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DICIONÁRIO TUPI-GUARANI

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Academic year: 2021

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(1)

Dicionário Tupi-Guarani /

Português

Palavras, frases, nomes, etc.

Leve um pouco do Brasil para o seu

dia-a-dia!

Desenvolvido por:

Jhulana Yatra (Ybotira), estudante de

Tupi-Guarani (dialeto Mbiá).

(2)

Dicionário Tupi - Guarani /

Português

O Tupi era a língua usada pelos jesuítas em suas

catequeses desde o Maranhão até S. Vicente, em São Paulo.

Já o Guarani é um dialeto do tupi e foi falado desde S. Vicente

até o Paraguai. Tupi-Guarani é uma família de línguas; por

exemplo: eu posso falar tupi porque é uma língua, eu posso

falar guarani porque também é uma língua, mas não posso

falar tupi-guarani, pois essa palavra composta é na verdade

uma generalização. Refere-se a uma família de línguas e não

é uma língua falada. Para melhor compreensão: o português,

por exemplo, é da família românica; eu posso falar português,

mas não posso falar românico.

TUPI-GUARANI – não é uma língua, mas uma família de

mais de vinte línguas. Inclui o Tapirapé, o Wayampi, o

Kamayurá, o Guarani (com seus dialetos), o Parintintin, o

Xetá, o Tupi Antigo, etc. Existem línguas Tupi-Guarani, não o

Tupi-Guarani. Dessas, o Tupi Antigo é a que foi estudada

primeiro e a que mais influenciou a formação da cultura

brasileira.

A

-A ja: Sufixo de duração, durante, enquanto, ex.: anhembo’ea ja (enquanto eu estudava). -A py: Sufixo que diz onde algo ou alguém está; ex.: aa ta xeru oæa py (vou onde meu pai está).

-A’ã: Arremedar.

-A’ãa: Balança.

-A’e: Ele (s), ela (s). -A’uva: Agarrar-se. -A’y: Adepto.

-Aba: Sufixo substantivador, podendo também significar “lugar”. -Ague: Sufixo de passado, ex.: ooague (onde ele foi?).

-Ai: Amargo.

-Akykue: Vestígio (de caça). Atrás. -Apa: Arco.

-Apei: Abanar.

-Apete: Apertado. -Api: Atirar.

-Api ita py: Apedrejar.

-Apirõ: Acuar.

-Apura: Apressar. Apurar.

-Arã: Sufixo de futuro, ex.: kamixa xeru onhemondearã (a camisa com a qual meu pai se vestirá).

-Arõ: Vigiar. Aguardar.

-Arõ kuaa: Vigiar-se. Ficar alerta.

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-Avy: Caçar.

-Avyky: Abusar.

-Aty: Sufixo de ação habitual ou repetida, ex.: pendeayvuaty (o que vocês sempre falam).

-Aya: Amputar.

A: Aqui, lugar. Cair. Ã: Sombra, alma.

‘Aa: Catarata, cachoeira. Ex.: Tapixi’aa (as cachoeiras do rio Tapixi).

‘A regua: Grampo ou outro adorno para segurar os cabelos.

‘Ãgue: Eco. Fantasma dos mortos. ‘Aka: Chifre.

Aa: Aqui.

Aamo – Lua (Xavante). Aaní – Não, nada.

Aaru – Espécie de bolo preparado com um tatu moqueado, triturado em pilão e misturado com farinha de mandioca.

Abá (aba, auá, avá, avakwe): Homem, mulher, gente, pessoa, ser humano, índio. Ababá: Tribo indígena tupi-guarani que habitava as cabeceiras do rio Corumbiara (MT). Abaçaí: O que espreita. Gênio maléfico, gigantesco, que tornava possessos os índios. Abacataia (abacatuaia – abacatuia): Espécie de peixe de água salgada.

Abacaxi: Interessante que, embora o abacaxi e o ananás possam ser tipos diferentes de uma mesma fruta, prevaleceu (pelo menos no sul) o nome abacaxi, que não é comum na literatura do Brasil colonial. Comum é "ananá". Mesmo assim, foi traduzido como de origem tupi com o significado de "fruta recendente", ou que cheira, de yá, ou ywa, fruta, e katy, que recende, mas esse nome pode ter vindo da América Central, embora a fruta (ananá) fosse comum no Brasil. Abaé: Uma outra pessoa.

Abaeté (abaetê): Pessoa boa, pessoa honrada. A Lagoa de Abaeté, na Bahia, é um dos pontos turísticos mais famosos do Brasil.

Abaetetuba: Lugar cheio de gente boa. Abaité: Gente ruim, repulsiva, estranha. Abatii: ̃ Arroz.

Abanã: Cabelo forte, cabelo duro.

Abanheém (Abanheenga): Língua de gente, a língua que as pessoas falam. Abapuru: Antropófago.

Abapy: Pé de homem.

Abaré (aba - ré - rê): Amigo do homem. Município do estado da Bahia. Abaquar (abequar): Senhor (chefe) do vôo, homem que voa.

Abaruna (abuna): Amigo de roupa preta, padre de batina preta. Abati: Milho, cabelos dourados, louro.

Abatinga: Cabelos brancos. Abayomi: Encontro feliz. Abeguar: Comandante do vôo.

Acablocar: Tornar caboclo; acaboclar-se, de caá-boc. Tomar o jeito do caboclo, do homem simples do interior e, também, com o significado de pegar a cor trigueira, amorenar-se. Abukú: Cabelos longos.

Aca: Chifre.

Acaçá: Bolinho de milho branco ralado ou moído, envolvido, ainda quente, em folhas de bananeira.

Acag (akag): Cabeça.

Açaí: Pequeno côco amarronzado. Significa fruta que chora, ou seja, de onde sai líquido. Acaiçarar (acaipirar): transformar em caiçara, um tipo característico de homem brasileiro decorrente do indígena. Também fazer cerca, caiçara, de caá-içá.

Acaijic: Canjica.

Acajutiba (aka’yú’tyba): Município do estado da Bahia. Abundância de caju, cajueiros. Acamim: Espécie de pássaro e de árvore.

Acapengar: Tornar capenga, manco. Do tupi capenga, com o significado de "osso torto". Acará (akara): Garça, ave branca.

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Acaraú (acaraí): Rio das garças. Diz-se que a grafia com a letra u, com o som de i fechado, vem dos colonizadores franceses, que os portugueses representavam, às vezes, por y. Acauã: Grande ave que ataca as serpentes.

Aceí: Oferecer vinho.

Acemira (Acir): O que faz doer, doloroso (Moacir). Aci: Mãe, matriarca.

Acira: Objeto cortante.

Acopiara (a’kupê’ara): Cidade do Ceará. Puxado para o lado de fora da casa, alpendre. Açu: Grande, considerável, comprido, longo.

Açuã (asu-ã): Sabugo, talo de espiga. Açucena: Singela e branca flor. Acuba: Quente.

Aé: Mas, antes, finalmente, senão, ante. Eles.

Aguapé (awa'pé): Redondo e chato, como a vitória-régia. Plantas que flutuam em águas calmas. O significado se aproxima de "vegetal do caminho" (aquático). Firme no fato de que a língua indígena não tem tradução exata com a nossa, nem poderia. Talvez de y, água, ua, ou "já", vegetal, e "pé", caminho. "Vegetal do caminho das águas", o que é coerente. A palavra portuguesa "água" é coincidência e mesclagem fonética.

Águi: Aqui.

Águio: Daqui para lá. Aguyje: Obrigado. Ahániri: Não.

Ahy’o: Garganta, voz.

Aiaiá (Ajajá, Ayayá): Colhereiro (espécie de garça).

Aíb: Ruim, mal.

Aichejáranga: Coitado, pobrezinho. Aicó: Ser, estar.

Aike: Entrei.

Aimara: Árvore, araçá-do-brejo.

Aimará: Túnica de algodão e plumas, usada pelos guaranis. Aimberê: Duro, inflexível. Flauta imprestável. Lagartixa. Aimirim (aimiri): Formiguinha.

Aimoré (hai + mbo’ré, aimbiré; amboré): (1) O mordedor. (2) Tribo indígena pertencente ao grupo dos jês. Índios de grande estatura, alguns com mais de dois metros. Mesclaram-se e foram eliminados. Há alguns anos foram encontrados remanescentes na Amazônia. Comum no Brasil como nome de pessoas. (3) Peixe cascudo.

Aipo: Aquele. Atenção. Prestar atenção.

Aipóramo (aipórõ): Então. Aîupuara: Amarrar pelo pescoço. Airequecê: Lua.

Airetama: Colméia, casa de abelhas. Airão (ailã): Entidade mítica. (Macuxi). Airumã: Estrela Dalva.

Airy: Variedade de palmeira. Aisó: Formosa.

Aiura (ajur, ajura, ayura): O pescoço. O gargalo das vasilhas. Aîuru (ajuru): Variedade de papagaio.

Aiury: O socorro, a ajuda. Aiyra: Filha.

Aja: Durante. Ajacá: Balaio.

Ajépa? - Verdade? Sério?

Ajeru (ajuru): Árvore de madeira dura, com frutos de polpa comestível. Ajira (ajyra): Sobrinha.

Aju: Maduro. Ajubá: Amarelo.

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Ajurapéa: Caminho do papagaio.

Ajuricaba (aiurucaua): Muito irritável. Grupo de marimbondos. (Nheengatu). Akã: Cabeça.

Akã raxy: Dor de cabeça.

Akãhatã: Cabeça dura, cabeção.

Akaîu: Caju.

Akanhy: Vertiginoso. Sem poder atender bem.

Akãnundu: Febre. Akara: Acará (peixe). Akãraku: Apaixonado, louco. Akãvai: Apaixonado, louco. Akayú: Ano (12 meses). Aker: Dormir.

Akitãi: Baixo, baixa estatura.

Akub: Quente. Akuti: Cutia.

Aky: Verde (o que não está maduro). Alambari: Peixe de escama escura. Alemaniagua: Alemão.

Ama: Chuva. Ama’ÿ: Seco.

Amana (Amanda): Chuva.

Amanaci (Amanacy): Mãe da chuva, pássaro que anuncia a chuva. Amanaiara: A senhora da chuva ou o senhor da chuva.

Amanajé: Mensageiro. Amanara: Dia de chuva. Amanari: Água da chuva. Amandy: Água da chuva.

Amapá: Árvore de madeira útil, cujo látex, amargo, atua no tratamento da asma, bronquite e afecções pulmonares. Estado da região norte do Brasil.

Amapari:

Amãpytuna ã: Eis o tempo feio. Amary: Árvore da família das rutáceas.

Amassunu (Amazonas): Ruído das águas.

Amá-tiri (amãtiti): Raio, corisco. Amaturá: Amboirundyk: Nove. Ambomokõi: Sete. Ambomokõi pó: Cinqüenta. Ambomosapyr: Oito. Amboyepé: Seis. Ambue: Outro.

Amendoim: De mindubi, manduí ou mendobi que os europeus, por sua semelhança com uma amêndoa, passaram a chamar "amendoim". É tipicamente brasileiro. Gabriel Soares de Souza disse que dos "mendobis temos que dar conta particular, porque é cousa que se não se sabe haver senão no Brasil". Disse também que "só as índias o costumam plantar". Era chamado de manobi, mandubi, manduí, etc. Curiosamente, na língua haitiana, o nome é mani. Aliás, não só biologicamente, mas culturalmente há indícios de vínculo de muitos grupos indígenas da América entre si. De ibá, fruto, tiby, enterrado, porque se forma sob a terra, nas raízes da planta.

Amerê: Fumaça.

Ami: Aranha que não tece teia. Amyrÿi: Defunto.

Amo: Aquele; aqueles.

Amo my: Ás vezes. Amogue: Alguém, algum. Amogue py: Ás vezes.

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Amonaty: Além, distante.

Amoquear: Moquecar. Fazer moqueca, um prato típico, de carne com temperos cozidos em fogo lento.

An: Sombra, vulto, fumaça. Anacã: Dança.

Anacê: Parente.

Anahi: Bela flor do céu. Anaití: Grande.

Anajá: Palmeira alta.

Anajé (Inajé): Gavião de rapina. Anama: Grosso, espesso.

Ananã (ananás): Fruta cheirosa. À espécie brasileira de abacaxi os índios chamavam ananá e é com esse nome que é descrita na literatura. Fernão Cardim disse que "Esta erva é muito comum... é muito cheirosa, gostosa e uma das boas do mundo... Há tanta abundância desta fruta que se cevão os porcos com ela... Fazem vinho os índios muito forte e gostoso... Também se fazem em conserva e cruas desenjoam muito no mar...". Simão Estácio de Sá disse que o "afamado ananás tem aqui o seu lugar, porque nasce em umas ervas como a nossa babosa... É o rei das frutas".

Anamí: Espécie de árvore. Anãmiri: Anão, duende.

Anassanduá: Da mitologia indígena. Anauá: Árvore de flor, pau de flor. Anauê: Salve, olá.

Andai: Abóbora.

Andaraí: Água do morcego. Bairro do estado do Rio de Janeiro e município da Bahia. Andira: O senhor dos agouros tristes.

Andirá: Morcego. Aneci: Graciosa.

Anga (nga): Pobrezinho. Lastimosamente. Ánga: Alma.

Angaba: Assombração.

Angassuay: Nome de um espírito. Angata: Preocupado.

Angatuba: Casa dos espíritos. Ange: Hoje.

Ange’i: Agora mesmo.

Ange pyhare (angepyhare): À noite. Angeko (i): Preocupado.

Angerete: Há pouco.

Anhãga: Espírito mau.

Anhana: Empurrado, impelido. Anhang-ûama: Futuro diabo.

Anhangá: Diabo. Para Couto de Magalhães, "Anhangá quer dizer sombra, espírito. A figura com que as tradições o representam é de um veado branco, com os olhos de fogo. Todo aquele que persegue um animal que amamenta corre o risco de ver o Anhangá e a sua vista traz febre e às vezes loucura". Também é palavra posta simplesmente como um ser maligno e, daí, nasceu outra, aplicada a um personagem da história. É o espírito do mal. Também chamam Anhan gá, Angá, Anhá.

Anhangabaú: Rio ou água do mau espírito. As traduções são “água (rio) da árvore do veado”, pela abundância de cuvitinga, árvores muito procuradas por esse animal para seu alimento. Antes, era Anhangabay, com "i" no final, e, sabe-se lá por que, virou Anhangabaú. Disse Couto de Magalhães que Anhanga-yba-y quer dizer "água da árvore de Anhangá, cujas flores são muito procuradas pelos veados". Também existem as traduções de "rio do Diabo", "rio das diabruras", "rio onde habitam os maus espíritos", "bebedouro das diabruras" e "rio ou água dos malefícios", estas duas últimas de Teodoro Sampaio, porque existe aí a palavra anhangá, ser maligno. Há também o entendimento que significa "rio de quase nenhuma correnteza", o que parece ilógico, assim como "rio onde o homem preto, nu, toma banho". Temos que a mais

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coerente é "água da árvore de Anhangá, árvore cujas flores são muito procuradas pelos veados".

Anhangüera: Diabo velho, espírito velho. Diabo Velho, nome dado ao Bandeirante Bartholomeu Bueno da Silva, que apreendeu e conquistou "tantos índios que, com eles, se poderia fazer uma vila". Foi ele que usou o estratagema de lançar fogo a um vaso de

aguardente em presença dos índios, assustando-os com o poder de queimar os rios e águas, de tal modo que, aterrados, prometeram mostrar lugares em que existiam minas de ouro. Decorre de anhanga, ser maligno, e uera, "o velho, o que já foi". Traduzido como "diabo velho", que também aparece como Angoera, ou Angüera. Você já imaginou ameaça pior do que a de queimar as florestas e os rios? Os índios cederam e saíram a tentar mostrar ouro onde nem existia, mas o bandeirante, mesmo assim, cumpriu a ameaça. Destruiu os rios, as florestas, e continua a fazê-lo... Era mesmo coisa do diabo...

Anhê: Pois, assim é. Anhee: ̃ Conversar.

Anho: Apenas.

Anhembi: Antigo nome do Rio Tietê em São Paulo. Esse nome aparece grafado de muitas maneiras diferente. Uma tradução é "rio do veado", mas existe outra: "Rio das aves anhimas", sendo que "anhima" é de tradução desconhecida e, nesse caso, com um componente não-indígena, o "s" de plural.

Ani (-tei/-ti): Não.

Ani chéne: Não acredito! Que não seja! Anicê: Fogo.

Anira: Anel. Anjé: Até, até que.

Anouk: Ursa prenha (nome indígena norte-americano). Antã (atã): Forte, viril.

Aña: Diabo. Aña retã: Inferno. Añete: Verdade. Año (nte): Solo,chão.

Anomatí: Além, distante.

Anori: Tracajá macho. (Nheengatu). Município do estado do Amazonas.

Anu: Ano.

Ao: Roupa, vestido.

Aoba: Roupa.

Aondê: Coruja.

Aotinga: Roupa branca. Ape: Costas.

Ápe: Aqui.

Apê (apuê): Longe.

Apecu: Coroa de areia feita pelo mar.

Apecum (Ape'kü, Apicum, Apicu, Picum): Mangue, brejo de água salgada.

Apeju: Amarelo.

Apenunga: Onda.

Apetecar: Jogar peteca. Do tupi peteg, bater. A peteca é um jogo indígena assimilado pelos brancos desde os primeiros tempos.

Apiaí (a’piá’y): Cidade de São Paulo. Rio dos meninos.

Apinchar: Lançar, arremessar. Embora citado por Couto de Magalhães, há dúvida quanto à origem indígena desse verbo, se considerarmos a estrutura do tupi-guarani. Apolinário Porto Alegre aceitou a origem indígena e buscou o étimo em apyi, laço corrediço, ou em eapy, atirar. Apiúna: Pintado de preto.

Apo: Confecção. Apó: Raiz.

Apoena: Aquele que enxerga longe.

Apoiacinê: Grupo de espíritos benfazejos entre os guaranis. Aporá: Município do estado da Bahia. Monte bonito.

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Apuã: Monte, montanha.

Apuama (apuana): Que não pára em casa, veloz, que tem correnteza.

Apuí: Município do Estado do Amazonas. Rio redondo. Apy: Aí. Aqui.

Apyaba: Homem.

Apyka: Cadeira, poltrona.

Apyta: Base.

Apyte: Centro.

Apytépe: Em meio de. Aquira: Gomo de vegetais. Aquitã: Curto, pequeno.

Ara (ará - ára): Relativo à ave, que voa, dia, luz, tempo, clima, hora, nascer.

Ara paxai: Baitaca.

Ára pyau: Ano novo. Começo do ano.

Ára yma: Ano velho.

Arabi: Lindas lágrimas. Índia amazonense que segundo a lenda, chorou muito o seu amado Caubi. Suas lágrimas se transformaram em vitória-régia, planta da região amazônica.

Araçá: É fruta deliciosa, comum em quase todo o Brasil, da qual há diferentes tipos. D’Abbeville disse que "são a melhor coisa que se possa desejar". O nome significa "fruta do tempo", e é apropriado, pois o araçá dá sempre no forte do verão, acompanhando o clima, se atrasar, ou adiantar. Houve quem lhe deu a estranha tradução de "frutas com olhos"...

Araçari (araçary): Variedade de Tucano. Aracaê (aracaé): Pássaro briguento. Aracaju: Temporada de caju.

Aracambé: Espécie de peixe de água salgada. Aracangüira: Espécie de peixe de água salgada.

Araçariguama: Lugar onde os pássaros se reúnem para comer. Aracê: Aurora, o nascer do dia, o canto dos pássaros (pela manhã). Aracéli: Altar do céu.

Aracema: Bando de pássaros.

Araciara: Ave que se alimenta do mel.

Araçoyaba: Cidade de São Paulo. Nome dado a chapéus e a morros parecidos com chapéus. Aracunda: Papagaio parrudo, forte.

Aracuri: Nome de uma palmeira.

Aracy: A mãe do dia, a fonte do dia, a origem dos pássaros. Progenitora do mel, abelha. Araguaci: Pássaro bonito.

Araguari: Cidade de Minas Gerais. Rio do vale das araras ou rio da morada dos papagaios. Araguarino: Rio da Baixada dos Papagaios.

Ára haku: Alta temperatura, calor. Arahaku: Verão.

Araka’e: Antigamente.

Araí: Riacho doce.

Araíba: Mau tempo ou tempestade. Araípe: Dentro do riacho doce. Arajuba: Mel dourado.

Araka’épa: Quando. Araka’eve: Nunca. Aram: Sol.

Aramboha: Almofada. Aramboty: Aniversário.

Arani: Tempo furioso; mau tempo.

Arandu: Sabedoria, sábio. Cidade de papagaios. Arapanema: Dia fatal.

Arapiraca: Município do estado de Alagoas. Árvore de casca solta.

Arapire: Alfinete.

Araponga: Cidade do Paraná. Tipo de pássaro grande. Pássaro da família dos cotingídeos. De uirá, pássaro, e pong, sonante. Embora aceito como tal, esse "pong", entretanto, não parece

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indígena, mas ocidental. Aliás, aparece em "ping-pong". Parece mesclagem das duas línguas, indígena e branca.

Arapoty: Primavera.

Arapuã: Abelha redonda (tipo de abelha).

Arapuca: Armadilha para aves, feita como uma pequena gaiola de pauzinhos e armada de modo a cair sobre os pássaros. Talvez decorra mesmo de ara (tempo, dia) e puca, que prende, mas parece mais provável que tenha origem em uirá, pássaro, e puca.

Arapy: Mundo.

Araquém: Pássaro que dorme.

Arara: Ave grande. Nome comum às diversas aves da família dos psitacídeos. O nome "papagaio" não é indígena; veio da Europa e era de uso antigo. Um nome indígena para "papagaio" é ajuru, que se traduz como "de bico comprido, grande". A ave papagaio era comum no Brasil, tanto que Capistrano sugeriu ao país o nome de Terra dos Papagaios. Um nome indígena específico que ficou para o papagaio é o de roro (leia-se com "r" fraco, como em arara), com o significado de "verde". Por isso a expressão "dá o pé louro", mas que o correto é "dá o pé roro" (com "r" fraco), porque não tem mesmo nada a ver com "louro", nem com "loiro" e sim com verde (roro). Quanto à arara, disse Cardim que "os índios as estimam muito e de suas penas fazem suas galantarias, e empenaduras para suas espadas; faz-se muito

doméstico, e manso, e falam muito bem, se os ensinam". A arara e o papagaio tinham

diferentes tipos, cada um com seu nome característico. Arataca, Araraúna (arara preta), etc., e outros dessa espécie chamados pelos nomes Anapurú, Ajurucurao, Tuin, Jandaia-açú, Canindé, etc. "Ara" significa dia, luz, tempo, etc. Dizem que arara é onomatopaico porque o animal "fala" com esse som. Mas, o que ela faz é repetir o nome pelo qual é chamada.

Araranguá: Cidade do litoral sul de Santa Catarina, de significado difícil, mas muito provavelmente signifique o barulho (mguá?), cantoria das araras. Também pode significar simplesmente o nome de um tipo de arara, a ave. Os indígenas chamam o pilão de "onguá". Será por causa do som do pilar? Teodoro Sampaio definiu como "barulho das ararás". Araraquara: O ninho (a toca, buraco) da arara. De arara, a ave, e quara, buraco. Teodoro Sampaio diz ser barrancos perfurados pelas araras para extrair grãos de terra salitrosa, que comiam. Os araraquarenses apreciam a interpretação poética, para o nome da cidade: A morada do sol (ára: dia, sol + ra’koara). Vendo-se, porém, que piraquara é: toca de peixe, jundiáquara: toca dos jundiás (peixes), Jabaquara: esconderijo de fujões, tacuara: haste oca, furada, por que arara-quara, não seria o ecológico: morada, abrigo das araras? Fica à escolha. Araraúna: Arara preta.

Ararê: Amigo dos papagaios. Ararecha: Nascer.

Arari: Arara pequena. Sendo que o sufixo tem também o sentido de água, rio, assim arari pode também significar rio das araras... Arari é o nome do principal lago Marajoara e de um dos mais importantes rios do Marajó, assim como faz parte do nome da cidade de Cachoeira do Arari, localizada na sua beira esquerda, e de Santa Cruz do Arari que está na boca do lago. Arari é também o nome dado a um cipó da família das leguminosas papolanáceas, encontrado nas margens dos rios, cujas flores são grandes, cor de arari-canindé, de arara-canindé (portanto de duas cores).

Araribóia: Cobra grande, espécie de cobra do Rio das Araras. Famoso cacique dos Timinimós, índios aliados dos portugueses contra os Tamoios e franceses, no Rio de Janeiro. Existe uma estátua dele à entrada da cidade de Niterói, à margem da Bahia da Guanabara, no porto das barcas. Teria o significado de "cobra grande" ou seria o nome de uma cobra cujo grunhir significava mau tempo. Foi batizado com o nome de Martim Afonso de Souza.

Araripe: Água dos papagaios. Araro’y: Inverno.

Araruna: Ave preta.

Aratama (Ararama, Araruama): Terra dos papagaios. Arati: Ao amanhecer.

Aratinga: Distrito do Município serrano de São Francisco de Paula, no Estado do RS. De ara, tempo, dia, e tinga, branco. Dia, ou tempo, etc., branco. Talvez queira dizer "cerração", "neblina", muito comum ali.

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Arátor: Aquele que ara a terra.

Arassatyba: Árvore de araçá, muito araçá. Aravo: Hora.

Araueté: Povo de língua da família do tupi-guarani que vive na margem esquerda do igarapé Ipixuna, afluente do Xingu, na área indígena Araweté/Igarapé-Pixuna, no sudeste do Pará. Araxá: Lugar alto de onde primeiro se avista o sol. Cidade em MG. Tribo indígena procedente dos cataguases.

Arco-verde: Madeira para arco. Are: Tardar.

Aréma: Desde; faz tempo. Arete: Festa.

Arhel: Antipático. Áribo: Em cima.

Aricanduva: Terra das Palmeiras (Airica é palmeira e Duva é porção/terra). Aricema: O broto da palma.

Arinhã: Galinha.

Arinos: Denominação de tribo de índios do Brasil Central e de um rio dessa região. Usado como sobrenome.

Ariry: Depois.

Aritana: Nome de um famoso cacique da tribo Yawalapiti. Aroçoiaba da Serra (SP): Anteparo do tempo da serra.

Aroi: Arroz.

Arujá: Cidade em SP. Grande quantidade de Gurus, peixe menor que o Lambari. Aruana: Sentinela.

Árupi: Por aqui. Ary: Ano.

Aryryi: Aleluia.

Asaje: Meio-dia, meia manhã. Asajepyte: Meio-dia.

Assui: Logo, portanto, assim que.

Assurini: Tribo pertencente à família lingüística do tupi-guarani, localizada em Trocará, no rio Tocantins, logo abaixo de Tucuruí/PA.

Asúpe: Esquerda. Asy: Muito, profundo. Atá: Andar, passear.

Ataperar: Deixar como uma tapera, a aldeia velha, a casa velha, abandonada. Atássuera: O que anda; ambulante.

Ati: Gaivota pequena.

Atiadeus: Tribo Guaicuru do Mato Grosso. Atiara: Um fio de luz.

Atiati: Gaivota grande.

Atiba: Plantação de frutas. Lugar saudável. Atibaia: Local de muitas frutas. Cidade em SP. Atiçu: Tipo de cesta.

Atinguijar: Pôr o tingüi na água (do rio, riacho, etc.). O tingüi é um veneno que, jogado na água, entorpece os peixes, tal como o timbó, técnica que os índios utilizavam para pescar e passaram aos brasileiros.

Atocaiar: Fazer a tocaia, tocaiar. Ficar na tocaia, ou de tocaia. Tocaia era o nome dado ao lugar, ponto, árvore, pedra, ou tejupar (cabana provisória de folhas para esperar a caça) onde os índios se ocultavam para espreitar os passantes, ou intrusos, inimigos, etc. Tem raiz em "oca" e, depois, em "toca", a casa, o buraco.

Atucanado: Sem saber o que fazer por estar com a cabeça cheia de outras coisas. Decorre da palavra tupi, tucano, de tu-quã, ou tu-cã, de bico forte. Porque essas aves armam um rebuliço e deixam qualquer um atucanado.

Atucanar: Apoquentar, atormentar a paciência. Amolar. Irritar. Do tupi tu-cã, de bico forte. Apolinário Porto Alegre cita Azara onde entende está bem explicado o motivo do significado: "Os tucanos, contra todas as aparências, destroem um grande número de aves, porque com o

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seu bico grande e grosso eles se fazem respeitar e temer por todas as espécies, as atacam, as expelem de seus ninhos e, em sua presença, comem seus ovos, seus filhotes, que tiram dos buracos com o auxílio do bico, ou que fazem cair com os ninhos. As testemunhas dignas de fé afirmam que os tucanos não respeitam nem os ovos e filhotes das araras e caracarás; e que se os filhotes se acham já muito desenvolvidos, para que eles possam tirá-los do ninho, os lançam por terra, como se sua índole não os arrastasse só a devorar, mas ainda a destruir. O ninho tão sólido do forneiro, que resiste ao tempo e a outras causas de destruição, não está ao abrigo de seus ataques, pois aguardam que a argila de que se compõe tenha amolecido com a chuva para despedaçá-lo a bicadas...".

Atukupe: Costas.

Aty: Reunir-se, reunião, agrupamento.

Auá: Homem, gente, pessoa, ser humano, índio. Auçá (uaçá, guaiá): Caranguejo.

Aussuba: Amar. Ava: Redondo.

Avá: Homem, gente, pessoa, ser humano, índio. Áva: Cabeleira.

Avanhandava: Corrida do homem. Correnteza forte. Cidade em SP. Avanheenga: Língua de gente, língua que as pessoas falam.

Avaré (abaré): Cidade em SP. Nome que os índios deram aos padres, missionários. Avati: Milho. Da mitologia Guarani.

Avati pororo: Milho frito. Avei: Também.

Avevo: Arquear-se. Axuru: Atolar-se.

Awa: Redondo.

Awañene: Língua de gente, a língua que as pessoas falam. Ay: Antipático.

Aymberê: Lagartixa. Aytab: Nadar. Ayty: Ninho.

Ayuru (ajuru): Árvore de madeira dura.

Ayvi: Borrifo.

Ayvu: Acusação. Amar.

B

Babaquara: Tolo, aquele que não sabe de nada. Baitaquear: Agir como uma baitaca, espécie de arara. Bambuí: Rio dos Bambus.

Bangu: Monte escuro.

Baníwa: Tribo norte-amazônica.

Bapo (maracá - mbaraká - maracaxá – xuatê): Chocalho usado em solenidades. Baquara (biquara – mbaekwara): Sabedor de coisas, esperto.

Baraúna: Madeira preta.

Bariri (Barueri): Água inquietante, agitada, rio com cachoeiras. Bartira: Flor. Planta odorífera e colorida.

Baturité: A grande serra. Cidade no Ceará.

Bauru: Forte declive. Rio das lagoas. Cesto de frutas (‘ybá – fruta, uru – vasilha). Cidade em SP.

Beiju: É um dos derivados da mandioca, uma espécie de bolinho feito da massa crua da mandioca e assado no forno, ou "sobre o fogo"; “... vem do tupi mbyú que quer dizer enroscado". O nome é indígena, mas, disse Gabriel Soares de Souza, que estes "beijus são muitos saborosos, sadios e de boa digestão, é o mantimento que se usa entre gente de primor, o que foi inventado pelas mulheres portuguesas, o gentio não usava dele". A invenção "das mulheres portuguesas" deve se restringir a algum tipo, mas o beiju aparece na literatura dos

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primeiros escritos sempre como produto nativo, tanto que há diversos tipos de beiju, todos com nomes indígenas: beiju-açú, "redondo, feito da mesma massa que o beiju-ticanga, e cozido no forno"; o beiju-cica, "feito de massa de macaxeira, em grumos bem finos", o de tapioca, "feito de tapioca umedecida, de maneira a cair da urupema em grumos pequeninos, e quando pronto, enrolado sobre si mesmo depois de se lhe pôr manteiga na face exterior"; o beiju-ticanga, "feito da massa da mandioca mole e seca (ticanga) ao sol", o caribé - "o beiju-açú posto de molho e reduzido a uma massa, a que se acrescenta mais água, morna, ou fria, formando uma espécie de mingau, mais ou menos ralo, conforme o gosto" - mingau que se toma de manhã com água morna, e no andar do dia com água fria; o curadá, "beiju grande e bastante espesso, feito de tapioca umedecida, de grumos maiores que o enrolado, e levando castanha crua em pequenos fragmentos".

Belmiry: Corrida, carreira. Bêni (uêni): Rio. (Aruaque).

Bertioga: Morada das tainhas. Cidade em SP. Beruri:

Biara: Prisioneiro de guerra.

Biboca: Moradia humilde. Lugar ermo, um cantão no interior, afastado, de difícil acesso. O sujeito que mora numas bibocas. Na verdade nasceu dos significados "grota", "fenda", "buraco", que é o seu significado indígena, das palavras ibi (terra) e "oca", a casa indígena. Bira: Empinado, ereto, erguido.

Birá: Ave, pássaro.

Birigui: Mosquito, mosca que sempre vem. Cidade em SP.

Biroró: É outro bolinho indígena, espécie de beiju, feito da mandioca curtida, e foi comum na alimentação brasileira até pouco tempo. Relato da história de Torres, cidade turística do Rio Grande do Sul, no início do Século XX, fala da venda de beiju e biroró, e pamonha, na rua, aos veranistas.

Bo: Por, pelo, pela. Bobuiar: Flutuar.

Bocaina: Entrada do mato. Depressão em uma serra. Bocaiúva: Palmeira do côco macaúba. Cidade de MG.

Bocó: Espécie de bolsa, sacola de couro. Teria origem em mbocog, segurar. Também com o sentido de palerma, tolo.

Boçoroca: Escavações provocadas no solo pela passagem da água. Do tupi ibi soroc, terra fendida. Embora indígena, a grafia melhor parece ser bossoroca. Também há vossoroca. Boiçucanga: Cobra de cabeça grande. Cidade em SP.

Boipeba: Pode ser traduzido como "cobra achatada", uma espécie de cobra com essa característica.

Boitatá: Cobra de fogo. É "o gênio que protege os campos contra aqueles que os incendeiam". “... uma entidade de fogo que persegue os homens. Espírito de gente ruim, que anda de rojo, flamejando. Faz perder a vista aos que o olham. Faz-se notar à noite, especialmente nas proximidades do cemitério. Nada mais é que o fogo fátuo", ou emanações, luminescências, ou fosforescências, resultantes de combustão espontânea das gorduras dos animais putrefatos nos campos, ou mesmo nos cemitérios. Por isso, também é apresentado como um fantasma que surge nos campos. Há outra explicação não tanto "técnica" para esse fogo fátuo: os habitantes do interior, antigamente, e também os índios, quando viajavam à noite, conduziam um tição que, para ir iluminando o caminho, iam sacudindo-o para que continuasse aceso, o que lhe dava a aparência de uma cobra-de-fogo noturna. Daí a palavra cobra-de-fogo, que se

pronuncia mboi-tatá, mas não tem nada a ver com boi, e sim com cobra, de mbóy, cobra e de tatá, fogo. Há quem entenda que não decorre de "cobra", mas de mbaé, coisa. O Padre Anchieta relatou-os como fantasmas "que vivem a maior parte do tempo junto do mar e dos rios e são chamados Baetatá", que quer dizer coisa-fogo. É como "um facho cintilante", que acomete rapidamente os índios e os mata. Mas, além dos rios e do mar, é também bastante conhecido no interior, sobretudo nas campanhas do Rio Grande do Sul, atemorizando os gaúchos, que acreditam que ele é atraído pelo ferro e que, por isso, uma forma de combatê-lo é desatar o laço dos tentos e arrastá-lo pela presilha. O Boitatá é atraído pela argola arrastada e deixa de embaraçar o cavaleiro. Diz-se que a forma "boitatá", cobra-fogo, é a mais correta, a

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mais coerente. Mas, tendo em vista a afirmação do Padre Anchieta, parece-nos que existam as duas formas.

Boituva: Muitas cobras. Cidade em SP.

Borá: Som emitido pelo soprar entre mãos unidas. Cidade em SP. Boracéia: Tipo de dança. Lugar de muita gente.

Borborema: Lugar deserto. Cidade em SP. Também nome de uma serra da Paraíba, chapada de formação cristalina.

Borebi: Couro de tatu.

Botucatu: Bons ares. Cidade em SP. Boyrá: Objeto precioso.

Braúna: Madeira preta. Brenho: Mata fechada.

Bretãs: Ligeiro como um peixe.

Bruaca: Espécie de cesta, em cipó, taquara ou couro, em forma dupla, para ser distribuída sobre o lombo do animal para cargas em geral. Também com o sentido de mulher feia, imprestável. Origem controvertida, mas que, para alguns, vem do tupi-guarani, puracá. Ou poraca, cesto.

Buerarema: Cidade da Bahia. Madeira mal cheirosa usada em construções. Bujari:

Buk (bok): Fenda. Buri: Espécie de palmeira.

Buritama: Terra de muitos buritizeiros. Cidade em SP.

Buriti: Árvore da vida. Espécies de palmeira da qual os índios faziam feixes para apoiarem-se neles quando faziam travessias a nado dos rios.

Butantã: Terra batida e muito dura; lugar de vento forte. Butúie: Flecha, taquara. (Borôro).

C

Caá (kaá): Mato, planta, folha.

Caapiranga: Município do estado do Amazonas. Mato vermelho, avermelhado. Caapuã (caipora; kaapora; caápua): Aquele ou aquilo que mora (vive) no mato. Caássica: Planta oleosa.

Caba: Marimbondo, vespa.

Caboclo (kariboka): Era palavra aplicada ao índio; depois ao mestiço de índio e branco e, hoje, ao homem do sertão, de hábitos rudes. Controvertida a etimologia. Há quem entenda decorra de caá, mato, e ibiboc, fenda, gruta, que, na junção, ficou caáboc, o homem das grotas, do sertão, do interior. Outro entendimento é que decorreu de curiboca, de caraíba o branco mau, e oca, a mesma origem de carioca, até chegar ao termo atual. Parece mais lógica a primeira hipótese.

Cabreúva: Árvore da coruja. Cabuçu: Vespa grande.

Caburé (kaburé - cafuzo - caboclo – caipira): Indivíduo atarracado, parrudo. Com o sentido comum de "morador no mato". De caá, mato, e de boré por poré, morador. Aplicado à mistura de negro e índio, assim como "mameluco", é o resultado de branco e índio. Segundo Teodoro Sampaio, é um tipo de corujinha e de um gavião.

Cacira (Laurare): Vespa de ferroada dolorosa. Caçapava: Travessia do mato.

Caeté: Mata verdadeira, frondosa. De kaá, mato, e eté, verdadeiro, importante, bonito. Quem conhece o caeté concorda com a bonita definição. Era o nome de uma importante tribo litorânea, a dos índios acusados de matarem o primeiro Bispo do Brasil, D. Pêro Fernandes Sardinha, que naufragou quando voltava para Portugal, em 1556.

Caiári (acai-ári): Rio do cedro. (Aruaque).

Caiçara: Era a cerca, a paliçada, com a qual os índios defendiam sua aldeia. De caá-ig-sá, cerca de mato. Além de aplicada às cercas rústicas de modo geral, também significa o matuto,

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o caipira, especialmente o habitante nativo do litoral de São Paulo, principalmente da região da Cananéia.

Cainã (Kaynã): Morador do mato. Cainara: Enfurecida.

Caingangue: Grupo indígena do Sul do Brasil já integrado na sociedade nacional, cuja língua era outrora considerada como Jê, e que hoje representa uma família própria - coroado - camé - xoclengues.

Caipora: Ou, mais correto, Kahapora, ou Caapora - Ser da floresta, que "nos representa como um grande homem, coberto de pêlos negros por todo o corpo e cara, montado sempre em um grande porco de dimensões exageradas, tristonho e taciturno e dando de quando em vez um grito para impelir a vara". Gilberto Freire definiu o caipora como "um caboclinho nu, andando de uma banda só, e que quando aparecia aos grandes era sinal certo de desgraça". Ébion de Lima o definiu como "um caboclinho feio, peludo, que cavalga um porco ou queixada. Molesta os viajantes com petições de fumo. Faz-lhes cócegas até matá-los de rir. É invulnerável. Freqüentemente o apresentam como tendo os calcanhares para frente, confundindo-o com os traços do Curupira", "O gênio das florestas... meio menino, meio bicho, com o corpo todo peludo e os pés virados para trás, é guardião dos animais...". Couto de Magalhães disse que o caipora, ou caapora, é tido como um homem colossal, de corpo peludo, montado em um porco-do-mato. Ninguém o podia ver sem ser extremamente infeliz o resto da vida, mas acrescentou que a tradição lhe dá outra explicação, que o Cahapora era o gênio protetor da caça do mato e só era visto quando, rodeando-se uma família inteira de animais selvagens, se pretendia extinguir a mesma. Com isso se pretendeu deixar claro que o ser não é maligno, mas um ser que pratica a boa ação. Era um ser bastante conhecido, mas a tecnologia vem superando essa e outras crendices da mitologia indígena. A forma varia regionalmente e segundo as diferentes descrições feitas na literatura. A raiz significante ora é tida como "habitante do mato", à semelhança de caipira, ora como "fantasma". De "caá", mato, e "pora", traduzido como "fantasma" ou como "habitante do mato". Como espírito benfazejo, ou "gênio bonito", poderia ter decorrido de "caá" e "porã", ou de "poranga", "piranga" bonito.

Cairé: Lua cheia.

Cairu: Árvore de folhas escuras.

Caiuá (caiová): Morador do mato. Nome de uma tribo. Caiubi: Folhas azuis.

Cajaty: Grande árvore. Cajobi: Monte verde.

Caju: Existem diferentes tipos de caju, que os nativos chamavam de caju-etê, caju-pirã, cajuí, caju-açu. O nome correto seria acajuá, com o significado de "fruta amarela com chifre", de aca, chifre, e juá, fruta amarela. Um importante chefe indígena tinha o nome Cajuí, caju pequeno. O caju era muito utilizado pelos indígenas para fazer a sua tradicional bebida, o cauim, também feito de outras frutas, inclusive da mandioca.

Cajuru: Boca do mato, entrada do mato.

Camaiurá: Tribo indígena tupi que vive na região dos formadores do Xingú. Na língua dos Pataxós (pertencente ao grupo lingüístico macro-jê), Camaiurá (Kamayurá) quer dizer coragem. Camapuã: Colina em forma de seios.

Camarão: Crustáceo marítimo. Camb: Seio, teta.

Camby: Leite materno.

Cambyçara: Pessoa que alimenta. Cambuci: Vaso de água.

Cambuquira: Arbusto de planta. Camé: Subgrupo da tribo Caingangue. Camocim: Vaso com água.

Camuá: Palmeira de caule flexível, com pelos espinhosos.

Camu-camu: Fruta que possui grande quantidade de vitamina C e cuja produção vem substituindo, no Acre, a

exploração dos seringais. Camury: O peixe Robalo. Canapi:

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Canará: Planta parecida com a cana-de-açúcar. Cândia: Ruim.

Canga: Aparato usado sobre o pescoço do boi, bem junto à cabeça, para unir dois bois ao carro. Há quem atribua origem chinesa. No tupi-guarani Akang, cabeça.

Cangaíba: Cabeça ruim ou dor de cabeça.

Cangar: Pôr o animal, ou os animais, os bois, sob o jugo, sob a canga. Cangar os bois no carro. É verbo corrente no interior. Há quem lhe negue origem indígena e encontre seu étimo na China, em "cangue", um instrumento de suplício, mas a sua estrutura fonética é

característica do tupi-guarani. O significado também. De Akang, cabeça. Apolinário Porto Alegre disse que não o encontrou em autores portugueses antes de 1500.

Canguçu: Cabeçudo. Canhema: Fugir. Canhembora: Fujão. Canindé: Arara azul. Canirim: Broto de flor. Canitar: Cocar.

Canjica: Embora sua estrutura fonética seja estranha, sua origem é dada como do tupi-guarani. Há, porém, quem entenda decorra simplesmente do português "canja". É o milho quebrado e, também, uma espécie de mingau doce feito com o milho branco quebrado. Papa cremosa de milho verde cozido no leite, às vezes com outros ingredientes, milho, coco, etc. Pode ser mesclagem.

Canoa: Embarcação a remo, esculpida no tronco de uma árvore. Uma das primeiras palavras indígenas registradas pelos descobridores espanhóis.

Canutama:

Capão: Cidade no litoral norte do Estado do RS. De caá, mato, e paum, isolado, com o sentido de "ilha de mato", uma parcela de mato, de árvores, no meio do campo, abrigo do gado, conforme a evidente interpretação que recebeu. Usadíssima no linguajar do interior, sobretudo no sul, até porque não tem significado substituto com essa precisão no português. Se

considerarmos que a noção de "ilha" seria estranha à língua indígena, talvez a palavra decorra de "caá", mato, e "apuã", redondo, ou seja, mato redondo, a noção que se tem de uma porção de mato separada da floresta, como a palavra indígena quer realmente dizer.

Capenga: Pessoa coxa, manca ou que falta uma perna. Tida como decorrente do tupi, de cang, osso, e peng, torto. Lembremos que é próprio do tupi-guarani aglutinar as palavras e, com isso, suprimir sílabas na junção.

Capim (caapii): Mato fino, folha delgada. Essa é uma palavra que, à semelhança de cipó, não se tem sinônimo adequado na língua portuguesa propriamente dita. Entrou cedo para a língua brasileira, da expressão indígena caá, mato, e pi(m), fino, pequeno. Mato pequeno. Dela nasceu diversas outras, como capinzal, capinar, etc.

Capinar: Tirar, cortar o mato pequeno, o capim. Do tupi caá-pi(m), mato pequeno. Entrou com tal intensidade na língua brasileira que seus sinônimos, mondar, sachar, são desconhecidos. O sinônimo carpir também é tido como de origem indígena.

Capivara: Seria adulteração de kaá-pi-u-ara, ou animal que come mato pequeno, capim. Herbívoro. Os padres usaram o "v" no lugar do "u", em face do latim.

Capivari: É nome comum a muitos rios brasileiros, até por uma razão elementar, pois decorre de capivara-i, que significa "Rio das capivaras". Também aparece como capibari e Capibaribe. Capixaba: O natural do Estado do Espírito Santo, com o significado de 'habitantes do mato que se reúnem em lugares defendidos “(...)”. Em outro significado, seria o "roçado antes de se queimar". De có-pi-sáua, ou copiçaba, onde có é roça, mas também poderia vir do étimo inicial caá, mato. Dizem que, no lugar onde hoje é a cidade de Vitória, os índios tinham uma roça, à qual chamavam "capixáua", ou "capixaba” que se transferiu aos habitantes dali e, depois, aos do Estado. Também é município do estado do Acre.

Capoeira: O mato que nasceu no lugar da floresta derrubada. De caá, mato, e uera, o que já foi. O certo, portanto, seria capuera. Há também a palavra portuguesa "capoeira", a gaiola onde se põem galinhas.

Capoeirar: Fazer capoeira (cortar o mato maior e deixar como capoeira). O mesmo (acima) que acapoeirar.

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Capororoca: Ou caa-pororoca, uma pequena árvore comum no sul, que tem a seguinte

tradução: "árvore que faz barulho", de caá, árvore, pororoca, "barulho, estrondo". Mas, por que uma árvore teria essa tradução? A explicação é que, ao ser queimada, ela dá estalido. Os índios e sua lógica.

Capotira: Flor do mato.

Caracu: O tutano, a medula da perna do boi, utilizado como alimento. Embora a origem seja controvertida, ou de origem portuguesa, se tem também como de origem indígena porque os índios davam esse nome a uma espécie de bebida feita com mandioca, à semelhança com o cauim.

Caraguatatuba: Lugar de muitos caraguatás (planta de uso medicinal). Enseada com altos e baixos. Cidade em SP.

Carajá: Guariba preto, tipo de taquara, tribo que habita a Ilha do Bananal.

Caraíba: Esse é o nome que os nativos passaram a chamar ao invasor e foi traduzido como "europeu", "homem santo" etc., mas há também, na literatura em geral, evidência de ter sido aplicado com sentido pejorativo, de "homem mau", como é o caso de Abaíba, de Aba, homem, e iba, ruim. Outro nome com o qual chamavam o invasor é Peró, que, à toda evidência, não é nativo. Chamavam os portugueses de Peró e os franceses de Maí. Houve diversas explicações para esse Peró, entre elas a que nasceu da palavra espanhola "pero" (porém). Simão Estácio de Sá achou que "Peró parece ser por memória de algum Pedro notável". Anchieta usava como sinônimo de Pedro. Há, também, Abaité. Aqui a tradução é curiosa: de Aba, homem, e ité, verde, o que ainda não amadureceu e, portanto, azedo, amargo, ruim, mas há quem traduza como "homem verdadeiro". Aos padres, chamavam Abaré, de "aba", homem, e ré, diferente. Também chamavam Abarebebé, que foi traduzido como "padre voador", ou padre ligeiro. Houve aí, provavelmente, adulteração gráfica da expressão auaré ué-ué, onde ué-ué é o termo onomatopaico para significar o ato de voar, o bater de asas das aves, e se deve à batina usada pelos religiosos.

Caramuru: É nome de um peixe. Também se traduziu como "náufrago", de caraí, o branco, e muru, molhado. É conhecida a história de Diogo Alves Correa, vítima de um naufrágio, com outros companheiros, ocorrido na entrada da barra da Bahia, em 1510, e que foi salvo pela índia Paraguaçu, filha do cacique Itaparica, da nação Tupinambá. Os demais náufragos morreram. Recebeu o nome indígena de Caramuru, que alguns livros de história traduzem como "Filho do Trovão", mas é simplesmente o nome de uma enguia. Talvez por ter saído do mar, com um tipo físico alto e magro, fino como uma enguia; foi chamado Caramuru. Outros acham que tem relação com a espingarda que portava. Em razão dessa história, surgiu o poema épico, Caramuru, escrito por Santa Rita Durão e publicado em Lisboa em 1781. Foi, também, nome que se atribuía aos europeus. Diogo viveu muito tempo entre os brasileiros e, naturalmente, em face de ter aprendido a língua, auxiliou os jesuítas na catequese e os invasores em geral na conquista, como Tomé de Souza, a quem teria ajudado na fundação das primeiras cidades portuguesas e no contato com os nativos. Um neto de Diogo Álvares Correa, Belchior Dias, ficou também conhecido como "Moréia", o Caramuru, ou Belchior Dias Moréia. Conta-se que, depois de certo tempo como náufrago, Diogo Álvares Correa aproveitou um navio francês, que o recolheu em um bote, e embarcou para viajar à França, mas a índia Paraguaçu jogou-se ao mar, nadando para alcançar o navio, pois preferia perder a vida que perder o amante. Diogo "pede que a salvem, e seguem juntos para a França" (3-21). Isso por volta de 1516/1518 (3-22). Lá, casa-se com Paraguaçu, que foi batizada, então, com o nome de Catharina. Devem ter retornado ao Brasil, pois diz a história que eles tiveram quatro filhos e deram origem ao tronco de uma família de sobrenome Torres.

Carapeba (acarapeba, acarapeva, acarapéua): Tipo de peixe. Carauari:

Cari: O homem branco, a raça branca.

Caribé: Alimento preparado com polpa de abacate.

Carió (carijó): Nome de tribo. Os índios dessa tribo habitavam o litoral de Santa Catarina, entrando um pouco no Rio Grande do Sul até o Rio Tramandaí, pelo menos. Também significa o tipo de galinha pintada, a galinha carijó, justamente pela semelhança com a pintura corporal dos índios carijós.

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Carioca (kari’oca, cariboca, curiboca): Casa do branco. Essa é uma palavra exemplo de dúbia tradução. Uma é a de "mestiço", descendente de índio e branco. Outra é "casa do branco" (do europeu), de caraíba, o homem mau, o europeu, e de oca, casa, talvez em alusão a uma primeira casa construída pelo francês Villegaignon, no Rio de Janeiro. Mas há outra tradução, mais lógica, a de que significaria o próprio indígena que ocupava a região, segundo o nome que dariam a si mesmo, carió, e, nesse caso, seria em vez de "casa do europeu", a casa do índio. Na verdade, uma das mais importantes aldeias do Rio de Janeiro tinha esse nome kariok, segundo Lery (in Viagem à Terra do Brasil, no seu Colóquio). Lembremos que os indígenas que habitavam do Rio de Janeiro para o sul, até os limites de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, eram os Carijós, ou Cariós. Falavam a língua dos Tamoios. A palavra

carioca, ainda segundo Lery, era o nome de um "pequeno rio próximo, que assim se interpreta: casa de kariós, composto desta palavra kariós e de ók, que significa casa". Essa nos parece ser a melhor interpretação. Aliás, ele também cita karió-peár com o significado de "caminho para ir aos Cariós". Uma explicação para o significado da palavra carió é que, com ela, os índios do Rio de Janeiro estariam se referindo aos seus ancestrais, os que primeiro habitaram aquela região e se espalharam para o sul, os Carijós. Ali teria sido, então, a "terra-mãe" deles, a casa dos Cariós, carioca, seus ancestrais. A raiz aíba, em caraíba, significaria "mau", e caraí significaria "homem" em tupi. Carioca é o etnônimo aplicado aos habitantes, ou natural do Rio de Janeiro, mas tem outros usos, como em Fonte da Carioca, Largo da Carioca, Serra da Carioca, etc. Casira: Inseto munido de ferrão.

Cataguá: Tribo de Minas Gerais. Nome de erva medicinal.

Catanduva: Grande quantidade de árvores rígidas, mato cerrado, espinhento.

Catapora: Pequenas feridas na pele. De tatá, fogo, e pora, parecido com, porque as feridas se assemelham a pequenas queimaduras.

Cateretê: Música e dança característica de algumas regiões do Brasil. Disse Couto de Magalhães que era uma dança religiosa dos indígenas. Tornou-se música caipira. Catiguá: Baixos de leito fluvial, planta rasteira.

Catira: Dança típica indígena. Catiti: Lua nova.

Caturama: Boa sorte. Cauâ (Cauã): Gavião. Caubi (caiubi): Folhas azuis.

Cauê: Homem bondoso que age com inteligência.

Cauim: É uma bebida indígena, feita de mandioca, ananá, de muitas outras frutas e, principalmente do caju, de onde decorre o nome.

Cauré: Espécie de gavião. (Nheengatu). Cayari: Riacho dos Cajás.

Cayres: Quadras.

Ceará: Estado brasileiro que, na origem, aparece grafado Siará. De tradução difícil. Teodoro Sampaio traduziu por "fala ou canta o papagaio", mas reconheceu que é nome de procedência obscura. José de Alencar, em seu livro Iracema, traduziu por "canto da Jandaia". Capistrano de Abreu disse que "a palavra Ceará (Siará) é legitimamente 'cariri' (nesse caso, não tupi) e as explicações até agora tentadas pelo tupi só satisfazem aos próprios inventores...".

Ceci: Minha mãe. Mãe do pranto. Celerino: Aquele que é ligeiro. Cembira: Pedaço.

Cendi: Luminosidade, luz. Cendira: Fraterna, irmã. Cháke: Cuidado.

Chapecó: Caminho trilhado frequentemente.

Chaiane: Nome de uma tribo indígena norte-americana. Mulher Bonita. Chiuci (kiuxi): A mãe dos prantos, a mater dolorosa.

Cimeína: Sem polimento.

Cipó: Vegetal fino, como corda. Essa é outra palavra indígena que entrou cedo para a língua portuguesa, pois, desde a descoberta da América, os navegantes serviam-se dele para fazer as amarras e cordas dos navios. Gabriel Soares de Souza falou nele: "Deu a natureza no Brasil, por

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entre os arvoredos, umas cordas muito rijas e muitas, que nascem aos pés das árvores e atrepam por elas acima, a que chamam cipós...".

Cipoúna: Cipó preto.

Coaracy (Kuarashí): O sol. A mãe do dia. Mãe dos viventes. A Lua, Jacy, é a mãe dos vegetais, de yá, vegetal, e cy, mãe. Segundo Couto de Magalhães, outro ser importante na mitologia indígena é o que ele chamou de Deus do Amor, Perudá. Coaraci foi traduzido como decorrente de quaraci, de quara, buraco, quando decorre de uara, ser vivente. Vide Guaraci. Coari:

Cobé (cobi): A maneira como se vive. Codajá:

Coema: Começo do dia.

Coivara: Processo indígena seguido pelos brancos de derrubar e queimar a floresta para plantar. Usa-se a expressão "fazer coivara", técnica hoje proibida.

Coivarar: Fazer a coivara, derrubar o mato e queimá-lo, para fazer roça, prática muito usada no Brasil, com origem na cultura indígena, mas atualmente repudiada e até punível pelos órgãos ambientais.

Comandacaia: Favas queimadas. Lugar na Bahia.

Congonhar: Fazer a congonha (erva do chimarrão). Preparar a erva-mate.

Congonhas: Cidade do Estado de Minas Gerais. Decorreria do nome de uma tribo. É o nome da erva utilizada para o chimarrão, a erva mate. Parece de origem não-tupi; talvez do grupo Jê, da tribo dos Kaingangues.

Copaíba: Árvore da qual se extrai o famoso óleo copaíba para fins medicinais. Cori: Hoje, logo mais.

Coricoeme: Amanhã de manhã. Coró: Espécie de taturana.

Coruripe: Município do estado de Alagoas. Rio dos seixos (Cururu – ipe).

Cotiguara: Sócio. Coty: Até, até que.

Coytê: Então, depois disto.

Criciúma: Cidade do Estado de Santa Catarina. Tal como em Acre, que decorre de aquiri, criciúma, uma planta da família das gramíneas, deveria ser quiriciuma, já que, conforme disse Anchieta, não há encontro de consoantes no tupi-guarani, que ele exemplificou em "cra, prá", etc.

Cuera: Expressão muito usada no Rio Grande do Sul, mais ou menos conforme o significado original dos índios: "velho, experiente, destemido, valente".

Cuessé: Ontem.

Cuia: De modo geral, a vasilha, feita de um vegetal. No sul do Brasil, tem outra finalidade e anda de mão em mão, para o tradicional chimarrão, hábito indígena assimilado pelo gaúcho. Cuíca (ku’ika): Espécie de rato grande com o rabo comprido. Instrumento musical.

Cumari: Tipo de pimenta. Cunhã: Fêmea.

Cunhã - porã: Mulher bonita. Cunhã – taí: Menina.

Cunhaú: Rio das mulheres. Cidade no Rio Grande do Norte.

Cupim: Ao pé da letra, pode ser traduzido como "buraco pequeno", ou "buraquinho". De "quara", buraco, e "pi (m)", pequeno.

Curare: Usado pelos indígenas para envenenar as flechas e cujo princípio ativo entrou para a medicina, como a curarina, etc.

Curitiba: A tradução mais aceita é pinheiral. Há quem entenda que curi é o nome dado ao pinhão. O étimo "tiba" é traduzido como "lugar de...". Outro significado para curi é uma espécie de argila vermelha utilizada para tingir. Aparecem em curiboca, curicaca, curimã, curimatã, curica, etc.

Curumim (kurumí): Menino.

Curupira (kurupira): Ser que protege a floresta, representado por um pequeno índio com os pés voltados para trás. Cabelos avermelhados e abundantes. É o gênio tutelar das matas. Quando troveja, bate nos troncos das árvores, examinando se podem resistir ao temporal. Ilude os caçadores que só matam pelo prazer de matar. Transforma-se então em caça e se deixa

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abater. Mas quando o caçador se aproxima para tomar posse da presa, vê-se diante do cadáver de um ente querido.

Cururu: O sapo, cururu como os índios chamam, entrou para as histórias infantis e para a música brasileira: "Sapo cururu, na beira do rio...". Outra tradução difícil: de curu-rub, que tem ou faz sarna, pela crença de que o simples passar do sapo pelo corpo, e até só pela roupa, produz erupção cutânea. Nada impede que tenha nessa palavra a raiz juru, boca, tendo relação com o coaxar do sapo.

Cutucar: Tocar alguém com algo em forma de ponta. Parece ter origem em mbotug, mutuca, a que fura.

Cy: Mãe. Cyeíma: Órfão. Cymeíma: Áspero.

D

Dakota: Amigo. – indígena norte-americano.

Danono: Cerimônia de furação de orelhas (Xavante). Damacuri: Tribo indígena da Amazônia.

Damanivá: Tribo indígena de RR, da região do Caracaraí, Serra Grande e Serra do Urubu. Debukiry: Festa.

Dena: Pequeno vale.

Deni: Tribo indígena Aruaque (aruake), que vive pelos igarapés do vale do rio Cunhuã, entre as desembocaduras dos rios Xiruã e Pauini, Amazônia. Somam cerca de 300 pessoas, e os

primeiros contatos com a sociedade nacional ocorreram na década de 60.

Desmanivar: Tirar a maniva (a parte da rama da mandioca que vai ser replantada). Diacira: Conjunto de alvéolos em que a abelha deposita o mel.

Diacuí: Planta que floresce no campo. Diaurum: Onça preta e poderosa. Dipara: Começar a correr.

E

-Eko: Vida.

-Ekove: Continuação da vida. -Eko ky’a: Contaminação da vida. -Exa: Vista.

-Exa pymi: Baixar a vista.

Ebira: Lugar do barco onde se encontram os assentos. Ebokué i xóu: Veja, ali vai ele!

Ebokué tabaiara our: Veja, ali vem o prefeito! Eçabara: O campeador. O que procura. Eçai: Aquele que gosta de festas. Eçaí: Olho pequeno.

Eçajira: Abertura situada na parte média da membrana Íris. Eçapira: O que se procura.

Eçara: Ir em busca.

Eçaraia: Aquela que foi esquecida. Esquecimento. Esquecer. Eçaúna: Olhos pretos.

Ecatú: Bem.

Echaporã: Bela vista.

Ecira: Cozinha que assa na brasa. Ednaré: Divindade dos Parecis. Eíra: Açúcar.

Eirapuã: Estrela. Eirati: Abelha pequena.

(20)

Eirete: Mel de abelhas. Eiruba: Abelha rainha. Eirunepé:

Emaci: Mal-estar.

Emarã: Qualidade de maldizente. Embaúba: Árvore oca por dentro.

Embibocar: Pôr na biboca, ou na bioca, nome dado a um buraquinho onde, no jogo de bolinhas de vidro, deve cair a bolinha. Decorre de biboca, buraco na terra, cova, fenda, gruta. Do tupi ibi, terra e oca, casa. Por isso se diz: "nessas bibocas", do interior, lugar de difícil acesso. Há também o verbo embiocar, e embilocar por "entrar no buraco" ou meter-se em algum lugar.

Embirar: Prender com embira (com amarras de embira), tiras feiras com a casca da árvore embireira. Ibirá, ou "imbirá" significa madeira, árvore.

Embu-guaçu: Cobra grande. Emimotara: Vontade. Emitima: Horta.

Empaçocar: Transformar em paçoca, ou resultar numa mistura indistinguível, como uma paçoca. Embaralhar, misturar, tornar confuso, dar aspecto de paçoca.

Empanemar: Tornar panema, encapoirar, na caça ou na pesca. É termo amazonense. Do tupi panema, ruim, o que fica mal.

Empeberar-se: Encher-se de pereba(s), do tupi, ferida.

Empipocar: Criar pústulas ou feridas. Arrebentar. Saltar (como fazem as pipocas) En:̃ Sentar.

Endaba:̃ Assento. Ena: Derrubar.

Enarê: Deus dos índios.

Encangar: Pôr os bois sob a canga, aparato de madeira que prende dois bois pela cabeça ou pelo pescoço, ao carro. Embora a palavra acang, cabeça, seja tupi-guarani, há quem rejeite a origem indígena desse verbo, assim como de cangar. Decorreria de palavra chinesa, "cangue", para um instrumento de suplicio. Mas há pesquisadores que preferem origem indígena, como Apolinário Porto Alegre afirmou não ter encontrado a palavra antes de 1500. Também se diz cangar.

Encarijar: Pôr a erva mate sobre o jirau, ou carijó, onde é chamuscada. Encuiar: Pôr ou guardar em cuias.

Endi: Luminosidade. Endyra: Irmã da mulher.

Enola: Magnólia (nome indígena norte-americano). Enoma: Espécie de besouro.

Entejucar: Embarrar, encher de lama. De tijuca (lamaçal).

Entocaiar: Ficar de tocaia, sob espreita atrás de uma pedra, árvore, etc. Para surpreender a caça ou o inimigo.

Eora: Perder os sentidos. Epyak: Ver.

Era: Nome.

Erê: Admiração, assombro. Erecê (erecina): Sobre as águas. Ereíma: Que não possui nome. Erval: Mata com ervas.

Espocar: Arrebentar, abrindo. Essá: Olho.

Essoby: De olhos verdes ou azuis. Etá: Muitos.

Etama: Nação.

Etê: Bom, honrado, sincero, verdadeiro. Eterei: Muito, demasiado.

Eyma: Sufixo de negação. Exa ka’u: Zonzo.

(21)

G

Gabiroba: Com o significado de "fruta adstringente". De fato, quem conhece (comeu) a gabiroba sabe o gostinho picante que ela tem. De guabi, ao comer, e rob, amargo. Galibi: Tribo indígena da margem esquerda do alto rio Uaçá, Amapá.

Gambá: Espécie de mamífero marsupial, animal notívago, muito comum hoje no interior, que invade os galinheiros em busca de galinhas. É sinônimo de bêbado. Parece termo de origem africana e, portanto, é difícil afirmar seja nome indígena, mas é considerado como tal. Gapuiar: Apanhar peixe, pescar nos baixios com flecha e arpão.

Garopaba: Cidade do Estado de Santa Catarina. De igaraupaba, de igara, canoa, e upaba, lugar de pouso. Porto das canoas. Observe que demos como sinônimo da palavra indígena igara também outra indígena, canoa, porque esta é a palavra corrente entre nós para significar esse pequeno barco.

Gaúcho: Há quem afirme, com aparente razão, que não é de origem indígena; há uma versão de que é de origem espanhola, outra com raízes no francês, mas há quem dê significado indígena, tanto que existe uma interessante lenda a respeito: um campeiro foi aprisionado pelos indígenas e, como levava o violão, pôs-se em baixo de uma árvore, na aldeia, a tocar e cantar. Uma índia, filha do cacique, apaixonou-se por ele e pediu ao pai que o libertasse, pois queria casar com o prisioneiro. O cacique, concordando meio a contragosto, teria dito: Então queres te casar com esse cantador triste? A expressão "cantador triste", ou gente que canta triste, é tradução da equivalente indígena: angaú-che, eu canto triste, de guahú, ou angaú, canto triste, e tche, ou xe, eu. A palavra "gaúcho" significaria, portanto, no tupi-guarani, "cantador triste", em alusão a esse prisioneiro que teria sido libertado e casado com a filha do chefe indígena, misturando as raças, o que bem caracteriza a cultura gaúcha, do homem do campo, que usa o chiripá (vestimenta indígena), as boleadeiras (instrumento indígena), toma o chimarrão (hábito indígena, no Paraguai chamado tererê), chama ao filho de guri, ou piá (termos indígenas), come à moda indígena (churrasco na brasa com espeto de pau, etc.), comporta-se à maneira indígena (os "causos" em roda do fogo, de cócoras), pita o seu cigarro de palha (hábito indígena), usa muitas palavras e expressões indígenas, a começar por "tche" etc., etc. Na verdade, muitos desses hábitos são peculiares ao brasileiro do interior, ao caipira, ao capixaba, ao caboclo, etc., como bem querem significar essas palavras. Na cultura gaúcha existem muitas palavras de origem indígena, embora muitas delas de outra língua que não a tupi-guarani, como as dos Charruas, etc.

Gê: Grupo etnográfico ao qual pertencem os tapuias – Jê.

Geribá (gerivá, jirivá): O nome indígena para o nosso coqueiro comum. As palmas, folhas, são muito aproveitadas para alimentar o gado. De "yari-ibá", o fruto de cacho, segundo Teodoro Sampaio.

Goiaba: Há dúvida quanto à origem indígena desse nome, embora D'Abbeville o tenha descrito como “... uma espécie de arbusto que cresce junto às árvores e que os índios chamam goiaba". "É muito bom ao paladar, principalmente cozido como doce". Na linguagem popular, também chamam "guaiava" e, nesse caso, mais próxima do tupi-guarani.

Goiás: Estado brasileiro - Essa é uma das palavras que alguns autores rejeitam como de origem indígena. Entretanto, decorreu do nome da tribo que habitava a região.

Goitacá: Nômade, errante, aquele que não se fixa em nenhum lugar. Grajaú: “Eu sou o homem!”.

Graxaim: Animal muito comum, espécie de lobo, o guará. Portanto, o nome certo deveria ser guaraxaim.

Gravatá: Folha de ponta dura, pontiaguda. Cidade em PE. Gravataí: Rio dos caraguatás. Cidade no RS.

Grupiara: O garimpo, lavras. Cidade em MG. Gua: Originário de.

Guacira: Tudo o que é cortante. Guaçu: Grande.

(22)

Guaíba: Rio (que alguns entendem seja um lago) que banha a Capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, e deságua na Lagoa dos Patos. Significaria "Região de muita árvore de ingá, ou ingá-iba. Como disse Couto de Magalhães, Yngahyba, lugar de árvore de ingá" (14-78). Para esse significado, o mais coerente seria ingatiba, de ingá, e tiba, lugar de, mas talvez a aglutinação tenha cortado o "t". Há outras traduções. Deu nome a uma cidade próxima de Porto Alegre. De qualquer forma, região de ingá é a tradução mais coerente.

Guaiçara: Tipo de madeira.

Guaíra: Intransitável, não se pode atravessar. Cidade em SP. A grafia correta é Guayrá. Guaicuru: Veloz corredor.

Guaimbê: Cipó de amarrar.

Guaipeca: Como ainda chamamos aos cachorros “ruins”, que é também o significado indígena. Guajará: Município do estado do Amazonas. Espécie de árvore da Amazônia.

Guajará – mirim: Município do estado de Rondônia. Guajará é uma árvore de Amazônia, seria essa espécie, só que pequena (mirim). Rio e baía do Belém do Pará.

Guanabara: Bairro do Rio de Janeiro. Enseada semelhante ao mar, baía grande.

Guanxuma: Espécie de erva daninha, por isso mesmo muito desconsiderada pelos nossos agricultores. De guaxiuma, "rabo de qualquer animal ou ave".

Guapiaçu: Águas claras.

Guapiará: Cidade em SP. Corresponde a lugar avalado, baixo. Guapira: Aonde o vale começa.

Guaporé: Cidades em RS, TO e MT. Região dos vales e rios. Gua’u: Fictício, falso.

Guapy: Sentar-se. Guapykapukú: Banco.

Guara: De fora, de algum lugar.

Guará: (1) Iguara, ave das águas, pássaro branco de mangues e estuários. (2) Espécie de lobo – aguará; aguaraçú. Cidade em SP. (3) De guag, enfeites, e rab, plumas, porque era o destino que davam às penas dessa ave.

Guarabira: Nome de um peixe. Guaraçá: Luz do sol.

Guaraçaí: Mãe do dia, referente a sol. Cidade em SP. Guaracema: Fuga das garças.

Guaraci (Quaraci): O criador. O astro Sol. "Mãe dos viventes". De uara, ser, vivente, e ci, mãe. É o nome dado ao sol, que foi também traduzido como "buraco no céu" de quara, buraco. Mas, se os índios vissem o sol como um buraco no céu, porque lhe acrescentariam o nome "mãe"?

Guaraciaba (quaraciaba): Cabelos louros, cabelos de sol. Guaraciama: Aurora.

Guaraciema: Nascer do sol.

Guaraciara: Pássaro que tem luz como o sol.

Guarani: (1) Raça indígena da América do Sul, habitante desde o Centro Oeste brasileiro até o norte da Argentina, pertencente à grande nação tupi-guarani. (2) Grupo lingüístico que

pertence ao ramo tupi-guarani. (3) Guerreiro. (4) Aqüífero Guarani, uma das maiores bacias hidrográficas de água doce no mundo, senão a maior, estendendo-se por parte do Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. (5)

Guaraniete: Guarani puro.

Guarantã: Madeira comprida, dura. Cidade em SP.

Guarapari: Cidade no ES. Onde as garças buscam comida. Guarapiranga: Garça vermelha (flamingo).

Guarapuava: Cidade em SP. O latido ou uivar dos lobos-guará.

Guararapes: Cidade em SP. Os tambores, semelhança do monte na região de PE, onde aconteceram as batalhas de Guararapes, contra os holandeses (1648-54).

Guararema: Madeira mal-cheirosa, pau d’alho.

Guaratinga (gûyratinga): Garça branca. Cidade na Bahia. Guaratinguetá: Reunião de pássaros brancos. Cidade em SP. Guaraúna: Garça escura. Madeira escura.

(23)

Guariba: Cidade em SP. Várias espécies de macaco. Gente ruim. Guariní: Guerreiro, lutador.

Guaripola: Aguardente, cana.

Guarujá: O viveiro, o hábitat dos guarus. Variedades de peixes fluviais. Uma espécie de sapo. Há os pequenos guarus dos rios e lagoas, conhecidos por barrigudinhos. Apelido dado a uma tribo de índios. Cidade em SP.

Guarulhos: Cidade do Estado de São Paulo. O comilão (um peixinho) chamado barrigudo. Guaru foi apelido de uma tribo que ocupava os arredores de Piratininga, hoje a cidade de Guarulhos, vocábulo aportuguesado.

Guasu: Grande. Guata: Funcionar.

Guatá: Passear, caminhar, viajar. Guataha: Viagem.

Guataporanga: Caminhada bonita. Cidade em SP. Guayi: Semente boa.

Guaxupé: Toca de abelhas, colméia, buraco. Cidade em MG. Gue: Apagar-se.

Guejy: Abaixar-se. Gueteri: Todavia. Gui: De, por.

Guio (guivo): Ao lado de, atrás de.

Guiratinga: Pássaro branco, a garça. Cidade no MT. Guiricema: A saída do peixe para desova. Cidade em MG. Guive: Desde que.

Guri: Usado no Rio Grande do Sul como sinônimo de menino, garoto. Tem muitos derivados, gurizote, guria, etc. Diz-se que guri é o nome do bagre na língua indígena, como também parece ser o nome mandi.

Gurinhatá: Pássaro de canto forte (o Gaturamo). Cidade em MG. Gurinhém: Cantar dos pássaros.

Gurupi: Cidade no Tocantins. Rio do cascalho. Guy (guýpe): Debaixo.

Guyra: Ave.

Guyrá (uirá): Pássaro. Guyrai:̃ Passarinho.

Guýri: Abaixar.

H

Ha: E, que.

Ha (aha/reho/oho): Ir-se, ir. Ha hakykuéri: Seguir.

Ha’ã: Jogar a, disparar, tirar, provar. Ha’aresa: Nascer.

Ha’arõ: Esperar.

Ha’ejevy: Repetir, voltar a fazer. Ha’etépe: Pontual.

Ha'evéma: Basta.

Ha'evete (ra'evete): Mesmo. Haguére: Por, a causa de. Hai: Escrever.

Hái: Ácido. Háime: Quase. Haimetéma: Quase.

Halona: Afortunada (nome indígena norte-americano). Háke: Cuidado.

(24)

Hakykuépe: Detrás. Hapy: Queimar.

Hasýpe: Por fim; apenas. Hasy: Difícil; doente. Hatã: Duro.

Havõ: Sabão.

Hayhu: Querer, amar. He: Agradável. He’ise: Significa.

Heka: Ver, notar. Buscar. Hekapyrã: Interessante. Hekauaka: Mostrar, fazer ver. Hêe: Sim.

Heja: Deixar.

Hendu: Escutar, ouvir, entender. Henói: Convidar, chamar. Henondépe: Diante. Henyhê: Cheio. Hepy: Caro. Hepyme’ê: Pagar. Hesakã: Claro. Hese: Por ele.

Heta ára rire: Muito tempo. Heta (eta): Muitos.

Hetû: Beijar. Hi’ã: Parece. Hi’arí: Em cima.

Hi’upy: Alimento, comida, algo comestível. Hory: Divertido, alegre, feliz.

Hovasa: Bendizer. Hovy: Verde azulado. Hovyû: Verde escuro. Hû: Negro. Humaitá: Hupi: Levantar. Hupity: Alcançar. Hurassí: Nuvem. Hyepýpe: Dentro.

I

I: Ele, ela, eles, deles, água, pequeno, fino, delgado, magro. I: ̃ Carocinho, sementinha, pedregulho.

Iacanga: Cabeça d’água, nascente. Cidade em SP. Îacaré: Jacaré.

Iaceê: Poder de telepatia. Iaci: Lua.

Iaciara (iaci-uaruá): Espelho da lua.

Iacina: Espécie de borboleta com asas douradas.

Iacri (SP): Nome da filha do cacique da aldeia daquela região. Iaé (Kamaiurá): Lua.

Iamana: Tipo de flauta, feita de bambu. Iandara: Metade do dia.

Iandé: A constelação Órion. Iandê: Você.

Referências

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