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Boletim. Federal. Manual de Procedimentos. IPI - Montagem fora do. por estabelecimento industrializador. ICMS - IPI e Outros

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Manual de Procedimentos

ICMS - IPI e Outros

Federal

IPI - Montagem fora do

estabelecimento industrial

SUMÁRIO 1. Introdução

2. Caracterização da montagem como industrialização 3. Descaracterização da montagem como

industrialização

4. Considerações sobre o ICMS e o ISS 1. INTRODUÇÃO

Existem determinadas situações, como, por exem-plo, o transporte de máquinas e equipamentos indus-triais que, devido ao seu grande porte, necessitam de montagem no local do estabelecimento adquirente.

Neste texto examinaremos o tratamento fiscal previsto na legislação do IPI para as operações de montagem do pro-duto realizadas fora do estabeleci-mento industrial.

2. CARACTERIZAÇÃO DA MONTAGEM COMO INDUSTRIALIZAÇÃO

É caracterizada industrialização, sujeitando-se, portanto, à incidência do IPI,

a operação de montagem que consista na reunião de produtos, peças ou partes (fornecidos pelo próprio exe-cutor) e da qual resulte um novo produto ou unidade au-tônoma, ainda que sob a mesma classificação fiscal.

Ao examinar questão da espécie, a Câmara Su-perior de Recursos Fiscais pronunciou-se de modo fa-vorável à incidência do imposto na operação de mon-tagem de sistema de produção de frio central por em-presa com atividade de instalação de equipamentos frigoríficos, ainda quando realizada no local da obra de edificação (Acórdão no CSRF/02.413, em sessão

de 05.07.1993, divulgado no DOU de 20.02.1997).

(RIPI/2002, art. 4o, III)

2.1 Fato gerador - Momento da ocorrência

Na operação de montagem de produtos por esta-belecimento industrializador no próprio local onde eles serão utilizados, o fato gerador do IPI ocorre na conclu-são da operação industrial, assim considerada:

a) a data da entrega do produto final objeto da montagem ao adquirente; ou

b) a data em que se iniciar o consumo ou a utili-zação do bem, caso seja anterior à formaliza-ção da entrega do produto.

(RIPI/2002, art. 35, VII, parágrafo único)

2.2 Valor tributável - Frete e demais despesas acessórias

Para fins de determinação do valor tributável do IPI nas operações de montagem fora do

estabelecimen-to industrial, devem ser incluídas todas as despesas relacionadas à colocação ou à montagem do pro-duto no local, ainda que a título de serviço.

O Parecer Normativo CST no 253/1970,

cujo texto reproduzimos a seguir, traz impor-tantes esclarecimentos sobre o assunto:

Parecer Normativo CST no 253/1970

01 - IPI

01.08 - CÁLCULO DO IMPOSTO 01.08.01 - VALOR TRIBUTÁVEL

É o preço da operação de que decorrer o fato gerador, excluídas apenas as parcelas expressamente autorizadas na lei. O valor cobrado pela montagem é incluído no valor tributável: irrelevantes as alegações de que se estaria co-brando Imposto Sobre Serviços, mão-de-obra etc.

A exclusão prevista no § 1o do art. 8o do Decreto-lei no 406,

de 31.12.68, se refere ao ICM e não ao IPI.

Regra geral para a fixação do valor tributável do IPI é a esta-belecida no art. 20, inciso III, do regulamento do mencionado

Na operação de montagem de pro-dutos por estabelecimento in- dustrializador no próprio local on- de eles serão utilizados, o fato

ge-rador do IPI ocorre na conclu-são da operação industrial

(2)

imposto (RIPI) aprovado pelo Decreto no 61.514, de 12 de

outubro de 1967, “verbis”: “o preço da operação de que de-correr o fato gerador, incluídas todas as despesas acessórias debitadas ao comprador ou destinatário, salvo, quando escri-turadas em separado, as de transporte e seguro” (omissis). Conforme já foi dito (v. Parecer Normativo CST no 39, de

29.05.70), se a lei enuncia taxativamente quais as parcelas que podem ser excluídas do valor tributável, resulta que nele estarão incluídas quaisquer outras. Em outras palavras, constitui valor tributável o preço da operação, aí incluídas todas as parcelas, salvo aquelas cuja exclusão seja expres-samente autorizada por lei.

Isto posto, temos que no caso do cálculo do imposto so-bre produtos resultantes de montagem é evidente que também se inclui no valor tributável o preço cobrado por essa operação. Absolutamente irrelevante a invocação de que se estaria cobrando imposto sobre mão-de-obra, ser-viços e não sobre produtos. Preliminarmente, como já se disse, nenhuma norma legal autoriza a exclusão desses itens: se tais parcelas são cobradas ao adquirente, estão, automaticamente, incluídas no preço da operação e, pois, no valor tributável. Por outro lado, a se aceitar a exclusão no caso de “montagem”, teria que ser admitida em todos os casos, pois que em todo o processo de produção fi-guram aqueles custos, que afinal vão compor o preço do produto.

Improcedente, ainda, a alegação de que se estaria inva-dindo a área do “Imposto Sobre Serviços de Qualquer Na-tureza”, de competência dos Municípios, cuja incidência excluiria a de qualquer outro tributo, inclusive a do IPI, por força do Decreto-lei no 406, de 31.12.68. Primeiramente,

esse diploma legal, conforme sua ementa, “estabelece normas gerais de direito financeiro aplicáveis aos Impostos sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Serviços de Qualquer Natureza”. Restrito, pois, ao ICM e ISS.

De acordo com o disposto no art. 8o deste Decreto-lei, o

ISS tem como fato gerador a prestação de serviço cons-tante de uma lista que anexa, declarando o § 1o do citado

artigo: “os serviços incluídos na lista ficam sujeitos apenas ao imposto previsto neste artigo” (omissis), evidentemente no sentido de excluir o ICM, que é outro imposto regulado no referido Decreto-lei. Não assim o IPI ou outros tributos federais.

Assim, deve ser declarado que quaisquer custos relativos a mão-de-obra, montagens etc. são incluídos no valor tri-butável dos produtos. Ver, ainda, sobre valor tritri-butável os Pareceres Normativos CST nos 12, 14, 26, 27, 29 e 39.

O valor tributável compreende o preço do produto acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias, cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário.

(RIPI/2002, art. 131, § 1o; Parecer Normativo CST no 253/1970) 2.2.1 Assistência técnica

A questão da inclusão ou não das despesas a tí-tulo de assistência técnica no valor tributável do IPI foi analisada pelo Parecer Normativo CST no 370/1971,

em que se admitiu a exclusão de tais parcelas quan-do sejam inteiramente desvinculadas da operação de venda do produto montado fora do estabelecimento industrial.

Veja a íntegra do citado Parecer Normativo:

Parecer Normativo CST no 370/1971

01 - IPI

01.08 - CÁLCULO DO IMPOSTO 01.08.01 - VALOR TRIBUTÁVEL

Despesas a título de colocação ou montagem do produto compõem o valor tributável. Idem de assistência técnica: quando prestada como condição da venda ou a título de garantia, inclui-se no VT o preço desses serviços; somente excluído quando prestada já fora da garantia, sem que seja condição de venda, recebido ou debitado o preço após a respectiva prestação.

Pelos Pareceres Normativos nos 39 e 539, de 1970, 116 e 141

de 1971, e, especialmente, pelo de no 253, de 1970, foram

examinadas questões relativas ao valor tributável no que diz respeito às parcelas a serem ou não computadas nesse valor. Reitere-se, como está dito em síntese nos aludidos Pareceres, que somente podem ser excluídas do referido valor tributável as despesas expressamente autorizadas na lei.

2. Irrelevante será o fato de que as despesas decorram de colocação ou montagem do produto no local, ainda que a título de serviços: se debitadas ao comprador ou desti-natário tais despesas não poderão ser excluídas do valor tributável. Admite-se, apenas, a exclusão das relativas a transporte e seguro, atendidas, ainda, as normas do inciso III do art. 20 do RIPI.

3. Despesas cobradas ou debitadas a título de assistência técnica para proporcionar o bom funcionamento do pro-duto (máquinas e aparelhos) somente podem ser excluí-das do valor tributável na hipótese de ser a assistência em questão inteiramente desvinculada da operação de venda de produto, isto é, que não seja condição desta. Quando prestado como condição da venda, ou a título de garantia, inclui-se no VT o preço desses serviços.

Por isso que a lei já exclui da tributação as partes e peças fornecidas em substituição, “quando a operação for execu-tada gratuitamente em virtude de garantia dada pelo fabri-cante” (RIPI, art. 1o, § 4o, inciso II). Todavia, se a assistência

for prestada já fora da garantia, sem que seja condição da venda, recebido ou debitado o seu preço após a respecti-va prestação, não há como se cogitar de sua inclusão no valor tributável.

(Parecer Normativo CST no 370/1971) 2.2.2 Projetos, plantas e desenhos

As despesas relativas a projetos, plantas e dese-nhos que precedem e são necessários a determina-das instalações e montagens poderão deixar de ser computadas no valor tributável do IPI, conforme

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en-tendimento constante nos itens 8 e 9 do Parecer Nor-mativo CST no 526/1971, que a seguir transcrevemos:

Parecer Normativo CST no 526/1971

... 8 - Quanto ao valor tributável, como já foi dito, exami-nem-se os Pareceres Normativos nos 141/71, 253/70 e

370/71. Entretanto, há a considerar questão ainda não examinada nesse particular, que são as despesas relati-vas a projetos, plantas e desenhos que precedem e são necessários a determinadas instalações e montagens. Pensamos que tais despesas poderão deixar de ser computadas no valor tributável, desde que observadas, cumulativamente, as seguintes condições relativamente aos referidos projetos, plantas e desenhos: a) que sejam referentes a instalações ou montagens fora do estabele-cimento industrial; b) que sejam necessários à execução das referidas operações; c) que sejam feitos por pro-fissional ou firma legalmente habilitados (inclusive pelo próprio executor da instalação ou montagem, nas mes-mas condições).

9 - Quando o estabelecimento industrial autor da insta-lação ou montagem encomendar a terceiros a execução dos referidos projetos, plantas ou desenhos, servirá de comprovante da respectiva despesa, para efeitos de sua exclusão do VT, o respectivo recibo; no caso de ser executado esse serviço pelo próprio estabelecimento in-dustrial, o valor correspondente, para os demais efeitos, não poderá exceder do que for usualmente cobrado por serviço semelhante, independentemente da prova de sua execução nas condições descritas na alínea ‘c’ do item precedente.

... (Parecer Normativo CST no 526/1971)

2.3 Remessa de insumos com suspensão do imposto

As matérias-primas e os produtos intermediários a serem empregados na operação de montagem, quan-do forneciquan-dos pelo próprio executor, poderão sair quan-do estabelecimento industrial com suspensão do IPI. Conforme já foi visto no subitem 2.1, o imposto torna-se exigível no momento da conclusão da operação de montagem fora do estabelecimento industrial.

Na remessa dos insumos com suspensão do tri-buto, o estabelecimento emitirá nota fiscal na qual serão indicadas, além dos demais requisitos regu-lamentares, a classificação fiscal própria de cada matéria-prima ou produto intermediário, a natureza da operação e, no quadro “Dados Adicionais” do campo “Informações Complementares”, a expres-são “Saído com Suspenexpres-são do IPI - Art. 42, VIII, do RIPI/2002”.

Concluída a operação de montagem fora do es-tabelecimento industrial, será emitida nota fiscal com lançamento do imposto, observando-se o valor tribu-tável na forma indicada no subitem 2.2.

(RIPI/2002, arts. 42, VIII, 333, I e XIII, e 341, III)

3. DESCARACTERIZAÇÃO DA MONTAGEM COMO INDUSTRIALIZAÇÃO

Não caracteriza industrialização a operação de mon-tagem fora do estabelecimento industrial consistente na reunião de produtos, peças ou partes de que resulte:

a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes e suas coberturas); b) instalação de oleodutos, usinas hidrelétricas,

torres de refrigeração, estações e centrais tele-fônicas ou outros sistemas de telecomunicação e telefonia, estações, usinas e redes de distri-buição de energia elétrica e semelhantes; e c) fixação de unidades ou complexos industriais

ao solo.

O Parecer Normativo CST no 57/1973, entre

ou-tras considerações aplicáveis à operação de monta-gem fora do estabelecimento industrial, esclareceu que “o que caracteriza a sua exclusão do conceito de industrialização é a fixação ao solo da unidade ou complexo industrial, quando assim exige o seu funcionamento”.

Em relação à exclusão citada na letra “a” (edifi-cação), o Parecer Normativo CST no 81/1977 faz um

extenso estudo a respeito do seu significado e da sua abrangência, sendo oportuna a sua transcrição:

Parecer Normativo CST no 81/1977

O significado da expressão “edificação” constante da alí-nea “a” do inciso VI do § 4o do art. 1o do RIPI é o de ato

de edificar-se. Conseguintemente, “ex vi” daquela norma,

excluem-se do conceito regulamentar de industrialização não só as operações de que resultem as obras exempli-ficadas na norma, bem como as que tenham como resul-tado bens semelhantes, quais sejam: pavilhões, abrigos de terminais ferroviários ou rodoviários, arquibancadas completas ou suas escadarias, garagens, silos, passare-las e viadutos.

Esclarece-se aqui o campo de abrangência da exclusão do conceito de industrialização prevista na alínea ‘a’ do in-ciso VI do § 4o do art. 1o do RIPI a que se refere o Decreto

no 70.162, de 18 de fevereiro de 1972.

(4)

“§ 4o - Não se considera industrialização, para os efeitos

deste artigo:

...

VI - a operação, ressalvado o disposto no § 6o, efetuada

fora do estabelecimento industrial, consistente na reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte:

a) edificação (casas, edifícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes e suas coberturas);

b) instalação de ... c) fixação de ...”

3. Dos diversos significados da expressão “edificação” constantes do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, destacam os seguin-tes:

3.1 - Edifício, construção, casa, prédio. 3.2 - Construção de edifício.

3.3 - Ato ou efeito de edificar-se.

4. A primeira acepção há de ser “ab limine” recusada em face da estrutura do inciso que, nas alíneas “b” e “c”‘, refe-re-se inquestionavelmente a ações; donde a conclusão de que na hipótese da alínea “a”, edificação também deve ter o sentido de “ato de fazer algo”.

4.1. Inaceitável também “construção de edifício” de vez que não só este último vocábulo tem significado próprio em direito civil, significado inclusive emprestado pela Lei no 5.172, de 25 outubro de 1966 (CTN), na definição do

fato gerador do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, como também porque na exemplificação constante do dispositivo questionado figuram também espécies que não se enquadram necessariamente na conceituação de “edifício”.

4.2. Conseguintemente, o RIPI, no dispositivo em análise, “não considera industrialização a operação consistente na

reunião de produtos, peças ou partes e de que resulte “ato de edificar-se” casas, edifícios, pontes, hangares, galpões

e semelhantes e suas coberturas”.

5. Outrossim, chamando-se à colação a Portaria no 80,

de 25 de março de 1970, ato do qual se originou o dis-positivo em análise, verifica-se que o seu objetivo é o de restringir a extensão e o alcance atribuídos pelo RIPI ao conceito de montagem, o qual, “ex vi” do inciso III do § 2o do art. 1o, outro não é que reunião de produtos, peças

ou partes.

6. Portanto o que realmente determina a norma analisa-da é que não constitui montagem (e conseqüentemente industrialização), para efeitos de incidência do imposto, a reunião de produtos, peças e partes, efetuada fora do estabelecimento industrial, e de que resulte casas, edi-fícios, pontes, hangares, galpões e semelhantes e suas coberturas.

7. Diante do exposto, hão que se considerar excluídas do conceito de industrialização não só as operações de que resultem as obras exemplificadas na norma, bem como as que tenham como resultado bens semelhantes, quais

sejam: pavilhões, abrigos de terminais ferroviários ou ro-doviários, arquibancadas completas ou suas escadarias, garagens, silos, passarelas e viadutos, sendo absoluta-mente irrelevante, “in casu”, a conceituação legal de edi-fício retrocitada, que exige incorporação “permanente ao solo, de modo que não se possa retirar sem destruição, modificação, fratura ou dano”.

(RIPI/2002, art. 5o, VIII; Parecer Normativo CST no 81/1977) 3.1 Fornecimento de partes e peças

Quando as partes e peças utilizadas em qualquer uma das operações referidas nas letras “a” a “c” do item 3 forem da própria fabricação ou importação do executor da montagem, será exigido o imposto sobre esses fornecimentos, e o valor tributável será o valor da operação.

Na nota fiscal emitida pelo executor das opera-ções constarão, destacadamente, o valor dos produ-tos, das partes ou das peças e o valor dos serviços executados (mão de obra).

Na hipótese de as partes e as peças utilizadas serem adquiridas de terceiros, não há de se cogitar em incidência do IPI, inclusive em relação ao custo da mão de obra.

(RIPI/2002, arts. 5o, parágrafo único, e 335) 4. CONSIDERAÇÕES SOBRE O ICMS E O ISS

Quanto ao ICMS e ao ISS, o tratamento fiscal dis-pensado às operações de montagem resume-se no seguinte:

a) se as mercadorias forem fornecidas pelo pró-prio executor da montagem, o ICMS incidirá sobre o valor total da operação, ou seja, sobre o valor das mercadorias e da mão de obra; b) caso as mercadorias sejam fornecidas pelo

usuário final (autor da encomenda), a ope-ração de montagem estará sujeita ao ISS, de competência dos municípios, nos termos do item 14.06 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar no 116/2003, que dispõe:

“14.06 - Instalação e montagem de aparelhos, máquinas e equipamentos, inclusive monta-gem industrial, prestados ao usuário final do serviço, exclusivamente com material por ele fornecido”.

(Lei Complementar no 87/1996, art. 2o, IV, art. 12, VIII, “a”,

e art. 13, IV, “a”; Lista de Serviços anexa à Lei Complementar no

116/2003, item 14.06)

(5)

ICMS - Infrações e penalidades

SUMÁRIO 1. Introdução

2. Conceito de infração

3. Modalidades das penalidades 4. Critério para o cálculo das multas 5. Responsabilidade

6. Modalidades das infrações e penalidades 7. Extravio de documento fiscal

8. Operações sujeitas ao regime da substituição tributária

9. Descontos no pagamento de multas 10. Pagamento espontâneo do ICMS em atraso 11. Denúncia espontânea

1. INTRODUÇÃO

As infrações previstas na legislação do ICMS do Estado do Ceará serão apuradas de acordo com as formalidades processuais específicas, aplicando-se as penalidades respectivas, por intermédio da com-petente autuação, salvo nos casos de atraso de reco-lhimento de crédito declarado pelo contribuinte, em documento que formalizar o cumprimento de obriga-ção acessória.

2. CONCEITO DE INFRAÇÃO

Considera-se infração toda ação ou omissão, vo-luntária ou não, praticada por qualquer pessoa, que resulte em inobservância de norma estabelecida pela legislação pertinente ao ICMS.

O legislador cearense observou o princípio da re-serva legal ao estabelecer que não haverá definição de infração nem cominação de penalidade sem ex-pressa previsão em lei.

(Lei no 12.670/1996, art. 118)

3. MODALIDADES DAS PENALIDADES

Serão aplicadas às infrações da legislação do ICMS as seguintes penalidades, isolada ou cumula-tivamente:

a) multa;

b) sujeição a regime de fiscalização; c) cancelamento de benefícios fiscais;

d) cassação de regime especial para pagamen-to, emissão de documentos fiscais ou escritu-ração de livros fiscais.

(Lei no 12.670/1996, art. 119)

4. CRITÉRIO PARA O CÁLCULO DAS MULTAS

As multas serão calculadas tomando-se por base os seguintes valores:

a) do ICMS;

b) da operação ou da prestação; c) do faturamento do estabelecimento;

d) da Unidade Fiscal de Referência do Ceará (Ufirce), ou qualquer outro índice que venha a substituí-la.

Nota

Na Lei no 12.670/1.996, diversos dispositivos legais preveem a

aplica-ção de multas tomando-se como base a extinta Unidade Fiscal de Referência (Ufir). No entanto, de acordo com a Lei no 13.083/2000, que instituiu a

Uni-dade Fiscal de Referência do Ceará (Ufirce), ficou estabelecido que desde o dia 1o.01.2001 os valores e índices expressos em Unidade de Referência

Fiscal (Ufir) na legislação estadual deverão ser convertidos em Ufirce, na forma prevista em regulamento.

(Lei no 12.670/1996, art. 120) 5. RESPONSABILIDADE

A responsabilidade por infrações à legislação tri-butária independe da intenção do agente ou do res-ponsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, com exceção das disposições legais expressamente em contrário.

Respondem pela infração, conjunta ou isolada-mente, todos os que, de qualquer forma, concorram para a sua prática ou dela se beneficiem.

(Lei no 12.670/1996, arts. 121 e 122) 6. MODALIDADES DAS INFRAÇÕES E

PENALIDADES

As infrações à legislação do ICMS sujeitam o in-frator às penalidades descritas nos subitens a seguir, sem prejuízo do pagamento do imposto, quando for o caso.

6.1 Infrações relativas ao pagamento do ICMS

A legislação do ICMS do Ceará prevê a aplicação de multa pelo descumprimento da obrigação princi-pal decorrente da prática dos atos ou omissões men-cionadas a seguir:

a) fraudar livros ou documentos fiscais ou utilizá-los nessa condição, para iludir o Fisco e fugir ao pagamento do imposto: multa equivalente a 3 vezes o valor do imposto;

(6)

b) falta de recolhimento do imposto, no todo ou em parte, inclusive o devido por substituição tributária, na forma e nos prazos regulamen-tares, em todos os casos não compreendidos nas alíneas “c” e “d” deste item: multa equiva-lente a 1 vez o valor do imposto;

c) falta de recolhimento, no todo ou em parte, na forma e nos prazos regulamentares, quando as operações, as prestações e o imposto a recolher estiverem regularmente escriturados: multa equivalente a 50% do imposto devido; d) falta de recolhimento, no todo ou em parte, do

im-posto de responsabilidade do contribuinte substi-tuto que o houver retido: multa equivalente a duas vezes o valor do imposto retido e não recolhido; e) omissão de documentos ou informações

neces-sários à fixação do imposto a ser recolhido em determinado período, quando sujeito ao reco-lhimento do tributo na forma prevista no art. 39: multa equivalente a 1 vez o valor do imposto não recolhido em decorrência da omissão; f) simular saída para outra Unidade da

Federa-ção de mercadoria efetivamente internada no território cearense: multa equivalente a 20% do valor da operação;

g) internar no território cearense mercadoria indi-cada como “em trânsito” para outra Unidade da Federação: multa equivalente a 30% do va-lor da operação;

h) simular saída de mercadoria para o exterior, inclusive por intermédio de empresa comer-cial exportadora, trading company, armazém alfandegado, entreposto aduaneiro e consór-cios de microempresas: multa equivalente a 30% do valor da operação.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, I)

6.2 Infrações relativas ao crédito do ICMS

Com relação ao aproveitamento e à escrituração do crédito em desconformidade com a legislação tributá-ria, foram estabelecidas as seguintes cominações:

a) crédito indevido, assim considerado todo aquele escriturado na conta gráfica do ICMS em desa-cordo com a legislação ou decorrente da não rea-lização de estorno, nos casos exigidos pela legis-lação: multa equivalente a 1 vez o valor do crédito indevidamente aproveitado ou não estornado; b) aproveitamento antecipado de crédito: multa

equivalente a 1 vez o seu valor;

c) transferência de crédito nos casos não previstos na legislação, ou sem atender às exigências nela

estabelecidas, ou, ainda, em montante superior aos limites permitidos: multa equivalente a 1 vez o valor do crédito irregularmente transferido; d) crédito indevido proveniente da hipótese de

transferência prevista na alínea “c”: multa equi-valente a 1 vez o valor do crédito recebido.

Nota

Na aplicação das penalidades previstas nas alíneas “a” e “d”, observar-se-á o seguinte:

a) se o crédito não tiver sido aproveitado, no todo ou em parte, a multa será reduzida a 20% do valor do crédito registrado, sem prejuízo da realiza-ção do seu estorno;

b) se o crédito tiver sido parcialmente aproveitado, a multa será inte-gral, mas somente incidirá sobre a parcela efetivamente utilizada, hipótese em que se exigirá:

b.1) o pagamento do ICMS que deixou de ser recolhido em razão do aproveitamento parcial do crédito;

b.2) o estorno do crédito relativo à parcela não aproveitada.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, II, § 5o)

6.3 Infrações relativas à documentação e à escrituração fiscal

O não atendimento da legislação tributária no to-cante às obrigações acessórias acarreta a aplicação das seguintes multas:

a) para quem entregar, remeter, transportar, rece-ber, estocar ou depositar mercadorias, prestar ou utilizar serviços sem documentação fiscal ou com esta inidônea: multa equivalente a 30% do valor da operação ou da prestação; b) para quem deixar de emitir documento fiscal:

multa equivalente a 30% do valor da operação ou da prestação;

c) para quem deixar de emitir documento fiscal na venda a consumidor, sendo este fato constatado

in loco por agente do Fisco, multa equivalente a:

c.1) 1.000 Ufirce por equipamento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no regime normal de recolhimento;

c.2) 500 Ufirce por equipamento, quando se tra-tar de contribuinte enquadrado no regime de empresa de pequeno porte (EPP); c.3) 120 Ufirce por equipamento, quando se

tratar de contribuinte enquadrado no re-gime de microempresa (ME);

d) para quem emitir documento fiscal em modelo ou série que não sejam os legalmente exigidos para a operação ou prestação: multa equivalen-te a 2% do valor da operação ou da prestação; e) para quem emitir documento fiscal para

con-tribuinte não identificado: multa equivalente a 20% do valor da operação ou prestação;

(7)

f) para quem emitir documento fiscal com preço da mercadoria ou do serviço deliberadamente inferior ao que alcançaria, na mesma época, mercadoria ou serviço similar, no mercado do domicílio do emitente, sem motivo devidamen-te justificado: multa equivalendevidamen-te a 1 vez o valor do imposto que deixou de ser recolhido; g) para quem promover saída de mercadoria ou

prestação de serviço com documento fiscal já utilizado em operação ou prestação anteriores: multa equivalente a 40% do valor da operação ou da prestação;

h) para quem deixar de escriturar, no livro fiscal próprio para registro de entradas, documento fiscal relativo à operação ou prestação tam-bém não lançada na contabilidade do infrator: multa equivalente a 1 vez o valor do imposto, ficando a penalidade reduzida a 20 Ufirce, se comprovado o competente lançamento contá-bil do aludido documento;

i) para quem emitir nota fiscal nas hipóteses de retorno simulado de mercadoria não efetiva-mente remetida para depósito fechado próprio do remetente ou em quantidades superiores ou inferiores às remetidas: multa equivalente a 30% do valor do referido documento;

j) para quem entregar ou remeter mercadoria depositada por terceiros a pessoa diversa do depositante quando este não tenha emitido o documento fiscal correspondente: multa equi-valente a 30% do valor da operação;

k) para quem entregar, remeter, transportar ou receber mercadorias destinadas a contribuin-tes baixados do Cadastro Geral da Fazenda (CGF): multa equivalente a 20% do valor da operação;

l) para quem transportar mercadorias em quan-tidade menor que a descrita no documento fis-cal: multa equivalente a 20% do valor da ope-ração indicado no referido documento fiscal; m) para quem entregar, transportar, receber,

esto-car ou depositar mercadoria acompanhada de documento fiscal sem o selo fiscal de trânsito: multa equivalente a 20% do valor da opera-ção;

n) para quem cancelar documento fiscal que tenha acobertado uma real operação relativa à circulação de mercadoria ou bem, ou uma efetiva prestação de serviço de transporte in-terestadual ou intermunicipal ou de comuni-cação: multa equivalente a 30% do valor da operação ou da prestação;

o) para quem entregar ao consumidor documen-tos não fiscais visando acobertar operações ou prestações sujeitas ao ICMS: multa nos va-lores abaixo, nunca inferior a 30% do valor da operação:

o.1) 250 Ufirce por documento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no re-gime normal de recolhimento;

o.2) 125 Ufirce por documento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no re-gime de EPP;

o.3) 30 Ufirce por documento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no regime de ME.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, III) 6.4 Impressos fiscais

A respeito da confecção de impressos destinados a uso como documento fiscal e das formalidades exi-gidas para a sua utilização, foram estabelecidas as seguintes infrações:

a) falta de aposição do selo fiscal de autentici-dade no correspondente documento pelo es-tabelecimento gráfico, conforme estabelecido em Autorização para Impressão de Documen-tos Fiscais (AIDF): multa equivalente a 50 Ufir-ce por documento irregular;

b) efetuar o estabelecimento gráfico aposição indevida de selo fiscal de autenticidade em documento fiscal autorizado através de AIDF: multa equivalente a 10 Ufirce por documento irregular;

c) extraviar o estabelecimento gráfico ou trans-portador selo fiscal de autenticidade: multa equivalente a 100 Ufirce por selo, sem prejuí-zo da instauração de processo administrativo pela Secretaria da Fazenda (Sefaz), para fins de suspensão ou cassação do credencia-mento, quando se tratar de estabelecimento gráfico;

d) deixar o estabelecimento gráfico credenciado de devolver à Sefaz selo fiscal de autenticida-de inutilizado: multa equivalente a 50 Ufirce por unidade inutilizada e não devolvida; e) imprimir selos fiscais sem autorização do Fisco,

fora das especificações técnicas, em paralelo, ou em quantidade superior à prevista em documento autorizador: multa equivalente a 90 Ufirce por selo, nunca inferior a 18.000 Ufirce sem prejuízo da suspensão ou cassação do credenciamento; f) deixar o estabelecimento gráfico credenciado à

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medidas de segurança relativas a pessoal, pro-duto, processo e patrimônio, na forma disposta em regulamento: multa equivalente a 1.800 Ufir-ce;

g) deixar o estabelecimento gráfico credenciado à confecção de selos fiscais de adotar as me-didas de segurança relativas a pessoal, pro-duto, processo e patrimônio, na forma dispos-ta em regulamento: muldispos-ta equivalente a 18.000 Ufirce;

h) extraviar o transportador documento fiscal se-lado, inclusive formulário contínuo: multa equi-valente a 90 Ufirce por documento;

i) deixar o estabelecimento gráfico credenciado de devolver à Sefaz saldo de selos fiscais re-manescentes: multa equivalente a 180 Ufirce por selo não devolvido;

j) extraviar o contribuinte documento fiscal, selo fiscal, formulário contínuo ou de segurança: multa correspondente a 20% do valor do, ou, no caso da impossibilidade de arbitra-mento, multa equivalente a 50 Ufirce por do-cumento extraviado. Na hipótese de ME, ME social e EPP, a penalidade será reduzida em 50%;

k) deixar o fabricante de selos fiscais, ou o es-tabelecimento gráfico autorizado para con-fecção de documentos fiscais, de comunicar ao Fisco alteração contratual ou estatutária no prazo estabelecido em regulamento: multa equivalente a 350 Ufirce;

l) emitir documento fiscal com destaque do im-posto em operações ou prestações isentas ou não tributadas, com vedação do destaque do imposto, e naquelas com redução de base de cálculo relativa a parcela reduzida: multa equivalente a 30% do valor da operação ou da prestação, salvo se o valor do imposto desta-cado tiver sido recolhido pelo emitente; m) fornecer, possuir ou confeccionar para si ou

para outrem documento fiscal inidôneo: multa equivalente a 5 Ufirce por documento;

n) deixar documentos fiscais fora do estabeleci-mento sem a prévia autorização da repartição competente: multa equivalente a 1 Ufirce, por documento.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, IV) 6.5 Livros fiscais

As irregularidades atinentes à manutenção dos li-vros fiscais no estabelecimento do contribuinte foram

capituladas como infração à legislação do ICMS con-forme as seguintes descrições:

a) inexistência de livros fiscais ou atraso de es-crituração dos livros fiscais e contábeis: multa equivalente a 90 Ufirce por período;

b) inexistência de livro contábil, quando exigido: multa equivalente a 1.000 Ufirce por livro; c) extravio, perda ou inutilização de livro fiscal:

multa equivalente a 900 Ufirce, por livro; d) inexistência, perda, extravio ou não

escritura-ção do livro Registro de Inventário, bem como a não entrega no prazo previsto da cópia do inventário de mercadorias levantado em 31 de dezembro do exercício anterior: multa equiva-lente a 1% do faturamento do estabelecimento do contribuinte do exercício anterior;

e) falta de registro no livro Registro de Inventá-rio de mercadoria de que o contribuinte tenha posse, mas que pertença a terceiros, ou, ain-da, mercadoria de sua propriedade em poder de terceiros: multa equivalente a 50 Ufirce.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, V)

6.6 Faltas relativas à entrega de informações econômico-fiscais

Em relação às informações econômico-fiscais, o legislador prevê a imputação de penalidades à ado-ção das seguintes práticas:

a) deixar o contribuinte, na forma e nos prazos regulamentares, de entregar ao Fisco os do-cumentos que esteja obrigado a remeter, em decorrência da legislação: multa equivalente a 90 Ufirce por documento;

b) deixar o contribuinte, na forma e nos prazos regulamentares, de entregar ao Fisco as De-monstrações Contábeis a que esteja obrigado, por força da Lei no 6.404/1976 (Lei das

Socie-dades Anônimas) ou outra que a substituir: multa equivalente a 5.000 Ufirce;

c) deixar o contribuinte, na forma e nos prazos regulamentares, de transmitir a Escrituração Fiscal Digital (EFD), quando obrigado, ou a Declaração de Informações Econômico-fiscais (Dief), ou outra que venha a substituí-la: multa equivalente a:

c.1) 600 Ufirce por cada período de apuração, quando se tratar de contribuinte inscrito sob o regime normal de recolhimento; c.2) 200 Ufirce por documento, quando se tratar de

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c.3) 100 Ufirce por documento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no regime de ME.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, VI)

6.7 Faltas relativas ao uso irregular de equipamento de uso fiscal

Está sujeito ao pagamento de multas o contri-buinte que adotar as seguintes condutas:

a) deixar de entregar ao Fisco ou de emitir, nas hipóteses previstas na legislação, ou ainda, extraviar, omitir, bem como emitir de forma ile-gível, documento fiscal de controle, dificultan-do a identificação de seus registros, na forma e nos prazos regulamentares: multa equivalen-te a 200 Ufirce por documento;

b) utilizar ou manter no estabelecimento equipa-mento de uso fiscal sem a devida autorização do Fisco: multa equivalente a 1.000 Ufirce por equipamento;

c) utilizar ou manter no estabelecimento equi-pamento de uso fiscal deslacrado, com lacre violado, danificado ou aposto de forma a pos-sibilitar o acesso aos dispositivos por ele as-segurados: multa equivalente a 450 Ufirce por equipamento;

d) utilizar ou manter no estabelecimento equipa-mento de uso fiscal sem afixação da etiqueta de identificação relativa à autorização de uso do equipamento, ou com ela danificada ou rasurada: multa equivalente a 100 Ufirce por equipamento;

e) utilizar ou manter no recinto de atendimen-to ao público, sem a devida auatendimen-torização do Fisco, equipamento diverso de equipamento de uso fiscal que processe ou registre dados referentes a operações com mercadorias ou prestações de serviço, ou ainda, que possi-bilite emitir cupom ou documento que possa ser confundido com cupom fiscal: multa equi-valente a:

e.1) 6.000 Ufirce por equipamento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no regime normal de recolhimento;

e.2) 3.000 Ufirce por equipamento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no regime de EPP;

e.3) 720 Ufirce por equipamento, quando se tratar de contribuinte enquadrado no re-gime de ME;

f) extraviar ou inutilizar equipamento de uso fiscal autorizado pelo Fisco: multa equivalente a:

f.1) 500 Ufirce por equipamento e por pe-ríodo de apuração, quando se tratar de contribuinte enquadrado no regime nor-mal de recolhimento;

f.2) 250 Ufirce por equipamento e por pe-ríodo de apuração, quando se tratar de contribuinte enquadrado no regime de EPP;

f.3) 60 Ufirce por equipamento e por período de apuração, quando se tratar de contri-buinte enquadrado no regime de ME; g) utilizar programas aplicativos, teclas ou

fun-ções que permitam o registro de vendas sem a impressão concomitante do cupom fiscal: mul-ta equivalente a 450 Ufirce por equipamento; h) deixar de escriturar o Mapa Resumo ECF:

mul-ta equivalente a 5 Ufirce por documento não escriturado;

i) utilizar dispositivo ou programa aplicativo que permita omitir os valores registrados ou acu-mulados em equipamento de uso fiscal: mul-ta equivalente a 3 vezes o valor do imposto calculado com base na média aritmética das vendas brutas registradas nos demais equipa-mentos de uso fiscal autorizados para o esta-belecimento ou, na impossibilidade desse cál-culo, multa equivalente a 40% do faturamento bruto auferido pelo estabelecimento;

j) retirar do estabelecimento equipamento de uso fiscal sem prévia autorização do Fisco, exceto no caso de remessa a estabelecimen-to auestabelecimen-torizado a intervir no equipamenestabelecimen-to: multa equivalente a 3.000 Ufirce por equipamento; k) remover Eprom ou outro dispositivo

equiva-lente, que contenha o software básico ou a memória fiscal de equipamento de uso fiscal, em desacordo com o previsto na legislação: multa equivalente a 5.000 Ufirce por equipa-mento;

l) deixar de proceder à atualização da versão do

software básico homologada ou registrada por

meio de parecer ou ato da Comissão Técnica Permanente do ICMS (Cotepe) nas hipóteses previstas na legislação: multa equivalente a 500 Ufirce por equipamento;

m) emitir documento fiscal por meio diverso, quando obrigado à sua emissão por equipa-mento Emissor de Cupom Fiscal (ECF), multa equivalente a 5% do valor da operação ou da prestação;

n) possuir, utilizar ou manter equipamento para emissão de comprovante de pagamento

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efe-tuado por meio de cartão de crédito, de dé-bito, ou similar, autorizado pelas administra-doras de cartões de crédito ou de débito, ou estabelecimento similar, para uso noutro esta-belecimento com CNPJ distinto, mesmo que da mesma empresa: multa de 200 Ufirce por equipamento.

Notas

(1) Na hipótese deste subitem, independentemente das penalidades nele previstas, o contribuinte ficará obrigado, no prazo assinalado para de-fesa do auto de infração, a regularizar, junto à Sefaz-CE, a utilização de seu equipamento de uso fiscal ou a adotar, em substituição a esta, a emissão de documento fiscal pertinente.

Decorrido o prazo supramencionado sem que o autuado tenha tomado as providências nele indicadas, o servidor fazendário adotará as seguintes providências:

a) lavratura de termo de retenção do equipamento de uso fiscal em situação irregular;

b) representação ao Secretário da Fazenda para aplicar contra o autua-do o regime especial de fiscalização previsto na Lei no 12.670/1996, art. 96.

(2) Constatadas as infrações previstas nas alíneas “b” a “e” deste subi-tem, o agente do Fisco poderá reter o equipamento para fins de averiguação dos valores armazenados.

(3) Para efeito deste subitem, entende-se como equipamento de uso fiscal todo aquele eletromecânico ou eletroeletrônico utilizado na emissão de documentos fiscais acobertadores de operações ou prestações sujeitas à incidência do ICMS.

(4) Na hipótese da alínea “a” deste subitem, considera-se documento fiscal de controle os seguintes documentos:

a) Redução Z; b) Leitura X;

c) Leitura da Memória Fiscal; d) Mapa Resumo de Viagem; e) Registro de Venda;

f) Atestado de Intervenção Técnica em ECF.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, VII, §§ 6o a 7o-A, 9o e 11o) 6.7.1 Uso irregular do equipamento Emissor de

Cupom Fiscal (ECF)

Consistem em faltas relativas à utilização irregular de equipamento de uso fiscal, de responsabilidade da empresa fabricante ou da credenciada a intervir no equipamento:

a) remover Eprom ou outro dispositivo equivalen-te, que contenha o software básico ou a me-mória fiscal de equipamento de uso fiscal, em desacordo com o previsto na legislação: multa equivalente a 5.000 Ufirce por equipamento, sem prejuízo da instauração de processo ad-ministrativo, com vista à suspensão ou cassa-ção do credenciamento;

b) habilitar tecla ou função vedadas ou não au-torizadas ou alterar hardware ou software de equipamento de uso fiscal, em desacordo com a legislação, parecer ou ato da Cotepe: multa equivalente a 5.000 Ufirce, sem prejuízo da instauração de processo administrativo, com

vista à suspensão ou cassação do credencia-mento;

c) manter adulterados os dados acumulados no Totalizador Geral, ou na memória fiscal do equipamento, ou contribuir para a adulteração destes: multa equivalente a 5.000 Ufirce, sem prejuízo da instauração de processo adminis-trativo, com vista à suspensão ou cassação do credenciamento;

d) deixar de lacrar, lacrar de forma irregular ou retirar o lacre de equipamento de uso fiscal nas hipóteses não previstas na legislação, ou liberá-lo para uso, sem observância dos requi-sitos legais: multa equivalente a 1.000 Ufirce por equipamento;

e) deixar de devolver ao Fisco o estoque de lacres não utilizados, ou de entregar os Atestados de Intervenção não utilizados, nas hipóteses de baixa do Cadastro Geral da Fazenda (CGF), cessação de atividade ou descredenciamen-to: multa equivalente a 10 Ufirce por lacre não devolvido ou documento não entregue;

f) deixar de comunicar ao Fisco qualquer mu-dança nos dados relativos ao corpo técnico e aos equipamentos autorizados: multa equi-valente a 450 Ufirce por cada alteração não comunicada;

g) deixar de comunicar previamente ao Fisco a remessa de equipamento de uso fiscal auto-rizado pelo Fisco para o estabelecimento fa-bricante ou importador: multa equivalente a 1.000 Ufirce;

h) deixar de comunicar ao Fisco a saída de equi-pamento de uso fiscal para outro estabeleci-mento, exceto no caso de remessa para con-serto ao estabelecimento fabricante ou impor-tador, bem como o correspondente retorno ao estabelecimento de origem: multa equivalente a 500 Ufirce por equipamento;

i) extraviar, antes de sua utilização, lacre de se-gurança de ECF, ou deixar de devolvê-lo ao órgão fazendário competente quando de sua inutilização: multa de 50 Ufirce por lacre não devolvido ou extraviado;

j) deixar o fabricante ou credenciado, ou esta-belecimento similar, de informar ao Fisco, na forma e no prazo estabelecidos na legislação, relação de todos os equipamentos ECF co-mercializados no mês anterior: multa de 250 Ufirce por período não informado.

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6.7.2 Uso irregular de sistema eletrônico de processamento de dados:

Estão definidos como utilização irregular de siste-ma eletrônico de processamento de dados os seguin-tes procedimentos:

a) utilização do sistema eletrônico de processa-mento de dados para emissão e impressão de documentos fiscais e escrituração de livros fiscais sem a prévia autorização do Fisco: mul-ta equivalente a 5% do valor das operações e prestações do período em que a utilização foi indevida;

b) emissão de documento fiscal por meio diverso quando obrigado à sua emissão por sistema eletrônico de processamento de dados: mul-ta equivalente a 5% do valor da operação ou prestação;

c) falta de comunicação ao Fisco de alteração ou cessação de uso de sistema eletrônico de processamento de dados nos prazos previstos em legislação: multa equivalente a 450 Ufirce; d) falta de encadernação das vias de formulários

contínuos ou de segurança quando inutiliza-dos, bem como dos documentos fiscais emiti-dos ou emiti-dos livros fiscais escrituraemiti-dos, nos pra-zos e nas condições previstas na legislação: multa equivalente a 200 Ufirce, por espécie de documento ou de livro e por exercício de apu-ração;

e) não manutenção, pelo prazo decadencial, do arquivo magnético com registro fiscal dos documentos emitidos por qualquer meio, refe-rente à totalidade das operações de entrada e saída e das aquisições e prestações de ser-viço realizadas no exercício de apuração, nos prazos, nas condições e no padrão previstos na legislação: multa equivalente a 2% do valor das operações de saídas, não inferior a 1.000 Ufirce;

f) venda, aquisição ou utilização de formulário de segurança sem prévia autorização do Fis-co: multa equivalente a 90 Ufirce por formu-lário, aplicável tanto ao fabricante quanto ao usuário;

g) emissão de documentos fiscais em formulário contínuo ou de segurança que não contenham numeração tipográfica: multa equivalente a 10 Ufirce por documento;

h) não impressão em código de barras dos da-dos exigida-dos na legislação pertinente quando

da utilização do formulário de segurança: mul-ta equivalente a 10 Ufirce por formulário; i) não comunicação ao Fisco, por parte do

fa-bricante do formulário de segurança, na forma e no prazo regulamentares, da numeração e seriação de cada lote fabricado: multa equiva-lente a 1.000 Ufirce por lote não informado; j) omissão do fabricante do formulário de

se-gurança em enviar ao Fisco, na forma e no prazo determinados em legislação, as infor-mações referentes às transações comerciais efetuadas com formulário de segurança: mul-ta equivalente a 450 Ufirce por período não informado.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, VII-B) 6.8 Outras faltas

Além dos atos anteriormente descritos, sujeitam-se à aplicação de penalidades pecuniárias as sujeitam- seguin-tes condutas:

a) não cumprir os prazos regulamentares para o retorno, total ou parcial, do gado enviado para recurso de pasto ou para fins de exposição em outro Estado: multa equivalente a 1 vez o valor do imposto, salvo a existência prévia de de-pósito, caso em que este será convertido em renda;

b) embaraçar, dificultar ou impedir a ação fiscal por qualquer meio ou forma: multa equivalente a 1.800 Ufirce;

c) incorrer em faltas relativas ao não cumprimen-to de formalidades previstas na legislação para as quais não haja penalidades específi-cas: multa equivalente a 200 Ufirce;

d) promover o contribuinte o rompimento do lacre previsto no Artigo 83: multa equivalente a 9.000 Ufirce;

e) incorrer em falta ocasionada pelo não cum-primento das formalidades previstas em Ter-mo de Acordo ou TerTer-mo de Credenciamento firmados com a Sefaz-CE: multa equivalente a 1.200 Ufirce;

f) romper lacre da Sefaz aposto pela fiscalização no trânsito de mercadorias sem prévia autori-zação da autoridade fazendária: multa equiva-lente a 450 Ufirce;

g) seccionar a bobina que contém a fita-detalhe, exceto no caso de intervenção técnica que im-plique tal necessidade: multa equivalente a 50 Ufirce por seccionamento;

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h) deixar o contribuinte usuário de sistema eletrô-nico de processamento de dados ou de equi-pamento ECF de entregar ao Fisco arquivo magnético referente a operações com merca-dorias ou prestações de serviço, ou entregá-lo em padrão diferente do estabelecido pela le-gislação ou, ainda, em condições que impossi-bilitem a leitura dos dados nele contidos: multa equivalente a 2% do valor total das operações e prestações de saídas de cada período irre-gular, não inferior a 5.000 Ufirce, sem prejuízo do arbitramento do imposto devido;

i) extraviar ou deixar de manter arquivada, por equipamento e em ordem cronológica duran-te o prazo decadencial, a bobina que contém a fita-detalhe na forma prevista na legislação: multa equivalente a 5% do total dos valores das operações ou prestações registradas no período correspondente ou do valor arbitrado; j) omitir informações em arquivos magnéticos ou nesses informar dados divergentes dos cons-tantes nos documentos fiscais: multa equiva-lente a 5% do valor das operações ou presta-ções omitidas ou informadas incorretamente, não inferior a 1.000 Ufirce por período de apu-ração;

k) deixar a administradora de cartão de crédito ou de débito, ou estabelecimento similar, de entregar, na forma e no prazo previstos na le-gislação, as informações sobre as operações ou prestações realizadas por estabelecimen-tos de contribuintes cujos pagamenestabelecimen-tos sejam feitos por meio de seus sistemas de crédito, débito ou similares: multa de 300 Ufirce por contribuinte e por período não informado.

Nota

Na hipótese de reincidência do disposto na alínea “b” deste subitem, a multa será aplicada em dobro a cada prazo estabelecido e não cumprido, de que trata a Lei no 12.670/1996, arts. 82 e 88.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, VIII, § 8o) 7. EXTRAVIO DE DOCUMENTO FISCAL

Considera-se extravio o desaparecimento, em qualquer hipótese, de documento fiscal, formulário contínuo ou de segurança, selo fiscal ou equipamen-to de uso fiscal. Contudo, não se configura irregulari-dade o extravio no caso de força maior devidamente comprovada, ou quando houver a apresentação do documento fiscal, formulário contínuo ou de seguran-ça, selo fiscal ou equipamento de uso fiscal no prazo estabelecido em regulamento.

A Coordenadoria de Administração Tributária (Catri) excepcionalmente e com base em parecer

técnico, mediante despacho fundamentado, pode-rá excluir a culpabilidade nos casos de extravio de documentos fiscais e formulários contínuos ou de segurança, bem como nos de extravio, perda ou inu-tilização de livros fiscais ou de equipamentos de uso fiscal.

Na hipótese da letra “j” do subitem 6.4, caso o documento fiscal extraviado seja nota fiscal de venda a consumidor ou bilhete de passagem, a multa aplicá-vel será equivalente a 20 Ufirce por documento.

(Lei no 12.670/1996, art. 123, §§ 1o a 3o) 8. OPERAÇÕES SUJEITAS AO REGIME DA

SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA

As infrações decorrentes de operações com mer-cadoria ou prestações de serviços tributados pelo regime de substituição tributária cujo imposto já te-nha sido recolhido, bem como as amparadas por não incidência ou contempladas com isenção incondicio-nada, ficam sujeitas à multa de 10% sobre o valor da operação ou prestação.

A penalidade será reduzida para 1% do valor das operações ou prestações quando estas estiverem regularmente escrituradas nos livros fiscais ou contá-beis do contribuinte.

(Lei no 12.670/1996, art. 126)

9. DESCONTOS NO PAGAMENTO DE MULTAS

Haverá os seguintes descontos no pagamento da multa, desde que recolhida com o principal, se este houver:

a) se o contribuinte ou responsável renunciar à defesa e pagar a multa no prazo:

a.1) de 79% nos casos não compreendidos na alínea “a.2”;

a.2) de 50% nas infrações capituladas nas alíneas “a”, “c” e “d” do subitem 6.1, nas decorrentes exclusivamente de penalida-des por penalida-descumprimento de obrigações acessórias e nas decorrentes de fiscali-zações de trânsito de mercadorias; b) de 30% se o contribuinte ou responsável

re-nunciar, expressamente, ao recurso para o Conselho de Recursos Tributários, desde que pague a multa no prazo deste;

c) de 20% se o contribuinte ou responsável reco-lher a multa no prazo de liquidação fixado na intimação da decisão condenatória do Conse-lho de Recursos Tributários.

(13)

9.1 Parcelamento do débito

Na hipótese do pagamento do débito através da modalidade de parcelamento, a aplicação dos des-contos será feita na forma abaixo especificada:

a) quando o devedor renunciar, expressamente, à impugnação e requerer o parcelamento, pa-gando a primeira prestação no prazo regula-mentar:

a.1) na primeira prestação do débito parcela-do:

a.1.1) nos casos não compreendidos da alínea “a.1.2”;

a.1.2) 50% nas infrações capituladas nas alíneas “a”, “c” e “e” do su-bitem 6.1, nas decorrentes ex-clusivamente de penalidades por descumprimento de obrigações acessórias e nas decorrentes de fiscalizações de trânsito de mer-cadorias;

a.2) 40% da multa inclusa nas prestações seguintes, aplicável somente aos parce-lamentos realizados até o limite de 6 par-celas;

a.3) 30% da multa inclusa nas prestações seguintes, aplicável somente aos par-celamentos realizados até o limite de 12 parcelas;

b) quando o contribuinte renunciar expres-samente ao recurso perante o Conselho de Recursos Tributários e requerer par-celamento, pagando a primeira presta-ção no prazo regulamentar:

b.1) 30% da multa inclusa na primeira presta-ção do débito parcelado;

b.2) 20% da multa inclusa nas prestações seguintes, aplicável somente aos parce-lamentos realizados até o limite de 6 par-celas;

b.3) 10% da multa inclusa nas prestações seguintes, aplicável somente aos par-celamentos realizados até o limite de 12 parcelas;

c) quando, esgotadas as instâncias admi-nistrativas, o contribuinte requerer o be-nefício e pagar a primeira prestação no prazo de liquidação fixado na intimação da decisão condenatória do Conselho de Recursos Tributários:

c.1) 20% da multa inclusa na primeira presta-ção do débito parcelado;

c.2) 10% da multa inclusa nas prestações seguintes, aplicável somente aos parce-lamentos realizados até o limite de 6 par-celas;

c.3) 5% da multa inclusa nas prestações se-guintes, aplicável somente aos parcela-mentos realizados até o limite de 12 par-celas.

(Lei no 12.670/1996, art. 127, parágrafo único) 10. PAGAMENTO ESPONTÂNEO DO ICMS EM

ATRASO

O recolhimento espontâneo do imposto fora dos prazos regulamentares e antes de qualquer pro-cedimento do Fisco está sujeito aos seguintes encar-gos:

a) juros de mora: equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), acumulada mensalmente, ou a qualquer outra taxa que vier a substituí-la; incidirão a par-tir do primeiro dia do mês subsequente ao ven-cimento do débito;

b) multa: de 0,15% por dia de atraso até o limite máximo de 15%, calculada sobre o valor origi-nário do imposto.

(Lei no 12.670/1996, arts. 61 e 62) 11. DENÚNCIA ESPONTÂNEA

A responsabilidade do contribuinte é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos ju-ros de mora ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo depender de apuração.

Não se considera espontânea a denúncia apre-sentada após o início de qualquer procedimento ad-ministrativo ou medida de fiscalização.

Portanto, o contribuinte que se antecipa à ação da fiscalização, ou seja, que se utiliza do instituto da denúncia espontânea, visando a sanar faltas ou ir-regularidades relacionadas com o cumprimento de obrigações tributárias, não está sujeito a penalida-des.

A legislação do ICMS cearense estabelece que não será aplicada penalidade ao contribuinte ou res-ponsável que procurar a repartição fiscal do Estado, antes de qualquer procedimento do Fisco, para sanar irregularidades verificadas no cumprimento das

(14)

obri-ESTADUAL

ICMS - Inclusão ou não dos descontos

incondicionais na base de cálculo

do imposto devido por substituição

tributária

A base de cálculo do ICMS corresponde, em regra, ao valor da operação, que é definido no mo-mento em que esta se concretiza e, muitas vezes, o estabelecimento vendedor concede desconto ao adquirente. A dúvida que geralmente surge é se o desconto deve ou não compor a base de cálculo do imposto devido por substituição tributária quando são concedidos descontos incondicionais na ope-ração original.

Primeiramente, observemos o que preceitua a le-gislação do ICMS em relação aos descontos, a qual os divide em duas modalidades (art. 13, § 1o, da Lei

Complementar no 87/1996):

a) incondicional, ou seja, aquele que não está sujeito a evento futuro e não deverá integrar a base de cálculo do ICMS;

b) condicional, que está sujeito ao cumprimento de alguma condição e deverá ser incluído na base de cálculo do ICMS.

Na sistemática do recolhimento do ICMS pelo re-gime de substituição tributária, o fabricante do produ-to retém e recolhe antecipadamente o valor do tribuprodu-to que incidirá sobre as operações subsequentes. Tal

sistemática estende-se a toda a cadeia de operações em que o fabricante tenha sido responsável pelo re-colhimento do tributo, ou seja, ele é contribuinte subs-tituto tanto do distribuidor quanto do revendedor no varejo.

No que se refere à inclusão ou não do desconto na base de cálculo do ICMS devido por substituição tributária, há posicionamentos no sentido de que, quando não houver preço tabelado ou sugerido, o responsável pela retenção e recolhimento do imposto devido a título de substituição tributária deverá fazer o cálculo levando em consideração o desconto incon-dicional por ele concedido, que será excluído da for-mação de tal base.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ), em julga-mento de um Recurso Especial, posicionou-se da se-guinte maneira:

RECURSO ESPECIAL No 792.251 - RJ (2005/0175947-7) -

Cuida-se de recurso especial interposto com fulcro no art. 105, III, alíneas “a”, “b” e “c”, da Constituição Federal, con-tra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que restou assim ementado, verbis: “SUBS-TITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. CONS“SUBS-TITUIÇÃO FEDERAL ART. 146, III, a E 155, XII, b. LEI COMPLEMENTAR 87/96, ART. 8o, REGRA ESPECIAL QUE FIXA A BASE DE CÁLCULO DO

ICMS NA SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. NÃO PREVISÃO DE DEDUÇÃO DOS DESCONTOS INCONDICIONADOS DO VALOR DA OPERAÇÃO. REGRA QUE PREVALECE ANTE A NORMA GERAL DO ART. 13, APLICÁVEL A VENDA DIRE-TA SUJEIDIRE-TA AO REGIME TRADICIONAL. LEIS ESDIRE-TADUAIS 1.423/89, 2.756/96, 3.525/00. RESOLUÇÃO 1095/84.” (fl. 136) Sustenta a recorrente violação aos arts. 8o e 13, § 1o,

in-ciso II, alínea “a”, da LC no 87/96 e protocolos ICMS no 19/85

a 28/85 e 38/85 e subseqüentes, bem como divergência ju-risprudencial, aduzindo, em síntese, que a base de cálculo do ICMS deve ser o valor da operação, devendo ser abatido

IOB Entende

gações tributárias relacionadas com o ICMS, desde que o saneamento ocorra no prazo de 10 dias, con-tado a partir da comunicação da irregularidade ao Fisco.

O prazo da espontaneidade mencionado anterior-mente se aplica, inclusive, no caso de irregularidade

constatada por ocasião da análise de pedido de al-teração cadastral apresentado pelo contribuinte ou responsável perante a repartição fazendária estadual competente.

(RICMS-CE/1997, art. 880)

(15)

o valor dos descontos concedidos. Relatados. Decido. Te-nho que a presente postulação merece guarida. Esta Corte já firmou entendimento de que o valor referente aos des-contos incondicionais deve ser excluído da base de cálculo do ICMS, sendo que os descontos condicionais a evento futuro não acarretam a redução da exação. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados, litteris: “TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. DES-CONTOS INCONDICIONAIS/BONIFICAÇÃO. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA AO ART. 47 DO CTN. PRECEDENTES. 1. A alteração do art. 14 da Lei no 4.502/64 pelo art. 15 da Lei no 7.798/89 para fazer

incluir, na base de cálculo do IPI, o valor do frete realizado por empresa coligada, não pode subsistir, tendo em vista os ditames do art. 47 do CTN, o qual define como base de cálculo o valor da operação de que decorre a saída da mer-cadoria, devendo-se entender como “valor da operação” o contrato de compra e venda, no qual se estabelece o preço fixado pelas partes. 2. Com relação à exigência do IPI sobre descontos incondicionais/bonificação, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça envereda no sentido de que: - “Consoante explicita o art. 47 do CTN, a base de cálculo do IPI é o valor da operação consubstanciado no preço final da operação de saída da mercadoria do estabelecimento. O Direito Tributário vale-se dos conceitos privatísticos sem contudo afastá-los, por isso que o valor da operação é o preço e, este, é o quantum final ajustado consensualmente entre comprador e vendedor, que pode ser o resultado da tabela com seus descontos incondicionais. Revela contra-ditio in terminis ostentar a Lei Complementar que a base de cálculo do imposto é o valor da operação da qual decorre a saída da mercadoria e a um só tempo fazer integrar ao preço os descontos incondicionais. Ratio essendi dos pre-cedentes quer quanto ao IPI, quer quanto ao ICMS.” (REsp no 477525/GO, Rel. Min. LUIZ FUX, DJ de 23/06/2003) – “A

base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Merca-dorias e Serviços - ICMS, é o valor da operação, o que é definido no momento em que se concretiza a operação. O desconto incondicional não integra a base de cálculo do aludido imposto.” (REsp no 63838/BA, Rela Mina NANCY

ANDRIGHI, DJ de 05/06/2000) 3. Precedentes das 1a e 2a

Turmas desta Corte Superior. 4. Recurso provido.” (REsp no 725.983/PR, Relator Ministro JOSÉ DELGADO, DJ de

23/05/2005, p. 177) “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. ICMS. BASE DE CÁLCULO. DESCONTO CONDICIONADO. 1. “Os valores concernentes aos descontos ditos promocio-nais, assim como os descontos para pagamento à vista, ou de quaisquer outros descontos cuja efetivação não fique a depender de evento futuro e incerto, não integram a base de cálculo do ICMS, porque não fazem parte do valor da operação da qual decorre a saída da mercadoria” (Hugo de Brito, Direito Tributário - II, São Paulo, Editora RT, 1994, pág. 237). 2. O valor dos descontos incondicionais oferecidos nas operações mercantis deve ser excluídos da base de cálculo do ICMS, ao passo que os descontos concedidos de maneira condicionada não geram a redução do tributo. Precedentes. ... Omissis. 4. Recurso especial improvido.” (REsp no 432.472/SP, Relator Ministro CASTRO MEIRA, DJ

de 14/02/2005, p. 154) “TRIBUTÁRIO. ICMS. DESCONTOS INCONDICIONAIS. BASE DE CÁLCULO. A base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, é o valor da operação, o que é definido no momento em que se concretiza a operação. O desconto incondicional não integra a base de cálculo do aludido imposto.” (REsp no 63.838/BA, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, DJ de

05/06/2000, p. 136) Ante o exposto, com arrimo no artigo 557, § 1o-A, do Código de Processo Civil, DOU

PROVIMEN-TO ao presente recurso especial.

A legislação do Estado do Ceará prevê que a base de cálculo da substituição tributária subsequen-te será:

a) em relação às operações ou prestações sub-sequentes, obtida pelo somatório das seguin-tes parcelas:

a.1) o valor da operação ou prestação própria realizada pelo contribuinte substituto ou pelo substituído intermediário;

a.2) o montante dos valores do IPI, de seguro, de frete e de outros encargos cobrados ou transferíveis aos adquirentes ou toma-dores de serviço;

a.3) a margem de valor agregado, inclusive lucro, relativa às operações ou presta-ções subsequentes, fixada em ato do chefe do Poder Executivo;

b) em caso de mercadoria ou serviço cujo pre-ço final, único ou máximo, a consumidor final, seja fixado por órgão público, o próprio preço por ele estabelecido;

c) na existência de preço final a consumidor, su-gerido pelo fabricante ou importador, este po-derá ser tomado como base de cálculo.

(RICMS-CE/1997, art. 435, I e II, “a”, “b” e “c”, e §§ 3o

e 4o)

Podemos concluir da leitura e da interpretação do citado art. 435 que a própria norma é expressa no sentido de que a base de cálculo será o valor da operação se o preço não for tabelado ou sugerido, ou, ainda, corresponderá ao valor líquido pago pelo ad-quirente, levando-se em consideração os descontos incondicionais.

Assim sendo, entendemos que os descontos in-condicionais não deverão ser considerados apenas quando a legislação determinar que a base de cálculo da retenção corresponde a preço tabelado ou sugerido do produto.

Nota

As informações publicadas nesta seção trazem o entendimento do Conselho Técnico IOB, levando em consideração os posicionamentos adota-dos pela doutrina e pela jurisprudência, quando for o caso.

Entretanto, para adotar o entendimento exposto, recomendamos que os Clientes procurem orientação de um profissional especializado para que sejam analisadas todas as peculiaridades de cada situação e o contexto ge-ral em que se apresentam.

Referências

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