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LUIZ CARLOS CORREARD. Você tem medo de PERERECAS?

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LUIZ CARLOS CORREARD

Você tem medo

de

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LUIZ CARLOS CORREARD

Você tem medo

de

Pererecas?

PESQUISA LOCALIZADA

EDIÇÃO DO AUTOR

_______________________________________________________________________________ Título

Você Tem Medo de Pererecas?

© 2009 – Luiz Carlos Correard Pereira Direitos de edição pertencentes ao autor. Todas as fotos foram obtidas na internet.

Revisão LCCP

Capa

Casal de pererecas da Mata Atlântica Phyllomedusa distincta perpetuando a espécie Foto: Domínio Público

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A todas as Pererecas.

Aos que gostam da Natureza.

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ... 5

2. UM SALTINHO DE LETRAS ... 6

3. AFINAL, O QUE SÃO PERERECAS? ... 7

4. EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ... 9

5. ALGUMAS PERERECAS INTERESSANTES ... 10

6. CURIOSIDADES, HISTÓRIAS E MITOS ... 27

7. ALERTA! ... 30

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1. INTRODUÇÃO

A Natureza, na sua extremamente rica diversidade biológica, nos dá uma oportunidade ímpar de conhecê-la sem preconceitos, bastando para isso prestar a devida atenção.

Sem entrar no mérito da questão dos “porquês”, alguns animais causam, em algumas pessoas, reações por vezes exageradas frente ao pouco perigo que possam apresentar – não porque alguns desses animais não possam ser perigosos; podem, sim, mas porque na maioria das vezes não há a mínima condição para que nos alcancem e possam nos fazer mal. Assim acontece com aranhas, cobras, lesmas, minhocas, entre outros... e, ao que me interessa agora, pererecas!

Bom, levando em conta que sabemos muito pouco (também...) de pererecas, observando também que a maioria das mulheres acha – no mínimo – que pererecas são “asquerosas, frias e gosmentas”, resolvi trazer aqui um pouco desse maravilhoso mundo dos anfíbios - em especial as pererecas - e tentar desmistificar um pouco essa aversão tão injusta.

Um bom exemplo do que estou falando foi a carta de uma dona-de-casa à redação da revista Casa e Jardim (Ed. Globo):

Estou desesperada. Recorro a vocês para saber se há algum tipo de repelente, eletrônico ou natural, contra pererecas. Minha casa está sendo invadida por elas e tenho verdadeiro pavor a essas criaturinhas, apesar de saber que são inofensivas.

Interessante foi a resposta publicada:

Não são as pererecas que estão invadindo a casa da leitora, mas é a casa que está invadindo o espaço das pererecas", diz Carlos Jared, pesquisador do Instituto Butantã, da USP. As pererecas são anfíbios que vivem em árvores, por isso têm facilidade para subir pelas paredes. Como gostam de ambientes úmidos, o banheiro é o espaço preferido da casa. "As pererecas são inofensivas", confirma o pesquisador. "Quanto mais o ambiente estiver alterado pelo homem, menor a possibilidade de encontrar pererecas. São anfíbios extrema-mente sensíveis à poluição e algumas espécies já se extinguiram ou estão em via de desaparecimento. "Não há remédio para afastar as pererecas. A leitora tem de perder o medo ou se adaptar à situação",

(ver http://revistacasaejardim.globo.com/Casaejardim/0,25928,EJE808457-2196,00.html )

Meninas, visitem o site abaixo. Vamos entender as pererecas como parte da Natureza, dominando de vez esse pavor ancestral?

http://www.oeco.com.br/germano-woehl/85-germano-woehl/21891-preconceito-contra-as-pererecas

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2 – UM SALTINHO DE LETRAS Sapo, rã, ou perereca?

O Brasil apresenta mais de 800 das espécies conhecidas de anfíbios anuros (como são classificados os sapos, rãs e pererecas); daí a grande dificuldade em usar os três termos de acordo com as distinções definidas nos dicionários. A língua portuguesa falada em Portugal apresenta, oficialmente, apenas os termos sapo e rã. A palavra “perereca”, que foi incorporada ao português falado no Brasil, vem da língua indígena tupi-guarani e significa “andar aos saltos”. Era o termo utilizado pelos indígenas para designar os anfíbios, provavelmente de forma genérica.

Com o passar do tempo, o termo perereca passou a ser empregado pela população em geral, principalmente para designar aqueles anfíbios anuros dotados de discos aderentes na ponta dos dedos, que servem para “grudar” em árvores e nas paredes das casas.

Para identificar devidamente os bichos, a grosso modo, podemos observar, independente de tamanho, algumas dicas. Vejam as figuras:

Sapo: a pele é rugosa e fosca; tem bolsas nas laterais (glândulas parotóides); Rã: tem pele lisa e vive no chão, sempre perto de água;

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3. AFINAL, O QUE SÃO PERERECAS?.

Normalmente, chamamos de perereca qualquer anfíbio anuro pequenino que não seja fácil de identificar (o que agora já sabemos, não é?). Mas as pererecas verdadeiras caracterizam-se, além de serem pequenas, pelos dedos terminados em ventosa, que lhes permitem prender-se a superfícies verticais.

Mas... mesmo sabendo disso, qualquer sapinho ou rãzinha - com ou sem ventosa nos dedos - que aparecer no banheiro de casa ou do trabalho continuará a ser chamada de perereca. E ponto final.

Morfologia e ciclo de vida

Um anfíbio inicia a vida na água, como um peixe, e depois passa a viver na terra. Por isso, dizemos que eles apresentam vida dupla. A palavra anfíbio origina-se do grego e significa vida dupla: (anfi = duas; bio = vida). Na fase aquática, é chamado de GIRINO.

No modo mais comum, a reprodução dos pererecas está ligada à água doce, e ocorre sexuadamente por fecundação externa na qual a fêmea libera óvulos (ainda não fecundados) envoltos em uma massa gelatinosa e o macho então lança seus gametas sobre eles para que ocorra a fecundação. Para se reproduzirem preferem pequenas lagoas ou mesmo poças de água (muitas vezes pequenas poças entre folhas de determinadas plantas - como as bromélias - nas matas. Os girinos permanecem dentro do ovo por tempos diferentes, dependendo da temperatura fora d'água e do tipo de perereca. A partir da eclosão, seguem a metamorfose de todos os anfíbios, ilustrado na figura abaixo.

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Perereca (Hyla bischoffi) que acaba de deixar a vida na água e está iniciando a fase de vida fora da água. A cauda é absorvida e serve como reserva de nutrientes para os primeiros dias de vida, até que adquira a habilidade de caçar.

A respiração das pererecas é como a de todos os anfíbios. Quando girinos, se dá através das brânquias e da pele. Quando se tornam adultos, respiram por pulmões, mas permanecem com o “sistema auxiliar de aeração” através da pele.

Nesse ciclo de vida, a alimentação dos anfíbios também segue a “vida dupla”,

Os girinos se alimentam de limo e detritos vegetais em suspensão na água. Na fase

adulta, tornam-se carnívoros, comendo insetos e outros animais invertebrados. Entretanto, alguns girinos são carnívoros, podendo, inclusive, comer girinos de outras espécies. Há também espécies cujos girinos não se alimentam e sobrevivem das reservas nutritivas do ovo.

Perereca também coaxa?

Sim, como os sapos e as rãs, pererecas também coaxam. O objetivo do coaxar é atrair um parceiro para o acasalamento. Somente os machos coaxam - as fêmeas são mudas. Algumas espécies apresentam dois coaxares diferentes: um de propaganda (ou nupcial) para atrair uma fêmea; outro para advertir um macho rival, no caso dele coaxar ou estar muito próximo.

Há, também, espécies que apresentam um terceiro tipo de coaxar emitido em seu refúgio durante o dia, longe da lagoa de procriação, cuja finalidade ainda não tem uma explicação clara por parte da Ciência. Também pode ser produzido um som de agonia, quando ocorre a captura por um predador (aves, cobras, morcegos, etc.). O período que um macho pode coaxar depende de seu estado de nutrição, pois gasta energia. Se o macho estiver bem alimentado, pode ficar coaxando durante muitas noites numa temporada.

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4. EVOLUÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

Os anfíbios foram os primeiros seres vertebrados a conquistar a terra firme, pois todas as outras formas de vida dependiam do meio aquático para sobrevivência. De acordo com evidências de fósseis encontrados há 400 milhões de anos (Período Devoniano), os anfíbios evoluíram a partir dos peixes. Como toda a vida na terra evoluiu a partir daí, tal constatação revela que nós, seres humanos, gostemos ou não, queiramos ou não, temos ascendentes remotos comuns às fascinantes criaturas chamadas anfíbios!

Inicialmente, os anfíbios eram bastante diferentes de como os conhecemos hoje: a espécie só adquiriu a forma atual há 250 milhões de anos. O recorde de idade da existência dos anfíbios é decorrente do registro de pegadas encontradas no sul do Brasil. O fóssil mais antigo de um anfíbio com a forma atual das pererecas, conhecido como Triadobatrachus, foi encontrado, em excelente estado de preservação, em Madagascar, em uma decomposição de sedimentos datada do Período Triássico (220-230 milhões de anos atrás). Para ter uma idéia de como sua existência é antiga, vale comparar que o homem moderno só surgiu há 100 mil anos.

Como todos os seres vivos, os anfíbios são classificados taxonomicamente no padrão inicialmente estabelecido por Linneu (Carolus Linnaeus, criador do “Sistema de Classificação Binária” ou “Nomenclatura Binominal”, que lança as bases da Biologia moderna): Domínio, Reino, Filo, Classe, Ordem, Família, Gênero e Espécie, com subdivisões, quando necessário. Também como em outras formas de vida, existe muita controvérsia entre as classificações biológicas.

No Filo Chordata, a Anura é uma Ordem de animais pertencentes à Classe

Amphibia, que inclui sapos, rãs e pererecas. Ainda que se possam estabelecer

algumas diferenças entre esses animais (como já sabemos), estas diferenças não são utilizadas pelos cientistas na sua classificação.

Os anfíbios anuros não extintos são, geralmente, divididos em três Subordens, chegando a quase 4.900 espécies conhecidas:

Subordem Archaeobatrachia - 4 famílias, 6 gêneros, 20 espécies; Subordem Mesobatrachia - 6 famílias, 21 gêneros, 171 espécies; Subordem Neobatrachia - 20 famílias, 310 gêneros, 4.686 espécies

Obs: Alguns estudos consideram apenas 2 Subordens: A Archaeo e a Neobatrachia.

As pererecas, do ponto de vista que estamos mostrando aqui, estão em sua maior parte classificadas na Subordem Neobatrachia, na Família Hylidae. Esta família, por sua vez, é constituída por 4 subfamílias, abrangendo cerca de 46 gêneros e 834 espécies catalogadas. Convenhamos: é muita perereca!

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5. ALGUMAS PERERECAS INTERESSANTES

Mostraremos aqui apenas representantes da Família Hylidae, conforme observado. E para começar, mostramos as nossas mais famosas estrelas, as que todos conhecemos: as pererecas-de-banheiro.

Existe uma que é mais rugosa...

Perereca-de-banheiro Scinax fuscovaria

.... e uma outra mais lisinha...

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...e existe também uma perereca cujo nome científico da espécie é... perereca! O nome foi dado por seus descobridores, os biólogos brasileiros J.P. Pombal Jr, C.F.B. Haddad e S. Kasahara, em 1995.

Ver http://acd.ufrj.br/ppgzoo/Pombal/publicacoes.html

Perereca-de-banheiro Scinax perereca

O gênero Scinax compreende 92 espécies, contando as três mostradas acima., presente desde o México até a Argentina. Uma das mais bonitinhas (eu acho) é essa aqui, descoberta no Estado de Santa Catarina:

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Embora não existam muitas espécies de pererecas de cor forte (aqueles conhecidos sapinhos coloridos e venenosos – gênero Dendrobates - não são pererecas), algumas espécies apresentam variações de cores bastante interessantes, como as do gênero Hyla, com espécies na Europa, Ásia e Américas:

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Um gênero muito interessante é o Phylomedusa, que vivem nas matas, fazendo seu ciclo de vida nas folhas dos galhos das árvores e vegetação pendentes sobre as lagoas (os girinos caem diretamente na água, quando nascem). Possuem olhos grandes saltados e são de aparência engraçada. São muito comuns na Mata Atlântica, em todo o Brasil.

Perereca Phylomedusa lemur

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Uma das espécies é fácil de ser reconhecida porque tem a pupila do olho na vertical. É a que está na nossa capa.

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Perereca amazônica Agalychtis callidryas

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Pererequinha da mata Flectonotus pygmaeus, que carrega os ovos nas costas

Perereca de chifres Gastrotheca cornuta , chamada de “perereca marsupial”, por carregar os ovos por baixo, grudados na barriga.

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Perereca mineira Dendropsophus elegans

Perereca inglesa Duellmanohyla soralia

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Essa estranhíssima perereca abaixo já foi encontrada nas matas da Colômbia, Panamá, Equador e Costa Rica:

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Algumas dessas Hemiphractus parecem blindadas. Embora na foto pareça assustadora, esse pererequinha mostrada abaixo mede apenas 3 cm!

Perereca Amazônica Hemiphractus scutatus

Já a pererequinha molhada aí debaixo é mais bonitinha, comum na América Central:

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Uma outra perereca bastante interessante é a perereca voadora (é... gostou dessa, né?), nativa das florestas tropicais asiáticas – Tailândia, Vietnam, Malásia e também na ilha de Bornéu. Mas essa perereca-voadora não voa de verdade. Para conseguir transpor curtos espaços de um galho a outro, ela estica bem os dedos unidos por membranas interdigitais que a permitem cair suavemente, como se saltasse de pára-quedas.

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Enquanto a chuva não chega, essa perereca dos cerrados e da caatinga vive em buracos de árvore que “fecham” com sua cabeça dura e espinhosa. Essa perereca de pele lisa e úmida, que mede de 10 a 15 centímetros de comprimento com as patas esticadas, pode ficar alojada ali dentro durante meses ou anos, dependendo da intensidade da seca, praticamente sem perder água, até a chuva voltar.

Passa os dias imóvel, meio zonza de sono e só acorda à noite, caso detecte algum inseto por perto. Nesse caso, rapidamente o abocanha e, saciada, retorna ao estado de dormência, com o organismo funcionando lentamente. A Corythomantis

greeningi é um exemplo notável de adaptação de anfíbios à crônica falta d’água do

sertão nordestino. Ver mais em

http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=2848&bd=1&pg=1&lg=

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Uma rara e transparente perereca “de vidro” Hyalinobatrachium pellucidum, do Equador.

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Existe uma perereca engraçadinha, chamada “perereca de leite” (“milky treefrog”) porque sua coloração apresenta manchas que parecem leite derramado. Existe na Amazônia e na América Central. Confira:

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Para terminar: vocês sabiam que existe uma perereca bicuda? Pois é, ela existe sim, nas matas do México e da Guatemala:

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6. CURIOSIDADES, HISTÓRIAS E MITOS

A pergunta que não quer calar... e que eu não posso deixar de registrar: porque chamam de “perereca” o órgão sexual feminino?

Segundo alguns palpiteiros de plantão (não achei nenhuma referência embasada), trata-se de uma forma mais amena que os nomes mais chulos e mais familiar que a denominação técnica-médica, usado inicialmente para referir-se à vagina de meninas. Daí, generalizou-se o uso do apelido, que se tornou mais um sinônimo entre centenas de outros.

Para rir um pouquinho:

http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080929093114AAlgCsG A “perereca do amor”:

Um feitiço muito antigo diz que uma das magias para conquistar um homem é caçar uma perereca, colocar a foto do rapaz dentro dela com um pouco de mel e costurar a boca do animal com um fio vermelho. Mas, atenção: Pra ter continuidade no amor assim conquistado, a moça necessita manter uma perereca de estimação. Porém , quando esta perereca falece , a mulher não deve enterrá-la em qualquer lugar, pois se isto acontecer ela perderá toda a magia desse amor. Para que isto não aconteça, esta perereca mágica deve ser enterrada num cemitério de humanos.

Torre de Pererecas

A torre de pererecas é uma maravilha da natureza, de rara ocorrência, presenciada apenas por pesquisadores assíduos. Quando 4 ou mais pererecas se juntam, em perfeita harmonia, formando uma torre, significa que os deuses estão de bom humor. Muitas histórias fabulosas sobre torres de pererecas são contadas. Algumas destas histórias tentam explicar o poder energético que as torres de pererecas podem lançar. Muitas superstições a respeito das torres de pererecas são levadas a sério. Uma destas superstições diz que, se a pessoa conseguir ver uma torre de perereca em noite de lua cheia do terceiro dia do mês de agosto de um ano bissexto, ela irá ganhar uma fortuna na Mega-Sena!

A torre de pererecas deve ter, no mínimo, 4 pererecas amontoadas. A perereca que será o alicerce da torre deve estar muito bem treinada, preparada emocionalmente. As demais pererecas deverão subir nas costas da perereca inicial. Quando as pererecas da equipe possuem o mesmo tamanho, a torre é chamada de linha perfeita. Quando cada perereca possui um tamanho diferente e ficam organizadas de acordo com o tamanho (da maior para a menor), a torre é chamada de pirâmide pererecal. Veja:

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Isso é uma gozação... Ver http://desciclo.pedia.ws/wiki/Torre_de_pererecas A Perereca e a Cobra

Um sortudo fotógrafo de cobras e pererecas registrou este momento marcante nas matas de Sumatra, na Indonésia, no ano 2008, enquanto fazia trilha. Este fotógrafo registrou o exato momento em que uma cobra tentava comer uma perereca, que não deixou barato e tentou engolir a cobra. A foto causou um enorme furor na mídia, afinal não é sempre que se vê uma cobra comendo uma perereca e uma perereca comendo uma cobra, ou vice-versa. Confira:

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Historinha com moral

Chovia na floresta. Havia uma perereca preparando-se para comer uma mosca, quando um macho, que observava a cena, disse:

- Perereca, não comas a mosca agora. Espere que a abelha a coma e depois tu

comes a abelha. Ficarás mais bem alimentada. Vai te preparando.

A perereca assim fez e, efetivamente, passados alguns segundos, veio a abelha que comeu a mosca. A perereca preparou-se, então, para comer a abelha, mas o macho a interrompeu novamente:

- Perereca, não comas a abelha agora, ela vai ficar presa na teia da aranha e a aranha vai comê-la, então tu comes a aranha, ficarás mais bem alimentada. Continua te preparando.

Então, a perereca de novo esperou. A abelha levantou vôo, caiu na teia, veio a aranha e a comeu. A perereca preparou-se para saltar sobre a aranha, mas o macho mais uma vez interveio.

- Perereca, não sejas precipitada. Há de vir o pássaro que comerá a aranha, que comeu a abelha, que comeu a mosca. Comerás o pássaro e ficarás mais bem alimentada. Continue preparada.

A perereca, reconhecendo os bons conselhos do macho, aguardou. Logo após, chegou o pássaro que comeu a aranha. Entretanto, a perereca, que já estava molhada, ao atirar-se sobre o pássaro, escorregou e caiu numa poça d'água, ficando encharcada de vez. Neste momento, uma cobra, que passava por ali, engoliu a perereca e sumiu mata adentro.

Moral da história:"Quanto mais tempo durarem os preparativos, mais molhada ficará a perereca. Mas, cuidado, coma logo, se não vem outro e leva...”

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7. ALERTA!

Apesar de pouco divulgado, os anfíbios são os animais mais ameaçados entre os vertebrados. Mais de 100 espécies já desapareceram nos últimos séculos – de forma mais acentuada nos últimos 30 a 40 anos –, outras centenas estão em declínio populacional e quase um terço das 5.743 espécies são consideradas ameaçadas de extinção.

Veja o extrato de um trabalho publicado pela importante revista Scientif American, em sua edição brasileira de Maio de 2008, de autoria dos pesquisadores Carlos Roberto Fonseca, Carlos Guilherme Becker, Célio Fernando Baptista Haddad e Paulo Inácio Prado, pós-graduados em ecologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Inúmeras hipóteses foram propostas para explicar esses declínios e duas das mais aceitas – perda e fragmentação de hábitat – pareciam bastante adequadas no contexto da Mata Atlântica. Trata-se de uma típica situação de biogeografia de ilhas – teoria proposta em 1967 por dois eminentes ecólogos americanos, Robert MacArthur e Edward O. Wilson. Segundo essa teoria, grandes fragmentos florestais deveriam ter mais espécies que os pequenos devido às maiores taxas de colonização e menores de extinção. Está tudo nos livros texto.

Contudo, após uma visita em mais de 60 fragmentos de Mata Atlântica, em terras paulistas, a pesquisa identificou apenas três unidades de florestas cortadas por riachos. As demais eram “fragmentos secos”. Para sapos e pererecas esse não é um problema menor. A maioria dos anfíbios, por suas características, vive em dois mundos. Iniciam a vida como ovos e girinos em riachos, lagos ou outros corpos d’água, atravessam uma fase crucial quando se metamorfoseiam em jovens sapinhos, para finalmente mudar para um endereço em terra firme, onde crescem até a maturidade. Necessitam, obrigatoriamente, de um hábitat aquático e de outro terrestre para completar o ciclo de vida.

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8. REFERÊNCIAS http://www.ra-bugio.org.br/index.php http://pt.wikipedia.org/wiki/Perereca http://santuario-ra-bugio.htmlplanet.com/custom2.html http://www.usinadeletras.com.br/exibelotexto.php?cod=39589&cat=Artigos&vinda=S http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/metamorfose_imprimir.html http://www.ra-bugio.org.br/anfibios_sobre_01.php http://www.geocities.com/geckoides/jc.pics.htm

Taxonomy: The Hylidae family is divided into the following subfamilies and genera:

• Subfamily Pelodryadinae (Austro-Papuan tree frogs)

o Litoria

o Nyctimystes

o Pelodryas

• Subfamily Phyllomedusinae (Leaf frogs)

o Agalychnis

o Cruziohyla

o Hylomantis - Rough Leaf Frogs

o Pachymedusa - Mexican Leaf

Frogs

o Phasmahyla - Shining Leaf

Frogs

o Phrynomedusa - Colored Leaf

Frogs

o Phyllomedusa

• Subfamily Hemiphractinae

o Cryptobatrachus - Backpack

Frogs

o Flectonotus - Brazilian Treefrogs

o Gastrotheca - Marsupial Frogs

o Hemiphractus - Horned

Treefrogs

o Stefania

• Subfamily Hylinae

o Acris - Cricket Frogs

o Anotheca - Spiny-headed Treefrogs

o Aparasphenodon - Casque-headed

Frogs

o Aplastodiscus - Canebreak

Treefrogs

o Argenteohyla - Argentinian Frogs

o Bokermannohyla o Bromeliohyla o Charadrahyla o Corythomantis - Casque-headed Treefrog o Dendropsophus

o Duellmanohyla - Brook Frogs

o Ecnomiohyla

o Exerodonta

o Hyla - Common Treefrogs

o Hyloscirtus

o Hypsiboas - Gladiator Frogs

o Isthmohyla o Itapotihyla o Lysapsus o Megastomatohyla o Myersiohyla o Nyctimantis - Brown-eyed Treefrogs o Osteocephalus - Slender-legged Treefrogs

o Osteopilus - Cuban Treefrogs

o Phyllodytes - Heart-tongued Frogs

o Plectrohyla - Spike-thumb Frogs

o Pseudacris - Chorus Frogs

o Pseudis - Swimming Frogs

o Ptychohyla - Stream Frogs

o Scarthyla - Madre de Dios

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o Scinax - Snouted Treefrogs

o Smilisca - Burrowing Frogs

o Sphaenorhynchus - Lime Treefrogs

o Tepuihyla - Amazon Treefrogs

o Tlalocohyla

o Trachycephalus - Casque-headed Treefrogs

o Triprion - Shovel-headed Treefrogs

Referências

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