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ANÁLISE DA REDUÇÃO DE RUGAS E LINHAS DE EXPRESSÃO APÓS TRATAMENTO COM MICROAGULHAMENTO

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ANÁLISE DA REDUÇÃO DE RUGAS E LINHAS DE EXPRESSÃO

APÓS TRATAMENTO COM MICROAGULHAMENTO

Francisca Rejane C Almeida Rachel de Faria Abreu Maria Cristina Salimena Aurea Aurélia Gioia Carrozzino

Resumo

Introdução: As rugas são características do processo de envelhecimento, mas de acordo com sua apresentação são consideradas inestéticas. O microagulhamento, também conhecido como terapia de indução de colágeno (TIC) onde um cilindro contendo múltiplas agulhas faz perfurações na pele é amparado na cascata de eventos fisiológicos do processo de reparo tecidual após uma injúria. Objetivo: Confirmar a eficácia deste tratamento na redução visível de rugas e linhas de expressão. Materiais e métodos: Foram submetidos ao tratamento quatro pacientes com idades entre 45 e 56 anos e sinais de envelhecimento maior do que o normal para a idade de acordo com a tabela de Glogau. Foram feitos registros fotográficos através de câmera digital respeitando ângulos e iluminação para posterior comparação de resultados. O tratamento decorreu-se em 6 sessões quinzenais totalizando 3 meses. Foram utilizados aparelhos individuais e descartáveis que em rolamento sobre a pele da face, provocaram micro lesões rompendo a barreira córnea, estimulando a produção de colágeno e facilitando a permeação de ativos regeneradores da pele. Resultados: Comparação entre as imagens de antes e depois do tratamento mostraram que linhas, micro relevos e graus de irregularidades da superfície da pele diminuíram consideravelmente de acordo com a Escala de Melhora da Estética Global (GAIS). Conclusão: O estudo provou que a TIC é uma técnica adequada para o tratamento de rugas e linhas de expressão.

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I – Introdução

Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), a expectativa de vida dos brasileiros que era de 50 anos em 1950, passou para 74.8 anos em 2013

(1). Diante do aumento desta expectativa de vida, nota-se o incentivo da mídia

por um período maior de aparência jovial, o que tem estimulado constantes pesquisas na área da estética numa tentativa de conter a aparência de envelhecimento que inclui muitas mudanças físicas, bioquímicas e psicológicas que se manifesta principalmente na pele. Parte deste envelhecimento está ligado à genética e outra parte aos cuidados que o indivíduo teve ou não com fotoproteção, hidratações, alimentação, uso contínuo de medicamentos ao longo dos anos, fumo, enfim, muitos fatores estão ligados ao envelhecimento

classificando-o de intrínseco ou extrínseco. (2)

Sabe-se que as rugas são características do processo de envelhecimento, a pele se apresenta mais delgada, a integridade da camada córnea diminui e as células basais adquirem alterações que interferem no seu processo de divisão. Assim, a pele se torna mais frágil, apresenta frouxidão por contar com menos fibras elásticas e colágenas. As glândulas sebáceas se tornam hipertróficas e menos ativas deixando a pele mais seca. Todas essas alterações relacionadas ao envelhecimento cronológico quando associadas aos fatores extrínsecos ficam mais evidenciadas deixam a pele mais suscetível a

forças gravitacionais, ou seja, ao enrugamento. (3)

Microscopicamente, todas as rugas aparecem como falhas na derme, porém, características específicas distinguem os diferentes tipos de rugas. Rugas finas referem-se a mudanças mais superficiais em nível epidérmico, rugas da mímica ou dinâmicas, podem aprofundar-se até os níveis médios da derme (linhas) ou por sua espessura total (sulcos). As rugas dinâmicas ocorrem pela repetição do dobramento da pele contrário a disposição das fibras musculares e se apresentam perpendiculares à disposição dos músculos, ocorrem principalmente na testa, orbicular dos olhos, orbicular da boca e glabela. As rugas dinâmicas podem se tornar estáticas, quando estas são

(3)

A fisioterapia dematofuncional nas suas atribuições, contribui para resgatar a aparência e saúde da pele. Dentre os métodos para regressão de rugas estáticas ou dinâmicas, encontramos o microagulhamento, também conhecido como terapia de indução de colágeno (TIC). O método é realizado com múltiplas perfurações na pele através de um cilindro contendo de 180 a 540 micro agulhas para induzir a produção de colágeno e facilitar a permeação de ativos regeneradores da epiderme através dos micros canais criados ao

atravessar a barreira córnea. (2)

Desde 1995, Orentreich e orentreich descreveram o termo subsisão como um meio de estimular o crescimento de tecido conectivo sob rugas e cicatrizes, assim como Desmond Fernandes usou técnica semelhante introduzindo uma agulha de 15G sob rugas em várias direções para estímulo

de colágeno. (2)

O processo de perfuração do estrato córneo sem danificar a epiderme permite uma melhor recuperação do paciente e um incremento na produção de colágeno e elastina na derme papilar através da liberação de fatores de crescimento num processo inflamatório controlado a fim de restaurar a integridade do tecido. Os fatores de crescimento são proteínas reguladoras e mediadores biológicos naturais que atuam sobre os processos de reparo e regeneração celular, são encontrados em vários tecidos e em diferentes fases de regeneração celular, contribuem com o crescimento de novas células, vasos

sanguíneos e com a produção e distribuição de colágeno e elastina.(4) Outro

ponto positivo da técnica é a facilitação de penetração de ativos através dos canais criados na perfuração que permite a absorção de ativos com moléculas maiores tornando o tratamento mais eficaz, pois travessar a barreira córnea

para a permeação de ativos é um grande desafio. (5)

A pele é composta de duas camadas principais, a epiderme e a derme. A epiderme é a camada que protege a pele contra o ambiente externo, ela apresenta, em sua superfície epitelial externa, o estrato córneo, que é uma camada de células mortas, queratinizadas e que funciona como uma barreira contra micro-organismos patogênicos e controla a permeação de ativos. Além da barreira córnea, aspectos inerentes às formulações como solubilidade em água, tamanho de moléculas dos ativos dificultam ainda mais a penetração

(4)

O desenvolvimento de sistemas que permitam a permeação de ativos através da pele tem sido uma constante busca da indústria farmacêutica. Nesta busca houve um grande avanço com as criações de nano cápsulas e lipossomas que conseguem atravessar a membrana celular carreando ativos e na utilização de meios que quebram a barreira da pele alterando sua

estrutura.(5)

Segundo Scott et al., (1986) a permeabilidade da água in vivo, aumentou após leves alterações na epiderme, como remoção da capa córnea e numa pele com psoríase, Schaefer et al., (1977) relatou a absorção de um fármaco

mostrou-se 3 a 10 vezes maior. (6)

O mecanismo de ação da técnica é baseado no processo de

regeneração, cicatrização e remodelamento tecidual onde são apresentadas fases distintas como: fase inflamatória, proliferativa e de remodelamento de colágeno, a fase inflamatória tem inicio logo após a lesão, onde as plaquetas são ativadas para formarem a rede de fibrina e conter o sangramento, seguidas do recrutamento de neutrófilos e fibroblastos, que darão origem a um novo colágeno. Na segunda fase, de proliferação, os neutrófilos são substituídos por monócitos que se transformam em macrófagos e liberam diversos fatores de crescimento como FGF, TGF-b, TGF-a, estes estimulam a migração e proliferação de fibroblastos, ocorre angiogênese, epitelização e produção de colágeno. Entre 24 e 36 horas depois da TIC, os queratinócitos começam a se proliferar e liberam fatores de crescimento que promovem a reposição de colágeno pelos fibroblastos. Nesta fase, são criados novos vasos, e o colágeno tipo III é depositado. A fase de remodelamento tecidual, ocorre em média após o 14º dia e pode durar meses até a transformação de colágeno tipo III em tipo I.

A formação do novo colágeno atinge seu pico entre 10 a 12 semanas. (4)

Para que toda essa cascata inflamatória se instale, o trauma causado deve atingir a camada basal, ou seja, a junção dermo epidérmica numa penetração de 1 a 3 mm. A intensidade dessas reações é proporcional a

profundidade atingida, relacionada ao tamanho das agulhas.As micro agulhas

penetram na epiderme e vão se aprofundando a medida que o cilindro vai sendo passado em diferentes direções: horizontal, vertical e diagonal, formando um ponto ótimo de ação no cruzamento das direções. O alvo (ruga)

(5)

Os ativos que serão utilizados no presente estudo, são dermocosméticos tidos como hidratantes, antioxidantes e regeneradores como os fatores de crescimento, ácido hialurônico e vitamina C. Os fatores de crescimento são proteínas reguladoras e mediadores biológicos naturais que atuam sobre os processos de reparo e regeneração celular, são encontrados em vários tecidos e em diferentes fases de regeneração celular. São citoquinas produzidas por células do tecido e são responsáveis pela comunicação celular, contribuindo com o crescimento de novas células, vasos sanguíneos e com a produção e

distribuição de colágeno e elastina. O estudo da ação dos fatores de

crescimento no reparo de feridas, levou a aplicação tópica em cosméticos no tratamento de rugas. A indústria química cosmética desenvolveu através de engenharia genética, diferentes fatores de crescimento similares. Estes fatores

mimetizam os fatores de crescimento endógenos. (8) Pesquisadores do

laboratório Pharma Special, analisaram e descreveram os resultados e efeitos benéficos obtidos na pele usando os fatores de crescimento em cosméticos.

Dentre os mais usados, destacam-se os relacionados na tabela abaixo. (8)

Tabela I - Fatores de Crescimento mais utilizados em tratamento de rugas _____________________________________________________________________ ______

EGF Fator de crescimento epidérmico

IGF Fator de crescimento semelhante a insulina, vascular periférico FGF Fator de crescimento de fibroblastos

TGF Fator de crescimento transformador

VEGF Fator de crescimento endotelial venoso (vascular profundo)

______________________________________________________________________ _____

Outro ativo de uso na técnica de microagulhamento é o ácido hialurônico, este é um polissacarídeo natural com excelente compatibilidade biológica, é o principal componente da nossa matriz extracelular que além da sua função estrutural, influencia na proliferação celular. O ácido hialurônico está presente em mais de 50% dos tecidos do corpo humano, principalmente nos tecidos conjuntivos e nervosos. Antigamente, era extraído da crista de galo, mas atualmente é obtido principalmente através de fermentação da

beterraba. Por ser um componente abundante na matriz extracelular, está

(6)

suas propriedades físico-químicas tem elevada capacidade de retenção de água, quando aplicado topicamente forma um filme hidratante que ajuda a compensar as perdas de água, atua como uma esponja capaz de absorver 1000 vezes o seu peso em água do ambiente para o estrato córneo. Durante o processo de regeneração tissular, o ácido hialurônico dá inicio a primeira fase

do processo de cicatrização. Compensa a perda de água, melhorando as

condições da pele proporcionando elasticidade e uma superfície mais

homogênea. (9)

Completando a escolha dos ativos que fizeram parte deste estudo, utilizou-se a vitamina C por seu efeito antioxidante. É comprovado que radiação solar, o fumo, poluição, resultam em foto envelhecimento por causarem alterações no DNA das células. O organismo protege-se usando antioxidantes naturais para neutralizar os efeitos dos radicais livres. O antioxidante mais abundante no organismo humano é a vitamina C, está se encontra mais concentrada na pele. A vitamina C é de difícil estabilização e fácil oxidação, nas formulações tópicas a mais estável é o ácido L-ascórbico. Em estudos ficou provado que o pH deve ser 3,5 ou abaixo desse e seu percentual de uso entre 5 e 20% alcançou níveis de concentração de acordo com a percentual sugerido, mas por razões desconhecidas, concentrações acima destes valores, resultaram em diminuição dos níveis de concentração nos tecidos. O AA (ácido L-ascórbico) atua como estimulador da síntese de colágeno, inibe a tirosinase e proporciona efeito clareador cutâneo, aumenta as defesas antioxidantes e atua

na fotoproteção. (10)

O objetivo deste estudo foi verificar a redução de rugas e linhas de expressão através de comparação fotográfica de antes e depois do tratamento com microagulhamento seguido de ativos nutritivos e antioxidantes consagrados na estética como rejuvenescedores.

II – Materiais e Método

O presente trabalho trata-se de um estudo de série de casos, de caráter quantitativo de delineamento observacional exploratório. O estudo foi conduzido no período de setembro a novembro de 2016 em consultório de

(7)

saúde estética localizado no centro de Niterói/RJ. Participaram do estudo 4 pacientes, dois homens e duas mulheres com idade entre 45 e 65 anos. Todos não praticantes de exercícios físicos regulares, não fumantes, sem cuidados específicos com a pele em relação ao uso de cosméticos ou de protetor solar, com acentuadas rugas, num grau maior do que o esperado para a idade segundo a classificação de Glogau.

Alguns critérios foram levados em consideração para exclusão de pacientes modelos como: doenças neuromusculares, diabetes, distúrbios hemorrágicos, corticoterapias, terapêutica com anticoagulantes, cânceres de pele, infecção cutânea ou qualquer descontinuidade de pele, depressão aguda ou crônica e presença de cicatrizes queloideanas.

Antes de qualquer procedimento do estudo, os pacientes foram orientados sobre todos os cuidados que deveriam ter pós-tratamento e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido assim como autorização para registro fotográfico. Para o registro fotográfico foi utilizada uma câmera digital Sony Cyber-shot 14.1 megapixels registrando o antes e depois do tratamento com fotografias dos pacientes de frente, de perfil e das regiões isoladas mais acometidas por rugas como testa e orbicular dos olhos.

Foram utilizados aparelhos descartáveis para cada sessão,

caracterizado por um cilindro contendo 540 agulhas de 0,5mm de tamanho, certificado pela ANVISA No.80317730012. A técnica de aplicação consistiu no rolamento do cilindro de agulhas sobre a pele por 10 vezes em movimentos de vai e vem em direção horizontal, vertical e diagonal formando assim um campo ótimo de permeação cutânea que foi seguido da aplicação de ativo contendo ácido hialurônico 5%, vitamina C 20% e fatores de crescimento EGF 2% (fator de crescimento epidermal) e IGF 2% (fator de crescimento vascular periférico). Os ativos foram escolhidos por serem consagrados em literatura e estudos científicos como hidratantes, antioxidantes e regeneradores promotores de uma

pele saudável. (8,9,10)

As sessões foram quinzenais com duração média de 1 hora. Ao final de seis sessões quinzenais, houve uma reavaliação a fim de averiguar a redução das rugas e melhora geral na aparência da pele utilizando-se análise fotográfica de antes e depois e a escala de 5 pontos da tabela GAIS (Global

(8)

Aesthetic Improvement Scale) para classificar a melhora global na textura da pele dos pacientes.

Tabela II – Escala de Melhora da Estética Global (GAIS)

______________________________________________________________________ _____

Classificação Descrição

4 pontos – Excelente melhora resultado ótimo para o procedimento de TIC 3 pontos - Bem melhor melhora acentuada, mas não ótima

2 pontos - Melhor melhora perceptível, mas convém repetir o tratamento

1 pontos - Sem alterações aparência como a inicial ao tratamento, sem melhoras

0 pontos - Pior aparência pior que a condição inicial

______________________________________________________________________ _____

III – Resultados

Os quatro pacientes selecionados finalizaram este estudo. O resultado do tratamento mostrou uma melhora global da pele em uniformidade, iluminação, firmeza e comprovou-se uma redução significativa nas rugas e linhas de expressão independente de sua classificação em estática ou dinâmica e profundidade como pode ser observado nas Figuras 1, 2, 3 e 4 apresentadas. Todos os pacientes apresentaram resultados positivos de

acordo com a Escala de Melhora Estética Global — Global Aesthetic

Improvement Scale (GAIS) (tabela II).

Para o paciente de número 01, sexo feminino, idade 45 anos, observou-se uma melhora classificada na tabela de GAIS, com excelente melhora, uma melhora ótima após o tratamento com a TIC, este obteve 4 pontos da tabela. (Fig.1).

Paciente de número 02, sexo feminino, idade 52 anos, classificou-se de acordo com a tabela GAIS como bem melhor, com melhora acentuada na aparência das rugas, mas não totalmente ótimo por estar em grau avançado de foto envelhecimento, obtendo 3 pontos na tabela. (Fig.2).

Pacientes de números 03 e 04 ambos do sexo masculino, 54 anos (Fig.3) e 56 anos (Fig.4) respectivamente apresentaram-se como melhor, e de

(9)

acordo com a tabela GAIS, com melhora perceptível, mas foi indicado mais sessões para um resultado mais efetivo, os dois obtiveram 2 pontos.

Figura 1: paciente de número 01, sexo feminino 45 anos. (A) antes do tratamento e (B) após 3 meses de tratamento.

Figura 2: paciente de número 02, sexo feminino, 52 anos. (A) antes do tratamento e (B) após os 3 meses de tratamento.

A

B

(10)

Figura 3: paciente de número 03, sexo masculino, 54 anos. (A) antes do tratamento e (B) após 3 meses de tratamento.

Figura 4: paciente de número 04, sexo masculino, 56 anos. (A) antes do tratamento e (B) após 3 meses de tratamento.

Figura 5: Escala de Melhora Estética Global — Global Aesthetic Improvement Scale (GAIS) Escala de 5 pontos: excelente melhora, 4 pontos (25%) ; bem melhor, 3 pontos

(11)

IV – Discussão

A tendência por tratamentos com menores riscos de complicações e retorno rápido às atividades laborais tem contribuído para a procura do tratamento com microagulhamento

Esta técnica de rejuvenescimento mostrou resultados satisfatórios para amenizar rugas e linhas de expressão, além de melhorar o viço e textura da pele. Os resultados práticos apresentados neste trabalho estão de acordo com os estudos encontrados na literatura.

O amparo do método é fundamentado na cascata de eventos fisiológicos que ocorrem logo após a pele sofrer uma injúria, por menor que seja. Quando as agulhas penetram na pele, rompem pequenos vasos dando inicio as fases de reparo tecidual que são divididas em inflamatória, proliferativa e de remodelamento tecidual. Estes eventos fazem parte da formação de um novo colágeno que irá se depositar na derme superior, logo abaixo da camada basal, fazendo assim o preenchimento das rugas.

Dentro do processo de regeneração da pele, a fase inflamatória é a mais importante no tratamento, já que nesta fase são liberadas uma grande quantidade de citocinas e nutrientes para a área que necessita de reparo e

ocorre liberação de fatores de crescimento como os transformadores α e β

(TGF – α) e (TGF – β) que tem ação sobre os queratinócitos e fibloblastos. Na fase de cicatrização, os neutrófilos são substituídos por monócitos e ocorre angiogênese, proliferação de fibroblastos e produção de colágeno tipo III, elastina, glicosaminoglicanos e proteoglicanos, na última fase do processo o colágeno tipo III será substituído lentamente pelo colágeno tipo I fazendo uma contração na rede de colágeno reduzindo a frouxidão e rugas da pele.

Diversos estudos demonstram a ação intensificadora da formação de colágeno com o uso da técnica de microagulhamento como o de Fernandes e col. (2008), que comprovam que o microagulhamento induz a produção de colágeno, diminuindo o melasma sem causar afinamento dérmico, o que é uma

grande vantagem sobre outros tratamentos como peelings e lasers. (12)

Corroborando com este estudo, Bergmann e Silva (2014), demonstram resultados satisfatórios ao utilizar o microagulhamento como facilitador de

(12)

permeação do ácido retinóico no tratamento de melasma e foto

envelhecimento. (14)

Fabbrocini et al. (2014) avaliaram a técnica em cicatrizes de acnes em 60 pessoas com fototipos variados e concluíram que a técnica apresentou

resultados satisfatórios e pouco risco de hiperpigmentação. (2)

Fernandes e Signorini (2008) trataram com microagulhamento sinais de envelhecimento, queimaduras e cicatrizes de acnes e obtiveram resultados

positivos confirmando a eficácia do tratamento. (12)

De acordo com Lange, Costa e Mulaski (2013), o microagulhamento associado aos fatores de crescimento apresentou melhora significativas na atenuação de estrias após nove sessões, deixando a área tratada com melhor

firmeza e aparência. (15)

Aust e cols, (2008), aplicaram o tratamento de microagulhamento em 480 pacientes com intuito de melhorar cicatrizes e rugas e em estudos anatomopatológicos submetido a coloração específica, observaram o aumento

de colágeno. (16)

Após a penetração das micro agulhas, as células, como reação à injúria provocada liberam fatores de crescimento induzindo a formação de um novo colágeno, aumentam o suporte nutricional do tecido favorecendo a permeação de ativos.

(13)

V – Conclusão

Conclui-se que o microagulhamento permite estímulo na produção de colágeno sem remoção da epiderme, o que torna o tempo de regeneração mais curto e um menor risco de intercorrências. A técnica tem se mostrado eficaz em tratamentos estéticos, seja isoladamente ou associada a ativos que aperfeiçoem os resultados.

Todos os pacientes envolvidos neste estudo apresentaram melhora em rugas e linhas de expressão, independente de sua classificação. A pele aparentou melhora global com maior firmeza, viço e superficialização das linhas e rugas devido ao incremento de colágeno. Todos os pacientes tiveram perceptíveis graus de melhora na avaliação pela Escala de Melhora de Estética Global — Global Aesthetic Improvement Scale (GAIS).

De acordo com o grau de severidade do foto envelhecimento, idade, cuidados anteriores e posteriores ao tratamento, os resultados são limitados, mas devido ao baixo custo e rápida recuperação, o tratamento poderá ser repetido e somar novos resultados.

(14)

Referências

1- Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. [Dados Estatísticos].; 2014 [cite 2016 março disponível em:

"http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/projecao_da_populacao/ 2013/default.shtm"

2- Fabbrocini G, Padova M, De Vita V, Fardella N, Pastore F, Tosti A. Tratamento de rugas periorbitais por terapia de indução de colágeno. Surgical & Cosmetic Dermatology 1(3): 106-111, 2009 maio.

3- Kade M. P. V, Sabatovich O. Dermatologia Estética. 3. Atheneu. São Paulo: 2015.

4- Mendonça RJ., Coutinho-Netto J. Aspectos Celulares da Cicatrização. Anais Brasileiros de Dermatologia. 3(84): 257-262. 2009 Mar.

5- Silva J. A., Apolinário A. C., Souza M. S. R., Damasceno P. B. G. L., Medeiros A. C. D. Administração cutânea de Fármacos: desafios e

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6- Fabbrocini G., De Vita V., Fardella N., et al., “Skin Needling to Enhance

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7- Lima E. V. A., Lima M. A., Takano D. Microagulhamento: estudo

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8- Vital Pharma. [Imagem]., 2013 [cited 2016 04 02]. Disponível em:

"http://www.vitalpharmaudia.com.br/site/public_images/produto/c0054f68f0fe 595449ada28317ea1cc4

(15)

9- Pharma Special. Ácido Hialurônico; [1]. Disponível em:

"http://www.pharmaspecial.com.br/media/produtos/_lit_ac_hialuronico.pdf"

10- Manela-Azulay M., Mandarim-de-Lacerda C. A., Perez M. de A., Filgueira A. L., Cuzzi T. Vitamina C. An. Bras. Dermatol. [Internet]. 2003 Jun [citado 2016 Mar 23] ; 78( 3 ): 265-272. Disponível em:

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962003000300002&lng=pt. http://dx.doi.org/10.1590/S0365-05962003000300002.

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15- Lange A.N., Costa R., Mulaski J. Associação da Indução Percutânea de Colágeno

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In: SEMINÁRIO DE PESQUISA E SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 2013,

(16)

Curitiba. Caderno de Resumos, Curitiba, 2013. p. 75. Disponível em:

<http://www.uniandrade.br/docs/Livro_de_Resumos_11_Semana_IC_2013. pdf>. (data de acesso: 23/09/2016).

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Referências

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