• Nenhum resultado encontrado

TERMO DE REFERÊNCIA: PROJETO DE FORMAÇÃO PARA AVALIAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "TERMO DE REFERÊNCIA: PROJETO DE FORMAÇÃO PARA AVALIAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

TERMO DE REFERÊNCIA:

PROJETO DE FORMAÇÃO PARA AVALIAÇÃO EM PROMOÇÃO DA SAÚDE

1. Público Alvo: Coordenadores dos Grupos de Vigilância Epidemiológica (28 pessoas); responsáveis pelas ações de Promoção da Saúde nas DRS (17 pessoas); e, membros da Divisão de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT/CVE/SES-SP).

2. Perspectiva Teórico-Metodológica:

A avaliação em promoção da saúde tem como característica principal desenvolver-se de modo participativo. Essa participação pode se dar de diferentes formas, mas todas elas têm a função de envolver os atores no delineamento do processo e na definição de objetivos, metas e indicadores. Assim, os produtos da avaliação vão corresponder às expectativas e necessidades dos atores, transformando-se em importantes elementos para o circulo virtuoso – planejamento – execução – avaliação.

São cada vez mais freqüentes as discussões envolvendo formuladores de políticas, gestores públicos, acadêmicos e outros profissionais em torno dos elementos necessários para garantir a efetividade das ações desenvolvidas no âmbito dessas políticas (Akerman et al., 2007), para o que contribuem sobremaneira os processos avaliativos.

A condução de um processo participativo envolve relações de poder e são permeadas de conflitos e contradições. Num processo participativo, as metas e objetivos precisam ser compartilhados coletivamente por todos os atores envolvidos, a partir de uma metodologia formativa, de aprendizagem, empreendida ao longo do processo de implementação da ação e desenvolvida por atores internos e externos à iniciativa. Na medida em que constitui um processo de aprendizagem “sobre a marcha”, a participação favorece a inclusão de atores e pode facilitar as correções de rumo.

É importante pontuar que a avaliação participativa procura fazer do processo avaliativo não um exercício estritamente científico, mas trata-se de um processo que produz resultados voltados para a prática no âmbito da gestão dos processos, projetos e políticas.

Este formato se opõe aos processos tradicionais de avaliação, em que a mesma é empreendida por atores externos ao projeto/programa, o que tende a inibir uma participação mais ampliada no planejamento e acompanhamento da ação sob avaliação e tampouco favorece a pactuação dos envolvidos em torno da correção de rumos (Akerman et. al., 2002).

(2)

Poland (1996a, 1996b) chama atenção para outros elementos que devem ser agregados a esta discussão, especialmente em relação a aspectos políticos e epistemológicos da teoria e dos métodos adotados num processo de avaliação participativa. Em primeiro lugar, é necessário conceber uma forma de participação integrada ao programa ou política, que leve em conta valores específicos e utilize múltiplos métodos. Em segundo lugar, o desenho de avaliação participativa deve incorporar uma perspectiva crítica que discuta aspectos de poder, explicitando as posições políticas e ideológicas. Em terceiro lugar, é necessário desenvolver um formato para o processo participativo delineado localmente, consistente com os propósitos e estratégias da ação que se pretende avaliar e sensível às necessidades e perspectivas dos vários atores sociais.

O desenho metodológico avaliativo deve ser suficiente para captar todos os aspectos de uma iniciativa e deve contribuir para o fortalecimento dos sujeitos envolvidos com a política pública que se quer empreender. Para o caso particular desta proposta, o método de estudo de caso como estratégia avaliativa permite o desenvolvimento concomitante de um processo formativo tanto para avaliação quanto para a promoção da saúde de modo geral. Dessa forma, os dois grupos envolvidos no processo, isto é, os Grupos de Vigilância Epidemiológica e os atores envolvidos nas Divisões Regionais de Saúde terão a oportunidade de serem formados para desenvolver processos avaliativos, tomando como base a realização do estudo de um caso sob seu acompanhamento. A somatória desses estudos de caso, por seu turno, permite a produção de um conhecimento sistematizado e inédito sobre essas ações.

Estudos de caso representam a estratégia preferida quando se colocam questões do tipo “como” e “por que”; quando o pesquisador tem pouco controle sobre os acontecimentos e o foco se encontra em fenômenos contemporâneos, inseridos em algum contexto da vida real, além de utilizar diversas técnicas de coleta de dados, de natureza qualitativa e quantitativa (Yin, 2005, p. 19).

“A clara necessidade pelos estudos de caso surge do desejo de se compreender fenômenos sociais complexos” (Ibidem, p. 20) e esse é o caso do objeto desta proposta. Como resultado para o estudo de caso, segundo Yin (Ibidem, p. 30), espera-se “expandir e generalizar teorias e não enumerar freqüências”, isto é, trata-se de uma “generalização analítica” e não de uma “generalização estatística”.

Quando nos referimos acima às estratégias de aproximação, caberia também incluir nisso, a definição das “unidades de análise” que podem contemplar diferentes aspectos da realidade do objeto e também dos interesses dos pesquisadores. Elas delimitam ou definem o

(3)

“evento ou entidade que será estudado. Quanto mais proposições específicas – [que geram essas “unidades de análise”] – um estudo contiver, mais ele permanecerá dentro de limites exeqüíveis” (Ibidem, p. 43). Além do que “fornecerá uma direção [...] forte ao determinar quais dados devem ser coletados e as estratégias de análise” (Ibidem, p. 50).

Nesta proposta trata-se de uma abordagem de casos múltiplos cujas evidências resultantes são consideradas, por Yin (2005), como mais convincentes. Segundo esse autor, a seleção dos casos deve “a) prever resultados semelhantes (uma replicação literal) ou b) produzir resultados contrastantes apenas por razões previsíveis (uma replicação teórica) (Ibidem, p. 69). Isto reforça a idéia de uma necessária e “rica estrutura teórica” capaz de explicar as probabilidades das replicações. Lembrando que apesar de densa isso não significa que deva ser necessariamente acadêmica, isto é, há um lugar também importante para as teorias de ordem prática.

Outro aspecto importante a observar, sobretudo em relação ao estudo de casos múltiplos é a construção de um “protocolo” que contenha além do instrumento, os procedimentos e as regras gerais a serem seguidas em sua utilização. Isso amplia a confiabilidade da pesquisa/avaliação. A ideia é o registro de um procedimento que poderia ser retomado produzindo o mesmo resultado, que revela a dimensão formativa desse processo de avaliação.

O estudo de caso na perspectiva participativa da avaliação, como aqui proposto, preconiza que as técnicas utilizadas devem favorecer a integração das pessoas e criar espaços em que elas possam opinar esclarecer suas dúvidas e defender pontos de vista diferentes; criar um movimento em que os envolvidos possam se motivar em relação à iniciativa e acompanhar seu desenvolvimento na condição de sujeitos desta última.

3. Operacionalização:

Esta proposta será desenvolvida entre março e novembro de 2012. Para seu desenvolvimento deverão ser formados dois grupos com cerca de 25 participantes cada um. Serão necessários quatro encontros presenciais de 8 horas, com cada um dos grupos, dois encontros virtuais (teleconferências) e tutorias individuais.

Os encontros presenciais serão realizados na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo em São Paulo, no 1º, 3º, 6º e 8º mês do processo de formação/avaliação. Nos dois primeiros serão realizadas oficinas de formação em Promoção da Saúde e em Avaliação em Promoção da Saúde. Nos dois últimos o compartihamento de

(4)

experiências de avaliação e apresentação dos resultados da avaliação, respectivamente.

Os encontros virtuais (teleconferências) serão de 3 horas e para tanto, cada grupo será dividido em dois. Esses encontros serão realizados no 2º e 4º mês. Nesses encontros serão identificados e escolhidos os casos, e construídos os instrumentos de coleta de dados.

Cada participante terá uma hora semanal de tutoria durante as fases de coleta e análise dos dados, que corresponde a dois meses do processo (5º e 7º mês).

O nono mês será reservado para finalização do relatório do processo.

Será constituído um Grupo de Gestão do Projeto com representantes da DCNT/CVE/SES/SP e do CEPEDOC. Esse grupo se reunirá nos meses de janeiro e fevereiro de 2012 para detalhar e planejar o processo avaliativo e terá como atribuição, ao longo desse processo, o monitoramento e integração dos grupos, subgrupos e dos suportes individuais.

Os tutores serão capacitados e supervisionados pelo grupo de pesquisadores do CEPEDOC.

4. Cronograma de atividades:

JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV

Turma 1 Turma 2 Turma  1a Turma  1b Turma  2a Turma  2b Turma 1 Turma 2 Turma  1a Turma  1b Turma  2a Turma  2b 6 todos Turma 1 Turma 2 8 Todos Turma 1 Turma 2 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 9 CRONOGRAMA  Atividades 3 Reunião Virtual ‐ Identificação e escolha de casos 2 2012 Terceira reunião presencial ‐ Compartilhamento das experiências de avaliação Elaboração de relatório final 10 Segunda reunião presencial ‐ Formação em avaliação Reunião Virtual ‐ Construção de instrumentos  7 4 5 Tutoria virtual  ‐ Suporte individual para organização e  análise dos dados Quarta reunião presencial ‐ Apresentação dos resultados Planejamento e acompanhamento pela equipe de  pesquisadores e gestores da DCNT/SES 1 1 Tutoria virtual  ‐ Suporte individual para a coleta de dados Primeira reunião presencial ‐ Formação em promoção da saúde 5. Produtos:

• Relatório parcial entregue no final de julho com o detalhamento dos casos em estudo; • Relatório final com descrição do processo e dos resultados alcançados;

• Edição e publicação de livro sobre a experiência. 6. Equipe executora: Pesquisadores do CEPEDOC a definir. 7. Orçamento

(5)

Composição dos custos da "Formação para avaliação em promoção da saúde"

Mês Ativi da de Conteúdo

Hora  

a tiv. Recurs os  humanos Qtd. Tota l  h.

1º Encontro Pres encia l Forma çã o em Promoçã o da  Saúde 8h Pes quis a dores 2 16

1º Encontro Pres encia l Forma çã o em Promoçã o da  Saúde 8h Pes quis a dores 2 16

3º Encontro Pres encia l Forma çã o em Ava li açã o em Prom. da Sa úde 8h Pes quis a dores 2 16

3º Encontro Pres encia l Forma çã o em Ava li açã o em Prom. da Sa úde 8h Pes quis a dores 2 16

6º Encontro Pres encia l Compa rtil ha mento da s  experiênci a s 8h Pes quis a dores 2 16

6º Encontro Pres encia l Compa rtil ha mento da s  experiênci a s 8h Pes quis a dores 2 16

8º Encontro Pres encia l Apres enta çã o dos  Res ulta dos 8h Pes quis a dores 2 16

8º Encontro Pres encia l Apres enta çã o dos  Res ulta dos 8h Pes quis a dores 2 16

2º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Identifica çã o e es col ha  dos  ca s os  (grupo 1a ) 3h Pes quis a dores 1 3 2º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Identifica çã o e es col ha  dos  ca s os  (grupo 1b) 3h Pes quis a dores 1 3 2º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Identifica çã o e es col ha  dos  ca s os  (grupo 2a ) 3h Pes quis a dores 1 3 2º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Identifica çã o e es col ha  dos  ca s os  (grupo 2b) 3h Pes quis a dores 1 3 4º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Defi ni çã o dos  i ns trumentos  de coleta  (g.1a) 3h Pes quis a dores 1 3 4º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Defi ni çã o dos  i ns trumentos  de coleta  (g.1b) 3h Pes quis a dores 1 3 4º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Defi ni çã o dos  i ns trumentos  de coleta  (g.2a) 3h Pes quis a dores 1 3 4º Encontro Virtual  (Vi deoconferência ) Defi ni çã o dos  i ns trumentos  de coleta  (g.2b) 3h Pes quis a dores 1 3 5º Tutori a  i ndi vi dua l  a os  ca s os Suporte à coleta  de dados 180h Tutores /pes qui s adores 4 180 7º Tutori a  i ndi vi dua l  a os  ca s os Suporte à a ná li s e dos  dados 180h Tutores /pes qui s adores 4 180

Pes qui s adores Tutores /pes qui s a dores Subtota l  1 15% Cepedoc ² Subtota l  2 Cus to total 1 ²

Publ ica ção (1000 ex.) Prova vel mente Editora  Huci tec 4

Hora s  de prepa ra ção, de ges tão do proces s o, de el aboraçã o do rela tóri o, de reda ção e de ediçã o do li vro fora m  a cres ci das  a  es s a s  152 hora s  de a ti vidade pres enci al . Tota l  de 512h de tra ba lho. Acres cido, ai nda, o va lor com  enca rgos .

5% ISS e 10% overhead  (Inclui  s ecreta ri a e materia is ).

63.840,00 50.400,00 114.240,00 17.136,00 131.376,00 30.000,00 161.376,00 152¹ 360 8. Referências:

Akerman, M; Mendes, R. & Bógus, C.M. (2007). Avaliação participativa em promoção da saúde: reflexões teórico-metodológicas In: Avaliação qualitativa de programas de saúde - Enfoques emergentes ed.Petrópolis: Editora Vozes, 2006, p. 145-160.

Akerman, M.; Mendes, R.; Bógus, C.M.; Westphal, M.F.; Bichir, A. & Pedroso, M.L. (2002). Avaliação em promoção da saúde: foco no município saudável. Revista de Saúde Pública, 36(5): 638-646.

Yin, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. Poland BD. (1996a) Knowledge development and evaluation in, of and for Healthy Community Initiatives. Part I: guiding principles. Health Prom, 11:237-234.

Poland BD. (1996b). Knowledge development and evaluation in, of and for Healthy Community Initiatives. Part II: potential content foci. Health Prom, 11: 341-349.

Referências

Documentos relacionados

São considerados custos e despesas ambientais, o valor dos insumos, mão- de-obra, amortização de equipamentos e instalações necessários ao processo de preservação, proteção

Mesmo com suas ativas participações na luta política, as mulheres militantes carregavam consigo o signo do preconceito existente para com elas por parte não somente dos militares,

Curvas de rarefação (Coleman) estimadas para amostragens de espécies de morcegos em três ambientes separadamente (A) e agrupados (B), no Parque Estadual da Ilha do Cardoso,

Analisando o texto dessas propostas, verifica-se a existência de pontos harmônicos e distintos, sendo, no entanto, que muitas críticas já feitas mostram que elas vieram

Não podem ser deduzidas dos nossos dados quaisquer informações sobre uma dada característica específica, nem sobre a aptidão para um determinado fim. Os dados fornecidos não eximem

(2019) Pretendemos continuar a estudar esses dados com a coordenação de área de matemática da Secretaria Municipal de Educação e, estender a pesquisa aos estudantes do Ensino Médio

Quando contratados, conforme valores dispostos no Anexo I, converter dados para uso pelos aplicativos, instalar os aplicativos objeto deste contrato, treinar os servidores

Dada a plausibilidade prima facie da Prioridade do Conhecimento Definicional, parece que não se poderia reconhecer instâncias de F- dade ou fatos essenciais acerca