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Ministério Público do Estado de Rondônia APRESENTAÇÃO

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Academic year: 2021

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Texto

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“Venha pra Escola”

o chão, se é possível enfeitar a casa, se é possível crer desta ou daquela forma, se é possível nos defender do frio ou do calor, se é possível desviar leito de rios, fazer barragens, se é possível mudar o mundo que não fizemos, o da natureza, porque não mudar o mundo que fazemos, o da cultura, o da história, o da política?” Paulo Freire, 2000

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APRESENTAÇÃO

Em conformidade com o Plano Geral de Atuação-2009/2010 do Ministério Público do Estado de Rondônia, Diretriz nº 2, que enfatiza ações que garantam a educação como direito de todos, dever do Estado, da família e da sociedade e Objetivo 1, que visa garantir o acesso e a permanência dos alunos nas redes de ensino, estimulando o oferecimento de educação integral e verificando as condições de qualidade no funcionamento, transporte e merenda oferecidos, e consequentemente o sucesso escolar, o Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude e da Defesa dos Usuários dos Serviços de Educação – CAO-INF institui o Projeto Venha Pra Escola.

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” como nos diz a Constituição Federal, art.205.

O Estatuto da Criança e do Adolescente assegura à criança e ao adolescente a garantia de prioridade nas políticas públicas em todas as áreas, conferindo-lhes proteção integral como seres em desenvolvimento e sujeitos de direitos.

Como se observa, a Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, abrem as portas da escola pública para as crianças, jovens e adultos. Não tratam a educação como um fim em si mesmo, mas um verdadeiro caminho ou instrumento para construção de uma sociedade que se pretende justa, livre e solidária, a ser garantido à criança e ao adolescente com prioridade absoluta.

Diante do exposto, o Ministério Público do Estado de Rondônia, através do Centro de Apoio Operacional da Infância e Juventude e da Defesa dos Usuários dos Serviços da Educação – CAO-INF, buscando garantir o direito à educação, não poderia deixar de cumprir o seu papel na prática dos direitos de crianças e adolescentes que se encontram fora do contexto escolar, por isso propõe ao Poder Público local, a Chamada Escolar antecipada, uma vez que esta se torna de fundamental importância no período anterior à matrícula, pois é ela que levará à população as informações sobre o direito à educação em todos os níveis, falará sobre a obrigação e a importância dos pais matricularem seus filhos, inclusive os da Educação Infantil. Outro ponto a ser destacado é a importância de que essa Chamada aconteça mediante mútua colaboração e integração das redes municipal e estadual, visando o planejamento antecipado para atendimento adequado na Rede Pública de Ensino, conforme artigo 211 da Constituição Federal, que assegura a universalização do ensino obrigatório.

A Chamada Escolar objetiva a acomodação integral à demanda da Educação Básica, propiciando a todos oportunidade material e absolutamente igualitária de acesso e permanência à escola, bem como garantir a efetivação das ações destinadas ao processo de atendimento à demanda escolar da Educação Básica.

Somente com a Chamada Escolar pública, realizada de forma eficiente e em parceria com toda a comunidade, meios de comunicação e servidores públicos, deslocando-se até os bairros, é que será possível tornar efetivo o acesso e a permanência de crianças e adolescentes na Educação Básica.

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JUSTIFICATIVA

Da Constituição Federal

a) Art. 208- O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:

I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria;

II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (...)

IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; (...)

VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente.

§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola.

Prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), a Chamada Escolar Pública busca unificar a organização de matrículas nas redes municipal e estadual de ensino, oportunizando o Poder Público a se organizar para atender a demanda educacional.

Além dos registros, o processo de organização de matrículas inclui o remanejamento e a rematrícula para atender às solicitações dentro de cada rede, o fluxo escolar (levantamento de vagas a serem disponibilizadas) e as matrículas novas.

Infelizmente, mesmo ciente do preceito constitucional, o direito fundamental à educação continua sendo violado, por várias razões, porém todas decorrentes da não priorização para com a oferta da educação, fatos esses que são frequentemente denunciados aos Conselhos Tutelares, Ministério Público e ainda identificados pela imprensa local. Os problemas não são de hoje. Vale salientar que a demanda por vagas evidencia que o Poder Público não tem conseguido se organizar para atender, buscando as escolas comunitárias, como extensões das escolas públicas, que em alguns bairros a quantidade dessas já superam os das escolas da rede pública.

A educação infantil, destinada às crianças na faixa etária de 0 a 5 anos, não está sendo atendida em sua demanda, embora a lei seja clara quanto ao direito das crianças de frequentar a creche e pré-escola, sendo esta de responsabilidade, prioritariamente, do município. Estamos ainda longe de garantir esse atendimento, uma vez que o Poder Público ao longo dos anos vem se preocupando em atender a demanda do Ensino Fundamental e Médio.

Por outro lado, apontamos também como fator desencadeante, a questão da chamada escolar e da efetivação das matrículas não serem feitas com antecedência, impossibilitando que a Secretaria Estadual de Educação, através das Representações de Ensino, e as Secretarias Municipais de Educação, preparem-se para prestar o devido atendimento à demanda, isto é, somente após a sistematização das matrículas realizadas é feita a leitura das áreas da cidade onde sobram alunos (demanda reprimida) e faltam vagas, quando, então, irão buscar as saídas emergenciais para sanar o problema do déficit advindo da relação demanda/oferta de vagas; algumas escolas em virtude de alguns fatores operacionais (falta do transporte escolar, de professores, etc.), não iniciam às aulas na data prevista em calendário, resultando na modificação de calendários, havendo diferença entre as escolas e até mesmo entre as turmas de uma mesma escola.

Outro ponto a destacar é quanto às formas utilizadas para a divulgação, no que diz respeito à clareza e precisão das informações aos pais, crianças e adolescentes, com relação às datas das matrículas,

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resultando em diversos casos de perda de vagas, daí não sendo possível matricular a criança em escola da rede pública de ensino, próxima da residência, onde as saídas normalmente utilizadas pelo Poder Público para a oferta da educação escolar tem sido a anexação de espaços comunitários às escolas da rede, isto é, espaços que, fisicamente, são considerados “extensões”, das escolas da rede pública de ensino. No entanto, esses espaços utilizados, nem sempre apresentam real adequação aos padrões mínimos estabelecidos para a oferta da educação.

Portanto, a Chamada Escolar deverá ser realizada a partir do mês de junho, em que apontará um diagnóstico da realidade, para que o Poder Público Estadual e Municipal possa se organizar no âmbito do orçamento para proporcionar a educação para todos e com qualidade.

OBJETIVOS

Geral

r Realizar a Chamada Escolar antecipada à elaboração da proposta orçamentária para o ano seguinte, proporcionando a oportunidade material e igualitária de acesso à educação básica, para crianças e adolescentes que ainda se encontram à margem da escola.

Específicos

r Garantir vagas para as crianças que não frequentam os bancos escolares, encaminhá-las para a escola mais próxima de sua casa e impedir a matrícula em mais de uma escola. r Levantar estatisticamente o número de crianças e adolescentes, que estão fora da escola, por

bairros.

r Possibilitar ao Poder Público, condições para proceder ao planejamento de possíveis locações de espaços, ampliações ou construções de escolas, de modo a prestar o devido atendimento à demanda.

r Identificar as causas reais, que impossibilitam o ingresso de crianças e adolescentes na escola. r Fornecer subsídios indispensáveis, para a definição da política educacional do município. r Potencializar recursos orçamentários para as ações de cunho educacional que têm as crianças

e os jovens como público participante privilegiado e imediato.

r Fazer um levantamento das famílias que recebem mensalmente benefícios em dinheiro oriundos dos programas do governo federal, sendo esses condicionados à frequência da criança.

r Identificar os portadores de necessidades especiais que estão fora da escola e excluídos de programas adequados.

METODOLOGIA

Para a realização do projeto, será elaborado um instrumental adequado pelas Secretarias Estadual e Municipal de Educação, contemplando todas as informações necessárias, para melhor eficácia da Chamada Escolar.

Anteriormente à chamada escolar, deverá ocorrer a programação das vagas em todas as escolas da rede Estadual e Municipal para o próximo ano letivo, para que, após o período da Chamada Escolar haja previsão das vagas disponíveis nas escolas.

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A compatibilização entre a demanda e as vagas disponíveis será realizada por Polo, de acordo com critérios pré-estabelecidos entre SEDUC e SEMED, compartilhando as responsabilidades.

Com relação às matrículas deverá ser previsto prazo, para que os pais ou responsáveis efetuem a confirmação. Em caso de não comparecimento no prazo estabelecido, a Secretaria poderá alegar desistência e repassar a vaga para outra criança ou adolescente.

O Ministério Público, juntamente com as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação, Conselhos Tutelares, Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente, ficará encarregado de sensibilizar, assim como orientar toda a comunidade e divulgar através de fôlderes, cartazes, e nos meios de comunicação, sobre a importância da participação de toda a comunidade na Chamada Escolar Antecipada.

Anteriormente à Chamada Escolar, os órgãos envolvidos terão algumas fases a cumprir, para que a ação ocorra de forma eficaz e atinja o objetivo proposto, o de garantir a todas as crianças e adolescentes o direito à educação formal.

1ª fase - Sensibilização:

r Apresentação do Projeto para o Conselho Estadual e Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente ;

r Apresentação do Projeto para a Promotoria da Infância e Juventude e Conselhos Tutelares; r Apresentação do Projeto para o Conselho Estadual de Educação, Conselho Municipal de

Educação e Conselho do FUNDEB;

r Apresentação do Projeto para SEDUC e SEMED (Final do mês de abril); r Reuniões com os dirigentes de escolas;

r Divulgação nos meios de comunicação: rádio, jornais, televisão e outros, bem como através de empresas ou voluntários, convocando a comunidade.

2ª fase - Responsabilidade:

r Será assinado um Termo de Ajustamento de Conduta entre as partes, com a finalidade de esclarecer a todos os envolvidos no processo quais as suas atribuições.

3ª fase - Operacionalização:

r Será realizado um levantamento nos bairros, nas igrejas associações de bairros, clube de mães, etc., com a finalidade de pontuar os locais para realização da Chamada Escolar.

r A secretaria Estadual e Municipal de Educação deverá fixar datas para que a comunidade participe da Chamada Escolar Antecipada.

r Os alunos já matriculados no ensino fundamental e os de turmas de educação infantil de escolas públicas que oferecem o ensino fundamental não precisam participar da Chamada Escolar. Os estudantes que vão concluir o 9ª ano na rede pública de ensino, no final deste ano, terão garantia de continuidade de estudo no ensino médio.

A Chamada Escolar dividir-se-á em etapas:

1ª Etapa:

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2ª Etapa:

r Cadastramento de crianças e adolescentes que pleiteiam o Ensino Fundamental Regular e Educação de Jovens e Adultos, que por algum motivo estão à margem da escola.

3ª Etapa:

r Cadastramento de adolescentes que pleiteiam o Ensino Médio Regular e Educação de Jovens e Adultos, que por algum motivo estão à margem da escola.

4ª Etapa:

r Sistematização dos dados, pelas Secretarias Estadual e Municipal de Educação. r Entrega de relatório final dos resultados obtidos com a Chamada Escolar.

r Encaminhamento de relatório da Secretaria Estadual de Educação e Secretaria Municipal de Educação, para o Ministério Público (CAO/ INF e Promotoria da Infância e Juventude) , Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos Tutelares, Conselho Estadual de Educação e Conselho Municipal de Educação, para acompanhamento e providências que se fizerem necessárias.

4ª fase – Avaliação: No período da execução e ao término

r Acompanhamento sistemático do projeto durante a realização da Chamada Escolar; r Relatórios das ações realizadas;

r Seminários de avaliação ao final da Chamada Escolar; r Registro final das ações do projeto.

Após o cumprimento de todas as etapas do projeto em epígrafe, deverão ser articuladas reuniões de avaliação, para verificação e análise dos pontos positivos e negativos, objetivando a cada ano otimizar os serviços educacionais oferecidos à comunidade, no sentido de atrair cada vez mais crianças e jovens para a escola, cumprindo assim de fato e de direito o que preconizam as leis vigentes.

Referências

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