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100 Turmas Da Faculdade de Medicina Da Usp

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(1)

As

100

Turmas da

Faculdade de Medicina da USP

(2)
(3)

São Paulo - Brasil

2012

Organizadores

Luiz Baccalá (in memorian)

I

tiro Suzuki

Jurandir Godoy Duarte

Raul Cutait

Arthur Hirschfeld Danila

Mensagem dos Organizadores

Este livro, comemorativo do centenário da nossa amada Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo, a gloriosa Casa de Arnaldo, compreende duas partes principais: a lista de todos os que aqui

estudaram, ano a ano, e depoimentos de alunos de praticamente todas as 100 turmas. O livro é

enriquecido com alguns textos complementares, fotos e depoimentos e, na sua essência, esse era o projeto

do Dr. Luiz Baccalá, ex-presidente da Associação dos Antigos Alunos da FMUSP e que, antevendo sua

partida para a viagem final, pediu a um de nós (RC) que não se deixasse de publicá-lo. Assim, dedicamos

esta obra ao seu grande inspirador, o querido Bacallá.

As

100

Turmas da

Faculdade de Medicina da USP

(4)
(5)

Índice

A Associação dos Antigos Alunos e o

Centenário da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

...

6

Mensagem à Comunidade

dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

...

8

Mensagem do Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

...9

A Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina e

a Fundação Faculdade de Medicina

...

10

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

...

14

Associação dos Professores Eméritos da Faculdade de Medicina

da Universidade de São Paulo

...

15

As 100 Turmas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

...

18

Centro Acadêmico Oswaldo Cruz

...19

Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz

...

22

Show Medicina

...

24

Pequena História do Grupo Teatral Medicina

...

28

Departamento Científico da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

...

31

Congresso Médico Universitário da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

....

40

Biblioteca e Discoteca do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz

...

42

Medicina Júnior

...

43

Nos Tempos do Mimeógrafo

...

44

O Porão do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz

...

47

Índice Alfabético Nominal

...

51

Relação por turmas

1918-2017

...

89

(6)

A Associação dos Antigos Alunos e o Centenário da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A AAAFMUSP completa 82 anos de existência no ano em que se comemora o Centenário da

nossa Faculdade. Em 1930, um grupo de médicos egressos da então Faculdade de Medicina e

Cirurgia de São Paulo, liderados pelo Dr. Ernesto de Souza Campos, formado na primeira turma

em 1918, fundou a Associação dos Antigos Alunos. Conforme consta em seu primeiro estatuto,

ela foi criada como uma sociedade destinada a promover a aproximação intelectual e social e a

mútua cooperação entre os alunos diplomados pela Faculdade de Medicina de São Paulo e a

manter o seu interesse por tudo que se refira ao desenvolvimento e progresso desse

estabelecimento de ensino. Este é um ideal que procuramos manter até os dias de hoje. O Dr.

Ernesto de Souza Campos, que havia sido o primeiro presidente do Centro Acadêmico Oswaldo

Cruz, seguiu profícua carreira acadêmica, vindo a se tornar Professor Catedrático da Cadeira de

Imunologia e Microbiologia e também Diretor da Faculdade. Foi sucedido por importantes

médicos formados por esta casa na direção da Associação, que passou a se denominar Associação

dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina da USP (AAAFMUSP), quando a nossa Faculdade

passou a integrar a Universidade de São Paulo, criada em 1934. No mesmo ano de 1930 foi

fundada a Associação Paulista de Medicina, por iniciativa do Dr. Alberto Nupieri, também antigo

aluno da turma de 1920. Em 1986, a AAAFMUSP, sob a presidência do Dr. Fernando Proença de

(7)

Gouveia, foi a entidade proponente da criação da Fundação Faculdade de Medicina, importante

órgão de apoio às atividades da Faculdade de Medicina e do Complexo Hospital das Clínicas da

FMUSP. Sucedeu ao Dr. Fernando Proença de Gouveia na presidência, o Dr. Luiz Baccalá, que

ocupou o cargo até 2006, ano do seu falecimento. Em sua gestão foi construído o Mausoléu do

Médico, destinado a abrigar os antigos alunos por ocasião do seu falecimento. Anualmente no

mês de outubro é realizado nas dependências da Faculdade o Encontro de Gerações, com o

objetivo de reunir as diferentes gerações de alunos da Faculdade, promovendo um resgate de

nossas memórias e uma confraternização com a participação também dos atuais alunos.

O livro que ora estamos publicando, contará nesta edição com os nomes dos alunos das 100

turmas que por aqui passaram, o que incluirá os calouros da centésima turma e que dentro de

alguns anos também passarão a fazer parte da nossa Associação. Com o orgulho de ter aqui

estudado, congratulamo-nos com a FMUSP pelo seu Centenário.

Itiro Suzuki

Presidente da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de

(8)

Mensagem à Comunidade dos Antigos Alunos da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

A Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo foi

fundada no ano de 1930, com o objetivo de promover a aproximação intelectual e social entre

os seus alunos diplomados. Para isso, seus membros passaram a facilitar o intercâmbio de ideias,

auxiliando no aperfeiçoamento da educação médica e no exercício da profissão, promovendo

encontros, cursos, prêmios e bolsas de estudos, bem como, participando de todas as festividades

e comemorações oficiais da Faculdade.

Esse conjunto de ações vindo dessa sociedade de “antigos alunos”, sem dúvida, estabelece

uma ideia de permanência, de um continuum pela e para a instituição que os formou, revigorando

e aproximando, quase que num abraço, todos aqueles e aquelas que vão ganhando formação e

o mundo profissional a ser conquistado.

Nesse ano em que a Faculdade de Medicina encontra-se em plenos festejos de seu centenário,

um catálogo relativo às cem primeiras turmas, organizado pela Associação, chega em ótimo

momento. Primeiramente, porque ganharemos um levantamento de milhares de pessoas que

por aqui passaram e que nossa limitada lembrança poderia jogar no esquecimento. Mas

principalmente, porque essa é uma forma de homenagear nossos ex-alunos, registrando por

meio de seus nomes, suas presenças no fazer histórico de nossa escola, ação fundamental à

preservação do nosso patrimônio cultural e intelectual.

Cabe registrar, que tal trabalho não poderia ser realizado por uma entidade mais apropriada.

Ao exercer, entre suas atividades, o papel de cimento institucional, a Associação dos Antigos

Alunos possui plena capacidade de execução desse desafio memorialístico, fazendo recordar a

feliz expressão do escritor William Faulkner que diz: “o passado não está morto, aliás, ele nem

mesmo é passado.”

Prof. Dr. José Otavio Costa Auler Junior

Diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

(9)

Mensagem do Hospital das Clínicas da Faculdade de

Medicina da Universidade de São Paulo

É com alegria e muito orgulho que comemoramos o centenário da Faculdade de Medicina da

USP. Somente uma instituição sólida com tradição, e ao mesmo tempo inovadora, poderia ter

esta marca insuperável, mantendo a posição de destaque e referencia em seu meio. Com certeza

seus alunos egressos desta faculdade, tem decisiva contribuição para este feito, através da

realização de atividades de ensino, pesquisa e assistência, resultado direto da genialidade e

perseverança destes brilhantes médicos formados pela Faculdade de Medicina, e acolhidos pela

AAAFMUSP, para que possam estar por perto, acompanhando o crescimento do Hospital das

Clínicas e a FMUSP.

Marcos Fumio Koyama

Superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de

(10)

A Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina

e a Fundação Faculdade de Medicina

A proposta para a criação da Fundação Faculdade de Medicina (FFM) foi, na realidade, uma

iniciativa da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), à época tendo como Diretor o Prof. Dr.

Silvano Raia. Ao mesmo tempo, a Diretoria da FMUSP tomou a iniciativa de convidar a Associação

dos Antigos Alunos (AAAFMUSP), existente desde 1930, a ser a proponente oficial da criação da

FFM, proposta que foi prontamente acatada em 16/08/1985 pelo seu Presidente Dr. Fernando

Proença de Gouvêa e seus colegas de Diretoria, (gestão 1984-1987), a saber: Luiz Baccalá

(vice-presidente); Lygia Bush Iversson (secretária-geral); Elza Vasconcelos (1ª secretária); Armando

Canger Rodrigues (2º secretário); Walter Belda (1° tesoureiro) e Silvio Bochiní (2º tesoureiro).

Seguiram-se inúmeras reuniões, nos edifícios da FM e do Instituto Oscar Freire, para a

elaboração dos Estatutos da FFM, envolvendo os membros da AAAFMUSP, da Diretoria e da

Congregação da FMUSP.

Alguns fatos que integram o Estatuto final da FFM foram precedidos de interessantes etapas

a saber: 1) os primeiros nomes cogitados para a FFM (adotado em 16/01/1985 e homologado em

30/01/1985) foram Fundação para o Progresso da Medicina (FPM) ou Fundação de Apoio ao HC;

2) foi a AAAFMUSP quem propôs: a) que o Conselho Curador e Conselho Consultivo tivessem a

presença de um representante discente de final de curso com ótimo histórico escolar (o que se

confirmou para o Conselho Curador); b) que o seu presidente fosse membro nato do Conselho

Curador (efetivado); c) que a FFM além do apoio à Faculdade e ao Hospital das Clínicas também

desse apoio ao Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC) existente desde 14/09/1913; d) que o

presidente do Conselho Curador fosse o Diretor da FMUSP e que os mandatos fossem

coincidentes; e) conseguir um empréstimo inicial de Cz$ 100.000,00 (cem mil cruzados) da

Fundação Zerbini de Apoio ao Incor para o início operacional de suas atividades.

As evidências históricas demonstram que houve um perfeito entendimento entre a FMUSP e

a AAAFMUSP para a concretização da FFM culminando com a redação final do seu primeiro

estatuto aprovado em 12/09/1985. Contudo, após terem sido percorridos todos os trâmites

administrativos necessários, primeiramente junto à Curadoria (Promotoria) de Fundações do

Ministério Público Estadual, a oficialização da FFM só ocorreu um ano após, ou mais precisamente,

em 18/09/1986, o que nos levou a comemorar efusivamente seus 25 anos de elogiosa existência

no dia 18/09/2011.

Após a primeira Diretoria da AAAFMUSP acima citada que foi a proponente da criação da

FFM, seguiram-se as seguintes Diretorias até o presente, a saber:

1987-1990: Luiz Baccalá (Presidente), Lygia Bush Iversson, Fernando Proença de Gouvêa, Marco

Segre, Ruy Laurenti, Pedro Henrique Longo, Fernando Bueno Pereira Leitão.

1990-1994: (Informações não obtidas)

1994-1996: Luiz Baccalá (Presidente), Fernando Proença de Gouvêa, Berilo Langer, Fernando

Bueno Pereira Leitão, Tomoyas Inague, Pedro Henrique Longo, Antonio Carlos Debes.

1997-2000: Luiz Baccalá (Presidente), José Antonio Franchini Ramires, Geraldo Modesto de

Medeiros, Wilson Jacob F°, Mauricio M. Nascimento, Francisco Ferrucio de Fiore, Itiro Suzuki.

2000-2003: Luiz Baccalá (Presidente), Francisco Ferrucio de Fiore, Fernando Proença de Gouvêa,

Fernando Bueno Pereira Leitão, Maurício M. Nascimento, Itiro Suzuki, Flavio Sylvio Rivetti.

2003-2006: Luiz Baccalá (Presidente), Itiro Suzuki, Fernando Proença de Gouvêa, Francisco

(11)

2007-2008: Flavio Sylvio Rivetti (Presidente), Itiro Suzuki, Fernando Proença de Gouvêa, Jurandir

Godoy Duarte, José Francisco de Faria, Shinichi Ishioka, Richard Halti Cabral.

2009-2010: Itiro Suzuki (Presidente), Fernando Proença de Gouvêa, Jurandir Godoy Duarte, José

Francisco de Faria, Pilar Lecussán Gutierrez, Richard Halti Cabral.

2011-2012: Itiro Suzuki (Presidente), Fernando Proença de Gouvêa, Jurandir Godoy Duarte, Pilar

Lecussán Gutierrez, José Tarcísio Ascêncio Barreto Reis, Flavio França Rangel, João Paulo Rossi.

Após sua consolidação jurídica de direito privado e sem fins lucrativos, as primeiras diretrizes

e metas da FFM foram estabelecidas pelo Conselho Curador, seu órgão colegiado principal, que

começou a se reunir em junho/1987 contando, nos últimos 25 anos, com a efetiva participação

de ilustres nomes que são citados em ordem alfabética: Ademir Lopes Jr. (Acadêmico), Adib D.

Jatene (Presidente), Alan Saito Ramalho (acadêmico), Alberto H. Kanamura, Alfredo Luiz Jácomo,

Álvaro E. A. Magalhães, Ana C. Martins (Acadêmica), Andrea Sandro Calabi, Antonio A. Laudanna,

Antonio C. G. Silva, Antonio C. Meyer, Antranik Manissadjian (nomeado pelo Ministério Público),

Arcênio Rodrigues da Silva, Breno Schor (Acadêmico), Carlos Henrique dos Anjos (acadêmico),

Cláudio F.Oliveira (Acadêmico), Dario Birolini, Dario V. Bírolini (Acadêmico), Edoardo Fillipo de

Queiroz Vattimo (acadêmico), Eloísa S.D. O. Bonfá, Fabio L. Ortega, (Acadêmico), Fabio S. Goffi

(Presidente), Flávio Sylvio Rivetti, Fúlvio Pileggi, Gabriel Elias Corrêa de Oliveira (acadêmico),

Giovanni G. Cerri (Presidente), Gyorgy M. Bohm, Hans W. Halbe, Ióri Rodrigues Junqueira, Irineu

T. Velasco (Presidente), João M. Salge (Acadêmico), Joaquim J. Gama Rodrigues, Jorge A.F.

Caldeira, José A. F. Ramires, José A. Pinotti, José L. A. Ramos, José Otávio Costa Auler Junior, Luiz

Baccalá, Marcello Marcondes Machado (Presidente), Marcelo A. C. Vaz (Acadêmico), Marco A. K.

Galetta (Acadêmico), Marcos Boulos, Marcus C. Ferreira, Miguel Srougi, Paulo Eduardo Mangeon

Elias, Pedro Puech-Leão, Rafael D. Leal (Acadêmico), Roger S.Miyake (Acadêmico), Sandra

Josefina Ferraz Ellero Grisi, Silvano Raia (Presidente), Tarcisio E. P. Barros Filho, Vicente Amato

Neto, Wagner F. Gattaz. Entretanto, o êxito no cumprimento das diretrizes, missões e metas

delegadas à FFM sempre estiveram sob a responsabilidade de sua Diretoria Executiva que teve

as seguintes composições desde sua oficialização:

18/09/1986 - Wilson Cossermelli - Diretor Executivo, Acchíles E.Hirata – Diretor Secretário

14/04/1988 (início de fato da FFM) - György M. Böhm - Diretor Executivo, Nancy E. Briani -

Diretora Secretária, Chao Lung Wen - Diretor Técnico

30/10/1992 - Eleito o vice-Diretor-Geral - Ricardo R. Brentani e o novo Diretor Técnico - Celso S.

Ribeiro, sendo mantidos os demais membros e havendo as suas reconduções para o Quadriênio

10/06/1996 - 09/06/2000 após a segunda reforma estatutária de 1996. Em 31/12/1997 o Diretor-

Geral e o Vice-Diretor colocaram seus cargos à disposição por discordância de novas diretrizes

que foram adotadas para a FFM.

01/01/1998 - Foi eleito o novo Diretor-Geral: Celso Scazufka Ribeiro que permaneceu no cargo

até 31-12-1998 acompanhado dos Superintendentes Sra. Marina P.R. Caldeira (Superintendente

Secretária), Sr. César Massaro (Superintendente Financeiro), Dr. Walter C. Ferreira Jr.

(Superintendente Técnico).

01/01/1999 - Foi eleita, por 4 anos, a nova Diretoria da FFM com a seguinte constituição: Sandra

Papaiz (Diretora-Geral), Eduardo Massad (vice-Diretor-Geral), Renata D. Fiocati (Superintendente

Secretária), Luiz F. Lopez (Superintendente Técnico) e Cherubino R. Santos (Superintendente

Financeiro).

Eleita por 4 anos (reconduzida nos mandatos seguintes) para o período de 01/01/2003 a

31/12/2014 a atual Diretoria da FFM está constituída por Flavio Fava de Moraes (Diretor-Geral),

Yassuhiko Okay (Vice-Diretor-Geral) e Amaro Angrisano (Superintendente

Administrativo-Financeiro).

Da mesma forma, o Conselho Consultivo sempre foi, prioritariamente composto por pessoas

notáveis de nossa sociedade civil, majoritariamente externos à comunidade interna da FMUSP,

(12)

entre eles em ordem alfabética: Abílio Diniz, Ada P. Grinover, Adolpho J. Melfi, Aloysio Nunes

Ferreira Filho, Aluízio R. Araújo, Alvaro E. A. Magalhães, Américo Fialdini Jr., Andrea S. Calabi,

Angelita H. Gama, Antonio B. U. Cintra, Antonio C. Meyer, Antonio Delfim Neto, Antonio Ermírio

de Moraes, Boris Casoy, Carlos E. M. Ferreira, Carlos Neder, Carmem Prudente, Celino Cardoso,

Celso Lafer, Ciro Mortela, Cláudio Lembo, Eduardo R. Yassuda, Eleuses V.Paiva, Fauze Carlos,

Fernando Braga, Fernando O. Martins, Fernando Levy, Fernão C. B. Bracher, Flávio Fava de

Moraes, Francisco Vidal Luna, Francisco Virgílio Crestana, Geraldo Alckmin Fº, Gilberto Natalini,

Giovanni G. Cerri, Gonzalo Vecina Neto, Guilherme Afif Domingos, Hélio Egydio Nogueira,

Hernan Chaimovich Guralnik, Horácio Berlinck Neto, Irineu T. Velasco, Jamil Aun, João Grandino

Rodas, João M. C. Melo, José Carlos Moraes Abreu, José F. Perez, José Gregori, José Luiz Gomes

do Amaral, José Renato Nalini, José Rodolpho Perazzolo, José Serra, José da Silva Guedes, Julio

Mesquita Neto, Lamartine Navarro Jr., Linneu Schützer, Luiz C. Bresser Pereira, Luiz G. de M.

Belluzzo, Marcello Marcondes Machado, Marcio Thomaz Bastos, Marcos Boulos, Maria G. R.

Baumgart, Maria T. L. Fleury, Mario Amato, Miguel Colassuono, Miguel Ignatios, Miguel Reale,

Milú Villela, Mira Falchi, Nelson C. Seixas, Nelson G. Proença, Octavio B. Magano, Ogari de Castro

Pacheco, Olavo E. Setúbal, Omilton Visconde, Oswaldo P. Forattini, Paulo Francini, Paulo

Nathanael P.Souza, Paulo Nogueira Neto, Paulo Skaf, Pedro C. A. Coutinho, Pedro A. Dallari,

Pedro Salomão José Kassab, Pedro Tobias, Renato M. Gouvea, Roberto Macedo, Roberto Paulo

Richter, Romeu Tuma, Rose Neubauer da Silva, Rubens Naves, Sergio Mindlin, Sergio Tsuzuki,

Silvano Raia, Suely Vilela, Telma M.T. Zorn, Theo van der Loo, Ubiratan D’Ambrosio, Ulysses

Fagundes Neto, Vahan Agopyan, Viviane Senna Lalli, Walter Feldmann, Walter Manna Albertoni.

Ao longo de sua existência, a FFM conquistou êxitos administrativos e jurídicos tais como seu

reconhecimento como instituição de utilidade pública municipal Decreto n° 28.184/1989 de

19/10/1989, estadual Lei n° 6.820 de 28/03/1990, Federal Decreto n° 99.489 de 30/08/1990, e

também, o de instituição filantrópica pelo CNAS desde 1990. Estas credenciais também foram

fundamentais para que fosse interveniente em convênios com o Sistema Único de Saúde/SUS

(1988) e se tornasse também coexecutora das atividades de pesquisa, assistência médica e de

administração através de 12.700 funcionários entre médicos, paramédicos, técnicos,

administradores e demais servidores de apoio quer sendo integralmente do seu quadro

funcional (8.400) ou por ela sendo contratados como complementaristas ao vínculo estatal

(4.300). Relevante ainda é a participação da FFM na qualidade do ensino da FMUSP através do

seu apoio financeiro, o que equivaleu nos últimos 3 anos a uma média de R$ 500 mil/mensais,

além de doações intermitentes ao complexo HC-FMUSP que somaram outros R$ 15 milhões a

partir do segundo semestre de 2003.

A FFM também atua fortemente no setor de capacitação dos Recursos Humanos de seus

funcionários administrativos, concessão de bolsas para cursos de curta duração, de especialização,

de pós-graduação, estrito senso e de pesquisa, quando vinculados a seus objetivos específicos.

Concede também auxílios a eventos científicos, sociais da área de saúde e, excepcionalmente,

financia despesas de transporte para congressos no país e no exterior.

A primeira sede da FFM foi à Rua Estados Unidos n° 1898, transferindo-se logo em seguida

para pequenas áreas no HC e na FMUSP e em 1992 expandindo para duas pequenas casas

alugadas nas cercanias do HC. Em 1994 mudou-se para um prédio alugado na Rua da Consolação

n° 2117 até que, finalmente, adquiriu em 1998 o Edifício Claudia com 10 andares na Av. Rebouças

n° 381, sua atual sede própria com 2.369 m

2

.

O modelo fundacional de apoio, como é o caso da FFM, identifica o próprio complexo HC e

FMUSP, que são revestidos de outra personalidade jurídica. Isto é fundamental para a

compreensão do modelo de fundação de apoio eliminando-se a falsa noção que a FFM seria

uma entidade de direito privado independente e desvinculada do Complexo descaracterizando

sua finalidade original. Ademais, o seu órgão principal, o Conselho Curador, tem seus integrantes

eleitos pelos colegiados da FMUSP e do Complexo e, portanto, estão vinculados e são

(13)

responsáveis pelas diretrizes e controle das ações executivas da Diretoria no estrito cumprimento

das disposições estatutárias.

Em síntese, a FFM nada deve fazer que não seja aprovado previamente pelos Colegiados do

Complexo HC e/ou FMUSP até mesmo quando possa ser de sua iniciativa a proposta original de

natureza financeira, administrativa ou acadêmica/assistencial.

O modelo FFM completou 25 anos de exitosa atuação, tendo facilitado uma maior captação

de recursos além dos orçamentários do HC e da FMUSP, o que possibilitou maior atendimento à

população carente, maior investimento para a modernização do HC e da infraestrutura, restauro

e qualidade do ensino médico da FMUSP, além de ter permitido uma melhor adequação salarial,

minimizando a evasão do seu capital humano qualificado para o sistema privado. A Diretoria da

FFM e seus brilhantes funcionários têm plena convicção que constituem apoio indispensável ao

Complexo HC-FMUSP e, após duas décadas, têm plena convicção de que muito ainda poderão

fazer para consolidar, cada vez mais, sua credibilidade para o benefício institucional

inteligentemente explicitado nos seus objetivos estatutários.

E toda esta bela história, aqui resumida, se deve à iniciativa da Associação dos Antigos

Alunos da FMUSP.

Prof. Dr. Flavio Fava de Moraes

Diretor-Geral da Fundação Faculdade de Medicina

(14)

Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo

Na comemoração do Centenário da FMUSP, a publicação, pela Associação dos Antigos Alunos

da FMUSP (AAAFMUSP), deste primoroso catálogo atualizado das 100 turmas de alunos que

realizaram o Curso de Graduação nesta Casa, é auspiciosa, pois, preserva a memória documental

de todos os que por aqui passaram, até o presente momento. 100 turmas de alunos: que belo

triunfo da Casa de Arnaldo! O itinerário de cada um, após a formatura, é bastante diversificado.

Uns, inseriram-se, preferencialmente, na vida universitária da FMUSP e/ou do Complexo Hospital

das Clínicas da FMUSP; a maioria buscou outros caminhos. Vemo-los em outras instituições de

saúde, universitárias ou não, públicas ou privadas, nos consultórios particulares, aqui em São

Paulo ou pelo Brasil afora e mesmo em outros países. De tempos em tempos, muitos retornam

em busca de atualização médica ou para participar, anualmente, das festividades do Encontro

de Gerações, no churrasco oferecido pela AAAFMUSP. É um momento único - sorrisos e abraços,

lembranças, confidências, atualização de assuntos e reforço das amizades. Tenho a certeza de

que a FMUSP considera todos vocês, o seu próprio prolongamento na sociedade. Formou-os e

educou-os. Recebeu em troca, durante o curso médico de cada um, graças à participação ativa

de muitos na vida da Escola, sugestões, estímulos e propostas inovadoras que foram incorporadas

em prol do seu próprio crescimento e desenvolvimento. Ao longo do tempo, a FMUSP se afirmou

e se projetou nacional e internacionalmente. Estabeleceu-se entre ela e os seus ex-alunos uma

real cumplicidade. A Casa de Arnaldo os acolhe e é acolhida por todos. Percebe-se, em cada um,

um sentimento de pertença e gratidão para com a Escola. Reconfortam-se e alegram-se,

sabendo-a cada vez mais preeminente. Como uma grande mãe, ora silenciosa e atenta, ora

efusiva e festiva, a FMUSP acolhe a todos, indistintamente, de braços abertos. Sejam felizes!

Prof. Dr. Yassuhiko Okay

Professor Emérito da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

Vice-Diretor-Geral da Fundação Faculdade de Medicina

(15)

Associação dos Professores Eméritos da Faculdade

de Medicina da Universidade de São Paulo

A APE – Associação dos Professores Eméritos da Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo (FMUSP) – foi, oficialmente, fundada em 18 de outubro de 1990, sendo pessoa jurídica

de direito privado – CNPJ - 05.537.936/0001-70. A sede atual é Av. Dr. Arnaldo, 455 - 2º andar - sala

2306 - CEP: 01246-903 - São Paulo - SP. Entretanto, já a partir de 1980, alguns professores titulares

que haviam atingido a aposentadoria compulsória aos 70 anos, se reuniam informal e

periodicamente na própria faculdade e, possuidores de boa memória, entusiastas e ativos,

imaginavam como poderiam continuar colaborando com a Diretoria e demais órgãos acadêmicos

da instituição. A colaboração se consubstanciou no Estatuto da APE:

Artigo 3º - são finalidades da APE:

I- congregar os Professores eméritos da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

(FMUSP);

II- manter relacionamento com:

a- Diretoria FMUSP;

b- Diretoria da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina da Universidade de

São Paulo (AAAFMUSP);

c- Diretoria do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC);

III- promover atos cívicos referentes à FMUSP, em relação à sua memória.

O relacionamento das várias diretorias da Faculdade com a APE levou ao estreito entrosamento

cada vez maior, entre ambas as instituições.

Os antigos professores titulares aposentados, reunidos na APE, através de estudos e sugestões,

passaram a colaborar com as diretorias na resolução de problemas gerais, de ordem acadêmica

ou não. As várias diretorias, reconhecendo a capacidade e, principalmente, a experiência desses

mestres, atenderam a algumas de suas revindicações.

Relações das principais colaborações:

• a APE organizou o primeiro “Encontro de Gerações”, que é realizado anualmente no “Dia do

Médico”, 18 de outubro;

• a instituição do Museu do HC; indicando o Prof. Orlando Lodovici para representar a APE;

• estudo preliminar para a reforma e guarda dos retratos dos antigos professores e dos quadros

de formatura dos alunos da faculdade;

• solicitadas à Diretoria limpeza e pintura do prédio da faculdade, danificadas após o incêndio;

• construção do prédio do Instituto da Mulher – propostas e discussão; primeira reunião

conjunta da Diretoria da Faculdade com os Professores Eméritos ligados à APE – discussão

sobre temas de interesse mútuo;

• entrega do 1º Prêmio de “Iniciação Científica”, da APE, ao Acadêmico de Medicina Thadeu

Rezende Rangel Fernandes, cujo trabalho foi orientado pelo Prof. Heraldo Possolo de Souza;

• análise da questão do atendimento médico aos Professores Eméritos e seus dependentes.

Decidido incluí-los dentro do programa já planejado do Serviço de Atendimento aos Servidores

do Hospital das Clínicas;

(16)

• resolução final sobre a guarda dos retratos dos professores e dos quadros de formatura dos

alunos da faculdade: todos foram tombados pelo Patrimônio Histórico do Município; segundo

o Corpo de Bombeiros, a permanência dos mesmos nos andares do prédio impediria a “rota

de fuga”, em caso de incêndio. A solução é enviá-los para os respectivos departamentos;

• propostas e discussão sobre a guarda dos retratos dos professores e quadros de formatura dos

alunos da faculdade;

• sessão especial na sala da Comunicação sobre – “Participação dos Acadêmicos da FMUSP nos

movimentos armados” – Revolução Constitucionalista de 1932, a cargo do Dr. Arnaldo Amado

Ferreira Filho e das Guerras Mundiais de 1914-18 e 1939-45, a cargo do Prof. Dr. Henrique Walter

Pinotti;

• proposta da APE para a celebração do Centenário de Fundação da FMUSP, com a participação

das seguintes instituições:

Diretoria da Faculdade de Medicina;

Fundação Faculdade de Medicina;

Fundação Zerbini;

Comissão de Cultura e Extensão da FMUSP;

Associação dos Professores Eméritos da Faculdade de Medicina;

Centro Acadêmico Oswaldo Cruz;

Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Medicina;

Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz.

• aprovada a proposta que cada entidade participante proceda a publicação de livros sobre a

sua memória.

• analisada a proposta para o Museu Histórico iniciar as exposições de documentários pertinentes

às especialidades médicas e seus protagonistas;

• portaria da Diretoria da Faculdade, criando a Comissão para a celebração do Centenário de

Fundação da FMUSP, da qual fará parte um representante da APE;

• realizada a reunião de Celebração do Centenário de Imigração Japonesa no Brasil. Lançamento

do livro “Descendentes de japoneses e sua passagem pela Casa de Arnaldo”, para o qual houve

colaboração da Associação dos Professores Eméritos;

• proposta da criação do Museu Virtual Histórico (MUVHFMUSP) na FMUSP;

• proposta da APE no projeto do livro histórico sobre a residência médica no HC;

• indicado o Prof. Manlio Napoli, representante da APE, na Comissão Especial do Centenário da

FMUSP;

• criado o “Conselho Sênior”, após aprovação pela Diretoria da Faculdade de Medicina e da

Fundação Faculdade Medicina;

• realizado o projeto “Memorial dos Professores Eméritos”, com roteiro sobre a vida acadêmica,

residência médica, pós-graduação e docência.

Revindicações:

• participação de um representante nas reuniões da Congregação, embora sem direito a voto;

direito de participar dos Conselhos de Departamentos, assim como orientar alunos de

pós-graduação e fazer parte de suas bancas examinadoras;

• aprovado documento a ser enviado à Diretoria da Faculdade sobre “Modernização da

Universidade. Proposta de modificações dos concursos para professores titulares”; enviada à

Diretoria da Faculdade nova proposta para a concessão do título de professor emérito, com

aditivo a ser analisado – perda do título quando comprovada falta grave de comportamento

com prejuízo moral ou material da instituição;

• audiência com o Reitor da Universidade de São Paulo para apresentação do projeto de

modificação na realização dos concursos para professor titular da FMUSP; o Reitor aprovou o

(17)

projeto e solicitou a elaboração de um anteprojeto a ser encaminhado à Câmara dos

Deputados;

Conferências e palestras

Foram organizadas pela APE e muito ajudaram na realização do livro sobre Memória dos

Departamentos.

14/07/2004 Dr. Arnaldo Vieira de Carvalho – vida e obra, a cargo do Prof. Sebastião de Almeida

Prado Sampaio;

14/07/2004 Prof. Dr. Nicolau Moraes Barros – vida e obra, a cargo do Prof. Arnaldo Deliveneri;

14/07/2004 Prof. Dr. José Medina – vida e obra, a cargo do Prof. Carlos Alberto Salvatore;

10/11/2005 História da cirurgia cardíaca no Hospital das Clínicas - Prof. Dr. Adib Domingos Jatene;

28/04/2006 A história da dermatologia em São Paulo, contribuição do Hospital das Clínicas,

Prof. Dr. Sebastião de Almeida Prado Sampaio

25/08/2006 Godoy Moreira e a Ortopedia Brasileira, Prof. Dr. Manlio Napoli. A conferência foi

apresentada em DVD;

25/04/2008 Panorama atual das doenças infecciosas no Brasil, Prof. Dr. Vicente Amato Neto;

06/08/2008 Contribuição ao progresso da anestesiologia no Hospital das Clínicas - Dr. Kentaro

Takaoka.

Prof. Dr. Manlio Napoli

Presidente da Associação dos Professores Eméritos da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

(18)

As 100 Turmas da Faculdade de Medicina da

Universidade de São Paulo

Completar 100 anos é sempre motivo de comemorações. No caso da FMUSP é motivo de orgulho

para todos os que trabalharam, estudaram ou ainda trabalham e estudam neste grande complexo

formado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

A Associação dos Antigos Alunos em ocasiões anteriores publicou listas com os nomes dos

médicos formados pela Faculdade de Medicina da USP. Neste ano, como parte das comemorações

do Centenário da Faculdade, resolvemos publicar a lista das 100 turmas da FMUSP, incluindo os

nomes dos calouros da 100ª Turma, que entrou em 2012. Pelo nosso estatuto todos os que estudaram

nesta Faculdade são automaticamente sócios da Associação dos Antigos Alunos. Dessa forma,

incluímos alguns colegas que iniciaram o curso mas não concluíram, por terem ido para outras

instituições de ensino ou por falecimento. Os que vieram de outras instituições e se graduaram pela

Faculdade também foram incluídos. Nosso cadastro inicial foi se modificando com a ajuda do

Conselho Regional de Medicina, mas nos últimos anos, à medida que nosso endereço na internet foi

se tornando mais conhecido, os próprios colegas foram ajudando a organizar esse cadastro,

corrigindo a grafia dos nomes, das turmas e do ano de formatura e ajudando a incluir (ou excluir)

outros nomes. A lista completa e perfeita é um objetivo a ser alcançado, mas de difícil execução, pelo

grande número de integrantes, muitos já falecidos e outros que se afastaram de São Paulo, indo para

outros estados ou para o exterior. Acreditamos que as facilidades proporcionadas pelo fácil acesso

ao nosso site: http://www.aaafmusp.org.br bem como a ajuda do grupo “Pinheiros” do Facebook,

nosso cadastro possa refletir cada vez mais a realidade de nossa história.

Ao mesmo tempo que decidimos realizar o livro das turmas, decidimos também publicar

depoimentos de representantes das turmas que aqui se formaram. Já tínhamos diversos

depoimentos reunidos por nosso antigo Presidente Luiz Baccalá, que antes de falecer, solicitou

que esse livro fosse concluído. Seu sucessor, Flavio Sylvio Rivetti, também se empenhou para que

a publicação se concretizasse. Como várias turmas ainda não tinham textos, buscamos diversos

colegas pedindo que escrevessem sobre suas turmas. Os textos foram livres, tanto no conteúdo

como no tamanho. Como o texto mais antigo é de 1933, esse mosaico de diferentes relatos poderá

ajudar a conhecer melhor a trajetória de nossa faculdade nesses últimos 80 anos. Infelizmente não

conseguimos textos de todas as turmas. Fica o desafio para a próxima edição.

Este livro não pretende ser definitivo sobre as 100 turmas, mas um documento ampliado de

edições anteriores, para que a História de nossa “Casa de Arnaldo” seja cada vez melhor

conhecida.

Diretoria da Associação dos Antigos Alunos da

Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo

(19)

Centro Acadêmico Oswaldo Cruz

O Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC) de hoje é um centro acadêmico preocupado, não

só em manter suas tradições e seus padrões históricos de engajamento político, mas também

em sempre estar se inovando, aumentando o nível de excelência esperado dos próximos anos.

Isto porque nosso Centro Acadêmico, sempre preocupado com sua representatividade perante

seus alunos, está constantemente se adaptando para melhor refletir seu corpo discente. O

momento atual é, portanto, uma fase de transição, em que o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz

procura uma forma de solucionar os problemas que têm nos afligido assim como as centenas de

agremiações estudantis por todo o Brasil.

O nosso país é uma democracia ainda jovem, e o CAOC reflete esta realidade. São poucos os

outros centros acadêmicos que chegaram ao nosso patamar. Eleições frequentes e bem

organizadas, junto à existência de um partido de situação concorrendo com um de oposição,

uma questão importante que valida o processo democrático, não são apenas necessidades, mas

conquistas de um corpo estudantil bem estruturado e no mínimo preocupado.

É ainda novo, porém, a noção de que o CAOC deste começo de milênio, não pode ser o mesmo

que o da década de 70. A relativa estabilidade política do Brasil não requer uma juventude tão

ligada a movimentos políticos, o que não é sinônimo de apolítica. A atuação do centro acadêmico,

portanto, não pode se basear na crença de que os estudantes se engajarão por si só sem a devida

liderança, mas sim na implementação de estratégias que visam não só defender seus alunos, mas

conscientizá-los, integrá-los e uni-los.

A nossa evolução resultou em uma entidade politicamente capaz, não só de discutir as questões

mais pertinentes e chegar aos resultados mais interessantes aos que representamos, como a uma

organização com um funcionamento administrativo capaz de criar um sistema que garante a

participação dos alunos em todas as decisões importantes. Esta preocupação com a

representatividade garante um respaldo para nossas atividades e nossa atuação, junto à

preservação de nossa imagem perante o público e consequentemente à construção de um corpo

discente mais engajado. Do dia a dia do CAOC passa a ser exigido uma eficácia que não deixa

espaço para amadorismos e garante a excelência merecedora dos estudantes da Faculdade de

Medicina da USP.

Esta filosofia é sem dúvida decorrente da nossa atualidade. Os tempos modernos são

demasiadamente mecanizados, desde as relações interpessoais mais simples via uma mensagem

de texto, até as intensas discussões que se dão em âmbito nacional por meio de e-mails. Isto

resulta em uma existência corrida para o aluno, que desde seus estudos pré-vestibulares exige de

si mesmo disciplina e dedicação muitas vezes excessiva. A dificuldade em criar uma verdadeira

união e integração é inevitável, uma vez que o aluno possui um pensamento que não contempla

o progresso do corpo discente como um todo. Tristemente, no caso de uma aula mal dada por

exemplo, a mentalidade do aluno o leva a acreditar que, ao invés de reparar a aula em si, ele seria

mais bem servido estudando em seu tempo livre para compensar o que não foi adequadamente

ensinado pelo professor.

O CAOC então se responsabiliza por, não só atuar diretamente sobre a melhoria do curso em

questão, mas conscientizar o aluno de que é no interesse de todos melhorarmos a aula dada,

deixando-a pronta para a próxima turma.

Nossa instituição, além de manter sua eterna preocupação com a formação de um profissional

médico de padrão internacional, assim como sua obrigação com a população que necessita de

(20)

atendimento médico eficiente e de fácil acesso, relembra que ela é uma entidade, antes de tudo,

dos alunos, e que sua existência depende de um embasamento fiel em naqueles que ele representa.

Os eventos festivos promovidos pelo centro acadêmico e realizados no tradicional espaço do

porão são quase em sua totalidade novos. O espaço do CAOC em abaixo da faculdade foi sempre

respeitado e mantido como patrimônio dos alunos, mas as festas historicamente recorrentes se

tornaram vítima da modernidade. No lugar delas, porém, nasceu uma série de iniciativas que um

dia formarão novas tradições.

Elas visam integrar os alunos da casa não só entre si, mas também com outros estudantes, de

outras faculdade e carreiras diversas. Como foi, por exemplo, a festa G4, que reuniu as faculdades

de medicina, engenharia, economia e administração e odontologia da USP, ou a “Sexta Insana”,

que, logo no início do ano, apresentou os calouros e veteranos das diversas faculdades voltadas à

formação de profissionais de saúde (medicina, enfermagem, nutrição, fonoaudiologia, fisioterapia

e terapia ocupacional) uns aos outros.

Tais eventos são apenas uma pequena parte do cronograma, uma vez que as importantes

discussões políticas com os alunos, junto às reuniões abertas e assembleias continuam como

sempre servindo como a forma mais constante e eficiente de sustentar as relações que o CAOC

mantém com os alunos.

Adiciona-se a isso tudo, os “CAOC Convida”s, que tem ganhado crescente popularidade na

faculdade. Ao convidar ilustres profissionais da nossa área, tal como o Prof. Dr. Miguel Nicolelis,

os alunos sentem um prazer incrível em assistirem no Teatro Central da FMUSP, o palestrante

discursar sobre diversos assuntos, de pesquisa à educação médica.

A cada dia o CAOC cresce – suas tradições se renovam, sua representatividade se amplia e

seu espírito se enobrece. Há apenas um elemento que se mantém tão grande como sempre, tão

invariavelmente presente e imprescindível: a convicção de que o CAOC, antes de qualquer coisa,

é dos alunos.

Raphael de Luca e Tuma

Presidente do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz - 2010

(21)

Relação Nominal dos Presidentes do

Centro Acadêmico Oswaldo Cruz

1913 - Waldomiro Guilherme de Campos

(meados de 1913 até 14/09/1913)

1913 - Ernesto de Souza Campos

(14/09/1913 até 01/12/1913)

1914 - Ernesto de Souza Campos

(01/12/1913 até 13/10/1914)

1915 - Jayme Candelária

(13/10/1914 até 09/11/1915)

1916 - Ernesto de Souza Campos

1917 - Ernesto de Souza Campos

1918 - Ernesto de Souza Campos

1919 - Fernando de Britto Pereira

1920 - Potyguar Medeiros

1921 - Waldemar Barnsley Pessoa

1922 - Felício Cintra do Prado

1923 - José Ignácio Lobo

1924 - Benedito da Cunha Campos

1925 - Álvaro Guimarães Filho

1926 - José de Almeida Camargo

1927 - João Alves de Meira

1928 - Renato da Costa Bomfim

1929 - Paulo de Toledo Artigas

1930 - Mario de M. Altenfelder e Silva

1931 - Carlos Costa

1932 - Raul de Almeida Braga

1933 - Paulo V. de Carvalho da Silva Gordo

1934 - Paulo de Camargo

1935 - Carlos Virgilio Savoy

1936 - Pedro Badra

1937 - Roberto Brandi

1938 - Domingos Machado

1939 - Roberto Franco do Amaral

1940 - Silvio Januário Griecco

1941 - Bindo Guida Filho

1942 - Raul Martinez

1943 - Roberto Ângelo Barbosa

1944 - Francisco Lopes Veioso Braga

1945 - João Bellini Burza

1946 - Duílio Crispim Farina

1947 - Jorge Barifaldi Hirs

1948 - Álvaro da Cunha Bastos

1949 - José Roberto de Albuquerque Fortes

1950 - Roberto Brolio

1951 - Walter Belda

1952 - Luiz Edmundo da Silva Freire

1953 - Tharcíllo Toledo Filho

1954 - Luiz Baccalá

1955 - Adelôncio Faria de Santana

1956 - Mário Cinelli Junior

1957 - Augusto Nascimento Tulha

1958 - Ruben Rodrigues da Cruz

1959 - João Paulo Rossi

1960 - José Carlos de Paula

1961 - Francisco Humberto de Abreu Maffei

1962 - José Carlos Seixas

1963 - Flayio Sylvio Rivetti

1964 - Eduardo Manzano

1965 - Pedro Luiz Tauil

1966 - Rubens José de Lara Nunes

1967 - Fausto Carneiro

1968 - Franklin Amorim Sayão

1969 - Reinaldo Morano Filho

1970 - Antonio Carlos Nogueira Cabral

1971 - Antonio Carlos Madeira de Arruda

1972 - Luiz Carlos de Oliveira Prieto

1973 - Antonio Tadeu Fernandes

1974 - Luiz Henrique Alves

1975 - José Antonio Marques

1976 - Mauro Hegenberg

1977 - Ubiratan de Paula Santos

1978 - José Carlos do Carmo

1979 - Alon Feuerwerker

1980 - Maria Maeno

1981 - Beatriz Mônica Sugai

1982 - Rubens Kon

1983 - Walter Cintra Ferreira Junior

1984 - Fernando Jose Campana

1985 - Cássio Machado de Campos Bottino

1986 - Murilo Chiamolera

1987 - Joaquim Edson Vieira

1988 - Marco Aurélio Kníppel Galletta

1989 - Guilherme Peres Messas

1990 - Ângela Espósito

1991 - Régia Maria Burle Figueiredo

1992 - Dilza Zoega Coelho

1993 - Mauricio Lucchesi

1994 - Fabio José Beites

1995 - Rubens Araújo de Carvalho

1996 - Cláudio Flauzino de Oliveira

1997 - Thiago de Oliveira Mônaco

1998 - Marco Antônio Santos Silva

1999 - Ângela Carvalho Freitas

2000 - Eduardo Wagner Aratangy

2001 - Fabio Rodrigues F.do Espírito Santo

2002 - Ademir Lopes Junior

2003 - Gerson Sobrinho Salvador de Oliveira

2004 - Carlos Henrique dos Anjos

2005 - Guilherme Macruz Feuerweker

2006 - Flávio Minoro Sato de Araújo

2007 - Flávio Taniguchi

2008 - Arthur Hirschfeld Danila

2009 - João Cronemberger Sá Ribeiro

2010 - Raphael de Luca e Tuma

2011 - Lucas de Oliveira Serra Hortêncio

2012 - Gabriel Dias de Oliveira

(22)

Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz

A Associação Atlética Acadêmica “Oswaldo Cruz” (AAAOC), fundada em 1928 pelos alunos da

Faculdade de Medicina (FM), desde sua criação, sempre foi um centro de integração do meio

universitário. Com um objetivo bem claro: promover o esporte entre acadêmicos desta faculdade

e aprofundar as relações de amizade entre médicos, alunos, professores deste grande complexo.

A AAAOC vive hoje sua 80ª década de vida, ainda mais alegre e mais forte do que quando foi

fundada há 82 anos.

Sediada em um espaço de aproximadamente 35 mil m², em pouco menos de 10 anos de

existência já contava com estrutura invejável: um ginásio poliesportivo (o “Caveirinha”), um

campo de futebol, uma pista de atletismo, uma piscina semi-olímpica (a 2ª mais antiga da

cidade) e uma quadra de tênis. Ainda nesta época devido ao rápido crescimento do Complexo

Hospital das Clínicas e a falta de um muro que delimitava nosso espaço, destacou-se uma figura

que viraria ícone para todos os alunos da FMUSP, o português Albino Carramão das Neves. Com

muito amor, dedicação e bravura, nosso primeiro porteiro defendeu as dependências da AAAOC

e ajudou a criar o espírito aaaoquiano que nos mantém até hoje.

Com o passar dos anos, a AAAOC cresceu e ganhou novas estruturas: mais um ginásio

poliesportivo (o “Caveirão”), uma quadra externa, área para prática de tênis de mesa, local para

prática de judô e karatê, duas academias de musculação e um restaurante-bar. Todas essas

dependências são rodeadas por um bosque de aproximadamente 25 mil m² que confere ao

nosso querido clube uma atmosfera única em meio ao centro urbano da cidade de São Paulo.

A grande necessidade de sempre aprimorar seu espaço tem um motivo. Desde o seu início,

a Associação Atlética Acadêmica “Oswaldo Cruz” manteve estreita relação com as competições

universitárias existentes no estado de São Paulo. Em meados de 1910, o Departamento Esportivo

do CAOC, que posteriormente se transformaria na AAAOC, já organizava jogos de futebol entre

acadêmicos da Faculdade de Medicina e alunos da Escola Politécnica de São Paulo. Em 1935, a

AAA “Oswaldo Cruz” e a AAA “Horácio Lane” disputavam a 1ª edição da “MAC x MED”, competição

entre alunos de medicina da Universidade de São Paulo e alunos de engenharia do Mackenzie e

que se tornaria a competição universitária mais tradicional do Brasil. Ao longo dos anos, surgiriam

diversas competições esportivas, das quais a AAAOC sempre tomou a liderança, seja na

organização, seja na participação efetiva com suas equipes e atletas. Em 1966, iniciar-se-ia a

INTERMED, competição entre faculdades de medicina do estado de São Paulo que conta hoje

com 19 participantes e, em 1985, a INTERUSP, competição entre 8 importantes faculdades da

Universidade de São Paulo, ambas com mais de 20 modalidades esportivas disputadas.

A intimidade com a realização de jogos e a convivência dos acadêmicos da Faculdade de Medicina

com a crescente rivalidade com os alunos de outras faculdades acabaram por formar a filosofia e as

tradições desta entidade. Como uma AAA modelo, não apenas no estado, mas no país, tanto em termos

de estrutura física como no âmbito organizacional do esporte universitário, a AAAOC sobrevive em

função da manutenção e modernização de suas estruturas e, principalmente, da preparação e

participação em competições esportivas. A experiência adquirida em organização, aliada aos ótimos

resultados obtidos nas competições que participa, confere à nossa AAA enorme responsabilidade em

meio ao esporte universitário brasileiro. Dentro desta filosofia, temos por prioridade manter equipes

esportivas fortes e competitivas para que representem a AAAOC com a grandeza merecida.

Além de desenvolver o esporte e formar atletas, nossa Atlética tem o objetivo de integração,

para isso a AAAOC promove também muitos eventos sociais. Desde o início da vida como

universitário, os recém-chegados à FMUSP são recebidos com muitas festas e confraternização

(23)

com seus veteranos. Ao longo do ano, muitos happy hours e duas grandes festas acontecem: no

1º semestre, a “Carecas no Bosque” e, no 2º semestre, a “Fantasias no Bosque”.

Cumpridas as atividades para com os acadêmicos e os médicos da FMUSP, a AAAOC estendeu

sua área de atuação, e hoje, oferece serviços à comunidade, todos relacionados à prática

esportiva, e também cede seu espaço para a promoção de inúmeras pesquisas e tratamentos

de pacientes do Complexo Hospital das Clínicas.

Com o passar do tempo, a dedicação e o amor de muitos, que por aqui passaram, ajudaram

a construir e elevar o nome de nossa querida Atlética. Os que priorizaram por 6 anos ou mais

esta instituição, com certeza, adquiriram sentimentos de união e comprometimento, e

transmitiram o orgulho de ser um “filho de Arnaldo” no empenho em melhorar sempre este

espaço e ampliar nossas conquistas. É com esse espírito que a AAAOC continua agregando a

todos que ingressam a essa faculdade e contribui para a formação de pessoas completas e,

consequentemente, profissionais médicos competentes e respeitados.

Kleber Tetsuo Kurimori

Presidente da Associação Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz - 2010

Relação Nominal dos

Presidentes da Associação

Atlética Acadêmica Oswaldo Cruz

1948 - Antonio Carlos Campos Junqueira

1949 - Waldir Prudente de Toledo

1950 - Adib Domingos Jatene

1951 - Pedro Salomão Kassab

1952 - Renato Santos Abreu

1953 - Luiz Baccalá

1954 - Walderez Malavazi Rodrigues

1955 - Guglielmo Francesco Mistrorigo

1956 - Domingos Alves Meira

1957 - Jorge Miguel Psillakis

1958 - João Paulo Rossi

1959 - Ruy Geraldo Bevilacqua

1960 - Antonio Carlos Zanini

1961 - Wilson Carlos Tartuce Aun

1962 - Flavio Sylvio Rivetti

1963 - Ossamu Butugan

1964 - José Paulo Smith Nóbrega

1965 - Rafael Abrão Possik

1966 - Renato Tuneyasu Yamada

1967 - Egídio Correia da Costa Arruda

1968 - Luiz Carlos Penteado Guimarães

1969 - João Eliezer Ferri de Barros

1970 - Alcyr Rozante Sotto

1971 - Antônio Giurno Filho

1972 - Vaê Dichtchekenian

1973 - Paulo George Schiller

1974 - Arquimedes de M. P. Hyppolito

1975 - William Carlos Nahas

1976 - Luis Stanislau do Amaral Neto

1977 - Eduardo de Arnaldo Silva Vellutini

1978 - Roberto Castello

1979 - Eurípedes Constantino Miguel Filho

1980 - Luis Fernando Aguiar

1981 - André Pedrinelli

1982 - Luis Ricardo Amaral Salles

1983 - Alessandro Danesi

1984 - Marco Antônio Ambrósio

1985 - Alexandre Zeballos

1986 - Rubens Sampaio Neto

1987 - George Alfred de Latorre

1988 - Adriano Yacubian Fernandes

1989 - Márcio Campos

1990 - Fábio de Castro Jorge Racy

1991 - José Marques Neto

1992 - Rodrigo Bezerra de Menezes Reiff

1993 - Rodrigo Otávio Rodrigues

1994 - Rodrigo Yacubian Fernandes

1995 - Mauro Mendes Picolo

1996 - André Luis Pereira de Albuquerque

1997 - Rodrigo Suini Sanchez

1998 - Luiz Felipe Marques Correia

1999 - Ary de Azevedo Marques Neto

2000 - Fábio Leme Ortega

2001 - Cássio Silva Trevizani

2002 - Marcelo Halfen Grill

2003 - Pedro Augusto Pontio

2004 - Rodrigo Bomeny de Paulo

2005 - Pedro Paulo Marino Rodrigues Ayres

2006 - Mauro Victor de Medeiros Filho

2007 - Arnaldo José de Carvalho Fazoli

2008 - Cristóvão Machado Barbosa Neto

2009 - Vitor Ottoboni Brunaldi

2010 – Kleber Tetsuo Kurimori

2011 – Diego Ubrig Munhoz

(24)

Show Medicina

Salve a escola! Há  quase 70 anos esta frase ecoa no palco do teatro da Faculdade de Medicina

da USP. Os responsáveis pelo grito somos nós: os alunos do Show Medicina. Na maior parte das

vezes podemos ser reconhecidos com as camisetas pretas, a caveira bordada no peito e as

olheiras de quem se estendeu ao longo da madrugada.

Além disso, somos também médicos formados, meninas costureiras e médicas costureiras. A

máxima “uma vez do Show, sempre do Show” é levada a sério.

Unimo-nos por um ideal em comum, melhor transcrito pela célebre frase do dramaturgo

francês Molière, ridendo castigat mores, que traduzida quer dizer algo como rindo castigam-se

os costumes. Durante anos a frase original esteve gravada e exposta em uma placa no teatro

antigo, anterior à reforma.

Este é o nosso pilar fulcral e com o propósito de retratar o cotidiano da Casa de Arnaldo e do

Hospital das Clínicas sob uma perspectiva estudantil, com sarcasmo, ironia e riso, construímos

uma apresentação anual.

Não somos apenas “uma apresentação”. Nosso calendário é constituído por 4 grandes

eventos ao longo do ano: a pizzada dos calouros, o aniversário do Américo, o churrasco dos

sapos e, naturalmente, a apresentação.

No dia 20 de abril, data de seu aniversário, realiza-se uma homenagem ao português Américo

Lourenço, zelador durante muitos anos da FMUSP e homem de importância inestimável para o

nascimento do Show Medicina. Ainda que atualmente nenhuma turma o tenha conhecido em

vida, seu espírito perpetuou-se com as histórias contadas pelos mais velhos. Nesta ocasião,

sapos e estrelos reúnem-se para falar do Show e do “nosso eterno zelador”.

A pizzada que se dá em uma quinta-feira no primeiro semestre é um evento de fundamental

importância, pois é o primeiro contato dos novos integrantes da Casa de Arnaldo com o Show

Medicina. Nesta ocasião sapos, estrelos e calouros dividem pedaços de pizza e risadas.

Já  o Churrasco dos Sapos que costuma ocorrer durante o programa de ensaios, no segundo

semestre, é uma oportunidade de visita dos mais velhos e principalmente, uma oportunidade

de integração entre as diversas gerações, favorecida pelo clima contagiante dos ensaios.

Certamente somos muito mais do que nosso calendário. Escrever o que é o SM hoje seria

pretensioso demais. O sentimento de pertencer ao Show é algo complexo. Nos meses próximos

de outubro, ao cruzar o jardim da faculdade com passos largos, observo a fachada da faculdade,

perfeitamente visível pelo jogo de luzes que vêm do jardim. A minha pressa é justificada, nossos

ensaios começam pontualmente às 20 horas. A fachada permanece estática, posta-se imponente

para a avenida Dr. Arnaldo. Há 68 anos esta fachada nos acolhe em seu interior. Ao entrar no

teatro tenho sempre a mesma sensação: cheguei em casa.

Cruzar com um colega do Show, mesmo que fora do período de ensaios, é sempre

acompanhado de um cumprimento carregado de emoção. O companheirismo que nasce nas

madrugadas a fio, em duras horas de trabalho mas também de risadas e diversão, ultrapassa os

6 anos de aprendizado médico.

O mesmo olhar de companheirismo é trocado entre acadêmicos e aqueles que se graduaram

no Show, os Sapos. Sem dúvida, uma vez do Show, sempre do Show.

(25)

Na data em que se resumem 2 ou 3 meses de ensaios, sacramente no mês de outubro,

tradicionalmente em uma quinta-feira, e pontualmente às 20 horas, sapos, estrelos, costureiras

e sapas reúnem-se aos fundos do teatro para celebrar a magia do Show. Em meio a músicas,

histórias e grande euforia dá-se mais uma apresentação do Show.

São exibidas caricaturas dos mais diversos “famosos” habitantes do mundo da faculdade e

do hospital: professores, funcionários e alunos queridos podem servir de alvo para as nossas

brincadeiras. Não obstante, podemos criticar e alertar para os problemas da vida acadêmica,

desta forma questões que de outra maneira passariam despercebidas à maioria, são expostas,

às vezes em tom de seriedade, às vezes com graça. Nossa apresentação é gratuita, gritamos para

quem quiser ouvir, mas uma coisa é certa, nós fazemos barulho.

Este é o nosso espirito.

Vitor Chiarini Zanetta

Diretor-Geral do Show Medicina - 2010

Relação Nominal de

Diretores do Show Medicina

1944 - Flerts Nebó

1945 - Aurélio Falcon Ruiz

1946 - Milton Maretti

1947 - Plirts Nebó

1948/1949 - William Ermete Primo Callia

1950/1951 - Ruy de Paula Dias

1952 - Donald Wilson

1953 - Fernando Proênça de Gouvêa

1954 - Ruy Cesar Fortes Denunci

1955 - Antônio Júlio de Menezes Montenegro Netto

1956 - Braz Martorelli Filho

1957 - Geraldo Antônio de Medeiros Netto

1958 - Lineu José Bueno Maia

1959 - José Cassio Simões Vieira

1960 - João Gilberto Maksoud

1961/1962 - Daniel Pinto

1963 - João Luiz Ferreira de Camargo

1964 - Hermínio Losano Torres

1965 - Antônio Drauzio Varella

1966 - José Mário Marcondes Fonseca dos Reis

1967 - Lincoln Pinto Vallada

1968 - Eduardo Berger

1969/1970 - Kemil Wehby

1971 - Adolfo Ribeiro Carlucci

1972 - Francisco Luis Coelho Rocha

1973 - Wilson Fábio Negrelli

1974 - José Oswaldo Borges Cruz

1975/1976 - Augusto Scalabrini Neto

1977 - Francisco Nápoli

1978 - Arnaldo José Hernandez

1979 - Roberto Eduardo Bittar

1980 - Glacus de Souza Brito

1981 - Antônio Carlos Herrmann de Andrade

1982 - Eduardo Fakiani

1983 - Orlando Parise Jr.

1984 - José Cassio Rossi Vieira

1985 - Cícero Piva de Albuquerque

1986 - Emílio Pigozzi

1987 - Ricardo Frank Coelho da Rocha

1988 - George Alfred Delatorre

1989 - Maurício Etchebehere

1990 - Mário Armani Neto

1991 - Luiz Antônio Prata de Figueiredo

1992 - Caio Seixas Soares

1993 - Rodrigo Bezerra de Menezes Reiff

1994 - Maurício Póvoa Barbosa

1995 - Eduardo Montag

1996 - Mauro Mendes Picolo

1997 - Roberto Sasdelli Neto

1998/1999 - Fábio Paganini Pereira da Costa

2000 - Rogério Póvoa Barbosa

2001 - Alan Pierre Zausner Skarbnik

2002 - Fernando Luiz Barbeiro Coura

2003 - Bruno Sergio Ferreira Massa

2004 - Gustavo Damásio Magliocca

2005 - Paulo Alvim Borges

2006 - Fernando Augusto Freitas Fuso

2007 - Frederico do Nascimento Fernandes Filho

2008 - Felippi Guizardi Cordeiro

2009 - Lucas Archanjo Gury

2010 - Vitor Chiarini Zanetta

2011 - Gustavo Casciano Linhares

2012 - Flavio Augusto Miorim

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Pequena História do Grupo Teatral Medicina

O Grupo Teatral Medicina (GTM) nasceu em 1960 por iniciativa de Walter Colli quando Helga

Verena Leoni era Presidente do Departamento Cultural do CAOC. A ideia não era competir com o

Show Medicina que, tipicamente, fazia a sátira dos professores e dos eventos da Faculdade, mas

oferecer aos colegas um pouco de cultura, humanizando a prática médica. Ressalte-se que, ao

contrário do Show Medicina, o GTM logo se abriu para as colegas, muitas das quais trabalharam

nas peças que foram encenadas. Por indicação de um colega cujo tio era Décio de Almeida Prado,

Colli procurou esse reconhecido intelectual e crítico teatral e dele recebeu a sugestão de contatar

Antonio Carlos de Carvalho que havia ganhado um prêmio com a peça Réquiem no Molho

Vinagrete.

Carvalho escolheu como primeira peça o Dr. Knock, do francês Jules Romain, traduzida por ele

e que contava, em três atos, a história de um médico que se estabeleceu numa cidade pequena do

interior e ardilosamente transformava as pessoas em graves doentes para poder tê-los na mão.

Dentre todos os que se apresentaram apareceu o talento do colega Fernando de Mattos Barretto

que logo ganhou o papel principal nessa e nas demais peças.

No ano de 1961, o GTM ensaiou uma peça de Irwin Shaw em 1 ato denominada “Enterrar os

Mortos” que tratava de mortos de guerra que não queriam ser enterrados. Não foi possível chegar

à fase do espetáculo porque a peça era logisticamente complexa com um número muito grande

de atores.

Em 1962, para recuperar o grupo uma peça mais simples foi montada, Quando sobe o Pano,

escrita por A. C. Carvalho e Eugênio Kusnet que tinha apenas três atores. A peça foi apresentada

no Festival Estadual de Campinas e ganhou o prêmio de melhor cenário. O grupo também levou

a peça infantil em um ato de Vicente de Paula Rossi e Vitor Maiorino Neto, colegas que foram

contrarregras em Quando sobe o Pano.

Em 1963, foi encenada Contramão (Sens interdit) de Armand Salacrou (1899-1989). Nessa peça

nascíamos velhos e diminuíamos de idade até desaparecer. Colli relata que ainda tem na parede a

sua foto de velho recém-nascido tirada pelo grande fotógrafo, nosso colega, Daniele Riva. Essa

peça fez grande sucesso.

Em 1964, o teatro encenou outra peça de A. C. Carvalho denominada Mortis Causa em que o

colega Marcelo Gandelman era o Secretário do Juiz (Deus).

Em 1965, foi o grande ano de Réquiem no Molho Vinagrete de A.C. Carvalho. Fomos bem loucos

porque o Lech Szymanski fazia o papel de um general que era uma estátua coberta por excrementos

de pombos. Essa peça fez muito sucesso também.

Colli, que se formou em 1962 e em 1963 já era assistente da Bioquímica, organizou o grupo por

mais 3 anos (1963-1965), já como professor. Para se aquilatar o clima irracional e agressivo da época,

essa dedicação lhe rendeu um depoimento forçado no Inquérito Policial Militar (IPM), por acusação

irresponsável e irrelevante prontamente dispensada pelo Diretor da Faculdade e pelo militar

encarregado do caso.

Na década de 60, o teatro universitário mostrava atuações de grupos como o TUCA, TUSP e

GTM entre outros. Isto nos aproximava da classe teatral que se interessava vivamente pelo espírito

criativo e de rebeldia que apareciam quase que com naturalidade no meio universitário. Em 1965,

o TUCA – Teatro da Universidade Católica – ganhara notoriedade na França, criando emuladores.

Todo estudante queria ir fazer teatro – uma das poucas válvulas de escape em regime governamental

que logo instituiria assassínio como lei.

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