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Relatório de Estágio em Farmácia Comunitária

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Relatório de Estágio em

Farmácia Comunitária

Farmácia Campos e Salvador, Lda.

Novembro de 2012 a Fevereiro de 2013

Melanie Santos Salgado

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

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A Orientadora de Estágio,

Dr.ª Filomena Campos

A estagiária,

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Declaração de Integridade

Eu, Melanie Santos Salgado, abaixo assinado, nº 200504299, estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração desta monografia / relatório de estágio.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ___ de _____________ de ______

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Acrónimos e Abreviaturas

AIM Autorização de Introdução no Mercado

ANF Associação Nacional de Farmácias

ARS Administração Regional de Saúde

CCF Centro de Conferência de Faturação

CDC Center for Disease Control

CEDIME Centro de Informação de Medicamentos

CETMED Centro Tecnológico do Medicamento

CNP Código Nacional do Produto

COOPROFAR Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, CRL

DCI Denominação Comun Internacional

F.S.A. Faça Segundo a Arte

FEFO First Expires, First Out

FGP Formulário Galénico Português

IMC Índice de Massa Corporal

INFARMED, I.P. Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.

IRS Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares

IVA Imposto Valor Acrescentado

MICF Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

MNSRM Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

MSRM Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

NIF Número de Identificação Fiscal

PVF Preço de Venda à Farmácia

PVP Preço de Venda ao Público

RAM Reação Adversa a Medicamentos

RECM Regime Especial de Comparticipação de Medicamentos

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Índice

Declaração de Integridade ... 3 Acrónimos e Abreviaturas ... 4 Índice ... 5 Introdução... 7

1. Organização do Espaço Físico e Funcional da Farmácia ... 7

1.1. Localização ... 7

1.2. Recursos Humanos ... 7

1.3. Horário ... 7

1.4. Espaço Exterior ... 8

1.5. Espaço Interior ... 8

1.5.1. Zona de Atendimento ao Público ... 8

1.5.2. Zona de Receção de Encomendas ... 9

1.5.3. Armazém ... 9

1.5.4. Laboratório ... 9

1.5.5. Gabinete de Atendimento Personalizado ... 10

1.5.6. Escritório ... 10

1.5.7. Instalações Sanitárias ... 10

2. Biblioteca e Fontes Bibliográficas ... 10

3. Aquisição de Produtos e Aprovisionamento ... 11

3.1. Sistema Informático ... 11 3.2. Fornecedores ... 11 3.3. Critérios de Aquisição ... 11 3.4. Processamento de Encomendas ... 11 3.5. Receção de Encomendas ... 12 3.6. Armazenamento ... 13 3.7. Devolução de Medicamentos ... 13 3.8. Prazos de Validade ... 13 4. Classificação de Produtos... 14

4.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) ... 14

4.1.1. Medicamentos de Receita Não Renovável ... 14

4.1.2. Medicamentos de Receita Renovável ... 14

4.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) ... 14

4.3. Medicamentos Manipulados ... 14

4.4. Dispositivos Médicos ... 15

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~ 6 ~

4.6. Produtos Dietéticos e de Alimentação Especial ... 16

4.7. Produtos de Puericultura ... 16

4.8. Produtos Fitoterapêuticos ... 16

4.9. Medicamentos Homeopáticos ... 17

4.10. Medicamentos de Uso Veterinário ... 17

5. Dispensa de Medicamentos ... 17

5.1. Dispensa de MSRM ... 18

5.1.1. Comparticipação dos Medicamentos ... 19

5.1.2. Processamento e Faturação do Receituário ... 19

5.2. Dispensa de MNSRM ... 20

5.3. Dispensa de Produtos de Protocolo Diabetes ... 20

5.4. Dispensa de Psicotrópicos e Estupefacientes ... 21

6. Outros Cuidados e Serviços Prestados... 21

6.1. Administração de Injetáveis ... 21

6.2. Determinação de Parâmetros Bioquímicos ... 21

6.2.1. Glicémia ... 22

6.2.2. Colesterol Total ... 22

6.2.3. Triglicerídeos ... 22

6.3. Determinação de Parâmetros Fisiológicos ... 22

6.3.1. Pressão Arterial ... 22

6.3.2. Peso, Altura e IMC ... 23

6.4. Farmacovigilância ... 23

6.5. Protocolo VALORMED ... 24

6.6. Campanha de Recolha de Radiografias ... 24

7. Contabilidade e Gestão ... 24

7.1. Processamento de Receituário e Faturação ... 24

8. Formação Contínua ... 26

Conclusão... 26

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Introdução

O estágio em Farmácia Comunitária proporciona ao estudante de Ciências Farmacêuticas uma oportunidade de contato com a saída profissional mais prevalente do MICF. Traduz-se numa aprendizagem feita não só a o nível dos procedimentos e questões científicas, mas também ao nível humano e ético.

O farmacêutico destaca-se como um agente de saúde de relação priveligiada com o utente porque é o último a contactar com este antes da utilização do medicamento. É fundamental que durante o acto farmacêutico de dispensa do medicamento, seja transmitido com clareza o uso seguro, eficaz e racional do mesmo. Da mesma forma, a promoção de estilos de vida saudáveis e prevenção da doença que aumentem a qualidade de vida do utente são fulcrais ao bom atendimento.

Neste relatório são descritos os conhecimentos e experiências adquiridos no âmbito do estágio curricular realizado do início de novembro de 2012 ao final de fevereiro de 2013, na Farmácia Campos e Salvador, Lda.

1. Organização do Espaço Físico e Funcional da Farmácia

1.1. Localização

A Farmácia Campos e Salvador, Lda. localiza-se na Praça Luís de Camões, n.º 15, na cidade da Póvoa de Varzim, distrito do Porto. Encontra-se próxima de várias escolas, assim como de estabelecimentos comerciais. O Centro de Saúde Póvoa de Varzim encontra-se a 500m, e a Unidade Póvoa de Varzim do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim – Vila do Conde encontra-se a 800m.

1.2. Recursos Humanos

A equipa é constituída por 6 elementos:

Dr.ª Filomena Campos – Diretora Técnica e Proprietária Sr. Salvador Ramos – Técnico de Farmácia e Proprietário Dr.ª Sofia Campos Folhadela e Costa – Farmacêutica Dr.ª Anabela Ramos Falcão – Farmacêutica

José Carlos Ferreira - Técnico de Farmácia Cátia Silva – Técnica de Farmácia

1.3. Horário

A Farmácia Campos e Salvador encontra-se aberta ao público de segunda a sexta-feira das 9h00 às 19h30, e sábados das 9h00 às 13h00. A existência de farmácias com turno de serviço permanente e turnos de regime de disponibilidade

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respeita os critérios definidos na legislação. A Farmácia Campos e Salvador faz, em média, dois serviços permanentes por mês, estando nesses dias aberta das 9h00 às 9h00 do dia seguinte, hora à qual transita para o horário habitual.

1.4. Espaço Exterior

A Farmácia encontra-se devidamente sinalizada por uma cruz verde luminosa, posicionada perpendicularmente à fachada do edifício, que se encontra ligada sempre que a Farmácia também o esteja, com informação escrita variável.

Na porta de entrada encontram-se informações relevantes como de horário de funcionamento, a identificaçao da Diretora Técnica, e as farmácias de serviço permanente no município, informação essa atualizada diariamente. Incorporado na entrada está o postigo de atendimento noturno.

As montras incluem produtos de dermocosmética e puericultura disponíveis, assim como promoções, sazonais ou não, disponíveis, com renovação periódica.

1.5. Espaço Interior

De acordo com o Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, as farmácias devem dispor de instalações adequadas de modo a garantir a conservação e segurança de medicamentos e também a acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes. Segundo este Decreto-Lei, as área mínima de uma Farmácia deve ser de 95m2 e deve ser composta por: sala de atendimento ao público, armazém, laboratório, instalações sanitárias, gabinete de atendimento personalizado. A Farmácia Campos e Salvador ainda dispõe de zona de receção de encomendas.

1.5.1. Zona de Atendimento ao Público

Na Farmácia Campos e Salvador, a zona de atendimento encontra-se num disposição em “L”, em que o braço à esquerda inclui lineares dedicados à puericultura, incluindo uma zona de lazer para crianças, assim como um medidor de pressão arterial automático e uma balança/altímetro, e 2 cadeiras para descanso dos utentes. Para além dos lineares de puericultura encontra-se o acesso ao gabinete de atendimento personalizado e às instalações sanitárias. No braço à direita encontram-se os lineares de produtos de dermofarmácia e cosmética, assim como o balcão de atendimento. Este dispõe de 3 terminais informáticos, com impressora e dispositivo de leitura ótica. Posterior ao balcão estão disponíveis lineares de MNSRM de caráter sazonal, e de outros produtos de higiene oral, higiene íntima, tratamentos capilares e de cessação tabágica. Por baixo destes lineares, encontram-se armários de gavetas deslizantes com produtos de várias categorias (com ordenação alfabéticamente):

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produtos de uso oftálmico, contraceptios orais, fórmulas farmacêuticas líquidas orais, produtos de uso auricular e nasal, produtos de aplicação rectal, produtos de higiene oral, preservativos e outros produtos diversos.

1.5.2. Zona de Receção de Encomendas

A zona de receção de encomendas tem localização adjacente ao balcão de atendimento e ao armazém, e inclui um terminal informático acopolado a dispositivo de leitura ótica e impressora, para encomenda, receção, verificação e devolução de todos os medicamentos e produtos, assim como para a impressão de verbetes de lotes e etiquetas.

1.5.3. Armazém

A zona do armazém encontra-se distribuída por vários espaços físicos da Farmácia. A posição relativa aproximada e tipo de produtos armazenados encontra-se ilustrado na Figura 1. O controlo de temperatura e humidade da zona de armazém, de atendimento e do frigorífico é feito com regularidade semanal, e devidamente arquivado.

Figura 1. Posição Relativa e Tipos de Produtos em Armazém.

1.5.4. Laboratório

Nesta zona da farmácia é realizada a preparação de medicamentos, manipulados, fómulas magistrais e/ou oficinais. Este espaço segue normas específicas e todos os procedimentos nele realizados devem ser registados mediante legislação específica. Contém o equipamento mínimo de existência obrigatório definida por lei na

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Deliberação n.º 1500/2004, 7 de dezembro. No laboratório encontra-se ainda a bibliografia obrigatória na farmácia e outras fontes de interesse.

1.5.5. Gabinete de Atendimento Personalizado

Este gabinete está equipado com uma mesa, duas cadeiras, um armário onde consta todo o material necessário, uma marquesa e um lavatório. Destina-se à prestação dos serviços, desde a prestação de primeiros socorros, administração de injetáveis e determinação de parâmetros bioquímicos, nomeadamente, colesterol total, triglicerídeos e glicémia.

1.5.6. Escritório

Nesta seção procedem-se todas as operações referentes à gestão administrativa e arquivamento de documentação legal e contabilística.

1.5.7. Instalações Sanitárias

A Farmácia encontra-se equipada com instalações sanitárias acessíveis a cadeira de rodas, para uso dos utentes e funcionários.

2. Biblioteca e Fontes Bibliográficas

De acordo com o Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto, estão disponíveis na Farmácia o Estatuto da Ordem dos Farmacêuticos, Código Deontológico dos Farmacêuticos, Farmacopeia Portuguesa atualizada, Formulário Galénico Português (FGP), Regime Geral dos Preços de Medicamentos Manipulados e Manipulações, e ainda o Índice Nacional Terapêutico, Prontuário Terapêutico, Simposium Terapêutico, informação sobre medicamentos veterinários, manuais de antibióticos e interações e catálogos dos diferentes laboratórios/fornecedores.

O fácil acesso à internet permite ainda o recurso a fontes de informação online, a destacar, o site do Infarmed, I.P., do Centro de Informação de Medicamentos (CEDIME), do Centro Tecnológico do Medicamento (CETMED), e outros sites fidedignos, como por exemplo do Pubmed, Medscape ou do CDC (Center for Disease

Control).

O programa informático de gestão – Sifarma 2000 - é também uma ferramenta útil, na medida em que na ficha de cada medicamento é apresentada informação essencial, nomeadamente, o grupo farmacoterapêutico, a posologia, as principais interações, entre outros.

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3. Aquisição de Produtos e Aprovisionamento

3.1. Sistema Informático

Na Farmácia Campos e Salvador, aquando do início do estágio em novembro de 2012, o sistema informático utilizado era o Sifarma Clássico, e foi-me possível acompanhar a conversão para Sifarma 2000 em janeiro do ano seguinte.

As atualizações deste software são constantes de modo a melhorar o próprio software como também para atualizar a sua base de dados de acordo com o Infarmed. Cada utilizador tem acesso a um código que permite o acesso a diversas funcionalidades do programa, incluindo a venda ao balcão de medicamentos e produtos de saúde, associar sistemas de comparticipação na faturação de receitas médicas, mostrar alertas de interações medicamentosas, ceder informações sobre medicamentos, dar entrada de encomendas no stock, processar devoluções, controlar os prazos de validade dos produtos, identificar os produtos com pouca rotação, entre outros.

3.2. Fornecedores

A nível nacional, existem variados distribuidores grossistas em cooperação com as farmácias. Na Farmácia Campos e Salvador, o fornecedor principal é a OCP Portugal, sendo a COOPROFAR – Cooperativa dos Proprietários de Farmácia, o fornecedor secundário. Para além destes fornecedores também são feitas encomendas de medicamentos e produtos diretamente aos laboratórios fabricantes, quando há benefício de prazos de pagamento mais alargados, bonificações e/ou descontos comerciais.

3.3. Critérios de Aquisição

A escolha do fornecedor tem em consideração a disponibilidade do produto, as condições financeiras oferecidas, bem como a rapidez da entrega. A escolha dos produtos a adquirir tem em conta vários critérios, como as necessidades dos utentes, o preço do produto, a sazonalidade e a disponibilidade de entrega, por exemplo. É dada consideração especial a evitar ruturas de stock, de forma a garantir a medicação prontamente à comunidade, e não gerar insatifação por parte dos utentes.

3.4. Processamento de Encomendas

Durante um dia, são realizadas um total de quatro encomendas: um par ao final da manhã, e outro par ao final do dia, sendo que cada par inclui uma encomenda para cada fornecedor, OCP Portugal e COOPROFAR.

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As encomendas são feitas eletronicamente, através do Sifarma 2000, que possui uma ficha para cada uma das referências existentes, com o respetivo stock mínimo e máximo, parâmetros que permitem o controlo e a projeção da quantidade necessária de cada produto. Quando a quantidade de qualquer produto na farmácia desce para além do stock mínimo, o produto atinge o seu ponto de encomenda, e o programa automaticamente envia-o para uma proposta de encomenda sugerindo o número de unidades que completam o stock máximo. A proposta de encomenda é então acertada manualmente pelo farmacêutico e enviada para o fornecedor em questão.

Situações de urgência ou em que seja necessário garantir a chegada do produto justificam encomenda via contato telefónico, para entrega no mais curto prazo possível.

3.5. Receção de Encomendas

Os produtos encomendados chegam à farmácia acondicionados em caixotes fechados, e acompanhados de fatura original e duplicado. Psicotrópicos e estupefacientes são acompanhados ainda por formulário próprio, assinado e carimbado pela Direção Técnica do grossista, e são depois assinados e carimbados pela Diretora Técnica da farmácia, para posterior arquivamento. Produtos de frio são acondicionados em caixotes térmicos, e são imediatamente guardados no frigorífico de forma a não comprometer a cadeia de frio. Matérias-primas e reagentes incluem Boletim de Análise, que também é devidamente arquivado.

A fatura original é utlizada para verificação e confirmação na receção da encomenda, e é depois arquivada para a contabilidade. O duplicado é utilizado para possíveis reclamações em caso de discrepâncias entre a fatura e os produtos recebidos. A fatura inclui todas as informações necessárias para a receção da encomenda (Figura 2.).

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Os produtos são rececionados via leitura ótica do código de barras que codifica o CNP – Código Nacional do Produto, que é único para cada produto, obtido aquando da atribuição de AIM por parte do Infarmed. São conferidos valores de unidades entregues, prazo de validade, PVF (preço de venda à farmácia) e PVP (preço de venda ao público), e corrigidos se necessário. Para produtos de venda livre, o PVP não vem descriminado, é acrescentada uma margem ao PVF, e são impressas etiquetas automaticamente ao finalizar a receção da encomenda, após a leitura de todos os produtos e conferido o custo total da encomenda versus o total indicado na fatura.

3.6. Armazenamento

Após a recepção, os medicamentos e produtos recebidos são armazenados. O armazenamento destes é feito em condições de conservação de temperatura, humidade e luminosidade controladas e apropriadas para cada produto. A arrumação respeita as máximas First Expires, First Out (FEFO), de modo a sair o produto com menor prazo de validade. Um armazenamento correcto proporciona organização de espaço, simplificação de processos e uma boa visualização dos produtos, maximizando a eficácia no atendimento ao cliente/utente.

3.7. Devolução de Medicamentos

As devoluções são feitas tendo em conta diversos fatores, tais como danos na embalagem secundária, defeitos no produto, circulares do INFARMED ou dos fornecedores para remoção do produto do mercado, aproximação da data do prazo de validade, ou o produto não corresponde ao produto pedido. A nota de devolução é gerada pelo programa Sifarma 2000, e é impressa em triplicado, sendo todas as cópias devidamente carimbadas e assinadas. O documento original e duplicado são enviados juntamente com os produtos para o fornecedor, enquanto que o triplicado permanece em arquivo na farmácia.

A regularização por parte dos fornecedor procede-se de um de três modos: emissão de uma nota de crédito; troca por produto idêntico; ou rejeição de devolução por parte do fornecedor. Neste último caso, o produto é submetido para as quebras, cuja documentação justifica a discrepância contabilística em caso de fiscalização, e permite a correção de stocks.

3.8. Prazos de Validade

No primeiro dia de cada mês é impressa uma lista, gerada eletrónicamente pelo Sifarma 2000, com os medicamentos e produtos farmacêuticos com prazo de validade

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a expirar em três meses. Estes produtos são conferidos um a um: se existem produtos com essa data, são separados e identificados como “Devoluções”, caso contrário são atualizados os prazos de validade.

4. Classificação de Produtos

4.1. Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM)

Os MSRM só podem ser dispensados ao utente mediante apresentação de uma receita médica devidamente validada e de acordo com o Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto, podem ser classificados como:

4.1.1. Medicamentos de Receita Não Renovável

São medicamentos destinados a afeções ou patologias de curta duração, de uso pontual. A Portaria n.º 198/2011 de 18 de maio define que a validade da receita eletrónica é de trinta dias consecutivos a contar da data da sua emissão.

4.1.2. Medicamentos de Receita Renovável

Utilizados em tratamentos crónicos, as receitas referentes a estes medicamentos têm validade de seis meses, sendo compostas por um máximo de três vias.

4.2. Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM)

Os MNSRM não comparticipados são vendidos nas farmácias e nos locais de venda de MNSRM devidamente autorizados para o efeito, sendo o PVP enquadrado no regime de venda livre, ou seja, é definido pelo princípio da competitividade comercial. Estes não são comparticipados pelo Estado, salvo nos casos previstos na legislação e mediante apresentação de receita médica pelo utente. A sua dispensa pode ser feita mediante solicitação do utente, receita médica ou indicação farmacêutica. As situações passíveis de automedicação estão listadas no Despacho n.º 17690/2007, de 23 de julho (Anexo I). Na farmácia, os MNSRM mais frequentemente solicitados pelos utentes incluem vitaminas, analgésicos e antipiréticos, laxantes, antidiarreicos, antigripais, antitússicos e expectorantes.

4.3. Medicamentos Manipulados

Segundo o Decreto-Lei n.º 95/2004, de 22 de abril, considera-se “medicamento manipulado” qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade de um farmacêutico. Os preparados oficinais são elaborados segundo indicações compendiais de farmacopeias ou formulários reconhecidos. Por

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outro lado, as fórmulas magistrais são definidas pelo médico, sendo a composição quantitativa e qualitativa da formulação indicada na receita médica.

A prescrição médica deve ser avaliada de forma a garantir a qualidade da preparação dos manipulados, segundo as Boas Praticas de Farmácia e as Boas Práticas de Preparação de Medicamentos Manipulados. Na preparação dos medicamento manipulado é importante assegurar a composição qualitativa e quantitativa da preparação, assim como, avaliar possíveis interações ou contraindicações. Nas receitas médicas com fórmulas magistrais, o médico pode especificar a forma de preparação ou deixar essa função ao farmacêutico, utilizando a expressão F.S.A. (Faça Segundo a Arte).

Na Farmácia Campos e Salvador, verifica-se uma frequência muito baixa de requisição deste tipo de preparações, sendo que, quando surgem, são enviadas para elaboração por terceiros, e levantadas na Farmácia.

4.4. Dispositivos Médicos

O Decreto-Lei n.º 189/2000, de 12 de agosto define dispositivos médicos como “qualquer instrumento, aparelho, equipamento, material ou outro artigo, utilizado isolada ou conjuntamente, incluindo os suportes lógicos necessários para o seu bom funcionamento, cujo principal efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos, imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada por esses meios, e seja destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos para fins de diagnóstico, prevenção, monitorização, tratamento ou paliação de uma doença, de uma lesão ou deficiência, estudo, substituição ou alteração da anatomia ou de um processo fisiológico e controlo da conceção”.

O farmacêutico deve encontrar-se perfeitamente informado sobre as indicações, forma de uso e cuidados a ter com estes dispositivos de modo a otimizar a utilização dos mesmos junto dos utentes.

Na Farmácia Campos e Salvador, os dispositivos médicos com maior procura são agulhas e lancetas do protocolo da Diabetes, meias de descanso e de compressão e materiais de penso.

4.5. Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal

O Decreto-Lei n.º 189/2008, de 24 de setembro, estabelece o regime jurídico aplicável aos produtos cosméticos e de higiene corporal. Este decreto define quais os produtos que se enquadram nesta categoria assim como refere os componentes que não podem entrar na sua composição. Estes produtos não estão exclusivamente disponíveis das áreas de farmácia, contudo, continuam a ser procurados nas mesmas

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face à confiança nos profissionais e no aconselhamento disponibilizado, sendo que algumas das marcas disponíveis no mercado são apenas comercializadas em farmácias.

A Farmácia Campos e Salvador possui algumas gamas expostas nos lineares da zona de atendimento, organizados por marca, tipo de ação, local onde atuam e tipos de pele ou cabelos, como por exemplo gamas Avène, Uriage, Galénic, La Roche-Posay, Vichy, Klorane e Phyto, entre outros.

4.6. Produtos Dietéticos e de Alimentação Especial

Esta categoria de produtos farmacêuticos inclui produtos variados, desde preparados para lactentes, leites de transição e outros alimentos de complemento, e alimentos para bebés, até géneros alimentícios com valor energético baixo ou reduzido (destinados a controlo de peso), alimentos dietéticos destinados a fins medicinais específicos, alimentos pobres em sódio, alimentos sem glúten, alimentos adaptados a esforços musculares intensos e alimentos destinados a pessoas que sofrem de perturbações do metabolismo de hidratos de carbono.

4.7. Produtos de Puericultura

Na Farmácia Campos e Salvador, uma ala da zona de atendimento é dedicada exclusivamente a produtos para bebé, criança e mãe (tanto pré como pós parto). Gamas para cuidados de pele de bebés e crianças incluem Mustela, Klorane e Uriage, incluindo produtos como toalhitas, champôs, cold creams e loções de limpeza, assim como produtos para condições mais específicas, nomeadamente crosta láctea e irritação de fralda. Outros produtos muito procurados são chupetas, biberões, tetinas, esterilizadores, brinquedos, bombas de extração de leite, soutiens de amamentação, discos aborventes de leite e cintas pós-parto.

4.8. Produtos Fitoterapêuticos

Este grupo engloba produtos de origem natural, definidos pelo Estatuto do Medicamento como “medicamentos à base de plantas” e destina-se ao tratamento de variadas afeções. As apresentações disponíveis no mercado incluem chás, cápsulas, comprimidos e soluções. Os produtos mais procurados na Farmácia Campos e Salvador são os destinados ao controlo do peso, distúrbios menores de ansiedade e sono e os que possuem propriedades laxantes.

Com este tipo de produtos, a intervenção do farmacêutico junto do utente, de forma a aconselhá-lo e a esclarecer todos os possíveis efeitos adversos, interações medicamentosas e potencial de toxicidade associado, é de extrema importância, dado

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que, sendo considerados “naturais”, estes produtos evocam no utente uma falsa sensação de segurança.

4.9. Medicamentos Homeopáticos

Estes medicamentos estão definidos no Estatuto do Medicamento e, apesar de ser controversa a sua eficácia, a sua aparente inocuidade junto de grupos de risco como crianças, idosos e pessoas polimedicadas torna-os uma alternativa viável em certas situações. A Farmácia Campos e Salvador dispõe de um leque reduzido destes produtos.

4.10. Medicamentos de Uso Veterinário

Os principais produtos veterinários existentes na farmácia são antiparasitários internos e externos, antibióticos, contracetivos, produtos dermatológicos e de higiene. A sua dispensa pode ser feita mediante receita veterinária ou por requisição dos utentes. Em alguns casos as receitas veterinárias incidem sobre medicamentos de uso humano, por não haver alternativa na gama de produtos veterinários. Na Farmácia Campos e Salvador, estes produtos encontram-se devidamente isolados dos produtos de uso humano.

5. Dispensa de Medicamentos

A dispensa de medicamentos é uma responsabilidade do farmacêutico e sendo ele o último elemento do circuito do medicamento, cabe-lhe avaliar a prescrição, instruir e esclarecer o utente de forma que a terapêutica seja corretamente administrada. É fundamental que em cada dispensa o utente receba o(s) medicamento(s) indicado(s), que fique esclarecido sobre o seu uso racional e que a faturação seja feita corretamente. O treino é essencial para uma dispensa correta.

O farmacêutico deve ter como objectivos:

 Verificar a terapêutica prescrita;

 Monitorizar medicação prolongada;

 Fomentar o uso racional do medicamento;

 Incentivar adesão e cumprimento à terapeutica;

 Esclarecer o utente quanto à posologia, modo de administração e duração do tratamento;

 Alertar o utente para cuidados a ter na conservação do produto ou cuidados especiais de preparação (como acontece nas suspensões extemporâneas que necessitam de ser devidamente agitados antes da sua administração);

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 Informar o utente de possíveis reações adversas, interacções, aspectos legais, sociais e económicos;

 Verificar o estado de conservação e prazo de validade do medicamento aquando da sua dispensa.

5.1. Dispensa de MSRM

A Lei n.º 11/2012, de 8 de março, regulamentada pela Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio, define as normas de prescrição para MSRM. Assim, uma receita médica válida deve incluir a denominação comum internacional da substância ativa, a forma farmacêutica, a dosagem, a apresentação e a posologia, e é obrigatoriamente feita via eletrónica (Anexo II), exetuando-se os seguintes casos:

a) Falência do sistema informático;

b) Inadaptação fundamentada do prescritor, previamente confirmada e validada anualmente pela respetiva Ordem profissional;

c) Prescrição ao domicílio;

d) Outras situações até um máximo de 40 receitas médicas por mês.”

Nestes casos, é autorizada a prescrição manual, em modelo definido pelo Despacho n.º 15700/2012, de 30 de novembro (Anexo III), com a exeção devidamente assinaladas pelo prescritor em local próprio na receita.

Em cada receita médica podem ser prescritos até quatro medicamentos distintos, não podendo o número total de embalagens ultrapassar o limite de duas por medicamento, nem o total de quatro embalagens, salvo no caso de os medicamentos prescritos se apresentarem sob a forma de embalagem unitária. Também, na prescrição de estupefacientes ou psicotrópicos, não pode constar na receita a prescrição de outros medicamentos.

A prescrição por denominação comercial do medicamento, marca ou nome do titular da AIM, é permitida com as seguintes justificações técnicas:

a) Prescrição de medicamento com margem ou índice terapêutico estreito; b) Fundada suspeita, previamente reportada ao Infarmed, I.P., de

intolerância ou reação adversa a um medicamento com a mesma substância ativa, mas identificado por outra denominação comercial;

c) Continuidade de um tratamento com duração estimada superior a 28 dias. Estas exceções são assinaladas pelo prescritor em local próprio da receita. No caso de se detectar alguma anomalia formal no processo de validação da prescrição, dever-se-á ajudar o utente, na tentativa de resolver o problema de forma que a medicação não deixe de ser dispensada por razões burocráticas.

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5.1.1. Comparticipação dos Medicamentos

A maioria dos MSRM é comparticipada, sendo o PVP do medicamento suportado parcial ou totalmente pela entidade comparticipante. Existem inúmeras entidades comparticipantes, das quais se destaca o SNS e os seus subsistemas. Dentro do SNS existem dois regimes de comparticipação, “regime geral” e “regime especial”. Os pensionistas com uma reforma que seja inferior ao salário mínimo nacional, fazem parte do regime especial de comparticipação de medicamentos (RECM) do SNS, usufruindo de uma comparticipação superior. Distinguem-se dos utentes em regime de comparticipação geral pela presença das inscrições “RT” (RECM com isenção de taxas moderadoras) ou “RO” (RECM com outras situações especiais de isenção) nas receitas.

São exemplos de outras entidades que comparticipam medicamentos:

 Assistência na Doença aos Servidores do Estado (ADSE);

 Assistência na Doença aos Militares (ADM);

 SAD/PSP (Assistência na Doença à Polícia de Segurança Pública);

 Serviço de Assistência Médico-Social do Sindicato dos Bancários (SAMS);

 CGD (Caixa Geral de Depósitos);

 Medicina Apoiada, S. A./Energias de Portugal (Savida/EDP).

Em alguns casos a receita é abrangida por dois sistemas de comparticipação. Quando o utente tem complementaridade entre sistemas e subsistemas de saúde deve apresentar um cartão comprovativo referente ao subsistema em questão. São exemplos os utentes da Savida/EDP e dos SAMS quadros.

Durante a faturação das receitas introduz-se o plano referente à junção de ambos e são emitidos dois organismos: o primeiro é referente ao SNS e é impresso na receita original e o segundo vai na fotocópia da receita contendo também a fotocópia do cartão.

5.1.2. Processamento e Faturação do Receituário

Após o aviamento da receita, procede-se à informatização da mesma. Os produtos são identificados por leitura ótica dos códigos de barras. De seguida, introduz-se o código relativo ao organismo de comparticipação estipulado na receita, assim como portarias ou despachos aplicáveis, caso haja indicação na receita, obtendo-se o montante a ser pago pelo utente e pela entidade comparticipante.

O cálculo das comparticipações dos diferentes organismos é feito pelo sistema informático, tendo em conta a percentagem de comparticipação consoante a entidade

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na receita, o grupo homogéneo a que pertence o medicamento, a existência de portarias e o caso de medicamentos usados em doenças crónicas que estão sujeitos a protocolos específicos.

A impressão do documento de faturação é feita no verso da receita, incluindo o nome da farmácia, a identificação da entidade comparticipante, os códigos de barras e nomes dos medicamentos comparticipados imprimidos bem como a dosagem, forma farmacêutica e tamanho da embalagem, preço de venda a público, percentagens pagas pelo utente e pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS) por cada medicamento e total dos medicamentos, número da venda, número de lote, receita e série da respetiva entidade comparticipante, data do aviamento e local destinado à assinatura do utente. O computador gera ainda o recibo, que é entregue ao utente, no qual deve constar o nome e NIF (número de identificação fiscal) do utente, e o carimbo da farmácia, para efeitos de IRS.

5.2. Dispensa de MNSRM

Ao dispensar um MNSRM, o aconselhamento pelo farmacêutico é fundamental. Para que o farmacêutico possa aconselhar adequadamente, é fulcral que se estabeleça um diálogo adequado, e assim obter informações relevantes sobre a condição de saúde do utente. Com base em toda a informação recolhida, o farmacêutico poderá aconselhar a adopção de medidas não farmacológicas e/ou em complemento de um tratamento farmacológico por si indicado, clarificando qualquer dúvida por parte do utente, e sempre promovendo o uso racional do medicamento.

Em quadros clínicos que não sejam autolimitados ou transitórios, ou então no caso de gravidez, amamentação, doença crónica, doentes pediátricos e idosos, é da responsabilidade do farmacêutico o encaminhamento para o médico.

5.3. Dispensa de Produtos de Protocolo Diabetes

Os produtos abrangidos pelo protocolo estão abrangidos a um regime de comparticipação especial, sendo de 85% do PVP para as tiras-teste e de 100% do PVP para as agulhas. Para isso, estes produtos têm de estar em receitas independentes de outros medicamentos.

Estes produtos são alvo de um protocolo especial, graças ao acordo assinado entre o Ministério da Saúde, a Ordem dos Farmacêuticos e a Associação Nacional das Farmácias (ANF), com o objetivo de diminuir e controlar a elevada morbilidade e mortalidade associadas à Diabetes.

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5.4. Dispensa de Psicotrópicos e Estupefacientes

Estes medicamentos estão listados em Decreto-Lei e são sujeitos a legislação especial por estarem associados a tráfico ilícito e uso abusivo e terem a capacidade de desenvolvimento de tolerância e dependência física e psíquica. Assim, a sua prescrição, distribuição e cedência têm de ser estritamente reguladas. O adquirente não pode ser menor de idade ou apresentar perturbações mentais e tem que apresentar o seu B.I.

Durante a venda, o sistema informático requer a introdução dos dados relativos ao doente, médico prescritor e adquirente, bem como o número da receita. No final da venda é impresso o chamado “Documento de Psicotrópicos”, que possui todas as informações relativas ao processamento daquela receita. Este documento é anexado aos dois duplicados da receita.

A cada mês, é gerada informaticamente, pelo Sifarma 2000, uma lista de Saída de Estupefacientes e Psicotrópicos, contendo as informações submetidas aquando do processamento da receita na dispensa, para envio ao Infarmed.

6. Outros Cuidados e Serviços Prestados

6.1. Administração de Injetáveis

Na Farmácia Campos e Salvador procede-se à administração de injetáveis subcutâneos e intramusculares, nomeadamente, de anti-inflamatórios (Voltaren®) e vacinas que não estão incluídas no Plano Nacional de Vacinação, entre as quais as vacinas da gripe (Fluarix®, Influvac®, Istivac® e Istivac Infantil®, por exemplo).

6.2. Determinação de Parâmetros Bioquímicos

Na Farmácia Campos e Salvador, a determinação dos parâmetros bioquímicos é efectuada com um aparelho Accutrend® GCT (Accutrend® Glicose, Colesterol, Triglicerídeos). Todo o material necessário a este tipo de determinações encontra-se no gabinete de atendimento personalizado, onde são realizados os testes. Para todos os testes, o procedimento é o mesmo: desinfetar o dedo com algodão embebido em álcool a 70%, deixar evaporar o álcool e proceder à punção capilar na zona lateral do dedo. O sangue é colocado na tira reativa após leitura do branco com a mesma, que identifica o tipo de determinação a fazer. Aguarda-se o resultado e faz-se o respetivo registo.

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6.2.1. Glicémia

A determinação de glicemia deve ser feita em jejum ou a última refeição ter ocorrido no mínimo há duas horas. O aparelho demora 12 segundos até disponibilizar o resultado (mg/dL). Os valores de glicemia normais situam-se abaixo dos 110 mg/dL e acima de 70 mg/dL, uma vez que valores inferiores a 70 mg/dL são indicativos de hipoglicemia. Este controlo é fundamental para a monitorização da diabetes e identificar precocemente indivíduos com esta patologia.

O farmacêutico deve aconselhar medidas não farmacológicas para ajudar no controlo da diabetes, tais como: adaptar a dieta alimentar, recorrer às fibras e farinhas integrais, legumes, frutas com baixa teor de açúcares, substituir o açúcar por adoçante, praticar exercício físico moderado e ter cuidados específicos de higiene, nomeadamente o controlo do pé diabético, de modo a evitar a ocorrência de feridas com difícil cicatrização. Deverá ainda insistir na importância da adesão à terapêutica, caso já tenha sido instituída pelo médico.

6.2.2. Colesterol Total

Os valores de referência, para o colesterol total devem ser inferiores a 190 mg/dL. Valores elevados de colesterol constituem fatores de risco de doença cardiovascular, sendo a sua medição é essencial para controlo e identificação precoce deste tipo de doença. Em casos de utentes com diabetes diagnosticada é aconselhada um controlo mais rigoroso, de preferência inferior a 180 mg/dL.

6.2.3. Triglicerídeos

A determinação de triglicerídeos só deve ser realizada após um jejum de doze horas, uma vez que a ingestão de alimentos pode influenciar o resultado. Os valores de referência para os triglicerídeos devem ser inferiores a 150 mg/dL. Assim como o colesterol, valores elevados de triglicerídeos são factor de risco cardiovascular e a sua medição e fundamental pelos mesmos motivos.

6.3. Determinação de Parâmetros Fisiológicos

6.3.1. Pressão Arterial

Na Farmácia Campos e Salvador, a medição da pressão arterial é feita através de um potenciómetro digital. Devem ser observados alguns cuidados:

 O utente deve descansar 5 a 10 minutos antes da determinação;

 Evitar a toma de substâncias estimulantes como café, álcool ou tabaco 30 minutos antes;

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 Garantir que a braçadeira se encontra colocada adequadamente;

 Durante a medição o braço deve manter-se imóvel e o utente deve estar em silêncio.

Os valores normais devem-se encontrar inferiores a 140 mmHg de pressão arterial sistólica e/ou pressão arterial diastólica menor que 90 mmHg; no entanto em utentes especiais deverão considerar-se valores ideais inferiores:

 Diabéticos (<130/80);

 Insuficientes renais (<130/80);

 Insuficientes renais com proteinúria superior a 1g por dia (<125/75). O controlo regular da pressão arterial, que deve ser feito tanto por pessoas saudáveis como por aquelas com alguma patologia subjacente, é importante na prevenção de doença cardiovascular. No entanto, esta prevenção deve ser abordada numa perspetiva multifatorial, devendo ser também avaliados os fatores de risco, uma vez que apenas o controlo da pressão arterial é insuficiente para uma diminuição concreta do risco de doença cardiovascular.

6.3.2. Peso, Altura e IMC

Actualmente a obesidade é um grave problema de saúde, estando associada a uma morbilidade e mortalidade elevadas. A prática de exercício físico, assim como hábitos alimentares correctos, são essenciais para o controlo do peso e assim de maior qualidade de vida. Na Farmácia Campos e Salvador está disponível uma balança electrónica que permite a determinação de peso e altura e cálculo do respectivo IMC (Índice de Massa Corporal).

6.4. Farmacovigilância

Os sistemas de farmacovigilância desempenham um importante papel na recolha e avaliação de informação sobre reações adversas medicamentosas.

Os profissionais de saúde devem comunicar, tão rápido quanto possível, às unidades de farmacovigilância ou ao serviço responsável de farmacovigilância do INFARMED, as reações adversas e suspeitas de reações adversas graves ou inesperadas de que tenham conhecimento resultantes da utilização de medicamentos. O farmacêutico, sendo o profissional do medicamento por excelência, e privilegiando de um contacto regular com a comunidade, tem uma obrigação acrescida na monitorização da terapêutica feita pelos utentes.

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6.5. Protocolo VALORMED

A Valormed é um sistema integrado de gestão de resíduos de embalagens e de medicamentos fora de uso após consumo. É a solução para a necessidade de ter um sistema seguro e eficaz, que possa remover e tratar os resíduos de embalagens de medicamentos, promovendo a saúde pública (redução do risco de automedicação indevida, de acidentes domésticos e consumo de medicamentos com prazo de validade caducado), assim como protegendo o ambiente.

À disposição da farmácia e dos seus utentes é colocado um contentor onde são depositados os medicamentos fora de uso ou cartonagens, que os utentes trazem à farmácia. Quando este contentor está completo e devidamente fechado e selado, é preenchido o formulário que se encontra anexado a este. Uma cópia é entregue ao armazenista das cooperativas de distribuição que leva o contentor e a outra via é arquivada na farmácia.

6.6. Campanha de Recolha de Radiografias

A Farmácia Campos e Salvador disponibiliza-se para a recolha de radiografias sem valor de diagnóstico, para posterior entrega à Assistência Médica Internacional (AMI), contando com o apoio da ANF.

A AMI realiza anualmente esta campanha, procedendo à reciclagem das radiografias para angariar fundos para causas humanitárias com o dinheiro obtido da prata (por cada tonelada recolhida é possível extrair 10 kg de prata), além de contribuir para a gestão destes resíduos, muito poluentes a nível ambiental.

7. Contabilidade e Gestão

7.1. Processamento de Receituário e Faturação

A faturação da farmácia está relacionada com a venda de medicamentos e restantes produtos. Com produtos não comparticipados, a farmácia recebe a totalidade do dinheiro no momento da dispensa. No entanto, nos MSRM acompanhados de receita e sujeitos a comparticipação, a farmácia apenas recebe a percentagem não comparticipada, paga pelo utente, ficando o valor restante a cargo das entidades comparticipantes.

Na Farmácia Campos e Salvador as receitas, à medida que vão sendo aviadas e faturadas, são organizadas em quatro grupos: SNS (01), SNS-Pensionistas (48), ADSE (02) e restantes.

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 A concordância entre os medicamentos prescritos com os que foram dispensados, em relação a substância ativa, forma farmacêutica, número de unidades por embalagem e quantidade de embalagens;

 Validade da receita;

 Identificação do utente e o seu número de beneficiário;

 Vinheta do médico;

 Organismo para o qual foi feito a comparticipação;

 Assinaturas do médico, utente (em como recebeu as indicações necessárias ao fornecimento do medicamento) e farmacêutico;

 Carimbo da farmácia.

Quando são cedidos medicamentos de tamanho maior ao prescrito, no caso de este estar esgotado, ou no caso de redimensionamento da embalagem, deve ser feita também uma justificação na parte posterior da receita.

No Sifarma 2000, é impresso o Verbete de Identificação de Lote respetivo a cada lote conferido. Este apresenta o resumo das receitas pertencentes ao respetivo lote bem como os encargos do utente e valor total a pagar pela entidade comparticipante. Isto é feito até que a totalidade de receitas desse organismo e do mês corrente sejam inseridas no programa. Quando isto acontecer procede-se ao encerramento da faturação do mês e para o organismo em questão, imprimindo a Relação Resumo de Lotes. Este documento apresenta basicamente o mesmo tipo de informação do Verbete de Identificação de Lotes, mas relativamente à totalidade de lotes. Também é impressa a Fatura Mensal de medicamentos de cada organismo.

Todos os lotes de receitas pertencentes a organismos do SNS (SNS, ADSE, Portarias), bem como a respetiva documentação acessória, são enviadas para o Centro de Conferência de Faturas (CCF) e posteriormente são pagos os valores de comparticipação através da ARS Norte. As restantes receitas e documentos, relativos a subsistemas de comparticipação são enviadas para a ANF.

No momento da entrega, a entidade assina um formulário na qual declara que recebeu o receituário correspondente. Uma vez entregues aos respetivos organismos, as receitas são corrigidas e avaliadas. O valor da comparticipação referente à farmácia é posteriormente devolvida à mesma. Se houver alguma não conformidade as receitas poderão ser devolvidas à farmácia para correção.

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8. Formação Contínua

Durante os meses de estágio tive a oportunidade de frequentar algumas das formações existentes, na medida em que é fundamental para a formação de um farmacêutico dedicar algum tempo à atualização de conhecimentos.

No dia 29 de novembro participei na formação realizada pela COOPROFAR “Ance – Diagnóstico e Terapêutica” apresentada pelo Dr. Sérgio Seara Alves.

No dia 5 de dezembro participei no Curso “Oncobiologia: do Diagnóstico ao Tratamento do Cancro”, promovido pela Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, organizado pelo Departamento de Ciências Biológicas da mesma instituição.

Conclusão

O estágio na Farmácia Campos e Salvador permitiu-me o primeiro contacto com a realidade diária numa Farmácia Comunitária. Com o decorrer do estágio, fui-me integrando das diversas tarefas da actividade profissional nesta área e possibilitou-me uma melhor prepararação e compreensão para a realização das mesmas neste contexto. A aprendizagem adquirida durante estes meses revelou-se muito importante, não só a nível de preparação técnica e científica, mas também a nivel humano e ético.

O cuidado ao utente é uma tarefa multidisciplinar na qual se deve abordar a pessoa como um todo, assistindo as suas necessidades físicas, mas também emocionais e sociais.

Ser um farmacêutico completo é um trabalho de aperfeiçoamento constante. Um farmacêutico de excelência é aquele que, ao longo dos anos, procura cuidar da melhor forma os seus utentes, procurando sempre chegar às melhores soluções para as suas questões e necessidades.

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Bibliografia

Sites

 Infarmed, I.P. – www.infarmed.pt [acedido a 15/02/2013]

 ANF – www.anf.pt [acedido a 04/03/2013]

 Valormed – www.valormed.pt [acedido a 10/03/2013]

Legislação Decreto-Lei n.º 307/2007, de 31 de agosto Deliberação n.º 1500/2004, 7 de dezembro Decreto-Lei n.º 176/2006, de 30 de agosto Portaria n.º 198/2011, de 18 de maio Despacho n.º 17690/2007, de 23 de julho Decreto-Lei n.º 95/2004, de 22 de abril Decreto-Lei n.º 189/2000, de 12 de agosto Decreto-Lei n.º 189/2008, de 24 de setembro Lei n.º 11/2012, de 8 de março

Portaria n.º 137-A/2012, de 11 de maio

Despacho n.º 15700/2012, de 30 de novembro

 Decreto-Lei n.º 53/2007, de 8 de março

 Decreto-Lei n.º 7/2011 (1ª série), de 10 de janeiro

 Decreto-lei n.º48-A/2010, de 13 de maio

 Portaria n.º 1429/2007, de 2 de novembro

 Portaria n.º 1501/2002, de 12 de dezembro

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Anexo I

Situações aprovadas por lei passíveis de Automedicação (Despacho n.º 17690/2007, de 23 de julho)

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Anexo II

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Anexo III

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Relatório de Estágio em

Farmácia Hospitalar

Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho

Setembro a Outubro de 2012

Melanie Santos Salgado

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

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A Monitora de Estágio,

Dr.ª Cláudia Neto

A estagiária,

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Declaração de Integridade

Eu, Melanie Santos Salgado, abaixo assinado, nº 200504299, estudante do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração desta monografia / relatório de estágio.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ___ de _____________ de ______

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Índice

Lista de Acrónimos e Abreviaturas ... 5 Introdução... 6 1. Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE ... 7 1.1. História, Organização e Serviços ... 7 1.2. Serviços Farmacêuticos ... 9 1.2.1. Recursos Físicos ... 9 1.2.2. Horário de Funcionamento ... 9 1.2.3. Gestão de Recursos Humanos ... 10 1.2.4. Gestão de Recursos Financeiros ... 10 1.2.5. Sistema Informático ... 10 2. Circuito de Medicamentos, Dispositivos Médicos e outros Produtos Farmacêuticos ... 11 2.1. Aquisição de Medicamentos, Dispositivos Médicos e outros Produtos Farmacêuticos ... 11 2.1.1. Gestão de Existências ... 11 2.1.2. Seleção e Aquisição de Medicamentos, Dispositivos Médicos e outros Produtos Farmacêuticos ... 12 2.1.2.1. Procedimentos Especiais de Aquisição ... 15 2.1.3. Receção e Conferência de Encomendas ... 18 2.1.4. Armazenamento de Produtos ... 18 2.1.5. Controlo de Prazos de Validade ... 20 2.2. Distribuição ... 20 2.2.1. Distribuição Clássica – Sistema de Reposição por Stocks Nivelados 22 2.2.1.1. Armazéns Avançados ... 22 2.2.1.2. Pyxis® ... 23 2.2.2. Distribuição Individual Diária em Dose Unitária – DIDDU... 23 2.2.2.1. Validação de Prescrição ... 24 2.2.2.2. Sistema KARDEX® ... 25 2.2.3. Distribuição em Regime de Ambulatório ... 26 2.2.3.1. Sistema Armário Inteligente RFID® ... 28 2.2.4. Medicamentos de Circuito Especial ... 28 2.2.4.1. Psicotrópicos e Estupefacientes ... 29 2.2.4.2. Medicamentos Hemoderivados ... 30 2.3. Produção ... 31 2.3.1. Preparações Intravenosas Estéreis ... 31 2.3.1.1. Nutrição Parentérica ... 33 2.3.1.2. Citotóxicos ... 37 2.3.2. Manipulação Galénica Não Estéril ... 40 2.3.3. Reembalagem de Fármacos ... 42 3. Informação Sobre Medicamentos ... 43 3.1. Recursos Bibliográficos ... 43 3.2. Comissões Técnicas ... 43 3.3. Farmacovigilância ... 44 3.4. Ensaios Clínicos ... 45 Conclusão... 48 Índice de Figuras ... 49 Índice de Tabelas ... 49 Bibliografia ... 50

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Lista de Acrónimos e Abreviaturas

AA Armazém Avançado

ACSS Administração Central de Sistemas de Saúde AIM Autorização de Introdução no Mercado

AO Assistente Operacional AT Assistente Técnico

AUE Autorização de Utilização Especial BSA Body Surface Area

CAUL Certificado de Autorização de Utilização de Lote CFLh Câmara de Fluxo Laminar Horizontal

CFLv Câmara de Fluxo Laminar Vertical CFT Comissão de Farmácia de Terapêutica

CHVNG/E Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE.

CPC|HS Companhia Portuguesa de Computadores, Healthcare Solutions DCI Denominação Comum Internacional

DIDDU Distribuição Individual Diária em Dose Unitária EPE Entidade Pública Empresarial

FEFO First Expires, First Out

FH Farmácia Hospitalar

FHNM Formulário Hospitalar Nacional do Medicamento HEPA High-Efficiency Arrestor Filter

HIV Human Immunodeficiency Virus

ICH GCP International Conference on Harmonisation of Technical Requirements for Registration of Pharmaceuticals for Human Use Good Clinical Practice

INCM Imprensa Nacional da Casa da Moeda IXRS Interactive Voice/Web Response System

PDA Personal Digital Assistant

ppi Própria para Injectáveis PV Prazo de validade

RAM Reações Adversas a Medicamentos

RCM Resumo das Características do Medicamento RFID Radio-frequency Identification

SAM Sistema de Apoio ao Médico SF Serviços Farmacêuticos

SGICM Sistema de Gestão Integrada do Circuito do Medicamento SI Sistema Informático

TDT Técnico de Diagnóstico e Terapêutica TOD Toma sob Observação Direta

UGI Unidade de Gestão Integrada VBA Visual Basic Application

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Introdução

Os Serviços Farmacêuticos Hospitalares prestam um papel muito importante em proporcionar uma assistência com qualidade e segurança ao doente, particularmente na vertente da terapêutica medicamentosa. De forma a garantir a eficácia e segurança da terapêutica, assim como a promoção do uso racional dos medicamentos, os SF integram uma equipa multidisciplinar, provida de autonomia técnica e científica.

Assim, ao optar por realizar estágio em Farmácia Hospitalar, pretende-se obter um conhecimento mais aprofundado de todos os aspetos relacionados com a prática de Farmácia Hospitalar, bem como compreender o impacto do Farmacêutico Hospitalar na experiência hospitalar dos utentes.

O presente relatório refere-se ao estágio em Farmácia Hospitalar realizado nos SF do Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE., entre o dia 3 de setembro de 2012 e o dia 31 de outubro do mesmo ano, por Melanie Salgado, sob a orientação da Diretora Dr.ª Lídia Campilho e da Dr.ª Cláudia Neto. Este estágio integra-se no Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Universidade do Porto.

Todo o estágio foi realizado nos SF centrais na Unidade I do CHVNG/E, com a exceção do dia 24 de outubro de 2012, decorrente nos SF satélite da Unidade II.

Com este relatório pretende-se uma descrição sucinta das atividades realizadas, com apresentação da instituição, e da minha participação como estagiária nas diferentes áreas dos SF.

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1. Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE

1.1. História, Organização e Serviços

O Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho, EPE, criado pelo Decreto-Lei nº 50 – A/2007 a 28 de fevereiro de 2007, compreende três unidades fisicamente distintas, assim designadas Unidades I, II e III. Distribuídas por estas três unidades estão cerca de 558 camas, integradas numa variedade de especialidades. Os serviços, incluindo os Hospitais de Dia e as Urgências, recebem, em média, 2000 pessoas por dia.

A área de influência do CHVNG/E engloba os concelhos de Vila Nova de Gaia e de Espinho para todas as especialidades, estendendo-se aos concelhos de Entre Douro e Vouga até aos do Norte do país, de acordo com o grau de diferenciação da especialidade.

A sede do CHVNG/E corresponde à Unidade I, também conhecida como o Hospital Santos Silva, localizada no Monte da Virgem, Vila Nova de Gaia. A instituição no local remonta ao início do século XX, aquando da fundação do Sanatório D. Manuel II sob a alçada da Rainha D. Amélia, face à prevalência da tuberculose no país. Estruturalmente, a Unidade I está dividida em pavilhões, pelos quais estão distribuídas a maioria das especialidades médico-cirúrgicas disponíveis no CHVNG/E, isto é, os Pavilhões Central, Satélite, Feminino e Masculino, para além de outras estruturas de apoio, nomeadamente a que integra os Serviços Farmacêuticos.

A Unidade II, antigo Hospital Distrital de Vila Nova de Gaia, situa-se também em Vila Nova de Gaia, mas mais centralmente, a cerca de 4km da Unidade I. Também designado de Hospital Comendador Manuel Moreira de Barros, opera em edifício único pertencente à Santa Casa da Misericórdia, albergando o Serviço de Ortopedia e o Departamento Materno-Infantil (constituído pelos serviços de Ginecologia/Obstetrícia, Neonatologia, Pediatria, Cirurgia Pediátrica e Medicina Reprodutiva), e o Bloco Operatório II.

Em Espinho encontra-se a Unidade III, Hospital Nossa Senhora da Ajuda. Nesta hospital encontram-se em funcionamento a Unidade de Cirurgia de Ambulatório e a Unidade de Convalescença (que está integrada na Rede Nacional de Cuidados Continuados), para além de algumas Consultas Externas.[1]

A integração estrutural e funcional das diferentes valências do foro clínico, administrativo e de apoio no CHVNG/E, assim como a relação entre eles, está esquematizada na Figura 1. Estão também salientados os serviços ou comissões com relevância particular, na medida em que apresentam intervenção direta de um ou mais farmacêuticos. No capitulo dedicado à Informação sobre Medicamentos, é abordada a natureza desta intervenção no que diz respeito à Comissão de Ética, Comissão de Farmácia e Terapêutica, Comissão de Controlo de Infeção e Gabinete de Gestão de Risco.

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Figura 1. Organização Estrutural dos Órgãos e Serviços do CHVNG/E.

Conselho Consultivo Conselho de Administração Fiscal Único

Órgãos de Apoio Técnico Serviços de Apoio à Gestão Serviços de Prestação de Cuidados Serviços de Apoio à Prestação de Cuidados Conselho Médico Conselho de Enfermagem Conselho dos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica Comissão de Ética Comissão de Farmácia e Terapêutica Comissão de Qualidade e Segurança do Doente Comissão de Controlo de Infeção Comissão Técnica de Certificação de Conformidade da Interrupção da Gravidez Comissão de Normalização de Consumos Comissão de Coordenação Oncológica Comissão de Coordenação Cirúrgica Comissão de Nutrição Clínica Gabinete de Crise Comissão de Gestão de Risco Gabinete do Utente Gabinete Jurídico e Contencioso Gabinete de Humanização Gabinete de Planeamento e Gestão de Grandes Obras Gabinete de Planeamento e Controlo de Transplantação e Colheita de Órgãos Gabinete de Comunicação e Imagem Gabinete de Gestão de Risco Gabinete da Qualidade Gabinete de Gestão Assistencial Gabinete de Auditoria Unidade Hospitalar de Gestão de Inscritos em Cirurgia Equipa de Gestão de Altas UGI Medicina  Medicina  Dermatologia  Endocrinologia  Imunoalergologia  Nefrologia  Oncologia Médica  Psiquiatria e Saúde Mental  Neurologia  Hematologia  Gastrenterologia UGI Cirurgia  Cirurgia Geral  Ortopedia  Anestesiologia  Oftalmologia  Otorrinolaringologia  Urologia  Neurocirurgia  Cirurgia Plástica  Reconstrução Maxilo-Facial  Estomatologia UGI Tórax e Circulação  Cardiologia  Cirurgia Cardiotorácica  Pneumologia  Angiologia  Cirurgia Vascular UGI Urgência e Intensivismo  Unidade de Cuidados Intermédios Polivalente e Emergência Hospitalar  Urgência Geral e Pediátrica

UGI Mulher e Criança

 Ginecologia/Obstetrícia  Pediatria

 Cirurgia Pediátrica

Unidade de Apoio Técnico

 Unidade de Gestão dos Blocos Operatórios  Central de Esterilização  Centro de Ambulatório  Unidade de Cirurgia de Ambulatório  Unidade de Cuidados Continuados  Serviço de Gestão de Documentação Clínica

Unidade de Apoio Clínico  Psicologia  Nutrição e Dietética  Serviço Social  Assistência Espiritual e Religiosa  Serviços Farmacêuticos Unidade de Operações e Logística  Serviço de Aprovisonamento e Logística  Serviço de Obras e Instalações  Serviços Gerais e Hoteleiros  Serviço de Equipamento e Eletromedicina Unidade de Organização, Planeamento e Gestão Financeira  Serviços Financeiros e de Contabilidade  Serviço de Sistemas e Tecnologias de Informação  Serviço de Planeamento e Informação para a Gestão Unidade de Recursos Humanos  Serviço de Recursos Humanos  Serviço de Formação, Ensino e Investigação  Serviço de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

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1.2. Serviços Farmacêuticos

1.2.1. Recursos Físicos

Segundo o Manual de Farmácia Hospitalar, a escolha de localização dos SF deverá levar em consideração os seguintes aspetos:

 Facilidade de acesso interno e externo;

 Implantação de todas as áreas no mesmo piso;

 Proximidade da distribuição em ambulatório ao circuito normal dos doentes a que é dirigida;

 Proximidade com os sistemas de circulação vertical.[2]

Na Unidade I, os SF centrais estão albergados em edifício próprio ao nível de rés-do-chão, de localização adjacente ao Pavilhão Satélite, na extremidade sul do complexo. A sua planificação encontra-se ilustrada na Figura 2. A cada secção de armazenamento, produção e distribuição é designada área própria e independente, de acordos com as suas necessidades. A área de Distribuição em Ambulatório tem uma entrada independente para atendimento ao público, distinta da entrada geral dos SF.

Figura 2. Planificação dos Recursos Físicos dos SF.

Na Unidade II encontra-se a Farmácia Satélite, que serve o Serviço de Ortopedia e do Departamento Materno-Infantil, estando adaptado em termos de produtos e níveis de stock às necessidades específicas destes. A Farmácia Satélite compreende apenas áreas destinadas à distribuição clássica, em DIDDU e em ambulatório.

1.2.2. Horário de Funcionamento

Os SF centrais na Unidade I funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana, sendo que das 20h00 às 8h00 esse funcionamento é garantido por uma equipa de serviço mínima. O atendimento em ambulatório está disponível das 8h00 às 17h00 segunda, quarta e sexta, e em horário prolongado entre as 8h00 e as 19h00 à terça e quinta-feira. Na Unidade II, a farmácia satélite tem um horário de funcionamento das 8h30 às 13h00 e das 14h00 às 16h30 de segunda a sexta. Aos sábados e domingos encontra-se encerrada. Entrada Biblioteca Sala dos TDTs Gabinete de Assistentes Técnicos WC ♀ WC ♂ Copa Gabinete

Receção Ensaios Sala de Clínicos Sala dos Farmacêuticos Gabinete da Diretora dos SF Sala de Lavagem Sala de Nutrição Parentérica Sala de Câmara de Fluxo Vertical Sala de Câmara de Fluxo Horizontal Sala de CItotóxicos Sala de Manipulação Não Estéril Sala de Reembalagem DIDDU Armazém e Distribuição Clássica Receção de Encomendas Ambulatório Antecâmara Cofre de Psicotrópicos e Estupefacientes Zona Cinzenta

Referências

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