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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

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FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

PROPOSTA DE CRIAÇÃO DO

MESTRADO INTEGRADO EM ENGENHARIA QUÍMICA (MIEQ)

Documento aprovado em 13 de Março de 2006 pela Comissão Científica Provisória do Mestrado Integrado em Engenharia Química nomeada para o efeito pelo Conselho de Departamento realizado a 7 de Março de 2006, tendo como base o documento geral sobre Plano de Estudos aprovado nesse Conselho de Departamento

A Comissão Científica Provisória do MIEQ Sebastião Feyo de Azevedo

Luís Melo

Romualdo Salcedo João Moreira Campos Madalena Dias

(2)

Índice geral

Índice de Quadros 4

Preâmbulo 5

1. Justificação geral da proposta de criação do Mestrado Integrado em Engenharia

Química 7

1.1. Preparação necessária para profissionais de engenharia química 7

1.2. Formação em engenharia na Europa 9

1.2.1. Factos relevantes nos últimos cinco anos 9

1.2.2. Principais conclusões sobre formações de engenharia na Europa 10 1.3. Panorama das formações em engenharia em Portugal 12 1.4. Política da FEUP e seu histórico de missão e competência 13 1.5. Justificativo do MIEQ - histórico do DEQ; missão; recursos; enquadramento 14

1.5.1. Missão 14

1.5.2. Recursos humanos 14

1.5.3. Ensino a nível de licenciatura – experiência e procura actual 15

1.5.4. Actividade de I&D 15

1.5.5. Laboratórios de Ensino 16

1.5.6. Acreditação e avaliação 16

1.5.7. Enquadramento na oferta de formação nacional 16

1.5.8. Saídas profissionais dos licenciados 18

1.5.9. Enquadramento do MIEQ no plano europeu 18

1.6 Conclusão 19

2. Desenho Curricular e Pedagogia 20

2.1. Normativos e documentos de orientação nacionais e europeus 20

2.2. Princípios gerais e orientações da FEUP 21

2.2.1. Princípios gerais 21

2.2.2. Orientações sobre Desenho Curricular 22

2.2.3. Pedagogia 22

2.3. MIEQ - orientações conceptuais específicas associadas a missão e

objectivos estratégicos 23

2.3.1. A Missão e Objectivos Educacionais do Mestrado Integrado em

Engenharia Química 23

2.3.2. Objectivos estratégicos 24

2.3.3. Objectivos estratégicos 24

3. Plano de Estudos do MIEQ 26

(3)

3.2. Análise conceptual e de detalhe da proposta 26 3.3. Descritivo de conteúdos mínimos dos módulos das unidades curriculares

do curso 31

3.4. Caracterização CDIO 54

Anexo I – Recursos humanos e materiais para o MIEQ 57

Anexo II – Normas Regulamentares do Mestrado Integrado em Engenharia Química 91

Anexo III – Estudo económico e financeiro 99

Anexo IV – Análise sobre forma de estimativa de créditos ECTS 105 Anexo V – Formulário do Mestrado Integrado em Engenharia Química conforme

(4)

Índice de quadros

Quadro 1 – Proposta de criação do Mestrado Integrado em Engenharia Química –

sua relação com as normas referentes a novos ciclos de estudo

aprovadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior 6

Quadro 2 – Mapa Resumo do Inquérito FEANI. Dimensão de oferta de formação acad 11

Quadro 3 – Oferta e procura de engenharia Química em Portugal 17

Quadro 4 – Plano MIEQ Aprovado em CDDEQ 28

Quadro 5 – Caracterização de áreas do MIEQ 30

Quadro 6 – Quadro de Referência de Competências CDIO 54

Quadro 7 – Matriz de Competências CDIO 55

Quadro 8 – Relação Competência CDIO – Descritores Dublin – Padrões EUR-ACE 56

Quadro 9 – Recursos Humanos Docentes Disponíveis para o MIEQ 57

Quadro 10 – Laboratórios de ensino e recursos materiais específicos do curso 63

Quadro 11 – Indicadores relativos à área de leitura e armazenamento da

Biblioteca 79

Quadro 12 – Relação das aplicações informáticas disponibilizadas pelo CICA 85

Quadro 13 – Salas de aula disponíveis na FEUP e respectiva taxa de ocupação 87

Quadro 14 – Inquérito aos Alunos sobre as suas disciplinas - Cargas de Trabalho 105

Quadro 15 – Inquérito aos Docentes sobre as suas disciplinas - Cargas de Trabalho

e Incidência Técnico-científica 106

(5)

Preâmbulo

O presente documento constitui uma proposta de reorganização dos cursos de licenciatura e mestrado em engenharia química da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), de que o Departamento de Engenharia Química (DEQ) é directamente responsável, no enquadramento da reforma geral do sistema do ensino superior nacional decorrente e no âmbito do Processo de Bolonha.

Propõe-se um Mestrado Integrado em Engenharia Química (MIEQ) que, nos termos da

legislação em vigor sobre Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior e das determinações da FEUP sobre esta matéria, proporcione formação universitária, científica, técnica e humana, com os mais altos níveis de qualidade, na aplicação das ciências e técnicas respeitantes ao ramo da engenharia química e afins nas actividades de investigação, concepção, estudo, projecto, fabrico, construção, produção, fiscalização e controlo de qualidade, incluindo a coordenação e gestão dessas actividades e outras com elas relacionadas, objectivo legal e prático da formação de Engenheiros Químicos nos precisos termos do artigo 4º do Decreto-lei 119/92 de 30 de Junho que define o título de Engenheiro em Portugal.

Propõe-se complementarmente, nos termos da lei, a atribuição do grau intermédio de Licenciado em Ciências de Engenharia, orientação de Engenharia Química.

Nos seus traços mais relevantes o programa ora proposto caracteriza-se da forma seguinte: ƒ Prevê uma formação de segundo ciclo, Mestrado, correspondente a 5 anos acumulados

(300 ECTS) de estudos;

ƒ Corresponde a um perfil de formação designado a nível europeu como de ‘orientação mais teórica’;

ƒ Está desenhado com base nas concepções de mestrado integrado, conduzindo a sua estrutura à atribuição de um grau de primeiro ciclo, designado nos termos da lei como licenciatura, ao fim de 180 ECTS.

ƒ Obedece aos padrões europeus de acreditação de segundo ciclo que estão à presente data em consolidação europeia1, respeitando igualmente as recomendações da Federação Europeia de Engenharia Química sobre conteúdos mínimos para formações de mestrado2.

O presente documento está estruturado em três partes principais, contendo:

ƒ Uma justificação das opções tomadas, em termos de objectivos de formação, do enquadramento de evolução europeia e nacional, e do histórico da FEUP e do DEQ em formação para a área científica em causa.

ƒ Os princípios, os normativos e as orientações pedagógicas que enformam a proposta. ƒ O Plano de Estudos detalhado, incluindo objectivos de formação, conteúdos, carga de

trabalho e aspectos regulamentares.

(6)

Para facilidade de leitura da proposta na sua relação com a legislação apresenta-se no Quadro 1 uma análise de conformidade com as normas para apresentação de dossiers dos processos referentes a novos ciclos de estudo aprovadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).

Quadro 1 - Proposta de criação do Mestrado Integrado em Engenharia Química - sua relação com as normas referentes a novos ciclos de estudo aprovadas pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Requisitos das normas Conformidade na proposta

2. a) Descrição e fundamentação dos objectivos do ciclo de estudos

1. Justificação geral da proposta 2. Desenho curricular e pedagogia (em particular a secção 2.3. – missão e objectivos educacionais; objectivos estratégicos; caracterização conceptual)

2. Proposta - organização 3. Plano de Estudos do MIEQ – Quadros 4, 5, 6, 7, 8;

3.2. Análise conceptual e de detalhe

3.3. Conteúdos mínimos por Unidade Curricular 3.4. Caracterização CDIO, relação com

Descritores de Dublin e Padrões EUR-ACE Anexo II – Normas regulamenteres do MIEQ 2. b) Descrição e fundamentação da adequação

dos recursos humanos e materiais

1.5. Justificativo do MIEQ

Anexo I – Recursos humanos e materiais 2. c) Enquadramento do ciclo de estudos na

rede de formação nacional

1.5. Justificativo do MIEQ – Portal da Engenharia Química em Portugal 2.1. Requisitos gerais para a entrada em

funcionamento de um ciclo de estudos: a) um projecto educativo, b) Um corpo docente próprio; c) Recursos humanos e materiais indispensáveis

Justificado nas secções citadas anteriormente.

2.2. b) e nº 7 do Anexo III – Requisitos para atribuição do grau de mestre

Justificado nas secções citadas anteriormente, em particular secção 3.4. - Caracterização CDIO 3. Fundamentação do número de créditos Anexo IV – comentários sobre estimativa de

créditos das Unidades Curriculares 4. e nºs 3.1. e 3.2. do Anexo III e nº 1 do Anexo

4 – Fundamentação do número total de créditos e da duração do curso

1. Justificação geral da proposta (em particular: 1.2. Formações na Europa; 1.3 Panorama das formações em Portugal)

2. Desenho curricular (em particular 2.3. Missão e objectivos)

3.3. Caracterização CDIO – Quadros 6 e 7 5. Demonstração da adequação da organização e

das metodologias à aquisição de competências e objectivos da formação.

3. Plano de Estudos – análise conceptual, caracterização por área (Quadros 4 e 5) e caracterização CDIO (Quadros 6, 7 e 8) 6. Análise comparativa com cursos com

objectivos similares no espaço europeu.

1.2. Formação em Engenharia na Europa (sintetizada nas conclusões em 1.2.2.) 1.4. Modelo para o MIEQ à luz da política da FEUP

(7)

1. Justificação geral da proposta de criação do Mestrado Integrado

em Engenharia Química

1.1. Preparação necessária para profissionais de engenharia química

Desta análise concluir-se-á que a formação em engenharia química para preparar engenheiros de concepção, profissionais aptos não só para resolverem problemas de engenharia complexos e de grande dimensão, como também para desenvolverem actividade de inovação tecnológica e investigação científica, deve assentar numa sólida base teórica e ser desenhada para proporcionar o desenvolvimento de capacidade de pensamento e raciocínio sistémico e holístico. Tais exigências são particularmente consistentes com as competências adquiridas através de programas de formação integrada. Actos de engenharia

A engenharia exerce-se eminentemente através da concretização de Actos de Engenharia. Estes actos podem existir isoladamente ou integrar-se em trabalhos de engenharia onde, para além dos engenheiros, intervêm outros profissionais com diferentes qualificações e competências

A percepção da existência de uma graduação de importância dos Actos de Engenharia é essencial para a decisão sobre o desenho de um curso de engenharia. Um profissional de engenharia deve envolver-se nos actos de engenharia na medida da sua formação e das suas competências adquiridas através da formação e da experiência. A Sociedade precisa de ter cidadãos com competências diferenciadas. Essa graduação pode ser avaliada com base em três tipos de critérios, considerados isoladamente ou conjugados:

• O seu potencial impacte sobre vidas, bens e meio ambiente; • A sua complexidade;

• O valor de uma obra ou sistema, ou a percentagem do valor do acto na obra ou no sistema.

O que é a Engenharia Química

Engenharia Química é a área de actividade que, empregando métodos científicos e experimentais, se ocupa do estudo, concepção, projecto, construção e operação de processos que convertem matérias primas em produtos úteis por transformação do seu estado físico, químico ou biológico, à escala industrial, de forma economicamente rentável e sustentada, isto é, produzindo mas simultaneamente gerindo recursos, protegendo o ambiente e controlando procedimentos de saúde e segurança.

A engenharia química faz uso dos conhecimentos necessários da matemática, da física, da química, da biologia e de ciências complementares como a economia, combinados com disciplinas específicas tais como fenómenos de transporte, termodinâmica, ciências de materiais, mecânica de fluidos, engenharia de reacções, processos de separação, estratégia e controlo de processos e combinados com tecnologias disponíveis e com arte de engenharia, para projectar e operar tais unidades de processos como de reacção, bioreacção, catálise, destilação, absorpção, adsorpção, separação por membrana,

(8)

Áreas de intervenção industrial

A disciplina de engenharia química tem a sua origem nas indústrias dos químicos inorgânicos de base e nas indústrias de refinação de petróleo e de produção de produtos da petroquímica, mas hoje, com os desenvolvimentos tecnológicos e metodológicos proporcionados pela ciência da engenharia química, tem participação decisiva numa vasta variedade de produção e desenvolvimento de produtos tais como 1) produtos químicos inorgânicos (gases industriais, álcalis e cloro, ácido sulfúrico, ácido fosfórico, amoníaco e seus derivados inorgânicos, água oxigenada, silicatos solúveis, óxidos e massas para esmaltes e tratamento de superfícies, explosivos); 2) produtos químicos orgânicos (produtos orgânicos de base, intermediários e derivados orgânicos); 3) adubos; 4) agro-químicos e agentes de protecção de plantas; 5) resinas sintéticas e plásticos; 6) fibras artificiais e sintéticas; 7) elastómeros e artefactos de borracha; 8) produtos farmacêuticos; 9) resinosos; 10) tintas e vernizes; 11) tensioactivos, sabões e detergentes; 12) colas, adesivos e mastiques; 13) óleos essenciais, perfumes e cosméticos; e 14) óleos e gorduras não alimentares; e adicionalmente participação activa em indústrias como 15) indústria de celulose e papel; 17) indústria do ambiente; 18) indústria têxtil, 19) indústria agro-alimentar; 20) indústria do vidro e, 21) indústria cerâmica.

Complementarmente, o Engenheiro Químico dever-se-á ocupar dos processos onde os fenómenos que controla são relevantes, nomeadamente, e de uma forma não exaustiva: no tratamento de efluentes industriais ou domésticos; no tratamento de águas; na prevenção da corrosão; na gestão da energia; nos equipamentos de queima; nas redes de gás; na segurança industrial; na segurança dos transportes de produtos.

Exigências de Educação em Engenharia Química

A educação e formação de um engenheiro químico, na medida do grau de complexidade e da abrangência da sua intervenção, particularmente em concepção e projecto, é necessariamente muito completa, incluindo disciplinas de áreas próximas, como sejam as da engenharia mecânica e de materiais. No sentido mais abrangente dessa acção, a educação em engenharia química deve desenvolver capacidades de pensamento e raciocínio sistémico e holístico, qualidades que melhor se desenvolvem através de uma formação de base mais teórica e integrada.

Essa percepção sistémica e holística, acrescente-se, justifica o facto de tantos engenheiros químicos trabalharem em indústrias diversas das da engenharia química tradicional, como sejam indústrias de tecnologias do ambiente, de fabricação de microelectrónica, de processamento de polímeros e materiais, farmacêutica, biotecnologia, têxtil, engenharia biomédica, energia e engenharia de sistemas e controlo, bem como justifica que engenheiros químicos trabalhem em muitos problemas na fronteira do conhecimento, tais como no desenvolvimento de nanotecnologias e na procura de soluções para o problema global da energia.

(9)

1.2. Formação em engenharia na Europa

A evolução europeia no domínio da formação em engenharia consagrou definitivamente, nos últimos anos, o reconhecimento de exigência social de dois perfis de formação, relacionáveis, se bem que não de uma forma estritamente biunívoca, com dois níveis de competências profissionais no universo da intervenção da engenharia no desenvolvimento humano. Na perspectiva da formação com vista a investigação, concepção e projecto as principais escolas de engenharia europeias defendem e privilegiam programas de formação integrada.

1.2.1. Factos relevantes nos últimos cinco anos

Os últimos cinco anos da história do ensino da engenharia na Europa caracterizaram-se (têm-se caracterizado) por uma intensa discussão científica, técnica e política, sobre o tipo, a dimensão e o alcance das formações ministradas e a ministrar.

Tal processo de discussão negocial teve relação directa com um importante movimento académico e político e com uma não menos relevante acção política europeia que decorreram neste período: por um lado, o Processo de Bolonha no seu ímpeto reformista do sistema do ensino superior europeu; por outro, a revisão da importante Directiva Europeia sobre Reconhecimento de Qualificações Profissionais aprovada a nível Europeu3 em 7 de Setembro de 2005 e que como tal será legislação nacional até ao fim de 2007. Anote-se desde já a complementaridade, ou, mais apropriadamente dizendo, a forma sincronizada como se desenvolveram em paralelo a reforma no âmbito do processo de Bolonha e esta acção legislativa da Directiva Europeia.

Estiveram envolvidas nesta discussão a generalidade das organizações europeias relacionadas com a engenharia, tanto no plano académico como profissional, cada uma com as suas motivações e interesses específicos, podendo dessas destacar-se pela sua dimensão e relevância das suas acções a FEANI4, o CLAIU5 e o CESAER6.

3 Directiva Europeia 2005/36/CE de 7 de Setembro sobre reconhecimento de Qualificações

Profissionais, http://register.consilium.eu.int/pdf/en/05/st03/st03627.en05.pdf

4 FEANI – Federation Européenne d’Associations Nationale d’Ingenieurs – www.feani.org

Congrega a representação de 26 países europeus, através de Comités Nacionais formados por representantes das diferentes organizações profissionais de cada País. O Comité Nacional Português tem representantes da Ordem dos Engenheiros e da Associação nacional de Engenheiros Técnicos.

5 CLAIU – Council of Associations of Long Cycle Engineers of University or Higher School of

Engineering of the European Union – www.claiu.org

Congrega a representação de 11 países europeus através das suas associações profissionais representativas de engenheiros com formações de ciclos longos. A representação portuguesa é feita através da Ordem dos Engenheiros.

(10)

Não releva tanto a história e o curso dos acontecimentos, antes releva o conjunto de conclusões, bem como factos que as sustentam, sobre a oferta de formações académicas em engenharia que se está a sedimentar nos países europeus.

1.2.2. Principais conclusões sobre formações de engenharia na Europa

a. As formações a nível europeu enquadram-se, naturalmente que de forma não estanque, em dois perfis principais de formação, genericamente reconhecidos como: (i) Perfil de ‘orientação mais teórica’, e

(ii) Perfil de ‘orientação mais aplicada’.

b. Tem sido intensa, e clarificadora, a discussão europeia em vários fóruns associativos profissionais e académicos (FEANI, CLAIU, CESAER...) sobre a definição de competências a adquirir na trajectória de aprendizagem em cada um destes perfis, principalmente tendo em vista a acreditação dos graus e o seu enquadramento na Directiva de Reconhecimento Profissional.

c. A dimensão das formações em engenharia em países europeus pode ser apreciada no relatório publicado pela FEANI em Outubro de 20057, do qual se apresenta um mapa resumo no Quadro 2. Apesar da variabilidade que se observa, verifica-se que de forma predominante as formações de segundo ciclo correspondem a cursos com 5 anos de formação acumulada.

d. Em termos profissionais reconhecem-se hoje essencialmente dois níveis de qualificação (intervenção em actos de engenharia), em categorias profissionais que em Portugal têm a sua expressão nos títulos de Engenheiro Técnico (atribuição legalmente regulada pela Associação Nacional dos Engenheiros Técnicos) e de Engenheiro (atribuição legalmente regulada pela Ordem dos Engenheiros).

e. As Escolas Europeias de Engenharia que assentam a sua actividade conjuntamente nos pilares da educação e da investigação científica oferecem, na generalidade, cursos de perfil de orientação mais teórica.

f. Um número significativo dessas Escolas de grande relevância europeia, com tradição e trabalho visível na investigação, tem vindo a defender e a consolidar com sucesso o conceito de formação de ciclo longo de orientação mais teórica, na maioria dos casos correspondentes a 5 anos (300 ECTS acumulados), conjugando a especificidade e relevância destas formações com o entendimento da dimensão sócio-política do Processo de Bolonha, em particular do interesse da cooperação europeia.

g. É linha de força deste conceito a adopção do segundo ciclo como referência de competências no desenho integrado dos cursos, incluindo nesse programa integrado de estudos a oferta de um grau formal de primeiro ciclo, nos termos das respectivas legislações nacionais, mesmo que eventualmente não fornecendo este todas as competências profissionais de primeiro ciclo, isto é mesmo que eventualmente o grau de primeiro ciclo não seja acreditável pelos padrões de competências profissionais que se venham a desenhar em padrões de acreditação europeus.

(11)

Quadro 2 – Mapa Resumo do Inquérito FEANI

Dimensão de oferta de formação académica em Engenharia em Países Europeus* Anos de

formação

Países Nº de

Países 3

Áustria, Dinamarca, Espanha, Estónia, Grã-Bretanha, Holanda, Hungria, Itália, Luxemburgo, Noruega, Portugal, Rep. Checa, Rep. Eslovaca, Roménia, Suécia, Suíça

16

3,5 Eslovénia 1

3,5 or 4 Islândia, Polónia 2

4 Alemanha

1,2, Áustria1, Bélgica1, Bulgária1, Chipre2, Eslovénia2,

Estónia1, Grã-Bretanha2, Irlanda2, Luxemburgo2, Malta2 11

4,5 Eslovénia, Suíça 2

4,5 or 5 Finlândia, Islândia 2

5

Alemanha, Áustria, Bélgica, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Estónia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Itália, Noruega, Polónia, Portugal, Rep. Checa, Rep. Eslovaca, Roménia, Suécia

19

5,5 Chipre, Polónia 2

6 Polónia 1

* Extraído de Relatório FEANI – Outubro de 2005 disponível (a 1 de Março de 2006) em http://www.feani.org/FEANI%20News/Feani%20news%20Special%2010_2005_Cor.pdf

1 Primeiros ciclos; 2 Segundos ciclos

h. Esta é no essencial a concepção dos mestrados integrados para perfis de ‘orientação mais teórica’ que incluem um primeiro ciclo intermédio de base científica, principalmente com efeitos na mobilidade e na cooperação em programas transnacionais.

i. Esta evolução para uma diferenciação nas formações encontra suporte particularmente relevante na Directiva de Reconhecimento Profissional que reconhece no seu artigo décimo-primeiro (Ref. 3) uma diferenciação profissional associada à qualificação académica de base.

(12)

formação académica, defendidas por alguns sectores e algumas correntes europeias ao lomgo dos últimos anos.

j. Adicionalmente, a concepção de formação integrada, nos termos mencionados nos pontos anteriores, é bem visível em vários acontecimentos e documentos públicos, de que se aponta a título ilustrativo:

(i) O comunicado conjunto8 subscrito pelas Universidades do CESAER;

(ii) A linha conceptual integrada dos cursos do Imperial College, U. Londres9 (como exemplo de posição individual de uma Escola) expressa em textos, como seja a sua posição a respeito da acreditação dos seus diplomados nos termos dos padrões propostos pelo projecto europeu EUR-ACE10:

“... .For these engineers, a qualification at the 2nd cycle is the minimum level of attainment (a 3rd cycle qualification will be required in many cases). In such cases, the 1st cycle qualification is seen as an intermediate stage towards the 2nd cycle qualification, permitting mobility if required, and not as an exit point from academic studies that would qualify for entry into the profession.”. (iii) O estudo independente recente, externo às Escolas, financiado pelo Governo Alemão11, analisando a situação do processo na Alemanha, Áustria, França, Holanda, Hungria e Noruega.

(iv) A decisão política na Suécia, de Janeiro p.p. de aumentar a formação dos cursos de engenharia de 4,5 para 5 anos, mas em que todas as Universidades Técnicas (incluindo a KTH - Royal Institute of Technology e a Universidade de Chalmers) irão adoptar uma formação de 5 anos integrada, com um bacharelato após 3 anos de estudos.

1.3. Panorama das formações em engenharia em Portugal

Como analisado acima o panorama das formações na Europa indica a dimensão acumulada de 5 anos (300 ECTS) como a mais genericamente adoptada para formações de segundo ciclo, importando salientar que esta dimensão de formação é adoptada em todos os países em que a formação secundária é de 12 anos, como é o caso nacional.

8 CESAER Joint Statement on Quality Assurance and Accreditation of Engineering Education,

disponível (a 1 de Março de 2006) em

http://www3.unifi.it/tree/first_deans_convention/pdf/J.%20Woerner,%20Session%20B,%2018.11.05 .pdf

9 Ver Portal em http://www.imperial.ac.uk

10 Projecto EUR-ACE in http://www.feani.org/EUR_ACE/EUR_ACE_Main_Page.htm, secção Reports

and Outputs/Accreditation standards

11 B. Alesi, S. Buerger, B. Kenm, U, Teichler, ‘Status of the Introduction of Bachelor and Master

Study Programmes in The Bologna Process and in Selected European Countries compared with Germany, Center for Research on Higher Education and Work, U. Kassel, Bundesministerium fuer

(13)

Em Portugal, a Ordem dos Engenheiros aprovou uma posição clara de exigência de uma formação de ensino superior acumulada de 5 anos (ou 300 créditos ECTS) para uma formação que confira a capacidade e responsabilidade de intervenção a todos os níveis de actos de engenharia12. A Ordem dos Engenheiros não se pronuncia no entanto sobre a formação dever ou não ser integrada.

Independentemente da apreciação do panorama europeu e da avaliação da instituição profissional nacional, a FEUP tem a sua própria avaliação, fruto da longa experiência de formação, considerando que o necessário desenvolvimento de competências de engenharia que permitam a intervenção profissional competente em problemas de dimensão e complexidade significativas, deve corresponder a esses 5 anos acumulados (300 ECTS) de formação académica.

Tal é também a posição expressa pela generalidade da academia nacional, pelo que se crê consensual a decisão nacional de que as formações de segundo ciclo em engenharia, devem corresponder a 5 anos acumulados (300 ECTS) de actividade, independentemente de se tratar de formação integrada ou em dois ciclos formais.

1.4 Política da FEUP e seu histórico de missão e competências

O modelo proposto para o MIEQ enquadra-se necessariamente no modelo geral de reforma da oferta de formações da FEUP.

Importa consequentemente apreciar a missão, capacidades e competências da Faculdade de Engenharia, no seu histórico e no seu presente, o que aliás é a base de justificação da FEUP para a adopção generalizada de estruturas de formação integrada nas especialidades que a compõem.

a. A Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, assim designada formalmente pelo Dec.Lei nº 12696 de 12 de Novembro de 1926, é históricamente herdeira da Academia Polytéchnica do Porto, criada por decreto real de 13 de Janeiro de 1837, no reinado de D. Maria II, que em 1838 inaugurou os Estudos Industriais em Portugal com quatro cursos de engenharia formalmente designados como de Minas, Construtores de Navios, Geógrafos e de Pontes e Estradas, e com os cursos de Oficiais da Marinha, Pilotos, Comerciantes, Agricultores, Directores de Fábrica e Artistas. Remonta à época o relato de desenvolvimentos técnicos notáveis na Academia

b. Pode pois apropriadamente concluir que, na evolução das instituições e na essência da sua acção, a FEUP é uma Escola que há mais de 165 anos assenta a sua actividade, com as devidas cambiantes dos tempos, no conjunto dos pilares da educação, do desenvolvimento técnico e tecnológico e da investigação científica, oferecendo desde sempre cursos hoje designados de banda larga, com formação teórica sólida em matemática, química, física, ciências da vida e ciências das engenharias.

c. Neste quadro de missão e objectivos de desenvolvimento de sempre, os últimos trinta anos levaram em crescendo a uma intensa actividade de investigação e desenvolvimento por parte dos docentes da FEUP, no enquadramento legal directo da

(14)

própria Escola ou de Institutos de Interface a ela associados, de que resultou o potencial do presente:

d. Hoje, por força desse desenvolvimento histórico, a FEUP é uma Escola de Referência na Tecnologia e na Ciência da Engenharia, na generalidade das áreas de especialidade, com uma larga rede de cooperação nacional e internacional.

e. Na vertente da educação, a nível de imagem pública junto das famílias e dos jovens, aferível pelos resultados das 1ªas fases de acesso ao ensino superior, também aí, ou por razão da sua actividade acima expressa, a FEUP lidera o panorama nacional na procura e no preenchimento das vagas dos cursos oferecidos.

Em resumo, e no essencial:

f. Possuindo infra-estruturas adequadas, a FEUP considera-se em 2006 na primeira linha do potencial nacional para desenvolver a sua actividade na dimensão adicional que hoje se exige a algumas das instituições do ensino superior nacional, a da cooperação alargada com os mais avançados centros de educação e desenvolvimento científico internacionais, com ênfase particular em centros europeus, o que só é compatível com a decisão política adoptada de, nas formações pré-doutoramento, dar prioridade aos perfis de formação integrada de segundos ciclos.

1.5. Justificativo do MIEQ - histórico do DEQ; missão; recursos; enquadramento

nacional e europeu

A missão do Departamento de Engenharia Química, o seu potencial humano, de infra-estruturas, de conhecimento e de equipamentos científicos e tecnológicos, bem como toda a história passada e recente da actividade profissional dos seus docentes indicam de forma insofismável que:

Na diferenciação das missões das instituições, e em particular na diferenciação de perfis de formação que a nossa Sociedade e a necessária cooperação europeia exigem, compete ao DEQ assegurar formações de graduação e pós-graduação de base mais teórica, que formem profissionais de engenharia preparados para actividades de concepção, projecto e investigação.

1.5.1. Missão

Nos termos dos Estatutos da FEUP, em vigor desde 31 de Janeiro de 2001, o DEQ é a unidade estrutural onde se agrupam os principais recursos humanos e materiais associados à actividade nas áreas de conhecimento da engenharia química. Nessas áreas, e em algumas outras ditas afins, compete ao Departamento assegurar e/ou apoiar tanto o ensino em cursos de licenciatura, pós-graduação e formação contínua da FEUP, como a investigação científica e o desenvolvimento tecnológico e como ainda a realização de serviços de extensão universitária.

1.5.2. Recursos humanos

O Departamento enquadra actualmente a actividade de 41 docentes e investigadores permanentes doutorados, 3 docentes convidados doutorados e 1 docente convidado mestrado, apoiados por 20 funcionários técnicos e administrativos.

(15)

Como se descreve na secção 1.5.4. os indicadores globais de produtividade apresentados são claros na excelência da actividade de investigação científica desenvolvida pela generalidade dos docentes.

Apresenta-se em Anexo I a lista dos docentes e investigadores que apoiarão directamente o MIEQ.

1.5.3. Ensino a nível de licenciatura – experiência e procura actual

Merece referência a génese13.

Os primeiros episódios da história universitária da engenharia química no Porto datam do Século XIX com a leccionação, no ano lectivo de 1838/39, do primeiro curso de Directores de Fábrica na Academia Polytechnica do Porto, antecessora da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.

Hoje, 168 anos depois do começo, o DEQ ministra um curso estável, com os mais elevados índices de procura e de qualidade nacionais:

ƒ Tem merecido parecer altamente favorável de Comissões de Acreditação no âmbito da Fundação das Universidades Portuguesas e da Ordem dos Engenheiros;

ƒ Nos últimos anos a LEQ tem sido a única licenciatura em engenharia química que tem preenchido todas as suas vagas (70 vagas oferecidas) na primeira fase, sempre com uma razão procura:oferta que excede a razão 3:1;

ƒ Igualmente, a LEQ tem consistentemente a nota mínima de entrada mais elevada na primeira fase dos concursos de acesso;

ƒ Em média, o curso tem tido de forma estável uma população de cerca de 440 alunos, formando anualmente cerca de 65 novos licenciados;

1.5.4. Actividade de I&D

ƒ Os docentes e investigadores do DEQ desenvolvem intensa actividade de I&D de grande dimensão internacional num largo espectro de áreas directamente ligadas ou com grande afinidade à engenharia química.

ƒ 39 dos 42 docentes e investigadores permanentes (cerca de 93%) desenvolvem a sua actividade em 7 (LSRE, LCM, LEPAE, ISRP, CEFT, REQUIMTE, CBQF) Unidades de I&D em programas da Fundação para a Ciência e Tecnologia, tendo 3 dessas Unidades merecido a classificação de Excelente e 4 outras a classificação de Muito Bom por parte de painéis internacionais de avaliação de actividade científica nomeados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Adicionalmente 4 dessas Unidades integram Laboratórios Associados da FCT.

o Estes dados classificativos são o reflexo de uma elevada produtividade científica dentro dos padrões adoptados a nível internacional para qualificação da investigação científica

(16)

ƒ No todo da estrutura de investigação trabalham a esta data mais de 100 jovens investigadores em programas de doutoramento, de mestrado ou de iniciação à investigação, incluindo programas de intercâmbio europeu.

ƒ Estes indicadores globais de actividade justificam, sem necessidade de ir ao detalhe das largas centenas de publicações, patentes e transferências de tecnologia que as suportam, a asserção de que o DEQ é um Departamento de Formação, Investigação, Desenvolvimento e Inovação.

1.5.5. Laboratórios de Ensino

Conforme se documenta no Anexo I, os laboratórios de ensino ocupam uma área útil de cerca de 1000 m2, dos 4400 m2 úteis das instalações do DEQ, e estão muito bem equipados. Actualmente estão organizados nas seguintes Unidades:

ƒ Laboratório de Química Geral ƒ Laboratório de Química Orgânica ƒ Laboratório de Ciências da Engenharia ƒ Laboratórios de Engenharia Química ƒ Laboratório de Bioengenharia

ƒ Laboratório de Ciências do Ambiente

ƒ Laboratório de Métodos Instrumentais de Análise ƒ

ƒ Laboratório de Informática e Projecto ƒ

ƒ Laboratórios de disciplinas de Opção (Polímeros, Química Têxtil) ƒ

ƒ Instalação Piloto

1.5.6. Acreditação e avaliação

A actual licenciatura em Engenharia Química está acreditada pela Ordem dos Engenheiros por um período de 6 anos, que expirou em 21 de Janeiro de 2005, estando a decorrer à presente data o processo de re-acreditação.

Também, foi sujeita em 2001/2002 a avaliação por parte de uma Comissão de Avaliação Externa sob a égide da Fundação das Universidades Portuguesas, tendo obtido nível A (máximo) em todos os níveis de avaliação relacionados com a estrutura e leccionação do curso.

Significa esta informação que a formação em Engenharia Química na FEUP se tem pautado pelos mais elevados níveis de avaliação.

1.5.7. Enquadramento na oferta de formação nacional

A oferta nacional pode ser observada no Portal da Engenharia Química em Portugal14, mantido conjuntamente pelo DEQ e pelo Departamento de Engenharia Biológica da Universidade do Minho. Apresenta-se um resumo dos dois últimos anos no Quadro 3.

Como já referido e factualmente se observa das estatísticas apresentadas no Portal, a oferta de formação do DEQ-FEUP lidera a procura, medida no número e qualidade dos candidatos admitidos do conjunto das 13 licenciaturas actualmente oferecidas.

14 http://www.fe.up.pt/eqedu

(17)

Quadro 3 – Oferta e procura de formação em Engenharia Química em Portugal*

Colocações na primeira fase

2004/2005 2005/2006 Universidade/

Instituto Grau Curso

Nº V Nº C % Nº V Nº C %

U. Aveiro L Eng. Quím. 50 33 66% 50 22 44% U. Beira Interior L Eng. Quím. 25 14 56% 25 0 0% U. Coimbra - Faculdade de Ciências e Tecnologia L Eng. Quím. 45 35 78% 45 32 71%

U. Évora L Eng. Quím. 20 6 30% 20 2 10%

U. Porto - Faculdade de Engenharia

L Eng. Quím.

70 70 100% 70 70 100%

U.Técnica de Lisboa - Instituto Superior Técnico

L Eng. Quím. 75 64 85% 75 68 91% IP Bragança - Escola Superior de Tecnologia e de Gestão de Bragança L+B Eng. Quím. 65 19 29% 65 17 26% IP Coimbra - Instituto Superior de Engenharia de Coimbra L+B Eng. Quím. 35 5 14% 25 4 16% IP Lisboa - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa L+B Eng. Quím. 108 66 61% 108 12 11% IP Porto - Instituto Superior de Engenharia do Porto L+B Eng. Quím. 90 59 66% 80 37 46% IP Viana do Castelo - Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viana do Castelo L+B Eng. Quím. 30 12 40% 30 3 10%

IP Tomar - Escola Superior de Tecnologia de Tomar L+B Eng. Quím. 38 12 32% 38 3 8% U. Nova de Lisboa - Faculdade de Ciências e Tecnologia L Eng. Química e Bioquímica 50 18 36% 50 44 88% Nº V – Número de vagas

NºC – Número de candidatos colocados

(18)

1.5.8. Saídas profissionais dos licenciados

ƒ As saídas profissionais dos licenciados em engenharia química pela FEUP incluem um largo leque de oportunidades, mas principalmente o ingresso na indústria, a investigação, actividade técnico-comercial ou a docência a nível de ensino técnico ou de ensino secundário.

ƒ As saídas profissionais para a indústria situam-se nas áreas da indústria química, dos petróleos e petroquímica, do ambiente, agro-alimentar, farmacêutica, celulose e papel, têxtil, cerâmica, produção de energia e de um modo geral da transformação de matérias-primas em produtos acabados. A actividade funcional propriamente dita pode ocorrer tanto a nível de apoio à operação industrial, incluindo monitorização e controlo de processo, como a nível de gestão de produção, incluindo programação de operação e controlo de qualidade, como ainda em projecto e inovação industrial. ƒ Inquéritos recentes indicam que apesar das dificuldades reconhecidas de alguma

recessão e de desemprego que o País atravessa, nomeadamente na indústria, os licenciados do DEQ encontram primeiro emprego em menos de 5 meses após a conclusão do curso.

ƒ A conclusão é de que existe uma importante missão e um importante mercado para os formandos do DEQ-FEUP.

1.5.9 Enquadramento do MIEQ no plano europeu

Esta é uma questão de grande relevância.

Menciona a legislação nacional (nº 1 do Art. 19º do Decreto Lei sobre Graus Académicos e Diplomas do Ensino Superior) que a proposta de Mestrado Integrado pode ser conferida nos casos em que para o acesso ao exercício de uma determinada actividade profissional essa duração resulte de uma prática estável e consolidada na União Europeia.

A apreciação do enquadramento europeu do MIEQ decorre da análise efectuada na secção 1.2. sobre o ensino da engenharia na Europa, sintetizada nas conclusões da secção 1.2.2..

Ora, não há um padrão único definido. Não há uma prática estável e consolidada única. Há duas práticas estáveis e consolidadas na oferta de formação em engenharia química.

Explique-se:

Em primeiro lugar a engenharia não é profissão regulada. Consequentemente há uma variabilidade na estrutura de oferta de formações que é naturalmente superior à variabilidade observada em áreas de formação regulada, de que é exemplo típico a medicina, se bem que, e releva comentar este exemplo, nenhuma directiva imponha que as formações de medicina sejam integradas.

Depois, é verdade que por toda a Europa se está ainda numa fase de ajustamento conceptual nas engenharias, sendo certo que na grande maioria dos países é efectivamente atribuído um grau de primeiro ciclo, tal como a legislação nacional o prevê e o MIEQ proporciona.

Globalmente, observam-se os traços seguintes:

ƒ Prevalece a formação global de 5 anos nos países em que a formação secundária é de 12 anos.

(19)

ƒ Observa-se a oferta de formação de dois ciclos, com saída profissional reconhecida no primeiro ciclo em 180 a 210 ECTS, num número muito significativo de Escolas do Ensino Superior, nomeadamente em todas as instituições genericamente do tipo dos nossos institutos politécnicos, com ensino de ‘orientação mais aplicada’.

ƒ Prevalece a oferta de formação integrada nas Escolas com uma componente

relevante de investigação científica que ministram uma formação de ‘orientação mais teórica’, tal como comentado e ilustrado na Secção 1.2.2..

Como exemplos deste último traço - nas Grandes Écoles francesas, em escolas britânicas de primeiro nível, como é o caso também já documentado do Imperial College, e em termos gerais nas Escolas aderentes ao CESAER os cursos são desenhados tendo em vista as competências de segundo ciclo.

A questão deve colocar-se na necessária competitividade de Portugal no plano europeu, a qual exige a oferta de um número limitado de formações de ‘orientação mais teórica’, as quais só encontram sustentação num Corpo Docente que maioritariamente se dedique a actividade de investigação e desenvolvimento de mérito e padrões europeus.

Na medida dessa prática estável de um grupo relativamente limitado de Escolas Europeias e tendo em consideração a formação e o curriculum dos seus docentes, o DEQ-FEUP entende justificada nos termos da lei a proposta de criação do Mestrado Integrado em Engenharia Química.

1.6. Conclusão

No entendimento dos subscritores da proposta a informação apresentada torna clara a justificação das opções tomadas, em termos de objectivos de formação integrada em engenharia química com uma dimensão equivalente a cinco anos (300 ECTS) acumulados de actividade formativa .

É este o padrão adoptado pelas principais Escolas de Investigação Europeias.

É este o padrão decidido pela FEUP, após o apreciar e ajuizar do seu histórico de contribuição para o desenvolvimento tecnológico, para a inovação e para a investigação científica ao longo de mais de 165 anos.

Em particular, relativamente à formação em Engenharia Química, os recursos humanos disponíveis altamente qualificados, os indicadores de intensa actividade de investigação, desenvolvimento e inovação e os importantes meios laboratoriais também disponíveis, tornam a formação integrada em engenharia química o padrão natural de oferta formativa em Engenharia Química na FEUP.

A proposta do MIEQ enquadra-se nas concepções europeias sobre formação em engenharia química, nomeadamente obedecendo às recomendações da Federação Europeia de Engenharia Química e aos requisitos europeus de acreditação de segundo ciclo.

(20)

2. Desenho Curricular e Pedagogia: Normativos, Princípios Gerais,

e Orientações Gerais e Específicas

O desenho curricular, a pedagogia e didáticas foram decididos internamente pelo Departamento no enquadramento da legislação nacional directamente aplicável e de regulamentos específicos estabelecidos pelo Senado da Universidade do Porto (UP), no enquadramento de um conjunto de princípios gerais, regulamentos e orientações da FEUP e, também, tomando em boa consideração documentos de orientação e recomendações europeias.

2.1 Normativos e documentos de orientação nacionais e europeus

Legislação Nacional (à presente data)

a. Decreto-Lei 155/89 de 11/05 – Estudo financeiro de horizonte plurianual

b. Decreto-lei nº 42/2005, de 22 de Fevereiro, sobre Princípios Reguladores de Instrumentos para a Criação do Espaço Europeu de Ensino Superior;

c. Decreto-lei nº 49/2005, de 30 de Agosto respeitante à Lei de Bases do Ensino Superior;

d. Despacho 10543/2005(2ª série) de 22 de Fevereiro - Normas técnicas para apresentação das estruturas curriculares e dos planos de estudo dos cursos superiores e. Diploma legal sobre graus académicos e diplomas de ensino superior15, em processo

de promulgação.

Regulamentação da Universidade do Porto

f. Deliberação 896/2005 de 04/05 do Senado da UP - Regulamento de Aplicação do Sistema de Créditos Curriculares aos Cursos Conferentes de Grau da Universidade do Porto.

g. Deliberação 897/2005 de 04/05 do Senado da UP - Normas para enquadramento dos cursos conferentes de grau nas unidades orgânicas da Universidade do Porto.

h. Deliberação de 16/11/2005 do Senado da UP - Decisão sobre criação de novos cursos. Documentos de orientação Europeus

i. A documentação dos Descritores de Dublin (do Joint Quality Initiative Group) com a definição de objectivos dos ciclos de estudo, definição esta incorporada nos art. 5º, 8º, 15º e 28º do Decreto-lei sobre Graus Académicos e Diplomas de Ensino Superior, supracitado.

j. A documentação sobre desenvolvimento curricular genericamente descrita como Projecto TUNING16;

15 Documentação em www.mctes.pt

(21)

k. A documentação sobre o Projecto E4, genericamente correspondente a uma aplicação do TUNING às Engenharias17;

l. A documentação sobre competências gerais e específicas em engenharia genericamente identificadas como a iniciativa CDIO – conceiving – designing – implementing – operating (CDIO) real–world systems and products18;

m. Os documentos do projecto EUR-ACE, correspondente ao fim da primeira fase, com caracterização de perfis e com definição de critérios para acreditação de primeiros e segundo ciclos de estudo em engenharia19;

n. O documento com recomendações sobre curriculum mínimo apresentado pelo Grupo de Trabalho em Educação em Engenharia da FEEQ20;

o. A Posição da Ordem dos Engenheiros relativamente ao Processo de Bolonha21.

2.2. Princípios gerais e orientações da FEUP

2.2.1. Princípios gerais

a. A FEUP entende que, no seu futuro desempenho profissional, os seus mestres devem estar capacitados para conceber, desenvolver, projectar, implementar e operar sistemas complexos, geradores de valor acrescentado, num contexto de sustentabilidade ambiental e social e de ética profissional e social;

b. A FEUP entende que a aprendizagem associada a este tipo de formações é mais eficiente quando a aquisição dos conhecimentos mais tecnológicos se constrói sobre uma base sólida de conhecimentos das chamadas ciências propedêuticas e da engenharia;

c. A FEUP, não desconhecendo o valor da motivação nas aprendizagens e a necessária melhoria da sua eficiência, continuará a sua migração para práticas pedagógicas potenciadoras de maior harmonização de conhecimentos e de integração/socialização no acesso, de aprendizagem activa e de paralelização curricular;

d. A FEUP pretendendo que os seus graduados e pós-graduados tenham uma formação cívica integral continuará a proporcionar oportunidades de formação cultural, linguística e de prática desportiva e lúdica extra-curriculares;

e. A FEUP entende que, durante o seu percurso formativo, os seus formandos devem ter oportunidades de treino de capacidades e atitudes que lhes proporcionem com a necessária proficiência, o desempenho desejável em termos comunicacionais, de

17 Documentação em www.unifi.it/tne4/ ou http://www.bologna-bergen2005.no/EN/Bol_sem/Seminars/040701-02Edinburgh/04070102-Innovative_Curricula-Heitmann.pdf 18 Documentação em www.cdio.org 19

(22)

trabalho em grupo em ambientes multiculturais e multidisciplinares, na inovação e como agentes de mudança.

f. Pretendendo ter um posicionamento aberto e cooperante face à mobilidade no chamado espaço Europeu (no sentido do processo de Bolonha), a FEUP garantirá, para além da natural mobilidade em finais de ciclo, um diploma de mobilidade aos seus alunos que completem os primeiros 180 ECTS de formação inicial.

2.2.2. Orientações sobre Desenho Curricular

g. Mobilidade ao fim dos primeiros 180 ECTS;

Tendo em consideração os princípios gerais definidos, os primeiros 180 ECTS deverão concentrar a maior parte da formação em ciências básicas e da engenharia;

h. Diferenciação de perfis e especialização

Deverá ser proporcionada aos alunos capacidade para definir de forma limitada possíveis perfis de especialização, seja em ramos formais, seja pela definição combinada de disciplinas de Opção e temas de Projecto a realizar em ambiente de investigação ou industrial.

i. Competências, capacidades e atitudes

Utilizar-se-á a concepção CDIO (Ref. 18) para definição da matriz dos conhecimentos, capacidades e atitudes pessoais, interpessoais e profissionais, respeitando para os primeiros 180 ECTS a proposta do grupo E4;

j. Disciplinas

O número máximo de disciplinas por semestre será de 5, sendo uma obrigatoriamente no regime de avaliação distribuida;

k. Horas de contacto

O número máximo de horas de contacto semanais será de 22; l. Línguas de trabalho

A língua de trabalho nos primeiros 180 ECTS será o português.

Nos 120 ECTS finais a língua de trabalho será preferencialmente o inglês (trata-se de proporcionar treino aos formandos), particularmente se existirem alunos estrangeiros que não dominem a língua portuguesa.

2.2.3. Pedagogia

m. Deverão incluir-se disciplinas onde ocorra total ou parcialmente trabalho cooperativo, trabalho de grupo, treino de capacidades e atitudes, trabalhos laboratoriais e de campo e projecto (poderá ser transversal e desenvolver-se ao longo do curso), incluindo projecto de engenharia e treino de inglês;

n. Haverá um esforço no sentido da utilização mais alargada de avaliação mista;

o. Existirá um esforço no sentido de potenciar formas de aprendizagem activa, em particular nas horas de contacto.

p. Existirá um esforço onde for julgado conveniente, para a utilização de ferramentas de Aprendizagem e para apoio à aprendizagem.

(23)

Relativamente ao 1º Ano

q. No 1º semestre do 1º ano existirão somente duas disciplinas:

ƒ Projecto FEUP com o objectivo de reforçar os pilares socialização e aprender no ensino superior através da realização de um projecto em grupo e, cumulativamente: harmonizar conhecimentos básicos de informática, treinar comunicação oral e escrita, conhecer e utilizar fontes de informação, conhecer o comportamento cívico, ambiental e de higiene e segurança na FEUP e a própria FEUP;

ƒ Propedêuticas de Engenharia Química I, com o objectivo de harmonizar conhecimentos das áreas da matemática, física e química e biologia (necessários tendo em vista a reforma em curso no secundário, em vigor a partir de 2007/08) e conter, de uma forma modular, as necessárias formações disciplinares do 1º semestre do 1º ano;

r. No 2º semestre do 1º ano existirá somente uma disciplina;

Propedêuticas de Engenharia Química II, contendo, de uma forma modular, as necessárias formações do 2º semestre do 1º ano.

2.3. MIEQ - orientações conceptuais específicas associadas a missão e objectivos

estratégicos

No enquadramento da legislação e orientações superiores, bem como no enquadramento da sua missão e objectivos educacionais, o Departamento definiu objectivos estratégicos orientadores do desenho do Plano de Estudos, e, daí decorrente, definiu um conjunto de linhas específicas de caracterização curricular, decisões que releva apresentar:

2.3.1. A Missão e Objectivos Educacionais do Mestrado Integrado em Engenharia Química

a. O objectivo fundamental do Mestrado Integrado em Engenharia Química é a preparação dos alunos para que possam iniciar, após a conclusão do curso, uma carreira profissional de actividade prática ou de investigação, em Engenharia Química ou em áreas afins, com relação especial aos termos dos actos de engenharia e às áreas industriais identificadas na secção 1.1. desta proposta.

b. No plano formativo o curso deve assim promover que os alunos desenvolvam ou absorvam de forma crescente, ao longo do seu período de aprendizagem:

(i) Uma compreensão da natureza e dimensão das indústrias transformadoras com associação íntima à engenharia química;

(ii) Uma compreensão dos fenómenos e dos princípios físicos, químicos e biológicos e sua aplicação à análise de processos;

(iii) Uma metodologia sistemática para organização de informação e resolução de problemas essenciais ou de complexidade crescente em engenharia química; (iv) Uma percepção dos métodos de concepção, projecto, implementação, e

(24)

c. Devem os alunos graduados com o Mestrado Integrado em Engenharia Química estar preparados para assumir imediatamente posições profissionais como Engenheiros Químicos completos nas suas várias áreas de potencial intervenção, seja em Portugal, nomeadamente em empresas industriais, em empresas de serviços, em gabinetes de projecto, em serviços municipais e em agências governamentais, seja no estrangeiro em funções compatíveis.

2.3.2. Objectivos estratégicos

Do ponto de vista estratégico deve a reforma assegurar os seguintes aspectos:

d. Prestígio e Qualidade – Manter e acentuar o estatuto de curso de referência a nível nacional, dentro do novo paradigma de desenvolvimento.

Nesse sentido o novo Plano de Estudos deve:

(i) Promover um marcado reequilíbrio na formação geral, quer em áreas científicas de base, quer da prática de engenharia;

(ii) Ter em consideração as capacidades existentes no Departamento, garante da sua qualidade reconhecida;

(iii) Ser selectivo nas reduções nas áreas tradicionais da EQ, tendo em atenção a importância e dimensão de cada tema.

e. Empregabilidade – Proporcionar um perfil do curso que contribua para uma elevada taxa de empregabilidade dos alunos.

Este objectivo implica que se preserve a oferta de um curso de banda larga, mas com uma mais acentuada cultura geral de engenharia, incluindo novos pilares (biologia molecular; materiais; engenharia de produto) e um leque de opções apropriado, procurando alargar as possibilidades de emprego a novas áreas emergentes.

f. Internacionalização – Fortalecer o prestígio do curso a nível externo, preparando o curso para colaboração internacional, nomeadamente no sentido de aumentar a procura por parte de estudantes estrangeiros.

Este objectivo exige como condição necessária, se bem que não suficiente, que o novo Plano de Estudos cumpra totalmente os requisitos de acreditação internacional.

2.3.3. Caracterização conceptual da proposta

Em termos conceptuais, em linha com as directrizes anteriores, muito em particular tendo em atenção especial a exigência e objectivo de enquadramento e legibilidade europeias, o perfil do curso, na perspectiva dos seus conteúdos, deve então obedecer às directrizes específicas seguintes:

g. Deve manter o perfil global de Ciência da Engenharia Química, acentuando simultaneamente a cultura geral (prática) de engenharia, através de uma renovada perspectiva pedagógica, nomeadamente com reforço da perspectiva de aprendizagem virada para o projecto de engenharia alargado a temas das ciências da vida e outras áreas associadas à engenharia química;

h. Deve desenvolver nos alunos as capacidades e competências gerais consagradas no quadro geral nos Descritores de Dublin para segundos ciclos (Ref. 17) ;

(25)

j. Deve incluir os tópicos e directrizes de conteúdos mínimos apontadas nas recomendações do Grupo de Trabalho em Educação da Federação Europeia de Engenharia Química (Ref. 2).

k. Em termos mais específicos, deve desenvolver nos alunos os conhecimentos técnicos, de aptidões pessoais e profissionais, de aptidões interpessoais e de aptidões de concepção, projecto, implementação e operação de sistemas identificados na estrutura conceptual dos padrões CDIO- – conceiving – designing – implementing – operating (CDIO) real–world systems and products (Ref. 18), as quais se relacionam com o quadro de competências dos Descritores de Dublin e com o quadro dos padrões EUR-ACE, conforme adiante se explicitará (Quadro 8).

(26)

3. Plano de Estudos do MIEQ

3.1. Apresentação da proposta

ƒ No Quadro 4 apresenta-se a proposta de Plano de Estudos na sua componente estrutural e na sua dimensão de horas de contacto e de horas totais previstas de trabalho, nos termos do sistema ECTS.

ƒ Esta informação é complementada no Quadro 5 com uma apresentação quantificada dos créditos ECTS por área científica.

ƒ Nas secções 3.2. e 3.3., abaixo, faz-se uma análise conceptual e de detalhe da proposta e apresentam-se os conteúdos mínimos associados a cada Unidade Curricular. ƒ Na secção 3.4., nos Quadros 6, 7 e 8, apresenta-se a caracterização CDIO de

competências do curso, na sua relação com as competências dos Descritores de Dublin e dos padrões EUR-ACE.

Complementarmente, apresentam-se:

ƒ No Anexo I os Recursos Humanos e Materiais para o MIEQ; ƒ No Anexo II a proposta de Regulamento do MIEQ;

ƒ No Anexo V o formulário do Curso nos termos exigidos pela Direcção Geral do Ensino Superior.

Embora sem aplicação directa no cálculo dos ECTS desta proposta, apresenta-se em Anexo IV um estudo sobre estimativa de ECTS, efectuado pela Direcção do Curso de Licenciatura em Engenharia Química em 2002/2003, baseado em inquéritos aos docentes e alunos que teve o mérito de análise prática pela primeira vez do conceito, que representa o caminho a seguir, nos termos da legislação, e cujos resultados muito contribuíram na sensibilidade da decisão sobre a caracterização do curso em ECTS constante nos Quadros 4 e 5.

3.2. Análise conceptual e de detalhe da proposta

Releva acentuar a seguinte caracterização do Plano apresentado: a. Mantém o perfil global de Ciência da Engenharia Química;

b. Assenta numa formação inicial em Ciências de Base e em Ciências da Engenharia, em paralelo com a aprendizagem da especificidade da prática de Engenharia;

c. Acentua a cultura geral (prática) de engenharia, através de uma renovada perspectiva pedagógica, nomeadamente com reforço da perspectiva de aprendizagem virada para o projecto de engenharia.

d. Inclui em cada ano uma disciplina que tem como objectivo principal cumprir um papel de disciplina integradora de conhecimentos, na perspectiva da prática de Engenharia;

e. Fortalece a área das Ciências da Vida;

f. Inclui temas que emergem como relevantes na engenharia química de hoje: Engenharia do Ambiente e Engenharia de Produto;

g. Fortalece o tema Projecto de Engenharia, não só através da elaboração de um Projecto ‘final’, mas sobretudo através de uma aprendizagem continuada, ao longo

(27)

h. Inclui temas centrais da prática da engenharia química: organização industrial, serviços industriais, materiais de construção, normas de qualidade e projecto, higiene, segurança e protecção ambiental, ao nível do 4º Ano;

i. Fortalece a aprendizagem da capacidade de trabalho aprofundado sobre um tema específico, através da disciplina Projecto de Desenvolvimento, que culmina na apresentação de uma tese de investigação científica ou de desenvolvimento industrial, que se poderá desenvolver em:

(i) Ambiente de especialização indústria: 30 ECTS finais para realização de projecto em empresa ou em ligação directa a empresa;

(ii) Ambiente de investigação: 30 ECTS finais para realização de uma tese de investigação, seja em mobilidade, Programa ERASMUS ou equivalente, seja em projecto de investigação interno.

j. Inclui alguma diferenciação de perfis e alguma especialização, através de Opções Livres e Opção Temáticas, directamente relacionadas com as valências e a cultura do DEQ, na seguinte perspectiva:

ƒ Opções Temáticas – conjunto de duas disciplinas de opção (10 ECTS) que contribuem para alguma especialização em grandes temas dentro da área científica da Engenharia Química.

ƒ Opções Livres – disciplinas individuais (2 * 5,5 ECTS) que poderão proporcionar alguma diferenciação de perfil da formação, através do aprofundamento de matérias em disciplinas de tópicos avançados;

k. Na medida das exigências legais permite o reconhecimento formal académico com 180 ECTS de formação, nos termos da legislação

l. Importa comentar que a regulamentação das condições de aceitação de temas de opção, temática ou livre, os critérios de escolha das opções e o acesso à realização de um ou outro tipo de projecto de desenvolvimento está cometida ao Director de Curso, ouvida a Comissão Científica do Curso.

(28)

300

Disciplina H Contacto Semanais H Contacto Totais ECTS*

1º Ano - 1º Semestre

SOMAS - 1ºA, 1ºS - TOTAL) 437,5 30,0

Projecto FEUP 20,0 30,0 2,0

SOMAS - 1ºA, 1ºS - PARCIAL 22,0 407,5 28,0

Propedêuticas de Engenharia Química I 22,0 407,5 28,0

Matemática I 7,5 139,0 8,5 Química I 7,5 139,0 8,5 Laboratórios de Química I 3,0 55,5 4,0 Práticas de Informática 4,0 74,0 7,0 1º Ano - 2º Semestre SOMAS 22,0 308,0 30,0

Propedêuticas de Engenharia Química II 22,0 308,0 30,0

Matemática II 4,5 63,0 7,0

Química II 7,0 98,0 8,0

Laboratórios de Química II 3,0 42,0 3,0

Física I 4,0 56,0 6,0

Elementos de Engenharia Química I 3,5 49,0 6,0

2º Ano - 1º Semestre SOMAS 21,0 294,0 30,0 Matemática III 5,0 70,0 8,0 Ciências Biológicas 3,5 49,0 6,0 Mecânica de Fluidos 4,0 56,0 6,0 Termodinâmica 4,5 63,0 6,0 Prát. de Engenharia Química I 4,0 56,0 4,0 2º Ano - 2º Semestre SOMAS 21,0 294,0 30,0 Matemática IV 5,0 70,0 7,5 Física II 3,5 49,0 6,0 Fenómenos de Transferência I 4,0 56,0 6,0

Elementos de Engenharia Química II 3,5 49,0 6,0

Prát. de Engenharia Química II 5,0 70,0 4,5

3º Ano - 1º Semestre

SOMAS 21,0 294,0 30,0

Fenómenos de Transferência II 3,5 49,0 6,0

Ciência e Engenharia dos Materiais 4,0 56,0 6,0

Engenharia da Reacção I 4,0 56,0 6,5

Processos de Separação I 4,5 63,0 7,0

Prát. de Engenharia Química III 5,0 70,0 4,5

3º Ano - 2º Semestre

SOMAS 21,0 294,0 30,0

Engenharia da Reacção II 4,0 56,0 6,5

Processos de Separação II 4,5 63,0 7,0

Química-Física das Superfícies 3,5 49,0 6,0

Operações de Transferência 4,0 56,0 6,0

Prát. de Engenharia Química IV 5,0 70,0 4,5

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Química Plano MIEQ - Aprovado em CDDEQ - 2006.03.07

(29)

4º Ano - 1º Semestre

SOMAS 20,0 280,0 30,0

Engenharia da Reacção III 4,0 56,0 7,0

Dinâmica e Controlo de Processos 5,0 70,0 8,0

Engenharia Química e Sustentabilidade 4,0 56,0 6,0

Engenharia de Produto 4,0 56,0 6,0

Prát. de Engenharia Química V 3,0 42,0 3,0

4º Ano - 2º Semestre

SOMAS 20,0 280,0 30,0

Estratégia e Optimização de Processos 5,0 70,0 7,5

Introdução ao Projecto de Engenharia 4,0 56,0 8,5

Elementos de Gestão Industrial 4,0 56,0 6,0

Opção Temática I 4,0 56,0 5,0 Prát. de Engenharia Química VI 3,0 42,0 3,0 5º Ano - 1º Semestre SOMAS 16,0 224,0 30,0 Projecto de Engenharia 4,0 56,0 14,0 Opção Temática II 4,0 56,0 5,0 Opção Livre I - A 4,0 56,0 5,5 Opção Livre II - B 4,0 56,0 5,5 5º Ano - 2º Semestre SOMAS 4,0 56,0 30,0 Projecto de Desenvolvimento 4,0 56,0 30,0 OpçõesTemáticas Energia Química Têxtil Ambiente Bioengenharia Informática Industrial Materiais Poliméricos

Opções Livres - 2 Blocos:

Opções Livres Tipo A - Área de Capacidades Pessoais e Inter-pessoais:

Empreendedorismo, Inovação Gestão

Iniciação à Investigação Científica etc.

Opções Livres Tipo B - Disciplinas das áreas de:

Processos Produto Sistemas

NOTA SOBRE O SISTEMA ECTS

Nos termos da legislação e das decisões da Unoversidade do Porto. 1 semestre de trabalho = 30 ECTS = 800 horas de trabalho total

QUADRO 4 (Continuação)

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto Mestrado Integrado em Engenharia Química Plano MIEQ - Aprovado em CDDEQ - 2006.03.07

(30)

Quadro 5 - Caracterização de áreas do MIEQ

Área / Disciplina ECTS ECTS %

Totais 300,0 100,0 Projecto FEUP 2,0 0,7 Matemática 38,0 12,7 Física 12,0 4,0 Química 23,5 7,8 Ciências da Vida 6,0 2,0

Ciências de Engenharia - Fenómenos de Transporte 18,0 6,0

Ciências de Engenharia - Termodinâmica e Química-Física 12,0 4,0

Engenharia Química - Introdução 12,0 4,0

Engenharia Química - Engenharia da Reacção 20,0 6,7

Engenharia Química - Processo de Separação e Transporte 20,0 6,7

Eng. Química e Ciências de Engenharia - Laboratórios 23,5 7,8

Engenharia Química - Sistemas 15,5 5,2

Engenharia Química - Projecto de Engenharia 22,5 7,5

Engenharia Química - Tese - Projecto I&D ou Industrial 30,0 10,0

Engenharia do Produto 6,0 2,0

Complementares 18,0 6,0

Ciência e Engenharia dos Materiais

Elementos de Gestão Industrial

Engenharia Química e Sustentabilidade

Opções Temáticas 10,0 3,3

(31)

3.3. Descritivo de conteúdos mínimos dos módulos das Unidades Curriculares do

curso

O presente descritivo foi preparado pela Comissão Científica Provisória do Mestrado Integrado em Engenharia Química nomeada para o efeito pelo Conselho de Departamento realizado a 7 de Março de 2006, tendo como base o documento geral sobre Plano de Estudos aprovado nesse Conselho de Departamento.

Está organizado por áreas científicas (ou de estudo), conforme apresentado no Quadro 5.

MATEMÁTICAS e COMPUTAÇÃO

Disciplina Ano Semestre ECTS HC/S HC T HT

Matemática I, incluída em Propedêuticas de

Engenharia Química I 1º 1º 8,5 7,5 139 222

Módulo I - Algebra 3,5 3,5 65 97

Módulo II – Análise Matemática 5,0 4,0 74 125

Módulo I - Álgebra

Álgebra Vectorial; Espaços Lineares. Álgebra Matricial. Determinantes. Sistemas de Equações Lineares. Matriz Inversa e Matrizes Relacionadas. Valores e Vectores Próprios de uma Matriz. Diagonalização de Matrizes. Matrizes e Transformações Ortogonais.

Módulo II - Análise Matemática

Complementos sobre Funções. Complementos de Cálculo Diferencial. Primitivação de Funções. Cálculo Integral. Séries de Números Reais. Séries de Taylor e de Maclaurin. Séries de Potências. Coordenadas Polares e Curvas Paramétricas no Plano.

Disciplina Ano Semestre ECTS HC/S HC T HT

Matemática II, incluída em Propedêuticas de

Engenharia Química II 1º 2º 7,0 4,5 63 186

Módulo I – Análise Matemática 58 171

Módulo II – Métodos Numéricos e

Programação 5 15

Módulo I – Análise Matemática

Curvas e Superfícies no Espaço. Funções Vectoriais. Introdução às Funções de Várias Variáveis. Funções de Várias Variáveis: Derivadas Parciais. Funções de Várias Variáveis: Integrais Múltiplos.

Referências

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