela 86,3 x 68,5 cm Inv. 310

Foto: Catarina Gomes Ferreira 2015 © Fundação Calouste Gulbenkian

Referências

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