Procedimento
Operacional Padrão
POP/UNIDADE DE
REABILITAÇÃO/008/2015
Posicionamento Terapêutico no
Paciente Neonatal e Pediátrico
Versão 1.0
UNIDADE DE
REABILITAÇÃO
Procedimento Operacional
Padrão
POP/UNIDADE DE REABILITAÇÃO/008/2015
Posicionamento Terapêutico no Paciente
Neonatal e Pediátrico
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Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – Ministério da Educação POP: Posicionamento Terapêutico no Paciente Neonatal e Pediátrico – Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro – Uberaba: EBSERH – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, 2015. 15p.
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ALOIZIO MERCANDANTE OLIVA Ministro de Estado da Educação
NEWTON LIMA NETO Presidente da Ebserh
LUIZ ANTÔNIO PERTILI RODRIGUES DE RESENDE Superintendente do HC-UFTM
AUGUSTO CÉSAR HOYLER Gerente Administrativo do HC-UFTM
DALMO CORREIA FILHO Gerente de Ensino e Pesquisa do HC-UFTM
DANIEL FERREIRA DA CUNHA Gerente de Atenção à Saúde do HC-UFTM/
JUVERSON ALVES TERRA JUNIOR Chefe do Setor de Apoio Terapêutico do HC-UFTM
RENATA DE MELO BATISTA
Chefe da Unidade de Reabilitação do HC-UFTM
EXPEDIENTE
Unidade de Reabilitação do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro
HISTÓRICO DE REVISÕES
Data Versão Descrição Gestor do POP Autor/responsável por
alterações
20/08/2015 1.0 Trata da padronização do posicionamento terapêutico no
paciente neonatal e pediátrico
Renata de Melo Batista Lucas Boaventura de Matos
POP/Unidade de Reabilitação/08/2015 Posicionamento terapêutico no paciente neonatal e pediátrico Versão 1.0 Página 5 de 13 SUMÁRIO OBJETIVO... 06 GLOSSÁRIO... 06 APLICAÇÃO... 06 I. INFORMAÇÕES GERAIS... 06 Introdução... 06
Objetivos do posicionamento terapêutico... 07
Objetivos da fisioterapia em relação ao posicionamento terapêutico... 08
II. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS... 08
Indicações... 08
Contra-indicações ... 08
Conduta Fisioterapêutica... 09
Materiais... 09
Recomendações... 09
III. ADEQUAÇÃO POSTURAL AS NECESSIDADES DOS RECÉM-NASCIDOS... 10
Posição Supino ou Dorsal... 10
Recomendações... 10
Posição Prona ou Ventral... 11
Recomendações... 11
Contra-indicações... 11
Posição Lateral... 12
Recomendações... 12
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OBJETIVO
Padronizar os posicionamentos terapêuticos entre os membros da equipe interdisciplinar para assistência ao paciente neonatal e pediátrico.
GLOSSÁRIO RN - Recém-nascido
DF - Distrito Federal
Ebserh - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares Ed. - Edifício
OMS - Organização Mundial de Saúde p. - Página
POP - Protocolo Operacional Padrão RNPT – Recém-nascido pré-termo UTI - Unidade de Terapia Intensiva
APLICAÇÃO
UTI Neonatal e Pediátrica Enfermaria de Pediatria Berçário
Pronto-socorro Infantil
I. INFORMAÇÕES GERAIS
INTRODUÇÃO
A cada ano que passa há um aumento da sobrevida de prematuros cada vez menores e mais imaturos o que impõe o questionamento quanto à qualidade de vida futura dessas crianças. Essa preocupação tem sido amplamente estudada entre os profissionais e pesquisadores atuantes na área neonatal e pediátrica, repercutindo na necessidade de alterações de algumas práticas de
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cuidados para a promoção do desenvolvimento do recém-nascido (RN). Dentre tais práticas em especial as diárias, destaca-se o posicionamento adequado.
O posicionamento é um tipo de intervenção não invasiva, faz parte dos cuidados do desenvolvimento do paciente e promove simetria, equilíbrio muscular e movimento.
Um dos primeiros desafios enfrentados pelo RN é a necessidade de lidar com a organização de sua postura no ambiente extra-uterino. A adoção de uma postura adequada evita suporte de peso na mesma área, por longos períodos, protegendo assim a frágil pele do RN.
As posições devem ser modificadas frequentemente a fim de proporcionar diferentes sensações de peso, gravitacionais e de informações sobre a tensão de diferentes grupos musculares.
A troca de decúbito a cada duas horas previne úlceras nas saliências ósseas e atelectasias. O posicionamento adequado e as trocas de decúbitos periódicas nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) apresentam os seguintes benefícios:
• Melhora da função pulmonar; • Otimização da oxigenação;
• Melhora da relação ventilação/perfusão; • Redução do trabalho respiratório; • Diminuição do trabalho cardíaco; • Prevenção e resolução de atelectasias;
• Prevenção da pneumonia nosocomial ( decúbito elevado 30 e 45); • Desenvolvimento neurossensorial e psicomotor;
• Prevenção de encurtamento e deformidades; • Diminuição de incidência de úlceras de pressão.
OBJETIVOS DO POSICIONAMENTO TERAPÊUTICO
• Promover a regulação do estado neurocomportamental e autorregulação; • Proporcionar suporte postural e de movimento;
• Facilitar a participação do RN nas experiências sensório-motoras normais; • Otimizar o desenvolvimento musculoesquelético e o alinhamento biomecânico.
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OBJETIVOS DA FISIOTERAPIA EM RELAÇÃO AO POSIONAMENTO TERAPÊUTICO
• Promover a contenção e a adaptação ao ambiente extra-uterino;
• Desenvolver a flexão para obter um padrão postural e de movimento semelhante a do RN a termo saudável;
• Otimizar a estabilidade fisiológica e a organização neurocomportamental; • Facilitar a colocação das mãos na linha média;
• Manter o alinhamento articular;
• Prevenir as assimetrias posturais e o desenvolvimento de padrões posturais anormais;
• Estimular a exploração visual do ambiente (com a cabeça na linha média); • Facilitar o desenvolvimento do controle da cabeça;
• Auxiliar o movimento antigravitacional;
• Encorajar o desenvolvimento das habilidades motoras e reflexas e do tônus postural;
• Promover a interação familiar.
II. DESCRIÇÃO DAS TAREFAS
INDICAÇÕES
RNs pré-termo extremo, pré-termo e a termo; Sem restrições de peso;
RNs entubados, com o uso de ventilação mecânica não invasiva ou em respiração espontânea.
CONTRAINDICAÇÕES:
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CONDUTA FISIOTERAPÊUTICA
MATERIAIS:
Rolo transversal (coxim): confeccionado com 3 compressas que serão dobradas e envolvidas com uma malha tubular e posicionado na região cervical e torácica, observar a importância do posicionamento da cabeça que deverá manter em posição neutra, sem flexão excessiva do pescoço ou hiperextensão.
Rolo ou ninho em forma de U: confeccionado com 12 compressas ou mais dependendo do tamanho da criança, que serão colocadas em forma de “X” formando duas camadas de 6 compressas que serão dobradas realizando um rolo e envolvidas com malha tubular. Ficar atento ao tamanho da criança onde o rolo não deve ser menor que a mesma. Posicionar o rolo envolvendo todo o RN onde o mesmo deve contê-lo, não podendo restringi-lo os movimentos espontâneos.
Cavalinho: confeccionado com 3 compressas onde serão dobradas e envolvidas com uma malha tubular, posicionado desde a cabeça até o final do quadril (sem ultrapassá-lo). O mesmo deve elevar o tórax para facilitar a dinâmica do diafragma. Este procedimento deve ser adotado quando a criança for posicionada em prono (ventral).
Colchão de algodão: confeccionado com algodão envolvido com uma malha de touca. Posicionar embaixo da criança. O procedimento deve ser adotado em RNs prematuros extremos, evitando lesões de peles.
Rastelo: posicionar o rastelo onde o circuito do respirador deve permanecer centralizado evitando sobrepeso sobre a criança. O procedimento deve ser adotado toda vez que estiver com intubação orotraqueal.
Observações: O rolo, cavalinho e o colchão de algodão deverão ser trocados a cada 7 dias pelo técnico de enfermagem e/ou fisioterapeuta, ou quando os mesmos apresentarem sujidades a qualquer momento.
RECOMENDAÇÕES
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• O fisioterapeuta e a equipe de enfermagem serão responsáveis pela confecção do rolo ou ninho em forma de U, para acomodação do RN.
• O posicionamento poderá ser realizado ao longo do dia, não devendo exceder o tempo limite de 3 horas em cada posição, salvo indicação médica para exceder o tempo limite.
III. ADEQUAÇÃO POSTURAL ÀS NECESSIDADES DOS RNs
POSIÇÃO SUPINA OU DORSAL
RECOMENDAÇÕES:
• Manter a cabeça na linha média;
• Dar suporte na região dos ombros (coxim), prevenindo sua retração;
• Colocar rolinhos embaixo das pernas para promover a flexão de quadril e pernas; • Colocar rolo em forma de U (ninho), apoiando todo o RN e mantendo-o em
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Observação: É a única alternativa no pós-operatório de cirurgias abdominais e torácicas, onfalocele, gastrosquise, hérnia diafragmática, atresia de esôfago e outras malformações congênitas.
POSIÇÃO PRONA OU VENTRAL:
RECOMENDAÇÕES:
• Utilizar coxins em forma de rolo (cavalinho) para elevar o tórax e facilitar a dinâmica diafragmática. O inicio do coxin se da a partir da região cervical até a região final do quadril.
• Manter a cabeça lateralizada e alinhada com o tronco;
• Posicionar os membros superiores e inferiores em flexão (evitar abdução e rotação externa);
• Manter as mãos próximas a face do RN, facilitando o acesso mão-boca.
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RNs com quadro de distensão abdominal grave, pós-operatório imediato de cirurgias abdominais ou cardíacas, presença de cateter umbilical, primeiras 72 horas de vida do RN pré-termo (RNPT) extremo e as primeiras 24 horas pós-surfactante.
POSICAO LATERAL
RECOMENDAÇÕES
• Inserir um rolo posterior atrás da cabeça, tronco e das coxas;
• Manter os membros superiores e inferiores levemente flexionados e na linha média; • Manter a cabeça totalmente lateralizada e alinhada ao tronco;
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• Alternar os lados periodicamente no intuito de evitar alterações posturais.
REFERENCIAIS TEÓRICOS
Nicolau, C.M, et al. Programa de Atualização em Fisioterapia Pediátrica e Neonatal: Cardiorrespiratória e Terapia Intensiva (PROFISIO).Ed Artmed/Panamericana, Porto Alegre, 2012.
Revista Brasileira Terapia Intensiva. n.24, volume 2, p.119-129, 2012.
Revista Fisioterapia Brasil. n. 5, volume 11, p. 387-391, setembro/outubro, 2010.
Sarmento. G.J.V. et al. Fisioterapia respiratória em pediatria e neonatologia. Ed. Manole, São Paulo, 2007.
Johnston, C; Zanetti, N.M. Fisioterapia pediátrica hospitalar. Ed Atheneu, São Paulo, 2012.
Cabral LA, Schettino RC, Pompeu LP. Estratégias favorecedoras do desenvolvimento neuropsicomotor de recém-nascidos pré-termo: da UTI ao ambulatório de seguimento. In: Associação Brasileira de Fisioterapia Cardiorrespiratória e Fisioterapia em Terapia Intensiva; Martins JA, Nicolau CM, Andrade LB, organizadores. PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Pediátrica e Neonatal: Cardiorrespiratória e Terapia Intensiva: Ciclo 4. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2015. p. 95-127. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 1).
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