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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

III – 073 – ESTUDO PRELIMINAR DA VIABILIDADE DE USO DO

LODO DE ESGOTO PARA FINS AGRÍCOLAS NO MUNICÍPIO DE FOZ DO

IGUAÇU

ANDREOLI, C. V.; PEGORINI, E.S.; CASTRO, L. A. R.

Estudo preliminar da viabilidade de uso do lodo de esgoto para fins agrícolas no município de Foz do Iguaçu. In Anais do XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental – Porto Alegre/RS

Cleverson Vitorio Andreoli(1)

Engenheiro Agrônomo, Mestre em Ciência do Solo (UFPR), Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento (UFPR) e coordenador Técnico do Programa de Reciclagem Agrícola do Lodo de Esgoto, da Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR.

Eduardo Sabino Pegorini

Engenheiro Agrônomo, Mestrando em Ciência do Solo (UFPR), Pesquisador consultor do Programa de Reciclagem Agrícola do Lodo de Esgoto, da Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR

Luiz Antônio Ramos de Castro

Aluno de Graduação do Curso de Agronomia (UFPR). Estagiários da Cia de Saneamento do Paraná - SANEPAR

Endereço(1): Companhia de Saneamento do Paraná – SANEPAR

Grupo Específico de Consultoria, Intercâmbio e Pesquisa – GECIP Rua Engenheiros Rebouças, 1376

Rebouças – Curitiba – Paraná

CEP: 80215 – 900, Tel (41) 3303238 – Fax (41)333 – 9952 e-mail: c.andreoli@sanepar.pr.gov.br

RESUMO

A adequada destinação deste resíduo é um fator fundamental para que os objetivos de um sistema de tratamento sejam plenamente alcançados. Entre as alternativas de que se dispõem atualmente para a disposição final do lodo de esgoto, a reciclagem na agricultura vem se destacando como melhor opção, tanto pela adequação sanitária e ambiental como pela viabilidade econômica, desde que o resíduo atenda padrões mínimos de qualidade. O município de Foz do Iguaçu, localizado no Terceiro Planalto Paranaense, conta com uma população urbana da ordem de 255.600 hab. A Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR) é a responsável pelos serviços de esgoto do município. Existem 7 sistemas de tratamento de esgoto no município, no entanto, não foi dada descarga de lodo em nenhum deles. A produção mensal estimada de lodo gerado nestas estações, calculado através do sistema de balanço de massa, está estimado em 17,18 toneladas (m.s.)de lodo. Existe também um grande potencial para aumento da produção do resíduo em função da ampliação das redes coletoras. Este artigo apresenta parte dos estudos realizados visando a implementação de um Programa de Reciclagem de Lodo na Agricultura da região. Para identificar o potencial da região para a atividade, foram avaliadas características da produção e da qualidade do lodo, o potencial agrícola e dos solos da região. Os resultados do diagnóstico mostram que havendo critério e os cuidados mínimos preconizados pela Norma Técnica, a disposição final em áreas agrícolas representa uma das saídas mais promissoras para o problema de destinação final do lodo gerado em Foz do Iguaçu.

PALAVRAS-CHAVE: lodo de esgoto, reciclagem agrícola, aptidão de solos, disposição final, Foz do Iguaçu INTRODUÇÃO

A disposição final adequada dos resíduos constitui hoje exigência cada vez maior da sociedade. Entre os resíduos potencialmente problemáticos esta o lodo de esgoto, o último resíduo do ciclo urbano da água.

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental esgoto, que através de diversos processos concentram e separam a poluição do efluente

final, que será então devolvido a natureza. Estes processos geram o lodo de esgoto, um resíduo sólido, de composição variável segundo o tipo de esgoto e o sistema de tratamento adotado. Os lodos originários de esgoto domésticos normalmente apresentam composição predominantemente orgânica e altíssimo potencial poluidor.

A adequada destinação deste resíduo é um fator fundamental para que os objetivos de um sistema de tratamento sejam plenamente alcançados (ANDREOLI et al, 1998a). Entre as alternativas de que se dispõem atualmente para a disposição final do lodo de esgoto, a reciclagem na agricultura vem se destacando como melhor opção, tanto pela adequação sanitária e ambiental como pela viabilidade econômica, desde que o resíduo atenda padrões de qualidade mínimos (ANDREOLI et al, 1998b). No entanto, a valorização agrícola do resíduo exige a produção de um inumo de qualidade assegurada, garantindo a adequação do produto ao uso agrícola, a definição do restrições quanto ao solo e ao uso a ser dado ao produto.

A nova legislação ambiental do estado passa a responsabilizar a empresa geradora do resíduo pelos efeitos que possam causar no ambiente independente de quem realiza a gestão da atividade de disposição final (LEI PR 12.493 de 22/I/1999). Neste sentido, a valorização agrícola do lodo como alternativa de disposição final do resíduo exige estudos criteriosos, avaliando tanto a qualidade do biossólido como da área onde será disposto.

No estado do Paraná a efetiva operação das ETEs já implantadas associada a perspectiva de expansão das redes de coleta de esgoto e a construção de novas ETEs vem incrementando as estimativas de produção de lodo de esgoto tanto na capital como no interior do Estado. Visando se adequar a legislação ambiental, a SANEPAR, vem estudando alternativas para equacionamento da questão a mais de 10 anos, optando recentemente pela implementação da reciclagem na agricultura. (Andreoli et al 2000a e b)

Este artigo constitui parte do estudo para implementação da reciclagem agrícola de lodo de esgoto no Município de Foz do Iguaçu, região Oeste do Estado Paraná, que encontra-se em fase desenvolvimento. Também são recomendadas diretrizes gerais que deverão ser aprovadas nas etapas seguintes do desenvolvimento do trabalho. Os trabalhos iniciais para avaliação da viabilidade de implementação da Reciclagem Agrícola do Lodo de Esgoto em Foz do Iguaçu, iniciaram em janeiro/1999, e foi integrante do processo certificação pela ISO 14.000, obtida em outubro/2000.

MATERIAIS E MÉTODOS

O município de Foz do Iguaçu está localizado no Terceiro Planalto Paranaense, denominado Planalto de Guarapuava, mais precisamente a 25º 32’ 45” latitude Sul, 54º 35’ 07“ longitude Oeste e 173 metros acima do

nível do mar, às margens do Rio Paraná e próximo a foz do Rio Iguaçu neste. A população atual do município é da ordem de 258.00 habitantes, destes aproximadamente 98 % residem na área urbana. O clima é subtropical úmido mesotérmico, com verões quentes e invernos amenos, não apresentando estação seca, porém com tendência de concentração de chuvas no verão.

A morfologia da paisagem é dominada por formas de mesetas recortadas do nível geral dos derrames de "trapp" e pelas formas levemente onduladas com chapadas de encostas suaves, caracterizando áreas de alto potencial para disposição de lodo. Próximo aos principais rios predominam feições acentuadas, impróprias para a reciclagem. Os solos apresentam textura argilosa, são profundos e originados da decomposição de rochas basalticas.

Os serviços de saneamento do município são executados pela Companhia de Saneamento do Paraná (SANEPAR), através da Unidade de Receita de Foz do Iguaçu (URFI). A cidade conta atualmente com sete estações de tratamento de esgoto, três sistemas de pequeno porte (Aporã, Europa e Marinha), três de porte médio (Shalom, Beira Rio e Jupira) e uma ETE de grande porte (Iate Clube).

O diagnóstico da produção de lodo foi levantado através de questionários preenchidos pelo pessoal da área de Operação da URFI, informações obtidas junto à Gerencia de projetos e ao Programa de Interdisciplinar de Reciclagem Agrícola de Lodo de Esgoto da SANEPAR, e dados levantados a Campo.

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental O diagnóstico do potencial da área agrícola foi levantado quanto a aptidão dos solos

predominantes e das espécies tradicionalmente cultivadas na região. A avaliação da aptidão dos foi realizada a partir do sistema de classificação da aptidão dos solos para disposição final de lodo de esgoto desenvolvido por Souza et al. (1994) e atualizado por Andreoli et al. (2000). Para enquadramento das unidades de mapeamento utilizou-se o processo paramétrico, onde o grau de limitação que afetou mais adversamente a utilização do lodo foi determinante da classificação. As análises efetuadas utilizaram como base o Mapa de Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Noroeste do Paraná, escala 1:600.000 (EMBRAPA) e o Mapa de Aptidão das Terras do Paraná, escala1:600.000 (EMBRAPA).

As informações sobre as espécies cultivadas foram obtidas junto a Secretaria de Agricultura e Abasteciemnto do Estado – SEAB, referente ao ano de 1998.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

PRODUÇÃO DE LODO EM FOZ DO IGUAÇU

A cidade de Foz do Iguaçu, atualmente com 255.600 habitantes, conta com sete estações de tratamento de esgoto. Destas, três são considerados sistemas de pequeno porte, produzindo até 60 t/ano de matéria seca de lodo , as ETEs: Aporã, Europa e Marinha; três de porte médio, produzindo entre 60 e 240 t/ano de lodo ( matéria seca: Shalom, Beira Rio e Jupira. O sétimo sistema, a ETE Iate Clube, é considerado de grande porte, chegando a produzir mais de 240 t/ano de lodo (base seca) quando estiver operando com capacidade máxima. Todas operam com sistema tipo RALF (Reator Anaeróbio de Leito Fluidizado). Na estação, o esgoto bruto passa pelas unidades de gradeamento e desarenação, seguindo então para os reatores. O lodo bruto retirado dos reatores é submetido a um processo de desidratação natural, nos leitos de secagem, e o produto final, o lodo seco, é então armazenado no pátio das ETEs.

A produção mensal de lodo gerado nestas estações, calculado através do sistema de balanço de massa, está estimado em 17,18 toneladas (m.s.)de lodo. Existe também um grande potencial para aumento da produção do resíduo em função da ampliação das redes coletoras. O volume gerado atualmente corresponde a menos de 18 % da capacidade de tratamento instalada, projetada para produzir cerca de 97 toneladas mensais (matéria seca). A perspectiva de produção avaliada para o ano de 2002 é de 118 toneladas de acordo com a previsão da empresa de atender 263.367 habitantes. A tabela 1, abaixo apresenta um resumo dos dados operacionais das ETEs em estudo.

Tabela 1. Dados estimados de produção de lodo em Foz do Iguaçu, levantados junto à URFI/Operação

Estação Tipo de Tratamento Sistema de desidratação de lodo População atualmente atendida (habitantes) Produção teórica atual (t seca / mês) Produção de Projeto (t. M.S /Mês)

RALF Aporã RALF - 1.100 0,495 0,495

RALF Europa RALF + Filtro - 893 0,559 0,560

RALF Marinha RALF - 187 0,084 0,844

RALF Shalom RALF Leitos 3.108 1,399 14,750

RALF Beira Rio RALF Leitos 3.825 1,721 15,230

RALF Jupira RALF Leitos 12.770 5,747 19,311

RALF Iate Clube RALF Leitos 15.493 7,174 45,869

TOTAL 37.376 17,179 97,508

Como pode ser verificado, apenas a ETE Aporã está operando com a capacidade total, as demais operam em níveis muito inferiores à sua capacidade, com exceção do RALF Europa, que trabalha a 80% da vazão de projeto.

Das sete ETEs apenas quatro apresentam infra-estrutura para secagem do lodo, realizada através de leitos de secagem; o lodo produzido nos sistemas menores atualmente é transportado em caminhões limpa fossa para a ETE Beira Rio, onde é então submetido ao processo de secagem. A secagem do lodo ocorre em leitos de secagem, uma excelente opção para estes sistemas. O tempo de secagem calculado em projeto gira em torno de 30 dias, mas em função das condições climáticas (temperatura, radiação incidente, precipitação), tem-se observado tempos muito inferiores.

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental Gráfico 1. Estimativa de produção de lodo nas ETEs de Foz do Iguaçu.

0 5 1 0 1 5 2 0 2 5 3 0 3 5 4 0 4 5 5 0 E T E R A L F A P O R Ã E T E R A L F E U R O P A E T E 0 1 -R A L F M A R I N H A E T E 0 2 -R A L F S H A L O M E T E 0 3 -R A L F B E I -R A R I O E T E 0 5 -R A L F J U P I R A E T E 0 9 -R A L F I A T E C L U B E C a p a c id a d e m á x im a S it u a ç ã o a t u a l

A maior dificuldade que o programa de reciclagem encontrará em Foz do Iguaçu seguramente será o transporte. Com a intenção de centralizar a gestão do lodo em um único sistema, serão necessárias duas operações de transporte: uma para concentrar o lodo na unidade central e outra para transportar o resíduo até a propriedade rural. Centralizando o lodo em qualquer um destes sistemas, as duas operações de transporte passarão em vias urbanas, e consequentemente, medidas mais cautelosas serão necessárias, começando pela avaliação criteriosa do veículo de transporte, pelas condições da carga e culminando com a manutenção de uma equipe de emergência que tomará as medidas necessárias em caso de acidente.

Com relação à qualidade do lodo, a primeira descarga de lodo realizada em Foz do Iguaçu foi realizada no mês de agosto deste ano, não sendo possível obter os resultados das análises de qualidade do material.

APTIDÃO DE CULTURAS TRADICIONAIS PARA APLICAÇÃO DE LODO

O município de Foz do Iguaçu compreende 428,7 km² de área total, porém apenas 181,70 Km² de área agrícola, correspondendo a 18.170 ha. Destes, apenas 8.075,73 foram cultivados durante o ano de 1998 segundo dados do Departamento de Economia Rural (DERAL) da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (SEAB).

A tabela 2 apresenta as culturas de maior expressão na atividade agrícola do município. Entre as culturas de maior expressão destacam-se os cereais, ocupando aproximadamente 96% da área agrícola explorada (7.753 ha), seguido pela fruticultura com 166 ha. Da área agrícola total, apenas 1,52% (123 ha) não poderiam utilizar o lodo como fertilizante, uma vez que são culturas olerícolas ou de contato primário com o solo.

Tabela 2. Distribuição dos solos agrícolas de Foz do Iguaçu entre as principais culturas da região.

CULTURA ÁREA (HA) %

CEREAIS 7.753,00 95,99

FRUTICULTURA 166 2,06

OUTRAS 33,73 0,42

ÁREA APTA 7952,73 98,46

GRANDES CULTURAS IMPRÓPRIAS 1 0,01

OLERÍCOLAS 123 1,52

ÁREA IMPRÓPRIA 124 1,54

ÁREA TOTAL 8076,73 100,00

Fonte: adaptada de SEAB (1998)

O gráfico 2 apresentação a distribuição de áreas das culturas com potencial para uso de lodo na região. Os cereais constituem o grupo mais recomendado para utilização de lodo. Normalmente antes de chegar a mesa do consumidor estes produtos são submetidos a processos industriais e dificilmente são consumidos “in natura”, ou ainda constituem matéria prima para fabricação de rações.

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental

fruticultura outras arroz sequeiro milho safrinha milho normal soja

trigo aveia preta

u t i c u l t u r a o u t r a s a r r o z s e q u e i r o m i l h o s a f r i n h a

l h o n o r m a l s o j a t r i g o a v e i a p r e t a

f r m i

Gráfico 2. Distribuição das culturas aptas a reciclagem agrícola de lodo no município de Foz do Iguaçu. Estas culturas apresentam um período de plantio bastante elástico em função das diferentes necessidades climáticas e variedade de materiais genéticos disponíveis no mercado, o que representa uma pulverização dos picos de demanda por lodo durante o ano. As culturas de trigo e aveia são culturas de inverno; o milho safrinha é cultivado logo após a colheita da soja e do feijão, em fevereiro/março; o milho safra normal normalmente é semeado entre setembro e outubro; e o período de plantio da soja é mais elástico, variando de outubro a início de dezembro.

Na região, entre os cereais, destacam-se as culturas da soja, com 5.000 ha cultivados anualmente, o milho, com 1.700 ha, e o trigo, com outros 1000 ha. Outros segmentos interessantes podem ser a fruticultura, com destaque para a cultura da banana com 150,00 ha, a cultura da cana de açúcar, embora tenha área restrita a 20 ha, constitui alternativa importante uma vez que apresenta respostas positivas a fertilização com lodo..

APTIDÃO DOS SOLOS DA REGIÃO DE MARINGÁ AO USO DE LODO

No âmbito dos objetivos deste trabalho, foi avaliada a aptidão dos solos dos municípios de Foz do Iguaçu e Santa Teresinha do Itaipu, num raio de médio de 30 Km a partir da cidade de Foz do Iguaçu. A área objeto do estudo compreende aproximadamente 79.000 ha.

Unidades de Solo Presentes

Caracterizado o potencial para uso do lodo em função das características da exploração

agrícola adotada no município, o passo seguinte será analisar a aptidão dos solos da área

em estudo para a incorporação de lodo. As unidades de solos presentes na região, segundo

o Mapa de Levantamento de Reconhecimento dos Solos do Noroeste do Paraná, escala

1:600.000 (EMBRAPA), são:

a. LRd1.: Latossolo Roxo distrófico com A moderado textura argilosa fase floresta tropical perenifólia relevo suave ondulado

b. LRe1.: Latossolo Roxo Eutrófico com A moderado textura argilosa fase floresta tropical perenifólia relevo suave ondulado

c. LRe3.: Associação Latossolo Roxo eutrófico relevo suave ondulado + Terra Roxa Estruturada eutrófica relevo suave ondulado ambos com A moderado textura argilosa fase floresta tropical perenifólia.

d. LEd2.: Latossolo Vermelho Escuro distrófico com A moderado textura média fase floresta tropical subperenifólia relevo suave ondulado e praticamente plano.

e. Re9.: Associação Brunizem avermelhado raso textura argilosa pedregosa fase floresta subperenifólia relevo forte ondulado + Solos Litólicos eutróficos com A Chernozêmico textura pedregosa fase floresta tropical subperenifólia relevo forte ondulado e montanhoso (substrato rocha eruptiva básica) + Terra Roxa Estruturada eutrófica A moderado textura argilosa floresta tropical perenifólia relevo forte ondulado.

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental f. TRe1 : Terra Roxa Estruturada Eutrófica com A chernozêmico textura argilosa floresta

tropical subperenifólia relevo ondulado

g. TRe2 : Terra Roxa Estruturada Eutrófica com A moderado textura argilosa floresta tropical subperenifólia relevo ondulado

h. PE5: Associação Podzólico Vermelho Amarelo Eutrófico Tb A Moderado Textura Média/Argilosa fase floresta tropical perenifólia relevo praticamente plano + SOLOS HIDROMÓRFICOS INDISCRIMINADOS relevo plano

i. HG1: Associação Solos Gleyzados Indiscriminados + Areias Hidromórficas

Entre os solos avaliados detacam-se em ordem de decrescente de potencial para uso do lodo: os Latossolos, representados pelas unidades Latossolo Roxo e Vermelho Escuro, predominando o primeiro em mais de 53.000 ha da área em estudo; a Terra Roxa Estruturada, presente em mais de 18.000 ha, apresenta declividade mais acentuada, entre 8 e 15 %. As demais unidades de solo identificadas representam 4% da área, ou 3.168 ha, com Solos Litólicos, Rubrozém, Podzólico Vermelho Amarelo e Hidromórficos, localizados principalmente no interior da área urbana de Foz do Iguaçu e margens de rios, caracterizando-se por apresentar graves impedimentos ao uso de lodo.

Critérios para Classificação

Um solo é considerado apto para a reciclagem quando a incorporação do lodo promove a rápida atividade biológica e a ciclagem de nutrientes, matéria orgânica e outros materiais contidos no lodo sem oferecer riscos ao ambiente, à saúde e ao potencial produtivo do solo (ANDREOLI et al., 2000). Ainda segundo os autores, s fatores que oferecem maior risco ao ambiente e a saúde são os que resultam da movimentação dos componentes do lodo por lixiviação ou por escorrimento superficial. O risco de erosão esta ligado ao carreamento de partículas do lodo a cursos de água ou ao contato direto com a população, e a lixiviação à contaminação do lençol freático, principalmente com nitratos resultantes da mineralização da matéria orgânica.

A aptidão dos solos para uso do lodo é avaliada pelo comportamento do solo frente a estes riscos e a dificuldade de motomecanização, identificando dificuldade a incorporação do resíduo (SOUZA et al., 1994). Neste sentido as limitações podem ser resultantes de fatores locacionais e edáficos. Os fatores locacionais dizem respeito a proximidade da área de aplicação à cursos de água, canais poços, minas, áreas de produção olerícola, áreas residenciais e de frequentação pública determinada de acordo com os critérios apresentados na tabela 3 e no código florestal, prevalecendo o critério mais restritivo (Andreoli et al., 2000).

Tabela 3. Níveis de Restrição Ambiental para Reciclagem de Lodo

Fator Limitante Distância mínima até a

área de aplicação

Classe do solo

Proximidade de cursos d'água, canais, lagos, poços tipo cacimba, minas, áreas de produção olerícola, áreas residências e de frequentação pública.

100 m Para solos de classe de aptidão IV

75 m Para solos de classe de aptidão III e II

50 m Para solos de classe de aptidão I

Áreas de Mananciais

2.000 m Área de influência direta sobre o manancial*

200 m Área de influência indireta sobre o manancia**l

*Área de influencia direta compreende a área do semicírculo de raio 2.000m a montante do ponto de captação.

As limitações edáficas são relacionadas às característica dos solos, como: profundidade, textura, susceptibilidade à erosão, drenagem, relevo, pedregosidade, hidromorfismo e fertilidade, segundo SOUZA et al., 1994). Andreoli et al. (2000) em atualização da sistema de Souza, substituiu o fator fertilidade pelo pH, uma vez que este apresentava-se realmente limitante ao uso de lodo calado. A tabela 4, apresenta os níveis categóricos de classificação do sistema revisado por Andreoli et al. (2000).

Os solos enquadrados nas classes I, II e III poderão ser fertilizadas com lodo sem restrições. Os solos de classe IV também poderão ser fertilizados com lodo, desde que o órgão ambiental regional, após uma avaliação criteriosa da área, conceda autorização para tanto. Nos solos de classe V o uso não deve ser permitido em hipótese alguma.

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental Tabela 4. Níveis de classificação da aptidão de terras ao uso de lodo de esgotos.

classe de aptidão fatores de limitação grau de limitação

I. muito alto; PR. profundidade; ER. suscetibilidade à erosão; 0 – nulo

II. alto; TE. textura; PE. pedregosidade; 1 – ligeiro

III. moderado; DR. drenagem; HI. hidromorfismo; 2 – moderado

IV. baixo; RE. relevo; pH. Acidez do solo 3 – forte

V. inaptos. 4 – muito forte

Características e Potencial das Unidades ao Uso de Lodo

A tabela 5 são apresentados os resultados da análise da aptidão de cada uma destas unidades à aplicação do lodo. A nível de região, menos de 5 % das terras são de aptidão pouco apta (classe IV) e inapta (classe V) e portanto, não recomendadas para uso do lodo. Em condições especiais as terras classe IV ainda poderiam ser associadas ao programa, como no caso da aplicação em covas para fruticultura. Os demais solos apresentam aptidão II e III.

Tabela 5. Classificação dos solos da Região quanto à aptidão para reciclagem de lodo.

Legenda Solo CLASSE P TE ER DR RE PE HI Área (ha) % Área

LRd1 LRd II ER1 R1 0 0 1 0 1 0 0 53.532 67,71 LRe3 LRe. TRE. II ER1 R1 II ER1 R1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 1 0 0 0 0 3.132 3,96

LRe1 LRe II ER1 R1 0 0 1 0 1 0 0 540 0.68

LEd2 LEd III T2 ER2 0 2 2 0 1 0 0 540 0.68

TRe1 TRe III ER2 R2 0 0 2 0 2 0 0 18.144 22,95

TRe2 TRe III ER2 R2 0 0 2 0 2 0 0

ÁREA APTA TOTAL 75.888 95,99

PE5 PV II TE1 0 1 0 0 0 0 0 648 0.82

HIDr V P3 DR3 HI3 3 0 0 3 0 0 3

HG1 HIDr V P3 DR3 HI3 3 0 0 3 0 0 3 1.080 1.37

A Hidr. V P3 DR3 HI3 3 0 0 3 0 0 3

RE9 BRUNIZ V P3 ER4 R3 PE4 3 0 4 0 3 4 0 1.440 1.82

LITÓL V P3 ER4 R3 PE4 3 0 4 0 3 4 0

TRe IV ER2 R3 0 0 2 0 3 0 0

ÁREA IMPRÓPRIA 3.168 4,01

* em relação a área total

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XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental A figura 1 apresenta o mapa de aptidão baseado em imagem escanerizada do Mapa de Levantamento de Reconhecimento de Solos da Embrapa.

Os melhores solos disponíveis na região para a reciclagem são os solos TRe2, Tre1, LEd2, LRe1 e LRd1, enquadrados nas classes II e III. Estes solos são muito favoráveis ao uso do lodo e predominam na região, como pode ser visto na tabela 6, que sumariza as interpretações. Observados os critérios elementares e as boas práticas recomendadas para a utilização de lodo (Instrução Normativa do Instituto Ambiental do Paraná Tabela 6. Área total das terras da região por classe de aptidão para reciclagem agrícola de lodo de esgoto.

CLASSE DE APTIDÃO ÁREA DA CLASSE [HÁ] % DA ÁREA TOTAL

TIPOS DE SOLO USO

II 57.204,00 72,36 LRd1, LRe3, LRe1 SEM RESTRIÇÕES III 18.684,00 23,63 TRe1, TRe2 e LEd2 SEM RESTRIÇÕES

TOTAL II e III 75.888,00 95,99 -

II + V 648,00 0,82 PE53 VETADO

IV + V 1.440,00 1,82 Re9 VETADO

V 1.080,00 1,37 HG1 VETADO

Estes solos são muito favoráveis ao uso do lodo e predominam na região, como pode ser visto na tabela 6, que sumariza as interpretações. O Latossolos Roxos se concentram em áreas de pouca declividade, até 8%, são facilmente mecanizáveis e de elevado potencial agrícola. As Terras roxas representam 24,62% dos solos compatíveis com a reciclagem e, embora, estejam concentrados nas meias encostas, com declividade mais acentuadas, até 15%, não inviabilizam o uso do lodo.

CONCLUSÕES

- O município de Foz do Iguaçu produz atualmente cerca de 17 toneladas (ms) de lodo por mês - 96% da área rural do município é cultivada com espécies de cereais, as culturas mais indicadas para

plantio após a incorporação de lodo.

- Apenas 1,52 % da área (123 ha) agrícola do município é cultivada com espécies não indicadas para cultivo após aplicação de lodo, são espécies olerícolas e de contato primário com o solo.

- 95,99 % dos solos da região apresentam potencial alto ou muito alto parz utilização, onde a maior limitação é o relevo (declividade).

- Considerando a produção atual de lodo no município (17,18 t ms/mês) e a recomendação média de 6 t (ms)/ha, seriam necessários 0.05 % da área agrícola apta total avaliada anualmente, e apenas ou 2 % da área cultivada com milho no município.

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Referências

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