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História do município de Itaboraí. Professora: Priscila Brandão

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História do município de

Itaboraí

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A cidade

Itaboraí fica na região metropolitana do Rio de Janeiro, em área de

baixada litorânea, às margens da Baía de Guanabara, a 45 km de

distância da capital. O município faz divisa com

Guapimirim, São

Gonçalo, Cachoeiras de Macacu,Tanguá e Maricá.

A economia do município gira em torno da

manufatura cerâmica

(decorativa e utilitária), fruticultura, apicultura, pecuária extensiva,

comércio e serviços

. Itaboraí apresenta um relevo variado. Suas

maiores altitudes são encontradas nas serras do Barbosão, à leste, na

divisa com Tanguá, e do Lagarto e de Cassorotiba do Sul, na fronteira

com Maricá. Nas demais localidades predominam as planícies, onde se

concentram os rios que convergem para a Baía de Guanabara. Entre as

planícies e as serras, observa-se um relevo suavemente ondulado, com

morros que raramente ultrapassam 50 metros de altitude.

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(6)

Parte de seu território é voltada para a Baía de Guanabara

, compondo, com os

municípios de Magé e Guapimirim, a APA de Guapimirim, uma Unidade de

Conservação de uso sustentável voltada para a preservação e conservação de

remanescentes dos manguezais.

A vegetação do município é composta principalmente por pastagens,

mata de

encosta, mangues e brejos.

Os remanescentes de matas são observados nos

setores mais íngremes e elevados nas serras do Barbosão e do Lagarto.

São matas tipicamente secundárias, resultantes da regeneração natural após

muita exploração de madeira para a obtenção de carvão e lenha no passado.

No restante do município, as matas se encontram muito fragmentadas e

aparecem em locais isolados.

(7)

Em Itaboraí encontra-se o mais antigo e importante sítio paleontológico do

Brasil, às margens do Lago São José, onde foram encontrados, em 1986, os

fósseis de uma preguiça gigante pré-histórica – um autêntico tesouro da

arqueologia brasileira. A preguiça, que pesava várias toneladas e media cerca de

7 metros de comprimento, viveu há cerca de 5 milhões de anos, sendo

contemporânea do homem primitivo. Outras preciosidades arqueológicas da

região são os cemitérios indígenas de Itambi e Visconde, e os sambaquis de

Sambaetiba.

Itaboraí tem rico patrimônio histórico e acervo arquitetônico, em que se

destaca o conjunto das ruínas do Convento de São Boa Ventura – tombado

pelo Iphan –, que começou a ser construído em 1660. Suas ruínas são

consideradas um dos mais belos e impor tantes conjuntos arquitetônicos

religiosos do período colonial. O convento foi a quinta construção da Ordem

Franciscana no Brasil.

(8)

A manufatura cerâmica é uma importante atividade econômica

e foco de conflitos ambientais. É a maior fonte de arrecadação e

de geração de empregos locais e, ao mesmo tempo, responsável

por um passivo ambiental ligado à degradação dos solos onde

existem jazidas de argila, ao assoreamento dos rios e à poluição

atmosférica provocada pela fumaça lançada das chaminés.

Os moradores de Itaboraí se orgulham de sua história, dos

patrimônios culturais e artísticos e do poder de suas

comunidades, pois as associações de moradores locais são

atuantes e têm grande poder de mobilização.

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A História

"É por isto e por muito mais, é porque foi meu berço, e berço

daqueles a quem mais amei e amo, é porque no seu seio tenho

sepulturas queridas, é porque me guarda em seus lares amigos

dedicados, é porque desejo ter em seus campos um abrigo na

minha velhice que começa, e no seu cemitério um leito para

dormir o último sono, é enfim por todos esses laços da vida e

da morte que a Vila de Itaboraí me é tão querida.”

Joaquim

Manoel

de

Macedo

O Rio do Quarto, 1869 _ Cap 01: Para se ler ou não ler.

Escritor

Itaboraiense,

maior

romancista

do

século

XIX

Autor do clássico "A Moreninha”

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(11)

Itaboraí, cidade histórica do Estado do Rio de Janeiro, localizada na região metropolitana, é o resultado da união de três importantes vilas do passado colonial e imperial do Brasil: Santo Antônio de Sá, São João de Itaboraí e São José Del Rey.A maior delas, a Vila de Santo Antônio de Sá, segunda formação do Rio de Janeiro no recôncavo da Guanabara; A Vila de São João de Itaboraí, inicialmente uma parada de tropeiros, que mais tarde se tornaria o maior produtor açucareiro da região e principal entreposto comercial ligando o norte fluminense a capital da província; e a Vila de São José Del Rey (conhecida como São Barnabé, ou Itambi), cuja região fora uma importante Missão Jesuítica entre os índios Maromomis e Tamoios que por aqui habitavam.

Para conhecer a história de Itaboraí, é importante compreender como se deu o povoamento de toda a região, e que a ocupação territorial foi condicionada a diversas variáveis, como a proximidade de rios navegáveis, situação do sertão do Macacu, ou de fins catequistas, caso dos Jesuítas na região de Cabuçú e Itambi, ou mesmo de localizações estratégicas em rotas de tropeiros, situação de Itaboraí, o que também acabou beneficiando o desenvolvimento econômico com os grandes engenhos, dentre outras razões;

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A antiga Vila de Santo Antônio de Sá

É no século XVI que se dá a ocupação dos “sertões do Rio Macacu” pelos colonizadores portugueses, pois em 1567 o fidalgo português Miguel de Moura recebeu uma sesmaria (grande extensão de terras) na planície do Rio Macacu (José Matoso Maia Forte – 1937). Entretanto, apesar da abertura de fazendas e engenhos de cana-de-açúcar na região*, o primeiro povoamento no Recôncavo da Guanabara foi a Vila de Santo Antônio de Sá, fundada em 1697, às margens do Rio Macacu (Na mesma região que hoje abriga o Comperj).

*O ato de criação da vila de Santo Antônio de Sá seria uma mera curiosidade histórica não fosse o

fato de que a descrição da solenidade constitui uma fonte rica de informações sobre a estrutura social que estava sendo criada no sertão do Macacu. Não só a maior parte das terras pertencia a um grupo muito pequeno de indivíduos, como os laços familiares entre eles garantiam o controle das terras, fosse por casamento ou herança. Assim estavam presentes naquela solenidade membros das famílias dos Duque Estrada, dos Sardinha, dos Silva, dos Costa Soares, dos Pacheco e dos Azevedo Coutinho (às vezes escrito Azeredo Coutinho). Cada família era associada a uma parcela do território: por exemplo, os Azevedo Coutinho e os Sardinha eram donos de terras e engenhos em Itapacorá; os Sardinha também eram proprietários em Macacu e Guaxindiba, e assim por diante (Forte,1984).

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A Vila de Santo Antônio de Sá, com suas freguesias e povoados, experimentou um grande desenvolvimento econômico, parte disto em razão de sua localização, tendo em toda a região entrepostos comerciais que recebiam, via escoamento fluvial, a sua produção e a da região serrana e interior fluminense, através de seus rios como o Macacu, Casseribu e Aldeia. Porém, anos de desmatamento desordenado, tornaram as áreas aráveis em charcos, e o consequente assoreamento dos rios não só foi destruindo o potencial produtivo, mas também cooperou na proliferação de mosquitos, vetores de doenças como a febre amarela e a malária, o que resultou, a partir de 1829 no início da extinção da Vila (então a mais atingida pelas doenças). As chamadas “Febres do Macacu” foram tão marcantes que nos anos que se seguiram as pessoas evitavam retornar ao lugar devido ao medo que se instalou (Num ofício ao Marquês de Caravelas, que era Ministro e Secretário dos Negócios do Império, em 25 de agosto de 1830, Francisco José Alves Carneiro, Juiz de Fora da Vila de Sto Antônio de Sá, fazia saber sobre a Vila já se encontrar quase deserta, contando talvez, com meia dúzia de homens, levando-se em conta que a Vila chegou a ter uma população de aproximadamente 19.000 “almas”.

(15)

Seu maior destaque foi o Convento

Franciscano de São Boaventura, inaugurado

em 04 de fevereiro de 1670, após dez anos de

construção. Hoje, são as suas ruínas que

ostentam a outrora história de importância

da antiga Vila no desbravamento do que os

antigos chamavam de os "Sertões do Macacu".

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(17)

A Vila de São José Del Rey

A Freguesia de Nossa Senhora do Desterro de Itamby, cujo território foi desmembrado da Vila de Sto. Antônio de Sá, é nomeada Vila de São José Del Rey por força de Alvará em 1772, sendo assim denominada para solenizar o aniversário do Príncipe Dom José de Portugal, pelo então Vice-Rei e Governador do Brasil Dom Luiz de Vasconcelos e Souza, o Marquês do Lavradio. Contudo, somente onze anos depois houve a instalação da Justiça e da Câmara naquela que seria uma das mais importantes vilas do recôncavo da Guanabara, por estar situada a pouco mais de dois quilômetros da foz do rio Macacu, próximo de Itambi, hoje 3º distrito de Itaboraí.

Inicialmente, a região de Itambí era apenas uma terra de índígenas, até a chegada dos colonizadores, que lá se estabeleceram e deram o nome àquela região pertencente ao recôncavo do Rio de Janeiro, mantendo o topônimo indígena de origem tupi que, segundo Teodoro Sampaio, significa Ita = pedra, e Mbi = alto, erguida, alçada, ou seja, “Pedra em Pé”, denominação esta, dada a toda área que hoje compreende o município de Itaboraí, e que guarda ainda, em suas origens, as mais belas raízes da história do município, com ascendência em todos os antigos povoados do Brasil. Seus colonizadores, principalmente os Jesuítas que tinham a função sagrada de ensinar a língua e a religião Católica aos nativos, não desprezavam os nomes indígenas.

(18)

O aldeamento de São Barnabé fazia parte de uma

estratégia de segurança dos colonizadores portugueses

que junto com os aldeamentos de Itaguaí, São Lourenço

(Niterói), São Pedro (São Pedro D’aldeia) e Macaé

contra possíveis invasões de nações inimigas (Franceses,

Holandeses) estes povoamentos serviam para guardar a

costa em torno do Rio de Janeiro e também como

locais de produção de mão de obra, principalmente no

período da União Ibérica, quando o controle do

mercado escravo ficou um bom tempo com a Holanda.

(19)

Assim como aconteceu em outras vilas, há registros de

que os índios que ali existiam foram levados a participar

do processo de desmatamento das áreas circunvizinhas

a Baía da Guanabara, para que se realizasse o plantio da

cana de açúcar e a construção de engenhos. Estes

teriam sucumbido diante do trabalho pesado, uma das

razões pelas quais podem ser encontrados inúmeros

enterramentos

indígenas

na

região,

sendo

imediatamente substituídos pelos escravos provenientes

do continente africano.

(20)

"Em determinado momento do processo de colonização no séc. XVII, mais ou menos

em 1628, por causa da presença dos franceses e holandeses, o colonizador

português usou a mão-de-obra indígena que era numerosíssima em Itambi – era a

maior população indígena, 3500 selvagens, segundo Fernão Candim – utilizou essa

mão-de-obra para construir fortificações no Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara.”

Adamastor

Camará

Ribeiro

Historiador,

na primeira jornada de cultura local, realizada em Itaboraí, em 1984

"É essa força de trabalho de São Barnabé, juntamente com o escravo negro,

que fez o vigor canavieiro de Itaboraí.”

(21)

O Marquês do Lavradio relata em carta datada de 1773 a seu tio, Reverendo Principal de Almeida, que havia retirado da Aldeia de São Barnabé da Vila de São José Del Rei “muitas índias que estavam em perigo”, na faixa etária de oito a doze anos, para o Rio de Janeiro, a fim de que se educassem e pudessem ter sentimento, tornando famílias com homens brancos, já que os indígenas desta então vila tiveram suas terras roubadas e eles, escravizados. Querendo dar encaminhamento diverso ao dos jesuítas em relação à população local, o Marquês toma decisões muito definitivas, destinando os homens que podem trabalhar as fazendas e aos cinco engenhos, que produziam por safra 60 toneladas de açúcar e 140 mil litros de aguardente, e os jovens da mesma idade das meninas, eram destinados ao aprendizado de ofícios mecânicos no Rio de Janeiro. Diante de sua política, pouco sobrou do aldeamento considerado por ele como sendo um dos mais civilizados.

A Vila de São José Del Rey teve uma curta vida de autonomia administrativa, pois já em 1833 foi anexada a entãoVila de São João de Itaboraí.

(22)

Milagres de Anchieta

A ação evangelizadora dos jesuítas no Brasil iniciou-se em 1549, por

determinação de D. João III, rei de Portugal.

Na Capitania do Rio de Janeiro, os jesuítas organizaram cinco aldeias indígenas:

São Lourenço (Niterói), Itingá (Itaguaí), São Pedro (Cabo Frio), São Barnabé

(Itambi) e Guaratiba (Ilha do Governador)

O apóstolo do Brasil, Padre José de Anchieta, que chegou na Bahia no dia

13/07/1553, e que prestou relevantes serviços a Mem de Sá, na conquista e na

fundação do Rio de Janeiro, diversas vezes, esteve na aldeia de São Barnabé,

onde, de acordo com o historiador jesuíta Simão de Vasconcelos, realizou dois

pequenos milagres: Fez "deslizar para o mar pesadíssima canoa, com que os

índios não podiam, e, dias depois, abrigou um bando de guarazes a dar sombra a

ele e aos índios que conduziam a canoa sob um sol muito forte“.

(23)

A Vila de São João de Itaboraí.

Com relação ao povoamento de Itaboraí, ou

Itapacorá, como a região era conhecida nas

crônicas “Reminiscências de Itaboraí”, do

escritor e acadêmico Salvador de Mendonça,

e publicadas no jornal "O Brasil, de 1907", o

autor fala o seguinte sobre Itaboraí:

(24)

A Vila de São João de Itaboraí.

"No século XVII, o governador Salvador Corrêa de Sá mandou abrir a

estrada de Campos dos Goytacases a Niterói. Essa estrada passava pela

colina de Itaboraí, caminho de Vila Nova e São Gonçalo. No alto da

colina, à beira dessa estrada, havia uma fonte sob um bosque frondoso.

Tornou-se esse lugar um ponto de parada para as tropas que por ali

transitavam. Levantaram-se ranchos ao lado oposto da fonte, esses

ranchos foram as primeiras casas itaboraienses. A fonte dera o nome ao

lugar – ITABORAÍ, que quer dizer “Pedra Bonita escondida na água”, e

essa denominação nascera de haver, no fundo da fonte, metido na

pedra, um pedaço de quartzo que despertara a atenção dos índios do

lugar.”

(25)

Defende-se que o altar-mor da igreja Matriz de São João Batista fica

exatamente sobre essa fonte, cujas águas foram canalizadas pelo

subterrâneo, colina abaixo, até desembocar na "Fonte da Carioca“.

O surgimento do povoado se dá em razão da existência da parada de

tropeiros na colina de Itaboraí, junto à fonte, e é pela iniciativa destes e

de João Vaz Pereira que, em 1670, realizou-se a construção de uma nova

capela, em substituição a antiga que era utilizada como “curato” na

fazenda do Iguá, erguida por João Pereira da Silva em 1627, tendo,

inclusive, recebido dela parte dos seus retábulos. Em alvará de 18 de

janeiro de 1696 é elevada a categoria de paróquia coletiva com o título

de São João de Itaboraí, tornando-se S. João, o orago da freguesia.

(26)

Os engenhos de açúcar que já existiam pela região, conforme descrito

anteriormente sobre a fundação da Vila de Santo Antônio de Sá. Foram

os responsáveis pelo desenvolvimento econômico de Itaboraí, sendo a

principal atividade econômica do vale do Macacu-Caceribu durante

todo o período colonial, perpetuando até o séc. XX.

É preciso lembrar que o açúcar foi durante séculos um dos produtos

tropicais mais valorizados no mercado estrangeiro. Por isso tornou-se

o principal produto de exportação das pequenas colônias

luso-brasileiras que foram sendo implantadas na costa atlântica, logo que os

primeiros colonizadores verificaram a aptidão de algumas terras ao

seu plantio.

(27)

Outra região que se destacou muito foi o povoado de Porto das Caixas,

surgido no início do século XVIII e que estava então ligado a Santo Antônio de

Sá. Seu nome vem do fato de ter se tornado um importante entreposto

comercial, responsável por todo o escoamento da produção agrícola de nossa

região e do interior fluminense que chegava pelo rio Aldeia ao seu porto,

tendo a produção encaixotada para transporte até a Bahia da Guanabara e de

lá seguir rumo à Europa. Com o seu crescimento, o povoado chegou a ter uma

ativa vida cultural, contando com dois teatros e um comércio muito bem

estabelecido. Contudo, com a decadência do transporte fluvial e a posterior

inauguração da Estrada de Ferro ligando P. Caixas a Cantagalo em 1860, e a da

Carril Niteroiense, em 1874, ligando Niterói (então capital da Província do Rio

de Janeiro) diretamente ao interior fluminense, viabilizando o escoamento

mais vantajoso da produção cafeeira da região serrana, o antigo entreposto de

Porto das Caixas da Vila de São João de Itaboraí entrou em declínio. Outro

fator preponderante foi a decadência do transporte fluvial.

(28)
(29)

"Ao entrar na pequena vila, senti pedras sob a relva brava da estrada, onde

meu passo incerto contou com o ritmo de geração e aquelas Lages

contaram-me que aquilo fora uma rua onde faiscaram cascos, de cavalo de

estirpe, conduzindo grandes senhores, de numerosa escravatura e barcos…“

Guilherme de Almeida – Cronista, descrevendo uma visita a Porto das

Caixas em 1927.

Por outro lado, enquanto os portos fluviais entravam em decadência, a

chegada da estrada de ferro à então vila de Itaboraí deu um certo

alento ao comercio e à industria das olarias e cerâmica, permitindo o

crescimento urbano e sua transformação de vila em cidade.

(30)

No século XX, depois de um período de declínio, surge uma

nova economia agrícola, a laranja, perdurando dos anos 20 até a

década de 80. Cabe ressaltar que Itaboraí se tornou o maior

produtor dessa cultura no Rio de Janeiro, e o segundo no Brasil,

chegando a ser conhecida como “Terra da Laranja”. Já a arte em

cerâmica esteve sempre presente na cultura e na economia do

município, sendo encontrados registros entre os nossos índios,

e nos próprios engenhos, que possuíam pequenas olarias para

confecção em argila dos invólucros para transporte de açúcar,

cuja tradição se perpetuou pelo século XX, ampliada pela

indústria ceramista, primeiramente com a chegada de novos

colonos portugueses entre 1897 e 1912 e na chegada de novas

tecnologias na década de 40, mecanizando a produção.

(31)

Após experimentar um período de destaque na produção de laranja

durante boa parte do século XX, Itaboraí vê-se mais uma vez numa

situação de declínio, pois as terras já não mais produziam frutos de

boa qualidade (O motivo não era o fato das terras estarem cansadas e

sim os erros na técnica de plantio, no transporte e na colheita e na

falta

de

adubação, mostrando

o

caráter

especulativo

do

empreendimento), e a indústria ceramista, antes aquecida, não buscou

novas tecnologias que fossem mais eficazes, ou menos poluentes,

perdendo mercado para outras regiões e estados do Brasil. Porém, ao

contrário da laranja, a produção cerâmica não se extinguiu, mas, de

grande empregador em meados do século XX, resume-se hoje a umas

poucas unidades, sendo que algumas buscaram se aprimorar nos

últimos anos.

(32)

O fato que ora descrevemos e a construção da ponte Rio-Niterói aceleraram o processo de urbanização em Itaboraí, que se tornara uma “cidade-dormitório”, a partir da década de 70, estimulando uma especulação imobiliária que criou novos problemas ambientais na região, pois as antigas áreas de plantações de laranja foram convertidas em loteamentos, sem nenhuma infraestrutura urbana, em praticamente todos os distritos (cabe lembrar que não haviam políticas públicas organizadas, ou definidas de zoneamento urbano, e nem leis muito claras, à época), e isso trouxe sérios problemas para o município, que hoje assume todo o ônus daquele processo, inclusive chegando a ser considerado uma região de baixo IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – como um dos municípios mais pobres do estado. Ainda hoje, Itaboraí tem boa parte de sua população empregada na capital, na região metropolitana e em alguns municípios da Baixada Fluminense, mas vivemos uma inversão econômica com novos empreendimentos, transformando Itaboraí de satélite (quando da implantação da primeira Estação Terrena da Embratel, no Brasil, em Tanguá – na época 5º distrito do município), ou de dormitório, numa cidade polo para, pelo menos 12 municípios circunvizinhos, constituindo uma nova geografia socioeconômica na região.

Prof. Cláudio Rogério S. Dutra Secretário Presidente

(33)

Períodos Históricos

Construída no ponto mais alto do outeiro onde foi implantada a

Vila de Itaboraí, a igreja Matriz de São João batista tinha sua

torre como principal destaque. À época de sua construção a sua

parte mais alta podia ser observada de longe, marcando sua

presença na região. O tipo de construção era próprio do Brasil

colônia, sendo a organização espacial das obras nesta época

caracterizadas por um grande terreiro onde se destaca a

construção da igreja e o desenvolvimento em seu entorno de

um casario baixo, deixando ainda mais imponente a edificação

sacra, principal característica das construções nesse momento

histórico.

(34)

Períodos Históricos

Sua constituição é feita em pedra cal de grossos muros

e os elementos externos são de cantaria com telhas

capa e canal e equilibrada concepção arquitetônica

oitocentista de uma só porta de entrada e suas duas

janelas do coro. Os vãos laterais são requadrados em

cantaria de granito arrematados por arco abatido e a

sua torre (única) mantém ainda o corpo totalmente

maciço. Dos seus suis altares laterais, três conservam

restos de retábulos setecentistas (anteriores a

construção da igreja) que provavelmente pertenciam à

capela de N. S da Conceição.

(35)

De acordo com o cronista Monsenhor Pizarro e Araújo, estando a Capela de

N.S da Conceição localizada na fazenda de João Correia da Silva em Iguajá em

ruínas o pequeno templo foi mudado para Itaboraí com a mesma invocação no

ano de 1627.

Os três da direita conjugam formas barrocas com elementos do neoclássico.

Todos os altares laterais apresentam belas talhas de madeira.

De acordo com as informações contidas no inventário do INEPAC, no

histórico arquitetônico da igreja consta o início das obras em 1725, sendo

inaugurados altar-mor e nave principal em 1742. Período de 1767-1782 foi

mandado construir a sacristia, o consistório e o evangelho. Essa nova

intervenção propiciou uma solução arquitetônica pouco comum à sua

cobertura que resultou numa volumetria singular ao conjunto.

(36)

De acordo com João Matoso Maia Fortes, em Vilas Fluminenses Desaparecidas, a origem da Igreja Matriz de Itaboraí data de 1672, ano em que João de Vaz Pereira funda uma capela sob a invocação de São João Batista. O mesmo fundador constrói outro templo em 1684, o qual torna-se independente da jurisdição Vigário Paroquial de Santo Antônio de Sá.

Em 1725, são iniciadas as obras de reconstrução da Igreja, sendo concluídas somente em 1742, quando são inaugurados o altar-mor e a nave principal. De acordo com o inventário da FUNDREM, no período de 1767 a 1782, foram à sacristia, o consistório e o evangelho.

Em 1955, foram feitas reformas no telhado, substituindo as telhas originais (feita nas coxas dos escravos) por telhas canal industrializadas. Também o forro de madeira foi substituído por uma laje de concreto. Em 1969, as diversas sepulturas que ocupam o piso da nave e da capela, originalmente cobertas de madeira, são substituídas por marmorite.

(37)

Recentemente foram restauradas as imagens sacras e

iniciada a restauração dos seis belos altares laterais,

cujas talhas representam importante exemplo do mais

puro barroco brasileiro. No entanto, a restauração não

foi concluída.

Tombadas como Patrimônio Nacional em 18 de março

de 1970, a igreja de São João Batista, que impressiona

por sua beleza arquitetônica, necessita urgentes

reformas, a fim de que se acabe com as infiltrações que

ameaçam todo a acervo iconográfico da igreja.

(38)

Palacete (Visconde de Itaboraí)

A casa antiga mais expressiva de Itaboraí é um solar assobradado, de

arquitetura neoclássica com feições coloniais, dotado de mirante e erguida na

atual Praça Marechal Floriano Peixoto, à época Largo da Matriz, para servir de

residência da família Rodrigues Torres.

Em sua fachada principal pode-se observar maior presença de vazios em

detrimento de cheios, apresentando simetria bem marcada principalmente pelo

sótão que se torna um elemento da fachada substituindo o frontão.

O prédio conserva, apesar das alterações sofridas, características de um

sobrado típico de final do séc XVIII e inicio do XIX. Sua presença no conjunto

da praça é marcada pelo resultado de uma arquitetura harmoniosa e bem

proporcionada, comuns às residências apalacetadas deste período. Numa

apreciação mais cuidadosa do prédio, são nítidas as intervenções realizadas,

desde um novo programa de planta à aberturas de vão de janelas, escadas,

acabamentos e cobertura.

(39)

O histórico da propriedade descrito no inventário do INEPAC

tem seu primeiro registro em 1803. O período de 1803/10 é a

época provável de sua construção.

Com a decadência econômica e o declínio como localização

estratégica (inauguração da estrada de ferro Niterói-Cantagalo

e conseqüente abandono do Porto das Caixas como entreposto

comercial – interior/capital) somados a isso o fim da monarquia

e do trabalho escravo – questões que marcavam a

administração do próprio visconde de Itaboraí – e queda na

produção agrícola da região, diminuiu a importância do palacete.

(40)

Já em declínio, torna-se, em fins do século XIX sede da casa de Caridade São

João Batista, e só após a segunda metade do século XX tem reconhecida a sua

importância histórica e, em 1964, o sobrado é tombado pelo IPHAN e já em

1966, desapropriado e considerado de utilidade pública pela prefeitura; em

1968 ocorre o incêndio que quase destrói totalmente o prédio; em 1969 é

doado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, que resolve então

reconstruí-la, respeitando as formas e a arquitetura original para abrigar o Fórum de

Itaboraí a partir de 1974. Com a transferência das funções jurídicas para o

novo Fórum no bairro de Nancilandia, em 2000 o solar passou a abrigar a

Prefeitura Municipal de Itaboraí, quando merecidamente recebeu o título de

palacete Visconde de Itaboraí, em homenagem ao grande estadista, Joaquim

José Rodrigues Torres, que foi o primeiro presidente da província do Rio de

Janeiro e um dos componentes do gabinete imperial (Trindade Saquarema), e

um dos grandes dirigentes do partido conservador durante o segundo

reinado.

(41)

O palacete original era na verdade um conjunto, pois, além do prédio

reconstruído existiam casas baixas ao seu redor que faziam parte do

complexo, o visconde de Itaboraí morador do palacete era um político

importante durante o segundo Império.

Joaquim José Rodrigues Torres, o visconde de Itaboraí, foi uma personalidade

tão importante no Segundo Império que transformou-se num dos maiores

nomes da política do país nessa época principal líder do partido

conservador, que dava sustentação ao governo de D Pedro II, foi ministro de

Estado por uma dezena de vezes, além de ter sido o primeiro presidente de

província do Rio de Janeiro. Com certeza, constituiu-se no itaboraiense de

maior destaque na política nacional de todos os tempos.[1]

(42)

O solar era local onde o visconde recebia políticos e personalidades

importantes, a constituição original do palacete tinha condição de

receber seus convidados e toda a sua comitiva que provavelmente se

acomodavam nas casas baixas a volta do palacete, ficando assim o solar

e seus aposentos para as personalidades, provavelmente local onde a

família real pousava quando passava por aqui.

O palacete tem a sua história ligada diretamente a história do Brasil

Império, em seus aposentos grandes decisões políticas foram tomadas.

A

conservação

deste

maravilhoso

patrimônio

histórico

é

importantíssima para a preservação da história de Itaboraí e para a

história do Brasil.

(43)
(44)

Teatro João Caetano de Itaboraí

Construído pelo Cel João Hilário de Menezes Drummond em 1827 o teatro

de Itaboraí foi o primeiro a receber, em 1863, o nome do dramaturgo João

Caetano dos Santos, célebre itaboraiense (nascido em 1808). E isso não foi ao

acaso, pois foi nesse local, com apresentação de Caetano da peça “O

Carpinteiro da Livônia”, em 24 de abril, que se iniciou, o que se tornaria o

marco para a fundação da Arte dramática no Brasil, e da autonomização de um

teatro verdadeiramente brasileiro, com repercussão até fora da colônia.

Dentre várias ações, ele fundou a Companhia Nacional João Caetano e, além

de atuar em muitas peças, tanto no Rio como nas províncias, João Caetano

publicou dois livros sobre a arte de representar: "Reflexões Dramáticas", de

1837 e “Lições Dramáticas”, de 1862. Dono absoluto da cena brasileira de sua

época, morreu a 24 de agosto de 1863, no Rio de Janeiro, deixando um grande

legado ao teatro brasileiro. E mesmo hoje, podemos encontrar diversas

homenagens por todo o Brasil, inclusive a sua titularidade a vários outros

teatros.

(45)

Quanto ao teatro Municipal João Caetano de Itaboraí , depois

de uso nobre, com o recebimento de grandes artistas, visitantes

ilustres, e membros da família imperial durante o seu período

áureo (séc XIX), sofreu algumas mudanças e adaptações,

primeiramente em 1924, no seu interior, e de fachada em

diversas outras ocasiões passando, também, a ser palco de

grandes eventos de gala, como os concursos de misses e os

célebres bailes de carnaval, em uma época em que a economia

de Itaboraí se baseava na cultura da laranja. Porém, em 1974,

após períodos de abandono e descaso ao seu inestimável valor

histórico, e já em ruínas, teve o restante de suas paredes

demolidas, ao invés de promoção de sua salvaguarda.

(46)

Em 1985 o então prefeito João Baptista Caffaro promove a sua

reconstrução com uma nova fachada, que permanece em nossos dias.

O senão fica pelo fato de que nunca teve sua conclusão definitiva, pois

ainda faltam os equipamentos adequados, tratamento acústico,

climatização, além de alguns aspectos arquitetônicos até hoje

indefinidos. E mesmo com toda a precariedade, e sem grandes

investimentos, o Teatro João Caetano recebe pequenas turnês,

apresentações de grupos locais, alguns shows de humor, dança e de

música, e esporadicamente oferece oficinas de teatro amador e de

dança, o que já justificaria a sua conclusão.

Mesmo assim, já recebeu grandes artistas como Chico Anysio e Giulia

Gam, dentre outros, mas nada que lembre a beleza, valor e orgulho

que representava para o povo itaboraiense no séc. XIX.

(47)

O Teatro Municipal João Caetano de Itaboraí é parte do conjunto

memorial arquitetônico do Centro Histórico de Itaboraí que é

reconhecido pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional, como um dos mais importantes do Brasil por sua

importância histórica e pela relevância de seus principais personagens

além do dramaturgo, como Joaquim José Rodrigues Torres – O

Visconde de Itaboraí; o escritor Romancista Joaquim M. de Macedo,

autor de "A Moreninha", o sociólogo e político Alberto Torres e

Salvador de Mendonça que fundou a ABL – Academia Brasileira de

Letras com Machado de Assis.

Prof. Cláudio Rogério S. Dutra

Texto e Pesquisas

(48)
(49)

Casa Heloisa Alberto Torres

A Casa de Cultura Heloísa Alberto Torres está

localizada na Praça Marechal Floriano Peixoto, 303 –

Centro – Itaboraí/RJ, e tem em seus arquivos,

exemplares documentais da memória de Itaboraí, do

Brasil, além dos acervos pessoais da antropóloga e

diretora do Museu Nacional, Heloísa A. Torres e de

seu pai, o político, escritor e jornalista Alberto

Torres, que foi presidente da província do Rio de

janeiro.

(50)

Criada através de uma ação visionária da antropóloga Heloísa Alberto Torres,

que, com sua irmã, Maria “Marieta” Alberto Torres buscavam em 1963, em

Itaboraí, um repouso às memórias do pai, Alberto Torres, percebeu que o

município, à época, já havia esquecido o seu passado de prosperidade e

importância histórica, e até mesmo – além de seu pai – os seus cidadãos mais

ilustres como o maior dramaturgo do século XIX, João Caetano dos Santos, o

escritor Joaquim Manoel de Macedo (o mais lido de sua época), de Salvador de

Mendonça, que fundou a Academia Brasileira de Letras com Machado de Assis;

do pintor José Leandro – retratista real, e de um dos políticos mais

importantes de seu tempo: Joaquim José Rodrigues Torres – O Visconde de

Itaboraí. E é em razão da realidade encontrada, que resolve procurar o poder

público local e propor diversas ações de resgate histórico, salvaguarda do

patrimônio material, e valorização da Cultura local, incentivando, inclusive, a

criação de uma academia de Artes, ciências e letras na região, além de projetos

para o Teatro Municipal, biblioteca, instalação de um hotel, e revitalização do

Centro Histórico.

(51)

Iniciam, então, uma ampla reforma de restauro e

adequação do imóvel, para servir como sua residência e

espaço museal.

Após o falecimento de Heloísa em 1977 e de sua irmã,

Marieta, em 1985, conforme desejo em testamento, o

sobrado é doado ao IPHAN, com objetivo de instalação

de um museu. E isso ocorre em 1995 com a instalação

da casa de Cultura Heloísa Alberto Torres com apoio do

IPHAN, através de um Termo de Cooperação Técnica

com a prefeitura de Itaboraí.

(52)

Hoje, a parceria com o IPHAN, continua sendo importante. O apoio do Superintendente Carlos Fernando, do IPHAN RJ, e do presidente do IPHAN, Luiz Fernando, conforme vislumbra o presidente da FAC – Fundação de Arte e Cultura de Itaboraí, Sergio Espírito Santo, foi um dos fatores que permitiu a inclusão de Itaboraí no circuito cultural e histórico nacional. Esse apoio tem colaborado em diversas de nossas ações. E Cabe lembrar, que em 2009, recebemos do IPHAN RJ, um contrato para tratamento de acervo com trabalho técnico de uma museóloga; custeio para obras emergências na Casa de Cultura, no valor de R$ 62.500,00 e na Igreja Matriz de S. João Batista, num valor de R$ 87.000,00, para o telhado e descupinização, que será complementado em 2010 com nova verba no valor de R$ 400.000,00. E só o PAC- Histórico, exclusivo para cidades históricas, tem previsto para os próximos anos no Plano de Ação para Itaboraí, uma proposta de investimentos em R$ 14.790.000,00 para projetos como a criação da casa do Oleiro, do Centro de Memória de Arte Popular; estudos de tombamento pelo município; revitalização da praça Marechal Floriano Peixoto; urbanização do entorno do Centro Histórico e a criação do Museu Ferroviário e de um centro cultural no distrito de Visconde de Itaboraí.

(53)

Porém, a principal notícia para a Casa de Cultura no ano de seu bicentenário é

o início das obras de restauro, reforma e revitalização do sobrado, em verba

do Ministério da Cultura, com início previsto para Nov/2010, num custeio de

mais de R$ 500.000,00, que dará as condições necessárias para manutenção

do acervo, abertura do andar superior para visitação, adequação do salão de

exposições nos moldes dos melhores espaços do país, e um atendimento mais

adequado a pesquisadores, artistas, turistas e toda a sociedade.

Outra importante obra para a Casa de Cultura foi a reforma dos Jardins da

Casa de Cultura, proporcionada pelo Ministério do Meio Ambiente, atendendo

um pedido da presidência da FAC – Fundação de Arte e Cultura de Itaboraí,

cujo projeto e execução ficou a cargo da Fundação Jardim Botânico, em

parceria com a prefeitura de Itaboraí. Esse projeto foi especial, pois

proporcionou o retorno da beleza do jardim pertencente às irmãs Torres.

(54)

Para o futuro, já apresentamos na Superintendência de

Museus do Estado do RJ, um projeto para a criação do

Museu da Vila de Santo Antônio de Sá, que prestigiará

não só Itaboraí, mas toda a região que forma hoje o

CONLESTE. Outra proposta que temos atenção

especial, trata-se da revitalização do Centro Histórico

de Itambi – projeto S. José Del Rey, e do Ecomuseu, que

ligará todos os equipamentos culturais, históricos e

ambientais e, com a criação do Centro de Memória de

Arte Popular, proporcionar intercâmbios de nossos

artistas com outras regiões.

(55)
(56)

Casa de Câmara e Cadeia

A Freguesia de São João de Itaborahy foi elevada a categoria de vila pelo

decreto regencial de 15 de janeiro de 1833. A Câmara de Vereadores da

referida vila foi instalada em 22 de maio do mesmo ano, e não se sabe em qual

local, mas há três possibilidades: a primeira seria o Teatro da nova vila que era

dirigido pelo grande teatrólogo João Caetano dos Santos; a segunda seria a

Igreja Matriz de São João Batista; e a última, ao contrário das outras, que eram

lugares públicos, seria uma casa alugada[2], mais isso, como eu mesmo já

mencionei não passam de possibilidades, pois a Ata de instalação da câmara e

seu arquivo não existem mais, foram perdidos com o tempo.

O prédio da casa da Câmara só começaria a ser construído em 1836, por

solicitação do ano anterior, da referida casa legislativa ao presidente da

Província do Rio de Janeiro, o Sr Joaquim Rodrigues Torres, também nativo da

região de "Itaborahy" e futuro Visconde, como grandeza de Itaborahy.

(57)

"A vista das representações das Câmaras Municipaes das Villas de São João

de Itaborahy e Marica, tenho determinado mandar-lhes prestar para edificar

as respectivas casas da câmara e cadeia e de jurados, consignações mensais

sejam suficientes para concluírem as obras até o fim do anno seguinte"[3]

Conforme Ornellas Ramos[4] o projeto da câmara foi elaborado pelo

engenheiro militar alemão Major Júlio Frederico Koller, que também

foi autor do plano urbanístico de Petrópolis em 1843 e o projeto do

Paço Imperial da Concórdia. A obra só seria concluída em 1840,

abrigando assim, no pavimento térreo a cadeia pública e no pavimento

superior o plenário e demais salas para fins legislativos.

(58)

Forma eleitos para o cargo de vereadores: O barão de Itapacorá, Manoel

Antônio Álvares de Azevedo como presidente da Casa; Severino de Macedo

Carvalho, pai do ilustríssimo literário e historiador Joaquim Manoel de

Macedo; Padre Manoel de Freitas Carvalho Magalhães, vigário da Matriz de São

João Batista; José Augusto César de Menezes e José Barbosa Velho, possuindo

assim a câmara cinco vereadores.

Pelo mesmo decreto de 15 de janeiro de 1833, criava também seis comarcas

na Província do Rio de Janeiro, dentre elas a de Itaborahy.

Art. 1.º Haverá na Província do Rio de Janeiro, seis comarcas, a saber: a da Ilha

Grande, a de Rezende, a de Catagallo, a de Campos, a de S. João de Itaborahy, e

a de Rio de Janeiro.

Art. 2.º (…) a de S. João de Itaborahy compreenderá os termos das villas de S.

João de Itaborahy, de Magé, de Santo Antônio de Sá de Macacu, de Marica (…)

(59)
(60)

A PRIMEIRA LOJA MAÇÔNICA NO

BRASIL

Um fato histórico sem documentos que comprovem sua veracidade, deixa de ser um fato para ser uma possibilidade ou, o que é pior, uma invencionice que, de histórica, não tem nada. Não se faz História por ouvir dizer ou imaginando fatos. "A História", segundo Langlois e Seignobos, “nos ensina a relatividade de todas as coisas e a transformação incessante das crenças, das formas, das instituições”. Por aí se vê quão difícil é a missão daqueles que se debruçam sobre os mapas da vida para narrar o que para trás ficou. Ouve-se amiúde a expressão “a História é a mestra da vida”. Esta expressão está incompleta. A definição de História é ampla e abarca um círculo bem maior de verdades, ei-la: História vero testis temporum, lux veritatis, vita memorae, magistra vitae, nuntia vetustatis est (A História é verdadeiramente a testemunha dos tempos, a luz da verdade, a vida da memória, a mestra da vida, a mensageira dos tempos antigos). A História de nossa Instituição merece respeito. Deixemos, portanto, aos verdadeiros historiadores a missão de relatá-la. Nós outros, que historiadores não somos, devemos ter sempre diante dos olhos que a História é, antes de mais nada, a luz da verdade. Há muito tempo se discute qual teria sido a primeira Loja Maçônica instalada em nossa Pátria.

(61)

As opiniões divergem, deixando aqueles que não são ligados às coisas da História em palpos de aranha. Em quem acreditar? Hoje, mercê da criação das Lojas de Pesquisas, das Academias, dos jornais, boletins e das revistas maçônicas, algumas de altíssimo quilate, já se pode vislumbrar nos longes do horizonte maçônico uma luz que se torna cada vez mais forte. Alguns escritores, talvez por ufanismo, apontam brasileiros ilustres como tendo sido Maçons, sem que haja a mais mínima prova que estabeleça a veracidade da afirmativa. Outros, por ouvir dizer, ensinam coisas que absolutamente não podem provar. Só para exemplificar e sem citar nomes, temos debaixo dos olhos um publicação que, a par de belos artigos, traz um, naturalmente baseado em alguma coisa que o autor, talvez até bem intencionado, tenha tido conhecimento e tenha dado crédito à informação: Segundo os mais antigos registros, 1786 foi o ano do surgimento da Maçonaria no Brasil, com a volta do Irmão José Alves Maciel da Europa, formado em Coimbra onde Iniciou-se (sic), indo depois para a Inglaterra e França e lá freqüentava as Lojas Maçônicas. De volta ao Brasil, traz a mensagem da Maçonaria francesa, a Maçonaria inglesa defendia o sistema monárquico parlamentar constitucional e a Maçonaria francesa o sistema republicano. Funda Lojas em Vila Rica e Tijuco com propósitos políticos, organizando a revolução emancipacionista, que se chamou Inconfidência.

(62)

É possível que o articulista tenha tomado conhecimento das informações dadas por Joaquim Felício dos Santos que, sem aduzir quaisquer provas, afirmou que a Inconfidência houvera sido dirigida por Maçons. Felício dos Santos, ainda sem apontar onde buscara tal afirmativa, afirmou que Tiradentes e quase todos os conjurados eram pedreiros livres. Esta é a informação que nos é fornecida pelo historiador maçônico Frederico Guilherme Costa em “Questões Controvertidas da Arte Real”, vol. 3: Ao que tudo indica, o responsável por uma extravagante idéia de uma conjuração maçônica com a conseqüente liderança do Maçom (sic) Tiradentes foi Joaquim Felício do Santos… Rigoroso na pesquisa do documento possuía, porém, o gosto pelo romântico, que o levou ao devaneio de suas declarações sobre a Maçonaria na obra intitulada Memórias do Distrito Diamantino, infelizmente tão copiada e repetida pelos apaixonados pela tese altamente suspeita da Maçonaria que não houve na vida do protomártir da Nação brasileira. Não faz muito tempo, ouvimos um Irm:. de Loja afirmar que a primeira Loja brasileira era o Areópago de Itambé, sem que aduzisse coisa que lhe atestasse a verdade da afirmação.

(63)

Bons historiadores maçônicos, nos dias que correm, negam tal assertiva, apesar

da existência de outros que confirmam a opinião do meu Irmão de Loja. Mário

Name, em artigo inserto no Caderno de Pesquisas Maçônicas 11, edição da “A

TROLHA”, março de 1996, às páginas 18, escreve: Todos nós sabemos que ao

apagar das luzes do século XVIII, mais precisamente em 1796, o frade carmelita

Arruda Câmara fundou em Pernambuco, na divisa com o Estado da Paraíba, o

famoso Areópago de Itambé cuja finalidade, até hoje um pouco nebulosa, deu

margem a muita especulação, especialmente entre os ufanistas escritores

brasileiros. Marcelo Linhares, no seu livro História da Maçonaria, Ed. “A

TROLHA”, Londrina 1992, transcreve excerto de Mário Melo, tirado da obra

“Livro do Centenário Maçônico”, capítulo “A Maçonaria no Brasil” e que diz o

seguinte: Desprezando a tradição, podemos afirmar, baseados em documentos,

que a primeira Loja Maçônica associação secreta, movida pela liturgia, com fins

político-sociais, fundada no Brasil, foi o Areópago de Itambé (Pernambuco).

(64)

Instalou-o o botânico Arruda Câmara, ex-frade carmelita, médico pela

Faculdade de Montpellier, no último quartel do século XVIII, em 1796.

Linhares não aceita o que afirma Mário Melo: Apesar das opiniões mais

que abalizadas de Mário Melo e Oliveira Lima, este considerando uma

sociedade secreta, política e maçônica no seu espírito, senão no Rito

que lhe teria sido posterior, o Areópago de Itambé se nos parece mais

uma entidade cultural, onde se podia conspirar, que propriamente um

Organismo Maçônico. Entretanto, foi lá onde se abeberaram os líderes

dos futuros movimentos emancipacionistas republicanos,

salientando-se dentre eles Antônio Carlos Ribeiro de Andrade e Francisco de

Paula Cavalcanti de Albuquerque, Cavalheiro da Ordem de Cristo e

pois Barão de Suassuma. O saudoso Irm:.

(65)

Marcos Santiago, no seu livro Maçonaria, História e Atualidade

refere-se ao Areópago da refere-seguinte maneira: Em 1796 foi fundado o Areópago

de Itambé em Pernambuco, uma sociedade política secreta, que

objetivava fazer de Pernambuco uma república, e da qual faziam parte

Maçons e padres da igreja católica. Frederico Guilherme Costa, em

uma de suas obras, assinala: Sabemos que antes da Cavaleiros da Luz,

foi o Areópago de ltambé instalado pelo botânico Arruda Câmara,

ex-frade carmelita, médico pela faculdade de Montpellier em 1796. M. L.

Machado (Introdução à Historia da Revolução de 1817, 2ª Ed.). Citado

por Mário Melo, descreve o Areópago: Era o Areópago uma sociedade

política, secreta, intencionalmente colocada na raia das províncias de

Pernambuco e Paraíba, freqüentada por pessoas salientes de uma e

outra parte e donde saíam, como de um centro para a periferia, sem

assaltos nem arruídos, as doutrinas ensinadas.

(66)

Tinha por fim tornar conhecidos o estado geral da Europa, os estremecimentos e destroços dos governos absolutos, sob o influxo das idéias democráticas (Breves Ensaios sobre a História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1993). José Castellani, na excelente obra “Do Pó dos Arquivos”, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1995, ao fazer um estudo sobre a primeira Loja fundada no Brasil, preceitua: O Areópago, embora considerado o marco inicial das organizações maçônicas no Brasil, não era uma verdadeira Loja, tanto que o Padre João Ribeiro, que pertencera a ele, teve que ser Iniciado em Lisboa, o que, evidentemente, leva a crer que, na época, não existia Loja regular naquela região. Contudo, é bom observar que Castellani, com o peso de sua autoridade de historiador de primeira água, afirma que o Areópago é considerado o marco inicial das organizações maçônicas no Brasil. Se há os que negam tenha sido o Areópago uma Loja Maçônica, há os que afirmam o contrário. Além de Mário Melo, como já vimos antes, o Irm:. Antônio do Carmo Ferreira, atual Grão-Mestre do GOIPE, Maçom de invejável cultura e grande estudioso das coisas da Maçonaria, não aceita que o Areópago não tenha sido Loja

(67)

É o que se deduz ao ler um artigo de sua lavra, publicado em fevereiro de

1994, in Cadernos de Pesquisas Maçônicas 6, Ed. “A TROLHA”, Londrina. Após

discorrer sobre a fundação do Areópago e citar vários nomes de participantes

da instituição, informa que a casa onde funcionou o Areópago, na Rua Videira

de Melo (Itambé), foi derrubada na década dos anos 40 e, no seu lugar, em

1951, foi levantado um obelisco, perpetuando o fato. Ao terminar o artigo, aliás

muito bem lançado, Antônio do Carmo afirma, com todos os rr e ss que o

Areópago de Itambé foi uma Loja Maçônica, senão vejamos: Em 30 de agosto

de 1980, o Grande Oriente Independente de Pernambuco retomava o curso

da História, ao reinstalar (o grifo é nosso) o Areópago de Itambé, inaugurando

uma Loja Maçônica Simbólica com aquele nome distintivo. Realmente, o ato

consistiu em grave responsabilidade, não somente para os Maçons daquele

Oriente, mas também e sobretudo para a Potência que passou a ter em seu

seio a Oficina Berço da Maçonaria Brasileira (o grifo é nosso).

(68)

E é preciso ser digno disto. Já alguns historiadores de renome no mundo maçônico – José Castellani, Frederico Guilherme Costa, Ricardo Mário Gonçalves, entre outros – escreveram que a primeira Loja fundada no Brasil foi a “Cavaleiros da Luz”. Para tanto, eles se baseavam em escrito de F. Borges de Barros, publicado no Volume XV dos Anais do Arquivo Público da Bahia, intitulado Primórdios das Sociedades Secretas da Bahia, onde se afirma que tendo aportado a Salvador a fragata francesa “La Preneuse”, comandada pelo Capitão Larcher, logo se tornou alvo de visitas dos homens mais esclarecidos da terra e que dessas visitas, que se converteram em reuniões, surgiu a 14 de julho de 1797 a Loja Maçônica “Cavaleiros da Luz”. O escrito de Borges de Barros é de 1928. José Castellani, em artigo publicado na Revista Acácia, nº 33, de Porto Alegre, diz das razões por que a fonte de informação era respeitável: Borges de Barros, que era Diretor do Arquivo Público da Bahia e Grão-Mestre da Grande Loja da Bahia – a primeira a ser fundada no Brasil, quando da cisão de 1927 – publicou, em 1928, no volume XV dos Anais do Arquivo, às paginas 44 e 45, a história da “Cavaleiros da Luz”, informando que as reuniões preparatórias teriam sido realizadas a bordo da fragata “La Preneuse”, sob liderança do comandante Larcher.

(69)

A posição de Borges de Barros e sua intimidade com os arquivos tornavam fidedigna essa informação. E mesmo com contestações, não pode ser descartada a existência da “Cavaleiros da Luz”, sem profundo exame da questão. Tinha-se, pois, como certo que a primeira Loja Maçônica fundada no Brasil fora a “Cavaleiros da Luz”, fato que teria ocorrido na povoação da Barra aos 14 de julho de 1797. Essas observações de Castellani eram necessárias, porque surgiram sérias dúvidas sobre a veracidade das informações dadas por Borges de Barros, depois que apareceram documentos que negavam a presença da fragata “La Preneuse” em águas territoriais baianas. Quando exercíamos o Veneralato de nossa Loja “Ponto no Espaço 279″ (94/95), convidamos nosso Irm:. e historiador, professor da USP, Ricardo Mário Gonçalves para uma palestra sobre a primeira Loja Maçônica do Brasil e fomos surpreendidos ao ouvirmos daquele nosso ilustre Irm:. que a fragata “La Preneuse” jamais estivera no Brasil. O palestrante dizia que fazia tal afirmação escudado em trabalho publicado pelo historiador Luiz Henrique Dias Tavares que, por sua vez, fundamentava sua assertiva, baseado em pesquisa feita pela historiadora Kátia de Queirós Mattoso nos arquivos Nacional e da Marinha, em Paris.

(70)

Além de “La Preneuse” jamais ter estado no Brasil, Larcher, quando esteve em Salvador, desembarcou do navio “Boa Viagem”, em novembro de 1796, tendo embarcado de regresso à França em 2 de janeiro de 1797. E o ilustre palestrante argumentou: Se a “Cavaleiros da Luz” foi inaugurada em julho de 1797 e Larcher havia embarcado em janeiro daquele ano, como poderia aquele oficial da marinha francesa ter participado da fundação da Loja, conforme se apregoa? Por aí se vê que é necessário muito estudo, pesquisas e mais pesquisas para que, com base em fontes fidedignas, se possa afirmar que isto ou aquilo é realmente um fato histórico digno de fé. Nós, que não somos historiadores e que dependemos das informações que eles nos fornecem, precisamos meditar e meditar fundo nas palavras do historiador maçônico Frederico Guilherme Costa, autor de “Questões Controvertidas da Arte Real”, vol. 3, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1997, que depois de fazer um estudo sobre a temática que acabamos de expor, afirma: De tudo o que foi exposto conclui-se que a verdadeira função do historiador, que tem vida curta, consiste em rever permanentemente as informações que possui e que estão sendo sempre enriquecidas com novas fontes, partam elas de pesquisas de terceiros ou da sua própria, mas sempre tendo em mira a boa forma e o bom conteúdo, jamais a ironia.

(71)

A questão da nossa historiografia é uma disputa do significante, pois a escrita

só cumpre o seu papel quanto mais se aproxima da palavra. Ela é sempre

relativa. É da ordem do corpo e não do sentido, da cultura e não da natureza.

Mas, afinal, qual a primeira Loja Maçônica Regular fundada no Brasil? Mário

Name, no artigo retro citado, diz que a primeira Loja Maçônica fundada no

Brasil, na cidade do Rio de Janeiro, no ano de 1800, recebeu o nome de

“União”, e que um ano depois, devido ao grande número de Irmãos que a ela

aderiram, sofreu restruturação e passou a denominar-se “Reunião”. José

Castellani informa que é possível tenha existido a “União”, porém como não

existe documento algum que comprove a sua fundação, acredita que a

primeira Loja Maçônica fundada no Brasil foi a “Reunião”, em 1801, isto se

ficar provado que a “Cavaleiros da Luz” não existiu. Sobre o assunto vejamos

o que escreve Frederico Guilherme Costa em “Breves Ensaios sobre a

História da Maçonaria Brasileira, Ed. “A TROLHA”, Londrina, 1993, após ter

discorrido sobre o Areópago e sobre a “Cavaleiros da Luz”:

(72)

Mas segundo o manifesto de José Bonifácio publicado em 1832, a primeira Loja

Simbólica regular no Brasil foi instalada em 1801, debaixo do título de

REUNIÃO, filiada ao Oriente da Ilha de França, e nomeado para seu

representante o cavaleiro Laurent, que a fortuna fez aportar às formosas

praias da Bahia de Niterói e que presidira a sua instalação. Na mesma página, o

autor informa: Em 1801 a Loja “Reunião” é regulamentada instalada sob o

reconhecimento do Oriente da Ilha de França, seguindo-se as Lojas

“Constância” e “Filantropia”, subordinadas ao Grande Oriente Lusitano. Se a

Cavaleiros da Luz foi a primeira Loja Maçônica no Brasil e o Areópago o

primeiro núcleo secreto revolucionário, a Loja “Reunião”, à luz dos

documentos, respeitadas as leis e tradições maçônicas foi a PRIMEIRA LOJA

MAÇÔNICA REGULAR NO BRASIL. Mário Verçosa, past Grão-Mestre da

Grande Loja do Estado do Amazonas, relaciona as 16 primeiras Lojas do Brasil,

como vem exposto por Marcelo Linhares, na obra citada: 1. “Cavaleiros da

Luz”, em Salvador, BA – 1797 2

(73)

“Reunião”, no Rio de Janeiro, RJ – 1801 3. “Virtude e Razão”, em

Salvador, BA – 1802 4. “Constância”, no Rio de Janeiro, RJ –

1803 5. “Filantropia”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 6.

“Emancipação”, no Rio de Janeiro, RJ – 1803 7. “Beneficência”,

no Rio de Janeiro, RJ – 1803 8. “Distintiva”, em Niterói, RJ –

1812 9. “Comércio e Artes”, no Rio de Janeiro, RJ – 1815 10.

“Pernambuco Oriente”, em Recife, PE – 1817 11. “Pernambuco

Ocidente”, em Recife, PE – 1817 12. “Revolução Pernambucana”,

em Recife, PE – 1817 13. “União e Tranqüilidade”, no Rio de

Janeiro, RJ – 1817 14. “Esperança de Niterói”, em Niterói, RJ –

1821 15. “Conciliação de Pernambuco”, em Recife, PE – 1822 16.

“Nove de Janeiro”, no Rio de Janeiro, RJ – 1822.

(74)

Região Metropolitana

A Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, da

qual Itaboraí faz parte, reúne 19 municípios fluminenses.

A área geográfica, também conhecida como Grande Rio,

foi instituída pela Lei Complementar nº20, de 1º de

julho de 1974, após a fusão dos antigos estados do Rio

de Janeiro e da Guanabara, unindo as então regiões

metropolitanas do Grande Rio Fluminense e da Grande

Niterói. Com 11.812.482 habitantes, segundo o Senso

de 2008, é a segunda maior área metropolitana do Brasil,

a terceira da América do Sul e a 20ª maior do mundo.

(75)

Região Metropolitana

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro, segundo o IBGE,

ostenta um PIB de mais de R$ 170 bilhões, constituindo o

segundo maior pólo de riqueza nacional. Concentra 70% da

força econômica do estado e 8,04% de todos os bens e serviços

produzidos no país. Há muitos anos, congrega o segundo maior

pólo industrial do Brasil, contando com refinarias de petróleo,

indústrias naval, metalúrgicas, petroquímicas, gás-químicas,

siderúrgicas, têxteis, gráficas, editoriais, farmacêuticas, de

bebidas, cimenteiras e moveleiras. No entanto, as últimas

décadas atestaram uma nítida transformação em seu perfil

econômico, que vem adquirindo, cada vez mais, matizes de um

grande pólo nacional de serviços e negócios.

(76)

A área reúne os principais grupos nacionais e

internacionais do setor naval e os maiores estaleiros

do país e do estado, com cerca de 90% da produção

de navios e de equipamentos offshore no Brasil. No

setor de petróleo, verifica-se um arranjo de mais de

700 empresas, dentre as quais as maiores do Brasil.

A maioria mantém centros de pesquisa espalhados

por todo o estado e, juntas, produzem mais de 4/5

do petróleo e dos combustíveis distribuídos nos

postos de serviço do território nacional.

(77)

Relação de Prefeitos

Atual Prefeito de Itaboraí

Dr. Sadinoel

Obs: O chefe do poder executivo municipal até 1922 era o presidente da

Câmara. Somente a partir de 1923 se instituiu a figura do prefeito para o

poder executivo e o presidente da Câmara apenas para lidera aquela a

Casa de Leis.

De 1894 a 1901 - Vigário Joaquim Mariano de Castro Araújo.

De 1901 a 1902 - Dr. Joaquim Pereira dos santos e Cap. Brasilino Itajaí

Leal.

(78)

Relação de Prefeitos

Em 1904 e 1905 - Cap. Brasilino Itajaí Leal

Em 1906 - Dr. Fidélis de Azevedo Alves

Em 1907 e 1908 - Ten. Cel. José Joaquim Alves e Cap.

Brasilino Itajaí Leal

Em 1909 - Ten. Cel. José Joaquim Alves

De 1910 a 1913 - Dr. José Bernardino Batista Pereira

De 1914 a 1916 - Ten.Antônio Francisco da Silva Leal

De 1917 a 1922 - Cap. Antônio Ferreira Torres, Cap. José

Joaquim Barbosa e Ten.Antônio Francisco da Silva Leal.

(79)

Brasão

Criado pela lei nº 182 de maio de 1966, o Brasão de Armas de

Itaboraí é o símbolo do Município, cujas cores são; escudo

português em azul com uma pedra de sua cor sustentando uma

águia estendida de prata, ladeada por uma flexa a direita e uma

espada posta em pala, tudo em ouro; assente num contrachefe

cosido de vermelho, carregado de um pergaminho encimado

por uma pena posta em barra, também de ouro; bordado de

prata carregada de seis estrelas azuis. Coroa mural de cinco

torres de prata como apoio, duas hastes de cana, desfolhadas,

passando em aspas e colocadas sob escudo, e dois galhos de

laranjeiras frutados, dois potes de cerâmica, tudo natural, listel

de azul com a inscrição "1696 ITABORAÍ 1833" de ouro, e é de

uso obrigatório em todos os papéis oficiais da municipalidade.

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Brasão

Como justificativa do Brasão, tem-se que “o escudo de forma que melhor indica a origem de nosso povo e por isso mesmo em inúmeros brasões de cidade e estados brasileiros, presta-se para recomendar os primórdios de nossa civilização: a cor azul, que é a cor emblemática do zelo, caridade e lealdade, traduz virtudes que Itaboraí sempre testemunhou no império e na república, derivando-se o topônimo de Itaboraí, da língua tupi, que significa “Ita=pedra, boraí=bonita” ou Pedra Bonita Escondida na Água. Baseados nos pronunciamentos de historiadores e indianistas sobre a concepção do topônimo foi acrescentada ao brasão a pedra”, pois “Terra de Pedra Bonita” era a qualificativo dado pelos indígenas à região. A água, representa a realeza, veio traduzir a condição de Itaboraí como membro de destaque e de suporte da comunidade fluminense; a flecha recorda os primitivos donos e habitantes de nossa terra; a espada, simboliza São João Batista, pois Itaboraí também foi chamada de São João de Itaboraí; o contrachefe de vermelho, significa de modo genérico, que todos os brasileiros devem seu sangue à Pátria e particularmente, os primeiros itaboraiense que se sacrificaram em defesa de terra e engrandecimento da região. A bordadura de prata com oito estrelas identificam a municipalidade, identificando os oito distritos. A haste em cana e os galhos mostram riquezas agrícolas e os potes de cerâmica, a principal atividade industrial, ou seja, a dos artefatos de cerâmica.

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A Bandeira

A Bandeira Municipal foi criada pela mesma lei. Sua forma é quadrangular, com

20 módulos no comprimento horizontal e 14 no comprimento vertical. É um

retângulo terciado em pal, sendo o primeiro em azul, o segundo em prata

carregada do Brasão de Armas e o terceiro, alaranjado.

O uso da Bandeira Municipal é obrigatório em todas as solenidades civis do

município, como também, diariamente, no paço Municipal.

A lei nº 182 que oficializou o brasão e a Bandeira Municipal foi criada

exatamente a 18 de maio de 1966, pelo então e saudoso Prefeito, João Batista

Cáffaro.

Jornal a Folha de Itaboraí, 01 de junho de 1995 – Pesquisa e adaptação: equipe

sala de Memória – Fundação Cultural de Itaboraí.

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Hino de Itaboraí

Letra por Belizário,Paulinho Rezende e Haroldo Campos

Pedra Bonita, foi assim que te chamaram

Certa vez em Guarani

Terra bendita, é assim que hoje te chamo minha Itaboraí

Tens uma porta aberta para o mar

És a janela do nosso país

Quem vem de longe aprende a te amar Quem nasce aqui é a tua raíz

Com a argila do teu solo

O calor do teu colo

E o suor do teu povo

Vamos seguir com firmeza

E ajudar com certeza

A construir um mundo novo

És um eterno poema

Que tem como tema a felicidade Escrito pelo criador, que te transformou nesta bela cidade (Bis)

Teus laranjais, teus imortais A tua história é um hino de amor És a própria paz, porque sempre estás nas mãos de nosso senhor (Bis)

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Resuminho pra relembrar!

A origem está relacionada à história da

extinta Vila de Santo Antônio de Sá ou Vila de

Santo Antônio de Macacu, como também era

conhecida, que tem sua origem em 1567.

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Resuminho pra relembrar!

A fundação de Itaboraí ocorreu em 1672, com a

inauguração de uma capela dedicada a São João

Batista, substituída por outro templo em 1693. De

1700 a 1800, a freguesia de São João de Itaboraí

apresentou um notável desenvolvimento. Em 1778,

era a mais importante da Vila de Santo Antônio de Sá,

considerada um grande centro agrícola. Em 1780,

grande parte do açúcar produzido pelos oitenta

engenhos das freguesias próximas era embarcado em

caixas de madeira nos catorze barcos pertencentes

ao porto (daí o nome Porto das Caixas).

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