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Brasil ... #00 - Público

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Academic year: 2021

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Edição nº 456 11.05.2020

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A pandemia do COVID-19 atingiu, ao final da semana passada, a marca de 4 milhões de contaminados no mundo e quase 156 mil no Brasil, país no qual foram registradas mais de 10 mil vítimas fatais, desde o começo da crise de saúde. Os EUA seguem sendo o epicentro da pandemia, tanto em números de casos confirmados (mais de 1,3 milhão) quanto no de perdas humanas (quase 79 mil). O relaxamento seletivo do isolamento social no Brasil, aparentemente, deve ser postergado para o final do mês de maio, afinal o crescimento do número de contaminados e de vítimas fatais ganhou força na última semana.

Brasil

Atividade econômica: A produção de veículos, divulgada pela ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) apresentou, em abril de 2020, queda de 99,3% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Foram produzidos apenas 1.847 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, ante os 267.561 em abril de 2019. Foi o menor valor da série histórica da ANFAVEA, iniciada em janeiro de 1957. A Associação afirmou que a queda sem precedentes da produção de autoveículos ocorreu em função da paralisação quase total das fábricas ao longo do mês de abril. Ainda no mês de maio, algumas marcas, como Renault e BMW, já retomaram as atividades, com todos os cuidados relativos à prevenção do contágio do COVID-19. No entanto, apenas para o mês de junho é esperada uma retomada mais significativa, com um número maior de unidades fabris voltando a operar regularmente.

Figura 1 – Produção de Autoveículos

Fonte: ANFAVEA Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

A FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) divulga mensalmente o resultado dos emplacamentos do setor automotivo. Em abril, houve queda de quase 76% no licenciamento de autoveículos, sendo a comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foram registrados 55.732 emplacamentos, contra 231.922 no mesmo período de 2019. O resultado de abril reflete o efeito do isolamento social, em consequência da pandemia do COVID-19, com o fechamento das concessionárias em todo o país. Em algumas regiões, como no Distrito Federal, as concessionárias foram autorizadas a voltar a operar, ainda no mês de abril, mas não havia consumidores circulando, dispostos a adquirir veículos. A média diária de emplacamentos de veículos, em abril, foi de menos de 2,8 mil unidades. Nos meses anteriores, essa média era em torno de 10 mil unidades. A FENABRAVE ressaltou que o resultado de abril pode estar subestimado, porque em alguns estados, como São Paulo, os compradores de veículos foram liberados para circular sem placas por determinado período. Dessa forma, os emplacamentos podem estrar subestimados em relação às vendas efetivas de veículos. Não chega a ser uma boa notícia, mas pode indicar que a situação é um pouco menos dramática do que, a princípio, parece.

Figura 2 – Emplacamentos de Autoveículos

Fonte: FENABRAVE Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

Divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial, no mês de março, registrou uma queda na sua comparação mensal, de 9,1%. Entre as atividades, as influências negativas mais significativas foram registradas por “Confecção de artigos do vestuário e acessórios” (-37,8%), “Couro, artigos de viagem e calçados” (-31,5%), “Veículos automotores, reboques e carrocerias” (-28,0%) e “Móveis” (-27,2%). Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, a

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produção industrial recuou 3,7% em março de 2020. Entre as atividades, a de “Confecção de artigos do vestuário e acessórios” (-27,5%), “Couro, artigos de viagem e calçados” (-26,7%) e “Bebidas” (-18,8%) exerceram as maiores influências negativas na comparação com o mesmo mês do ano anterior. O resultado da produção industrial de março reflete apenas parcialmente os impactos da pandemia do COVID-19. No resultado de abril é que se farão presentes, em toda a sua magnitude, os efeitos da paralisação sobre a atividade produtiva.

Figura 3 – Produção Industrial – MoM e YoY

Fonte: IBGE/PIM Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

Inflação: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido e divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registrou, no mês de abril, uma variação de -0,31%, desacelerando em relação ao mês imediatamente anterior, quando o índice avançou 0,07%. O resultado veio abaixo da mediana das projeções de 34 consultorias e instituições financeiras, consultadas pelo Valor Data, de queda de 0,24% em abril. O intervalo das projeções ia de um recuo entre 0,47% a 0,13%. Trata-se da maior queda de preços desde agosto de 1998 (-0,51%) e a segunda maior da série histórica do índice, iniciado em 1980. Considerando apenas os meses de abril, trata-se da maior queda desde 1980, primeiro ano com dados coletados. No mesmo mês em 2019, o IPCA havia avançado 0,57%. No ano, o índice acumula variação de 0,22%, muito abaixo dos 2,09% registrados no 1º quadrimestre de 2019. Em 12 meses, o IPCA acumulou 2,40%, abaixo dos 3,30% do mês anterior. Em abril, as maiores contribuições baixistas vieram dos grupos “Transportes” e “Artigos de Residência”, com impactos de -0,54 e -0,05 ponto percentual, respectivamente. Enquanto o grupo “Alimentação e Bebidas” apresentou a maior contribuição altista no mês, com impacto de 0,35 ponto percentual no índice.

Figura 4 – IPCA – MoM e YoY (%)

Fonte: IBGE Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) abrange o consumo das famílias com renda entre um e cinco salários mínimos e, também, é divulgado pelo IBGE. No mês de abril este índice variou -0,23%, abaixo do resultado de fevereiro, quando registrou 0,18%. O INPC veio abaixo da variação positiva de 0,01% esperada pelo Relatório Focus do BCB anterior à divulgação do índice. A variação acumulada no ano foi de 0,31% e, nos últimos doze meses, o índice apresentou alta de 2,46%, abaixo dos 3,31% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em abril de 2019, a taxa foi de 0,60%. Os produtos alimentícios tiveram alta de 1,91% em abril enquanto, no mês anterior, registraram 1,12%.

Figura 5 – INPC – MoM e YoY (%)

Fonte: IBGE Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

Política Monetária: Na última quarta-feira (06/05), o Comitê de Política Monetária (COPOM) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic em 0,75 ponto percentual para 3,00%. Segundo o comunicado divulgado pelo Banco Central do Brasil (BCB), “o Copom entende que, neste momento, a conjuntura econômica prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reforça que há potenciais limitações para o grau de ajuste adicional. O Comitê avalia que a trajetória fiscal ao longo

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do próximo ano, assim como a percepção sobre sua sustentabilidade, serão decisivas para determinar o prolongamento do estímulo”. Em uma atitude não usual, o Copom deixou claro seu próximo movimento ao afirmar que “para a próxima reunião, condicional ao cenário fiscal e à conjuntura econômica, o Comitê considera um último ajuste, não maior do que o atual, para complementar o grau de estímulo necessário como reação às consequências econômicas da pandemia da Covid-19”. Com isso, ao final do primeiro semestre, o país deverá ter uma taxa Selic entre 2,25 e 2,50%.

Figura 6 – Taxa SELIC (em %)

Fonte: BCB Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

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EUA

Atividade econômica: Segundo informações do

Departamento de Estatísticas do Trabalho dos EUA, o número de norte-americanos que solicitaram auxílio desemprego foi de 3,2 milhões na divulgação dos dados em 07 de maio, em comparação aos 3,8 milhões na semana anterior, e acima da expectativa de 3,0 milhões

dos analistas de mercado, segundo o site

TradingEconomics. O último resultado elevou o total

relatado nas últimas sete semanas para 33,5 milhões de pedidos de auxílio desemprego, sugerindo que as demissões já começaram a se espalhar para indústrias que inicialmente não haviam sido diretamente afetadas pela pandemia do COVID-19. Os maiores aumentos nos pedidos de auxílio desemprego foram registrados nos estados da Califórnia, Texas, Geórgia e Nova York. A crise de saúde está tendo um grande impacto sobre a economia dos EUA, com estatísticas mostrando que os 22 milhões de postos de trabalho, criados ao longo de quase dez anos, durante o boom de geração de empregos iniciado em setembro de 2010, já foram destruídos em apenas sete semanas.

Figura 7 – Solicitação de Auxílio Desemprego (mil) - EUA

Fonte: TradingEconomics Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

A Variação de Empregos Privados Não-Agrícolas (ADP

United States Nonfarm Employment Change) é uma

pesquisa de variação mensal de empregos do setor privado não-agrícola dos Estados Unidos e leva em conta as folhas de pagamento dos funcionários individuais. No mês de abril de 2020 foram destruídos mais de 20 milhões de postos de trabalho no setor privado. É a maior queda de todos os tempos, ocorrida em função da pandemia do COVID-19 e ao consequente isolamento social imposto à população e às atividades econômicas. O número total de vagas fechadas apenas no mês de abril foi mais do que o dobro das perdas durante a crise de 1929. Os cortes foram concentrados no setor de serviços, que fechou 16 milhões de postos de trabalho no mês. As grandes empresas eliminaram 9,0 milhões de vagas, enquanto as médias fecharam 5,3 milhões e as pequenas, 6,0 milhões de posições no mês.

Figura 8 – Pesquisa ADP (mil) – EUA

Fonte: TradingEconomics Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

O Payroll americano, relatório mensal referente à folha de pagamentos dos Estados Unidos, é divulgado pelo Departamento do Trabalho norte-americano e mostra quantos empregos foram criados ou destruídos no país no período de um mês. Em abril, o payroll registrou

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destruição de 20,5 milhões postos de trabalho. É a maior queda da história, trazendo o número de norte-americanos empregados para 131 milhões, o nível mais baixo desde fevereiro de 2011, em função da pandemia do COVID-19 e as consequentes restrições de mobilidade impostas, como fechamento de diversas atividades econômicas. As perdas de emprego foram generalizadas pela economia, com a maior destruição de postos de trabalho (7,7 milhões) ocorrendo nas atividades relacionadas ao lazer e ao turismo e hotelaria.

Figura 9 – Payroll (mil) – EUA

Fonte: TradingEconomics Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

Ainda segundo o Departamento de Trabalho, a taxa de desemprego disparou, passando de 4,4% em março para 14,7% em abril. A taxa de desemprego é a mais alta da série histórica, que começou a ser registrada em 1948. O resultado supera com folga o recorde anterior, de 10,8% (novembro/82), e começa a se aproximar da taxa de desemprego da crise de 1929, que os economistas estimam ter sido de 25%. O número de desempregados nos EUA subiu para 23,1 milhões, enquanto o número de trabalhadores empregados caiu para 133,4 milhões. A taxa de participação da força de trabalho é a menor desde janeiro de 1973.

Figura 10 – Taxa de Desemprego (%) – EUA

Fonte: TradingEconomics Elaboração: FUNCEF/PRESI/GEMAC

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PMI

O gráfico apresenta os índices PMI das principais economias mundiais e do Brasil. Valores acima de 50 pontos indicam expansão da atividade econômica e abaixo de 50 pontos indicam retração. Os resultados dos PMIs de abril da Zona do Euro e do Reino Unido ficaram abaixo dos

20 pontos, registrando 13,6 e 13,8 pontos,

respectivamente. Já os PMIs dos EUA e do Brasil estão situados entre 20 e 30 pontos, registrando 27,4 e 26,5 pontos, respectivamente. Dentre esses indicadores, o único a apresentar melhora em abril foi o PMI da China, registrando 47,6 pontos. No entanto, todos os indicadores continuam apontando para uma retração da atividade econômica, só que em diferentes magnitudes.

Figura 11 – PMI

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Expectativa para as principais variáveis da economia brasileira

Expectativa para a

evolução das variáveis

Fundamentação

Juros

Após a redução de 0,75 ponto percentual em maio, o COPOM já deixou claro que fará novo corte na reunião dos dias 16 e 17 de junho. Esse novo corte não excederá o último, significando que ficará entre 0,25 e 0,75 ponto percentual, e, provavelmente, encerrará o ciclo de afrouxamento monetário.

Câmbio

Incertezas sobre variáveis, sobretudo externas, têm contribuído para a desvalorização do Real nesse ano. Para a taxa de câmbio média de 2020, as expectativas são de que haja uma significativa valorização do Dólar americano frente ao Real. Incertezas políticas recentes potencializam a desvalorização do Real.

Bolsa

O impacto do COVID-19 sobre as expectativas e a atividade econômica está sendo extremamente mais grave do que o esperado inicialmente. A crise de saúde que acometeu os países terá impacto significativo sobre o desempenho da economia mundial nesse ano. Adicionando ao cenário doméstico novas incertezas, agora políticas, o valor dos ativos, sobretudo de renda variável, pode voltar a apresentar grande volatilidade.

Inflação

Para 2020, o mercado espera uma inflação abaixo do centro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Os impactos advindos da recessão econômica sobre os preços apontam para fortes efeitos contracionistas, podendo levar a inflação para, até mesmo, patamares abaixo do piso da meta.

Atividade

A mudança drástica do cenário de crescimento mundial, em função das consequências do COVID-19, terá grande influência sobre o nível de atividade doméstica. Dessa forma, as expectativas de contração do PIB em 2020 tendem a se deteriorar ao longo das próximas semanas.

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Boletim FOCUS

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