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ENSAIO SOBRE CULTURA E DIVERSIDADE CONTÁBIL

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 1 O desafio da convergência das Normas Internacionais de Contabilidade

ENSAIO SOBRE CULTURA

E DIVERSIDADE

CONTÁBIL

Eliseu Martins Lázaro Plácido Artigo RBC 152 Março/Abril - 2005 1

Conselho Regional de Contabilidade do Pará Curso de Contabilidade Internacional Profa.: Regina Vilanova Prof.: Nadson Alves

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2 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

INTRODUÇÃO

 A Contabilidade é uma ciência social aplicada que recebe

influências da cultura do país onde está inserida:

 Entre elas, a cultura e a filosofia de natureza jurídica (forma

com se entende, se interpreta e se aplica o Direito)

 Análise da evolução da Contabilidade em diversos

ambientes culturais e jurídicos, explica:

 Determinados princípios, normas e práticas contábeis  Diferentes vínculos entre Contabilidade Societária e a

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 3 3

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4 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

 A Contabilidade nasceu para fins gerenciais:

 Homem primata

 Mercadores da idade média

 Contabilidade como apoio para:  Controle do patrimônio e

 Mensuração do resultado

 Mercantilismo (As grandes navegações)  Imprensa – Proliferação de conhecimentos

 Intensificação do comércio e acúmulo de capital  Surgem os financiadores (embrião dos Bancos)  Balanço como peça para concessão de

empréstimos

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5 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

CULTURA DO DIREITO ROMANO

ITÁLIA, FRANÇA, BRASIL, MÉXICO...

 Presente nos países latinos

 Tudo precisa estar escrito e com detalhes;

 Relevância da prova documental e da literalidade do

texto legal, contratual e da norma escrita;

 Exigência da escrita contábil e da conseqüente

elaboração das demonstrações contábeis em lei;

 Lobby dos credores (Código Comercial Francês)

 Contabilidade mais conservadora para proteger o credor  Intensificação da prudência para proteger usuário externo  Expansão dessa filosofia para outros países de

cultura latina.

“Ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer se não em virtude de lei”

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6 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

DIREITO ROMANO EM PAÍSES

GERMÂNICOS

 Expansão do Império Romano na Europa:  Disciplinada cultura alemã e o apego a normas  Campo fértil para o direito romano

 Obrigatoriedade da Contabilidade para todas pessoas

jurídicas;

 Contabilidade voltada para proteção aos credores (bancos)  CRIME - Manipulação de valores do ativos e passivos para

aumentar o PL;

 A Contabilidade germânica ficou mais conservadora que a latina  Reconhecimento de receita (lucro) disponível em dinheiro ou

praticamente sem dúvidas de recebimento;

 Prática de postergar receitas e antecipar despesas (provisão);  Adiamento no recolhimento de tributos

 Reservas ocultas

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7 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

CULTURA DO DIREITO

CONSUETUDINÁRIO

(INGLATERRA , EUA E OUTROS)

 Respeito aos costumes e tradições;

 Quanto menos escrever em termos de legislação,

melhor;

 Julgamento deve considerar a força e a interpretação

do que a consciência popular considera mais correto

 Até hoje, nos EUA, os juízes são eleitos a partir da

comunidade, não precisa ser advogado;

 Os anglo-saxões nunca se interessaram em colocar a

Contabilidade e as regras contábeis em lei;

 Isso, evita alterações constantes em legislações por

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8 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

CULTURA DO DIREITO

CONSUETUDINÁRIO

(INGLATERRA , EUA E OUTROS)

 Em caso de julgamentos particulares, consultam

especialistas no assunto (contadores);

 Origem da expressão: Princípios Contábeis

Geralmente Aceitos;

 “O importante para se fazer uma boa Contabilidade,

não era seguir a lei, mas o que os profissionais

contadores consideram como correto, mais adequado”;

 Nessa cultura, os credores também são considerados,

mas em segundo plano:

 Primeiro a gestão da empresa;

 Importância dos acionistas como credores (financiadores)

das empresas;

 Mercado de capitais.

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9 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

CHEGADA DAS GRANDES

SOCIEDADES ANÔNIMAS –

NECESSIDADE

DE MUITO CAPITAL

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 10

A COMPREENSÃO DAS REGRAS

INTERNACIONAIS É MUITO DIFÍCIL: NA

ALEMANHA, TUDO É PROIBIDO A MENOS

QUE ESTEJA EXPLICITAMENTE PERMITIDO

NA LEI, ENQUANTO QUE NA INGLATERRA

TUDO É PERMITIDO A MENOS QUE

ESTEJA EXPLICITAMENTE PROIBIDO EM

LEI. NO IRÃ, POR OUTRO LADO, TUDO É

PROIBIDO, MESMO QUE ESTEJA

PERMITIDO EM LEI, ENQUANTO NA

ITÁLIA TUDO É PERMITIDO

ESPECIALMENTE SE É PROIBIDO.

(WALTON 2003, APUD NIYAMA 2005)

10

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 11

CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS

CONTÁBEIS

11

 Existência de uma profissão

contábil forte e atuante;

 Sólido mercado de capitais,

como fonte de captação de recursos;

 Pouca interferência

governamental na definição das práticas contábeis;

 As demonstrações

financeiras buscam atender em primeiro lugar os

investidores.

 Profissão contábil fraca e

atuante;  Forte interferência governamental no estabelecimento de padrões contábeis, notadamente a de natureza fiscal;  As demonstrações

contábeis buscam atender primeiramente os credores e o governo;

 Importância de Instituições

Financeiras como fonte de captação de recursos, em vez do mercado de capitais.

MODELO ANGLO-SAXÃO

Grã-Bretânia, Austrália, Nova Zelândia, EUA, Canadá, Índia,

Africa do Sul, Malásia

MODELO CONTINENTAL

Alemanha, França, Japão, Itália, Bélgica, Espanha, América do Sul, Leste Europeu

Essa é uma

classificação

dentre várias

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12 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

CAUSAS DAS DIFERENÇAS NOS

FINANCIAL REPORTING

(B. ELLIOT & J. ELLIOT)

 Características do sistema legal nacional;

 Maneira de captação de recursos pelas empresas;  Relacionamento entre Fisco e Contabilidade;

 Influência e status da profissão;

 Nível de desenvolvimento da Teoria de

Contabilidade;

 Acidentes históricos (2ª. Guerra, Colonização)

 Linguagem (formas de comunicação e tipo de língua)

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13 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

CAUSAS DAS DIFERENÇAS NOS

FINANCIAL REPORTING

(SAUDAGARAN)

 Tipo de mercado de capitais;

 Tipo de regimes ou critérios de estrutura e

apresentação de demonstrações contábeis;

 Tipo de empresa;

 Tipo de sistema legal (common-law ou code-law);  Nível de exigência;

 Nível de inflação

 Vinculação econômico-política com outros países;  Status ou amadurecimento da profissão contábil;  Existência de um arcabouço teórico conceitual;  Qualidade da educação contábil

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 14 EXEMPLOS DAS DIFERENÇAS - EM 2005

INDÚSTRIA DE PRODUTOS COM LONGO PRAZO DE MATURAÇÃO (ESTRADAS, CONSTRUÇÃO CIVIL,

NAVIOS ETC.)  Reconhecimento do resultado ao término da execução de contratos;  Durante a produção os custos incorridos são considerados bens em produção no ativo;  Eventuais recebimentos antecipados considerados passivos;  Adia tributação e não distribui dividendos  Apuram o resultado durante a execução da obra;  Transforma em despesa dos custos incorridos na proporção de reconhecimento da receita, conforme o andamento das obras e trabalhos. Anglo-saxônica Alemanha Brasil 14  Apuram o resultado durante a execução da obra;  Transforma em despesa dos custos incorridos na proporção de reconhecimento da receita, conforme o andamento da obra ou pela proporção de custos incorridos.

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 15

EXEMPLOS DAS DIFERENÇAS -

EM 2005

INVESTIMENTO EM CONTROLADA

 Reconhece o lucro da investida apenas quando efetivamente transferidos para investidora;  Não distribui dividendos, enquanto isso;  Evita enfraquecer patrimônio da investida, melhora a garantia ao credor;  Para avaliar desempenho da investida, solicitam a demonstração contábil.  Aplicam a Equivalência Patrimonial para reconhecer resultado na investidora por regime de competência;  Apenas nas investidas pelo método de custo, aguarda-se o recebimento efetivo; Anglo-saxônica Alemanha Brasil 15  A lei 6.404/76 previa tratamento idêntico ao modelo anglo-saxônico.  Prevalência da essência sobre a forma.

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 16

EXEMPLOS DAS DIFERENÇAS -

EM 2005

AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTO VIA LEASING

(MAIOR PARTE DA VIDA ÚTIL, VALOR EQUIVALENTE AO FINANCIADO, RESPONSÁVEL POR MANUTENÇÃO E USUFRUTO)

 Importante resguardar a

forma, segundo o contrato;

 Manter o bem no ativo da

arrendadora;

 Não há registro de dívida

na arrendatária;

 Registro das parcelas

devidas como despesas de aluguel;

 Contabiliza o bem pelo

valor simbólico ao final do contrato;

 A arrendadora reconhecerá

como receita os valores contratados nos

respectivos vencimentos.

 Prevalece a essência sobre a

forma;

 Na forma é aluguel, mas na

essência é compra financiada;

 O bem é contabilizado na ativo

da arrendatária;

 Registro das parcelas de

leasing entre as obrigações;

 Pagtos. mensais: parte é o

principal e parte são os juros;

 Bem depreciado pela vida útil

na arrendatária;

 Registro do empréstimo na

arrendadora (receita financeira).

Direito Anglo-saxônica Direito Romano 16

Como

tratar o

leaseback?

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17 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

INFLUÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA

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18 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

E O BRASIL?

 Até 1977 – Prevalência da linha italiana da

Contabilidade Fiscal – Normatização Contábil pela Receita Federal;

 Após a Lei 6.404/76 (em vigor a partir de 1978)

aproximação do Brasil ao mundo anglo-saxônico (EUA);

 Criação da CVM separada do Banco Central;  Tentativa de desenvolver o mercado acionário –

Produção de informação para ñ detentores do poder;

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19 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

O BRASIL E A LEGISLAÇÃO FISCAL

 Art. 177 – A escrituração da companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de

Contabilidade geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios uniformes no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de competência. § 2º. – A companhia observará em registros auxiliares, sem modificação da escrituração mercantil e das

demonstrações reguladas nessa Lei, as disposições da lei tributária ou de legislação especial sobre a atividade que constitui seu objeto, que prescrevem métodos ou critérios contábeis diferentes ou determinem a elaboração de

outras demonstrações financeiras.  LALUR – Decreto Lei 1.598/77

19 Mas o fisco nunca aceitou a condição de secundário, e

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P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s 20

DIFERENTES CULTURAS E

DOUTRINAS DO DIREITO

LEVARAM A DIFERENTES

CONTABILIDADES

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21 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

PROBLEMAS ORIUNDAS DAS

DIFERENÇAS:

 Diferentes formas de contabilidade atravancam e

encarecem os grandes movimentos migratórios de capital;

 Atravancam o comércio mundial, pois dificultam o

entendimento dos balanços uns dos outros;

 Muitas companhias são obrigadas a ter duas ou três

Contabilidades, centenas de regras contábeis para

mensurar o mesmo evento (consolidação e conversão);

 Falta de credibilidade da informação contábil que varia

de país para país ao sabor das normas em que foram aplicadas.

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22 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

CONFIGURAÇÃO DA CONVERGÊNCIA

DE NORMAS

 Disputa entre países pela prevalência de suas normas:  IASB – Internacional Accounting Standards Board

 FASB – Financial Accounting Standards Board (EUA)  Deve-se seguir a linha anglo-saxônica:

 Não necessariamente as americanas;

 Não necessariamente as normas, mas linha básica;

 Contabilidade voltada para investidores e credores (nessa

ordem);

 Prevalência da essência sobre a forma;

 Independência entre Contabilidade Societária e

Contabilidade Tributária;

 Adoção das normas do IASB para as Cias Abertas da

União Européia desde 2005;

 Atualmente são mais de 100 países.

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23 P ro fs . R e g in a V ila n o v a e N a d s o n A lv e s

PROCESSO DE CONVERGÊNCIA NO

BRASIL

 Lei 11.638/07 – Um rumo às Normas Internacionais;

 Instituição do CPC – Comitê de Pronunciamento Contábil;

 ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas;

 APIMEC – Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do

Mercado de Capitais;

 BOVESPA – Bolsa de Valores de São Paulo;

 CFC – Conselho Federal de Contabilidade;

 FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e

Financeiras;

 IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil

 Validação dos pronunciamentos do CPC:  CVM – Comissão de Valores Mobiliários  Banco Central

 SUSEP – Superintendência de Seguros Privados

 Pela formação jurídica, dificuldade de abandonar a idéia de ter regras contábeis em lei – Subjetividade responsável.

Referências

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