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ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES A PARTIR DA INTRODUÇÃO DE UMA FAST PICKING AREA (FPA) EM UM ARMAZÉM

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ANÁLISE DA GESTÃO DE ESTOQUES A

PARTIR DA INTRODUÇÃO DE UMA FAST

PICKING AREA (FPA) EM UM ARMAZÉM

Thais Cristina Chagas Santos Azevedo (PUC )

thaiscchagas@ig.com.br

Luiz Felipe Roris Rodriguez Scavarda do Carmo (PUC )

lf.scavarda@puc-rio.br

Paula Ceryno (PUC )

paulaceryno@hotmail.com

Luiza Fiorencio Cabral de Andrade (PUC )

luiza.fiorencio@labnexo.com

Diante do contexto atual de complexidade das cadeias de suprimento e da

necessidade de atendimento de níveis de serviço cada vez maiores

mantendo os custos à baixos níveis, uma importante parte da Logística é a

gestão dos nós dessas cadeias, incluindo os armazéns e seus estoques.

Novos conceitos vêm sendo implementados para melhorar a gestão dos

estoques como o fast picking área (FPA), que consiste em uma área de

armazenagem que concentra atividades de picking (separação de pedidos)

para trazer benefícios de custo e de tempos de resposta do armazém. Este

trabalho tem por objetivo determinar melhorias de espaço e de tempos de

picking com a realocação dos estoques de itens de baixa movimentação de

uma golden zone em um centro de distribuição à uma área mais afastada

da expedição, liberando espaço para que uma fast-picking area pudesse

ser implementada, fazendo com a área fosse utilizada para fins mais

nobres com a realocação dos itens de alto giro da mesma área mais

afastada para a golden zone. Uma fast-picking area é uma área de

armazenagem que concentra atividades de picking e que pode trazer

benefícios de custo e de tempos de resposta do armazém. Neste caso,

foram alocados na fast-picking area, itens de alto giro que estavam em

áreas de difícil acesso. Por meio da classificação ABC por giro dos itens

estocados no local, pôde-se identificar os itens de alta e baixa

movimentação que seriam realocados. Ao final da análise, realocou-se o

estoque de 842 itens de baixa movimentação dentre os 1128 inicialmente

identificados em 218 prateleiras, representando um ganho de 70% no

número de prateleiras ocupadas. Este resultado reforça a necessidade de

gestão dos estoques por meio de um método de classificação, da revisão

periódica da classificação dos itens e de uma política de alocação e

armazenagem de estoques adequada.

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Palavras-chaves: Políticas de alocação de estoque, Layout, Armazenagem

de itens de baixa movimentação.

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1. Introdução

A Logística como área funcional de uma organização é responsável pelo planejamento e controle de alguns dos mais importantes processos de negócio e, seu reconhecimento como ciência geradora e consolidadora de conhecimento remonta-nos há mais de 40 anos (Bowersox e Closs, 2001). A gestão das novas cadeias de suprimento (cada vez mais complexas e integradas), diante do cenário competitivo atual vivido pelas organizações de necessidade de atendimento de níveis de serviços cada vez maiores, mas mantendo os custos logísticos em baixos níveis ou a níveis administráveis, é um dos principais desafios encarados na atualidade pelas empresas (Ballou, 2006). Nesse contexto, uma importante parte da logística empresarial é a gestão de estoques e armazéns visando à competitividade das organizações no mercado com baixas respostas às solicitações da demanda e o atendimento de níveis de serviço adequados (Petersen et al., 2005; Koster et al., 2006). Para que isto aconteça, a organização deve contar com um sistema de distribuição eficaz e eficiente, o que é determinado pela operação dos nós da cadeia, incluindo os armazéns (Rouwenhorst et al., 2000). O sucesso da operação de um armazém é consequência de todo um processo de planejamento, adoção de políticas e métodos de controle da operação e de estoques, de design do layout segundo as restrições físicas do local e, da política de alocação de estoques (Richards, 2011). No Brasil, os custos relativos de manutenção de estoque e armazenagem na cadeia de suprimentos representam respectivamente 3,2 % e 0,7% do PIB, segundo Panorama ILOS - Custos Logísticos no Brasil (2012).

Políticas de alocação de estoques referem-se à alocação de produtos às localizações no armazém e geralmente podem ser classificadas em três categorias: alocação aleatória do estoque, estocagem com propósitos dedicados e, alocação baseado em classificação do estoque (Brynzér e Johansson, 1996). Estas políticas são fortemente dependentes das necessidades dos operadores do armazém assim como dependem também de restrições físicas como tamanho e layout do armazém e de todo o sistema de manuseio de materiais utilizado, sendo que, a maior parte dos estudos relacionados às políticas de alocação de estoques diz respeito à alocação aleatória ou é baseado em classificação do estoque (Chan e Chan, 2011).

Liu (1999) e Bartholdi e Hackman (2011) indicam que uma das primeiras eficiências que um armazém deve considerar é a separação das atividades de picking e de armazenagem. Uma área reservada só para picking, chamada fast-picking area (FPA), é uma subárea pequena do armazém onde são armazenados os itens mais populares em pequenas quantidades de unidades de manuseio (SKUs) e, que por isso concentra as atividades de picking. Assim caminhos menores são percorridos pelos operadores resultando em aumento da produtividade, reduções do custo de picking e menores tempos de resposta às demandas do cliente. Para que esta área seja implementada, exige-se que uma zona de ressuprimento exista e, esta zona armazenará a maior parte dos estoques de cada item, ocupando então uma maior área do armazém (Bartholdi e Hackman, 2011).

Neste contexto, o objetivo deste artigo é o de analisar a gestão de estoque no armazém de uma empresa nacional de grande porte buscando oportunidades de melhoria por meio da introdução de uma FPA e da realocação dos itens de acordo com o seu giro.

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A abordagem metodológica adotada foi a pesquisa-ação. Uma Pesquisa-Ação investiga mais do que ações, é um método de estudo participativo que ocorre simultaneamente com a ação, e é uma sequência de eventos e abordagens utilizadas para resolver problemas. É um método apropriado quando a investigação está relacionada com a compreensão do processo de mudança (ou de seu aperfeiçoamento), para aprender sobre ele. Portanto, uma Pesquisa-Ação é uma metodologia de pesquisa onde o pesquisador vai além da análise e diagnóstico do problema e, envolvido com a problemática, propõem um método ou técnica para resolução da mesma e, neste caso, foi o método que melhor se adequou à necessidade do estudo (Coughlan e Coghlan, 2002). Os autores deste artigo implementaram a FPA com os funcionários da empresa estudada. Esta é uma empresa cuja produção consome uma grande variedade de produtos, desde madeira, tintas, pregos e parafusos para construção de cenários até copos plásticos descartáveis. Primeiramente, os dados para a realização deste estudo foram coletados do sistema de informação transacional da organização. A partir do número de pedidos ocorridos entre os anos de 2009 e 2012 para todos os itens cadastrados no sistema e armazenados no centro de distribuição, foi realizada uma classificação ABC. A reorganização do estoque no armazém foi feita com base nesta classificação e com a localização do item em estoque, conforme preconizado em Petersen et al, (2005).

O artigo está organizado em cinco seções, sendo esta primeira a introdutória. A seção 2 apresenta a revisão bibliográfica usada como base teórica para o desenvolvimento da pesquisa; a seção 3 apresenta a caracterização da operação; a seção 4 apresenta a análise de realocação dos itens de estoque e exibe os resultados obtidos; a seção 5 conclui o estudo e oferece as considerações finais.

2. Revisão Bibliográfica

Segundo Rouwenhorst et al. (2000) um armazém pode ser caracterizado quanto a três diferentes ângulos: processos, recursos e organização. Os processos podem ser subdivididos em: recebimento, armazenamento, separação de pedidos, consolidação dos pedidos e expedição. Os recursos são todos os meios de armazenagem e de manuseio de materiais, equipamentos e pessoas dedicadas à operação do armazém (e.g., prateleiras, empilhadeiras, sistemas de informação). A organização inclui todos os procedimentos e métodos utilizados para planejar e controlar a operação de todo o sistema de armazenagem e diz respeito à adoção das políticas de alocação de estoques e armazenagem, políticas de picking (separação de pedidos) e de zoneamento do armazém. Estes mesmos autores relatam que o design de um armazém passa pelas seguintes fases: descrição funcional do armazém, especificação técnica, seleção de equipamentos e determinação do layout e, indicam ainda a consequência natural de que o processo de design do sistema do armazém seja composto de uma série de decisões interdependentes.

Ainda nessa linha de interdependência entre decisões sobre o sistema do armazém, muitos fatores influenciam a alocação de produtos em um armazém, como, métodos de picking, tamanho e layout do sistema de estoque, o sistema de manuseio de materiais, tendências da demanda, entre outros. A alocação dos estoques é o fator mais importante para o desempenho do picking e, selecionar a política de alocação mais apropriada ajuda a aperfeiçoar este desempenho (Chan e Chan, 2011) e pode representar uma boa oportunidade de redução dos custos operacionais do armazém (Montulet et al., 1998). O processo de picking tem sido tema de diversas pesquisas nas últimas décadas. As

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políticas de picking determinam quais SKUs são colocados em uma lista de separação e, posteriormente, recuperados de seus locais de armazenamento por um preparador (Petersen e Aese, 2004).A alocação aleatória de estoques é amplamente utilizado em armazéns pela facilidade de uso e resulta em alta utilização do espaço, normalmente acompanhado do aumento das distâncias percorridas (Choe e Sharp, 1991). É também bastante utilizado para armazéns de estoques em lotes que contam com um sistema de informação de gerenciamento de armazéns, pois este tipo de alocação de estoque necessita de que as informações sobre o nível de estoques e localizações sejam e estejam atualizados em tempo real (Chan e Chan, 2011).

A literatura sobre classificação de estoques como base para uma política de alocação de estoques é ampla, conforme destacado na revisão da literatura feita disponível em Koster et al. (2006), e vários estudos já foram realizados buscando a influência dos tipos de classificação em indicadores de desempenho de armazéns como, o trabalho de Brynzér e Johansson (1998) sobre a influência da classificação de estoques baseado nas características dos produtos no tempo de picking dos pedidos de um armazém.

Chan e Chan (2011) relatam que independente do tipo de picking, um método de classificação do inventário é de vital importância para a divisão dos produtos em classes e assim, aumentar a eficiência do picking. Ainda segundo os autores, inúmeras possibilidades de classificações de estoque existem para sistemas que utilizam picking discreto (picking no qual o operador separa todos os itens referentes a um pedido e realiza o picking de um pedido por vez). Porém não existe nenhuma regra que defina uma especificação certa para a classificação dos estoques (número de classes, percentagem de itens por classe, percentagem do volume total de pick por classe) para pickings discretos. Assim, a alocação ótima dos estoques depende de políticas da rotina de operação, tamanho do armazém e número de SKUs por rotina de picking.

Um método clássico de classificação de estoques é a classificação ABC, também conhecida na literatura como Lei de Pareto (Koster et al., 2007). Neste método os itens são classificados de acordo com sua importância para a operação (seja por valor monetário ou, por giro de estoque ou, por volume de picking, entre outros). Os itens mais importantes são classificados como A, os menos importantes como C e os intermediários como B. Segundo Koster et al. (2007), a ideia na classificação ABC por giro de estoque é de que uma minoria dos itens (15%) sejam classificados como A e sejam responsáveis por 85% das movimentações ocorridas no armazém. Cada classe é destinada à uma área específica do armazém, mas a alocação dos estoques de mesma categoria é realizada aleatoriamente.

Neste estudo, investigou-se a relevância da gestão de estoques para a eficiência da operação de um armazém por meio da análise ABC dos itens do armazém que, fundamentou a implementação da FPA na chamada golden zone (zona estratégica para a operação do armazém, Petersen et al., 2005) e, a realocação dos itens de baixo giro da golden zone para uma área de armazenagem menos estratégica e dos itens de alto giro localizadas nesta zona para a FPA.

3. Caracterização da operação

A presente seção caracteriza a operação do armazém, ou centro de distribuição (CD), a partir da classificação dos itens armazenados no CD e por uma análise das áreas de armazenagem existentes no local. O CD da organização tem

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aproximadamente 3.800 m² e apresenta uma área de recebimento e, duas áreas de expedição chamadas área de expedição 1 e 2.

Tomando como base o método de Pareto (Koster et al., 2007), os itens mais movimentados e responsáveis por 80% de todos os pedidos registrados nos quatro anos de análise foram classificados como itens A. Os itens menos movimentados que os itens A, mas que se somados suas quantidades de pedidos durante os quatro anos de análise, foram responsáveis por 10% das movimentações no armazém foram classificados como itens B. Os itens restantes responsáveis pelos 10% residuais das movimentações foram classificados como itens C. Uma outra classe de itens chamada classe D foi criada a fim de incluir no estudo os itens que não apresentaram nenhuma movimentação em todos os quatro anos de análise. A Tabela 1 apresenta a distribuição de itens por classe no centro de distribuição:

Tabela 1 - Distribuição dos Itens por Classificação ABCD

Classe baseada em número de movimentações nos quatro anos de

análise

Quantidade de itens

Percentual das movimentações registradas nos quatro anos de

análise A 385 80% B 382 10% C 2689 10% D 1585 0% Total 5041 100%

Ao lado do área de expedição 1 (a área que mais expede apresentando 58% das expedições nos quatro anos de análise) fica localizada uma área de armazenagem de grande importância para a operação do armazém, uma golden zone, justamente pela proximidade com a área de expedição 1. Esta área está dividida em 13 ruas e cada rua contém por volta de 10 estantes. Cada estante tem um número de prateleiras que varia de acordo com a altura das prateleiras. Analisando a quantidade de itens de cada classe na golden zone, percebeu-se que 86% dos itens localizados na área eram de classe C (70%) e D (16%). Calculou-se o tempo médio entre pedidos para os itens de classe C e identificou-se que dentre os 1268 itens C localizados na golden zone, 835 tinham um tempo médio maior que 30 dias, ou identificou-seja, mais de 65% dos itens C da área demoram mais do que 1 mês para serem pedidos. Uma outra área do CD que merece destaque é o Mezanino, pois esta é uma área de difícil acesso, está localizada longe das áreas de expedição e apresenta uma quantidade significativa de itens classe A (18%).

Visando a melhora nos tempos de atendimento de pedidos e um melhor aproveitamento de uma área tão próxima à expedição, buscou-se introduzir o conceito da FPA preconizada por Bartholdi e Hackman (2011) na golden zone. Para que essa mudança fosse realizada, os itens C com tempo médio entre pedidos maior que 30 dias e os itens D localizados nesta área (que serão daqui por diante chamados de itens de baixa movimentação), foram realocados no Mezanino do CD. A ideia era de abrir espaço na golden zone para que os itens A do Mezanino pudessem ser melhor alocados numa área mais próxima à área de expedição 1.

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4. Realocação dos Itens em Estoque

O objetivo da análise foi determinar uma melhoria com o reposicionamento dos itens de baixo giro da golden zone para o Mezanino, considerando a atual estrutura de armazenagem existente no CD e o volume de estoque ocupado por esses itens (como são itens de baixa movimentação nos últimos quatro anos, considerou-se que o volume dos estoques não deva sofrer grandes mudanças). Com este reposicionamento os itens de alto giro do Mezanino puderam ser realocados na FPA implantada na golden zone e, a redução do espaço ocupado por esses itens a partir da metodologia utilizada para realocação de seus estoques, permitiu que a área de ressuprimento da FPA no Mezanino não fosse prejudicada.

Inicialmente 1128 itens foram identificados como de baixa movimentação e estavam distribuídos em 117 estantes, ocupando 728 prateleiras e 179 gavetas (dividas em três tipos: de madeira, de ferro e de plástico). Após uma filtragem dos itens que seriam alienados e dos que apresentavam estoque zerado, chegou-se a realocação dos estoques de 842 itens em prateleiras e gavetas. 111 itens que antes eram armazenados em prateleiras mas tinham pequeno volume de estoque foram realocados à gavetas.

A estrutura de armazenagem existente na golden zone e que, era utilizada na alocação (também) dos itens de baixa movimentação, foi reaproveitada na nova área de armazenagem (Mezanino). As medidas da estrutura de armazenagem atual podem ser visualizadas na Tabela 2, assim como as medidas da nova área de armazenagem na Tabela 3.

Tabela 2 - Medidas da Estrutura de Armazenagem Atual

Tipos de Armazenagem Altura (cm) Profundidade (cm) Comprimento (cm) Nº de compartimentos Gavetas

Plástico 13 39 12 4

Madeira 21 38 24 1

Ferro 18 30 27,5 2

Prateleiras variável 45 84 -

Tabela 3 - Medidas da Nova Área de Armazenagem

Altura total (m)

Altura do sprinkler

(cm)

Folga mínima entre sprinkler e topo da prateleira (cm) Altura do pé da estante (cm) Altura útil (m) Área aproximada (m²) Mezanino 2,8 13 50 10 2,07 230

Foram consideradas as seguintes premissas para que os itens fossem alocados às prateleiras:

 O comprimento do volume de estoque do item devia ser maior que a largura, para melhor aproveitamento da área de armazenagem (até o limite da profundidade da prateleira – 45 cm);

 A altura do volume de estoque do item devia ser a menor das três medidas, para melhor aproveitamento da área de armazenagem;

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 Para saber em que altura de prateleira o item seria armazenado, somou-se à altura do volume de estoque do item 5 cm de folga (espaço para manuseio);

 Para saber quanto da largura da prateleira o item ocuparia, somou-se à largura do volume do estoque do item uma folga de 3 cm (espaço para manuseio). Se o item fosse o primeiro a ser posicionado na respectiva prateleira somou-se duas folgas.

Para posicionar os volumes de estoques dos itens de baixa movimentação nas prateleiras, a seguinte metodologia foi utilizada:

 Iniciou-se o posicionamento pelo item com a maior largura de estoque e descontou-se da largura padrão útil da prateleira (84 cm) mais as duas folgas;

 O espaço que restou foi utilizado para posicionar o item com maior largura de estoque mais próximo do valor disponível mais sua folga, ou então, por dois itens que somadas as larguras mais folgas se aproximassem do valor disponível, escolhendo sempre o que desse menor perda.

Com a metodologia de realocação dos itens de baixa movimentação, chegou-se ao resultado final exibido na Tabela 4:

Tabela 4 - Comparação do Configuração Original e da Configuração Após Análise

Antes da realocação Depois da realocação

Número de prateleiras ocupadas 728 192

Número de gavetas ocupadas 179 235

O acréscimo no número de gavetas ocupadas é justificado pelo número de itens realocados à gavetas, liberando espaço nas prateleiras aonde estes eram armazenados. Assim, o total de prateleiras ocupadas é de 218 (192 + 26 ocupadas só por gavetas), cerca de apenas 30% do número original de prateleiras que estavam sendo ocupadas pelos itens de baixa movimentação.

Com os resultados obtidos pode-se corroborar Chan e Chan (2011), quando relatam que a alocação de estoques é o fator mais importante para o desempenho do picking e que, para todos os tipos de picking é vital a classificação do inventário para o aumento da eficiência da atividade. O ganho de espaço alcançado pela análise significa um volume importante na golden zone que estava sendo mal utilizado e, tem sua importância não só no que diz respeito a uma restrição inerente a todos os armazéns, o tamanho do espaço físico disponível para armazenagem (principalmente em armazéns que aumentam com o passar dos anos o número de itens armazenados, mas que não passam por algum tipo de expansão física, como é o caso do CD analisado), como também significa um ganho de eficiência no picking dos itens na golden zone, pois com uma FPA implementada no local, o operador percorrerá uma menor distância para realizar a separação de itens de alto giro.

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Com o estudo verificou-se a importância da classificação dos itens para a gestão de estoques, pois mais de 80% dos itens que estavam em localização privilegiada eram itens de baixa ou nenhuma movimentação. Verificou-se também que a adoção de uma metodologia de alocação de estoques adequada para cada tipo de estoque alinhada à política de armazenagem pode resultar em ganhos de espaço e de tempos de separação de pedidos.

Duas importantes ações tomadas merecem destaque: a realocação dos itens de baixa movimentação à uma área menos nobre e, a alienação de itens que já estavam ultrapassados e que já não eram mais solicitados pelos clientes do CD, cooperando para o ganho de espaço do armazém alcançado no estudo. Assim, uma menor área do Mezanino foi utilizada para armazenar os estoques realocados dos itens de baixa movimentação da golden zone, e então, a área restante do Mezanino pôde ser utilizada para armazenar outros itens de baixa movimentação de outras áreas do CD e para a implementação da área de ressuprimento da FPA. O espaço liberado na golden zone foi destinado à implementação da FPA e à alocação dos itens de alto giro identificados no Mezanino.

Uma importante conclusão deste trabalho é a necessidade de revisão periódica da política de estoque utilizada nos armazéns visando à gestão dos estoques e ao aumento da eficácia e da eficiência da operação no armazém. No caso da empresa estudada, desde a criação do armazém ocorrida há aproximadamente 15 anos, a localização dos itens jamais havia sido revista e como consequência observou-se a utilização de um espaço nobre de armazenagem com itens menos importantes para a operação, um desperdício de espaço de armazenagem com itens inativos e uma localização imprópria a itens de alto giro, gerando perdas de eficiência ao armazém.

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