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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL KERLY SILVA DE ARAÚJO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA

CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL

KERLY SILVA DE ARAÚJO

ERGONOMIA HOSPITALAR: UMA INTERVENÇÃO MACROERGONÔMICA EM UM HOSPITAL EM SÃO LUÍS (MA)

NO SETOR DE ARQUIVO MÉDICO DE PRONTUÁRIOS

SÃO LUÍS – MA 2005

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KERLY SILVA DE ARAÚJO

ERGONOMIA HOSPITALAR: UMA INTERVENÇÃO MACROERGONÔMICA EM UM HOSPITAL EM SÃO LUÍS (MA)

NO SETOR DE ARQUIVO MÉDICO DE PRONTUÁRIOS

Orientador: Prof° Dr. Raimundo Lopes Diniz

SÃO LUÍS – MA

2005

Monografia apresentada ao Curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Desenho Industrial.

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KERLY SILVA DE ARAÚJO

ERGONOMIA HOSPITALAR: UMA INTERVENÇÃO MACROERGONÔMICA EM UM HOSPITAL EM SÃO LUÍS (MA)

NO SETOR DE ARQUIVO MÉDICO DE PRONTUÁRIOS

Aprovada em / /

BANCA EXAMINADORA

Prof° Dr. Raimundo Lopes Diniz

Doutor em Ergonomia

Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Prof ª Luciana Bugarin Caracas

Mestrado em Desenvolvimento Urbano Universidade Federal de Pernambuco

Prof° João Rocha Raposo

Especialização em Gestão da Comunicação Universidade Federal do Maranhão

Profª Inêz Maria Leite da Silva

Coordenadora de Monografias Universidade Federal do Maranhão

Monografia apresentada ao Curso de Desenho Industrial da Universidade Federal do Maranhão, para obtenção do grau de Bacharel em Desenho Industrial.

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A Deus, por ter colocado na minha vida, pessoa tão preciosa que é a minha mãe. Pessoa de extrema importância na minha vida, a quem me passou sensação reconfortante de carinho, aconchego e amor incondicional.

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AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, agradeço a Deus, pela dádiva de existir nesse mundo e pela possibilidade de conclusão dessa pesquisa.

Agradeço a minha mãe, por me passar tranqüilidade e pela paciência nos momentos de estresse.

Ao meu orientador, DSc. Raimundo Lopes Diniz pela competência e paciência.

Agradeço aos meus avós que sempre me deram força e acreditaram que eu conseguiria chegar até aqui, e a minha Bisavó com suas orações.

Aos meus irmãos: Tharly, Carlos Jr e Kerlieny, e demais parentes pelo apóio moral e incentivo.

Agradeço também a minha amiga Aline Vale, que me ajudou muito em algumas etapas dessa pesquisa e vem me ajudando em todos os sentidos com a sua amizade até os dias de hoje, e não só ela como sua família, pelo incentivo.

Obrigada também as minhas amigas de faculdade, Fabiane Fernandes e Mariane Lopes por estarem sempre presente nesta fase da minha vida e também a Cynthia Nóbrega, que mesmo longe me ajudou bastante.

Obrigada também a toda equipe do Núcleo de Ergonomia em Processo e Produto – NEPP da Universidade Federal do Maranhão - UFMA, onde juntos realizamos o projeto de pesquisa como um todo, que resultou na presente monografia.

Agradeço a todos que de alguma forma, direta ou indireta, proporcionaram para que chegássemos ao final desse Trabalho.

E por fim, porém de extrema importância agradeço:

Ao hospital onde foi realizada a pesquisa, por proporcionar que este trabalho se iniciasse e chegasse ao fim.

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A Sra. Ana Luzia, responsável pelo Setor de Arquivo Médico do SAME, foco desta pesquisa, pela disponibilidade e total apóio em todas as fases da pesquisa, entendendo o real valor de uma pesquisa científica e os benefícios que a mesma pode proporcionar, assim como também à todos os 14 funcionários e estagiários do Setor de Arquivo Médico, em especial a Cleuba , onde todos, sem exceção, se colocaram a disposição em esclarecer e ajudar em qualquer tipo de dúvida.

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“Que Deus nos dê força para mudar as coisas que podem ser mudadas.

Serenidade para aceitar as coisas que não podem mudar e sabedoria para perceber a diferença.

Mas Deus nos dê sobre tudo, coragem para não desistir daquilo que pensamos estar certo”

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RESUMO

Esta monografia apresenta uma Intervenção Macroergonômica, no Setor de Arquivo Médico de um Hospital em São Luís – MA. Foi realizado o mapeamento dos constrangimentos ergonômicos, por meio de observações assistemáticas e sistemáticas, entrevistas abertas não induzidas, onde os resultados das mesmas serviram de base para formulação do questionário aplicado aos funcionários do Setor de Arquivo Médico. O método utilizado foi a Análise Macroergonômica do Trabalho – AMT, proposta por (GUIMARÃES, 1999), que abordou as fases 0 (lançamento), fase 1 (apreciação) e fase 2 (diagnose). Para comprovar os constrangimentos ergonômicos relacionados à postura, ao desconforto/dor e a carga de trabalho, utilizou-se à configuração proposta pelo REBA (Rapid Entire Body Assessment) (HIGNETT & McATAMNEY, 2000), o Mapa de Regiões Corporais (CORLETT, 1995) e o NASA – TLX (Task Load Index). No geral, os resultados obtidos, apontaram constrangimentos posturais, causando desconforto/dor.

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ABSTRACT

This study presents an Ergonomic Intervention at a hospital in São Luís (MA). Macroergonomic analysis of work (GUIMARÃES, 1999) was used to identify and prioritize the ergonomic demanded items. At the stage o (explanation), 1 (apreciation) and 2 (diagnosis). It was applied interviens and field observation and performed a subjective questionnaire at the stage 1. At the stage 2 it was applied a posture assessment technique (REBA – Rapid Entire Body Assessment) (HIGNETT & McATAMNEY,2000), Body Map Assessment (CORLETT, 1995) and NASA – TLX (Task Load Index). In General, the workers complaintedd organization enviromental, biomechanical and worhstation constraints. Also, the results suggested high levels of desconfort/pain/sickness perceived anong workers and awkward postures.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2 Sugestão de posicionamento das salas...27

Figura 4 Tabela de numeração colorida do sistema DTC...35 Figura 5

Figura 7 Descrição dos respondentes do Questionário CORLETT...50 Figura 8 Descrições das subescalas utilizadas no

NASA-Figura 9 Descrição dos res

Figura 13

Figura 16 Gráfico do Nível de Satisf

Figura 20 Referente à Fl

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Figura 23 Referente à Flexão do Antebraço...64

Figura 26 S

Figura 30 Resumo dos Resultados do N ASA/TLX para os Fatores Relacionados à Carga de

Trabalho (Variável Sexo)...68 Figura 31 Comparativo entre os funcionários de acordo com o Nível de Carga de Trabalho...68

Figura 34

Figura 39 Sugestão de Modificação do Layout da Sala de Acervo...77

Figura 42 Sugestão de Modificação do Layout da Sala de Acervo...79 Figura 43 Sugestão de carrinho para transporte dos prontuá

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SUMÁRIO

1.1 JUSTIFICATIVA...15

2 Ergonomia Hospitalar...17

3 NORMAS PARA O SETOR SAME...20

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...81 6.1

REFER

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Magalhães et al (2004), desde os primórdios da História da Humanidade, o ser humano sempre se preocupou em se comunicar com os demais de sua espécie, em registrar e preservar a informação, como um objeto precioso de comunicação. Para esse fim, utilizaram-se diversos suportes, objetivando perpetuar a sua espécie e difundir a sua cultura através de gerações. Com essa diversidade, surgiu o sistema de comunicação e transferência de informações que norteou o progresso científico, tecnológico, econômico e político de toda a humanidade.

Para Jardim (1996), a existência de um grupo social seria impossível sem o registro da memória, ou seja, sem os arquivos. Isso mostra a importância dos arquivos para o desenvolvimento de uma sociedade e formação de uma cultura.

Segundo Magalhães et al (2004), o valor arquivista de um documento está associado à importância da informação que o mesmo contém e à competência da organização administrativa da instituição que gerou em decorrência de suas atividades.

Kmita et al (2002), afirma que o Setor de Arquivamento de Prontuários de um hospital, tem a necessidade de estar em funcionamento 24 horas por dia, pois suas atividades estão relacionadas ao gerenciamento da informação clínica, no que diz respeito à estatística médica, organização e guarda de prontuários médicos e exames de imagem, relativos ao atendimento assistencial de cada paciente desse hospital.

Para que esses registros aconteçam de maneira adequada e eficiente, é necessário um ambiente com condições de trabalho no que diz respeito ao próprio ambiente, ao mobiliário, aos equipamentos, aos instrumentos, etc. Aqui se faz o uso da Ergonomia, que segundo Iida (1990), estuda a adaptação do trabalho ao homem.

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Segundo a International Ergonomics Association – IEA (2000), a ergonomia (ou Fatores Humanos) é a disciplina científica que trata da compreensão das interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema, e a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos, a projetos que visam otimizar o bem estar humano e a performance global dos sistemas.

Para Estryn-behar (1996) a Ergonomia pode ser uma contribuição importante na observação e análise das situações de trabalho em hospitais. O profissional da área de saúde está sujeito a muitos problemas: o próprio ambiente hospitalar propicia riscos à saúde; trabalho em turnos traz efeitos danosos ao trabalhador.

Segundo Mauro e Capello (2001), nas últimas décadas o conceito de ergonomia Hospitalar avançou com o objetivo de assimilar um amplo espectro de atividades incluindo as dos setores de internação, ambulatorial, administrativos, de logística (cozinha, lavanderia, central de esterilização, serviço de manutenção e de gráfica) e atividades técnicas (laboratórios de análises funcionais, serviço de radiologia e centro cirúrgico).

Nesta pesquisa foi realizada uma intervenção ergonômica, através do Método de Análise Macroergonômica do Trabalho (nas etapas de apreciação e diagnose) - AMT, proposto por Guimarães (1999), no setor de arquivo médico de um hospital em São Luís (MA). Foram realizadas visitas ao hospital, entrevistas e questionários com os funcionários, observações assistemáticas em situação real de trabalho, com o objetivo de mapear os constrangimentos ergonômicos, tendo em vista a melhoria das condições de trabalho no setor de arquivo médico do hospital em estudo. Foi feita uma parceria com o Núcleo de Ergonomia em Processo e Produto – NEPP, do Departamento de Desenho e Tecnologias – DeDET, da Universidade Federal do Maranhão – UFMA e o referido Hospital para diagnóstico ergonômico e a proposição de soluções preliminares, a partir de uma visão macroergonômica.

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1.1 JUSTIFICATIVA

De acordo com Fernandes Filho e Moura (1999), a organização hospitalar envolve um grande número de especialidades e especialistas, possui tecnologias que variam desde as mais simples (estufas) até as mais sofisticadas (ressonância magnética), e tem uma clientela ampla, de diferentes níveis socioculturais, e que demanda serviços de diferentes complexidades. Com isso, inúmeros produtos foram sendo inseridos no ambiente hospitalar. Devido à inadequação dos mesmos aos setores e atividades a que se destinam, vieram as situações de riscos à saúde de pacientes, equipes e visitantes. É nesse âmbito que se insere a Ergonomia Hospitalar. Conforme Galdino e Soares (2001), promover o conforto, a segurança e a satisfação do usuário do produto hospitalar, minimizando seus constrangimentos físicos e psíquicos, são os objetivos da ergonomia aplicada à organização hospitalar. Para Cardoso e Moraes (1998), a arquitetura, as condições de trabalho, equipamentos e acessórios são fatores importantes para garantir a qualidade do atendimento ao paciente e do sistema hospitalar como um todo. A identificação destes fatores é necessária para que se possa realizar uma intervenção ergonomizadora, que muito pode contribuir para a melhoria das atividades profissionais e para o desenvolvimento das atividades dos pacientes e sua respectiva recuperação.

Por isso, na tentativa de melhorar a qualidade no trabalho executado pelos profissionais no Setor de Arquivo Médico de um Hospital de São Luís-MA, viu-se necessário à execução de uma Intervenção Ergonômica nesse posto de trabalho, a fim de propor sugestões preliminares de soluções, através do Método de Análise Macroergonômica do Trabalho (AMT).

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1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Geral

Contribuir para o conforto, segurança, eficiência e qualidade no trabalho dos funcionários do Setor de Arquivo Médico de um Hospital no Município de São Luís – MA.

1.2.2 Específicos

• Realizar uma Intervenção Ergonômica de acordo com Guimarães (1999), no Setor SAME em um Hospital no Município de São Luís – MA;

• mapear constrangimentos ergonômicos;

• comprovar a carga física dos trabalhadores do Setor de Arquivo Médico; • verificar os fatores relacionados à carga de trabalho;

• propor soluções preliminares de melhorias.

1.2.3 Operacionais

• Catalogar opiniões sobre o trabalho por meio de entrevistas abertas;

• construir uma estrutura hierárquica para elaboração de um questionário fechado e aplicação deste;

• realizar observações assistemáticas e sistemáticas por meio de registros fotográficos e/ou em vídeo;

• aplicar a técnica de Avaliação de desconforto/dor por meio do mapa de regiões do corpo (CORLETT, 1995);

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• avaliar o contexto postural dos trabalhadores de maneira descritiva, segundo a configuração proposta pelo REBA (Rapid Entire Body Assessment) (HIGNETT & McATMANEY, 2000);

aplicar a técnica NASA/TLX (2001).

1.3 Estrutura do trabalho

Esta monografia está estruturada em 6 capítulos. No capítulo 1 apresenta-se a introdução, a justificativa e os objetivos. No capítulo 2, descreve-se brevemente sobre Ergonomia Hospitalar, citando algumas intervenções ergonômicas realizadas no setor de arquivo médico, setor em estudo. No capítulo 3, descreve-se o setor de arquivo médico e estatística – SAME, de acordo com as normas de como deve proceder um SAME(Sounis (1993), Carvalho(1977), Silva Filho (1993)e Mello (1994)), enfatizando o arquivo médico, o prontuário médico, de acordo com as leis, artigos e portarias existentes para proporcionar o arquivamento adequado. No capítulo 4, trata-se dos métodos e técnicas utilizados para realização dessa pesquisa, justificando o uso dos mesmos e as estratégias de pesquisas para coleta de dados. O capítulo 5 refere-se aos resultados e discussões, e por fim o capítulo 6 que trata das considerações finais.

2 Ergonomia hospitalar

A aplicação da ergonomia em hospitais, apenas recentemente tornou-se conhecida e sua difusão ainda está muito limitada. A ergonomia hospitalar trata de melhorar as condições de trabalho, o conforto e a segurança dos trabalhadores da área da saúde e dos pacientes. Nos últimos vinte anos, a visão da Ergonomia Hospitalar voltou-se para as questões

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que importam na hospitalização, ambulatório, administração interna e de usuários e logística (nas cozinhas, lavanderias, centrais de esterilização, serviços de manutenção, serviços de radiologia e centros cirúrgicos). O número de estudos publicados por equipes hospitalares treinadas indica que a Ergonomia Participativa vem sendo divulgada nos hospitais nos últimos anos (ESTRYN-BEHAR, 1996). Com base nos meios de comunicação, pode-se verificar que são significativas as pesquisas na área de ergonomia de equipamentos médicos sofisticados e de procedimentos a serem executados. É fundamental que estas pesquisas continuem.

Para Estryn-behar (1996) a Ergonomia pode ser uma contribuição importante na observação e análise das situações de trabalho em hospitais. O profissional da área de saúde está sujeito a muitos problemas: o próprio ambiente hospitalar propicia riscos à saúde; trabalho em turnos traz efeitos danosos ao trabalhador; o contato direto com o doente deixa o profissional vulnerável a contaminações e são comuns casos de depressão entre os trabalhadores em função do trabalho em turnos diferentes e de seu envolvimento com pacientes.

Em um hospital, há a necessidade do envolvimento de diversos tipos de profissionais em turnos de trabalho contínuos para programações de cirurgias, tratamentos e acompanhamento individual dos pacientes e, devido a essas peculiaridades, a “indústria hospitalar” oferece condições de trabalho muitas vezes insatisfatórias. Segundo Kant et al. (1992), pouco se sabe a respeito dos problemas ergonômicos nos grupos específicos de trabalhadores de hospitais. De forma geral, pode-se dizer que há muito ainda para se estudar e contribuir para que o trabalho dentro dos hospitais seja efetuado de maneira a oferecer aos profissionais deste contexto melhores condições de trabalho, conforto, segurança e, enfim, qualidade de vida, por meio do conhecimento dos fatores que determinam uma melhor adaptação de produtos, máquinas, equipamentos, trabalho e ambiente aos mesmos. Estes fatores podem ser avaliados por meio dos conhecimentos da Ergonomia e do Desenho

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Industrial para gerarem subsídios que poderão auxiliar projetos de produtos, por exemplo, voltados para a amenização ou otimização de possíveis constrangimentos ergonômicos existentes dentro do trabalho hospitalar.

2.1 Intervenções ergonômicas no setor de arquivo médico e estatística (SAME)

Segundo Sales (2000), o absenteísmo 1 no trabalho do SAME por motivos de doenças é comum, em geral todos sofrem de dores nas costas, dores de cabeça e pescoço, tem problemas de visão, alergias, lesões por esforços repetitivos como tendinite.

Sales (2000) detectou, ainda, que com relação à postura, cada funcionário realiza sua função de maneira singular, porém certas posturas em comum puderam ser evidenciadas nas atividades de ordenação, arquivamento, desarquivamento e transporte dos prontuários, que devido às condições do local, são feitas de maneira inadequadas.

Kmita et al. (2002), em uma de suas pesquisa, obtiveram resultados que apontaram problemas (constrangimentos ergonômicos) de ordem ambiental, espacial/arquitetural, organizacional, operacional e acional, sendo que, para o turno diurno, os problemas foram concentrados em duas categorias: organizacional e operacional e, para turno noturno, em uma categoria: acional. Essa pesquisa de Kmita serviu para mostrar que os turnos de trabalho têm uma grande influência na atividade dos funcionários.

Kmita (2002) afirma ainda que pelo uso freqüente do computador, é exigido que o corpo adote uma postura estática durante a jornada de trabalho, com a atenção fixa na tela e as mãos sobre o teclado. Assim, o trabalho em terminais de computador pode provocar conseqüências para a saúde do trabalhador desde a fadiga visual, dores musculares no pescoço

1 O Absenteísmo é a ausência não justificada ao trabalho, cuja medida é a relação entre o total de dias ausentes num período e o número de empregados neste período.

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e ombro, e dores nos tendões dos dedos, devido às inadequações do ambiente e as exigências das tarefas.

3 NORMAS PARA SETOR SAME

Organograma do SAME (SOUNIS, 1993)

O Organograma é a representação gráfica da organização de um serviço. Ele mostra a subordinação hierárquica do órgão, bem como as interligações entre os diversos setores que o compõem.

A administração de cúpula de um hospital, exercida pelo Conselho de Administração, responsável legal e moral pelo mesmo, designa o Administrador ou o Diretor Geral. No esquema abaixo, O SAME situa-se na Divisão dos Serviços Técnicos, que além do SAME, compreende também o Serviço Social Médico, Setor de Nutrição e Dietética e a Farmácia.

O SAME compreende três seções: Estatística, que tem a finalidade de executar as tarefas de expedição, leitura e recebimento, encaminhamento e arquivamento de ofícios, circulares, portarias e outros papéis relacionados com a correspondência e as atividades Administrativas do SAME; proceder à coleta e apuração dos dados estatísticos; tabular os dados estatísticos para a representação gráfica; revisar quantitativamente, e devolver para a necessária correção os prontuários falhos e incompletos; controlar o censo diário e a média de doentes – dia e executar as demais tarefas determinadas pela Chefia.

Registro Geral, que tem como finalidade manter em dia o livro de matrículas, atender com proficiência o setor de informações; promover o internamento dos pacientes; organizar mapas diários das internações, altas, óbitos, nascimentos e transferências nos

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diversos serviços; controlar a movimentação dos pacientes e o número de leitos vagos; receber diariamente informações do setor de enfermagem sobre o estado de saúde dos pacientes, para informações; distribuir e controlar os “cartões de visitante” ; executar as demais tarefas determinadas pela Chefia do Serviço.

Arquivo Central, que tem como finalidade controlar o arquivamento de todos os prontuários aos médicos do Corpo Clínico para anotações, verificação, observação clínica ou pesquisa, controlando a entrada e saída; preparar os prontuários que vão para o arquivo semi – ativo. DIRETOR GERAL DIVISÃO TÉCNICA Arquivo Central Estatística Registro Geral

Informações Matrícula Internamento

Figura 1 – Organograma de subordinação hierárquica do órgão. Fonte: SOUNIS, 1993.

Importância do SAME

Sounis (1993), afirma que o SAME é um serviço técnico imprescindível ao hospital, permitindo estimar o valor do trabalho profissional e o grau de eficiência com que

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são tratados os pacientes que recorrem ao mesmo. Não é concebível, nos dias atuais, o funcionamento de uma instituição hospitalar sem prontuários médicos completos, uma vez que avaliação qualitativa da assistência prestada ao doente só é possível por meio desse registro.

Segundo o Ministério da Saúde (2000), é o setor que responde pelos dados de produção de serviços e outras informações em nível hospitalar e ambulatorial, têm peculiaridades próprias, dependendo das características e da história de cada unidade de saúde.

Localização do SAME

Sounis (1993), afirma que a localização mais indicada para esse setor é no andar térreo, próximo da entrada principal do hospital, de forma que o registro central se situe na área de admissão do ambulatório. É conveniente que não esteja afastado dos serviços administrativos e da sala de reuniões do corpo clínico, com os quais mantém entrosamento, para isso é necessário que haja um planejamento prévio da sua localização.

Tamanho do SAME (SOUNIS, 1993)

No planejamento desse setor deve-se considerar o tipo, o tamanho e a classificação clínica do hospital (Hospital Geral e Hospital Especializado).

Hospital geral quando está relacionado a várias especialidades, hospital infantil, hospital militar, hospital de previdenciários.

Hospital especializado quando esta refere a hospitais de ortopedia, lepra, doenças nervosas, etc.

O tamanho da sala para o arquivo depende do sistema de arquivamento, do movimento, dos ambulatórios e, sobretudo do tempo convencionado para conservação dos

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prontuários. Assim sendo, para o planejamento do tamanho de um arquivo, deve ser levado em consideração o espaço requerido pelas prateleiras para arquivar um número “x” de prontuários por ano, depois fazer uma previsão de quantos anos será necessário manter esses prontuários conservados no arquivo “ativo” (10 anos, por exemplo) ou sua substituição por resumos ou microfilmes (25 anos, por exemplo).

Por tanto já que não se pode estipular tamanho-padrão para o SAME, pode-se estabelecer padrões mínimos que permitam regular funcionamento.

Área Física do SAME (SOUNIS, 1993).

No tocante a área física que deve ser destinada ao SAME, é evidente que vários fatores devem ser levados em consideração. Em primeiro lugar é preciso ter em mente que essa área está em função do tamanho do hospital como também de sua classificação.

Em instituições privadas depende, também, do custo operacional da obra, com recursos financeiros próprios.

O funcionamento em condições precárias acarreta descontrole administrativo e repercute prejudicialmente no setor econômico.

A área total destinada ao SAME será equivalente à soma das áreas mínimas destinadas a cada uma das seções. O Registro Geral não deve dispor de área inferior a 12 m2, para atender aos encargos dos setores de informações, matrícula e internamento. A Sala de Chefia poderá ser isolada (9 m2), ou, se a razões de ordem econômica o determinar, incluída na área da sala de seções de estatística medica, que poderá ter 12 m2.

A sala reservada ao arquivo central deverá ter a maior área, sendo em geral estimada em 14 m2, no mínimo. Mesmo com uma previsão razoável, com o decorrer dos anos, essa área física torna-se insuficiente, exigindo novas medidas (arquivo inativo separado).

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Cálculo da área para arquivo ativo: considerando-se que cada centímetro linear de prateleira pode comportar 2,5 prontuários tamanho carta, em cada metro de prateleira, podem ser acomodados 250 prontuários. A área pode ser calculada tomando-se 0,25 m2 /leito para hospital sem ambulatório – e 0,50 m2/leito, quando houver.

Decoração (CARVALHO, 1977)

Há cerca de 30 anos, tem-se dado maior atenção ao aspecto estético das acomodações dos pacientes, mas, principalmente, para salas de cirurgia. Vários estudos existem sobre a influência das cores em um ambiente hospitalar, entretanto, para o SAME, jamais se prestou maior atenção, utilizando-se sempre de cor neutra, indiferente.

Sugere-se o uso de duas cores básicas, contrastantes, principalmente para o registro geral, onde se localiza a sala de espera, o setor de matrícula informação e de internações. Quanto ao teto, indicam-se cores neutras e claras.

Para o piso utiliza-se cor clara, por trazer sensações de mais conforto, bem estar e maior claridade ao ambiente de trabalho.

Iluminação (SOUNIS, 1993)

A iluminação é um fator muito importante, principalmente nas áreas onde existe um movimento constante de papéis, e onde se precisa prestar atenção continuamente aos números dos prontuários, das fichas nominais, das fichas etiológicas e onde se realizam as estatísticas do movimento hospitalar.

A colocação dos pontos de luz deve ser perfeitamente determinada pelo pessoal técnico, de modo que se tenha uma iluminação apropriada, sem, entretanto, provocar

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ofuscamento, a principal causa das cefaléias comuns no pessoal que trabalha no setor de arquivo médico.

Silva Filho (1993), afirma que a luz solar (UV), não deve incidir diretamente sobre o acervo, bem como a luz branca (lâmpadas fluorescente), que devem ser mantidas numa boa distância dos arquivos, pois são altamente prejudiciais ao papel, tornando-os escuros (amarelados), devido à degradação da lignina 2 presente na sua composição. Recomenda-se o uso de filtros protetores nas janelas e nas lâmpadas. Persianas nas janelas amenizam a ação da luz solar.

Temperatura e Umidade

Segundo Silva Filho (1993), a temperatura e a umidade são fatores que contribuem fortemente para a deterioração de arquivos, além de favorecerem a proliferação de agentes biológicos. Deve-se manter a temperatura entre 19º e 23° centígrados e a umidade relativa do ar entre 50% e 60% (o ideal é 55%) através de aparelhos como:

a) Aparelho de Ar-condicionado, que ajuda no controle de temperatura do ambiente, proporcionando o conforto dos funcionários, além de eliminar a poeira;

b) higrômetro, que serve para medir a umidade relativa do ar;

c) termo-higrômetro, que serve para medir a temperatura e a umidade; d) desumificador, que serve para retirar a umidade do ambiente.

2 A Lignina é um polímero de natureza aromática com alto peso molecular. É vulgarmente conhecido como “a

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No caso de ambientes com umidade relativa abaixo de 40%, é recomendada a utilização de umificador.

Poluição Atmosférica

Silva Filho (1993) cita que dentre os poluentes mais agressivos estão a poeira e os gases ácidos. O uso de filtros em sistemas de ventilação e ar-condicionado pode diminuir ou eliminar a maior parte dos contaminantes do ambiente, principalmente a poeira.

Com relação aos gases ácidos, o uso de filtros de carvão ativado é o mais indicado para absorver este poluente. Entretanto, esses filtros devem ser substituídos ou reciclados periodicamente. É importante que o acervo seja periodicamente higienizado. Para essa higienização deve-se utilizar EPIs (equipamentos de proteção individual) como: máscaras, luvas e óculos de proteção.

Sugestão de posicionamento das Salas do SAME (SOUNIS, 1993)

Segundo Sounis (1993), as salas devem estar interligadas entre si, facilitando o desempenho, tanto dos funcionários quanto dos pacientes.

Sounis (1993) elaborou um layout de como deve ser dispostas às salas e os guichês de atendimento ao público (Figura 2).

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ENTRADA

Arquivo

Central Estatística Chefia

Registro Geral

Matrícula

Informação Internação

Figura 2 – Sugestão de posicionamento das salas Fonte: SOUNIS, 1993.

Funcionários Necessários (SOUNIS, 1993).

É importante lembrar que essa lotação de pessoal, pode variar para mais ou menos, levando sempre em consideração a rotina e tamanho de cada hospital.

Para um hospital de médio porte, dentro dos padrões, exige no mínimo quatro funcionários: 1 Chefe, de preferência médico; 1 Auxiliar de SAME, de nível médio; 1 Arquivista, de nível médio; 1 Encarregado do registro geral (recepcionista).

A Chefia do SAME por um médico, tem as seguintes vantagens: participar das Comissões Médicas, que se analisa o controle estatístico; a revisão qualitativa dos prontuários é feita pelo médico; a codificação de doenças e operações exige uma formação médica.

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Padrões Mínimos para o SAME (MELLO, 1994)

- O hospital deverá organizar um Serviço de Arquivo Médico e Estatística para a classificação e arquivamento ordenado dos prontuários médicos dos doentes; - o sistema de arquivamento será unitário;

- deverão ser organizados fichários, índices, ou em formato eletrônico, facilitando a procura dos prontuários;

- os serviços de registro e informação sobre os doentes, farão parte do SAME;

- o hospital promoverá estágio de treinamento ao elemento próprio que será encarregado dos serviços de arquivo médico e estatística;

- será organizado um fichário de cirurgiões do hospital contendo dados referentes às operações realizadas por cada um.

Atribuições do SAME (SOUNIS, 1993)

- Atestar o valor e a qualidade do trabalho profissional; - demonstrar o grau de eficiência do tratamento do paciente; - informar os resultados das apurações estatísticas obtidas; - organizar e manter em ordem o arquivo de prontuários médicos;

- iniciar os prontuários, por ocasião dos atendimentos (ambulatorial e de internação) do paciente, e proceder à revisão dos mesmos;

- manter entrosamento com o Corpo Clínico através de reuniões semanais ou mensal; - participar da Comissão de Prontuários Médicos, através de sua chefia;

- prestar informações de natureza médico-legal ou afins, quando devidamente autorizado;

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- participar das comissões de Anátomo-Patologia e Auditoria Médica, quando criadas, através de seu médico responsável;

- servir como instrumento de controle da qualidade dos serviços prestados; - contribuir para a pesquisa científica e social;

- cooperar com os trabalhos realizados pelo Corpo Clínico e administrativo do hospital;

- manter entrosamento com serviços administrativos e técnicos em geral.

3.1 O arquivo médico

Segundo o Dicionário Internacional de Terminologia Arquivística (1984), arquivo é o conjunto de documentos, quaisquer que sejam suas datas, suas formas ou seus suportes materiais, produzidos ou recebidos por pessoas físicas e jurídicas, de direito público ou privado, no desempenho de suas atividade.

Em todo Hospital Geral deverá haver uma Unidade de Documentação Médica destinada ao processamento e guarda centralizada de todos os prontuários do paciente e a elaboração de Estatísticas Administrativas e Médicas do Hospital (PIMENTEL, 1997).

Esse sistema surgiu nos Estados Unidos em 1928, sendo introduzido no Brasil em 1943 no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo – USP pela Dra. Lourdes de Freitas Carvalho (DIENER et al, 1994).

A Comissão Americana de Arquivistas de Prontuários Médicos aprovou um Código de Ética Profissional do Arquivista, composto de onze artigos, esclarecendo como esse profissional deve proceder diante de qualquer situação, expondo os deveres do mesmo. Além de cada artigo ter sua importância, o principal, refere-se ao sigilo que o profissional arquivista deve ter diante de um prontuário médico, onde todas as informações são

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confidenciais e somente os órgãos competentes e legais têm direitos a essas informações. O arquivista deve honrar com o seu serviço, colocando sempre o paciente acima de todos os interesses pessoais, aceitando somente os honorários relativos aos seus serviços, sem gratificações ilícitas.

Características do Setor de Arquivo Médico

Segundo Kmita et al (2002), o Setor de Arquivo Médico é responsável pelo arquivamento e manuseio de todos os prontuários, tem seu horário de funcionamento nos três turnos, pois, apesar de muitos pensarem que apenas a emergência ou áreas que lidam diretamente com o paciente precise trabalhar 24 horas, outros setores de apoio precisam trabalhar permanentemente para que não haja interrupções ou qualquer distúrbio nas operações finais, o que é o caso do setor de Arquivo Médico.

É dividido em subsetores, de acordo com cada unidade hospitalar, no caso da intervenção ergonômica feita por Kmita et al (2002), existem: a recepção, expedição, posto de arquivamento, agendamento, conferências de prontuários e suporte (xerox, diversos), e ainda nessa intervenção foi encontrado um posto que trabalha a catalogação de casos de câncer.

Segundo Sales (2000), os subsetores do arquivo médico da sua análise ergonômica são: setor de registro, onde é realizada a abertura de prontuários; o setor de prontuários ou arquivamento, responsável pelo arquivamento, ordenação, revisão e restauração de prontuários; e por fim o setor de arquivo nosológico, responsável pela estatística e classificação das doenças.

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3.2 Prontuários Médicos

O sistema de Prontuários surgiu desde o século XVI, por uma ordem religiosa na Itália, o documento prontuário médico, atualmente prontuário do paciente inovou o modo de registrar a permanência de um paciente em um hospital à assistência médica e enfermagem a ele dispensada. Adotado posteriormente por outros hospitais da Europa e dos Estados Unidos, este documento iniciou o esboço de administração na área da saúde (AZEVEDO, 2004).

De acordo com o Manual de Orientação Ética e Disciplinar do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Estado de Santa Catarina. O prontuário médico é o conjunto de documentos padronizados e ordenados, onde devem ser registrados todos os cuidados profissionais prestados aos pacientes e que atesta o atendimento médico a uma pessoa numa instituição de assistência médica ou num consultório médico. É também o documento repositório do segredo médico do paciente. É constituído por:

- Ficha clínica com as seções: identificação, anamnese (queixas, antecedentes, história mórbida pregressa e história da doença atual), exame físico, hipótese(s) diagnóstica(s) e plano terapêutico;

- Exames complementares: laboratoriais, exames anatomopatológicos, exames radiológicos, ultra-sonográficos, etc.;

- Folha de evolução clínica;

- Folha de pedido de parecer (que também podem ser feitos na folha de prescrição e respondidos na de evolução clínica);

- Folha de prescrição médica, que no prontuário em uso está logo após o quadro TPR (temperatura, pulso, respiração), podendo conter relatório de enfermagem ou este ser feito em folha separada;

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- Quadro TPR (temperatura - pulso - respiração) é a primeira folha do prontuário quando em uso;

- Resumo de alta / óbito: Este modelo serve tanto para os serviços de urgência/emergência, como para os ambulatoriais e para as internações. No primeiro caso pode ser resumido tudo em uma folha (frente e verso), e mais os anexos (exames complementares, etc.).

O preenchimento do prontuário médico é obrigação e responsabilidade intransferíveis do médico, fazendo-se exceção aos hospitais de ensino, onde alunos de medicina o fazem sob supervisão, correção e responsabilidade de médicos, sejam professores de medicina ou do staff do hospital de ensino. É prática antiética e ilegal, portanto condenável, delegar seu preenchimento a outrem que não médico habilitado perante o Conselho de Medicina.

O prontuário médico corretamente preenchido é, e efetivamente tem sido, a principal peça de defesa do médico nos casos de denúncias por mau atendimento com indícios de imperícia, imprudência ou negligência, ou seja, na presunção da existência de erro médico.

O prontuário médico é o primeiro documento que a polícia, a Justiça e o próprio Conselho solicitam aos hospitais/médicos denunciados para apreciação dos fatos da denúncia.

É direito de todo paciente ou seu responsável legal, por si ou por advogado constituído, obter cópia integral de seu prontuário médico (hospitalar ou de consultório) a qual deve ser cedida incontinenti. Fala-se em cópia pela facilidade de serem obtidas e pela aceitação geral das mesmas, porém há quem exija o original e neste caso a cópia ficará no arquivo médico do serviço ou da instituição.

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Método de arquivamento dos prontuários

Segundo Mello (1994), todo prontuário deve ser arquivado de maneira uniforme que facilite a sua localização mais rápida no momento que é solicitado.

O arquivamento de prontuários pode ser:

Arquivo Alfabético, onde são arquivados pelo sobrenome ou pelo nome do paciente. Quando este sistema é adotado, não existe em geral nas entidades de saúde, um fichário índice, que seria imprescindível em qualquer serviço médico e estatística.

Esta forma não é prática e nem recomendável, pela dificuldade que seria para se localizar um prontuário, pois se usando os nomes dos pacientes em virtude de que existem inúmeros nomes preferidos pelo povo, como por exemplo: José Maria, João Antônio, e também por existir diversos nomes iguais; outro problema seria a forma que os nomes são lidos e a forma que são escritos como, por exemplo: Elisa-Eliza, Nilton-Newton, e assim por diante. Portanto este método pode até ser fácil de aprender, porém dificulta na localização do prontuário.

Arquivo Numérico, onde os prontuários serão arquivados de acordo com o número de registro dado ao paciente, ou seqüência correlativa única ou sistema terminal. Este sistema é o mais recomendável devido possibilitar de maneira rápida, segura e eficiente a localização dos prontuários requeridos.

Este sistema oferece vantagens significativas, comparado ao sistema Alfabético, que serão descritas nos dois métodos abaixo:

- Método Numérico Seqüencial ou Convencional, onde os prontuários médicos são arquivados em seqüência consecutiva segundo sua numeração, lendo os números da esquerda para direita, indo de 1 até o infinito.

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Esse método possui as seguintes vantagens: o treinamento de pessoal será mais acessível; os números são lidos da esquerda para direita, da maneira convencional e será mais fácil retirar do arquivo grupos de prontuários com uma numeração consecutiva.

As desvantagens são: o número de erros aumenta, devido ao volume e a facilidade de confundir os números; os prontuários com numeração mais alta são os mais ativos, acarretando assim um acúmulo de pessoal para arquivar e desarquivar prontuários; dificilmente o trabalho poderá ser dividido entre os funcionários para arquivá-los e desarquivá-los; é impossível responsabilizar um funcionário por uma determinada seção e a impossibilidade de errar aumenta em proporção direta à medida que se considera maior número de dígitos.

- Método Dígito Terminal (MDT), este método elimina as desvantagens do convencional, porém conserva as vantagens de um arquivo numérico. Aqui se usam números, mas estes são lidos da direita para esquerda, em forma contrária a numeração convencional. Dessa maneira os prontuários serão arquivados considerando primeiro o último dígito, ou mais comumente, os dois últimos dígitos, e logo os próximos dois e subdivididos daqueles.

O MDT pode ser simples (Figura 3) ou composto (Figura 4). Nestes dois métodos, é aconselhável usar pastas ou envelopes coloridos como código, isto facilitará muito mais o arquivamento e a retirada dos prontuários e diminuirá a possibilidade de erros de arquivamento desde que os prontuários, em cada divisão do arquivo tenham sua própria combinação de faixas coloridas nas bordas.

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Numeração Cor 00 a 09 Azul 10 a 19 Amarelo 20 a 29 Preto 30 a 39 Verde 40 a 49 Rosa 50 a 59 Cinza 60 a 69 Laranja 70 a 79 Azul Claro 80 a 89 Vermelho 90 a 99 Roxo

Figura 3 – Tabela de numeração colorida do sistema DTS

Numeração Cor 0 Verde 1 Vermelho 2 Azul 3 Laranja 4 Roxo 5 Cinza 6 Amarelo 7 Marrom 8 Rosa 9 Preto

Figura 4 – Tabela de numeração colorida do sistema DTC

O método dígito terminal possui as seguintes vantagens: todas as seções aumentam uniformemente; o número de erros de arquivamento se reduz a um mínimo; o trabalho do arquivo poderá ser distribuído de forma igual entre os arquivistas; facilita a supervisão do arquivo central, porque se podem responsabilizar arquivistas por determinadas seções em forma definida; se ganha tempo arquivando e retirando prontuários. Calcula-se o rendimento em relação ao método convencional em aproximadamente 35 %. E por fim permite o uso de cores para identificar o número do prontuário que consta na pasta protetora (a vantagem das pastas em código a cores é que estas ajudam a evitar e detectar rapidamente os erros de arquivamento).

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E tem como desvantagens as seguintes: requer mais tempo de treinamento do pessoal porque é mais complexo; requer a compra inicial de equipamentos completos.

Não poderíamos deixar de ressaltar que, saber onde se encontram os prontuários retirados do arquivo, é tão importante como arquiva-los corretamente e eficientemente.

Para implantar o método dígito terminal, não é necessário iniciar uma numeração nova de prontuários, mas o ideal seria começar a numeração que retornarem ao serviço.

Qualquer tipo de numeração poderá ser arquivado segundo este método. Quando se usa a numeração convencional, não é necessário utilizar-se deste método, mas quando se usa o sistema de numeração única, este método é o mais aconselhável e o mais correto.

Não é imprescindível mudar a pasta ou envelope para implantar o método dígito terminal. O correto seria que as pastas fossem identificadas também através de cores para facilitar o manuseio das mesmas e eliminar os números de erros ao arquivá-las.

4 MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS NA PESQUISA

Foi desenvolvida na presente monografia, uma pesquisa do tipo descritiva, através de uma Análise Macroergonômica do Trabalho – AMT, proposto por Guimarães (1999).

Conforme Lakatos (1995), a pesquisa descritiva aborda quatro aspectos: investigação, registro, análise e interpretação de fenômenos atuais, objetivando o seu funcionamento no presente.

De acordo com Rudio (1982), a pesquisa descritiva procura conhecer e interpretar a realidade, sem nela interferir para modificá-la, isto é, a pesquisa descritiva deseja conhecer a natureza do fenômeno, sua composição, processos que o constituem ou se realizam.

Essa pesquisa é do tipo descritiva exploratória, visando gerar informações sobre a carga de trabalho imposta aos funcionários do setor de arquivo médico do referente hospital.

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O levantamento de dados desta pesquisa foi feito no Setor SAME – Serviço de Arquivo Médico e Estatística, em um Hospital em São Luís (MA). Este setor está localizado no térreo desse Hospital, é composto por 15 funcionários: 1 bibliotecário, 1 datilógrafo, 1 digitador, 1 médico, 1 agente administrativo, 1 agente de portaria, 2 agentes de vigilância, 3 auxiliares de serviços operacionais e 4 auxiliares administrativos, porém a pesquisa só foi realizada com 14 funcionários devido à ausência constante de um funcionário. O Método de Arquivamento Utilizado no Hospital em estudo, é o Dígito Terminal a Cores.

O trabalho é realizado em três turnos: manhã, tarde e noite. O horário de funcionamento vai das 07:00 às 18:00 das 19:00 às 07:00 horas. No intervalo de 18:00 às 19:00 horas, a sala permanece fechada até a chegada do funcionário do turno da noite.

4.1 Análise Macroergonômica do Trabalho – AMT (Guimarães, 1999)

A AMT consiste na adequação organizacional voltada à concepção e gerenciamento das novas tecnologias. Essa visão macro da ergonomia atual focaliza o homem, a organização, o ambiente e a máquina como um sistema mais amplo, deixando de se restringir somente a questões do posto de trabalho (HENDRICK, 1990).

O foco dessa intervenção macro é identificar produtos, processos, condições ambientais e condições psicosociais associados com alguns prejuízos, e, então implementar uma abordagem sistemática para avaliar este prejuízo, tendo como objetivo final, desenvolver um plano de ação para reduzir ou preferivelmente eliminar o problema.

Utiliza-se o Método Participativo (MP), onde segundo Adorno (2004), afirma que esse método tem sido a abordagem mais apropriada e mais aplicada dentro do contexto da Macroergonomia. Tendo-se firmado como a nova tecnologia para disseminação da ergonomia.

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Adorno (2004), afirma ainda, que o principal conceito por trás desta abordagem é o de que a ergonomia existe na medida em que as pessoas estão envolvidas na sua utilização. A ergonomia participativa procura exatamente envolver vários níveis organizacionais na identificação, análise e solução de problemas, principalmente os problemas ergonômicos. Assim a ergonomia participativa constitui em uma estratégia para estimular a participação, pois o envolvimento dos trabalhadores em resolver os problemas ergonômicos pode gerar maior confiança, interesse e experiência, levando-os a enxergar e resolver problemas relacionados ao seu trabalho, muitas vezes dispensando a presença de especialistas.

A AMT é composta de 7 Fases: a fase 0 – Lançamento do Projeto (refere-se à apresentação do projeto ao COERGO e aos funcionários do setor), a fase 1 – Levantamento ou Apreciação Ergonômica (trata-se no mapeamento dos problemas, por meio de observações), a fase 2 – Diagnose Ergonômica (consiste em aprofundar os problemas mais citados pelos funcionários), a fase 3 – Projetação Ergonômica (consiste na proposta de modificações ou de novas concepções de projeto, tratando do projeto ergonômico do ambiente, estações, equipamentos/ferramentas, layout, sistema de organização de trabalho), a fase 4 – Implantação das Modificações (consiste na implantação das propostas de modificações ou novas concepções de projeto, podendo ser construído vários protótipos de alternativas, dependendo da disponibilidade da empresa em implementar as propostas), a fase 5 – Validação (consiste na avaliação, para testes do protótipo; detalhamento, para revisão do projeto a partir da avaliação; e validação, que termina com as especificações ergonômicas) e a fase 6 – Finalização (consiste em congregar as especificações ergonômicas ou proposições finais e na emissão de um relatório final). Porém para a presente monografia foram realizadas somente as fases do Lançamento, Apreciação e Diagnose, onde se baseando nos resultados das pesquisas, foi proposto recomendações para os constrangimentos ergonômicos.

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4.1.1 FASE 0 – Lançamento do Projeto

O Lançamento do projeto é a fase zero, que consiste na exposição aos funcionários e ao Comitê de Ergonomia da Empresa/Instituição – COERGO, sobre o que será executado, explicando todas as etapas da intervenção ergonômica, ou seja, a apresentação do projeto. Esse Lançamento ocorreu em três dias, sendo no primeiro para o turno da manhã, o segundo para o turno da tarde e da noite, e o terceiro para os funcionários que estavam voltando de férias.

4.1.2 FASE I – Levantamento ou Apreciação Ergonômica

A Apreciação Ergonômica é a fase 1 inicial e exploratória, que permite mapear os problemas com base em observações.

Nesta fase foi coletado todo e qualquer tipo de informação sobre o setor em estudo. Nesse momento a interação com os funcionários, deu-se de forma direta e indireta.

De forma direta, foi realizado reuniões para discussões com todos os funcionários, inclusive com o COERGO (Comitê de Ergonomia). E de forma indireta sendo por meio de observações (direta e indireta (fotos)), levantamento de documentos, levantamento das condições ambientais, levantamento do posto de trabalho e organização do trabalho, levantamento de indicadores, ou seja, qualquer informação pertinente ao setor (GUIMARÃES, 1999). E todos esses dados, foram coletados por meio das técnicas descritas abaixo:

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IDEs– Itens de Demanda Ergonômica

A identificação dos IDEs dos trabalhadores do setor de arquivo médico do hospital em estudo, se deu através de entrevistas não induzidas (abertas) de acordo com o método Design Macroergonômico (DM), proposto por Fogliatto & Guimarães (1999). A implementação do DM, neste trabalho, contemplará as etapas:

- Identificação do usuário e coleta organizada de informação acerca de sua demanda ergonômica priorizando os IDEs identificados pelo usuário;

- a priorização utiliza a própria informação coletada em 1, baseando-se, por exemplo, em características do conjunto de dados amostrados (freqüência, ordem de menção de itens, etc.), aqui o objetivo é criar um ranking de itens demandados;

- incorporação da opinião de especialistas (ergonomistas, designers, arquitetos, engenheiros, médicos do trabalho, fisioterapeutas, etc.) com vistas à correção de distorções apresentadas no ranking obtido em 2, bem como incorporação de itens pertinentes de demanda ergonômica não identificada pelo usuário/trabalhador. Determina-se, assim, um ranking corrigido de itens de demanda ergonômica a ser utilizados nas etapas seguintes da metodologia.

Entrevistas Abertas

A identificação da demanda teve início com uma entrevista aberta, de acordo com método proposto por Fogliatto e Guimarães (1999). Essa técnica visa obter a declaração espontânea dos profissionais a respeito do seu trabalho.

A pergunta era: “fale sobre o seu trabalho, citando pontos positivos e negativos”, relacionados à realização de suas atividades, sendo que o entrevistador evitou qualquer tipo de

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indução. As entrevistas foram anônimas, aconteceram de duas maneiras: gravadas por meio de instrumento de áudio (gravador) e escrita (caderneta de campo), sendo todas individuais, por requerer um número pequeno de entrevistados. Foram selecionadas 5 pessoas, correspondente a 33 % da população de funcionários deste setor para identificação da demanda ergonômica dos funcionários sendo realizada por meio de entrevista não induzida de acordo com o método proposto por Fogliatto & Guimarães (1999), tendo duração de aproximadamente dois dias.

De acordo com Fogliatto e Guimarães (1999), para efeito de priorização dos IDEs, a ordem de menção de cada item é utilizada como peso de importância pelo recíproco da respectiva posição; ou seja, ao item mencionado na pésima posição é atribuída o peso 1/p. Dessa forma, o primeiro fator mencionado receberá o peso 1/1= 1 o segundo 1/2 = 0,5, o terceiro 1/3 = 0,33, e assim por diante. A tendência do uso da função recíproca é de valorizar os primeiros itens mencionados, sendo que a partir do quarto item a diferença passa a ser menos expressiva. A soma dos pesos relativos a cada item dará origem ao ranking de importância dos itens que servirá de guia para a elaboração de um questionário a ser preenchido por todos os funcionários. O resultado dos questionários indicará as prioridades dos IDEs a serem consideradas no projeto. No entanto, na medida em que não é possível a aplicação de questionários, a priorização estabelecida a partir dos dados da entrevista espontânea é um forte indício da importância dos IDEs.

As respostas das entrevistas foram tabuladas em planilha Excel e analisadas. Foram expurgadas as informações não pertinentes e agrupadas as respostas por afinidade, ou seja, as respostas semelhantes foram consideradas como um mesmo IDE. A tabulação das respostas de todos os respondentes permitiu o estabelecimento de um ranking de importância quanto à demanda ergonômica dos usuários (funcionários do setor SAME).

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SETOR RESPONDENDES N° DE FUNCIONÁRIOS N° DE

Arquivo Médico (SAME) 5 15

Figura 5 – Descrição dos respondentes da Entrevista

Questionários

A tabulação das entrevistas serviu para formular os questionários aplicados a todos aos funcionários do SAME.

O nível de satisfação do sujeito com relação a cada questão foi aferido por meio de uma escala de avaliação contínua, sugerida por Stone et al. (1974). A metodologia do Design Macroergonômico (Fogliatto & Guimarães, 1999), utilizada neste projeto, recomenda o uso desta escala com duas âncoras nas extremidades (insatisfeito e satisfeito) e uma âncora no centro (neutro), como também âncoras medindo a intensidade da dor e opinião sobre o trabalho com escalas nas extremidades (nada e muito) e uma central (médio). Estas escalas têm 15 cm e ao longo dela o sujeito deverá marcar a sua percepção sobre o item. A intensidade de cada resposta poderá variar entre 0 e 15.

Foi aplicado um pré-teste com 5 funcionários, para verificar a facilidade de compreensão das questões e a forma de preenchimento, no geral todos responderam e entenderam bem as questões, não havendo a necessidade de mudança em alguma questão ou no método do questionário.

O questionário, o qual não requereu o nome dos respondentes, porém foi necessário as seguintes variáveis de pesquisa: idade, sexo, habilidade (destro ou canhoto), função, tempo de trabalho e turno de trabalho (figura 6). Foi aplicado aos funcionários dos três turnos do setor SAME. Os dados dos questionários foram tabulados e priorizados em função

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do nível de insatisfação. Diferentemente da ponderação das entrevistas (que valoriza a soma dos pesos atribuídos a cada item pelos usuários), nos questionários o peso do item é gerado pela sua média aritmética.

Para uma melhor padronização e visualização dos constrangimentos encontrados, as questões foram agrupadas em seis construtos, sendo eles: 1 – Físico/Ambiental (ruído, iluminação, ventilação, temperatura e qualidade do ar); 2 – Biomecânica (tempo de pé, postura ocupacional, espaço para prontuários, esforço físico-movimentar estante e layout-circulação dos funcionários); 3 – Posto de Trabalho (qualidade e quantidade dos materiais-tarefas, qualidade e quantidade dos equipamentos de proteção individual (EPIs) , posto de trabalho, segurança no ambiente, trabalhar em recinto fechado e risco de acidentes); 4 – Organizacional (integração com os colegas, horário-pausas para refeições no trabalho, respeito da chefia, respeito dos colegas de outro setor, carga horária, folgas intervalos, trabalho em equipe, qualidade da alimentação e quantidade de funcionários); 5 – Conteúdo do Trabalho (trabalho envolve responsabilidade, valorização do seu trabalho, esforço mental, esforço físico, autonomia no trabalho, trabalho com risco, dinâmico, criativo, monótono, estimulante, limitado e pressão psicológica da chefia) e por fim o sexto construto, este é relacionado ao Desconforto/Dor (costas, sente cansado, braços, pernas, pescoço, mãos, pés e cabeça).

No total foram recolhidos 14 questionários, 93,33% da população de 15 funcionários. O último funcionário que faltou para completar os 15 recebeu licença, que uniu com as férias, pois se submeterá a uma cirurgia.

Devido às mínimas diferenças nas atividades dos funcionários, foi elaborado apenas um questionário para todos. O questionário elaborado apresentou a seguinte composição: 28 questões referentes ao nível de satisfação (com escala de 0 a 10, onde 0=insatisfação e 15=satisfação), 8 referentes à intensidade de desconforto/dor e 12 questões referentes ao conteúdo do trabalho (também com escala de 0 a 15, onde 0=pouco e 15=muito).

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VARIÁVEL DESCRIÇÃO RESULTADOS Idade _ 20 a 62 Masculino 9 Sexo Feminino 5 Destro 12 Habilidade Canhoto 2 Agente Administrativo 1 Agente de Vigilância 2 Arquivista 4 Auxiliar Administrativo 3 Bibliotecária/Arquivista 1 Datilógrafo 1 Serviços Gerais 1 Função Técnico Administrativo 1

Tempo de Trabalho _ 1 a 20 anos

Manhã 3 Manhã/Tarde 6

Tarde 3 Turno de Trabalho

Noite 2

Figura 6 – Descrição dos respondentes do Questionário

Observações Assistemáticas

Segundo Moura et al (1998), a observação assistemática também conhecida como não estruturada ou livre, não envolve o estabelecimento de critérios prévios para orientar o registro do fenômeno a ser observado, como o próprio nome já diz, ela não precisa de estrutura, de uma formatação, deve se feita de maneira aleatória. É com essa técnica que o pesquisador terá a oportunidade de perceber a maneira real e sem manipulações da forma que o usuário se mantém diante da tarefa.

As observações foram feitas em várias visitas ao hospital, nos turnos da manhã e da tarde, sendo que no turno da noite foi realizado apenas em um dia, pois no decorrer da pesquisa, não houve funcionários disponíveis para o turno da noite, deixando o setor fechado nesse período. Para essa observação, foram utilizadas máquinas fotográficas digitais (registro

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fotográfico) e anotações feitas em cadernetas de campo durante as atividades dos funcionários desse setor.

Com base nas observações assistemáticas, percebeu-se a necessidade de enfocar a postura na diagnose, pois os maiores constrangimentos encontrados, foram referente ao desconforto/dor. A carga física exigida na realização das tarefas foi o principal problema apontado pelos funcionários.

4.1.3 FASE II – Diagnose Ergonômica

A Diagnose Ergonômica, é a fase 2, essa etapa permite aprofundar os problemas levantados e priorizados na apreciação, coletando dados como sexo, nível de escolaridade, ciclos de trabalho, pausas, jornadas, turnos, trabalho prescrito e real, condições ambientais, condições do posto de trabalho, já fazendo uso das observações de maneira sistematizada, para melhor avaliação das posturas adotadas pelos funcionários do SAME.

Nessa fase, foi analisada a questão da carga de trabalho relacionada às atividades das tarefas dos funcionários, considerando a carga física (por meio das técnicas de análise das posturas assumidas, pela técnica REBA – Rapid Entire Body Assessment de HIGGNETT e McATMANEY, 2000 – e pela avaliação subjetiva de desconforto/dor proposta por Corlett, 1995) e a carga mental (por meio da técnica NASA/TLX – Task Load Index).

Após esta coleta de dados, os mesmos foram analisados, e formulado um quadro de problemas ergonômicos como: aumento de distúrbios ocupacionais e tendências a doenças, aumento de absenteísmo, reclamações dos trabalhadores, alto índice de horas extras, baixa qualidade de produção, etc.

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Análise da Tarefa

Segundo Iida (1990), uma tarefa pode ser definida como sendo um conjunto de ações humanas que torna possível um sistema atingir o seu objetivo, ou seja, é o que faz funcionar o sistema, para se atingir o objetivo pretendido.

Moraes e Mont’Alvão (1998), afirmam que a base do diagnóstico e da interação do ergonomista, quando se pretende melhorar o trabalho, é o estudo das interações e comunicação que ocorrem no local de trabalho e no seu ambiente, focalizando sempre o trabalhador, seu dia-a-dia, no seu ambiente físico e organizacional, com suas ferramentas, máquinas, ordem de produção, com todos os problemas e/ou gratificações do cotidiano, utilizando para isso, a Análise da Tarefa.

Nesta etapa de Análise da Tarefa dentro do SAME, foi avaliada basicamente a atividade realizada de uma funcionária, adquirindo dados de como? Onde e quando? é realizada a tarefa, tempo necessário?, qual a postura adotada?, ordem de prioridade das tarefas?, tudo que é realizado para que o fluxo das atividades ocorra de maneira adequada. A tarefa pode ser realizada de duas maneiras, a prescrita e a real, dependendo do funcionário.

- Tarefa Prescrita

Montmollin (1996), afirma que a expressão Trabalho Prescrito implica as máquinas e os procedimentos que supõem, oficialmente, definir e regular o trabalho. É a parte teórica de como a tarefa deve ser realizada.

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- Tarefa Real

Montmollin (1996), define Tarefa Real, como aquela que se passa efetivamente no ambiente de trabalho, ao longo dos dias e das noites, nas condições locais, ambientais, operacionais e organizacionais. O Trabalho Real difere sempre, e às vezes profundamente, do Trabalho Prescrito, ‘Teórico’.

Observações Sistemáticas

Segundo Rudio (1982), a observação sistemática, chamada também de “estruturada,” planejada “ou” controlada “, é realizada em condições controladas para se responder a propósito, que foram anteriormente definidos. Nesse tipo de observação, o observador sabe o que procura e o que é importante, deve ser objetivo, reconhecer possíveis erros e eliminar sua influência sobre o que vê ou recolhe, seguindo os seguintes passos: delimitação da área da realidade empírica onde as informações podem e devem ser obtidas; indicação do campo que compreende a população, as circunstâncias e o local; determinação do tempo e a duração da observação; definição dos instrumentos que se utilizarão e explicarão do modo de utilização; preparação do material de apóio – planilhas de registros, fichas de entrevistas, etc.

Para essas observações também se utilizaram recursos como máquina fotográfica, anotações em cadernetas e gravador de áudio, para avaliação da postura assumida com base na classificação de posturas proposta pelo REBA (Rapid Entire Body Assessment), (HIGGNETT & McATMANEY, 2000)

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Técnica de Análise de Postura: REBA (Rapid Entire Body Assessment), (HIGGNETT & McATMANEY, 2000)

O REBA é uma ferramenta de análise de postura de corpo inteiro desenvolvida para avaliar posturas de trabalho, tendo como objetivos:

- Desenvolver um sistema de análise da postura sensível aos fatores de risco músculo esqueléticos para inúmeras atividades;

- dividir o corpo em segmentos para se ter uma codificação específica, com referência aos planos de movimentos;

- fornecer um sistema de pontuação (escores) para atividades musculares causadas por posturas instáveis ou mudanças rápidas de postura, posturas estáticas e dinâmicas;

- mostrar que o movimento de pega é um fator relevante para o manejo de materiais (cargas), porém que este nem sempre corre pela ação das mãos;

- apresentar categorias de ação com recomendações de urgência;

- ter a facilidade de coletar dados com recursos mínimos – por meio de lápis e papel.

É importante ressaltar que a técnica do REBA não foi aplicada na íntegra, apenas tomou-se como referência os diagramas corporais propostos pela mesma (Anexo B).

Os registros fotográficos para realização dessa análise postural foram feitos nos turnos manhã e tarde, no ato das atividades dos funcionários, sem interferir nas posturas adotadas pelos mesmos. Nessa etapa da pesquisa, já não havia mais funcionários trabalhando no turno da noite.

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Mapa de Regiões do Corpo – Escala de Desconforto/Dor (CORLETT, 1995)

O mapa de regiões do corpo (Anexo C) apresenta uma divisão em segmentos, para especificar os locais do desconforto/dor experimentado por aqueles envolvidos nas tarefas que estão sendo investigadas. Esta informação é encontrada por indagações preliminares ou por um pré-teste. O objetivo do processo é mapear o desenvolvimento de desconforto/dor percebido entre os pesquisados. Basicamente, o procedimento inicial é apontar a região na qual se sente ou sentiu algum problema e, logo em seguida, assinalar, também de forma subjetiva, o grau de desconforto/dor percebido em cada segmento por meio de uma escala de avaliação. A versão do mapa de regiões do corpo que foi utilizada na presente pesquisa foi elaborada por Corlett (1995), adaptada pelo setor de Design & Ergonomia do Laboratório de Otimização de Produtos e Processos (LOPP) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Foi realizado um pré-teste com três funcionários, sendo duas mulheres e um homem com idades respectivas a 55, 49 e 21 anos. A aplicação desse questionário se deu em três dias, sendo recolhido um total de dez respondentes (Figura 7). Esse questionário foi aplicado duas vezes ao mesmo funcionário, um na entrada do expediente, para avaliar se o funcionário já inicia suas atividades sentindo algum desconforto/dor, e outro na saída, ou seja, no final do expediente, para saber se as dores sentidas na entrada aumentaram ou se surgiram novas dores. Esse questionário não foi realizado com o turno da noite, porque não existe mais funcionários trabalhando nesse período.

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VARIÁVEL DESCRIÇÃO TOTAL Idade - 21 a 55 anos Masculino 5 Sexo Feminino 5 Destro 7 Habilidade Canhoto 3 Auxiliar Administrativo 4 Agente Administrativo 1 Datilógrafo 1 Bibliotecária / Coord. do Setor 1

Auxiliar de Serv. Gerais 2 Função Agente de Vigilância 1 Manhã 4 Manhã / Tarde 5 Tarde 1 Turno de Trabalho Noite 0

Tempo de Trabalho - 1 a 25 anos

Altura - De 1,56 a 1,72

Peso - De 55Kg a 99Kg

Figura 7 – Descrição dos respondentes do Questionário CORLETT

NASA (National Aeronautics and Space Administration)TLX (Task Load Index)

O NASA-TLX (Task Load Index) é um resultado de pesquisas teóricas e empíricas para a definição de fatores que são relevantes para experiências subjetivas relacionadas à carga de trabalho e para uma avaliação formal desta carga ao longo de uma variedade de atividades. É dada ênfase para a informação sobre como as pessoas formulam opiniões sobre a carga de trabalho e como eles expressam suas avaliações subjetivas por meio de escalas contínuas (LUXIMON & GOONETILLEKE, 2001).

O NASA Task Load Index é uma técnica que lança mão de uma escala multidimensional que resulta num escore geral da carga de trabalho percebida pelos sujeitos baseado na ponderação média dos resultados de seis sub-escalas (Figura 8) que avaliam: a demanda física, a demanda mental, a demanda temporal, o esforço (físico e mental), a performance (ou desempenho) e o nível de frustração.

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