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LUCAS REPETTI PROPOSTAS DE REGULARIZAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO DA ÁREA 1 DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA.

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LUCAS REPETTI

PROPOSTAS DE REGULARIZAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO DA ÁREA 1 DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

Lorena - SP

2018

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LUCAS REPETTI

PROPOSTAS DE REGULARIZAÇÃO DO SISTEMA DE SEGURANÇA

CONTRA INCÊNDIO DA ÁREA 1 DA ESCOLA DE ENGENHARIA DE

LORENA

Monografia de conclusão de curso apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo como requisito parcial para obtenção de título de Engenheiro de Produção.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Ferro dos Santos

Lorena - SP

2018

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE

Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Automatizado da Escola de Engenharia de Lorena,

com os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Repetti, Lucas

Propostas de regularização do sistema de

segurança contra incêndio da área 1 da escola de engenharia de lorena / Lucas Repetti; orientador Eduardo Ferro dos Santos. - Lorena, 2018.

88 p.

Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão de Graduação do Curso de Engenharia de Produção - Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo. 2018 Orientador: Eduardo Ferro dos Santos

1. Segurança contra incêndio. 2. Prevenção. 3. Proteção. 4. Projeto. 5. Regularização. I. Santos, Eduardo Ferro dos, orient.

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RESUMO

REPETTI, L. Propostas de regularização do sistema de segurança contra incêndio da Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena. 2018. Monografia de conclusão de curso – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2018.

O presente trabalho visa destacar a importância da implementação de um sistema de prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco na Área 1 da EEL. São apresentadas medidas de prevenção, proteção passiva e proteção ativa contra incêndio, que devem seguir as normas determinadas pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP). Como método de pesquisa, foi realizado uma fundamentação teórica tomando como base a literatura existente sobre o tema, principalmente a legislação vigente no Estado de São Paulo, o Decreto Estadual 56.819/11. Seguida por um estudo de caso na Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena, no qual, após o levantamento de dados, comparou-se as medidas de proteção contra incêndio existentes com as medidas de proteção exigidas pela legislação e, assim, concluiu-se que o local estudado não atende as normas. Por fim, almejando-se um ambiente seguro contra incêndio para os alunos, professores e funcionários da EEL, foram apresentadas propostas de regularização que englobam a instalação de 28 extintores de incêndio, 117 luminárias de emergência, 40 alarmes de incêndio, 300 placas de sinalização de emergência, 36 hidrantes e uma bomba de incêndio.

Palavras-chave: Segurança contra incêndio, prevenção, proteção, projeto, regularização.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus em primeiro lugar, por sempre me dar forças e não me deixar desistir nos momentos de dificuldade.

À toda minha família, que sempre me apoiou e acima de tudo acreditaram, em meio a tantas dificuldades.

Ao meu pai, que além de exemplo como pessoa, é meu exemplo como um engenheiro e que tem me ajudado muito no meu início de carreira com sua vasta experiência.

Aos meus colegas de faculdade, que sempre estiveram comigo nos momentos de descontração e também nos momentos de estudo. Vou leva-los como parceiros para a vida.

À todos os meus professores que tive durante minha vida universitário, em especial os professores de Engenharia de Produção que sempre foram muito atenciosos e fizeram este curso acontecer.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Largura e altura mínimas do portão de acesso à edificação ... 23

Figura 2 - Porta de saída de emergência com barra antipânico ... 28

Figura 3 - Luminária de emergência ... 31

Figura 4 - Botoeira, detecção de fumaça e alarme ... 32

Figura 5 - Extintores de incêndio ... 34

Figura 6 - Hidrante duplo e abrigo ... 37

Figura 7 - Funcionamento de hidrante duplo em teste para Vistoria do CBPMESP .. 37

Figura 8 - Sprinkler do tipo upright ... 39

Figura 9 - Fluxograma das etapas do estudo de caso ... 45

Figura 10 - Porta de saída de emergência do Restaurante Universitário ... 53

Figura 11 - Luminária de emergência quebrada ... 54

Figura 12 - Escadas existentes no Prédio de Conjunto Laboratorial ... 55

Figura 13 - Extintor sem sinalização ... 56

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LISTA DE TABELAS

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Classes de incêndio e tipos de extintor ... 17

Quadro 2 - Classe dos materiais permitidos de acordo com a edificação ... 26

Quadro 3 - Simbologia de Orientação e Salvamento ... 29

Quadro 4 - Distâncias máximas de caminhamento em função do risco da edificação ... 33

Quadro 5 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho ... 35

Quadro 6 - Tipos de sistemas e volume mínimo da reserva de incêndio ... 36

Quadro 7 - Sistemas de introdução e extração de fumaça ... 39

Quadro 8 - Classificação quanto à altura ... 47

Quadro 9 - Classificação de risco quanto à carga de incêndio ... 48

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LISTA DE SIGLAS

AVCB Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBMES Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo

CBPMESP Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo CMAR Controle de materiais de acabamento e revestimento

COTEL Colégio Técnico de Lorena

DE Decreto Estadual

EEL Escola de Engenharia de Lorena

FAENQUIL Faculdade de Engenharia Química de Lorena

FAMENQUIL Faculdade Municipal de Engenharia Química de Lorena

FDE Fundação para o Desenvolvimento da Educação

IT Instrução Técnica

LGE Líquido gerador de espuma

NBR Norma Brasileira

RI Reserva de incêndio

SPDA Sistema de proteção contra descargas atmosféricas

TRRF Tempo requerido de resistência ao fogo

UP Unidade de passagem

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9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ... 11 2. OBJETIVO ... 13 2.1 Objetivo geral ... 13 2.2 Objetivo específico ... 13 3. REFERENCIAL TEÓRICO ... 14

3.1 Controle, proteção e prevenção do projeto ... 16

3.2 Normas e Regulamentações ... 19

3.3 Sistema de Segurança contra Incêndio ... 21

3.3.1 Prevenção contra incêndio ... 21

3.3.2 Proteção contra incêndio ... 21

3.3.2.1 Proteção passiva ... 22

3.3.2.1.1 Acesso de viatura na edificação ... 23

3.3.2.1.2 Separação entre edificações ... 24

3.3.2.1.3 Resistência ao fogo dos elementos de construção ... 24

3.3.2.1.4 Compartimentação ... 25

3.3.2.1.5 Controle de materiais de acabamento e de revestimento ... 25

3.3.2.1.6 Saídas de emergência ... 26

3.3.2.1.7 Sinalização de emergência ... 28

3.3.2.2 Proteção ativa ... 29

3.3.2.2.1 Iluminação de emergência ... 30

3.3.2.2.2 Sistema de detecção e alarme de incêndio ... 31

3.3.2.2.3 Sistema de proteção por extintores de incêndio... 32

3.3.2.2.4 Sistema de hidrantes e mangotinhos ... 34

3.3.2.2.5 Sistema de chuveiros automáticos (sprinklers) ... 38

3.3.2.2.6 Sistema de controle de fumaça ... 39

3.3.2.2.7 Sistema de proteção por espuma ... 40

3.3.2.2.8 Brigada de incêndio ... 41

3.3.3 Plano de Segurança contra Incêndio ... 41

4. MÉTODO DE PESQUISA ... 43

4.1 Local selecionado ... 43

4.2 Etapas do estudo de caso ... 44

4.2.1 Etapa I ... 45

4.2.2 Etapa II ... 46

4.2.2.1 Classificação quanto à ocupação ... 46

4.2.2.2 Classificação quanto à altura ... 47

4.2.2.3 Classificação quanto à carga de incêndio ... 47

4.2.2.4 Determinação das medidas de segurança contra incêndio ... 48

4.2.3 Etapa III ... 49

4.2.4 Etapa IV ... 50

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5.1 Análise e identificação de pontos de não-conformidade ... 51

5.1.1 Acesso de viatura na edificação ... 51

5.1.2 Segurança estrutural contra incêndio ... 51

5.1.3 Controle de materiais de acabamento ... 52

5.1.4 Saídas de emergência ... 52 5.1.5 Brigada de incêndio ... 53 5.1.6 Iluminação de emergência ... 54 5.1.7 Alarme de incêndio ... 54 5.1.8 Sinalização de emergência ... 55 5.1.9 Extintores de incêndio ... 56 5.1.10 Hidrantes e mangotinhos ... 56 5.2 Regularizações propostas ... 58

6. CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 60

REFERÊNCIAS ... 61

ANEXOS ... 65

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1. INTRODUÇÃO

Devido à grandes incêndios na década de 70 e 80, gerou no Brasil um aumento da preocupação em criar normas e legislações para que as edificações se tornassem mais seguras. Portanto, percebe-se que a procura por segurança contra o incêndio deve-se mais por questões circunstanciais do que pela conscientização (BRENTANO, 2010).

O acidente na boate Kiss na cidade de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em janeiro de 2013 deixando 242 pessoas mortas, foi o suficiente para mostrar o quão prejudicial pode ser quando uma edificação está fora de conformidade em relação às normas exigidas pelo Corpo de Bombeiros (MARTINS et al., 2014).

Pensando na segurança dos indivíduos e do patrimônio, cada um dos Estados do Brasil possui regras específicas em composição com as Normas Técnicas e Resoluções do Corpo de Bombeiros voltadas à preparação e construção de um projeto cujo objetivo é o de prevenir a ocorrência de um incêndio, dentre estas regras destaca-se a lotação máxima, número de saídas de emergência, proteção por extintores, detecção de fumaça, entre várias outras.

Segundo Ono (2004), uma edificação pode ser considerada segura quando a probabilidade da ocorrência de incêndio é baixa e, em caso de incêndio, a probabilidade de conter o seu avanço e todas os ocupantes escaparem com vida é alta.

Todas as ações voltadas especificamente no controle, combate ou prevenção de incêndios são pensadas na vida humana, e de modo secundário no patrimônio. A construção de um prédio e/ou edificação será considerada mais segura com o dever ético das pessoas responsáveis pela confecção e construção do projeto, para isso será necessário o cumprimento das exigências legais (FILHO, 2016).

Para Filho (2016), a segurança contra incêndios é o conjunto de práticas destinadas a reduzir os danos causados pelo incêndio. As medidas de segurança contra incêndio incluem ações que se destinam a prevenir a ignição de um incêndio não controlado, além daquelas que são fundamentais para limitar a propagação e os efeitos de um incêndio depois que se seu início.

Um plano de segurança contra incêndio é composto pelas medidas de segurança e é exigido pela legislação em âmbito municipal, estadual e federal. O proprietário do edifício, juntamente com um engenheiro, é responsável pela

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elaboração de um plano de segurança contra incêndios baseado nas exigências das normas e instruções técnicas vigentes para a edificação em questão. Ao fim da elaboração, o plano de segurança deve ser analisado e aprovado pelo Corpo de Bombeiros.

O plano de segurança contra incêndios é importante e muito útil para os bombeiros, pois, lhes permite ter conhecimento de informações críticas sobre a construção. Tais informações podem ser utilizadas para que os bombeiros possam localizar e evitar perigos potenciais, tais como áreas de armazenamento de materiais perigosos, e produtos químicos inflamáveis.

Ter a posse do certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros, conhecido como Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), além de comprovar que a edificação é segura contra incêndio, é importante para as indústrias, que cada vez mais estão sendo cobradas pelos clientes, principalmente multinacionais; também é relevante para as seguradoras, que cobram taxas mais elevadas pelo ausência do AVCB; e também para a obtenção do alvará de funcionamento para os casos de edificações de reunião de público (DIAS e BEMFICA, 2013).

Este tema tem ainda mais relevância quando se trata de um ambiente escolar, como por exemplo, a Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena, onde estudam por volta de 2.000 alunos e 300 funcionários, pois são muitas vidas envolvidas e sob responsabilidade da instituição.

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2. OBJETIVO 2.1 Objetivo geral

O objetivo geral do presente trabalho é propor a regularização das medidas de prevenção e proteção contra incêndio da Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena.

2.2 Objetivo específico

Como objetivos específicos foram escolhidos os seguintes:

• Analisar as medidas de prevenção e proteção contra incêndio existentes na Área 1 da Escola de Engenharia de Lorena;

• Comparar com as medidas de segurança contra incêndio exigidas pela legislação vigente no estado de São Paulo (Decreto Estadual 56.819/11 e suas instruções técnicas);

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3. REFERENCIAL TEÓRICO

O incêndio é um fogo com rápida oxidação de material exotérmico ou de processos químicos de combustão que libera calor e luz. Em certo ponto da reação de combustão chamado ponto de ignição são produzidas as chamas. A chama é a parte visível do fogo, ou seja, as chamas consistem principalmente em dióxido de carbono, vapor de água, oxigênio e nitrogênio, e se quente o suficiente, os gases podem se ionizar para produzir plasma (CBMES, 2016).

Para o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Espírito Santo (CBMES), todo incêndio é um fogo, porém nem todo fogo é um incêndio. O fogo só se torna incêndio quando se perde o controle sobre o mesmo.

O incêndio em sua forma mais comum resulta em fogo que tem o potencial de causar danos físicos e/ou materiais através da sua queima. Esse fogo é um processo importante que afeta sistemas ecológicos ao redor do globo terrestre. O fogo possui efeitos positivos que incluem o estimulo e crescimento de vários sistemas ecológicos (BRENTANO, 2010).

Por sua vez, os seus efeitos negativos incluem perigo para a vida humana, poluição atmosférica e contaminação da água. Se o fogo remove a vegetação protetora, as chuvas fortes podem conduzir a um aumento na erosão do solo pela água. Também, quando a vegetação é queimada, o azoto que contém é libertado para a atmosfera, ao contrário de outros elementos (potássio e fósforo) que permanecem nas cinzas e são rapidamente reciclados no solo, essa perda de nitrogênio causada pelo incêndio produz uma redução de longo prazo na fertilidade do solo que só lentamente se recupera quando o nitrogênio vai se fixando novamente no solo (SEITO et al., 2008).

Os incêndios começam quando um material inflamável ou combustível entra em combinação com uma quantidade suficiente de oxidante tal como gás oxigênio ou outro composto rico em oxigênio (embora existam oxidantes não oxigenados), essa exposição a uma fonte de calor ou temperatura ambiente acima do ponto de inflamação para a combustão é capaz de manter uma taxa de oxidação rápida que produz uma reação em cadeia, a esse fenômeno dá-se o nome de fogo. O fogo não pode existir sem todos esses elementos no lugar e nas proporções certas (SCHRADER, 2010).

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Caso venha a ocorrer um incêndio o primeiro passo dado na operação de combate a incêndio é o reconhecimento da origem do incêndio, identificação dos riscos para que o plano de combate seja iniciado. Alguns incêndios podem ser extintos por água, ou oxidante de inibição química da chama.

Os incêndios são classificados pelos tipos de combustível que queimam.

Classe A: os incêndios de classe A se originam de combustíveis comuns, como madeira, papel, lixo ou qualquer outra coisa que deixe uma cinza. A água funciona melhor para extinguir um incêndio de Classe A;

Classe B: os incêndios são alimentados por líquidos inflamáveis ou combustíveis, tais como óleo, gasolina e outros materiais similares. Os efeitos de isolamento que empobrecem o suprimento de oxigênio funcionam melhor para extinguir incêndios Classe B;

Classe C: os incêndios de Classe C são elétricos-energizados, e seu controle exige sempre desenergizar o circuito, em seguida, pode-se utilizar um agente de extinção não condutor, como dióxido de carbono;

Classe D: os incêndios são incêndios metálicos de combustíveis, aqui as principais fontes são o magnésio e o titânio. Uma vez que um metal se acenda, não se recomenda a utilização de água na tentativa de extingui-la. Use apenas um agente extintor de pó seco. Os agentes em pó seco funcionam sufocando e absorvendo o calor;

Classe K: os incêndios são incêndios que envolvem óleos de cozinha, gorduras ou gorduras animais e podem ser extintos usando um extintor de classe K (cuja composição é de bicabornato de potássio ou sódio e um agente úmido) (CAMILO JR, 2014, p. 56).

Com as chamas iniciadas, deve ocorrer uma reação em cadeia em que os incêndios podem sustentar o seu próprio calor através da libertação adicional de energia térmica no processo de combustão, esse evento pode se propagar, desde que haja um fornecimento contínuo de oxidante e combustível. Se o oxidante é o oxigénio do ar circundante, a presença de uma força de gravidade, ou de alguma força semelhante causada pela aceleração tal evento pode fazer com que o fogo se propague com maior facilidade, nesse caso, para combater a sua propagação é necessário a produção de convecção, o que remove os produtos de combustão e traz um fornecimento de oxigénio que pode ser utilizado para controle do fogo (BRENTANO, 2010).

Sem gravidade um fogo rapidamente rodeia-se com seus próprios produtos de combustão e gases não-oxidantes do ar que excluem o oxigênio e extinguem o fogo. Naturalmente, isto não se aplica se o oxigênio for fornecido ao fogo por algum processo diferente da convecção térmica (FDE, 2009).

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De acordo com Ferrari (2009 apud STOCKMANN, 2012), o fogo pode ser extinto removendo qualquer um dos seus elementos principais que são: combustível, comburente e calor.

Por outro lado, o fogo é intensificado pelo aumento da taxa global de combustão. Alguns métodos são utilizados para equilibrar a entrada de combustível e oxidante em proporções estequiométricas, aumentando a entrada de combustível oxidante nesta mistura para torna-la equilibrada e capaz de aumentar a temperatura ambiente para que o calor do fogo forte o suficiente para sustentar a combustão.

A capacidade de controlar o fogo trouxe grandes mudanças nos hábitos dos seres humanos. Com o fogo é possível criar calor e gerar luz para diferentes tipos de finalidades, assim, é possível cozinhar alimentos, aumentando simultaneamente a variedade e a disponibilidade de nutrientes, reduzindo doenças, matando os organismos nos alimentos, e permitindo melhora na qualidade de vida das pessoas (ARAÚJO, 2007 apud STOCKMANN, 2012).

3.1 Controle, proteção e prevenção do projeto

O calor produzido também ajudara as pessoas a permanecerem quentes do frio, permitindo-lhes viver com melhor qualidade em áreas com baixas temperaturas. O fogo também pode manter predadores noturnos afastados de certas áreas, e seu uso tornou-se progressivamente mais sofisticado, com ele sendo usado para criação de carvão e/ou para controle da vida selvagem (CAMILO JR, 2014).

Um incêndio é capaz de provocar queimaduras graves nos seres humanos, como também pode danificar a natureza e matar os animais. No entanto, com o crescimento da população, o desmembrar da natureza tem causado impacto no aquecimento do clima, com isso, a superfície da Terra mais propensa a incêndios cada vez maiores desastrosos, e esses incêndios prejudicam os ecossistemas e, causam problemas de saúde (SILVA, 1998).

Schrader (2010) ensina que existem certos tipos de extintores propícios para cada classe de incêndio, conforme ilustra o Quadro 1.

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Quadro 1 - Classes de incêndio e tipos de extintor

CLASSES DE INCÊNDIO

TIPO DE EXTINTOR

ÁGUA ESPUMA CO2 Pó BC Pó ABC

A Papel Madeira Tecidos Borracha Fibras

SIM SIM NÃO NÃO* SIM

B Gasolina Querosene Óleo Solventes GLP

NÃO SIM SIM SIM SIM

C Equipamentos Elétricos Energizados NÃO Conduz corrente NÃO Conduz

corrente SIM SIM SIM

D Pó de alumínio Magnésio Zircónio Potássio Titânio NÃO Pode provocar explosão NÃO Pode provocar

explosão NÃO NÃO* NÃO

K Óleo Gordura NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO**

* Existem pós especialmente indicados para a Classe "D" podendo ainda ser utilizado como alternativa grafite, limalha e de ferro ou areia seca.

** Fogo pode ser extinguido por unidade extintora não muito utilizada, Classe “K”.

Fonte: SCHRADER, 2010.

A prevenção de incêndio se destina a reduzir as fontes de ignição, e também orientar as pessoas como evitar a causar princípios de incêndios. Em edifícios e escolas, muitas vezes ocorrem a realização de ensaios visando informar e preparar os cidadãos sobre como reagir a uma situação de incêndio (CAMILO JR, 2014).

Segundo Pereira e Popovic (2007), a construção de prédios comerciais e residenciais, assim, como de certos espaços e/ou modelos exigem a proteção contra incêndio de moto passivo com sistemas ativos visando proteção e redução dos danos resultantes de um incêndio.

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A forma mais comum e rápida de proteção contra incêndio ativa é através de extintores de incêndio. Para maximizar a proteção contra incêndios de modo passivo em edifícios, materiais de construção são testados para resistência ao fogo, combustibilidade e inflamabilidade. Quando a prevenção de incêndios e a proteção não conseguir evitar danos, o seguro de incêndio pode amenizar eventuais prejuízos financeiros (CAMILO JR, 2014).

O objetivo da prevenção de incêndio é educar o público a tomar precauções para evitar incêndios potencialmente nocivos. Este é um método proativo de redução de emergências aos danos causados por incêndios. Durante a ocorrência de um incêndio os bombeiros serão responsáveis pelo seu controle e extinção. Após, a ocorrência de um incêndio, diferentes métodos de restauração e medidas são usados dependendo do tipo de dano de fogo que ocorreu, e sua restauração, após, o dano deve ser realizado por equipes especialistas em construção e manutenção do projeto (CAMILO JR, 2014).

Um projeto deve ter seu início, meio e fim bem definidos. Também concluímos que para ser caracterizado um projeto, o mesmo deve resultar em algo exclusivo, novo, diferente do que já exista, ou seja, o projeto é entendido como sendo o mecanismo que irá proporcionar que determinado projeto seja executado para fornecer uma atividade ou um produto (VALERIANO, 2005).

A administração de projetos é o ramo da Administração que visa analisar o planejamento e controle dos projetos a serem realizados. Administrar um projeto significa planejar a sua execução antes de iniciá-la e acompanhar a sua execução.

O PMBOK cita que um projeto é um empreendimento único, com início e fim definidos e se utiliza de recursos limitados. Sua condução é feita e cima de metas e objetivos pré-definidos, inclusive com relação ao tempo gasto neste empreendimento (VALERIANO, 2005, p. 67).

O planejamento do projeto visa o estabelecimento de metas e objetivos, a definição das tarefas a serem realizadas e o sequenciamento das tarefas baseadas nos recursos necessários e disponíveis. Um projeto bem-sucedido é aquele que termina dentro do prazo e orçamento previstos e dentro das especificações técnicas previstas. Para se conseguir conduzir um projeto com sucesso, há que se conhecerem bem suas próprias características, assim como as da organização onde o mesmo está inserido (XAVIER; XAVIER, 2013).

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A gerência de projetos é um ramo das ciências gerenciais que trata do planejamento e controle de projetos. Ainda, gerenciar um projeto significa, resumidamente, planejar a sua execução antes de iniciá-la e, a seguir, acompanhar a sua execução. No planejamento do projeto, são estabelecidas metas, o escopo é definido, as tarefas a serem realizadas são identificadas, o seu sequenciamento é estabelecido (BRENTANO, 2010).

Por isso, qualquer projeto pode ser desenvolvido pelo profissional chamado de gerente de projeto, cuja função é gerir o progresso do empreendimento através de variáveis (qualidade, custo, prazo e âmbito). Desta forma, seu objetivo geral é proporcionar que as falhas inerentes aos processos sejam minimizadas. Portanto, cabe ao gerente de projeto a tarefa de cumprir o objetivo estabelecido pelo cliente, utilizando seus conhecimentos a fim de executar o projeto da melhor maneira possível a fim de contornar quaisquer riscos durante sua execução (VALERIANO, 2005).

O gerenciamento de projetos é: planejamento, organização, direção e controle de recursos organizacionais de determinado empreendimento, deve-se levar em conta o tempo despendido, custo e desempenho na execução. Todo conhecimento adquirido pelo gerente será importância para se chegar à melhor conclusão para desenvolvimento do projeto (XAVIER; XAVIER, 2013).

Dentro do gerenciamento de projetos temos grupos especializados com a tarefa de planejar, executar, fazer, verificar e agir, com objetivos de iniciar e finalizar determinado projeto. Importante ressaltar que o Guia PMBOK descreve como se dará o processo de gerenciamento dispondo de forma organizada como se dará a construção do conhecimento. Na execução do projeto é possível acompanhar todas as informações, como por exemplo, suas características, quais técnicas serão empregadas entre outras. O Gerenciamento de projetos pode ser aplicado a qualquer tipo de empreendimento, independente do porte, prazo ou orçamento.

3.2 Normas e Regulamentações

No Estado de São Paulo, a Assembleia Legislativa através da Lei Complementar nº 1.257, de 06 de janeiro de 2015, determinou que todas as edificações e áreas de risco, com exceção das edificações de uso residencial unifamiliares, devem atender as exigências do Regulamento de segurança contra

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incêndio, elaborado pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo (CBPMESP), que está atualmente em vigor, o DE Nº 56.819 de 10 de março de 2011. Por sua vez, é de responsabilidade do CBPMESP regulamentar, analisar e vistoriar as medidas de segurança contra incêndio nas edificações e áreas de risco.

O DE atual possui 44 Instruções Técnicas (ITs), onde aborda com muito detalhe cada medida de segurança contra incêndio para as edificações atuais. Porém, a IT 43/2011 aborda especialmente as condições e as adaptações exigidas para as edificações já existentes no momento da publicação deste decreto, desde que as mesmas atendam à legislação vigente na época em que foram construídas.

No entanto, sabe-se que muitas edificações por ventura passam ilesas das tais vistorias e estão em funcionamento sem possuir o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), o que pode colocar em risco a vida de muitas pessoas que as frequentam.

O prazo de validade do AVCB é de 3 anos. Ao fim desses 3 anos, o AVCB deve ser atualizado ou substituído. A atualização se encaixa para os casos onde não houve grandes ampliações de área a ponto de ser necessário o redimensionamento dos sistemas de proteção contra incêndio. Caso contrário, deve ser feito a substituição do projeto de AVCB. É importante lembrar que as empresas que possuem a certificação ISO 14001 tem a vantagem de requisitar a prorrogação da validade do AVCB de 3 para 4 anos.

Na legislação federal, a Norma Regulamentadora n.º 23 – Proteção Contra Incêndios e também Normas Técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) estão em vigor e devem ser obedecidas em todo território nacional.

Vale ressaltar que os municípios também podem ter suas próprias normas regulamentadoras, como por exemplo código de obras e/ou edificações, elaboradas pela Câmara Municipal e que têm a mesma força obrigatória que a lei federal e estadual, porém é importante salientar que essas normas não podem e não devem ser conflitantes com as normas de âmbito federal e estadual, sendo que a lei federal prevalece devido ao princípio de hierarquia (ARAÚJO, 2012).

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3.3 Sistema de Segurança contra Incêndio

Segundo Ono (2004), as medidas de segurança contra incêndio podem ter caráter preventivo e de proteção, assim como todas as medidas de segurança. Ela própria define essas medidas conforme abaixo:

As medidas de prevenção de incêndio são aquelas associadas ao elemento precaução contra o início do incêndio e se destinam, exclusivamente, a prevenir a ocorrência do início do incêndio, ou seja, controlar o risco de início de incêndio.

As medidas de proteção contra incêndio são aquelas destinadas a proteger a vida humana e os bens materiais dos efeitos nocivos do incêndio que já se desenvolve no edifício. São necessárias ao sistema global de segurança contra incêndio, na proporção em que as medidas de prevenção venham a falhar, permitindo o surgimento do incêndio. Estas medidas compõem os seguintes elementos do sistema global: limitação do crescimento do incêndio; extinção inicial do incêndio; limitação de propagação do incêndio; precaução contra a propagação entre edifícios; evacuação segura do edifício; precaução contra o colapso estrutural; e rapidez, eficiência e segurança das operações de combate e resgate (ONO, 2004).

3.3.1 Prevenção contra incêndio

Conforme Ono (2004), pode-se concluir que a prevenção contra incêndio envolve todas as medidas de segurança antes do início do incêndio, ou seja, “o incêndio ocorre onde a prevenção falha” como afirma José Carlos Tomina, superintendente do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndios da ABNT.

A prevenção pode ser feita através da educação pública, ou seja, conscientizar as pessoas alertando sobre devidas precauções para que saibam como agir em determinadas situações, seja no ambiente de trabalho ou pessoal. Instalações elétricas bem isoladas e sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), conhecidos como para-raios, também são considerados seguranças preventivas contra incêndio, pois previnem que haja a incidência da fonte de calor que pode iniciar o incêndio (ONO, 2004).

3.3.2 Proteção contra incêndio

A proteção contra incêndio pode ser passiva ou ativa, sendo ambas de mesma importância na tarefa de amenizar os danos causados após o início do incêndio.

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As medidas de proteção passiva incluem medidas que não necessitam acionamento para o seu funcionamento, ou seja, são medidas de proteção incorporadas ao edifício, desde sua estrutura à sua acessibilidade. (ONO, 2004).

Por sua vez, as medidas de proteção ativa basicamente são constituídas por equipamentos e sistemas que necessitam de acionamento, manual ou automático, para o seu funcionamento. Podem ser consideradas como medidas que complementam às medidas passivas, e que diferente destas, não possuem nenhuma função em situação de funcionamento normal das edificações (SEITO et al., 2008).

É muito importante relevar que as medidas de proteção contra incêndio são definidas a partir dos tipos de edificações e áreas de risco que são classificadas em grupos de acordo com a sua ocupação e uso. Esses grupos são:

• A (Residencial);

• B (Serviço de hospedagem); • C (Comercial);

• D (Serviço profissional);

• E (Educacional e cultura física); • F (Local de reunião de público);

• G (Serviço automotivo e assemelhados); • H (Serviço de saúde e institucional); • I (Indústria);

• J (Depósito); • L (Explosivo); • M (Especial).

3.3.2.1 Proteção passiva

Medidas de proteção passiva bem planejadas e implantadas de forma correta é muito determinante para a segurança da edificação.

Evitar colapso na estrutura, impedir a propagação do incêndio para edificações vizinhas e para outras compartimentações do próprio edifício em chamas, possibilitar a saída dos ocupantes da edificação, facilitar o acesso de viaturas do corpo de bombeiros e controlar a quantidade de materiais combustíveis e

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inflamáveis no interior da edificação estão entre as principais medidas de proteção passiva (ONO, 2004).

3.3.2.1.1 Acesso de viatura na edificação

A acessibilidade da viatura ao edifício é uma das medidas de segurança exigidas para a grande maioria das edificações pelo CBPMESP que é de extrema importância principalmente para a agilidade de ação dos agentes de combate ao incêndio (CBPMESP, 2011).

A IT 06/2011 – Acesso de viatura na edificação e áreas de risco – define via de acesso como “[...] arruamento trafegável para aproximação e operação dos veículos e equipamentos de emergência juntos às edificações ou áreas de risco”, e também especifica medidas como a largura e altura mínimas das vias e portões de acesso. Para as vias de acesso é exigido uma largura mínima de 6m e suportar um peso de 25 toneladas para suportar as viaturas. Já para o portão de acesso a largura mínima é de 4m e a altura é de 4,5m, como ilustra a Figura 1.

Figura 1 - Largura e altura mínimas do portão de acesso à edificação

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3.3.2.1.2 Separação entre edificações

O afastamento mínimo entre edificações é tratado na IT 07/2011 – Separação entre edificações (isolamento de risco), o principal objetivo dessa medida de segurança é evitar que a edificação em chamas gere incêndio em edificações vizinhas através da radiação de calor, convecção de gases quentes ou transmissão de chamas.

De acordo com a IT 07/2011, para realizar o cálculo da distância mínima entre as edificações é necessário primeiramente determinar o grau de severidade dessas edificações, que está relacionado à carga de incêndio presente no interior, e também deve-se considerar a porcentagem de aberturas nas faixadas, como por exemplo, janelas.

3.3.2.1.3 Resistência ao fogo dos elementos de construção

A resistência de um material em relação ao fogo é medida pelo tempo, em minutos, que o mesmo pode suportar em meio a chamas de um incêndio sem perder as características pela qual foi destinado a desempenhar, que, basicamente, é o de suportar o peso da edificação (ROSA, 2010).

De acordo com a IT 08/2011 – Resistência ao fogo dos elementos de construção – é necessário que as estruturas e compartimentações atendam aos tempos requeridos de resistência ao fogo (TRRF) para que em situação de incêndio possam evitar um colapso estrutural e assim, os ocupantes da edificação tenham tempo suficiente para evacuá-lo em segurança.

Como todas as outras medidas de segurança contra incêndio, o TRRF está diretamente ligado ao tipo de ocupação da edificação, e está especificado de acordo com a sua altura, como mostra tabela do Anexo A, sendo necessário a apresentação de laudos e ensaios que comprovem a resistência dos materiais utilizados. Em algumas situações de menor risco, o Corpo de Bombeiros isenta o edifício de atender ao TRRF, porém essas situações estão especificadas na mesma IT.

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3.3.2.1.4 Compartimentação

Há dois tipos de compartimentação, a compartimentação horizontal e a compartimentação vertical. Entretanto, o objetivo essencial de ambas é o mesmo, garantir que o incêndio permaneça somente no ambiente onde se iniciou. A diferença é que a compartimentação horizontal impede essa propagação de incêndio no pavimento em que está em chamas, já a compartimentação vertical impede a propagação de incêndio para outros pavimentos (CAMI e BERGIANTE, 2014).

Segundo a IT 09/2011 – Compartimentação horizontal e compartimentação vertical, os seguintes elementos construtivos ou de vedação fazem parte das compartimentações:

• Paredes corta-fogo; • Portas corta-fogo; • Veladores corta-fogo;

• Registros corta-fogo (dampers); • Selos corta-fogo;

• Cortina corta-fogo;

• Afastamento horizontal entre aberturas.

Também é importante relevar que existe um limite de área por compartimentação para cada tipo de edificação, essa especificação é encontrada na Tabela de área máxima de compartimentação da IT 09/2011.

3.3.2.1.5 Controle de materiais de acabamento e de revestimento

Além da importância da estrutura das edificações, também é necessário levar em consideração os materiais de acabamento e revestimento para que, em caso de incêndio, não ocorra a propagação de fogo e formação de fumaça, o que acaba dificultando muito a visibilidade e pode ser letal.

Segundo a IT 10/2011 – Controle de materiais de acamamento e de revestimento, o controle de material de acabamento e revestimento (CMAR) deve ser exigido para pisos, paredes/divisórias, tetos/forros e coberturas.

Os materiais são divididos entre as classes I, II (A e B), III (A e B), IV (A e B), V (A e B) e VI, de acordo com tabelas do Anexo C. No momento da compra de

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algum material, o fornecedor tem a obrigação de fornecer um laudo comprovando a classe desse material. Para atender ao CMAR exigido, o comprador deve se atentar quais classes de materiais são permitidas para o tipo de utilização a qual vai ser destinado.

O Quadro 2 apresenta as classes dos materiais permitidos para cada tipo de edificação de acordo com a sua finalidade.

Quadro 2 - Classe dos materiais permitidos de acordo com a edificação

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 10/2011.

3.3.2.1.6 Saídas de emergência

Segundo Filho (2016), muitas vezes as saídas de emergência são ignoradas em projetos para diminuição de custos, porém é uma medida de proteção extremamente importante e determinante para toda que toda a população possa abandonar a edificação em uma ocorrência de incêndio ou de pânico.

A IT 11/2014 – Saídas de emergência – estabelece requisitos mínimos para dimensionar as saídas de emergência através de unidades de passagem (UPs), sendo que as UPs dependem da abertura das portas de saídas de emergência conforme a seguir:

• 80 cm, valendo por 1 unidade de passagem; • 1 m, valendo por 2 unidades de passagem;

• 1,5 m, em duas folhas, valendo por 3 unidades de passagem; • 2 m, em duas folhas, valendo por 4 unidades de passagem.

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O Anexo D deste trabalho contém tabela fornecida pelo CBPMESP no DE, que informa a capacidade de pessoas por UP de acordo com o tipo de ocupação da edificação. As saídas de emergências são compostas por:

• Escadas e rampas; • Rotas de fuga;

• Acessos ou corredores; • Descarga;

• Elevadores de emergência.

Rotas de fuga são fundamentais para que os ocupantes da edificação possam chegar até as portas de emergência e, posteriormente, ao exterior da edificação. Assim como as portas de emergência, as rotas de fugas devem atender larguras mínimas e possuir iluminação de emergência (NBR 9077, 2001).

Outro fator importante para as rotas de fuga é que devem obedecer ao limite das distâncias percorridas para atingir um local de relativa segurança, como por exemplo, espaço livre exterior, área compartimentada com acesso ao espaço livre exterior, área de refúgio e outros. A IT 11/2014 fornece a tabela apresentada no Anexo E, com as distâncias máximas de caminhamento e mostra que podem ser encurtadas mediante a presença de proteção por chuveiros automáticos e/ou detecção de fumaça.

As portas de saídas de emergência, em ambientes com capacidade maior que 100 pessoas, devem abrir no sentido do trânsito de saída e, para locais de reunião de público, devem possuir barra antipânico, como a saída de emergência da Figura 2 (IT 11/2014).

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Figura 2 - Porta de saída de emergência com barra antipânico

Fonte: Arquivo pessoal

3.3.2.1.7 Sinalização de emergência

A sinalização de emergência é composta por sinais visuais instalados em locais convenientes ao longo das rotas de fuga até às portas de saída de emergência, com o objetivo do sucesso da evacuação da edificação de todos os ocupantes em situações de emergência (FILHO, 2016).

Na IT 20/2011 – Sinalização de emergência – encontra-se todos os tipos de especificações para as placas de sinalização de emergência, como material da placa, cor, dimensão, posição de instalação, simbologia e locais onde há necessidade de instalação.

Existem 4 tipos de sinalização de emergência básica: • Sinalização de proibição;

• Sinalização de alerta;

• Sinalização de orientação e salvamento; • Sinalização de equipamentos.

Com o intuito de demonstrar exemplos, o Quadro 3 apresenta apenas uma parte das simbologias das sinalizações de emergência da IT 20/2011 foi acrescentado ao presente trabalho devido sua grande extensão.

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Quadro 3 - Simbologia de Orientação e Salvamento

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 20/2011.

3.3.2.2 Proteção ativa

Os principais objetivos da proteção ativa é primeiramente detectar rapidamente o início do incêndio, alertar aos ocupantes da edificação e, por último e mais importante, combater o incêndio. Segundo o CBPMESP, os principais

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equipamentos e sistemas de proteção ativa e suas respectivas Instruções Técnicas (ITs) são:

• Sistema de iluminação de emergência – IT 18/2011;

• Sistema de alarme manual de incêndio (botoeiras) – IT 19/2011; • Sistema automático de detecção e alarme de incêndio – IT 19/2011; • Sistema de proteção por extintores de incêndio – IT 21/2011;

• Sistema de hidrantes e mangotinhos – IT 22/2011;

• Sistema de chuveiros automáticos (sprinklers) – IT 23/2011; • Sistema de controle de fumaça – IT 15/2011;

• Sistema de proteção por espuma – IT 25/2011; • Brigada de incêndio – IT 17/2014.

Cada um desses sistemas citados acima é abordado individualmente nas ITs do Decreto Estadual nº 56.819/2011, onde há especificações para os vários tipos de edificações e ocupações. É importante relevar que as normas da ABNT também tratam de todos esses sistemas.

3.3.2.2.1 Iluminação de emergência

A iluminação de emergência é uma das medidas de segurança mais importante para o encaminhamento dos ocupantes ao exterior da edificação. É bastante comum que em situações de incêndio ocorra o corte da alimentação de eletricidade e, portanto, a dificuldade de encontrar a saída, para esses casos há as iluminações de emergência que podem ser alimentadas por baterias ou motogeradores. E segundo a NBR 10898 (1999), é obrigatório a presença da iluminação de emergência em todas os caminhamentos que levam ao exterior da edificação.

A IT 18/2011 – Iluminação de emergência – informa que a distância entre pontos de iluminação não pode ultrapassar 15m e entre o ponto e a parede 7,5m, mesmas distâncias exigidas pela ABNT na NBR 10898/99 – Sistema de iluminação de emergência, que também exige que as luminárias tenham autonomia mínima de funcionamento de 1 hora. A Figura 3 mostra uma luminária de emergência com as especificações adequadas.

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Figura 3 - Luminária de emergência

Fonte: Arquivo pessoal

O nível de iluminamento mínimo exigido pela IT 18/2011 é de 3lux (unidade de iluminamento do Sistema Internacional) para locais planos e de 5lux para locais com desníveis, como por exemplo escadas. Segundo a NBR 10898/99, em casos de iluminação desfavorável em que haja necessidade da realização de teste para verificação da iluminação de emergência e sua intensidade é necessário a visualização de um corpo sólido com cor parecida com a do piso a uma distância de 5m.

3.3.2.2.2 Sistema de detecção e alarme de incêndio

O sistema de detecção e alarme de incêndio, como o próprio nome sugere, é o sistema que identifica o princípio de incêndio e consequentemente soa o alarme. Os tipos de sistemas de detecção de incêndio automático mais utilizados são os aparelhos que detectam fumaça, elevação da temperatura (calor) e chamas. Após detectar o princípio de incêndio, deve-se ocorrer o acionamento de outros sistemas de proteção de incêndio, como por exemplo os sistemas de chuveiros automáticos e

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de espuma. Esse acionamento pode ser de maneira automática ou manual (OLIVEIRA et. al., 2013).

É importante destacar que em alguns casos não é exigido a detecção automática de incêndio, sendo somente necessário a instalação do sistema de alarme e dos acionadores manuais (botoeiras). É comum que seja exigido a detecção automática de incêndio em locais onde não há presença de pessoas, como depósitos e subestações elétricas e também em edificações de grande porte.

A IT 19/2011 – Sistema de detecção e alarme de incêndio – determina que a distância máxima a ser percorrida por uma pessoa até o acionador manual mais próximo não deve superar 30m e também sugere que os acionadores manuais sejam instalados próximos aos hidrantes.

A central de monitoramento também é um item importante exigido pela IT, que deve ser instalada em local onde há pessoas 24 horas por dia. A central recebe um sinal no instante em que é detectado o princípio de incêndio ou ocorrer o acionamento manual do alarme e, rapidamente, se toma o conhecimento da localização exata da ocorrência.

A Figura 4 ilustra uma botoeira, um detector de fumaça e uma sirene de alarme.

Figura 4 - Botoeira, detecção de fumaça e alarme

Fonte: INSIDE ENGENHARIA, 2017.

3.3.2.2.3 Sistema de proteção por extintores de incêndio

O extintor de incêndio é uma das medidas de proteção mais comum e utilizada há muito tempo, e estão presentes na grande maioria das edificações. É um equipamento utilizado para combater rapidamente princípios de incêndios de menor

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porte através de agentes extintores capazes de interromper a combustão (MAIA et al., 2015).

Como mostrado na Quadro 1 – Classes de incêndio e tipos de extintor – deste trabalho, os extintores podem ser à base de água, espuma, dióxido de carbono e pós químicos, e, portanto, para cada um deles há uma classe de incêndio adequada para a utilização.

Os extintores, que podem ser portáteis ou sobrerrodas, são classificados de acordo com sua capacidade extintora, que indica o poder de combate ao incêndio. Para edificações com cargas de incêndio mais elevadas exige-se que a capacidade extintora também seja elevada (IT 21/2011).

Segundo a IT 21/2011 – Sistema de proteção por extintores de incêndio, cada extintor deve estar lacrado, dentro do prazo de validade estabelecido pelo fabricante, estar devidamente sinalizado de acordo com a IT 20/2011 – Sinalização de emergência – e instalado de tal forma que o usuário não percorra uma distância maior que a definida pelo Quadro 4:

Quadro 4 - Distâncias máximas de caminhamento em função do risco da edificação

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 21/2011.

Um exemplo de extintores de incêndio instalados de forma adequada e devidamente sinalizados é ilustrado pela Figura 5.

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Figura 5 - Extintores de incêndio

Fonte: SIG INCÊNDIO, 2016.

3.3.2.2.4 Sistema de hidrantes e mangotinhos

A rede de hidrantes e mangotinhos é muito importante para o combate ao incêndio, principalmente quando o fogo já se alastrou e tomou grandes proporções, pois a pressão da água proveniente desse sistema de proteção é alta, portanto possui vazões bastante elevadas capaz de lançar jatos de água à longas distâncias. A rede é formada por tubulações fixas, subterrâneas ou não, que leva a água da fonte aos hidrantes instalados em posições estratégicas (BECKER, 2005).

Diferentemente dos extintores, hidrantes e mangotinhos são de uso exclusivo do Corpo de Bombeiros e brigadistas, que são devidamente habilitados e treinados de acordo com a IT 17/2014 – Brigada de Incêndio, pois o seu manuseio não é simples e pode oferecer riscos ao operante.

A IT 22/2011 – Sistema de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio – informa todas as especificações e cálculos necessários e suficientes para se obter o dimensionamento do sistema capaz de garantir o funcionamento de toda a rede de hidrantes, que consiste na determinação do caminhamento das tubulações e diâmetros. A mesma IT também exige o cálculo da bomba de incêndio que deve ser realizado a partir dos dois hidrantes mais desfavoráveis em relação a bomba, ou seja, os hidrantes que necessitam de uma vazão maior da bomba para que atendam a vazão mínima exigida pelo Corpo de Bombeiros e atinjam toda a área das edificações.

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Um hidrante pode ser simples ou duplo, sendo que o simples possui apenas uma expedição, vulgarmente conhecido como boca, e o duplo possui duas expedições. Já o número de tipos de sistemas de proteção por hidrantes ou mangotinhos é maior devido a possibilidade de variações, como diâmetro do esguicho e da mangueira, vazão e pressão, conforme determina o Quadro 5:

Quadro 5 - Tipos de sistemas de proteção por hidrante ou mangotinho

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 22/2011

O Quadro 6 contém os tipos de sistemas e o volume mínimo da reserva de incêndio (RI) adequada para cada tipo de edificação de acordo com o grupo de ocupação:

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Quadro 6 - Tipos de sistemas e volume mínimo da reserva de incêndio

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 22/2011

Além disso, é importante relevar também que cada ponto de hidrante ou mangotinho deve atender os seguintes pontos:

• Dispor de um abrigo que contenha mangueiras com comprimento mínimo de 30m, um esguicho e chave storz por boca de hidrante; • Estar devidamente sinalizado de acordo a IT 20/2011 – Sinalização de

emergência;

• Quando interno à edificação, não devem distanciar mais de 5m da porta;

• Não devem estar posicionados em escadas ou antecâmaras de fumaça;

• Pontos de tomada de água devem estar posicionados de 1,0m a 1,5m de altura do piso;

• Em hipótese alguma estar com acesso obstruído.

Na Figura 6 encontra-se um ponto de hidrante duplo devidamente sinalizado e um abrigo.

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Figura 6 - Hidrante duplo e abrigo

Fonte: EXTINCENTER, 2017.

A Figura 7 mostra o funcionamento de um hidrante duplo durante uma vistoria realizada pelo CBPMESP em uma indústria da região do Vale do Paraíba.

Figura 7 - Funcionamento de hidrante duplo em teste para Vistoria do CBPMESP

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3.3.2.2.5 Sistema de chuveiros automáticos (sprinklers)

O sistema de proteção por chuveiros automáticos é um sistema que é acionado no instante em que é detectado o princípio de incêndio e, assim, grande quantidade de água é jogada no local detectado em forma de dilúvio. Essa detecção pode ser feita através de sensores de fumaça, que funcionam por meio de regiões, ou seja, quando detectado todos os chuveiros do ambiente são acionados; outra forma do acionamento de um chuveiro pode ser feita pelo próprio chuveiro, quando o mesmo possui um sensor de temperatura, neste caso somente o chuveiro que detectou o aumento da temperatura é acionado (BRENTANO, 2010).

Assim como o sistema de hidrantes e mangotinhos, o sistema de chuveiros automáticos deve atender uma vazão mínima no chuveiro mais desfavorável e deve ser dimensionado através de cálculos hidráulicos. O CBPMESP exige que quando apresentado, o sistema deve conter desenhos com todo o caminhamento da tubulação até o abastecimento de água.

Para os casos em que é exigido o sistema de chuveiros automáticos juntamente com o sistema de hidrantes e mangotinhos deve-se certificar que a bomba de incêndio fornecida para o abastecimento da rede de hidrantes também seja suficiente para atender as vazões requeridas para o sistema de chuveiros automáticos, segundo a IT 23/2011 – Sistema de chuveiros automáticos.

A Figura 8 mostra um sprinkler do tipo upright, que é acionado quando altas temperaturas, que são predeterminadas pelo fabricante, aquece e faz com que o fluído contido no interior da ampola de vidro se expanda, quebrando-a, ocorrendo a liberação de água.

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Figura 8 - Sprinkler do tipo upright

Fonte: SOUZA, 2017.

3.3.2.2.6 Sistema de controle de fumaça

Vale ressaltar a importância dessa medida de proteção, pois em um ambiente onde a fumaça está estocada, segundo Seito et al. (2008 apud STOCKMANN, 2012) sua velocidade de espalhamento pode chegar a 2m/s e assim, a visibilidade é totalmente afetada dificultando a evacuação do ambiente, além de ser tóxica para o ser humano podendo levar a óbito.

Segundo a IT 15/2011 – Controle de fumaça, basicamente, o sistema de controle de fumaça consiste na entrada de ar limpo e saída da fumaça. Existem três tipos para que esse sistema aconteça, conforme mostra o Quadro 7.

Quadro 7 - Sistemas de introdução e extração de fumaça

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011 de São Paulo, IT 15/2011 – Parte 1.

Portanto, a edificação pode ser projetada com aberturas de modo que haja entrada e saída natural de ar, fazendo com que, em casos de incêndios, a fumaça seja extraída da edificação. É a maneira mais simples, porém se devidamente

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calculada é extremamente eficaz. A segunda opção é a existência de aberturas para a entrada natural de ar limpo e exaustores mecânicos para a extração de fumaça. A última opção é quando o sistema é totalmente mecânico, ou seja, há exaustores tanto para a entrada de ar quanto para extrair fumaça. Para os casos de uso de exaustores, eles somente são acionados com a detecção de fumaça.

3.3.2.2.7 Sistema de proteção por espuma

O sistema de proteção por espuma é muito utilizado para combater grandes incêndios oriundos de líquidos combustíveis e inflamáveis. Porém, não é eficiente contra incêndios em água, gases e em equipamentos elétricos, pois a espuma é um agente extintor que conduz corrente elétrica, de acordo com a IT 02/2011 – Conceitos básicos de segurança contra incêndio.

Existem vários tipos de sistemas de proteção por espuma, que são dimensionados de acordo com a necessidade na IT 25/2011 – Segurança contra incêndio para líquidos combustíveis e inflamáveis. Levando em consideração a mobilidade, esses sistemas podem ser:

• Fixos: O sistema fixo geralmente é utilizado em tanques de armazenamento de combustíveis, onde a espuma é aplicada através de câmaras fixas no interior dos tanques de maneira automática ou semiautomática. Outro tipo de sistema fixo bastante utilizado é um sistema semelhante ao sistema de chuveiros automáticos, comum em hangares;

• Semifixos: São sistemas para auxiliar os sistemas fixos, utilizados na parte externa dos tanques de combustíveis. São considerados semifixos devido a espuma que alimenta esse sistema normalmente ser originada por líquidos geradores de espuma (LGE), que são reservatórios móveis, e que são conectados em um hidrante ou canhão monitores, que são equipamentos fixos;

• Móveis: São sistemas totalmente independentes, como por exemplo extintores de espuma e carretas.

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3.3.2.2.8 Brigada de incêndio

A ação dos brigadistas em um incêndio é de muita importância, pois são eles que auxiliam na prevenção, e em caso de incêndio, no abandono da edificação e no combate inicial do incêndio antes da chegada do Corpo de Bombeiros. Portanto, cada um deles passa por um treinamento especializado, onde aprendem a manusear os sistemas de proteção contra incêndio e analisar cada situação para tomarem as decisões cabíveis (FILHO, 2016).

Ser alfabetizado, conhecer as instalações das edificações da planta e possuir uma boa forma física são alguns dos pré-requisitos para poder se candidatar à vaga de brigadista de acordo com a IT 17/2014 – Brigada de incêndio.

A brigada de incêndio deve ser composta pelos brigadistas, e dentre os brigadistas deve ser escolhido um líder, responsável por um determinado setor; um chefe da edificação ou do turno e um coordenador geral, responsável por todas as edificações que compõem uma planta (IT 17/2014).

O dimensionamento da brigada de incêndio deve ser feito consultando a Tabela A.1 presente no Anexo A, da IT 17/2014, do DE 56.819/2011.

3.3.3 Plano de Segurança contra Incêndio

Os objetivos principais do plano de segurança contra incêndio são minimizar o risco de morte e reduzir a perda patrimonial. A rápida evacuação do edifício está diretamente ligada à segurança e ao salvamento de vidas, por isso as rotas de fuga e saídas de emergência devem receber o devido valor. A rápida evacuação e a redução da perda patrimonial são consequências de um plano de segurança bem elaborado e implantado (FILHO, 2016).

“[...] edificação segura é aquela que possui uma reduzida probabilidade de que um princípio de incêndio venha ocorrer, e caso ocorra, que exista uma alta probabilidade de que todos os seus ocupantes tenham suas vidas e integridade física preservadas [...]” (FILHO, 2016, p.18).

Para que uma edificação ou área de risco seja considerada segura contra incêndios, aprovada pelo Corpo de Bombeiros e receba o AVCB, precisa-se elaborar um plano de segurança contra incêndio que atenda as normas e exigências do

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Corpo de Bombeiros, no caso do Estado de São Paulo, o regulamento que está em vigor no ano de 2017 é o Decreto Estadual nº 56.819/2011.

Afim de elaborar um bom e consistente plano de segurança contra incêndio, o desenvolvedor do projeto deve seguir à risca as instruções e classificações das edificações presentes no DE. As edificações e áreas de risco são classificadas por meio de tabelas quanto à ocupação, altura e carga de incêndio. Somente após a classificação, é possível consultar as medidas de segurança contra incêndio exigidas pelo CBPMESP e assim, elaborar o plano de segurança contra incêndio adequado.

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4. MÉTODO DE PESQUISA

Na elaboração desta monografia foi utilizado o método de estudo de caso. Como parte fundamental para a realização do estudo de caso, antes foi feito uma fundamentação teórica na literatura existente relacionada à segurança contra incêndio, como artigos, livros, monografias e websites.

Segundo Fonseca (2002), um estudo de caso pode ser caracterizado como um estudo de uma entidade bem definida com o intuito de investigação particularista que visa conhecer o seu “como” e os seus “porquês”.

O estudo de caso é uma unidade de análise na pesquisa de caso. Pode ser uma análise de uma história do passado ou atual, podendo usar diferentes casos da mesma empresa para diferentes questões ou até mesmo a busca de um mesmo problema para diferentes contextos na mesma empresa (VOSS et al., 2002).

O estudo de caso é uma espécie de histórico de um fenômeno, extraído de múltiplas fontes de evidências onde qualquer fato relevante à corrente de eventos que descrevem o fenômeno é um dado potencial para análise (MIGUEL, 2007).

As determinações e exigências obedecidas por este trabalho foram baseadas no Decreto Estadual 56.819, publicado no dia 10 de março de 2011, que contém o Regulamento de Segurança contra Incêndio das edificações e áreas de risco no Estado de São Paulo, elaborado pelo CBPMESP.

O presente estudo de caso tem como principal objetivo propor regularizações das medidas de segurança contra incêndio do local estudado. Com esse estudo de caso, esperou-se alcançar resultados qualitativos, através da descrição de conceitos e indicando as adequações necessárias para atendimento da legislação, e resultados quantitativos, através dos dimensionamentos das medidas de proteção contra incêndio, afim se ter um sistema de combate a incêndio eficiente.

4.1 Local selecionado

Foi proposto para esta monografia um estudo de caso, desenvolvido na mais recente unidade de uma das universidades mais conceituadas do país. A Escola de Engenharia de Lorena (EEL) é a única unidade da Universidade de São Paulo (USP)

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localizada no Vale do Paraíba. Foi fundada em 1969 com o nome de Faculdade Municipal de Engenharia Química (FAMENQUIL), porém ficou mais conhecida 2 anos mais tarde, em 1971, quando passou a ser chamada de Faculdade de Engenharia Química de Lorena (FAENQUIL). O grande sucesso em pesquisas científicas, tais como o projeto de beneficiamento do Nióbio e a produção de álcool como fonte de combustível, fez com que a FAENQUIL fosse reconhecida nacionalmente. Até que em 2006, suas atividades foram transferidas para USP. Atualmente a Área 1 da EEL conta com aproximadamente 2000 alunos, distribuídos em 6 cursos de graduação, e 300 funcionários, incluindo docentes.

4.2 Etapas do estudo de caso

A princípio, foram realizados acompanhamentos e reuniões na faculdade juntamente com o técnico de segurança do trabalho com o intuito de coletar informações sobre os sistemas de segurança contra incêndio, e também com o engenheiro civil projetista, onde foram apresentados os desenhos das plantas das edificações da Área 1 da EEL e que foram de grande importância para o seguimento da elaboração do estudo de caso.

A partir das informações coletadas com os profissionais funcionários da EEL mencionados, o presente estudo de caso foi elaborado através das seguintes etapas: I) Levantamento de dados da situação atual in loco e atualização dos desenhos; II) Classificação da edificação e determinação do sistema de segurança contra incêndio; III) Análise e identificação de pontos de não-conformidades; IV) Sugestões de adequações.

Com o intuito de facilitar a visualização da ordem das etapas do estudo de caso abordado neste trabalho, as etapas foram colocadas em um fluxograma como mostra a Figura 9. O fluxograma foi baseado na ordem cronológica do DE 56.819/2011 para que fosse possível chegar aos resultados e às conclusões do estudo de caso.

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Figura 9 - Fluxograma das etapas do estudo de caso

Fonte: O autor, 2017.

4.2.1 Etapa I

A primeira ação tomada foi a realização do levantamento de dados in loco, com o intuito de coletar todas as informações sobre a situação atual do local estudado em relação às medidas de prevenção e proteção contra incêndio já existentes. Onde, por meio do software AutoCAD, foi acrescentado aos desenhos das plantas das edificações, as simbologias de itens de proteção contra incêndio, como luminárias de emergência, extintores de incêndio, hidrantes, sistema de alarme (botoeiras e sirene) em suas exatas posições. O objetivo desses desenhos é auxiliar a visualização e compreensão da análise dos resultados e estão no Apêndice C deste trabalho, composto por 7 folhas:

• Folha 1: Planta geral da EEL – Área 1 com a descrição do nome dos prédios e a demarcação da área que são abordadas nas Folhas 2, 3, 4 e 5;

• Folhas 2, 3, 4, 5 e 6: Projeto técnico de segurança contra incêndio, que contém a simbologia que representa as medidas de proteção contra

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incêndio, tais como extintores, hidrantes, luminárias de emergência e alarmes de incêndio. Os itens demarcados em cor vermelha representam a situação atual das edificações, e os itens em cor azul são os itens que são necessários para atendimento da legislação; • Folha 7: Contém a área de abrangência do sistema de proteção por

hidrantes. Os círculos vermelhos representam a área protegida atualmente, e os círculos azuis a área de proteção de hidrantes propostos.

Para bom entendimento desses desenhos, os símbolos gráficos que representam as medidas de proteção contra incêndio, além da legenda do próprio Apêndice C (Folhas 1 a 7), existe o Anexo F, que traz os símbolos que foram utilizados neste trabalho.

4.2.2 Etapa II

Esta etapa consistiu em classificar as edificações quanto à ocupação, à altura e à carga de incêndio de acordo com D.E. 56.519/11, para que assim fosse possível a determinação das medidas de proteção contra incêndio exigidas pela legislação.

4.2.2.1 Classificação quanto à ocupação

Para classificar uma edificação quanto à ocupação deve-se levar em consideração o tipo de utilização a qual é destinada, ou seja, as atividades que nela são realizadas. No caso da edificação estudada, sabe-se que é utilizada para fins educativos à nível de segundo grau, Colégio Técnico de Lorena (COTEL), e terceiro grau, Escola de Engenharia de Lorena (EEL).

Consultando a “Tabela 1 - Classificação das edificações e áreas de risco quanto à ocupação” presente no Decreto Estadual 56.819/2011, é possível tirar a conclusão que a edificação estudada é classificada como E-1.

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4.2.2.2 Classificação quanto à altura

Segundo o Decreto Estadual Nº 56.819/2011, a altura da edificação é definida como “[...] para fins de exigências das medidas de segurança contra incêndio, é a medida em metros do piso mais baixo ocupado ao piso do último pavimento”.

Quando se trata de medidas de proteção contra incêndio, sabe-se que as exigências são diretamente proporcionais à altura da edificação, ou seja, quanto mais alta for a edificação maiores são as exigências do CBPMESP. No caso da EEL, existem edificações do Tipo I (edificação térrea) e do Tipo II (edificação baixa H ≤ 6m), como mostra o Quadro 8.

Quadro 8 - Classificação quanto à altura

Fonte: Decreto Estadual 56.819/2011, Tabela 2, p.11.

4.2.2.3 Classificação quanto à carga de incêndio

Para o cálculo da carga de incêndio de uma edificação, é levado em conta a somatória da capacidade de liberação de calor de todos os materiais presentes nesta edificação. Assim como a classificação quanto à altura, quanto maior for a carga de incêndio da edificação maiores medidas de segurança contra incêndio são exigidas.

No Anexo A da IT 14/2011 do DE 56.819/11, encontra-se a “Tabela de cargas de incêndio específicas por ocupação” que contém os valores da carga de incêndio, em megajoules (MJ) por metro quadrado (m²), específica por ocupação para os mais variados materiais. Portanto, tira-se desta tabela que a carga de incêndio para edificações E-1 é de 300MJ/m².

Referências

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