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A COLETA SELETIVA COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: O CASO DA COLETA SELETIVA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA E GESTÃO CURSO DE TECNOLOGIA EM GESTÃO PÚBLICA

A COLETA SELETIVA COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA

NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: O CASO DA COLETA

SELETIVA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

CILYANE DOS SANTOS BARBOSA

João Pessoa - PB Novembro - 2015

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A COLETA SELETIVA COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA

NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: O CASO DA COLETA

SELETIVA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

CILYANE DOS SANTOS BARBOSA

Orientador: Professor Dr. Marco Antônio de Castilhos Acco

TCC apresentado por Cilyane dos Santos Barbosa como exigência do curso de graduação em Tecnologia em Gestão Pública da Universidade Federal da Paraíba sob a orientação do professor Dr. Marco Antônio de Castilhos Acco.

João Pessoa - PB Novembro - 2015

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A COLETA SELETIVA COMO INSTRUMENTO DA POLÍTICA

NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS: O CASO DA COLETA

SELETIVA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

CILYANE DOS SANTOS BARBOSA

Aprovada em 24/11/2015.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________

Prof. Dr. Marco Antônio de Castilhos Acco (Orientador)

Universidade Federal da Paraíba - UFPB

__________________________________________________

Prof. Prof. Eddla Pereira

__________________________________________________

Prof.

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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

B238c Barbosa, Cilyane dos Santos.

A coleta seletiva como instrumento da política nacional de resíduos sólidos: o caso da coleta seletiva do município de João Pessoa / Cilyane dos Santos Barbosa. – João Pessoa: UFPB, 2015.

43f. : il.

Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio de Castilhos Acco.

Monografia (Graduação em Tecnologia em Gestão Pública) – UFPB/CCSA.

1. Administração pública. 2. Sistemas de coleta de lixo. 3. Coleta seletiva – João Pessoa - PB. 4. Resíduos sólidos – João Pessoa - PB. 5. Educação ambiental. I. Título.

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RESUMO

Este trabalho tem como objetivo tratar do tema de Coleta Seletiva, em especial no Município de João Pessoa, realizando uma análise dos pontos positivos e negativos desse programa, que tem por objetivo colaborar para o desenvolvimento sustentável, realizando um maior aproveitamento dos resíduos sólidos. Para um maior entendimento, serão apresentadas algumas experiências internacionais e nacionais a cerca do tema proposto, como também mostrar alguns pontos essenciais da Política Nacional de Resíduos Sólidos, em conjunto com a importância da educação ambiental para disseminação da prática e real execução do programa de coleta seletiva.

Palavras chaves: Coleta seletiva, resíduos sólidos, educação ambiental, Sistemas de coleta de lixo, Administração pública.

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ABSTRACT

This paper aims to address the selective collection of theme, especially in the city of João Pessoa, performing an analysis of the strengths and weaknesses of the program, which aims to contribute to sustainable development, making better use of solid waste. For a better understanding, it will present some international and national experiences about the proposed theme, but also show some essential points of the National Solid Waste Policy, together with the importance of environmental education for dissemination of practice and actual implementation of the collection program selective.

Keywords: Selective collect, solid waste, environmental , education Garbage collection systems , Public Administration.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...7

2. COLETA SELETIVA: BREVE HISTÓRICO DA COLETA SELETIVA NO BRASIL...8

2.1 - Histórico da Coleta Seletiva e suas principais formas no Brasil...8

2.2 - Principais dados da coleta seletiva no Brasil...10

3. AGENDAS ESTRUTURANTES DA COLETA SELETIVA ...13

3.1 - Resíduos: Coleta Seletiva e Reciclagem...13

3.2 - Educação Ambiental...17

4. EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS DE COLETA SELETIVA E REAPROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS...20

4.1 - Borás, Suécia: a cidade que sabe reciclar...21

4.2 - Japão...25

4.3 - Modelo Europeu na prática: a experiência de Barcelona, Espanha...27

4.4 - Curitiba...29

4.5 - Porto Alegre...32

5. EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA...34

5.1 - Caracterização do município e histórico da coleta seletiva...34

5.2 - Pontos positivos e negativos da organização da Coleta Seletiva no município...35

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...40

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1.INTRODUÇÃO

O crescimento acelerado da população e as facilidades de uma vida moderna estão desencadeando vários problemas, dentre eles a produção de uma grande quantidade de resíduos, não contribuindo com o desenvolvimento sustentável.

O lixo tornou-se uma das principais preocupações da atualidade, muitas cidades produzem uma assustadora quantidade de lixo por dia, onde muitas vezes a destinação dos mesmos não é realizada de forma correta, contribuindo para o aumento da poluição ambiental. Outro fator importante, é que grande parte dos resíduos descartados poderiam ser reciclados, reduzindo o seu acúmulo nos aterros sanitários.

Segundo o Panorama dos resíduos sólidos no Brasil, apresentado pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública – ABRELPE (2014), constatou que houve uma geração de aproximadamente 78,6 milhões de toneladas, representando 2,9% de aumento em relação ao ano de 2013, sendo esse índice superior à taxa de crescimento populacional no país. A pesquisa traz um dado alarmante, 38,5% da população brasileira, equivalente a 78 milhões de brasileiros, não tem acesso a serviços de tratamento e destinação correta dos resíduos, sendo necessário programas que ajam mais fortemente no sentido de envolver a população nessa problemática, com o objetivo de reduzir a chegada dos resíduos aos aterros sanitários.

O programa de Coleta seletiva foi criado, com intuito de diminuir os resíduos enviados para os aterros sanitários ou para lugares inapropriados, por meio da separação de materiais que podem ser reciclados e reutilizados, na própria fonte geradora.

A coleta seletiva torna-se um instrumento valioso da Política Nacional de Resíduos Sólidos, na medida em que conscientiza o cidadão de que se faz necessário adotar determinadas práticas, para que ele contribua para a redução na geração de resíduos e aumentem os processos de reciclagem e reutilização dos mesmos, visando à preservação ambiental.

Este trabalho tem como objetivo, analisar a agenda de Coleta Seletiva, em especial no Município de João Pessoa, buscando identificar as práticas adotadas e a real

execução do programa, tendo como agendas estruturantes o

acondicionamento/tratamento dos resíduos sólidos e a educação ambiental como elementos fundamentais para a evolução do programa de coleta seletiva.

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Para alcançar tal objetivo, no segundo capítulo traçaremos o histórico e as formas da coleta seletiva no Brasil, bem como os principais dados em relação ao desenvolvimento do programa no país. No decorrer do terceiro capítulo, abordaremos as agendas estruturantes do programa, que são os resíduos sólidos e a educação ambiental.

No quarto capítulo, o trabalho aprofundará no tema da coleta seletiva, trazendo três experiências internacionais bem sucedidas, que acontecem nas cidades de Borás, na Suécia, em Barcelona, na Espanha e a experiência nacional do Japão, assim como também a realidade brasileira nas cidades de Curitiba e Porto Alegre. No quinto capítulo falaremos da realidade no município de João Pessoa, os trabalhos desenvolvidos para a evolução do programa de coleta seletiva no município, concluindo no sexto capítulo com as considerações finais.

2. BREVE HISTÓRICO DA COLETA SELETIVA NO BRASIL

O aumento da concentração de pessoas nos grandes centros urbanos, sem uma devida estruturação, desencadeia vários problemas, dentre eles o acúmulo de resíduos sólidos e consequentemente a disposição inadequada dos mesmos, tomando proporções gigantescas.

A seguir faremos um breve histórico dos primeiros indícios de coleta seletiva no Brasil, bem como as principais formas, benefícios, custos e as cidades brasileiras que levam a sério a problemática dos resíduos sólidos.

2.1 Histórico da coleta seletiva e suas principais formas no Brasil

Não é de hoje que o Brasil começou a ter contato com o mundo da coleta seletiva. Segundo estudos realizados por Helena Ribeiro e Gina Rizpah (2011), os primeiros indícios tiveram início por volta de 1985, ganhando maior destaque no ano de 1990, graças a parcerias das administrações municipais e associações, catadores organizados e cooperativas.

A principal referência para Karina Peixoto, Vânia Campos e Márcio D’Agosto (2005), a respeito de implantação de coleta seletiva, foi um programa do bairro São Francisco, em Niterói no Estado do Rio de Janeiro, por volta de 1985, na forma de uma

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iniciativa que contou com a parceria entre a Universidade Federal Fluminense e o Centro Comunitário São Francisco, com o intuito de permitir a análise da viabilidade da coleta seletiva de lixo no Brasil e fortalecer as atividades comunitárias no centro. Inicialmente foram escolhidas cem casas em pontos estratégicos, nas quais foram entregues uma caixa de papelão e um vasilhame de plástico, para que os materiais como papel e papelão fossem colocados na caixa e vidros, plásticos e metais, fossem colocados no vasilhame, para coleta em dois dias da semana. Todavia, com a execução da política, conclui-se que seria necessária apenas uma coleta por semana, o que é mantido até os dias de hoje.

Apesar dos vários anos trabalhando com programa de coleta seletiva, o Brasil ainda não amadureceu totalmente a idéia de que é necessário disseminar a importância deste programa em todas as regiões, pois todos os anos milhares de toneladas de resíduos que poderiam estar sendo aproveitadas estão sendo descartados sem a menor atenção.

Para auxiliar no aproveitamento dos resíduos sólidos, logo na real execução de programas de coleta seletiva são utilizadas basicamente duas maneiras para a coleta dos resíduos, a coleta porta a porta e os pontos de entrega voluntária – PEV. Dependendo de cada realidade podem ser utilizados os dois meios de coleta ao mesmo tempo, acelerando o processo de recolhimento e separação dos resíduos.

No artigo “A Coleta Seletiva e a Redução dos resíduos sólidos”, Karina Peixoto, Vânia Campos e Márcio D’Agosto (2005), realizam uma análise dos pontos positivos e negativos das duas formas de coleta seletiva existentes no Brasil, merecendo destaque os seguintes pontos:

No caso dos PEVs, são considerados pontos positivos, o fato de serem devidamente identificados para receber os materiais já separados na fonte geradora do resíduo, sendo instalados em lugares estratégicos e de fácil acesso, para uma maior abrangência, seguindo a resolução do CONAMA 275/01, permitindo que cada material seja descartado no coletor específico, sendo o azul para papel, o vermelho para plástico, o amarelo para metais e Verde para vidros. Esse método visa também facilitar a coleta, além de permitir a exploração dos PEVs, para publicidade, gerando parcerias. Porém, alguns pontos negativos necessitam ser destacados, pois nesse método de coleta é necessário um maior deslocamento da população, requer mais coletores, podendo sofrer vandalismo, levando em consideração que nem todas as pessoas têm a consciência de descartar cada resíduo no local adequado e isso acaba dificultando esse processo.

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No caso da Coleta Porta a Porta, pode existir uma parceria entre as Prefeituras e associações de catadores, utilizando carrinhos de coleta, como também um veículo coletor que percorre as vias públicas, recolhendo os materiais devidamente separados na fonte geradora em dias específicos, facilitando a parte de deslocamento da população, pois os resíduos separados serão disposto em frente aos domicílios e ou estabelecimentos, agilizando a chegada dos resíduos às centrais de triagem. No entanto, destaca-se negativamente o aumento dos custos de triagem, exige uma maior infraestrutura de coleta, aumentando os custos com transporte.

Podemos notar, que ambas as maneiras de coletar os resíduos necessitam de um contínuo aprimoramento e acompanhamento, sempre levando em conta a realidade de cada cidade que será implantada a coleta seletiva de resíduos sólidos.

2.2 Principais dados da Coleta Seletiva no Brasil

Com o passar dos anos o interesse pelo desenvolvimento sustentável vem aumentando no Brasil e em várias partes do mundo.

Várias pesquisas forma realizadas desde que surgiram os primeiros indícios de coleta seletiva no Brasil, vários dados relevantes são apontados, necessitando de um olhar mais criterioso e resolutivo na problemática do aumento dos resíduos sólidos e efetivação de programas que visem reduzir, reutilizar e reciclar tais resíduos.

O Compromisso Empresarial para Reciclagem – CEMPRE, uma associação sem fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem, fundada em 1992, e mantido por empresas privadas de diversos setores, realiza desde 1994 realiza estudos e reúne informações em relação a programas de coleta seletiva no Brasil. Para isso, a associação desenvolveu a pesquisa Ciclosoft, com abrangência nacional e periodicidade bianual de coleta de dados.

A seguir poderemos analisar a escalada do Brasil, no campo da coleta seletiva por meio de dados fornecidos pelo Site do CEMPRE, na pesquisa Ciclosoft 2014:

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Fonte: Ciclosoft, 2014

No ano de 2014 a pesquisa Ciclosoft nos municípios brasileiros e apontou dados que comprovam que o Brasil evoluiu nesse meio, porém necessita investir ainda muito mais nessa agenda, pois apenas 17% das cidades operam programas de coleta seletiva, sendo concentrada a maior parte na região sul e sudeste, como mostra o gráfico disponibilizado pelo CEMPRE:

Fonte: Ciclosoft 2014

Como pode ser constatado, a região Nordeste apresenta apenas 97 experiências de coleta seletiva dentre os seus 1.794 municípios existentes na região, segundo dados do IBGE (Perfil dos Municípios Brasileiros 2009), o que significa que a apenas 5,4% dos municípios nordestinos desenvolvem experiências de coleta seletiva. Este indicador é relativamente baixo em relação aos constatados em outras regiões brasileiras: Centro-Oeste, com 13,3% de seus municípios com coleta seletiva, Sudeste, com 24,9% dos

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municípios e a região Sul, onde 28,3% dos municípios já dispõem dos serviços de coleta seletiva; a região Nordeste apresenta um desempenho melhor apenas em relação à região Norte, onde apenas 3,3% de seus municípios dispõem dos serviços.

Por meio desses dados é possível compreender que no sentido geral o Brasil demonstra-se imaturo no programa de coleta seletiva, se fazendo necessário uma maior divulgação e elaboração de projetos eficientes e eficazes, que surtam efeitos positivos e atinjam a população, de modo que a grande maioria conheça e participe de forma efetiva, realizando um melhor e maior aproveitamento dos resíduos.

Outros dados significativos são apresentados na Ciclosoft 2014, como:

• Cerca de 13% de brasileiros têm acesso a programas de coleta seletiva, um equivalente a 28 milhões de pessoas;

• Em 43% das cidades a coleta seletiva dos resíduos é realizada pela própria Prefeitura;

• Empresas particulares são contratadas para executar a coleta em 37% dos casos;

• 51% dos municípios apoiam ou mantém cooperativas de catadores como agentes exclusivos da coleta seletiva municipal.

• O custo médio da coleta seletiva nas cidades pesquisadas é de R$ 439,26, considerando que a taxa de coleta regular de lixo é de R$ 95,00, o custo da coleta seletiva ainda está 4,6 vezes maior que o custo da coleta convencional.

O custo de se manter um programa de coleta seletiva poderia ser diminuído, se houvesse um investimento maior em educação ambiental, levando em consideração a hipótese de que em países que possuem o programa de coleta seletiva mais desenvolvido, os custos tornam-se menores, pois os cidadãos contribuem efetivamente na separação correta dos resíduos, não sendo necessário uma segunda separação em centrais de triagem, diminuindo os custos com energia, material de trabalho, dentre outros, mostrando mais uma vez a importância de compreender e colocar em prática a educação ambiental.

A pesquisa também trouxe alguns dados sobre as formas de coleta seletiva nos municípios brasileiros, e constatou que maior parte dos municípios realiza a coleta porta a porta, sendo cerca de 80% dos casos. Já os municípios que utilizam os PEVs como

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alternativas para que a população tenha maior acesso a participação, chegando a cerca de 45% do universo de experiências em prática no país. Outro dado relevante é que continua avançando, tanto o apoio como a contratação de cooperativas de catadores, como parte integrante da coleta seletiva municipal, modalidade que alcança 76% dos casos. O gráfico a seguir extraído do site do CEMPRE.

Fonte: Ciclosoft, 2014

Todos esses dados nos dão um choque de realidade, demonstrando como se encontra a coleta seletiva de resíduos sólidos no Brasil. O que não falta é potencial para se explorar esse campo, trazendo mais benefícios mundo, pois produzimos várias toneladas de resíduos diariamente que poderiam ser reaproveitados, reciclados, diminuindo sua chegada aos aterros sanitários e aumentando a vida útil dos mesmos. As experiências internacionais e nacionais apresentadas brevemente adiante demonstram possibilidades reais, já em prática, de coleta e tratamento seletivo dos resíduos sólidos, indicando inúmeros ganhos e benefícios já alcançados em outros territórios.

3. AGENDAS ESTRUTURANTES DA COLETA SELETIVA

Diante da importância da coleta seletiva para a sociedade como um todo, é necessário entender duas estruturas fundamentais para tal processo: o primeiro é em relação aos resíduos sólidos, que estão crescendo em um número alarmante e é o principal objeto da coleta e o segundo que é a educação ambiental, responsável pela disseminação, conscientização e envolvimento dos cidadãos.

3.1 Resíduos: Coleta Seletiva e Reciclagem

As definições do que vem a ser resíduo e lixo são muito semelhantes, podendo até muitas vezes ficar entendido como sendo a mesma coisa. Porém, o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, distingue como sendo “Lixo: 1- Aquilo que se varre de

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casa, do jardim, da rua e se joga fora; entulho. 2 – Tudo o que não presta e se joga fora. 3- Sujidade, sujeira, imundice. Enquanto os resíduos são destacados como sendo: 1- Remanescentes. 2- Aquilo que resta de qualquer substância; resto. 3- O resíduo que sofreu alteração de qualquer agente exterior, por processos químicos, físicos etc”.

Levando em consideração o ponto de vista ambiental, um dos diferentes tipos de poluição é a causada por resíduos sólidos, que de acordo com a Norma Técnica 10004/1987, do Ministério do Meio Ambiente, o define como: Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade, de origem: industrial, comercial, agrícola, de serviços e de varrição.

Devido a um aumento do estilo de vida consumista da população, a produção de tais resíduos evoluiu muito com o passar dos tempos, se tornando um problema relevante para a sociedade, contribuindo para uma maior poluição do meio ambiente, sendo de suma importância a criação de hábitos que visem à redução, reutilização e reciclagem dos mesmos.

O art.225 da Constituição Federal Brasileira de 1988 dispõe que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. A luta pela preservação do meio ambiente é um dos assuntos mais comentados na atualidade, os programas e projetos destinados a sua conservação, são de números crescentes e abordam amplas problemáticas ambientais, visando uma maior interação da população com o meio ambiente e minimização dos danos causados ao mesmo.

Tudo isso nos leva a pensar que a nossa relação com o meio ambiente, está muito conturbada, principalmente no que diz respeito à geração de resíduos, pois, o nosso consumismo nos leva a utilizar cada vez mais matérias primas e consequentemente contribuímos para um aumento dos mesmos, e por não haver um hábito de reutilizar e reciclar e até mesmo de não descartá-los de forma ambientalmente adequada, a quantidade que chega aos aterros sanitários é absurda, e muitos dos resíduos poderiam ter passado por um processo de reutilização ou de reciclagem, ajudando a elevar o tempo de utilidade dos aterros.

No dia 02 de agosto de 2010, foi instituída a Lei 12.305, que designa a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), dispondo sobre seus princípios, objetivos e

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instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos (incluídos os perigosos), às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. Essa lei é de suma importância, pois, direciona toda a sociedade, para um melhor aproveitamento dos resíduos, tanto para a questão da reciclagem, como para uma destinação ambientalmente adequada dos mesmos, dentre outros fatores relevantes que contribuem para uma maior preservação do meio ambiente.

A política Nacional de Resíduos Sólidos é a política pública que reúne o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações desenvolvidas pelo Governo Federal por si próprio ou mediante o regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Ela é parte integrante da política Nacional de Meio Ambiente, devendo ser implementada de forma articulada com a Política Nacional de Educação Ambiental, prevista na Lei n° 9.795, de 27 de abril de 1999 [...] (ANTUNES, 2014, p. 995).

No seu art.6° a lei 12.305/2010, específica os seus princípios, sendo alguns deles: I – A prevenção e a precaução;

IV – O desenvolvimento sustentável;

VII – A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos;

VIII – O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;

IX – O respeito às diversidade locais e regionais;

X – O direito da sociedade à informação e ao controle social.

Todos esses princípios são relevantes para a construção de uma sociedade mais envolvida com o meio ambiente, como por exemplo, na preservação, geração de renda por meio dos materiais reciclados, no acompanhamento da questão de limpeza urbana, tudo isso visando o desenvolvimento e crescimento sustentável.

Os objetivos propostos pela Política Nacional de Resíduos Sólidos são muitos e estão especificados em seu Art. 7°, destacando-se: não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo

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de bens e serviços; adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.

Quanto aos instrumentos da PNRS, observa-se a integração de vários itens que são de suma importância para a eficiência e eficácia da mesma e que englobam a sociedade, o setor público e privado. Podemos destacar como exemplos desses instrumentos: a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; a educação ambiental; os incentivos fiscais, financeiros e creditícios; o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis.

A lei norteia também a elaboração, com diversas especificações, do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que fica sob a responsabilidade da União e sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, dos Planos Estaduais de Resíduos Sólidos, que é a condição para que os Estados tenham acesso recursos da União, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à gestão de resíduos sólidos. Norteia também a elaboração dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, que também é uma condição para que os municípios tenham acesso à recursos da União ou por ela controlados, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos.

Um fato importante da lei 12.305/10, é que todos os municípios brasileiros terão que elaborar os Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, destacando que os municípios com menos de 20 mil habitantes, realizarão o plano de forma simplificada, podendo haver um consórcio intermunicipal, para tornar viável a gestão dos resíduos sólidos, por meio da criação de aterros sanitários e consequentemente o fechamento dos lixões, que trazem vários problemas e riscos para a saúde pública e para o meio ambiente.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente - MMA, em conformidade com a lei 12.305/10, os municípios teriam um prazo até 2 de agosto de 2014, para desativar e recuperar as áreas dos lixões e dispor os rejeitos de forma ambientalmente adequada, por meio dos aterros sanitários, podendo esses municípios estarem sujeitos a multas que

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variam de R$ 5 mil à R$ 50 milhões, dependendo do agravante. Porém, como o prazo para tal realização já chegou ao limite, o governo não demostrou interesse na sua prorrogação, mas, está em negociação com o Ministério Público para buscar soluções por meio dos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), para que os municípios se enquadrem e consigam abolir de vez esse grande problema que são os lixões.

De acordo com o MMA, a ampla fiscalização se dará por autoridades competentes e os funcionários de órgãos ambientais que constituem o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), bem como os agentes das Capitanias dos Portos, do Ministério da Marinha, órgãos estaduais e municipais de meio ambiente, como também o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).

A elaboração da Política Nacional de Resíduos Sólidos, vêm definitivamente como uma avanço significativo, contribuindo sem dúvidas para o desenvolvimento sustentável do Brasil, é notório que estamos na fase inicial de um processo tão intenso e de grande valor, porém para alcançarmos voos maiores é necessário a participação efetiva de todos, desde a não geração de resíduos até o descarte ambientalmente adequado.

3.2 Educação Ambiental

Tudo parte do princípio de que educar é preciso, e em relação ao meio ambiente não é diferente. Infelizmente é bem comum ver pessoas jogando resíduos ou rejeitos nas ruas, e isso vai de um papel de bombom até uma geladeira sem utilidade (e mesmo automóveis), sempre achando que nada vai atrapalhar ou gerar problemas, ou, pior ainda, não se tendo consciência alguma sobre o ato de descarte de seus resíduos. Porém, basta um momento de chuvas intensas e o problema vem bater à porta, os famosos alagamentos ou enchentes, daí ficamos tentando achar a resposta para tal acontecimento, se muitas vezes nós mesmos contribuímos efetivamente com isso e nem nos damos conta que aquele plástico jogado na rua acumulou com outros resíduos e entupiu bueiros, causando esses acontecimentos nada agradáveis, sem contar o fato de que certos resíduos levam cerca de mais de 400 anos para se decompor, gerando estragos por muito mais tempo.

Determinadas pessoas, tentam dar desculpas para o ato de jogar resíduos em vias públicas, afirmam que não há lixeira suficiente, ou que é papel dos agentes de limpeza pública manterem a rua limpa. Porém, esse tipo de argumento é equivocado, pois o que podemos presenciar muitas vezes é que a lixeira está bem próxima da pessoa e mesmo

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assim ela ainda joga fora do lugar apropriado, ajudando a aumentar o número de resíduos nas vias e dificultando o trabalho dos agentes, que acabam não dando conta de tantos rejeitos descartados em lugares inadequados, o que contribui esse tipo de atitude contribui certamente para a poluição do meio ambiente. O problema fundamental aqui é a falta de consciência de que cada um é responsável por todo resíduo que produz, e deve ser responsável por sua destinação adequada, cabendo ao poder público proporcionar os meios adequados para que isso ocorra.

Diante desses fatos, o papel da educação ambiental é muito importante na disseminação de uma nova maneira de pensar e agir em relação ao meio em que vivemos e na preservação do mesmo, se tornando um instrumento valioso de conscientização nos programas de Coleta Seletiva, visando um maior aproveitamento dos resíduos e diminuição da chegada dos mesmos aos aterros sanitários.

É necessário pensar na elaboração de programas relacionados à educação ambiental, que não se resumam apenas a educação formal, mas, que estejam voltados a atingir principalmente a parte da sociedade menos privilegiada, pois, essa camada da sociedade exerce um papel essencial no sucesso dos programas de coleta seletiva, já que a quantidade de resíduos que deixam de ser aproveitados por falta de informação é muito grande. Trazer a sociedade para perto, a fim de vivenciar experiências voltadas para as práticas de preservação ambiental, como a coleta seletiva, torna-se essencial para que o cidadão sinta-se realmente envolvido e faça valer tal processo.

Em 27 de abril de 1999, foi sancionada a Lei 9.795 e em seu Art. 1° define educação ambiental como: “Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”. Esta Lei dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental.

Como explica Antunes, a educação ambiental para a adequada gestão dos resíduos sólidos:

é parte integrante da Política Nacional de Resíduos Sólidos e tem como objetivo o aprimoramento do conhecimento, dos valores, dos comportamentos e do estilo de vida relacionados com a gestão e o gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos (ANTUNES, 2014, p.1037).

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A criação desta lei foi de suma importância, traz a tona a discursão de várias áreas pertinentes à educação ambiental, confirmando em seu Art.2° que é um componente essencial e permanente da educação nacional, acrescentando em seu Art.3° que todos têm direito a educação ambiental, que deve fazer parte de um processo educativo mais amplo.

O Art. 5° da Lei 9.795/99 traz os objetivos fundamentais da educação ambiental, destacando-se o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, como também o fortalecimento da cidadania. Confirma-se ainda, que têm que haver um envolvimento da sociedade, órgãos públicos, empresas e etc., cada um com sua responsabilidade.

A Lei de educação ambiental, faz especificações de como serão desenvolvidas as atividades tanto no modo formal, que são realizadas nas salas de aula em todos os níveis de ensino, sendo assegurado no Art.10, que será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis de ensino. Faz também referência ao modo de Educação Ambiental Não-Formal, especificadas no Art. 13, como sendo ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente.

Tanto a educação formal como a não-formal, trazem benefícios imensos para o meio ambiente, porém várias práticas ainda precisam ser levadas a sério tanto pela sociedade, como pelo Governo e Empresas Privadas. Ações voltadas à preservação e conservação do meio ambiente não podem ser tratadas como segundo plano, pois tiramos dele matérias primas essências para suprir as nossas necessidades e grande parte dos recursos não são renováveis, podendo haver uma escassez e até mesmo desaparecimento dos mesmos.

Sabemos que o processo de educar as pessoas não é tarefa fácil, principalmente quando há um tipo de cultura já estabelecida, porém não podemos deixar de destacar que tal gesto é de extrema importância para o sucesso de programas como o caso da coleta seletiva. Nada é impossível, é necessário dar o primeiro passo e servir de exemplo para os demais, com isso não vamos apenas ajudar a preservar o meio em que vivemos para as gerações futuras, mas deixar pessoas melhores para continuarem preservando o meio ambiente.

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4. EXPERIÊNCIAS BEM SUCEDIDAS DE COLETA SELETIVA E REAPROVEITAMENTO DOS RESÍDUOS

A coleta seletiva é levada muito a sério em várias cidades, países e mesmo, progressivamente em continentes no mundo. São vários casos de sucesso desse tipo de programa, que contribuem com a preservação do meio ambiente, ao mesmo tempo em que geram ocupações, empregos, renda energia, combustível, adubos e diversas formas de reuso e reciclagem, dentre outros fatores extremamente importantes para o desenvolvimento sustentável das mesmas.

Nesta seção, nos dedicaremos a apresentar sinteticamente três experiências internacionais bem sucedidas de coleta seletiva em três escalas diferentes: a experiência da cidade de Borás, na Suécia, a experiência nacional do Japão e a experiência da coleta subterrânea em implantação no continente Europeu, inicialmente aplicado em 50 cidades europeias, sendo que neste trabalho abordarei o caso de sua implantação na cidade de Barcelona, na Espanha. Adicionalmente, apresento duas experiências de capitais brasileiras referências em nosso país:Curitiba, no Paraná, e Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul.

Tratam-se de referências que podem nos ajudar a encontrar meios eficazes, capazes de indicar alternativas consistentes, já testadas e aprovadas pela população e os governos daqueles territórios, e que podem ser bastante úteis para a superação da atual situação vivida em nosso País, em relação à efetiva elaboração e execução de programas de coleta seletiva. Naturalmente, estas experiências não podem ser simplesmente copiadas, mas devem servir de referências, levando em consideração as condições ambientais, econômicas, socioculturais de cada realidade. Estas referências demonstram, no mínimo, que soluções consistentes para ambientes complexos de gestão de resíduos sólidos já estão ocorrendo, e que é, portanto, possível superar as dificuldades encontradas.

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4.1 Borás, Suécia: a cidade que sabe reciclar

A cidade fica localizada no sul da Suécia, possui cerca de 105.000 habitantes e 1500 empresas encontram-se instaladas no seu território. Borás desenvolve práticas inovadoras capazes de transformar sustentavelmente toneladas de lixo e ficou conhecida como “a cidade mais limpa do mundo”. Tal reconhecimento vem do sucesso do programa de coleta seletiva, em Borás o aproveitamento dos resíduos atinge a faixa de 100%, sendo 99% reaproveitado e apenas 1% vira rejeito.

Segundo o artigo de Emi Sasagawa, no site As boas novas, tudo começou em 1988 com cerca de 3 mil famílias da cidade. Afirma o professor de Engenharia Mohammad Taherzadeh, da Universidade de Borás, que tal processo tinha como foco melhorar a coleta e destino final do lixo produzido na cidade. Em 1995 apenas 10% do lixo de Borás era destinado aos aterros, o sucesso do projeto foi tanto que hoje, todo o município participa, tendo como princípio que tudo pode ser transformado em algo útil, sendo chamado na expressão de 'Waste Recovery'.

Para ter alcançado tanto sucesso neste programa, e num espaço relativamente curto de tempo, foi necessário o comprometimento de todos que constituem o município de Borás. A população e as empresas ficam responsáveis pela separação dos resíduos em orgânicos e inorgânicos, separados devidamente em sacos pretos e brancos, respectivamente. O Governo, por sua vez, financia o projeto e gere o programa, que conta com 80 postos de recolhimento dos resíduos previamente separados e organizados pela população e pelas empresas. A Universidade de Borás atua integrada fortemente ao programa com o objetivo de desenvolver projetos tecnológicos de transformação e aproveitamento dos resíduos, enquanto a empresa SP Technical Research Institute of Sweden que é controlada pelo governo nacional sueco, fica responsável em transformar os resíduos em energia elétrica e biogás.

A divisão dos resíduos é realizada da seguinte forma: todo o lixo orgânico que é cerca de 30%, é transformado em biogás e usado para abastecer os carros, ônibus e caminhões de lixo da cidade. O lixo inorgânico que atinge 70% do lixo produzido na cidade, é dividido em três partes: 27% são da reciclagem, sendo os resíduos revendidos a empresas fora da cidade, a incineração gira em torno de 42%, tendo como objetivo a

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geração de energia elétrica e a combustão apenas de 1% referente aos resíduos hospitalares e tóxicos que não podem ser reaproveitados, chegando na faixa de 100% de aproveitamento dos resíduos. No tocante à separação efetuada pela população e empresas, há um sistema de separação de vidros (e destes, entre vidros coloridos e transparentes); Metais; embalagens plásticas; jornais e revistas; papéis e embalagens de papel; e embalados em material claro e transparente, lâmpadas e baterias, além dos resíduos tóxicos, como pesticidas, óleo e termômetros de mercúrio, segundo o manual de classificação de resíduos em Borás.

Abaixo, o modelo do Sistema de gestão dos resíduos na cidade de Borás, encontrado no Site As Boas Novas:

Todos ganham com tanto esforço, o valor da energia elétrica como também o combustível diminuem, a cidade se torna cada vez mais limpa e organizada, o meio ambiente como um todo agradece a preservação e a boa utilização das matérias-primas.

O programa é tão eficaz e eficiente, que não para de nos surpreender. Hoje o município de Borás importa resíduos de países vizinhos, principalmente da Noruega, a fim de transformá-los em energia elétrica, servindo de exemplo para várias cidades no mundo e principalmente para o Brasil.

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A Universidade de Borás, além de atender as necessidades do município, desenvolve um projeto internacional conhecido como 'International Partnership’ que exporta os modelos de gestão dos resíduos para várias cidades no mundo, tomando como base a realidade de cada uma, sendo criados vários projetos, inclusive algumas cidades no Brasil fazem parte do mesmo como Fortaleza, Natal, Sobral, Salvador, Rio de Janeiro, Macaé, São Paulo, São Bernardo, Blumenau e Porto Alegre. (Site As Boas Novas).

Dentre as cidades brasileiras que estabeleceram cooperação com Borás, a cidade de Blumenau, no Estado de Santa Catarina, ganhou maior destaque. No ano de 2009, a Universidade Regional de Blumenau (FURB) realizou um intercâmbio de professores e pesquisadores junto a Universidade de Borás, no intuito de conhecer a fundo como é realizada a coleta e tratamento dos resíduos no município de Borás, ao mesmo tempo em que buscam aprimorar e buscar avanços no que diz respeito ao tratamento dos resíduos em 14 municípios catarinenses localizados no Vale do Itajaí, segundo entrevista do Coordenador de Relações Internacionais da FURB David Bilsland, Site No Pátio, em fevereiro de 2012.

Está previsto em todo o projeto um sistema integrado de gestão de resíduos sólidos voltado a sustentabilidade e inovação tecnológica, levando em consideração a realidade dos municípios envolvidos, sendo a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (AMMVI), responsável pelo surgimento desta ideia, que em conjunto com a FURB, conseguiu chegar até a realidade sueca na cidade de Borás. A associação e a Universidade contam com o apoio do Instituto de Pesquisa Técnica da Suécia (Science Partner) e a Agência Sueca de Inovação (Vinnova), sendo estas instituições destaques no fomento à inovação de tecnologia em vários outros países, além do apoio da Associação Empresarial de Blumenau (Acib). Uma outra ideia, em parceria com empresas e entidades da Alemanha, é a implantação de uma usina de biogás na região. Tal processo é chamado de biometanização, onde se transforma resíduo orgânico em gás metano. Na cidade de Borás, o produto é utilizado como combustível nos ônibus urbanos e nos próprios caminhões de coleta, gerando vários benefícios, como a redução de tarifas para os habitantes do município, já sendo uma realidade em várias cidades na Europa. (Fonte do Site da Universidade Regional de Blumenau).

O modelo da Cidade de Borás é realmente surpreendente, serve de exemplo para os demais países que lutam com o grande problema em relação a como tratar os seus

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resíduos, e por isso ela torna-se destaque pela elevada educação e consciência ambiental demonstrada e disseminada em toda a cidade, buscando iniciativas precisas para melhorar a coleta seletiva e destinar os resíduos de forma adequada, tirando o máximo de proveito, ajudando a prolongar o tempo de vida útil dos aterros sanitários, trazendo benefícios em toda a parte, principalmente ao meio ambiente. Tal é a consciência ambiental que a cidade já se coloca objetivos mais ousados, como a de eliminação total do uso de combustíveis fósseis pelos serviços públicos. Além do engajamento cívico da população e dos empresários, juntamente com a parceria efetiva com a Universidade e com o governo federal. A experiência de Borás é exemplar pela eficiência de seu sistema de operação e de reaproveitamento. Nada se perde, tudo se aproveita, e aquilo que era um problema passou a ser parte da solução dos problemas da cidade, como o barateamento do transporte público e a melhoria da qualidade dos alimentos e do ambiente urbano.

A imagem abaixo retrata bem a harmonia do meio de vida urbano com o meio ambiente,na cidade de Borás:

Num primeiro momento pode tornar-se um processo de alto custo para o Governo, porém, os benefícios trazidos ao longo dos meses e anos são tantos que o rapidamente serão percebidos por toda a parte.

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4.2 Japão

Considerado o 10° país mais populoso do mundo, o Japão conta com uma população de aproximadamente 126.360.144 de pessoas (Maio/2015), segundo o Country Meters, site de informações.

Muito conhecido pelos seus avanços tecnológicos, o país também é exemplo no que diz respeito à gestão dos resíduos sólidos. Naquele país, cada cidadão é responsável pelo lixo que produz, sendo Lei o descarte correto dos mesmos.

De acordo com o Site Lixo Eletrônico, o método Japonês é um dos mais rigorosos, sendo obrigatório e criterioso, podendo ser disponibilizados manuais de acordo com cada cidade, alguns em três idiomas, o japonês, o inglês e o espanhol, especificando como cada resíduo deve ser tratado e descartado. O modelo japonês tem horário e dias determinados para serem recolhidos por tipos de resíduos, sendo um saco de lixo de cor diferente para cada tipo de lixo, como por exemplo o branco – plástico, o preto – lixo de cozinha, azul – latas e vidros. Materiais especiais como é o caso de guarda-roupa, geladeira e etc., se faz necessário o agendamento, enquanto os resíduos eletrônicos que entram na categoria Sodai Gomi (Lixo Grande), podem acarretar cobrança de uma taxa pela destinação, lembrando que os resíduos devem ser lavados e colocados em sacos transparentes. Se o resíduo colocado no local não estiver de acordo com as normas este não será levado.

Segundo a reportagem de Claudia Sarmento para o Jornal O Globo, em março de 2012, o Japão produz aproximadamente cerca de 52 milhões de toneladas de resíduos vindas dos domicílios. Os materiais plásticos são os mais criteriosos na hora da separação, a reutilização de garrafas PET chega a cerca de 72% e a de latas ficam em torno de 88%. Na cidade de Yokohama, todos os moradores e visitantes recebem uma lista de instruções contendo quase 30 páginas, abrangendo mais de 500 itens. Tal processo na época da sua criação foi muito criticado, por ser extremamente radical, porém os cidadãos já incorporaram a responsabilidade de fiscalizar o seu resíduo e dos vizinhos, visando o bem comum da população.

Claudia Sarmento também destaca as práticas da capital japonesa, Tóquio, que é considerada uma das cidades mais limpas do mundo, sendo muito difícil encontrar por lá latas de lixo nas ruas, pois, cada cidadão já reconhece que é dono do seu próprio resíduo e que é necessário leva-lo para casa, a fim de ser feita a separação e destinação correta dos

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mesmos. Num dos bairros mais modernos da capital japonesa, o Odaiba, já se consegue atingir cerca de 100% de aproveitamento dos resíduos, os detritos não biodegradáveis são enviados para usina de processamento, sendo a energia produzida utilizada nos próprios prédios da região e a parte biodegradável vira fertilizante.

De acordo com uma matéria no site Coletivo Verde, o governo japonês também concede incentivos para as indústrias que queiram investir em produtos ou métodos sustentáveis. Um produto que ganhou destaque foi o processador de lixo doméstico, que possui o tamanho de uma lixeira, e todos os restos de alimentos são depositados nesse aparelho, depois que o processador está cheio, é acionado um produto que faz a transformação do lixo em adubo, sendo utilizados nos jardins, pequenas plantações, hortas escolares e residências.

A cidade de Kobe também se destaca em vários requisitos, principalmente no que diz respeito à limpeza, atingindo o 9° lugar no ranking das cidades mais limpas do mundo, segundo a pesquisa da Consultoria Americana Mercer, no ano de 2011. Tamanho reconhecimento se dá devido ao engajamento e esforço de toda a cidade, que no ano de 1995 foi atingida por um terremoto, e se uniu no intuito de reconstruí-la de forma moderna, tecnológica e ao mesmo tempo sustentável, e em menos de 10 anos conseguiram realizar esse feito, tornando-se uma das melhores cidades japonesa para se viver. No município de Kobe não é diferente e todo visitante recebe uma cartilha e, afim de conscientiza-lo a manter a organização e limpeza da cidade, técnicos da prefeitura fazem um levantamento constante dos pontos fracos em busca de melhorias contínuas, afim de conquistar o 1° lugar no ranking das cidades mais limpas do mundo. Site Coletivo Verde.

Com o seu método rigoroso, o Japão vem contornando o problema de administrar os seus resíduos, tornando-se um exemplo positivo no que diz respeito ao aproveitamento por meio da reciclagem e destinação correta dos mesmos. Destaque-se ainda, que o governo e a sociedade japonesa fizeram amplo esforço para a mudança cultural da população como um todo em relação ao melhor tratamento dos resíduos sólidos, estando presente em toda parte do país, sempre em busca de melhorias contínuas.

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4.3 Modelo Europeu na prática: a experiência de Barcelona, Espanha

O modelo Europeu traz uma proposta moderna e inovadora, cerca de 50 cidades na Europa já possuem o sistema de Coleta Seletiva subterrânea dos resíduos. Segundo o site Estadão, o grande destaque Europeu é a capital da Catalunha, Barcelona, na Espanha que começou a desenvolver o sistema de coleta seletiva para os jogos olímpicos de 1992, implantado na vila olímpica, que beneficiou cerca de 4,4 mil residências. Tal projeto ganhou formas maiores e ajudou a elaborar o atual sistema que conta com mais sete redes de coleta e chega a beneficiar cerca de 324 mil moradores.

O sistema subterrâneo em Barcelona, foi desenvolvido pela Empresa Sueca Envac, possui cerca de 113 km de distância, várias lixeiras instaladas em ambientes públicos e residências, que são interligadas e formam um grande canal de coleta seletiva subterrânea de lixo. Os canais subterrâneos ficam a cinco metros de profundidade, que servirão também para os reservatórios que armazenam os resíduos. O sistema é controlado por uma central computadorizada. (Fonte do site Idtraduzidas).

Nesse processo são utilizadas três tipos de lixeiras, uma para os resíduos orgânicos, outra para os recicláveis e a ultima para os não-recicláveis, todos esses resíduos quando enchem os reservatórios, é aberta uma comporta por meio da central computadorizada, por onde passam por suas devidas tubulações numa velocidade de cerca de 70 a 80km/h, numa tecnologia a vácuo que aspira os resíduos até as estações de tratamento e de lá são encaminhados para o centro de coleta, sendo colocados em contêineres e encaminhados a usinas de triagem, onde materiais plásticos e metálicos serão reciclados e os orgânicos serão transformados em combustível.

Segundo o site Planeta Sustentável, na cidade de Barcelona existe mais de 1,5 mil comportas, para facilitar o recolhimento dos resíduos e onde o sistema de coleta subterrânea não alcança, são disponibilizados latões de lixo, que por sua vez, são divididos em cores, o amarelo é para embalagens incluindo latas e plásticos, o verde é só para vidros e o azul é para papéis e cartões, onde a única saída é por uma porta na parte inferior, que periodicamente são retirados por caminhões, que possuem um guindaste, onde o motorista aciona um sistema automático e ergue a unidade, de forma que aciona as manivelas e abrem o alçapão, despejando o conteúdo na caçamba, até completar a sua

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rota, e ir para o centro de reciclagem. Ambos os processos são encaminhados para a central de tratamento.

A seguir o modelo que especifica a coleta seletiva na Europa, segundo o site Idtraduzidas:

Em caso do entupimento na tubulação, são acionadas turbinas com poder de sucção, tendo um registro resolutivo de cerca de 90% dos casos. Nas demais emergências, o problema é resolvido de forma manual. Estima-se que já foram investidos mais de 156 milhões de euros em Barcelona, estando previsto até 2018, uma cobertura de mais de 70% na cidade, não podendo atingir 100% devido a alguns terrenos irregulares e bairros construídos em colinas, segundo o vice-presidente da Envac, Albert Mateu, em entrevista ao site o Estadão.

É necessário um investimento relativamente alto para obter a coleta subterrânea, também chamada de coleta pneumática, podemos tomar como referência que para atender cerca de 18 mil famílias é necessário desembolsar em média cerca de 50 milhões de euros, segundo o site Eco Fidelidade. Tal processo contribui progressivamente para facilitar a separação dos resíduos por parte dos cidadãos e também o processo das usinas de triagem, ausência de caminhões de lixo nas ruas, diminuindo assim a sujeira, por não ter necessidade de utilizar sacos plásticos e nem o acúmulo destes, evitando odores nas

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ruas, diminuindo o barulho e aumentando o estímulo a coleta seletiva, sendo de fácil manuseio para toda a população.

O chefe do Departamento de Gestão de Resíduos da prefeitura de Barcelona, Carlos Vasquez, em entrevista ao site o Estadão, detalhou que o financiamento dos recursos é realizado de duas formas, em áreas de urbanização novas ou recentes, a iniciativa privada custeia o equivalente a 57% do valor da obra, enquanto que nas áreas urbanas já consolidadas, o financiamento público chega a um total de 92%, podendo conseguir recursos por meio da União Europeia.

Segundo Fábio Colella, gerente comercial da Envac no Brasil, tal investimento diminui o custo da coleta seletiva entre 30% a 40%, sendo de certo modo alto, porém os benefícios trazidos são compensados a longo prazo. Colella explica também que o modelo europeu de coleta de lixo subterrânea parece ser inovador, porém o primeiro registro desse tipo de coleta foi em 1961, quando foi instalado o sistema subterrâneo para atender as demandas de um hospital na cidade sueca de Sollefta. Desde então passou a ser utilizado em várias partes do país, ganhando maior visibilidade quando se expandiu o ponto de vista sustentável, a partir dos anos 90, por meio dos mercados europeus.

Vejamos a seguir duas experiências nacionais de implantação de sistemas de coleta seletiva, onde ano após ano, buscam melhorar o programa, visando um melhor aproveitamento dos resíduos.

4.4 Curitiba

A capital do Estado do Paraná, Curitiba, foi a primeira cidade brasileira a implantar o sistema de coleta seletiva de lixo, no ano de 1989, tendo como carro chefe o tema Lixo que não é Lixo. Naquela cidade, a responsabilidade de desenvolver ações no sentido de melhor aproveitar os resíduos fica a cargo da Secretaria do Meio Ambiente, órgão que desenvolve várias ações durante todos esses anos, a fim de cada vez mais incluir os cidadãos no processo de reciclagem, objetivando diminuir os danos causados ao meio ambiente.

A cidade de Curitiba tornou-se nos últimos anos uma referência de desenvolvimento sustentável no Brasil. No final do mês de setembro de 2010, foi lançado o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Curitiba, regulamentando a Coleta

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regular e seletiva, como também todas as ações ligadas ao controle e manejo dos resíduos sólidos, como aponta o próprio plano de gestão, disponibilizado no site da Prefeitura de Curitiba.

Antes, disso, em 31 de janeiro de 1989, a Prefeitura Municipal de Curitiba, criou o programa “Compra de Lixo”, em áreas de comunidades carentes, onde havia uma falta de urbanização e consequentemente dificultando o acesso para os caminhões da coleta. O projeto visa acabar com o excesso de lixo depositado a céu aberto, diminuir os índices de doenças transmitidas por mosquitos, ratos, dentre outros fatores relevantes. No primeiro momento o programa funcionou da seguinte forma: uma equipe de Educação Ambiental da Prefeitura entrava em contato com a comunidade, a fim de organizá-la, criando uma associação de moradores, com qual a Prefeitura firma um convênio e passa a ser responsável em distribuir sacos plásticos de 60 litros de capacidade para cada família e também realizar o controle dos sacos que serão depositados na caçamba estacionária, disponibilizada pela Prefeitura. Para cada saco depositado na caçamba com um equivalente entre 8 a 10 kg de resíduos, o participante recebia um vale transporte. A partir de 1991, esse programa passou a ser chamado de Câmbio Verde, pois a Prefeitura viu a necessidade de ajudar os pequenos produtores da região, que muitas vezes perdiam seus produtos, de modo que passou a adquirir o excedente de suas safras, através de convênio firmado com a Federação Paranaense das Associações dos Produtores Rurais, surgindo assim um novo meio de trocar os resíduos, ao invés do vale transporte, de 1 a 4 sacos de lixo depositado na caçamba recebe uma sacola simples com um tipo de produto, podendo ser ovos, maçã, banana e etc., referente a um valor de R$ 0,53, enquanto quem deposita 5 sacos de lixo na caçamba, recebe uma sacola com arroz, feijão, batata e etc., sendo o valor de 5 x R$ 0,53. (Site do Governo de Curitiba).

Esse programa é de suma importância, pois une o útil ao sustentável, na medida em que torna a cidade mais limpa e inseri as comunidades mais afastadas, no universo de separação de resíduos sólidos, além de ajudar as famílias com produtos para o seu sustento, gerando mais renda para os pequenos produtores.

Segundo o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Curitiba, são coletadas cerca de 2.560 toneladas de resíduos por dia, atingindo uma média per capita de 1,383 Kg/hab/dia, no ano de 2010, levando em consideração a população de 1.851.215 habitantes, de acordo com IBGE de 2009.

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Dados divulgados em abril de 2014, no site do Governo do Estado de Curitiba, apontam que 30% dos materiais que estão sendo enviados para a coleta seletiva é rejeitado, isso é reflexo da incorreta separação dos resíduos por parte dos cidadãos. Tal dado fez com que viesse a tona mais uma campanha de orientação, lançada pela Prefeitura de Curitiba, com o slogan “Reduza, reutilize, recicle, faça a sua parte”, incentivando a melhoria no processo de separação dos resíduos, fazendo com que a Secretaria do Meio Ambiente elaborasse, uma lista com 20 sugestões simples, mas de grande importância, para aumentar o percentual de reciclagem.

Diante da importância de investir em meios que proporcionem um maior aproveitamento dos resíduos sólidos, a Prefeitura de Curitiba, identificou a necessidade de inserir ainda mais o cidadão nesse processo, criando uma mudança cultural, objetivando aperfeiçoar a coleta seletiva. Foi mais uma vez pioneira, instalando em novembro de 2014, uma estação de sustentabilidade para entrega voluntária de resíduos tipo 1, inicialmente no bairro Boa Vista, tendo a pretensão de ser estendido tal projeto para todos os 75 bairros do município. Esta estação recebe 12 tipos de materiais recicláveis, como vidro, papelão, papel branco, embalagem longa vida, plásticos, dentre outros, sendo necessário haver uma separação e limpeza, antes de serem depositados, podendo ainda ser possível, tirar dúvidas do funcionamento da estação e disposição dos resíduos tanto com catadores, como técnicos da Administração Regional de Boa Vista, que fazem a distribuição de cartilhas, orientando ainda mais os moradores e incentivando a aderir a tal prática, poderemos visualizar o modelo da estação tipo 1 na imagem abaixo:

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Foram desenvolvidas 5 estações de sustentabilidade, segundo a Prefeitura de Curitiba, que serão utilizadas segundo o perfil de cada área, sendo elas:

TIPO 1 – Container com divisórias para recepção de vidro, plástico, papel e metal; TIPO2 – Container com as mesmas divisões do TIPO 1 acrescida de caçambas para resíduos da construção civil e resíduos vegetais; TIPO 3 - Parques de reciclagem (aprimoramento dos barracões do Ecocidadão); TIPO 4 – Locais previamente determinados para recebimento de resíduo da construção civil; TIPO 5 – Caminhão com container da Estação TIPO1 para coleta em grandes eventos.

A primeira estação instalada já recolheu cerca de 5 toneladas de materiais recicláveis, e agora a cidade conta com mais três estações, a segunda inaugurada em 04 de março de 2015, no bairro de Santa Cândida e no bairro de Tingui também foi instalada uma terceira a terceira estação, sendo inaugurada em maio de 2015; a quarta estação no bairro de Guabirotuba, trazendo uma novidade que é a premiação dos cidadãos mais assíduos na entrega de resíduos - o prêmio se dará por meio de um leitor de cartão transporte. O Secretário Municipal do Meio Ambiente, Renato Lima, explica que tais premiações funcionam como incentivo para a população, podendo ainda surgir outros tipos de prêmios como ingressos para apresentações artísticas, afirmando ainda que as estações de sustentabilidade são um total sucesso no município, aproveitando cerca de 98% dos materiais coletados nesses equipamentos, enquanto nos caminhões do Lixo que não é Lixo, o aproveitamento só chega a 60%.

A cidade de Curitiba nos dá um exemplo eficiente e eficaz de que cada vez mais é possível investir e inovar em práticas de educação ambiental que beneficiem o meio ambiente, consequentemente beneficiando a população, fazendo com que os cidadãos sejam integrantes do sucesso e disseminadores dessas práticas.

4.5 Porto Alegre

A cidade de Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, foi a segunda cidade a implantar o sistema de coleta seletiva, em 07 de julho de 1990, completando em 2015, 25 anos, demonstrando em várias ações que cada vez mais avança nesse âmbito, tornando-se referência na América Latina, de acordo com o site da Prefeitura do município.

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Houve a preocupação de fixar os pilares do programa de coleta seletiva, segundo a ótica da educação ambiental que preza pela redução, reciclagem e reaproveitamento dos resíduos sólidos, segundo informações do Departamento Municipal de Limpeza Urbana – DMLU, autarquia do município de Porto Alegre, responsável pela limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos urbanos.

O DMLU realiza a coleta domiciliar de resíduos orgânicos e rejeitos e a coleta seletiva de resíduos recicláveis em 100% das ruas no município de Porto Alegre, encaminhando todo o material recolhido para as unidades de triagem, que estão espalhadas por toda a cidade, sendo um total de 19 unidades, onde serão separados enfardados e vendidos para a reciclagem, como forma de geração de renda, os resíduos orgânicos também são aproveitados em processos de compostagem, como também em projetos de produção de alimentos para suínos. Todas essas ações contribuem com o meio ambiente, na medida em que diminuem a chegada dos resíduos aos aterros sanitários, realizando a destinação correta dos mesmos. (Site da Prefeitura Municipal de Porto Alegre).

A coleta seletiva ocorre de duas a três vezes por semana, dependendo da necessidade de cada bairro, contando com o auxílio do código municipal de limpeza urbana e do Plano Municipal de Gestão Integrada de resíduos sólidos. Ambos regulamentam a prática da coleta na cidade de Porto Alegre, de acordo com o site da Prefeitura, que disponibiliza além do código e do plano, os horários previstos para a coleta de resíduos em cada bairro.

O trabalho para conscientização dos cidadãos é muito intenso, segundo o DMLU, várias ações são realizadas frequentemente, como o Túnel de Sensibilização, criado em 2005, pelo Serviço de Assessoria Socioambiental, com o intuito de que as pessoas possam ver as melhores formas de tratar as questões dos resíduos, envolvendo o descarte, processos de reciclagem, reaproveitamento e descarte adequado. Outros projetos são desenvolvidos pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana. O Bota-fora é um exemplo de um projeto, realizado em conjunto com 204 comunidades carentes, onde acontece uma divulgação prévia, com o objetivo de tornar mais fácil o descarte dos resíduos que não são recolhidos na coleta regular diária, duplicando o atendimento. Este projeto, gerou no ano de 2014, o recolhimento de 3.887 toneladas de resíduos de utensílios, como eletrodomésticos, móveis quebrados e pneus, dentre outros.

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Segundo o DMLU, em julho de 2015 foi lançada a campanha ReciclaPOA, com o objetivo de sensibilizar ainda mais a população para o descarte correto dos resíduos, ampliando a separação dos mesmos, já que hoje apenas 3% dos resíduos são efetivamente reciclados. Atualmente 100 toneladas de resíduos recicláveis são recolhidas diariamente e encaminhados para os centros de triagem, que por sua vez empregam formalmente cerca de 800 pessoas. Estima-se que se toda a população estivesse separando corretamente seus resíduos, a quantidade recolhida seria de 320 toneladas diárias, trazendo ainda mais benefícios como geração de mais empregos e redução nos impactos ambientais.

Cada uma dessas experiências de sucesso serve de exemplo para que cada vez mais, o Governo em conjunto com a população, descubram meios de melhor e maior aproveitamento dos resíduos, levando em consideração os pilares da redução, da reciclagem e do reaproveitamento, adequando a cada realidade.

5. EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA

Neste capítulo, analisaremos a situação do município de João Pessoa, em relação à gestão dos resíduos sólidos urbanos e desenvolvimento de ações por parte do município, que visem a expansão do programa de coleta seletiva.

5.1 Caracterização do município e histórico da coleta seletiva

A capital do Estado da Paraíba, João Pessoa, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE (2010), possui cerca de 723.515 habitantes, ocupando uma área de 211,475 Km2, com 64 bairros, sendo considerada a terceira capital mais antiga do Brasil, atualmente com 430 anos. A paisagem da cidade é caracterizada pelo verde das árvores espalhadas por todos os lugares, que levou a cidade a ser conhecida como Cidade das Acácias, contando com o Jardim Botânico Benjamim Maranhão, popularmente conhecido como Mata do Buraquinho, que é uma das áreas mais representativas de Floresta Atlântica do Estado, representando a maior área de floresta nativa urbana do País, com cerca de 519,75 hectares, segundo dados da Prefeitura.

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Fonte: http://jopbj.blogspot.com.br/2014/03/ocupacao-na-mata-do-buraquinho-mpf.html

Diante de tanta riqueza natural é necessário que haja meios que cada vez mais preservem, não somente a zona verde da cidade, como também o conjunto que engloba o meio ambiente.

Visando a reciclagem dos resíduos e consequentemente a redução do volume aterrado, a Prefeitura Municipal de João Pessoa, por meio da Autarquia Especial de Limpeza Urbana – EMLUR, implantou o programa de coleta seletiva, em setembro de 2000, sendo desenvolvido inicialmente o projeto piloto nas praias de Tambaú e parte de Manaíra. Mais tarde, em 2003, foi expandido para a praia de Cabo Branco e bairro do Miramar, consideradas áreas nobres da cidade. A prefeitura buscou o apoio da Associação dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis (ASTRAMARE), que congrega parte dos ex-catadores do Lixão do Roger, que encerrou suas atividades em 2003, dando lugar ao aterro sanitário, atendendo os municípios de João Pessoa, Bayeux e Cabedelo, de acordo com Lima, Neto e Nóbrega (2005).

Tal iniciativa foi de suma importância para desenvolver meios mais sustentáveis com a coleta seletiva na cidade, gerando renda fixa e mais qualidade de vida para os catadores que antes sofriam com as condições sub-humanas que os lixões oferecem, ajudando a reduzir o volume de resíduos que chegam ao aterro sanitário.

5.2 Pontos positivos e negativos da organização da Coleta Seletiva no município A EMLUR é a responsável pela limpeza urbana e a gestão dos resíduos sólidos no município de João Pessoa, desenvolvendo várias ações para promover um maior aproveitamento dos resíduos, envolvendo a população. Ao todo somam-se 21 serviços de limpeza que são de responsabilidade da EMLUR, variando desde a coleta de resíduos

Referências

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