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1. TÍTULO DO TRABALHO PEDOFILIA A SOMBRA DO ORDENAMENTO JURÍDICO PENAL BRASILEIRO

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Academic year: 2021

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1. TÍTULO DO TRABALHO

PEDOFILIA A SOMBRA DO ORDENAMENTO JURÍDICO PENAL BRASILEIRO

2. AUTORES:

Eugenia Cordeiro Curvelo e Paulo Afonso Alves Sobrinho

3. OBJETIVOS

Apresentar a pedofilia como a grande sombra do direito penal brasileiro, pois a palavra pedofilia, é uma palavra que não existe na linguagem jurídica, portanto a prática da mesma, não clareia o ordenamento jurídico penal brasileiro.

4. JUSTIFICATIVA (RELEVÂNCIA)

O presente trabalho tem como objetivo apresentar a parafilia intitulada de Pedofilia, a luz da antropologia, psicologia e psiquiatria forense, fazendo ponte com a medicina legal e com o ordenamento jurídico penal brasileiro.

O ordenamento penal brasileiro não possui o tipo penal pedofilia. Entretanto, a pedofilia, como contato sexual entre crianças e adultos, se enquadra juridicamente no crime de estupro de vulnerável e é considerado crime hediondo.

Compreender este fenômeno por meio da Psicologia Analítica significa ampliar o olhar acerca da problemática e ver que a pedofilia como problema social pode ser fruto do efeito sombra coletiva.

5. DESENVOLVIMENTO DO TEMA

Este tema, como alguns poucos, provoca reações aversivas e de repudia da sociedade, pelo fato de ser inaceitável, pela maioria das pessoas, a possibilidade de um adulto praticar sexo com uma criança.

Todos os dias, a sociedade depara-se, ao ler jornais, revistas e até mesmo os jornais televisivos, com crimes de pedofilia. Na maioria das vezes o agressor utiliza a internet como mecanismo de aproximação com a vítima. Pedofilia origina-se do grego pedo ou paidos, que significa criança e filia significa atração ou amor.

Assim sendo, não poderíamos deixar de comentar a função jurídica do ordenamento penal brasileiro. Mesmo sabendo que a pedofilia não tem tipificação legal

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no Código Penal, somente pela psiquiatria e psicologia forense, nem a antropologia tem tipificação legal.

A pedofilia não é considerada um crime, mas sim transtorno mental,na Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10, a pedofilia esta classificada como F65.4, tendo como discrição : uma preferencia sexual por crianças usualmente de idade pré-puberal ou no inicio da puberdade. Ainda esclarecem que alguns pedófilos são atraídos apenas por meninos, outros apenas por meninas e ainda outros por ambos os sexos. É salientado que não é usual ser encontrado este transtorno no gênero feminino, sendo em sua maioria no gênero masculino.(CAETANO1993)

Alguns especialistas acreditam que a atração sexual por crianças é por si mesma um tipo de orientação sexual. Isto vai contra ao entendimento dominante, pelo qual o termo orientação sexual é categorizado como sendo a atração sexual por pessoas do sexo oposto, do mesmo sexo, ou por ambos os sexos.

Os proponentes desta idéia divergente alegam que a heterossexualidade, a homossexualidade e a bissexualidade não são normalmente associadas com a atração sexual por crianças, e que estas são suficientemente diferentes dos adultos, seja física ou psicologicamente, para que a pedofilia possa ser categorizada como um tipo de orientação sexual.

Este assunto é extremamente arido, não há um perfil detalhado do ofensor sexual, mesmo porque a sexualidade humana é complexa. Sendo assim o estereótipo de que este individuo pode ser asqueroso, introvertido, medonho está equivocado. No entanto o que se observa é ao contrario, os pedófilosidentificam-se, criam redes articuladas, complexas e infelizmente movimentam um volume extraordinário de espécie monetária. Com o fenômeno da globalização, internet, estas redes tem surpreendido a sociedade, vale salientar que estas redes não são apenas na internet. Ficam atuante na obscuridade, na sombra da sociedade.

A sombra é um conceito que foi desenvolvido por Carl Gustav Jung dentro da Psicologia Analítica e carrega em seu significado tudo aquilo que não sabemos ou negamos a respeito de nós mesmos. É o arquétipo que simboliza os aspectos escuros, obscuros, desconhecido, renegados ouignorados pela consciência.

Alguns arquétipos desempenham papéis fundamentais na formação de nossa personalidade e de nosso comportamento. Podemos salientar a persona e a sombra, como arquétipos importantes para compreensão deste fenômeno. A palavra "persona" é derivada do verbo "personare", ou “soar através de”. Podemos observar que no teatro

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grego era o nome da máscara que os atores usavam para lhes dar a aparência que o papel necessitava paraatuação. Na Psicologia Analítica, a persona indica um aspecto da personalidade, representante da psique coletiva, que se encontra dentro da própria personalidade. Persona também considerada como uma das subpersonalidades que giram ao redor do complexo Ego, representando o papel ou o status social do individuo nas relações com o mundo, tanto cultural como socialmente, portanto é com a persona que o individuo se relaciona no mundo exterior. (PIERI2002).

Zweig e Abrams (2011), dizem que a sombra pessoal se desenvolve de forma natural em todas as crianças, e que a medida que nos identificamos com características de personalidade consideradas ideais, vamos enterrando na sombra aquelas que não são consideradas adequadas. “O ego e a sombra, portanto, desenvolvem-se aos pares, criando-se mutuamente a partir da mesma experiência de vida” (ZWEIG e ABRAMS, 2011).

Jung (2002), diz que a sombra é uma parte viva da personalidade e por isso ela precisa aparecer de alguma forma. A sombra não é possível de ser anulada, ou tornar-se inofensiva pela racionalização. “Se formos capazes de ver nossa própria sombra, e suportá-la, sabendo que existe, só teríamos resolvido uma pequena parte do problema. Teríamos pelo menos, trazido a tona o inconsciente pessoal” (JUNG, 2002).

O encontro consigo mesmo significa, antes de mais nada, o encontro com a própria sombra. A sombra é. no entanto, um desfiladeiro. um portal estreito cuja dolorosa exiguidade não poupa quem quer que desça ao poço profundo. Mas para sabermos quem somos, temos de conhecer-nos a nós mesmos, porque o que se segue à morte é de uma amplitude ilimitada, cheia de incertezas inauditas, aparentemente sem dentro nem fora, sem em cima, nem embaixo, sem um aqui ou um lá, sem meu nem teu, sem bem, nem mal. É o mundo da água, onde todo vivente flutua em suspenso, onde começa o reino do "simpático" da alma de todo ser vivo, onde sou inseparavelmente isto e aquilo, onde vivencio o outro em mim, e o outro que não sou, me vivência. (JUNG, 2002, p 31).

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Jung (2002) diz que conscientemente somos nossos próprios senhores, porém se ultrapassarmos o “pórtico da sombra, percebemos aterrorizados que somos objetos de fatores”. Este conhecimento não é algo agradável, uma vez que é totalmente decepcionante conhecer nossa própria insuficiência.

É até mesmo um motivo de pânico primitivo porque significa questionar a supremacia da consciência em que acreditamos e a qual protegemos medrosamente, pois na realidade ela é o segredo do sucesso humano. Mas uma vez que a ignorância não é motivo de segurança, sendo pelo contrário uma agravante da insegurança, é melhor, apesar do medo, saber o que nos ameaça. (JUNG, 2002, p 33)

Conforme fora exposto em nosso trabalho, a grande sombra do ordenamento jurídica penal brasileiro, e não ter a palavra pedofilia inserida em seu ordenamento jurídico, pois a mencionada palavra só existe nas psicologia, psiquiatria e antropologia forense, sendo assim o jurídico por excelência torna-se preso a estas ciências mencionadas, e uma vez preso, passa a não ter autonomia na própria esfera jurídica, mesmo utilizando o título jurídico "Crimes contra a Dignidade Sexual".

Torna-se evidente que este trabalho teve como foco aprofundar alguns aspectos relevantes para a compreensão do fenômeno da pedofilia envolvendo os aspectos legais da criminalidade e sua observância como reflexo do arquétipo coletivo da sombra.

Temos enfrentado ao longo do tempo, alterações sociais, politicas, econômicas e culturais, principalmente em decorrência do fenômeno da globalização, que diretamente interferem nas relações interpessoais e culturais dos indivíduos. No entanto observamos o arquétipo da sombra, atravessando a noite dos tempos, não sendo algo exclusivo de nossos dias atuais. Para compreendermos esta psicopatologia social e sua raízes nas entranhas da sombra é necessário um maior aprofundamento, merecendo uma pesquisa de campo.

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ALBRECHT, P.A. Criminologia – uma fundamentação para o Direito Penal. 1ª Edição. Rio de Janeiro. Ed. Lumen Juris, 2010.

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BERGERET, J. (Coord). Psicopatologia – teoria e clínica. 9ª Edição. Porto Alegre. Ed. Artmed, 2006.

BERISTAIN, A. Derecho penal, criminologia y victimología. 1ª Edição. Curitiba. Ed. Juruá, 2007.

BERNARD, P.; BRISSET, C.; EY, H. Manual de Psiquiatria. 5ª Edição. São Paulo. Ed. Atheneu. 2000.

CAETANO, Dorgival. Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. In:Classificaçao de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descriçoes clínicas e diretrizes diagnósticas; Classificaçao de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: Descriçoes clínicas e diretrizes diagnósticas. Editora Artes Medicas Sul, 1993.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. 2ª Edição. Porto Alegre. Ed. Artmed, 2008.

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MORAES CRUZ, R.; REICHERT ROVINSKI, S.L. Psicologia Jurídica – perspectivas teóricas e processos de intervenção. 1ª Edição. São Paulo. Ed. Vetor, 2009.

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ZWEIG, Connie; ABRAMS, Jeremiah. Ao encontro da sombra: O potencial oculto do lado escuro da natureza humana. CULTRIX; 8ª edição. São Paulo, 2011.

Referências

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