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Legislação Comentada: NR 33 - Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados

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Academic year: 2021

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Legislação Comentada:

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1 NR 33 - SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS

A NR 33, cujo título é Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços

Confinados, estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços

confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanentemente a segurança e saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços.

1.1 DOCUMENTOS COMPLEMENTARES

• ABNT NBR 14606 - Postos de serviço - Entrada em espaço confinado.

• ABNT NBR 14787 - Espaço confinado - Prevenção de acidentes procedimentos e medidas de proteção.

1.2 PERGUNTAS E RESPOSTAS COMENTADAS

1.2.1 - O que é espaço confinado?

O item 33.1.2 da NR 33 determina que, espaço confinado é qualquer área ou ambiente não-projetado para ocupação humana contínua, que possua meios limitados de entrada e saída, cuja ventilação existente é insuficiente para remover contaminantes ou onde possa existir a deficiência ou enriquecimento de oxigênio.

1.2.2 - Quais as responsabilidades do empregador?

Existem muitas responsabilidades caso a empresa possua atividades a serem realizadas em espaços confinados. Os trabalhadores expostos devem ser informados sobre localização e os perigos por meio de sinalização; além disso

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seguintes aspectos devem ser considerados:

• Indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma; • Identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento;

• Identificar os riscos específicos de cada espaço confinado;

• Implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho;

• Garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados; • Garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão,

por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II desta NR;

• Fornecer às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores;

• Acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar em conformidade com esta NR;

• Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local;

• Garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos espaços confinados.

1.2.3 - Do ponto de vista médico, quem pode trabalhar em um espaço confinado?

Todo trabalhador devidamente qualificado e que não apresente transtorno ou doença que possam ser desencadeados ou agravados durante a realização do trabalho em ambientes confinados.

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1.2.4 - Quais são as condições físicas ideais que permitem ao trabalhador atuar em um espaço confinado?

Ter boa condição física não é suficiente para o trabalhador desempenhar adequadamente o trabalho no espaço confinado. O trabalhador deve estar psicologicamente preparado para o trabalho nas condições especiais que representam o espaço confinado.

Deve ter suficiente grau de instrução que o permita compreender o treinamento ministrado para o trabalho. Trabalhador analfabeto ou de baixa escolaridade representam risco potencial de acidente. E não raros são aqueles que se submetem a esse tipo de trabalho.

1.2.5 - Qual o limite de peso para que um trabalhador possa atuar num espaço confinado?

Não existe uma norma legal que estabeleça uma regra. Depende do tipo de espaço confinado e das vias de acesso e saída. Sempre deve prevalecer o bom senso. Ninguém permitirá que um portador de obesidade mórbida, isto é, com Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 40 kg/m2 trabalhe num local de difícil acesso ou saída. Alguns profissionais estabelecem como limite o IMC de 35 kg/m2.

Outros mais exigentes estabelecem como limite o IMC igual ou superior a 30 kg/m2 (obesos de acordo com a Organização Mundial da Saúde). Nos trabalhadores com IMC em torno de 30 kg/m2 deve ser considerada a influência da massa muscular, pois muitos trabalhadores atingem essa marca por conta do desenvolvimento da massa muscular e não de gordura corporal.

1.2.6 - Além da claustrofobia, que outros tipos de complicações impedem o trabalhador de entrar num espaço confinado?

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insuficiência coronariana. Transtornos mentais e neurológicos como ansiedade, esquizofrenia, depressão, distúrbio bipolar, epilepsia, fobia de altura (acrofobia) e outras. Quaisquer doenças na fase aguda contra-indicam o trabalho em espaços confinados desde uma gripe, sinusite, dermatoses e outras.

1.2.7 - Quais os riscos para a saúde no trabalho em espaço confinado? Existem riscos biológicos, como presença de animais como ratos e moscas? Que tipo de doenças eles podem transmitir?

Existem riscos à vida e à saúde. A falta de oxigênio pode causar asfixia e morte. Antes disso, o trabalhador poderá ficar desorientado, confuso, agitado e inadvertidamente pensarão que estará tendo uma crise nervosa. Esses são sintomas de asfixia, como ocorre com uma pessoa que está se afogando. Outro risco é a presença de gás ou vapor tóxico, sendo muito comum se encontrar gás sulfídrico (H2S), aquele com cheiro de ovo podre.

O H2S é muito comum nas galerias de esgoto, estações subterrâneas de energia elétrica e minas. Também o asfixiante simples metano pode ser encontrado nos espaços confinados deslocando o oxigênio. São produzidos pela decomposição da matéria orgânica. Várias doenças causadas por microorganismo (vírus, bactérias, helmintos e protozoários) podem ser adquiridas quando as regras básicas de proteção são desrespeitadas. A mais comum é a leptospirose transmitida pela urina de rato contaminada pela bactéria Leptospira.

Esta doença poderá causar a morte por hepatite aguda fulminante ou insuficiência renal aguda. Outra doença comum de ocorrer é a hepatite A, perfeitamente evitável com vacinação e medidas adequadas de proteção ao trabalhador. Várias infecções da pele podem ser causadas pelo contato com matéria orgânica infectada de microorganismo. Todas evitáveis com o uso de equipamentos de proteção adequados.

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1.2.8 - Que outros tipos de doenças se verificam com mais freqüência nos trabalhadores de espaços confinados?

São as doenças decorrentes dos produtos químicos usados na limpeza de tanques, reatores e outros equipamentos. O contato com a pele, mucosas e vias respiratórias pode causar desde irritação até intoxicações generalizadas. A inalação dos fumos das soldas ou a ação das radiações não-ionizantes procedentes do trabalho com solda e corte nesses ambientes também propiciam lesão na pele, olhos e vias aéreas.

1.2.9 - Por que elas ocorrem?

Existem vários motivos. A má ventilação dos espaços confinados predispõe a diversas doenças respiratórias. A falta de Equipamento de Proteção Individual (EPI) ou o uso inadequado dos mesmos. A falta de higiene da pele e do EPI. O desconhecimento dos fatores de risco ou certo grau de negligência.

1.2.10 - Como tratá-las?

O melhor tratamento é a prevenção. Cada caso deve ser tratado de acordo com sua especificidade. No caso de asfixia, o resgate deve ser imediato, a vítima deve ser colocada em local arejado, sem substâncias tóxicas, e ser adequadamente ventilada com oxigênio e a seguir removida para o serviço médico da empresa ou hospital.

Quando houver contaminação do vestuário, este deve ser substituído imediatamente para que seja evitado o contato com a pele. Em caso de contato cutâneo, deve-se providenciar a imediata remoção da substância tóxica da pele.

1.2.11 - Como preveni-las?

O trabalhador necessita ser adequadamente informado dos fatores de riscos existentes no espaço confinado e, principalmente, compreender a natureza desses

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e o sistema de resgate em caso de alguma anormalidade. Trabalhadores sem boas condições físicas e psíquicas não devem trabalhar nos ambientes confinados.

1.2.12 - Que tipo de seqüelas a ocorrência de acidentes ou de doenças em espaços confinados pode deixar no trabalhador?

Dependerá do tipo de acidente. Por exemplo, queda de andaimes ou de escadas utilizadas no interior do espaço confinado pode causar lesão e seqüelas dos ossos e articulações. Traumas cranianos poderão provocar lesões neurológicas. A asfixia por falta de oxigênio poderá causar seqüelas motoras ou cognitivas.

1.2.13 - Um bom sistema de intercomunicação e resgate pode minimizar complicações em espaços confinados?

Sim, é fundamental elaborar um bom sistema de intercomunicação e resgate. Quanto mais tempo se perder no resgate, maiores serão as chances de complicações.

1.2.14 - Com que freqüência se deve fazer os exames médicos nos trabalhadores dessa área?

Dependerá do tipo do local onde trabalham e dos fatores de riscos presentes. De acordo com a NR 7 - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, nas atividades consideradas insalubres, a periodicidade do exame deve ser semestral. Agora é muito importante o trabalhador ser perguntado sempre que for adentrar no espaço confinado se está em condições de exercer a atividade.

A aptidão é pontual. No exame periódico, poderá estar apto, mas o surgimento de uma doença aguda após a realização do exame incapacitará o trabalhador para o exercício da atividade. Daí a necessidade de o trabalhador ser perguntado sobre o seu estado de saúde antes de ingressar no espaço confinado. Essa sistemática deve ser feita rotineiramente pelo supervisor do trabalho ou pelo observador (vigia).

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1.2.15 - Existem vacinas a serem aplicadas nos trabalhadores de espaços confinados?

Os trabalhadores em geral deveriam obrigatoriamente ser vacinados contra o tétano. Os que forem trabalhar em locais com material biológico deveriam ser vacinados contra a hepatite A e, por extensão, contra a hepatite B. Esses também deveriam receber no início do outono a vacina antigripal.

Outras vacinas dependeriam da realidade epidemiológica da região onde os trabalhos serão realizados. Por exemplo, aqueles que necessitarem trabalhar na região onde a febre amarela é endêmica também deveriam receber a vacina contra essa doença pelo menos 10 (dez) dias antes de irem para o local de trabalho.

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1.3 COMENTÁRIOS

• Os especialistas estimam que 85% dos acidentes envolvendo espaço confinado poderiam ser evitados se no local e/ou na atividade tivessem sido identificados os riscos. Por isso, o empregador deve avaliar a existência de espaços confinados, para que sejam identificados através de sinalização de advertência e barreiras de proteção.

• É da responsabilidade do empregador treinar os trabalhadores informando sobre os riscos e mecanismos de controles a serem estabelecidos para a realização de atividades em espaços confinados.

• Muitos acidentes graves ocorrem simplesmente porque os procedimentos internos não previam controles preventivos, entre eles a permissão para trabalho e/ou permissão de entrada com monitoramento das condições ambientais. A seguir, estão relacionadas às principais causas de morte em espaços confinados:

1. Espaço confinado não-reconhecido: O local não é reconhecido e/ou identificado como um espaço confinado;

2. Confiança nos sentidos: Os riscos, às vezes, são imperceptíveis ao sentido natural das pessoas, não se pode ver ou sentir, como, por exemplo, a presença de gases inertes como o nitrogênio e o argônio;

3. Subavaliação dos riscos: As pessoas acreditam que podem entrar e sair do local sem serem afetadas pelos riscos do ambiente, não possuem a percepção da rapidez com que podem ser surpreendidas por uma atmosfera mortal e serem sepultadas vivas; 4. Baixa percepção de risco: Duvidam que o acidente aconteça após a

entrada no espaço e simplesmente ignoram os procedimentos de segurança;

5. Resgate de pessoas: Muitos socorristas sem treinamento geralmente morrem junto com a vítima nestas situações.

Referências

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