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Plano Anual de Outorga Florestal 2012

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Plano Anual de

Outorga Florestal

2012

Brasília-DF 30/05/2011

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2

PLANO ANUAL DE OUTORGA FLORESTAL 2012

Dilma Vana Rousseff

Presidente da República

Michel Miguel Elias Temer Lulia

Vice-Presidente da República

Izabella Mônica Vieira Teixeira

Ministra do Meio Ambiente

Francisco Gaetani

Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente

Antônio Carlos Hummel

Diretor-Geral do Serviço Florestal Brasileiro

Equipe Técnica Responsável

Carolina Fernanda de Souza Mendes Dulce Vidigal do Amaral

Ewandro Andrade Moreira Ilza Maria Pereira Santana José Humberto Chaves

Ludmila Araújo de Sá Teles Rodrigues Tatiana Mahalem do Amaral

Vanessa Xavier Ferreira

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3

RESUMO EXECUTIVO

Lista de Siglas

ABRAF – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas ANA – Agência Nacional de Águas

ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANTAQ – Agência Nacional de Transportes Aquaviários

ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural APA – Área de Proteção Ambiental

ARIE – Área de Relevante Interesse Ecológico AUTEX – Autorização de Exploração

BR-163 – Rodovia BR-163 de ligação entre Cuiabá (MT) e Santarém (PA) CDN – Conselho de Defesa Nacional

CEPROF– Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais CGFLOP – Comissão de Gestão de Florestas Públicas

CGFPU – Cadastro-Geral de Florestas Públicas da União CNFP – Cadastro Nacional de Florestas Públicas

CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente

DETER – Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real DETEX – Detecção da Exploração Florestal Seletiva

DFS – Distrito Florestal Sustentável

DFS BR-163 – Distrito Florestal Sustentável da BR-163 DNPM – Departamento Nacional de Produção Mineral DOF – Documento de Origem Florestal

EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária ESEC – Estação Ecológica

FLONA – Floresta Nacional

FNDF – Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal FPA – Floresta Pública Federal do Tipo A

FPB – Floresta Pública Federal do Tipo B FPF – Floresta Pública Federal

FUNAI – Fundação Nacional do Índio

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IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade IDEFLOR – Instituto de Desenvolvimento Florestal do Estado do Pará IDH – Índice de Desenvolvimento Humano

IEF – Instituto Estadual de Florestas

INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial IMAZON – Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

LGPF – Lei de Gestão de Florestas Públicas

MACROZEE – Macrozoneamento Ecológico-Econômico da Amazônia Legal MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MDA – Ministério do Desenvolvimento Agrário MMA – Ministério do Meio Ambiente

MCT – Ministério da Ciência e Tecnologia MONA – Monumento Natural

MP – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão OEMA – Órgão Estadual do Meio Ambiente

PA – Projetos de assentamentos de reforma agrária PAE – Projeto de Assentamento Agroextrativista PAF – Projeto de Assentamento Florestal PAOF – Plano Anual de Outorga Florestal PARNA – Parque Nacional

PAS – Programa Amazônia Sustentável PCH – Pequenas Centrais Hidrelétricas

PDS – Projeto de Desenvolvimento Sustentável PFNM – Produto Florestal Não Madeireiro PMFS – Plano de Manejo Florestal Sustentável

PNDR – Política Nacional de Desenvolvimento Regional

PNATER – Política Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural para a Agricultura Familiar e Reforma

Agrária

PNF – Programa Nacional de Florestas

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PNMC – Plano Nacional sobre Mudança do Clima PNGC – Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro PNRA – Plano Nacional de Reforma Agrária

PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos PPA – Plano Plurianual

PPCDAM – Plano de Ação para a Preservação e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal PPG 7 – Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil

PROBIO – Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira PRODUSA – Produção Sustentável do Agronegócio

PROPFLORA – Plantio Comercial e Recuperação de Florestas PRONABIO – Programa Nacional de Diversidade Biológica PRONAF – Programa Nacional de Apoio a Agricultura Familiar RDS – Reserva de Desenvolvimento Sustentável

REBIO – Reserva Biológica RESEX – Reserva Extrativista

REVIZEE – Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva RF – Reserva de Fauna

RPPN – Reserva Particular do Patrimônio Natural RVS – Refúgio de Vida Silvestre

SBF – Secretaria de Biodiversidade e Florestas

SEDR – Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural SEF – Secretaria de Estado de Floresta

SEPPIR – Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial SFB – Serviço Florestal Brasileiro

SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente

SNGRH – Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação

SPU – Secretaria do Patrimônio da União TI – Terra Indígena

UC – Unidade de Conservação UMF – Unidade de Manejo Florestal UPA – Unidade de Produção Anual ZEE – Zoneamento Ecológico-Econômico

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6

Lista de Figuras

Figura 1. Florestas públicas do Brasil. ... 11

Figura 2. Distribuição das florestas públicas do Brasil. ... 12

Figura 3. Proporção de florestas públicas federais e estaduais no território brasileiro nos anos de 2010 e 2011 (em milhões de ha). ... 14

Figura 4. Distribuição das florestas públicas federais e estaduais inseridas no CNFP no ano de 2010 e 2011. ... 15

Figura 5. Distribuição das florestas públicas federais e estaduais identificadas no CNFP (abril/2011). ... 16

Figura 6. Distribuição das florestas públicas federais, segundo sua classificação de destinação... 18

Figura 7. Área total de FPF divulgadas nos PAOFs (em milhões de ha). ... 19

Figura 8. Proporção das Unidades de Conservação no total de Florestas Públicas Federais em milhões de ha. ... 19

Figura 9. Proporção das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Federais). ... 20

Figura 10. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2012. ... 34

Figura 11. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2012 e localizadas na faixa de fronteira. ... 36

Figura 12. Principais municípios produtores de madeira serrada na Amazônia Legal e as FLONAs passíveis de concessão em 2012. ... 40

Figura 13. Principais municípios produtores de madeira serrada na Amazônia Legal e as Florestas Públicas. ... 41

Figura 14. Valor da produção extrativista de produtos florestais não madeireiros (em milhões de reais) em 2008 e 2009. 44 Figura 15. Florestas públicas federais passíveis de concessão e o Macrozoneamento da Amazônia Legal. ... 56

Lista de Quadros Quadro 1: Unidades de Manejo Florestal da FLONA do Amana. ... 23

Quadro 2: Unidades de Manejo Florestal da FLONA do Crepori em pré-edital. ... 23

Quadro 3: Unidades de Manejo Florestal da FLONA Saracá-Taquera em pré-edital. ... 23

Quadro 4: Unidades de Manejo Florestal da FLONA de Altamira em pré-edital. ... 24

Quadro 5: Unidades de Manejo Florestal da FLONA de Jacundá em pré-edital. ... 24

Quadro 6: Sobreposição de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal a bacias sedimentares de interesse do setor de petróleo e gás. ... 47

Quadro 7: Distância entre o centro das FLONA e a infraestrutura de transporte. ... 49

Quadro 8: Classes de tamanho das unidades de manejo para fins de concessão florestal em 2012. ... 60

Quadro 9: Ações e recursos financeiros previstos para 2012... 62

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Lista de Tabelas

Tabela 1: Distribuição das florestas públicas identificadas no CNFP nos biomas e regiões do país (em ha). ... 17

Tabela 2: Área de FPF divulgada nos PAOFs de 2007-2008, 2009, 2010, 2011, 2012 em milhões de ha. ... 18

Tabela 3: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de proteção integral. ... 20

Tabela 4: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de uso sustentável. ... 21

Tabela 5: Área estimada de florestas comunitárias federais em 2011. ... 21

Tabela 6: Volume de madeira transportado e recursos gerados nas UMFs da FLONA do Jamari... 22

Tabela 7: Potencial de produção anual estimado nas UMFs II e III da FLONA Saracá- Taquera. ... 23

Tabela 8: Total de áreas de UCs de uso sustentável que foram excluídas do PAOF. ... 26

Tabela 9: Total de áreas ocupadas por comunidades locais que foram excluídas do PAOF. ... 26

Tabela 10: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2012. ... 32

Tabela 11: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão e porcentagem de área disponível para o manejo florestal sustentável. ... 33

Tabela 12: Florestas públicas federais passíveis de concessão no ano de 2012 e respectivos municípios de localização... 37

Tabela 13: Lista dos 50 municípios da Amazônia Legal maiores produtores de madeira serrada no ano de 2010. ... 39

Tabela 14: Número de empresas, movimentação de toras e madeira serrada nos estados da Amazônia Legal. ... 42

Tabela 15: Quantidade e valor dos principais produtos e subprodutos florestais movimentados na Amazônia Legal no ano de 2010. ... 43

Tabela 16: Produção extrativista e valor gerado dos principais produtos florestais não madeireiros na região Norte e nos estados com maior produção - 2009. ... 45

Tabela 17: Superfície de solo de interesse mineral localizados em áreas de florestas públicas da União (em ha). ... 46

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Sumário

1 INTRODUÇÃO ... 10

1.2 A CONCESSÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS E O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL ... 12

1.3 OBJETIVO DO PAOF ... 13

2 AS FLORESTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS ... 13

2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS NO BRASIL ... 14

2.2 AS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS ... 17

2.2.1 Florestas públicas federais destinadas a Unidades de Conservação ... 19

2.2.2 Florestas públicas federais destinadas para uso comunitário ... 21

2.2.3 Florestas públicas federais arrecadadas e não destinadas ... 22

2.2.4 Florestas públicas federais em processo de concessão ... 22

2.2.5 Florestas públicas federais com contrato de transição ... 24

3 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PARA CONCESSÃO ... 25

3.1 METODOLOGIA UTILIZADA PARA SELEÇÃO DAS ÁREAS ... 25

3.2 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO ... 32

3.2.1 Florestas públicas federais passíveis de concessão em faixa de fronteira. ... 35

3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO FLORESTAL NO ANO DE 2012 E DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO FLORESTAL ... 37

3.3.1 Regiões de produção florestal da região Norte ... 38

3.3.1.1 Produtos florestais madeireiros ... 38

3.3.1.2 Produtos florestais não madeireiros ... 44

3.4 ANÁLISE ESTRATÉGICA DAS ÁREAS FLORESTAIS QUE PODERÃO SER LICITADAS PARA CONCESSÃO EM 2012 ... 45

3.4.1 Convergência com concessões de outros setores ... 45

3.4.1.1 Mineração ... 45

3.4.1.2 Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ... 47

3.4.1.3 Infraestrutura – Rodovias, ferrovias, hidrovias e portos ... 47

3.4.1.4 Energia ... 49

3.4.1.5 Concessões de águas ... 50

3.4.2 Políticas setoriais relacionadas à concessão florestal ... 51

3.4.2.1 Reforma agrária e agricultura ... 52

3.4.2.2 Meio ambiente, políticas e planejamento para o setor florestal ... 53

3.4.2.3 Regularização fundiária, ordenamento territorial e desenvolvimento regional ... 54

3.4.2.4 Macrozoneamento da Amazônia Legal ... 55

4. CONSULTAS PRÉVIAS E MANIFESTAÇÕES... 57

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6. FOMENTO FLORESTAL ... 59

7. MECANISMOS DE ACESSIBILIDADE ... 60

8. ATIVIDADES E RECURSOS PREVISTOS PARA 2012 ... 61

8.1 Ações e recursos previstos para o período de vigência do PAOF 2012 ... 61

8.2 Previsão de recursos humanos e financeiros para fiscalização e monitoramento... 62

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 64

ANEXOS ... 69

A – Detalhamento de todas FPF passíveis de concessão no ano de 2012 ... 69

Floresta Nacional do Macauã ... 69

Floresta Nacional de São Francisco ... 70

Floresta Nacional de Humaitá ... 71

Floresta Nacional de Altamira ... 72

Floresta Nacional do Amana ... 73

Floresta Nacional de Caixiuana... 74

Floresta Nacional de Crepori ... 75

Floresta Nacional do Jamanxim ... 76

Floresta Nacional Saracá-Taquera ... 77

Floresta Nacional de Jacundá ... 78

Floresta Nacional do Trairão ... 79

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1 INTRODUÇÃO

O Plano Anual de Outorga Florestal (PAOF) é um instrumento de gestão de florestas públicas instituído pela Lei no 11.284, de 2 de março de 2006, com o objetivo de planejar a produção florestal sustentável por intermédio da concessão de florestas públicas para a exploração de recursos madeireiros, não madeireiros e serviços. Na esfera federal, o PAOF é elaborado pelo Serviço Florestal Brasileiro, aprovado e publicado pelo poder concedente, no caso o Ministério do Meio Ambiente.

O PAOF fundamenta-se em dois marcos legais: a Lei no 11.284, de 2 de março de 2006, e o Decreto no 6.063, de 20 de março de 2007, que a regulamenta. Em conformidade com a legislação, esse Plano identifica, seleciona e descreve as florestas públicas federais passíveis de concessão no ano em que vigorar. Dessa forma, somente haverá concessão em florestas incluídas no PAOF. Contudo, cabe ressaltar que a inclusão de qualquer floresta pública no PAOF não significa, necessariamente, que ela será objeto de licitação para fins de concessão naquele período.

A Lei no 11.284/2006 estabelece também as diretrizes para que o PAOF garanta o acesso democrático dos diversos segmentos da sociedade brasileira ao processo de concessão florestal, as formas de monitoramento e controle e mecanismos para evitar a concentração de áreas.

Este Plano permite que a sociedade conheça com antecedência as florestas públicas passíveis de concessão florestal no período de sua vigência, os mecanismos utilizados para essa escolha e, consequentemente, possa interferir no processo por meio das consultas públicas. Além disso, os potenciais interessados em concorrer nos processos de concessão, bem como os estados e municípios que dispõem de florestas públicas para futuras concessões, podem se planejar com antecedência. Portanto, o PAOF é, em última instância, um instrumento de planejamento transparente e participativo.

Para atingir o seu objetivo, o PAOF avalia a demanda por produtos florestais, evidencia a sinergia entre a política florestal e as outras políticas setoriais e determina, por meio de metodologia objetiva, as florestas públicas passíveis de concessão.

As florestas, naturais ou plantadas, passíveis de concessão florestal citadas neste Plano podem ser encontradas em diversos biomas brasileiros. A seleção dessas florestas se faz a partir do conjunto de florestas, denominadas florestas públicas, ou seja, sob o domínio da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal ou de entidades da administração indireta que se encontram registradas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) (ver figura 1).

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11 Figura 1. Florestas públicas do Brasil.

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O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) registrou, em abril de 2011, a existência de 286.353.948,12 hectares de florestas públicas federais e estaduais. Essas florestas estão distribuídas em terras indígenas (35%), terras arrecadadas federais e estaduais e ainda não destinadas (23%), unidades de conservação federal (21%) e áreas de uso comunitário (6%) e florestas públicas estaduais destinadas (15%), conforme ilustrado na figura 2.

Figura 2. Distribuição das florestas públicas do Brasil.

Fonte: SFB (2011).

Nota: * Florestas Públicas não destinadas federais e estaduais

É importante destacar que a porcentagem representada pelo uso comunitário (6%), apresentado na figura 2, se refere a Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS), Projetos de Assentamento Agroextrativista (PAE), Projetos de Assentamento Florestal (PAF) e áreas de sobreposição (áreas que possuem mais de uma destinação legal, uma delas de uso comunitário). No entanto, o uso comunitário ocorre também áreas de Terras Indígenas (35%) e UCs de Uso Sustentável (RESEX e RDS).

1.2 A CONCESSÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS E O MANEJO FLORESTAL SUSTENTÁVEL

Com o advento da Lei no 11.284/2006, uma nova modalidade de gestão de florestas públicas foi oferecida à sociedade brasileira: a concessão florestal. Essa modalidade pressupõe a regulação e a condução, pelo poder público, de processos de concessão florestal a empresas ou outras pessoas jurídicas que, mediante licitação, demonstrem capacidade de praticar e gerir de forma autônoma o manejo florestal sustentável, dentro de um prazo determinado (até 40 anos) em uma unidade de manejo.

O uso sustentável dos recursos florestais e o desejável estabelecimento e consolidação de economias locais com base em florestas demandam, entre outros fatores: (i) o aumento da rentabilidade do manejo florestal sustentável; (ii) a melhoria das técnicas e tecnologias empregadas no manejo florestal sustentável; (iii) o controle da dinâmica de ocupação dos territórios, especialmente na Amazônia; e (iv) o fomento às atividades produtivas florestais sustentáveis.

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A Lei de Gestão de Florestas Públicas se apresenta como instrumento central de valorização do manejo florestal para fins de conservação e uso sustentável dos recursos florestais, pela oferta de áreas para o desenvolvimento dessas atividades, reguladas por uma combinação de incentivos econômicos e instrumentos de comando e controle para uso sustentável dos recursos florestais. Da mesma forma, atua como elemento integrador de diversas políticas públicas, oferecendo condições jurídico-institucionais importantes para o ordenamento territorial brasileiro, por meio da participação popular e da coerência com outras políticas e planos de governo em vigor.

De modo similar, o Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAM), cujo objetivo geral é reduzir as taxas de desmatamento na Amazônia brasileira, por meio de um conjunto de ações integradas, que inclui o fomento à produção sustentável, associadas ao crescimento expressivo das áreas florestais sob manejo, encontra suporte nas ações previstas no PAOF 2012. O PAOF prevê a oferta potencial de áreas com florestas públicas federais para fins de concessão, a qual contribuirá para a diminuição das práticas de grilagem de terras públicas e de exploração ilegal de madeiras, reduzindo o desmatamento e assegurando a sustentabilidade de negócios florestais no longo prazo.

Em síntese, o estabelecimento de uma economia florestal com base em contratos de concessões fortalece a presença do Estado e propicia o desenvolvimento de atividades ligadas ao manejo dos recursos naturais locais, criando condições concretas para a conservação das florestas, a geração de emprego e renda e a proteção efetiva dos interesses dos municípios, dos estados, do Distrito Federal e da União.

1.3 OBJETIVO DO PAOF

Este PAOF abrange as florestas públicas federais, conforme determinam os artigos 10 e 11 da Lei no 11.284/2006 e os artigos 19, 20, 21, 22, 23 e 24 do Decreto no 6.063/2007, e tem como objetivo selecionar e descrever as florestas públicas federais passíveis de concessão florestal no período de janeiro a dezembro de 2012, considerando a convergência e o alinhamento com outras políticas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal.

2 AS FLORESTAS PÚBLICAS BRASILEIRAS

Para os efeitos da Lei no 11.284/2006, são consideradas florestas públicas aquelas florestas naturais ou plantadas, localizadas nos diversos biomas brasileiros, que sejam bens sob o domínio da União, dos estados, dos municípios, do Distrito Federal ou das entidades da administração indireta, em diferentes situações quanto aos seus objetivos e às modalidades de gestão previstas na Lei de Gestão de Florestas Públicas.

As florestas públicas federais são incluídas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP)1, com a indicação da destinação de cada área (áreas protegidas, de uso sustentável, de uso comunitário, não destinadas, entre outras). Os dados provenientes do CNFP são fundamentais para a elaboração do PAOF e para a seleção das áreas passíveis de concessão florestal no ano de vigência deste instrumento de planejamento.

1

O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) foi regulamentado pela Resolução no 02/2007 do Serviço Florestal Brasileiro. O CNFP encontra-se acessível no endereço http://www.florestal.gov.br.

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Este capítulo apresenta uma visão geral sobre as florestas públicas que foram consideradas durante o processo de elaboração do PAOF 2012. Essas informações facilitarão a compreensão da metodologia adotada para a seleção das áreas passíveis de concessão incluídas neste Plano. Além disso, são apresentadas também as florestas públicas já destinadas à proteção integral, bem como aquelas destinadas ao uso comunitário e as áreas vinculadas aos contratos de transição previstos no artigo 70 da Lei no 11.284/2006.

2.1 DISTRIBUIÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS NO BRASIL

O Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), instituído pela Lei no 11.284/2006, é integrado por bases próprias de informações dos órgãos e entidades gestoras de florestas públicas da União, dos estados, dos municípios e do Distrito Federal, que estão em permanente atualização. Em razão de ser um sistema dinâmico, o CNFP oscila ao longo do tempo, apresentando acréscimos e, eventualmente, decréscimos nas áreas de florestas públicas.

No ano de 2011, houve um aumento das florestas públicas incluídas no CNFP como ilustra a figura 3. Esse aumento foi de 810 mil hectares nas áreas florestais federais e 44 milhões de hectares nas áreas estaduais. As florestas públicas do Brasil inseridas no CNFP, em abril de 2011, compreendem uma área de aproximadamente 286 milhões de hectares, o que representa 33% do território nacional, e incluem aproximadamente 213 milhões de hectares de florestas federais e 73 milhões de hectares de florestas estaduais (ver figuras 3 e 4).

Figura 3. Proporção de florestas públicas federais e estaduais no território brasileiro nos anos de 2010 e 2011 (em milhões de ha).

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15

Figura 4. Distribuição das florestas públicas federais e estaduais inseridas no CNFP no ano de 2010 e 2011.

2010 2011

Fonte: SFB (2011).

O aumento nas áreas de florestas públicas registradas pelos estados (de 28 milhões em 2010 para 73 milhões em 2011) alterou consideravelmente a proporção percentual do total de Florestas Públicas no Brasil.

O SFB estimula que os estados e municípios realizem o cadastro de suas áreas florestais públicas. Dessa forma será possível ter a real dimensão dos recursos florestais brasileiros disponíveis e assim subsidiar a criação de políticas públicas para promover o manejo florestal sustentável e desenvolvimento do setor produtivo.

O mapa das florestas públicas federais e estaduais identificadas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP), em abril de 2011, está apresentado na figura 5. Das florestas públicas estaduais, contam apenas aquelas cadastradas pelas Unidades da Federação.

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As florestas públicas brasileiras distribuem-se nos diferentes biomas e regiões do país. No entanto, a maior parte (93%) encontra-se no Bioma Amazônico (ver tabela 1).

Tabela 1: Distribuição das florestas públicas identificadas no CNFP nos biomas e regiões do país (em ha).

Fonte: Serviço Florestal Brasileiro/CNFP (abril/2011).

Nota: * Resíduos são valores oriundos de análises espaciais entre bases de dados. Os dados quantitativos relativos às florestas públicas

foram obtidos a partir de superposições e geoprocessamento de dados geográficos de diversas fontes, em que a manipulação de projeções cartográficas, ajuste de escalas e sistemas de referência resultam em novos polígonos de pequena dimensão que podem não representar variações espaciais reais. Esses falsos polígonos surgem quando se sobrepõem duas linhas de bases de dados espaciais diferentes (ex: o shape dos biomas e o mapa do Brasil ou a fronteira entre Terra Indígena e Floresta Pública), que, ao serem sobrepostas, não coincidem, gerando os chamados polígonos “spurius” no resultado da superposição (HUNTER, GOODCHILD, 2010; LIMA D’ALGE, 2010).

2.2 AS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS

As florestas públicas federais destinadas ou Tipo A, são aquelas destinadas à proteção e conservação do meio ambiente ou ao uso comunitário.

As florestas não destinadas ou Tipo B são aquelas situadas em terras arrecadadas pelos entes da Federação e que ainda não foram objeto de destinação específica por parte do órgão gestor da terra pública.

No Cadastro Nacional de Florestas Públicas (CNFP) estão incluídas as florestas públicas federais e estaduais de tipo A e B. Do total de 286 milhões de hectares de florestas públicas federais, 83% (aproximadamente 177 milhões de ha) são de florestas destinadas, e 17% (aproximadamente 36 milhões de ha) são de florestas públicas não destinadas, conforme pode ser observado na figura 6.

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Figura 6. Distribuição das florestas públicas federais, segundo sua classificação de destinação.

Fonte: SFB (2011).

Desde que foi instituído o CNFP, tem sido uma ferramenta chave para a construção do PAOF. Ao longo desse tempo, o PAOF apresentou áreas distintas de florestas públicas federais, confirmando o caráter dinâmico desse cadastro, conforme apresentado na tabela 2.

Tabela 2: Área de FPF divulgada nos PAOFs de 2007-2008, 2009, 2010, 2011, 2012 em milhões de ha.

Fonte: SFB (2011).

O PAOF de 2010 apresentou em decréscimo nas áreas de florestas públicas federais (FPF) destinadas em relação ao PAOF de 2009. A destinação das FPF arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP podem se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas. Por outro lado, no PAOF de 2012 houve um acréscimo nas áreas federais destinadas, devido a novas demarcações de terras indígenas e criação de algumas UC Federais (ver figura 7).

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Figura 7. Área total de FPF divulgadas nos PAOFs (em milhões de ha).

Fonte: SFB (2011).

2.2.1 Florestas públicas federais destinadas a Unidades de Conservação

No Cadastro Nacional de Florestas Públicas, cerca de 28% da área total de florestas públicas federais são destinadas as unidades de conservação federal (aproximadamente 59 milhões de hectares), destas 32 milhões de ha de proteção integral e 27 milhões de ha de uso sustentável (ver figuras 8 e 9).

Figura 8. Proporção das Unidades de Conservação no total de Florestas Públicas Federais em milhões de ha.

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20

Figura 9. Proporção das Unidades de Conservação de Proteção Integral e Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Federais).

Fonte: SFB (2011).

Todas as Unidades de Conservação Federais são incluídas no CNFP, com exceção das áreas que admitem parcial ou integralmente a existência de propriedade privada nos seus domínios, tais como:

Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN); Áreas de Proteção Ambiental (APA);

Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE); Refúgios de Vida Silvestre (RVS).

Nesses casos, somente a parcela localizada sobre terras públicas é inserida no CNFP. Nas tabelas 3 e 4, são apresentadas as florestas públicas federais que estão destinadas a unidades de conservação de proteção integral e a unidades de conservação de uso sustentável, respectivamente.

Tabela 3: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de proteção integral.

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Tabela 4: Florestas públicas federais destinadas a unidades de conservação de uso sustentável.

Fonte: SFB (2011).

Nas unidades de conservação de proteção integral, não é possível a realização de atividades de manejo florestal. Por outro lado, naquelas de uso sustentável, é possível o manejo da floresta para produtos e serviços. Para cada categoria de unidade de conservação (UC), as atividades florestais e as condições são definidas nos planos de manejo das unidades.

2.2.2 Florestas públicas federais destinadas para uso comunitário

Estima-se que cerca de 129 milhões de hectares de florestas públicas federais estão destinados ao uso comunitário. A maior proporção dessas áreas se localiza na Amazônia Legal.

As florestas públicas federais destinadas às comunidades podem ser utilizadas para a produção florestal tanto madeireira como de produtos não madeireiros, desde que consideradas regras de utilização estabelecidas em cada categoria e que haja o envolvimento das comunidades. A destinação de florestas públicas ao uso comunitário é feita de forma não onerosa e tem prioridade em relação às concessões florestais.

As florestas públicas destinadas ao uso por comunidades locais são: Terras Indígenas;

Unidades de Conservação de Uso Sustentável (Reserva Extrativista e Reserva de Desenvolvimento Sustentável);

Projetos de Desenvolvimento Sustentável (PDS);

Projetos de Assentamentos (Projetos de Assentamento Agroextrativista, Projetos de Assentamento Florestal).

Na tabela 5, foram listadas as principais categorias de florestas públicas comunitárias e sua respectiva área em âmbito federal. Do total de 213 milhões de hectares de florestas públicas federais, 129,7 milhões de hectares estão destinados às comunidades, o que representa 61% do total de florestas públicas federais cadastradas no Brasil.

Tabela 5: Área estimada de florestas comunitárias federais em 2011.

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2.2.3 Florestas públicas federais arrecadadas e não destinadas

As florestas públicas federais destinadas, denominadas pelo Serviço Florestal Brasileiro como florestas do tipo A, são aquelas para as quais a União já definiu uma utilização para o cumprimento de sua função social, tais como a conservação ambiental ou o uso comunitário por grupos sociais. As florestas não destinadas (Tipo B) são terras públicas com cobertura florestal em poder da União que ainda não possuem uso específico.

Dos 213 milhões de hectares de florestas públicas federais identificadas no CNFP, cerca de 17% são florestas não destinadas, que representam 36 milhões de hectares. Dessas, 98% encontram-se no bioma Amazônico, e o restante no Cerrado e na Caatinga.

A destinação das florestas públicas federais arrecadadas inclui o processo de regularização fundiária de posses com processos anteriores a 2004. Dessa forma, muitas áreas incluídas no CNFP poderão se tornar inativas à medida que essas posses venham a ser reconhecidas definitivamente como propriedades privadas.

2.2.4 Florestas públicas federais em processo de concessão

Em 2007 foram iniciadas as licitações das Unidades de Manejo das Florestas Nacionais. Desde essa data já foram colocadas em licitação uma área de 305 mil ha nas FLONAs do Jamari (RO), de Saracá-Taquera (PA), e de Amana (PA).

A primeira Floresta Nacional submetida ao processo de concessão foi a FLONA do Jamari, no estado de Rondônia. O primeiro lote de concessão florestal possui três unidades de manejo florestal (UMF I, UMF II, UMF III). O edital foi lançado em 2007 e o início das operações se deu em setembro de 2010.

Na concessão da FLONA do Jamari já foram transportados 10,33 mil m3 de madeira até abril de 2011 e os recursos totais gerados foram de R$ 585,14 mil reais como mostra a tabela 6 a seguir.

Tabela 6: Volume de madeira transportado e recursos gerados nas UMFs da FLONA do Jamari.

Fonte: SFB (2011).

O segundo lote de concessão florestal iniciou o processo licitatório em 2009, na Floresta Nacional de Saracá-Taquera, no Pará. Duas empresas foram habilitadas em abril de 2010 para manejar a área da UMF II e UMF III. O início das explorações está previsto para 2011. A previsão de extração de madeira nessas áreas é de 34.173 m3/ano, gerando cerca de 2 milhões de reais a cada ano.

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Tabela 7: Potencial de produção anual estimado nas UMFs II e III da FLONA Saracá- Taquera.

Fonte: SFB (2011).

A concessão da FLONA do Amana (PA), o terceiro lote de concessão, teve o edital lançado em abril de 2010 e o aviso de licitação foi publicado no Diário Oficial em outubro de 2010. O edital prevê cerca de 210.160 hectares de florestas, distribuídos em cinco Unidades de Manejo Florestal, com áreas que variam de 19 a 89 mil ha como mostra o quadro 1.

Quadro 1: Unidades de Manejo Florestal da FLONA do Amana.

Fonte: SFB (2011).

O Serviço Florestal Brasileiro já disponibilizou em pré-edital uma área de 817 mil hectares nos estado do Pará e Rondônia nas FLONAs do Crepori, Saracá-Taquera, Altamira e Jacundá como mostram os quadros 2, 3, 4 e 5.

Quadro 2: Unidades de Manejo Florestal da FLONA do Crepori em pré-edital.

Fonte: SFB (2011).

Quadro 3: Unidades de Manejo Florestal da FLONA Saracá-Taquera em pré-edital.

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Quadro 4: Unidades de Manejo Florestal da FLONA de Altamira em pré-edital.

Fonte: SFB (2011).

Quadro 5: Unidades de Manejo Florestal da FLONA de Jacundá em pré-edital.

Fonte: SFB (2011).

2.2.5 Florestas públicas federais com contrato de transição

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) atuou como gestor direto dos contratos de transição, instrumento administrativo temporário, estabelecido pela Lei de Gestão de Florestas Públicas, que possibilitou a continuidade de atividades florestais já existentes em áreas de florestas públicas no momento da promulgação dessa lei, em março de 2006.

No período entre 2006 até o primeiro semestre de 2011, o SFB acompanhou e monitorou onze contratos de transição localizados no estado do Pará. A área total dos Planos de Manejo Florestal Sustentável (PMFS) sob contrato de transição foi de aproximadamente 17,9 mil hectares e o volume total transportado nas onze unidades foi de 176,3 mil metros cúbicos.

O monitoramento desses contratos foi baseado em análise de imagens de satélite, visitas a campo, e verificação dos produtos transportados no Cadastro de Exploradores e Consumidores de Produtos Florestais do Estado do Pará (Ceprof-PA) e Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais do Estado do Pará (Sisflora-PA).

Todos os contratos de transição foram finalizados ao longo dos anos de 2010 e 2011 com seus respectivos processos de encerramento administrativos realizados bem como envio de correspondência oficial aos detentores dos planos de manejo e órgãos ambientais envolvidos.

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3 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PARA CONCESSÃO

A Lei no 11.284/2006, em seu artigo 9o, determina que apenas as unidades de manejo previstas no Plano Anual de Outorga Florestal em vigência são elegíveis para a concessão florestal.

Neste capítulo, será descrito o processo de seleção das áreas de florestas públicas federais passíveis de serem disponibilizadas para concessão em 2012.

3.1 METODOLOGIA UTILIZADA PARA SELEÇÃO DAS ÁREAS

Em conformidade com a legislação, o Serviço Florestal Brasileiro adotou a seguinte metodologia de seleção de florestas públicas para concessão florestal em 2011.

1a Fase: Exclusão de todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições legais para serem submetidas a processos de concessão florestal.

2a Fase: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não se encontram aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2012.

1a FASE: Exclusão das áreas que possuem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal. a. Exclusão das áreas de florestas públicas estaduais

Inicialmente foram excluídas as áreas de florestas públicas estaduais, uma vez que eventuais concessões nessas florestas é uma prerrogativa exclusiva dos entes federados.

b. Exclusão de unidades de conservação de proteção integral

As Unidades de Conservação de Proteção Integral (Estação Ecológica – ESEC, Reserva Biológica – REBIO, Parque Nacional – PARNA, Refúgio da Vida Silvestre – RVS, Monumento Natural – MONA) são excluídas em razão de suas características específicas descritas na Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC).

c. Exclusão das unidades de conservação de uso sustentável

As Unidades de Conservação de Uso Sustentável destinadas ao uso comunitário (Reservas Extrativistas - RESEX e Reservas de Desenvolvimento Sustentável - RDS) devem ser excluídas do PAOF assim como as Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) e Reserva de Fauna (RF) que abrigam populações animais de espécies nativas e possuem características naturais extraordinárias ou abrigam exemplares raros da biota regional (ver tabela 8).

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Tabela 8: Total de áreas de UCs de uso sustentável que foram excluídas do PAOF.

Fonte: SFB (2011).

d. Exclusão das terras indígenas e áreas ocupadas por comunidades locais

Conforme determina a Lei no 11.284/2006, o PAOF deverá proceder à exclusão das terras indígenas e das áreas ocupadas por comunidades locais.

As Terras Indígenas, segundo a Constituição Federal, são as áreas tradicionalmente ocupadas pelos índios, as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários ao seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.

Do total de Florestas Públicas Federais, 47% (aproximadamente 99 milhões de ha) são Terras Indígenas. As demais florestas públicas destinadas ao uso por comunidades locais:

Reservas Extrativistas (RESEX);

Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS); Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS); Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE); Projeto de Assentamento Florestal (PAF); as áreas de sobreposição identificadas no CNFP.

Tabela 9: Total de áreas ocupadas por comunidades locais que foram excluídas do PAOF.

Fonte: SFB (2011).

É importante destacar que, no Cadastro de Florestas Públicas (CNFP), são identificadas várias áreas de sobreposição, ou seja, áreas que possuem mais de uma destinação legal.

Em uma análise mais detalhada das áreas sobrepostas identificadas no CNFP, observou-se que todas as áreas de sobreposição são áreas destinadas ao uso comunitário. Assim, por exemplo, existem Terras Indígenas, PDS e PAE sobrepostas a várias unidades de conservação. Dessa forma, esse conjunto de áreas que se encontram sobrepostas foi excluído do processo de seleção de áreas para concessão florestal.

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e. Exclusão das áreas de interesse para criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral

Segundo a Lei no 11.284/2006, devem ser excluídas do PAOF as áreas de interesse para criação de unidades de conservação de proteção integral.

O Decreto no 5.092, de 21 de maio de 2004, estabelece que o Ministério do Meio Ambiente deveria definir as regras para identificação de áreas prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios da biodiversidade.

O Ministério do Meio Ambiente realizou entre 1998 e 2000 a primeira “Avaliação e Identificação das Áreas e Ações Prioritárias para a Conservação dos Biomas Brasileiros”. No final do processo, foram definidas 900 áreas, estabelecidas pelo Decreto nº 5.092, de 24 de maio de 2004, e instituídas pela Portaria MMA nº 126, de 27 de maio de 2004. A portaria determina que essas áreas devem ser revisadas periodicamente, em prazo não superior a dez anos, à luz do avanço do conhecimento e das condições ambientais.

Estas Áreas Prioritárias atualizadas, instituídas pela Portaria MMA nº 09, de 23 de janeiro de 2007, são úteis para a definição de áreas para criação de novas Unidades de Conservação, na esfera Federal e Estadual e estão detalhadas na publicação “Áreas Prioritárias para Conservação, Uso Sustentável e Repartição de Benefícios da Biodiversidade Brasileira: Atualização - Portaria MMA n°9, de 23 de janeiro de 2007”,

De acordo com as informações atualizadas de 2007, existem aproximadamente 2,2 milhões de ha de florestas públicas federais não destinadas onde há interesse para criação de Unidades de Conservação de Proteção Integral que possuem prioridade para criação extremamente alta.

f. Exclusão das áreas previstas para uso exclusivamente comunitário

A relação das áreas previstas para uso exclusivamente comunitário foi proveniente da tabela de recomendações de áreas prioritárias divulgada pelo PROBIO (2004) e da relação de áreas de Quilombolas divulgadas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Ao todo existem aproximadamente 871 mil ha de florestas públicas federais não destinadas onde há previsão para uso exclusivamente comunitário.

g. Exclusão das áreas de florestas públicas federais não destinadas

As florestas públicas federais não destinadas são bens públicos, classificados como bens dominicais, e representam o patrimônio disponível do Estado. A essas florestas, todavia, ainda não foi dada uma destinação que atenda às necessidades coletivas e estatais. Assim, para que seja possível realizar concessões florestais nessas áreas, as florestas públicas federais não destinadas devem ser preliminarmente, afetadas a um dos seguintes fins: a destinação direta ao Serviço Florestal Brasileiro (SFB) ou a destinação ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para criação de Florestas Nacionais (unidades de conservação de uso sustentável).

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A primeira fase de exclusão de áreas de florestas públicas federais para fins de concessão florestal que, de acordo com a Lei de Gestão de Florestas Públicas, apresentam impedimentos ou restrições legais para essa modalidade de gestão resultou na exclusão de 264 milhões de ha, ou seja, 92,2% do total das áreas de florestas públicas.

Ao final dessa primeira fase, restaram aproximadamente 22,4 milhões de ha de florestas públicas federais legalmente aptas a serem submetidas às etapas subseqüentes dos processos de concessão em 2012.

2a FASE: Exclusão de áreas de florestas públicas federais que não estarão aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal no ano de vigência do PAOF 2011.

a. Exclusão de Áreas de Floresta Públicas Federais que já estão em concessão.

A Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia, foi a primeira floresta pública federal a ser submetida a concessão florestal. Como essa área já está sob concessão, foi excluída do conjunto de áreas aptas para concessão em 2012.

b. Exclusão de florestas públicas federais que não possuem Plano de Manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF.

O Decreto no 4.340/2002, que regulamenta a Lei no 9.985/2000, determina que autorizações para a exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços em unidade de conservação de domínio público só serão permitidas se previstas no plano de manejo da unidade, mediante decisão do órgão executor, ouvido o conselho da unidade de conservação.

Nesta fase, seguindo o processo de exclusão de áreas de florestas públicas que não estarão aptas para serem submetidas a processos de concessão florestal em 2012, foram eliminadas todas as áreas que não possuem plano de manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF.

A análise dessas áreas foi realizada juntamente com o ICMBio, órgão gestor das Unidades de Conservação. Dessa forma, as UCs excluídas dos processos de concessão em 2012 somam uma área aproximada de 10 milhões de ha.

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c. Exclusão de florestas públicas federais: (i) que não possuem potencial de infra estrutura e de logística; (ii) que apresentam conflitos sociais e de posse; (iii) que possuem grandes áreas desmatadas e (iv) que foram excluídas conforme manifestação do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).

As UCs excluídas nessa etapa do processo de concessão em 2012 somam uma área aproximada de 7 milhões de ha.

O ICMBio, órgão gestor da unidade de conservação, apenas solicitou a exclusão da FLONA de Três Barras, uma vez que os produtos florestais dessa área serão colocados em editais para venda direta de madeira.

Como áreas aptas para concessão florestal em 2012, restam 1,84% do total de florestas públicas, ou seja, aproximadamente 5,2 milhões de ha.

A seguir é apresentado um fluxograma que demonstra o processo de seleção das áreas que poderão ser disponibilizadas para concessão em 2012.

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1a FASE Exclusão de todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições legais para serem submetidas a processos de concessão florestal.

Florestas Públicas do CNFP (Federais + Estaduais) 286,3 milhões de ha (100%)

Exclusão das Florestas Públicas Estaduais 72,9 milhões de ha (25%)

Exclusão das Unidades de Conservação de Proteção Integral (ESEC, REBIO, PARNA, RVS, MONA)

31,7 milhões de ha (12%)

Exclusão das Unidades de Conservação de Uso Sustentável (RDS, RESEX, RF, ARIE)

11,7 milhões de ha (4%)

Exclusão das Terras Indígenas e áreas ocupadas por comunidades locais

(TI, PAE, PDS, PAF, Áreas de sobreposição) 111,6 milhões de ha (39%)

Exclusão das áreas de interesse para criação de UCs de proteção integral 2,2 milhões de ha (0,76%)

100% 75% 25% 63% 37% 59% 41% 20,4% 79,6% 19,7% 80,3%

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Exclusão de áreas previstas para uso exclusivamente comunitário (PROBIO)

871 mil ha (0,3%)

Exclusão das áreas de florestas públicas federais não destinadas 33 milhões de ha (12%)

Florestas públicas federais sem impedimentos ou restrições legais para concessão florestal em 2011 22,3 milhões de ha (7,8%)

2a FASE Exclusão de todas as áreas de florestas públicas que possuem impedimentos ou restrições

legais para serem submetidas a processos de concessão florestal.

Exclusão de áreas de florestas públicas federais que se encontram sob concessão

222 mil ha (0,08%)

Exclusão das áreas que não possuem Plano de Manejo aprovado ou perspectiva de aprovação no período de vigência do PAOF

10,1 milhões de ha (3,55%)

Exclusão de florestas públicas federais: (i) que não possuem potencial de infra estrutura e de logística; (ii) que apresentam conflitos sociais e de posse; (iii) que possuem grandes áreas desmatadas e (iv) que foram excluídas conforme manifestação do Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio).

6,9 milhões de ha (2,46%)

Total de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2012 5,2 milhões de ha (1,84%) 19,4% 80,6% 7,8% 92,2% 7,7% 92,3% 4,2% 95,8% 1,8% 98,2%

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3.2 FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO

O conjunto de florestas públicas federais resultado da aplicação da metodologia para a seleção das áreas passíveis de concessão no período de janeiro a dezembro de 2012 está apresentado na tabela 10. Essa tabela apresenta as regiões e os estados onde as Florestas Nacionais (FLONAs) se encontram, e também as áreas que estão descritas nos Decretos de criação das UCs e as áreas que foram cadastradas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas.

No total foram selecionadas 11 Florestas Nacionais passíveis de concessão florestal em 2012 (ver tabela 10), compreendendo cerca de 5,2 milhões de ha, ou seja, 1,84% do total de florestas públicas inseridas no Cadastro Nacional de Florestas Públicas.

Informações mais detalhadas sobre as onze FLONAs passíveis de concessão podem ser visualizadas no Anexo A. Tabela 10: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2012.

Fonte: SFB (2011).

Nota: * A diferença observada entre essas áreas decorre do fato de que as informações dos limites das UCs foram obtidas em períodos diferentes e a partir de documentações existentes ou levantamentos de campo com diferentes padrões de precisão. Atualmente são utilizadas ferramentas de geoprocessamento que geram novos dados de área, distâncias, etc. com maior precisão.

É importante destacar que o total de áreas passíveis de concessão para o ano de 2012 (5,2 milhões de ha) ainda sofrerá redução, uma vez que todas as FLONAs têm previsto em seus Planos de Manejo apenas uma porcentagem de áreas que é destinada ao manejo florestal.

Em uma análise preliminar em relação as FLONAs que já possuem plano de manejo, as áreas das FLONAs com aptidão para o manejo florestal sustentável empresarial variam de 35% a 82% do valor total da área da unidade (ver tabela 11).

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Tabela 11: Lista de florestas públicas federais passíveis de concessão e porcentagem de área disponível para o manejo florestal sustentável.

Nota: **O Plano de Manejo não separa as áreas destinadas ao Manejo Florestal Empresarial das áreas com Destinação Não-onerosa (uso comunitário).

Na figura 10 a seguir, é possível visualizar localização das florestas passíveis de concessão em 2012. A maior porcentagem dessas florestas públicas encontra-se no estado do Pará, que isoladamente detém 83% do total dessas florestas.

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3.2.1 Florestas públicas federais passíveis de concessão em faixa de fronteira.

A FLONA do Macauã e a FLONA de São Francisco estão listadas como passíveis de concessão em 2012. Entretanto, cabe observar que, conforme ilustrado na figura 11, essas Florestas Nacionais se encontram na faixa de fronteira do território brasileiro.

Segundo a Lei no 6.634/1979, a faixa de fronteira é a faixa interna de 150 km (cento e cinqüenta quilômetros) de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional e é considerada área indispensável à segurança nacional.

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Figura 11. Florestas públicas federais passíveis de concessão florestal em 2012 e localizadas na faixa de fronteira.

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3.3. CARACTERIZAÇÃO DAS FLORESTAS PÚBLICAS FEDERAIS PASSÍVEIS DE CONCESSÃO FLORESTAL NO ANO DE 2012 E DAS REGIÕES DE PRODUÇÃO FLORESTAL

Todas as áreas passíveis de concessão em 2012 foram detalhadas em fichas que se encontram no Anexo A. Nessas fichas podem ser visualizados: os registros legais das Florestas Nacionais; os municípios de localização e suas áreas; a identificação georreferenciada das FLONAs e das áreas adjacentes; a descrição sintética das características físicas, bióticas e sociais do local; e mapas.

A Tabela 12 apresenta todas as FLONAs passíveis de concessão florestal em 2012 e respectivos municípios de localização. Ao todo são aproximadamente 5,2 milhões de ha distribuídos nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia.

Tabela 12: Florestas públicas federais passíveis de concessão no ano de 2012 e respectivos municípios de localização.

Fonte: SFB (2011).

Todas as florestas públicas federais passíveis de concessão na região Norte possuem características de infraestrutura bem semelhantes, conforme as análises dos planos de manejo e/ou estudos realizados nessas unidades de conservação. As características observadas estão descritas a seguir.

Educação:

A maioria das áreas não possui escolas no interior e entorno e algumas áreas possuem atendimento escolar apenas no nível fundamental.

A taxa de analfabetismo é alta, aproximadamente 30%, entre a população com idade acima de 6 anos. Saúde:

Os serviços de saúde pública à população são precários. Em caso de doenças graves, os moradores procuram atendimento na unidade do governo estadual e nos postos de saúde municipais.

Saneamento, tratamento do lixo e acesso à água potável:

Não há infraestrutura de saneamento básico (melhorias sanitárias, destinação adequada do lixo e o tratamento de água para consumo humano).

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38 Comunicação:

O principal meio de comunicação nas Florestas Nacionais é o de rádio difusão. Energia:

Não há serviço público de energia que atenda às Florestas Nacionais. A energia é basicamente provida por geradores a diesel.

3.3.1 Regiões de produção florestal da região Norte 3.3.1.1 Produtos florestais madeireiros

O PAOF de 2011 apresentou um panorama atualizado do cenário madeireiro da região amazônica. Foram descritos dados sobre as características dos mercados, oferta e demanda de madeira, consumo, custos de processamento, preços médios praticados, número de empresas, empregos gerados, entre outros. Todas essas informações foram provenientes de um estudo realizado em 2009, pelo Serviço Florestal Brasileiro e pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia e estão disponibilizadas na publicação “A atividade

madeireira na Amazônia brasileira: produção, receita e mercados” de 2010.

No PAOF de 2012 as atualizações das informações sobre o setor madeireiro na Amazônia Legal foram realizadas a partir dos dados oficiais dos sistemas eletrônicos de controle florestal do Ibama (Documento de Origem Florestal-DOF) e dos estados (Sistema de cadastro, comercialização e transporte de produtos florestais - Sisflora), com informações do ano de 2010. É importante destacar que o DOF ainda não possui integração completa com alguns sistemas estaduais (Mato Grosso, Pará e Rondônia), dificultando uma análise mais completa das informações sobre produção madeireira na região Norte. Entretanto, toda a comercialização interestadual de madeira serrada é registrada no Sistema – DOF.

Os pólos e zonas madeireiras foram definidos a partir das informações de produção de madeira serrada por município registrada no Sistema – DOF, com a premissa de que são esses os principais consumidores e transformadores de madeira na forma de toras. A tabela 13 apresenta a relação dos principais municípios produtores de madeira serrada e a figura 12 mostra a disposição desses municípios em relação às FLONAs do PAOF 2012. A figura 13 apresenta uma visão dos mesmos municípios inseridos no contexto das florestas públicas do Brasil.

O volume de madeira serrada dos 50 municípios da Amazônia Legal maiores produtores representa 73,90% de toda a produção da região. Foram consideradas as madeiras serradas na forma de prancha, caibro, bloco, quadrado ou filé, caibrinhos, pranchão desdobrado, tábua, vareta, viga, vigota, ripas, sarrafo e short, sarrafos e dormentes.

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Tabela 13: Lista dos 50 municípios da Amazônia Legal maiores produtores de madeira serrada no ano de 2010.

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Figura 12. Principais municípios produtores de madeira serrada na Amazônia Legal e as FLONAs passíveis de concessão em 2012.

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Em 2010, o setor florestal madeireiro da Amazônia Legal, excetuando os estados do Pará e Rondônia, possuía 1.203 empresas madeireiras em funcionamento. Os sistemas eletrônicos de controle florestal dos órgãos ambientais registraram uma movimentação de 9,4 milhões de m3 de toras, produziram 5,9 milhões de m3 de madeira serrada.

Tabela 14: Número de empresas, movimentação de toras e madeira serrada nos estados da Amazônia Legal.

Fonte: : *Ibama.Dof (2011); **Oema.Sisflora (2011)

Nota: *** Madeira serrada nas seguintes formas: Prancha; Caibro; Bloco, quadrado ou filé; Caibrinhos; Pranchão

desdobrado; Tábua; Vareta; Viga; Vigota; Ripas; Sarrafo e short; Sarrafos; Dormentes.

Os principais produtos e subprodutos comercializados nos estados da Amazônia Legal com os respectivos valores constam da tabela 15, de acordo com as informações dos sistemas eletrônicos de controle florestal. A tora apresentou um valor médio de R$ 91,03 por metro cúbico. Na medida em que os subprodutos vão sofrendo agregação de valor o preço médio tende a aumentar, chegando a R$ 2.439,30 o valor médio do decking, já considerado um produto acabado.

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Tabela 15: Quantidade e valor dos principais produtos e subprodutos florestais movimentados na Amazônia Legal no ano de 2010.

Fonte: : *Ibama.Dof (2011); **Oema.Sisflora (2011) Nota: * Não inclui os dados do estado de Rondônia

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3.3.1.2 Produtos florestais não madeireiros

Em 2009 o Brasil apresentou um acréscimo no valor produzido dos produtos florestais não madeireiros (PFNM) decorrentes da extração vegetal, passando de R$ 635,7 milhões em 2008 para R$ 685,3 milhões de reais em 2009 (IBGE – Sistema IBGE de Recuperação Automática – Tema Extração Vegetal - 2011). A quantidade total dessa produção foi de 618 mil toneladas no ano de 2009, envolvendo produtos alimentícios, aromáticos, medicinais, corante, borracha, ceras, fibras, gomas, oleaginosos e tanantes.

O açaí, o babaçu, a piaçava, a erva-mate, a carnaúba e a castanha-do-pará foram os produtos que apresentaram maior valor de produção nos anos de 2008 e 2009 (IBGE 2011) e a maioria deles tiveram um acréscimo nesse valor em 2009, com exceção da erva-mate e a cera de carnaúba. Em conjunto, esses produtos somaram 92% do valor total da produção extrativista vegetal não madeireira do Brasil.

A figura 14 apresenta o valor da produção extrativista dos principais produtos florestais não madeireiros do Brasil no ano de 2008 e 2009.

Figura 14. Valor da produção extrativista de produtos florestais não madeireiros (em milhões de reais) em 2008 e 2009.

Fonte: IBGE (2011).

Na região Norte a produção extrativista de não madeireiros em 2009 totalizou em 221,3 milhões de reais, com destaque para o açaí (149 milhões de reais) e a castanha-do-pará (49 milhões de reais). A Tabela 16 relaciona os principais produtos não madeireiros da região norte e o estado maior produtor, com suas respectivas quantidades realizadas em 2009.

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Tabela 16: Produção extrativista e valor gerado dos principais produtos florestais não madeireiros na região Norte e nos estados com maior produção - 2009.

Fonte: IBGE (2011).

3.4 ANÁLISE ESTRATÉGICA DAS ÁREAS FLORESTAIS QUE PODERÃO SER LICITADAS PARA CONCESSÃO EM 2012

A lei de Gestão de Florestas Públicas determina que deverão ser realizadas algumas análises estratégicas, com objetivo de indicar para concessão florestal somente áreas harmoniosas com concessões de outros setores e com outras políticas públicas.

3.4.1 Convergência com concessões de outros setores

Entre as políticas e concessões de outros setores, o PAOF considera a convergência entre os propósitos da gestão de florestas públicas e de outras políticas setoriais, em especial as estruturantes que envolvem contratos de concessão, autorizações, licenças e outorgas dos setores de mineração, petróleo, gás, estradas, linhas de transmissão, geração de energia, oleodutos, gasodutos e para o uso da água. O grande objetivo é evitar atividades divergentes e, ao mesmo tempo, identificar potenciais sinergias.

A análise desses temas individualmente procura verificar a existência de concessões de outros setores, projetos pontuais, planejamento futuro, alternativas ou quaisquer informações que identifiquem suas interações negativas ou positivas ao longo do tempo sobre as florestas públicas. Ao mesmo tempo, procura-se investigar e demonstrar eventuais potenciais de interesse econômico e social para a população interessada. Nesse contexto, foram consultadas as bases de informações disponíveis nos respectivos órgãos competentes e que resultaram nas análises setoriais que se seguem.

3.4.1.1 Mineração

Os recursos minerais são bens da União distribuídos no território brasileiro tanto em propriedades privadas como em terras públicas e são regulados pelo Departamento de Produção Mineral do Ministério de Minas e Energia (DNPM). Sua utilização é autorizada mediante processos de concessão mineral em suas diversas formas2. São de interesse para a Lei de Gestão de Florestas Públicas as jazidas ocorrentes no interior de florestas públicas em função dos aspectos sociais e ambientais envolvidos.

Na região amazônica, sob a ótica do manejo florestal sustentável, há dois tipos de exploração mineral importantes de serem analisados, ambos de superfície. O primeiro são as jazidas de minerais preciosos (como o ouro),

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pontuais com atividades concentradas em pequenos espaços. O segundo envolve os minérios de grande volume, como minério de ferro ou bauxita, que ocupam significativas superfícies territoriais e cujo método de exploração consiste na remoção de toda a vegetação superficial e camadas de solo.

É importante destacar que a concessão mineral, desde que devidamente licenciada, pode ser desenvolvida simultaneamente à concessão de florestas públicas. A harmonia entre atividades consiste na possibilidade de exclusão das jazidas pontuais das unidades de manejo florestal e, quando for o caso, no apropriado aproveitamento do material lenhoso que recobre as minerações de grande superfície. Um exemplo de atividade nesse formato ocorre na FLONA Saracá-Taquera, onde há mineração e o processo de concessão está em andamento, bastando, para tanto, planejar e estabelecer o cronograma das operações das concessões. O adequado planejamento operacional objetiva também potencializar as ações de mitigação de impactos ambientais de ambas as concessionárias e deve ser incorporado ao plano de manejo da concessionária florestal.

A avaliação referente à convergência entre o setor mineral e as florestas passíveis de concessão para o período de vigência deste PAOF consiste em verificar a coincidência entre as quatro categorias minerarias (Autorização de Pesquisa, Concessão de Lavra, Concessão de Lavra Garimpeira e Registro de Extração) com as áreas de florestas públicas.

A análise geral verificou que ocorre um total 636.650,87 ha de interesse mineral no interior das áreas de florestas públicas federais incluídas nesse PAOF, o que corresponde a 12% do total de 5,27 milhões de hectares passíveis de concessão em 2012. A composição em categorias compreende: Autorização de Pesquisa, 517.590,18 ha (9,8%); Concessão de Lavra, 118.398,61 ha (2,2%); e, em percentuais insignificantes, Concessão de Lavra Garimpeira, 551 ha. Contudo, salienta-se que, apesar do relativo destaque das autorizações de pesquisa a área efetivamente autorizada para mineração, as concessões de lavra, é limitada a 2,2% e não compromete as operações vinculadas às concessões florestais. A FLONA de Saracá-Taquera é a única floresta que já possui concessões de lavra com percentual significativo, 26,8%. No entanto, não houve ocorrência de Registro de Extração.

A tabela 17 a seguir reúne as principais informações referentes à interação entre às minerações e florestas públicas incluídas no PAOF 2012.

Tabela 17: Superfície de solo de interesse mineral localizados em áreas de florestas públicas da União (em ha).

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3.4.1.2 Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

A convergência entre as concessões florestais e a política nacional de petróleo e gás natural em 2012 identifica propósitos harmoniosos, tais como: boas práticas de conservação e uso racional do petróleo, dos derivados e do gás natural e a preservação do meio ambiente.

Nesse contexto, a avaliação dessa convergência setorial decorre da verificação da coincidência de localização de florestas públicas e de áreas de interesse de petróleo e gás. A coincidência ocorre nas bacias sedimentares do Amazonas e Madre de Dios e nas Florestas Saracá-Taquera, Caxiuanã, Macauã, São Francisco, Humaitá e Jacundá

(ver quadro 6)

Quadro 6: Sobreposição de florestas públicas federais passíveis de concessão florestal a bacias sedimentares de interesse do setor de petróleo e gás.

Fonte: ANP, 2010.

Atenção especial deve ser dada para as atividades de construção e operação de dutos de transporte, reguladas pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os gasodutos, por exemplo, por apresentarem significativa extensão necessitam de avaliações rigorosas quando coincidirem com as florestas públicas federais. Para o período de vigência deste PAOF, não há coincidências desse tipo.

Cabe informar que está em andamento um plano de expansão da malha dutoviária e polidutos de escoamento de etanol. Entretanto, ainda não há definição de traçados desses dutos.

No futuro, quando eventualmente ocorrer coincidência de interesses entre a exploração, desenvolvimento e produção de petróleo e gás natural e a concessão de florestas públicas federais, o Serviço Florestal Brasileiro, em conjunto com a ANP, fará uma avaliação rigorosa para verificar a possibilidade de compatibilização entre as atividades. Potencialmente em caso futuro, há a indicação de trecho do gasoduto Urucu - Porto Velho coincidente com a Flona Balata-Tufari.

3.4.1.3 Infraestrutura – Rodovias, ferrovias, hidrovias e portos

A análise dos aspectos de infraestrutura instalados ou planejados nas regiões de florestas passíveis de concessão em 2012 consiste em apontar as possibilidades de uso imediato.

A infraestrutura instalada nas regiões passíveis de concessão influencia e acelera as dinâmicas sociais, econômicas e ambientais locais e indica aos interessados nas concessões florestais as potenciais tendências regionais.

Referências

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