Gestão
da Qualidade
Ficha Técnica PRONACI
“Gestão da Qualidade” Júlio Manuel Faceira Guedes
PRONACI - Programa Nacional de Formação de Chefias Intermédias AEP - Associação Empresarial de Portugal
ÍNDICE
Página 2
Qualidade é:
Página 3Nunca pense que sabe o que os clientes querem
Página 4Satisfaça as necessidades do seu cliente
Página 5Pense nos seus fornecedores internos
Página 6Antes de dar a indicação para que se comece
a produzir...
Página 7
Promova o autocontrolo a realizar pelos
operadores
Página 8
Perante uma não conformidade
Página 10Aproveite todas as oportunidades para melhorar
Página 11Invista na melhoria contínua da qualidade
Página 12Treine os seus colaboradores
Página 13Utilize o diagrama de Pareto
Página 14Utilize o diagrama de causa e efeito
Página 15O dia de trabalho está a terminar
Página 16Qualidade é produzir produtos que satisfaçam as necessidades e expectativas dos clientes, ao menor custo possível e com a partici-pação activa de todos os trabalhadores.
Ou seja, é fundamental:
• Diminuir o tempo utilizado em operações que não acrescentam valor, tais como as reparações, os transportes, as esperas de trabalho, ...
• Reduzir a probabilidade dos seus subordinados não compreende-rem o que devem fazer e como devem fazer;
• Definir com rigor o que fazer, como fazer, quando fazer e quanto fazer;
• Procurar esclarecer todas as dúvidas antes de começar a produzir; • Assegurar que estão reunidas as condições necessárias para que
os produtos sejam fabricados ao menor custo; • Escutar as sugestões dos seus subordinados;
• Não sacrificar a qualidade em favor da quantidade ou dos prazos de entrega;
• Comunicar com eficácia, de tal forma que os seus trabalhadores o compreendam.
Reflicta sobre o que fazer para reduzir:
• Os desperdícios; • As perdas de tempo; • Os produtos defeituosos; • As reparações a efectuar.
Lembre-se que:
Não produz 500 peças do produto “A” por dia. Produz sim 1 peça do produto “A” para 500 clientes.
Procure identificar os seus clientes:
Faça uma lista daqueles que dependem de si para realizarem o seu trabalho. Esses são os seus clientes.
Quais são as exigências dos clientes:
Procure analisar com os seus clientes as suas exigências, em ter-mos de produtos, quantidades, prazos, informações, ...
Pergunte aos clientes se estão satisfeitos
com os produtos e serviços que lhes fornece.
NUNCA PENSE QUE SABE O QUE OS
CLIENTES QUEREM
A sua empresa é constituída por uma cadeia de actividades realizadas por muitas pessoas. Algumas dessas actividades dependem da quali-dade do seu trabalho.
É suficiente que um dos elementos da cadeia não satisfaça as neces-sidades do seu cliente para que toda a corrente se parta e toda a empresa seja afectada.
Não seja o elo fraco da corrente.
Todo o seu trabalho tem impacto no cliente.
A qualidade também é uma das suas principais
responsabili-dades.
• Quem são?
• Já os informou das suas necessidades? • Essas informações são claras e objectivas?
• Já demonstrou disponibilidade para os ajudar a melhorar a qualidade dos produtos que lhes fornece?
• Como procede quando recebe produtos não conformes? • Já reconheceu o seu bom trabalho?
ANTES DE DAR A INDICAÇÃO PARA QUE SE
COMECE A PRODUZIR...
Verifique:
• Se o método de produção está definido de uma forma clara e objectiva;
• Se as ferramentas e os equipamentos produtivos estão em boas condições e disponíveis;
• Se a qualidade dos produtos a fabricar está bem definida. Ou seja, se estão definidas as características dos produtos, se para cada uma das características está definido o critério de aceitação e o modo de a controlar;
• Se está definido o registo a utilizar para anotar os valores obtidos; • Se está definido o que deve ser feito, se os operadores
identifica-rem produtos não conformes;
• Se está definido o Plano de Qualidade do produto. Ou seja, se está definido a responsabilidade pelo controlo, a frequência de controlo e o método de controlo;
• Se as matérias-primas estão disponíveis na quantidade necessá-ria e na qualidade exigida;
• Se os operadores compreendem os documentos que lhes distri-bui (desenhos, instruções de trabalho, ordens de fabrico...).
Lembre-se que os problemas são como os incêndios.
Surgem poucas vezes, mas quando surgem provocam muitos
prejuízos.
Recorde-se que a inspecção:
• Pode não acrescentar valor;
• Pode fomentar a tolerância do defeito; • Pode proporcionar a desmotivação; • Pode provocar atrasos;
• Pode aumentar os custos da empresa.
O autocontrolo:
• Responsabiliza quem produz; • Enriquece o trabalho de quem produz;
• Aumenta a implicação, no sucesso da empresa, de quem produz.
Mas para que possa implementar o autocontrolo, é
neces-sário que:
• Se consciencialize da sua importância;
• Promova a confiança entre si e os seus operadores; • Os forme, para que estes possam efectuar o autocontrolo; • Proporcione os meios necessários para a sua realização; • Promova o espírito de melhoria contínua;
• Reconheça o bom desempenho dos seus operadores.
Lembre-se que quem conhece melhor o trabalho é quem o
executa.
PROMOVA O AUTOCONTROLO A REALIZAR
PELOS OPERADORES
Aproveite esta oportunidade para reflectir e para melhorar. Envolva e escute os operadores. Eles poderão fazer sugestões muito impor-tantes.
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Defeitos crónicos
Aparecem repetitivamente e frequentemente em quantidades muito pequenas.
Defeitos acidentais
Aparecem esporadicamente, frequentemente em quantidades muito elevadas, que geralmente conduzem a uma procura imediata das soluções.
Quer uns quer outros devem ser analisados, corrigidos e prevenidos.
Não
Conformidade
Procure melhorar, utilizando o seguinte método:
1. Caracterize adequadamente a não conformidade; 2. Identifique as causas da não conformidade;3. Defina e implemente as acções de correcção para corrigir a
não conformidade;
4. Defina e implemente as acções correctivas para corrigir as
cau-sas da não conformidade, por forma a que tais caucau-sas não se repitam;
5. Não se esqueça de verificar se as acções de correcção e as
APROVEITE TODAS AS OPORTUNIDADES
PARA MELHORAR...
Melhore continuamente utilizando o seguinte método:
Envolva e motive os seus operadores para o fazerem.
Planear:
Identificar os problemas e as suas causas, assim como os aspectos organizacionais que podem ser melhorados. Definir objectivos e planear as acções a implementar.
Fazer:
Implementar as acções definidas.
Verificar:
Analisar os resultados obtidos, compará-los com os objectivos e implementar as acções para reduzir os desvios.
Actuar:
Assegurar que os objectivos são atingidos e que as acções imple-mentadas estão consolidadas. Divulgar os resultados e recomeçar de novo.
INVISTA NA MELHORIA CONTÍNUA
DA QUALIDADE
Para que a Melhoria Contínua da Qualidade seja
consegui-da é importante que:
• Proporcione meios aos seus operadores para que estes possam fazer bem à primeira;
• Aceite os seus erros, procurando geri-los da forma mais eficiente; • Favoreça a visão de longo prazo em desfavor do curto prazo; • Coloque-se primeiro em causa, e só depois coloque em causa os
outros;
• Não ignore os problemas.
O trabalho em equipa é fundamental para a Melhoria
Contínua da Qualidade.
Efectivamente, o trabalho em equipa:
• Proporciona decisões mais eficientes; • Promove uma melhor gestão dos recursos; • Motiva os elementos que constituem a equipa; • Estimula a criatividade e a participação;
• Conduz a primazia do colectivo, em detrimento do individual.
As melhores equipas podem possuir óptimos atletas
indivi-duais, mas ganham jogos porque jogam bem em equipa,
trabalhando em conjunto para que a vitória seja atingida.
TREINE OS SEUS COLABORADORES
Invista no treino dos seus colaboradores, nos respectivos
postos de trabalho, para que estes possam:
• Responder às exigências dos clientes, hoje e amanhã;
• Responder aos novos constrangimentos do mercado, em termos de qualidade, prazos e custos;
• Utilizar eficientemente as principais ferramentas de controlo da qualidade;
• Executar eficientemente as operações de que são responsabilizados; • Melhorar a sua polivalência, produtividade e qualidade.
Estimule a melhoria contínua da comunicação:
• Para divulgar os objectivos do seu sector; • Para sugerir melhorias;
• Para escutar sugestões dos seus operadores; • Para manter informados os seus operadores;
• Para melhor transmitir ao seu chefe os constrangimentos do seu sector;
• Para promover a compreeensão das exigências dos seus clientes; • Para favorecer o trabalho em equipa.
UTILIZE O DIAGRAMA DE PARETO
O princípio de Pareto diz-nos que a maioria dos efeitos está rela-cionada com um número reduzido de causas. Em termos práticos, podemos dizer que:
• 80% dos problemas são causados por 20% das causas (máquinas, materiais, pessoas, métodos, etc).
O diagrama de Pareto tem a seguinte forma:
Neste diagrama, a categoria mais frequente é colocada à esquerda, e seguidamente são colocadas as outras por ordem decrescente.
Analise os seguintes exemplos:
Medidas Exemplo:
Horas perdidas, custos, % de não conformida-des, tempos não produ-tivos,...
Categorias Exemplo:
Natureza dos defeitos, tipologia dos produtos
18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
Defeitos por Tipo de Produto
Produto A Produto B Produto C
18 16 14 12 10 8 6 4 2 0 Tipo de Defeitos Fora de cor Resistência Baixa Descolado Sujo Dimensões incorr ectas 16 14 12 10 8 6 4 2 0 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%
Defeitos por tipo Acumulativo
Gráfico de Pareto para defeitos do produto
Este diagrama é muitas vezes designado por “Diagrama de Ishikawa” ou “Diagrama em Espinha de Peixe”.
O objectivo do Diagrama de causa e efeito é identificar as causas de determinados efeitos.
A matriz principal do diagrama é a seguinte:
As causas principais têm uma influência directa no problema a ser resolvido, ao passo que as de nível 1 afectam directamente a causa principal.
Procedimento para usar o diagrama de causa-efeito:
1. Identifique o problema (efeito).2. Escreva o problema no centro direito do quadro, desenhe uma
caixa em torno deste e desenhe uma seta horizontal apontada para o problema.
3. Identifique todas as causas possíveis do problema.
4. Faça uma análise às principais causas do problema em termos
de: Métodos, Máquinas (equipamento), Pessoas (mão-de-obra), Materiais, Medidas, Ambiente.
5. Pergunte a cada causa “Porque é que isto acontece?”. A cada
ideia dada, escreva-a como subcausa, ramificando-a da apropriada causa principal. As subcausas podem ser escritas em várias posições no caso de haver múltiplas relações.
6. Para cada subcausa pergunte outra vez, “Porque é que isto
acon-tece?”. Escreva as subcausas como ramos das subcausas. Continue a perguntar “Porquê” gerando níveis mais profundos das causas.
7. Se não se lembrar de mais contributos para o diagrama, termine
a análise.
UTILIZE O DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO
causa principal
causa principal causa de nível 2
causa de nível 1
causa principal
causa principal
causa de nível 2 causa de nível 1
Problema para ser resolvido
Reflicta sobre o que fez para melhorar a qualidade:
• Melhorou os processos?
• Comunicou melhor com os seus clientes, fornecedores e opera-dores?
• Liderou o estudo das causas, a definição e a implementação das acções correctivas quando a não conformidade surgiu?
• Promoveu o trabalho de equipa?
• Formou o operador que não compreendia o desenho? • Divulgou os resultados obtidos no seu sector?
• Melhorou o Plano da Qualidade por forma a melhor controlar a característica "A"?
• Felicitou o operador pela excelente produtividade obtida? • Simplificou os processos?
• Confiar e respeitar, promovendo a confiança mútua;
• Delegar nos seus operadores as acções que podem e devem ser delegadas;
• Encorajar, incitando-os a melhorar continuamente a qualidade daquilo que produzem, a manter a ordem, limpeza e higiene no seu posto de trabalho;
• Promover a autonomia, assegurando que os operadores “Sabem o que devem fazer” e “Sabem o que estão a fazer”;
• Recompensar os operadores pelos seus esforços de melhoria; • Partilhar as informações sobre a evolução do sector da empresa.
LEMBRE-SE QUE É FUNDAMENTAL:
EMPRESA EMPRESA
Programa Estratégico de Dinamização e Modernização da Indústria Portuguesa COMUNIDADE EUROPEIA
Fundo Social Europeu
AEP - Associação Empresarial de Portugal • PRONACI - Programa Nacional de Formação de Chefias Intermédias 4450-617 Leça de Palmeira • Tel.: 22 998 15 00 / Fax: 22 995 72 99 • www.aeportugal.pt/pronaci
chefias intermédias das nossas empresas constitui uma das tarefas mais importantes do PRONACI.
AEP - Associação Empresarial de Portugal
O desenvolvimento integrado das empresas depende cada vez mais de pro-jectos que recorrem a metodologias e instrumentos de formação diferencia-dos e adaptadiferencia-dos aos seus destinatários.
GdA-fp - Gabinete de Acompanhamento de Formação Profissional do Ministério da Economia