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Neoliberalismo e relações sociais: notas para uma abordagem freudomarxista

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Academic year: 2021

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Neoliberalismo e relações sociais: notas para uma abordagem

freudo-marxista

Alessandro da Silva Leite1

RESUMO: O escopo deste trabalho é abordar criticamente a dinâmica das relações sociais, com ênfase nas relações de trabalho, no contexto do neoliberalismo. Busca-se entender dialeticamente como o capitalismo, estruturando a dinâmica social, produz efeitos também estruturantes na organização subjetiva dos indivíduos. A hipótese aqui explorada é a de que o neoliberalismo – ou o “novo capitalismo”, ao reorganizar as estruturas econômicas, produz efeitos na rede de relações e de funções de natureza política, econômica e psíquica existente na cultura dos grupos sociais. Este artigo organiza-se em três partes. Na primeira, é feita uma breve apresentação do freudo-marxismo, na segunda, aborda-se a noção de neoliberalismo como a nova fase de acumulação do capital e na terceira parte, destaca-se alguns efeitos nos campos subjetivos e sociais.

PALAVRAS-CHAVES: neoliberalismo, freudo-marxismo, relações sociais de produção. ABSTRACT: The scope of this paper is to critically address the dynamics of social relations, with emphasis on labor relations in the context of neoliberalism. We seek to understand how capitalism dialectically, structuring social dynamics, also produces structuring effects on subjective organization of individuals. The hypothesis explored here is that neoliberalism - or the "new capitalism", to reorganize economic structures, shall take effect on the network of relations and political functions, economic and psychic existing culture of social groups. This article is organized into three parts. At first, a brief presentation of Freudian-Marxism is made in the second, it deals with the notion of neoliberalism as the new phase of capital accumulation and in the third part, we highlight some effects on subjective and social fields. KEI-WORDS: neoliberalism, freudian-marxism, social relations of production.

1 Introdução

O escopo deste trabalho é abordar criticamente a dinâmica das relações sociais, com ênfase nas relações de trabalho, no contexto do neoliberalismo. As análises aqui propostas se conduzem especialmente pelo entrecruzamento da abordagem teórico-social de dois importantes intelectuais do século XIX e XX: Karl Marx (1818-1883) e Sigmund Freud (1856-1939), numa perspectiva que ficou conhecida como freudo-marxismo. Nesse sentido, busca-se entender dialeticamente como o capitalismo, estruturando a dinâmica social, produz efeitos também estruturantes na organização subjetiva dos indivíduos.

A hipótese aqui explorada é a de que o neoliberalismo – ou o “novo capitalismo”, ao reorganizar as estruturas econômicas, produz efeitos na rede de relações e de funções de natureza política, econômica e psíquica existente na cultura dos grupos sociais (Elias, 1987). Tais efeitos se manifestam sintomaticamente, por exemplo, no desinvestimento

econômico-1 Doutorando em Ciências sociais e ciências jurídicas, no Programa de Pós-graduação em Sociologia e Direito, PGSD, da Universidade Federal Flumimense, UFF, Mestre em História Social, pela Universidade Severino Sombra, USS. Professor da FADILESTE. e-mail: alessandrosl2000@yahoo.com.br

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libidinal no outro e no incremento de um narcisismo patológico que se utiliza mesmo das violências das novas aparências da mais-valia como suporte para o mais-gozar.

Para tanto, este artigo organiza-se em três partes. Na primeira, é feita uma breve apresentação do freudo-marxismo, na segunda, aborda-se a noção de neoliberalismo como a nova fase de acumulação do capital (Harvey, 1992), ressaltando-se algumas das práticas econômicas e políticas atuais que visam (re) estruturar a sociedade especialmente as relações socioeconômicas, e na terceira parte, destaca-se alguns efeitos nos campos subjetivos e sociais da ética, do jurídico e do político nas relações sociais no mundo do trabalho.

2 Marx e Freud: quando a mais-valia encontra o mais-gozar

Sobre Marx, o filósofo revolucionário alemão, Moses Hess, escreveu a seu contemporâneo Berthold Auerbacha:

“tu gostarias de conhecer um de nossos novos amigos, que agora está em Bonn, em cuja universidade começará dar aulas logo... Fiquei impressionado com ele. Prepara-te pois para conhecer em breve o maior e provavelmente o único filósofo atual autêntico. Dentro em pouco, quando for conhecido pelo público (através de sua obra e de suas aulas na universidade) concentrará sobre si todos os olhares da Alemanha. O Dr. Marx – este é o nome do meu ídolo – é muito jovem. Tem apenas 24 anos. Será ele a dar o golpe de misericórdia à religião e à filosofia medievais. Nele se juntam o espírito do mais moderno com a mais profunda seriedade filosófica. Imagina Rousseau, Voltaire, Holbach, Lessing, Heine, Hegel unidos numa só pessoa. E nota: digo unidos e não jogados no mesmo saco”.

(Cerroni, 1980).

De fato, Hess tinha razão ao enaltecer as expertises de Marx, pois, não só a Alemanha, mas todo o mundo conheceria a magnitude de sua teoria social crítica, tornando-a ponto de referência nos debates político-econômicos tanto da esquerda como da direita.

Para os propósitos deste trabalho, toma-se de Marx (1983), a tese de que pela lei do valor a finalidade da produção capitalista é a mais-valia, ou seja, o produto deverá conter em si o máximo possível de trabalho social não remunerado ou um quantum maior de tempo de trabalho do que o socialmente necessário para sua produção. Dessa equação resultará a mais-valia, se convertendo no valor absoluto e/ou relativo de ganho do capitalista, pela expropriação do trabalhador de seu tempo social e econômico-produtivo.

A despeito de aparentemente as novas relações sociais de produção e de trabalho terem “emancipado” o trabalhador de sua condição de expropriado, segundo Tavares (2002), essencialmente,

(...) “nem a generalização do trabalho improdutivo nem o deslocamento do trabalho formal para o informal eliminam a produtividade do trabalho nos termos postulados pela teoria marxiana. As simples alterações que têm ocorrido na forma não cancelam a vigência da lei do valor”. (...) (Tavares, 2002, pág. 58).

Foi em 1900 que Sigmund Freud ao lançar a obra, A interpretação dos sonhos, deu-nos a conhecer os fundamentos de uma nova ciência, a Psicanálise, cujo objeto/objetivo central está na teoria do inconsciente. Este se estrutura a partir de um desejo infantil que, recalcado, causa

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um “furo” ou uma falta (saudável) que por nunca se realizar, estruturará entorno e em si todos os desejos do sujeito. Dessa maneira, será a partir dessa estruturação que o sujeito se moverá inconsciente e incansavelmente na direção de um mais-gozar, numa tentativa sempre frustrada de tapar o seu furo ou preencher sua falta original constitutiva.

De Freud, toma-se para efeito dessa análise a tese do sintoma, meio pelo qual o desejo primitivo que constitui o sujeito se manifesta – tal qual a mais-valia - disfarçadamente, nas suas ações cotidianas, por meio de fantasias, atos falhos, chistes e sonhos, nos informando que os processos humanos vividos, individualmente e coletivamente, são também guiados por forças do suceder psíquico que não estão claramente informadas à consciência (Barros, 2008). Ora, se em Marx, a lei do valor opera condicionando a consciência material e as agências dos indivíduos, com Freud essa consciência-agência ganha elementos inconscientes. Portanto, pode-se inferir a partir de ambos os autores que se é sobre o mundo da vida, dos fatos e das coisas que os sujeitos agem dialeticamente imprimindo tanto suas marcas conscientes quanto inconscientes, por meio das agências humanas a aparência se encarregará sempre de tentar ocultar nossa essência – a falta original e desejo de mais-gozar - e a essência do capitalismo - os meios de expropriação, de mais-valia.

Propor uma abordagem critica sobre o estado atual do capitalismo em bases freudo-marxistas, identificando seus efeitos nas relações sociais, com ênfase no mundo das relações sociais de produção, implica revelar que no neoliberalismo, a mais-valia e o mais-gozar se encontram e juntos operam, por meio da materialidade do mundo da vida, dos fatos e das coisas, na formação de consciências, fantasias e desejos, liberando nossas pulsões inconscientes, pois, na modernidade e nas condições pós-modernas, de forma avessa, “os imperativos da moda, do consumo, do utilitarismo e do capital não deixam lugar para o ínfimo, o desútil, o íntimo, o desver, o falho, a falta. Tudo isso é, no entanto, o verdadeiro capital para o sujeito: a expressão de sua singularidade e de seus nadas”. (Quinet, 2000, pág. 09).

Assim, em se tratando das mudanças promovidas pelo neoliberalismo no mundo social das relações de produção, as coisas se modificaram para ficar como estavam. Portanto, nenhuma mudança neoliberal alcançou as estruturas sobre as quais o capitalismo se sustenta e se reproduz, sob suas múltiplas e deslizantes faces. Tal como o sintoma no mais-gozar, que mesmo se condensando nas metáforas escorrega e se disfarça nos meandros de metonímias, a mais-valia no neoliberalismo se (in) visibiliza, por exemplo, na articulação entre a grande indústria e o trabalho informal, o trabalhador e as novas regras trabalhistas e entre o capital financeiro e o microempreendedor individual.

3 O neoliberalismo ou a nova fase de acumulação do capital

Segundo Harvey (1992), na procura de saídas para a crise de superacumulação dos anos 80, o capitalismo deu ênfase nas soluções financeiras, sobretudo, na explosão de novos mercados e instrumentos financeiros, coordenados por sofisticadíssimos sistemas de comunicação e informação de alcance global. Dessa maneira, o capitalismo passou por uma ressignificação de suas práticas, levando-as a um grau inédito de autonomia das práticas financeiras em face das práticas de produção real, pelo trabalho.

Nesse processo, o trabalho, até então visto como categoria central da produção de valor e de riquezas no capitalismo, aparentemente perdeu forças, enfraquecendo sua capacidade de

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enfrentamento estratégico por meio das organizações reivindicativas dos trabalhadores, ou seja, dos sindicatos e associações. Desse modo, a categoria trabalho se viu invadida por medidas que exatamente por tenderem à precarização, tanto do trabalho quanto do trabalhador, manifestam a mais-valia como sintoma. Quando o trabalhador se vê expropriado de proteção social sólida em razão da pouca força de uma legislação trabalhista e do sistema previdenciário, ambos, altamente flexibilizados, isso é mais-valia.

De fato, a superação da crise do capitalismo inaugurou uma nova fase de acumulação do capital que depende menos da produção real em si e mais dos investimentos financeiros, feitos em escala global, com o acionar do toque no computador - click money -, flexibilizando e relativizando radicalmente também duas outras categorias, anteriormente, importantes na lógica organizacional do modo de produção capitalista: o tempo e o espaço.

Essa relativa independência do capital neoliberal do trabalho real se dá em virtude de dois fatores. Primeiro, o uso de tecnologias no processo produtivo, e, segundo, os investimentos financeiros dão lucros muito mais altos e imediatos aos investidores. Assim, para investir os capitalistas não necessitam mais de se deslocarem no tempo e no espaço, pois o fazem de frente das telas de seus equipamentos eletrônicos (notebook, smartphone, ipad, tablet). São, portanto, conforme analisou Bauman (1999), em tempos de globalização, os novos "proprietários ausentes”.

Contudo, essencialmente, essa nova condição-face do capitalismo não retirou nem o trabalho, nem o trabalhador, do jogo das relações capitalistas de produção, apenas ressignificou aparentemente seus lugares, fazendo deslizar, em outras metonímias, a metáfora do trabalho. Isso significa que como elemento essencial na constituição do capitalismo, enquanto um sistema de produção econômica, a mais-valia, ou seja, a expropriação do trabalhador e do trabalho continua presente, oculta, distorcida, velada nas modalidades de produção informal, cooperada ou microempreendedora cumprindo seu papel de precarização.

No Brasil, desde 1989, com a eleição de Fernando Collor de Melo, até o momento atual, as políticas de estado vêm se afinando cada vez mais ao neoliberalismo com a adoção de medidas de privatizações, diminuição das políticas sociais, criação de políticas compensatórias, ajustes fiscais, flexibilização das leis trabalhistas e reformas previdenciárias. Para o cientista político, Armando Boito Jr. (2003), o Brasil, que, a partir dos anos 80, fazia sua transição política de um regime autoritário para a democracia, nem chegou a experimentar o Estado do bem estar social, mas, nas duas últimas décadas vêm se "arranjando" numa espécie de "social-liberalismo".

À exemplo do movimento capitalista global, no Brasil, a partir dos anos 80/90, também a aparente centralidade dos investimentos financeiros na geração de lucros, encarregou-se de ocultar a permanência da acumulação essencial de capital pela mais-valia. Esta modalidade de expropriação do trabalho vivo vem se manifestando por meio de adoção de medidas flexibilizadoras de contratação trabalhista e de jornadas de trabalho, da legitimação do trabalho aos domingos, da adoção de banco de horas, das negociações coletivas, da suspensão temporária do contrato de trabalho entre outras (Krei, Santos e Moreto, 2013).

4 Efeitos subjetivos e sociais do neoliberalismo

No que respeitam ao trabalho e ao trabalhador, os efeitos diretos da transição do capital de produção para a hegemonia financeira neoliberal são o desemprego estrutural, a retração de direitos e conquistas trabalhistas, as perdas de garantias fundamentais com as reformas

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previdenciárias, o enfraquecimento político dos movimentos sindicais e o incremento do corporativismo sindicalista e, mais recentemente, o ataque ao funcionalismo público e seus "privilégios", como ocorreu no Paraná, com os professores da rede estadual de ensino e vem ocorrendo com o ensino público federal.

Neto (2008) nomeou o neoliberalismo de tempos sombrios. Metáfora mais adequada não poderia ter sido escolhida, pois a finalidade das sombras é ocultar, disfarçar, esconder o que não se pode revelar. O neoliberalismo, que se define como sendo uma orientação político-econômica, é, na verdade, uma ideologia cujo suporte são a desigualdade, a competição e a eficiência.

A desigualdade refere-se tanto à exclusão socioeconômica como à assimetria de condições competitivas no mundo do trabalho, da produção e dos direitos. A competição, vista como motor para o desenvolvimento econômico e humano, postula que para vencer no mundo do capital tudo é permitido, atualizando a tese maquiavélica de que os fins justificam os meios. Por sua vez, a eficiência, complementando a competição, impera que para vencer o indivíduo deverá ser sempre o mais eficaz, a despeito de todo e qualquer sacrifício.

Voltada para o mercado, a ideologia neoliberal refere-se a esse como a única instância onde a realização do mais-gozar, como solução para a falta ou falha original, é possível. Assim, o neoliberalismo ideologicamente opera na estrutura subjetiva dos indivíduos o registro imperativo do “sim”, “do gozo”, do “tudo é permitido”. Trata-se de um imperativo que vem alterando na estrutura psíquica dos sujeitos, o registro da “lei do pai”, pela qual se instala no indivíduo a noção de limite.

Assim, enquanto a lei do pai é responsável por formar sujeitos limitados, éticos e morais, cientes do dever social e de negar a satisfação de certos desejos como garantia para o bem-estar social, a “lei do sim” forma subjetividades impulsionadas pela ausência da noção de limites, que marcadas pelo narcisismo e egocentrismo, estão dispostas a satisfazerem seus desejos, a qualquer preço.

O encontro da mais-valia com o mais-gozar, no neoliberalismo, tem levado o mercado a comparecer cada vez mais em nossas vidas como o outro que, ocupa o lugar de um “pai permissivo”, portando uma lei permissiva. Nesse sentido, a própria razão existencial do indivíduo se transforma, conforme sugere Bauman (2008), numa vida para consumir e ser consumida, na qual a noção de sociedade civil converte-se em sociedade de mercado e a de cidadão em consumidor.

Nessa sociedade, própria ideia de felicidade e bem-estar é cada vez mais referida ao consumo de bens materiais – mais-gozar - transitórios e descartáveis. Mesmo as relações humanas, sociais e afetivas, se mercantilizam, pois a cada dia surgem ofertas de serviços especializados em “relacionamentos e afetividade”, como, por exemplo, o “amigo de aluguel” ou sites de namoro. A noção de bem estar, saúde e felicidade também é referida à beleza física, relacionando-a com um novo “tipo urbano ideal”, uma abstração estético-corpórea e de estilo de vida material, inatingível, inalcançável (Costa, 2003).

De certa forma, a metáfora “narcísico-consumista” vem ocupando o lugar da falta original, causada pela cena edipiana, e acionando nos sujeitos o mecanismo psíquico do mais-gozar, despertando-lhes desejos e pulsões igualmente narcísico-consumistas. Na tentativa de

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suprirem a falta original, via consumo, os indivíduos tendem a recorrer a todo tipo de estratégias, lícitas e/ou ilícitas.

Na maior parte dos casos no mundo das relações de produção, os sujeitos estão dispostos a abrir mão de seus direitos e garantias sociais. Assim, muitos se submetem às relações de trabalho precarizadas de diversas formas: trabalho terceirizado, contratação disfarçada, CLTflex, contrato de trabalho temporário ou parcial, flexibilidade salarial, de jornadas e funções (Krein, 2013). É, portanto, exatamente neste ponto que a valia encontra o mais-gozar.

5 Considerações finais

À guisa de considerações finais, se ressalta que este trabalho procurou apresentar apontamentos para uma abordagem do neoliberalismo, a partir do entrecruzamento da teoria social crítica marxiana e da teoria psicanalítica freudina, a partir das teses da mais-valia e do mais-gozar. O neoliberalismo, entendido como a nova fase de acumulação primitiva do capital, ao promover o encontro dessas duas categorias analíticas tornou possível compreender seus efeitos subjetivos e sociais, a partir de uma mesma origem, ou seja, a falta primitiva que constitui os indivíduos.

Para se começar a pensar em mudanças estruturais no cenário aqui arranhado, deve-se primeiramente despertar uma nova consciência. Isso requer sair do gozo das pseudos conquistas individuais (ou da aparente ascensão de classe) trazidas pela face sedutora do neoliberalismo. Igualmente, devemos reaprender a negociar, internamente e socialmente, a realização de desejos e fantasias, bem como retomar para análises das correlações entre as dimensões humanas subjetivas e coletivas, os horizontes e contribuições da teoria social crítica.

Por meio delas, insistir em olhar o presente pelo passado, estabelecendo as conexões possíveis com o futuro e, como na metáfora de Benjamim (1940), por mais que os ventos históricos nos impulsionem forçosamente para o futuro, olhar para esse – mas, também para o presente - pelo passado. Isso significa aguçar os sentidos e se esforçar para ouvir o que querem dizer as manifestações de rua, os rostos por detrás das máscaras, os vidros quebrados, as ruínas e as paredes que caem, os nadas e as identidades perdidas.

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