CAMPUS TIJUCA I 5º ANO –PROJETO BIOGRAFIAS NA QUARENTENA NOME:_________________________________________________________________________________
O que a Copa do Mundo Feminina revelou sobre a desigualdade de gênero?
Em junho de 2019, aconteceu mais uma edição da Copa do Mundo Feminina de futebol. Para além dos jogos em campo, um debate que chamou a atenção foi o relacionado ao ativismo das atletas por reconhecimento igualitário no esporte – tanto por parte das Federações esportivas responsáveis pelos jogos quanto dos patrocinadores tradicionais do futebol.
A História da Copa do Mundo Feminina
A primeira edição do torneio feminino foi realizada em 1991 na China. Contou com a participação de apenas 12 seleções – incluindo o Brasil, mas quem levou o título mesmo foram os Estados Unidos. Vale dizer que antes da competição ser oficialmente apoiada pela Federação Internacional de Futebol (FIFA), outras versões de torneios internacionais de futebol feminino já existiam desde 1970.
De 1999 a 2011, a Copa do Mundo Feminina de futebol contava com a participação de apenas 16 seleções. Somente em 2015 esse número foi ampliado para 24 – o qual permanece até hoje. Entre as seleções favoritas da competição estão Alemanha, Estados Unidos e Japão, que acumulam atualmente sete dos oito títulos entre si.
Apesar de o evento já parecer consolidado, pouco mais de 30 anos de existência, é grande o contraste quando comparado com a Copa do Mundo Masculina. Enquanto as mulheres ainda estão na oitava edição da competição, o futebol masculino celebra suas Copas desde 1930.
Em 2019, a oitava edição da Copa do Mundo Feminina foi realizada na França e veio com a promessa de trazer mudanças para o futebol feminino!
Por parte da FIFA, houve um aumento do prêmio geral a ser distribuído para as seleções participantes de U$ 15 milhões para U$ 30 milhões, e um aumento de U$ 2 milhões no prêmio das vencedoras da competição - U$ é o símbolo usado para o dólar. Além disso, houve grande comparecimento de público. A FIFA anunciou que a competição bateu o recorde de ingressos vendidos dois meses antes do mundial e as entradas para as finais e semifinais esgotaram em apenas 48 horas.
E no Brasil, houve mudanças? Sim! Pela primeira vez quatro canais nacionais possuíram os direitos de transmitir ao vivo a competição.
Mas você deve estar pensando: se ocorreram tantos avanços, por que o tema da desigualdade ainda é forte?
Por que ainda se fala em desigualdade de gênero?
Apesar de o dinheiro da FIFA direcionado à Copa do Mundo Feminina ter aumentado nos últimos anos, a quantia ainda não chega nem perto do que é destinado à Copa masculina. Enquanto as jogadoras competiram pelo prêmio de U$ 4 milhões no ano passado, a seleção masculina da França, campeã da Copa de 2018, levou para casa U$ 38 milhões – quase dez vezes mais do que o prêmio final oferecido para as mulheres!
E não é só no prêmio final que essa diferença astronômica pode ser percebida. Basta dizer que em 2019, enquanto as 24 seleções femininas dividiram os U$ 30 milhões do investimento geral como prêmio de participação, as seleções masculinas dividiram, no ano de 2018, U$ 400 milhões.
Então, se nem a FIFA dá a mesma atenção ao futebol feminino na maior competição mundial, o que acontece com as jogadoras?
O que os dados mostram?
Disponível em: https://www.politize.com.br/copa-do-mundo-feminina-e-desigualdade-de-genero/ (Acesso em 16/10/2020)
Em um rápido “Elas versus Eles”, o que chama a atenção é a desigualdade salarial entre jogadoras e jogadores. Obviamente, as diferenças salariais entre mulheres e homens não são restritas ao universo do futebol, e nem mesmo ao universo dos esportes. Em geral, as mulheres ganham em média 32% menos que os homens para desempenhar a mesma função segundo
dados do Fórum Econômico Mundial. Na elite do esporte as diferenças entre esses números impressionam.
Entre os salários: a melhor jogadora do mundo em 2018 – a mais bem paga do futebol feminino – Ada Hegerberg, ganha 208 vezes menos que o jogador Messi – o mais bem pago do futebol masculino. Na verdade, a situação é bem pior quando se percebe que o salário das cinco jogadoras mais bem pagas do futebol feminino somam menos do que o salário de um único jogador entre o “top 10” masculino.
Quando a questão envolve os rendimentos anuais entre os atletas – a soma do salário bruto: bônus + patrocínios – a situação é ainda mais díspar. A brasileira Marta, seis vezes melhor do mundo, obteve 267 vezes menos rendimentos que o Neymar. A jogadora não chega a receber 1% do rendimento anual do jogador!
Em 2018, a UN Women publicou uma comparação mostrando que apenas o salário anual de Messi naquele ano – €$ 83 milhões – era duas vezes superior ao salário combinado para 1 693 jogadoras – €$ 41,5 milhões – das sete ligas principais de futebol feminino - €$ é o símbolo usado para o euro. Além disso, o investimento em prêmios e participação em competições por time também diferem muito. Nos Estados Unidos, a Federação Americana de Futebol ofereceu um bônus pela participação da seleção feminina americana na Copa do Mundo Feminina de 2015 TRÊS vezes inferior ao pago para os homens na participação da Copa do Mundo de 2014. O detalhe: a seleção feminina foi consagrada campeã em 2015, enquanto a equipe masculina foi eliminada nas oitavas de final em 2014.
Explorando o texto e entendendo um pouco mais sobre o assunto...
É importante conhecer o significado de algumas palavras ou expressões para melhor compreensão do texto como um todo. Segue então um pequeno glossário:
• ativismo: luta por uma causa; • díspar: que é diferente, desigual;
• dólar: é a moeda oficial americana, ele é usado como moeda oficial em outros países também. O símbolo U$ é a forma de representação na escrita numérica: ex. 35 dólares e quinze centavos – U$ 35,15;
• euro: é a moeda oficial usada por um grupo de países da Europa que fizeram um acordo para usarem uma mesma moeda. O símbolo €$ é a forma de representação na escrita numérica: ex. 35 euros e quinze centavos – €$ 35,15;
• patrocinadores: pessoas ou empresas que dão apoio financeiro, assistencial e/ou de promoção e propaganda para uma pessoa, grupos de pessoas, equipes ou eventos; • salário bruto: é a soma de todos os valores que uma pessoa recebe por seu trabalho sem
nenhum tipo de desconto, como por exemplo os impostos;
• UN Women: Entidade das Nações Unidas (ONU) que luta pela igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres, também conhecida como ONU Mulheres (em inglês: UN Women, em francês: ONU Femmes).
1. De acordo com o texto, marque a(s) alternativa(s) que, além dos jogos em campo, também chamou(ram) a atenção das pessoas na Copa do Mundo Feminina de Futebol de 2019.
(A) O ativismo das atletas por melhores condições de gramado e uniforme. (B) O debate sobre o igual reconhecimento entre homens e mulheres no futebol. (C) A busca por prêmios em dinheiro maiores do que da Copa do Mundo Masculina. (D) O ativismo pela prática do futebol apenas por mulheres.
2. Sobre a história da Copa do Mundo Feminina, julgue as informações abaixo como (C) certas ou (E) erradas.
( ) Os torneios internacionais de futebol feminino só iniciaram em 1991 a partir do apoio da FIFA (Federação Internacional de Futebol).
( ) A última Copa do Mundo feminina ocorreu em 2019 trazendo algumas mudanças como: aumento de U$ 2 milhões no prêmio das vencedoras e triplicação do prêmio geral a ser distribuído para as seleções participantes.
( ) Se esse campeonato acontece de 4 em 4 anos e o primeiro foi em 1991 na China, a quinta edição da Copa do Mundo Feminina de Futebol se deu no ano de 2007.
( ) No último campeonato, algo inédito aconteceu no Brasil: quatro canais nacionais de televisão transmitiram ao vivo os jogos.
→ Após analisar as afirmações acima, marque o que podemos concluir. (A) Há 3 informações erradas e apenas 1 certa.
(B) Há 3 informações certas e apenas 1 errada.
(C) Há a mesma quantidade de informações certas e erradas. (D) Todas as afirmações estão corretas.
3. Vimos que o prêmio geral da Copa do Mundo Masculina é de 400 milhões de dólares,
enquanto o prêmio do mesmo torneio Feminino é de 30 milhões de dólares. Considerando essas informações faça o que se pede nos itens a seguir:
a) Usando a ilustração abaixo, dividida o prêmio geral da Copa do Mundo Masculina em partes iguais e registre a quantidade encontrada em cada espaço abaixo:
* E aí, quantos dólares ficaram em cada “pedaço”? _______________________________________ * Quantos “pedaços” do prêmio do campeonato masculino seriam necessários para formar o prêmio da Copa do Mundo Feminina? ___________________________________________________ Você pode pintar os espaço para destacá-los!
b) Achou justo o prêmio para cada um dos campeonatos? Por quê?
_______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ _______________________________________________________________________________________________ 4. Releia uma parte do texto a seguir:
“Entre os salários: a melhor jogadora do mundo em 2018 e mais bem paga do futebol feminino, Ada Hegerberg, ganha 208 vezes menos que o jogador Messi – o mais bem pago do futebol masculino. Na verdade, a situação é bem pior quando se percebe que o salário das cinco
jogadoras mais bem pagas do futebol feminino somam menos do que o salário de um único jogador entre o “top 10” masculino.”
→ Agora, vamos buscar entender o porquê se chegou a conclusão destacada acima comparando com os dados do infográfico de 2018 que também faz parte do texto. Para isso, some os salários das 5 jogadoras mais bem pagas.
* Qual total, em euros, você achou ao somar o salário das 5 jogadoras?
______________________________________________________________________________________________ É tanto zero né... então cuidado para não confundir! Aí vai uma ajudinha! No infográfico, há a
informação de que o salário da jogadora Amandine Henry é de 360 mil euros. 360 mil é a mesma coisa que 360.000!
* Qual a diferença entre esse total e o salário do jogador Messi?
5. Lendo o texto é possível perceber que essa desigualdade salarial entre mulheres e homens não acontece apenas no Brasil e nem somente no futebol. Retire reescreva um fragmento do texto, que comprove essa afirmação.
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Pensando no pedido que Marta fez, na leitura do texto e naquilo que entende como justo e certo, utilize uma folha em branco para fazer um desenho, tirinha ou charge que ajude na luta por direitos iguais para mulheres e homens no futebol.
Não esqueça de caprichar! Espaço para cálculos...
É certo ganharmos menos que os meninos?
