13º Mundos de Mulheres e Fazendo Gênero 11: Transformações, Conexões, Deslocamentos
“A mulher chinesa constitui uma grande reserva de
recursos humanos”*: As representações de gênero dos
cartazes de propaganda do Grande Salto para Frente
(1958-1960)
Autor: Edelson Costa Parnov (Estudante do Bacharelado em Ciências Sociais do IFCS/UFRJ) – ecparnov@gmail.com
Orientadora: Anna Marina Barbará – Docente do Departamento de Ciência Política do IFCS/UFRJ
* TSÉ-TUNG, Mao. Alta marea del socialism nelle campagne cinese. In: Opere di Mao v. 13. Milão: Edizione Rapporti Sociali, 1971.
Considerações iniciais
Problema: quais as representações de gênero do Grande Salto para Frente? Recorte temporal: 1958-1960;
Fontes: pôsteres de propaganda chineses, disponibilizados no site
http://chineseposters.net;
Relevância:
1) Trazer elementos que problematizem as relações de gênero no período em questão;
2) Pensar a relação entre feminismo e marxismo.
Aspectos metodológicos:
Filtragem por palavras-chave: Family, Marriage, Woman e Women;
Construção de base de dados à parte, análise imagética através do método Panofsky e quantificação de frequências e co-frequências temáticas;
Categorização de acordo com:
- Se a(s) mulher(es) estava(m) sozinha(s) ou acompanhada(s) por homem(ns);
- O que a mulher estava fazendo no cartaz? Artista, em atividade política,
camponesa, cientista, esposa, estudante, guerreira, mãe, médica/enfermeira, operária, professora e/ou vendedora.
Referencial teórico
Conceito de representação de Chartier (2011); Conceito de gênero de Scott (1995);
Método Panofsky (2009);
Conceito de poder das imagens de Freedberg;
Conceito de Grande Salto para Frente de Sheng (2004)
Análise historiográfica do período maoísta de Aarão Reis (1982).
26% 10% 14% 6% 45%
Gráfico I: Distribuição dos cartazes por período histórico*
*AARÃO REIS, Daniel. A construção do socialismo na China. São Paulo: Brasiliense, 1982. Contradições do modelo soviético (1949-56)
Movimento das Cem Flores e Grande Salto para Frente (1957-59)
Reajustamento conservador (1959-65) Revolução Cultural (1966-1969)
65.3%
34.7%
Gráfico II: Mulher(es) sozinha(s) ou acompanhada(s) por homem(ns)
Mulher(es) sozinha(s)
0 20 40 60 80 100 120 1949 1950 1951 1952 1953 1954 1955 1956 1957 1958 1959 1960 1961 1962 1963 1964 1965 1966 1967 1968 1969 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976
Artista Ativ. Política Camponesa Cientista
Esposa Estudante Guerreira Mãe
Médica/Enfermeira Operária Professora Vendedora
Cartazes-exemplo: “Um sedan produzido por nosso país” (1958) e “O futuro da aldeia rural” (1958)
Conclusão inicial: Grande representação de mulheres no espaço da produção (camponesas e operárias), constituindo uma estratégia do PPCh para estimular sua participação no Grande Salto e promover a industrialização da China.
Bibliografia:
AARÃO REIS, Daniel. A construção do socialismo na China. São Paulo: Brasiliense, 1982.
CHARTIER, Roger. Defesa e ilustração da noção de representação. Fronteiras, Dourados/MS, v. 1, n. 24, p. 15-29, jul./dez. 2011.
FREEDBERG, David. El poder de las imágenes: Estudios sobre la historia y la teoría de la respuesta. Madri: Cátedra, 1990.
PANOFSKY, Erwin. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2009. (Debates, v. 99)
SCOTT, Joan. Gênero: Uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.
SHENG, Shu. Do Grande Salto para Frente à grande fome: China de 1958-1962. Diálogos, Maringá, v. 8, n. 1, p. 107-129, 2004.
TSÉ-TUNG, Mao. Alta marea del socialism nelle campagne cinese. In: Opere di Mao v. 13. Milão: Edizione Rapporti Sociali, 1971.