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JULGAMENTO DA IMPUGNAÇÃO_03 AO EDITAL

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Academic year: 2021

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JULGAMENTO DA IMPUGNAÇÃO_03 AO EDITAL PROCESSO LICITATÓRIO: CONCORRÊNCIA Nº 17/001-CC.

REFERÊNCIA: Impugnação aos termos do Edital I - RELATÓRIO:

Trata-se da análise da IMPUGNAÇÃO ao ato convocatório do EDITAL DE CONCORRÊNCIA Nº 17/001-CC, cujo objeto é contratação de empresa de engenharia, do ramo de construção civil, para construção e implantação dos estacionamentos do Centro de Turismo Social e Lazer de Domingos Martins, compreendendo as movimentações de terra, troca de solo, sub-base, base, empréstimos, bota-fora, sistema de drenagem, contenções, pavimentações, pontes, paisagismos e urbanização, iluminações externas, preparação de acessos provisórios e definitivos, canteiro de obras, tomando por base os projetos de arquitetura/urbanismo, caderno de encargos, planilhas e projetos que se complementam, bem como Condicionantes das Licenças Ambientais, obra esta a ser construída em terreno de propriedade do SESC/ES na localidade denominada Soído, no município de Domingos Martins/ES, tudo de conformidade com os projetos, especificações técnicas, planilha quantitativa de serviços e caderno de encargos que compõem o Anexo I, objetivando a nulidade do subitem 3.3.2 conforme explanado a seguir, no mérito desta decisão.

II. PRELIMINARMENTE - DA ADMISSIBILIDADE:

Em análise preliminar cumpre a verificação dos requisitos formais para apresentação da presente impugnação, a qual foi encaminhada ao protocolo da Entidade em 19 de julho de 2017.

No que se refere à tempestividade e forma verifica-se que a impugnação atende as exigências do subitem 8.8 do Edital, senão vejamos:

“8.8 - Qualquer pedido de esclarecimento em relação a eventuais dúvidas de interpretação do presente instrumento convocatório e seus Anexos ou sugestão visando a sua melhoria deverá ser encaminhado por escrito Praça Misael Pena nº 54 – Parque Moscoso – Vitória – ES – CEP 29018-300 – Tel.: (27) 32323100 Fax: (27) 32220078 – CNPJ: 05.305.785/0001-24 9 ao SESC/ES, com os dizeres "Pedido de Esclarecimentos", mencionando o número desta Concorrência, para Praça Misael Pena nº 54, Parque Moscoso, Vitória/ES, ou pelo e-mail soe@es.sesc.com.br, até 5 (cinco) dias úteis antes da data e horário de recebimento dos envelopes.”

Sendo assim, cabe a Comissão de Licitação tomar conhecimento dos fatos alegados, para à luz dos preceitos legais, analisar os fundamentos aduzidos pela impugnante.

II. DAS RAZÕES DA IMPUGNAÇÃO:

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A fundamentação baseia-se na restrição a participação no certame pelo estabelecimento de quantitativos mínimos para a apresentação de Certidão de Acervo Técnico - CA T, em relação aos serviços estabelecidos no Edital sobre os quais se dará a averiguação da qualificação.

III. ANÁLISE:

III.I. QUALIFICAÇÃO TÉCNICA.

A exigência estabelecida no Edital restou, assim, estabelecida:

“... 3.3.2 - Prova de capacidade técnica constituída por um ou mais atestados, emitido por organização pública ou privada, devidamente registrado no CREA, acompanhado da respectiva Certidão de Acervo Técnico – CAT, expedida pelo referido Conselho, que comprove que o licitante ou seu responsável técnico (comprovado o vínculo societário ou contratual) tenha executado obra de contenções, movimentações de terra, terraplanagem, drenagens, pavimentações em intertravados, onde constem os seguintes serviços/quantitativos mínimos: ...”

“... ADENDO N° 002 (...)

10° - Item 3.3 - QUALIFICAÇÃO TÉCNICA - Os serviços descritos no

subitem 3.3.2 - Prova de capacidade técnica, esta tem que ser realizada de acordo com as condições especificas do contexto contratual, restando como necessária e apropriada a comprovação de qualificação técnica para os seguintes serviços:

a) Muro de gabião: 936,50 m3;

b) Pré base em pedra rachão comercial: 10.300,00 m3;

c) Execução de ponte pré-fabricada em concreto armado, incluindo cabeceiras, blocos de fundação e estaqueamento pré-moldado de concreto: 01 unidade;

d) Execução de piso intertravado em Blokret sextavado espessura 8 em: 5.150,00 m2; ...”

A jurisprudência do Tribunal de Contas da União firmou o entendimento no sentido de que a interpretação que mais se coaduna com o interesse da Administração de se resguardar quanto a real capacidade técnica da licitante de prestar adequadamente os serviços pactuados é a que vincula a vedação de exigências de quantidades mínimas ao

número de atestados, e não aos serviços objeto dos atestados fornecidos.

Neste sentido:

Súmula TCU nº 263/2011:

“Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de

comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou

serviços com características semelhantes, devendo essa exigência

guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado”.

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(destaques ausentes no original).

Nas lição do mestre Hely Lopes Meirelles, destaca-se que:

“A comprovação da capacidade técnico-operacional continua sendo exigível, não obstante o veto aposto à letra b do §1º do art. 30. Na verdade o dispositivo vetado impunha limitação a essa exigência e a sua retirada do texto legal deixou a critério da entidade licitante estabelecer, em cada caso, as exigências indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações, exigências, essas, que devem ser pertinentes e compatíveis com o objeto da licitação” (Direito Administrativo, 20ª ed., 1995, p. 270).

Por sua vez, Carlos Pinto Coelho Motta, in Eficácia nas Licitações e Contratos, 1994, p. 149, citando Antônio Carlos Cintra do Amaral:

“1. Para efeito de qualificação técnica de empresas licitantes, a Administração deve, com base na Lei 8.666/93, exigir atestados referentes à sua capacitação técnica, com vistas à ‘comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação’ (art. 30,II).

Além da aptidão da empresa, comprovável em função de sua experiência, a Administração deve exigir comprovação da ‘capacitação técnico-profissional’, nos termos do §1º do mesmo art. 30. Essas comprovações podem ser dispensadas no caso de obras licitadas mediante a modalidade ‘Convite’ (§1º do art. 37).

2. A Lei nº 8.666/93 não estabelece limites para exigências quanto à capacitação técnico-operacional de empresas licitantes, devendo tais limites, portanto, ser estabelecidos em cada caso, levando-se em conta a pertinência e compatibilidade a que se refere o inc. II do art. 30, bem como a noção de indispensabilidade, contida no inc. XXI do art. 37 da Constituição Federal”.

Esta também é a lição de Luiz Alberto Blanchet, in Licitação - O Edital à luz da nova lei, 1ª Ed., Juruá, 1993, p. 199, onde ao comentar a exigência da aptidão para o desempenho da atividade necessária para cumprir a finalidade da licitação, assim se manifestou:

"Esta condição diz respeito à capacidade da empresa (considerada em seu todo) para desempenho de atividade pertinente e compatível, em características, quantidades e prazos, com o objeto da licitação (nos termos da própria lei). Não se confunde, esta exigência, com a capacitação técnico-profissional, a qual se refere aos profissionais e não à empresa em seu conjunto".

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“Administrativo.Licitação.Interpretação do art. 30, II e §1º, da Lei 8.666/93.

1. Não se comete violação ao art. 30, II, da Lei 8.666/93,

quando, em procedimento licitatório, exige-se a

comprovação, em nome da empresa proponente, de atestados técnicos emitidos por operadoras de telefonia no Brasil de execução, em qualquer tempo, de serviço de implantação de cabos telefônicos classe “L”e “C” em período consecutivo de vinte e quatro meses, no volume mínimo de 60.000 HxH,

devidamente certificados pela entidade profissional

competente.

2. ‘O exame do disposto no art. 37, XXI da Constituição Federal, e sua parte final, referente a ‘exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações’, revela que o propósito aí objetivado é oferecer iguais oportunidades de contratação com o Poder Público, não a todo e qualquer interessado, indiscriminadamente, mas sim, apenas a quem possa evidenciar que efetivamente dispõe de condições para executar aquilo a que se propõe’ (Adilson Dallari).

3. Mandado de segurança denegado em primeiro e segundo graus.

4. Recurso especial improvido”

(Res. Nº 172.232-SP, rel. Min. José Delgado, DJU de 21.9.98, RSTJ 115/194)

(destaques ausentes no original).

No mesmo sentido:

ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. RESTAURAÇÃO DA RODOVIA BR-235/SE. EDITAL. CAPACITAÇÃO TÉCNICA. EXIGÊNCIA DE EXPERIÊNCIA ASSENTADA EM CRITÉRIO QUANTITATIVO. LEGALIDADE. LEI Nº 8.666/93, ART. 30, II, PARÁGRAFO 1º. - “A Administração não pode fazer exigências que frustrem o caráter competitivo do certame, mas sim garantir ampla participação na disputa licitatória, possibilitando que compareça o maior número possível de interessados, desde que tenham qualificação técnica e econômica para garantir o cumprimento das obrigações. Isso também possibilita que a

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proposta mais vantajosa para a Administração seja encontrada em um universo mais amplo. - A norma inserta no art. 30, II, parágrafo 1º, da Lei 8.666/93, orienta-se no sentido de permitir a inserção no edital de exigências de quantidades mínimas ou de prazos máximos quando, vinculados ao objeto do contrato, estiverem assentadas em critérios razoáveis. - In casu, a empresa agravada foi excluída da licitação para execução dos serviços de restauração da Rodovia BR-235/SE, na fase de habilitação, visto que não atendeu a exigência contida no item 14.4, c, do Edital de Concorrência, referente à quantidade mínima (75.000 m³) do serviço denominado "Reciclagem de Base Existente". - A Administração, ao determinar esse tipo de habilitação técnica, além de ter respaldo na própria Lei 8.666/93, como visto, visa a salvaguardar a eficiência e a qualidade das obras que contrata, isto é, o objeto da concorrência. Ademais, a exigência referente à quantidade mínima do serviço acima é um quantitativo razoável se se levar em conta a natureza do serviço a ser executado e, como disse a agravante à fl. 08 dos autos, "a dimensão da obra e a quantidade total do serviço que consta no orçamento, equivalendo, tal exigência, apenas a 60% do montante a ser executado". - Agravo de instrumento provido.”

(TRF-5 - Agravo de Instrumento: AGTR 62405 SE

2005.05.00.015705-3)

(destaques ausentes no original).

Ainda, conforme já informado na resposta ao PEDIDO DE ESCLARECIMENTO Nº 010 de

09 de junho de 2017, poderá ser admitida comprovação de capacidade técnica por

similaridade, desde que previamente consultada ao SESC para análise junto aos projetistas responsáveis. Uma vez aprovadas, serão consideradas similares.

IV. DECISÃO:

Isto posto, conheço da impugnação apresentada, para, no mérito, julga-la improcedente, nos termos da fundamentação.

Paulo Afonso da Silva Costa

Presidente da Comissão de Licitação de obras SESC/ES

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