• Nenhum resultado encontrado

AÇÃO INTEGRADA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A PARTIR DE UM PROJETO DE SAÚDE. Adriana Noviski Manso - PUCPR

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "AÇÃO INTEGRADA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A PARTIR DE UM PROJETO DE SAÚDE. Adriana Noviski Manso - PUCPR"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

AÇÃO INTEGRADA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS A PARTIR DE UM PROJETO DE SAÚDE

Adriana Noviski Manso ∗ - PUCPR Beatriz Ferreira da Rocha - PUCPR Romilda Teodora Ens∗∗ - PUCSP/PUCPR

Resumo

O presente relato de uma experiência vivenciada por futuras pedagogas/professoras no espaço/tempo da inserção profissional voltada para a gestão integrada na escola. Esta prática está ancorada numa proposta de estágio em que o futuro educador por meio da Pesquisa da Prática Pedagógica vai construindo sua identidade profissional desde o 1.º período do Curso de Pedagogia pela relação teoria e prática. Este estudo parte do seguinte questionamento: Como organizar uma ação compartilhada envolvendo professores, alunos e pedagogos numa aprendizagem significativa partindo de conteúdos da área de história. A proposta de ação integrada na escola foi organizada a partir de encontros nos quais reuniam-se a professora orientadora, as futuras pedagogas, a pedagoga da escola e os professores. O desenvolvimento do projeto de saúde teve a participação das futuras pedagogas, do professor de Ciências e dos alunos da 3.ª etapa da Educação de Jovens e Adultos de uma Escola Estadual de Curitiba-PR. Para a descrição e análise dos caminhos da proposta o grupo, além das reflexões com a orientadora foram realizadas várias leituras que contribuíram para o processo de ação-reflexão-ação que foi exigido do grupo no decorrer do desenvolvimento do projeto. Os momentos de discussão com o professor e com a pedagoga da escola, também, contribuíram para que o projeto fosse realizado. Autores como Eyng (2003), Libâneo (2001), Balzan (1995) subsidiaram a ação de como integrar a ação do professor da EJA e o pedagogo no espaço da escola. Os resultados apontam as ações realizadas, como dinâmicas e material de apoio para o professor, atendendo aos temas abordados de acordo com as Diretrizes da Educação de Jovens e Adultos, como responsáveis pelo caminho percorrido e conquistado no trabalho integrado..

Palavras Chaves: Educação de Jovens e Adultos, Ação integrada.

Acadêmicas do Curso de Pedagogia da PUCPR.

∗∗ Doutoranda em Psicologia da Educação, PUC/SP . Professora do Curso de Pedagogia da PUCPR.

(2)

Caminhos da ação integrada

A direção da escola e a coordenação pedagógica constituem-se áreas de atuação decisiva no processo educativo. Cada profissional tem sua posição de influência e liderança sobre as atividades desenvolvidas na escola. Isto é confirmado por Libâneo (2000, p. 114) ao dizer “na escola a direção da ação é levada à busca deliberada consciente, planejada, de integração e unidade de objetivos e ações, e de um, consenso de normas e atitudes comuns”.

Na escola, cabe à direção ir além da mobilização das pessoas para a realização das atividades. Essa ação implica em intencionalidade, definição de um rumo, tomada de posição frente a objetivos sociais e políticos da escola, numa sociedade concreta. À coordenação pedagógica, cabe criar nas escolas momentos de reflexão, para que haja trocas de experiências entre os educadores. Rever o que já foi feito e, juntos encontrar alternativas de ação. Gerar estratégias que permitam detectar o tipo de vínculo que se estabelece nas relações educador-educando e também entre os próprios educadores, como diz Balzam (1995, p.57)

É muito importante que os supervisores [equipe escolar] participem do trabalho de seus professores que estejam presentes às salas de aulas, que discutam com eles os aspectos observados e que o façam em função daquilo que ambos entendem por educação.(grifos nossos)

Nesse processo a equipe da escola busca refletir e incentivar a reflexão sobre o que se passa nas salas de aulas, problemas didáticos tendo como referência a problemática educacional mais ampla e o contexto social, econômico, político e cultural em que a mesma se insere.

A partir de leituras feitas dos autores Eyng, Ens, Baby (2003), podemos dizer que para uma escola caminhar adequadamente o trabalhar em conjunto, diretor, pedagogo, professor, pessoal de apoio, enfim todos os envolvidos no espaço escolar e sempre com o mesmo intuito, a aprendizagem do aluno é fundamental. Cabe a equipe da escola estar reavaliando o trabalho da escola, buscando alternativas para uma escola eficaz, para uma escola que viabilize formação integral do cidadão, formando pessoas críticas e capazes de enfrentar as exigências do mercado de trabalho na sociedade capitalista em que vivemos. A escola é uma instituição social que segundo Ferraz (2003, p.177) “deve estar

(3)

comprometida com a promoção do desenvolvimento humano e com o atendimento das necessidades da sociedade” .

Em seu caminhar cabe a escola propiciar para os professores formação continuada, grupos de estudos dentro da própria escola tanto para estar adquirindo mais conhecimentos, quanto para haver trocas de experiências entre o grupo. Sempre estar inovando seu trabalho pedagógico.

O processo de inovação pedagógica na sociedade do conhecimento tem como principal agente inovador o educador/professor. Esse profissional está desafiado a planejar e ser o gestor do processo formativo inovador e, ao mesmo tempo, gerenciar o seu processo de aprendizagem continuada. (EYNG, 2003, p. 7).

Um aspecto de bastante importância é estar reavaliando o currículo da escola, se este realmente está de acordo com as necessidades da clientela. Para isto, pedagogo e professores devem trabalhar de forma integrada, sempre buscando inovações no trabalho pedagógico da escola, estar por dentro dos avanços da sociedade tanto tecnológico como demais avanços e trazer esses avanços para dentro da escola, e utilizá-los em seus planejamentos de aula e colocá-los em prática.

Acompanhar os avanços tecnológicos da sociedade pode ser um desafio para muitos, pois:

Para quem ensina e aprende, para quem supervisiona o processo didático, acompanhar essa evolução significa manter uma atitude constante de estudo, reafirmando-se, portanto, a relação entre ação supervisora, ensino-aprendizagem, estudo e pesquisa.(RANGEL, 1999, p. 84).

Quanto à gestão da escola esta implica num trabalho em conjunto, uma descentralização de poder do diretor, um trabalho em equipe, onde todos devem caminhar para o mesmo rumo, pensar em um mesmo objetivo. O diretor sendo um articulador, identificando-se com todo o grupo, e o pedagogo com sua contribuição pedagógica para a escola.

O processo na formação continuada deverá, segundo Eyng (2003, p.13) “Orientar-se no movimento da ação-reflexão-ação. Conhecer a realidade, os sujeitos que estarão envolvidos no processo de formação e o conhecimento que os

(4)

significa...”, enfim, a formação continuada permite ao professor uma melhora contínua de sua prática.

Metodologia

A proposta de intervenção foi realizado em uma na Escola Estadual , atendendo aos moradores de uma Vila de baixa renda. A escola atende nos três períodos, a proposta de intervenção realizou-se período noturno. Nesse período a escola atende alunos da EJA - Educação de Jovens e Adultos, sendo que a maiorias desses alunos participam do projeto da PUCPR – O menor aprendiz.

Foi realizada uma reunião, entre estagiários, pedagoga da escola e supervisora do grupo, a qual se esclareceu a proposta de trabalho integrado, na tentativa de sensibilização do trabalho em conjunto, possibilitando aproximação entre alunos e estagiárias. Os grupos foram divididos, para que cada um realizasse um trabalho diferenciado, com um professor, procurando integra-lo na ação a ser desenvolvida, sugeriu que se trabalhasse assuntos relacionados à saúde, conteúdo previsto no currículo da escola para a terceira etapa (sétima série), definido pelas diretrizes da Secretaria de Educação do Paraná, o qual a escola segue. No entanto, essas diretrizes (2003, p.31) estabelecem que “ os conteúdos específicos de cada disciplina, deverão estar articulados a realidade, considerando sua dimensão sócio-histórica, articulada ao mundo do trabalho, a ciência, as novas tecnologias, dentre outras”

A proposta e alguns resultados

No primeiro encontro entre professor, alunos e futuras pedagogas fez-se um levantamento de dados relacionado ao tema saúde. O professor, apresentou o grupo e este explicou o que seria feito e qual era o objetivo daquele momento. Para dar início àquela atividade, foi entregue a eles uma folha em branco para amostrassem a seguinte pergunta: O que é saúde para você?

Muitos tiveram dificuldades em responder a pergunta, e muitos pediram ajuda. Fez-se dos dados uma análise sobre o tema relacionado à saúde

(5)

que a ser aprofundado. Os alunos envolveram-se, deixando claro o que gostariam de saber. Dentre os temas que mais foram apontados estavam, DST e AIDS.

Com base nos dados coletados, o grupo e professor buscaram um aprofundamento no tema escolhido pelos alunos e que faziam parte do planejamento do professor. O material selecionado serviu de ao apoio ao professor. Para o tema DST, foi organizado uma dinâmica envolvendo alunos, professor e futuras pedagogas. O trabalho foi produtivo e participativo. No primeiro momento da dinâmica separaram-se os alunos em grupos, foram entregues a eles um papel bobina e alguns lápis de cor. Solicitamos que desenhassem o que pensavam sobre as DST, a turma envolveu-se muito com a dinâmica, fizeram perguntas e pediram ajuda, demonstrando assim interesse e dúvidas relacionadas as DST.

A seguir foram elaborados os cartazes, e um representante de cada equipe explicou aos demais alunos o cartaz construído pelo grupo. Durante as explicações feitas pelos grupos, nós questionávamos os alunos a respeito da melhor forma de prevenção. Depois de todos explicarem seus cartazes, mostramos a eles, imagens de DST, muitos fizeram perguntas sobre as doenças olhando sempre para elas com repulsa.

Esta aula não foi só um aprendizado para os alunos, mas para nós enquanto pessoa. Havia muitas dúvidas que foram se esclarecendo durante a aula. Com as contribuições do professor.

Após a dinâmica, entregamos aos alunos folders explicativos sobre as DST, cedido pela Prefeitura Municipal de São José dos Pinhais.

Em um outro momento, conversamos com o professor a respeito da aula, o professor nos contou que após sairmos da sala eles continuaram a fazer perguntas, e pediram a ele que explicasse doença por doença para melhorar o entendimento. Nós, já havíamos entregue ao professor o material de apoio para a aula sobre DST. Aproveitando o diálogo com o professor explicamos a ele que continuaríamos em outra aula com o tema AIDS e que enviaríamos todo o conteúdo a ser trabalhado por e-mail, inclusive a dinâmica que seria aplicada.

Para a realização da dinâmica sobre AIDS contamos com a ajuda do professor de fundamentos do ensino da ciência da PUCPR.

(6)

Para o início da aula aplicamos a dinâmica dos copinhos: em uma bandeja colocamos vários copinhos com água e apenas um com uma substância química. Pedimos para os alunos que se dirigissem ao centro da sala e explicamos a eles o que seria feito, colocamos uma música e pedimos para que cada aluno pegasse um copinho e convidasse alguém para dançar, trocando assim um pouco do líquido que cada um tinha no copinho (pedimos para que eles não tomassem o líquido), o professor também participou da dinâmica.

Não contamos a eles que havia um copinho “contaminado” com uma substancia química, depois de feito algumas trocas do líquido e parceiros de dança, explicamos que não estavam convidando alguém para dançar, mas sim para ter uma relação sexual e que entre nós havia uma pessoa (copinho) contaminada com o vírus da AIDS. Os alunos ficaram surpresos, quando nós colocamos um outro líquido (amônia) nos copinhos os que haviam sido contaminados ficaram rosados. Ressaltamos então a questão da prevenção da AIDS, e o quanto é importante o uso de camisinha.

Para melhor fixação do conteúdo, apresentamos um cartaz sobre os pontos principais relacionados à AIDS, então fizemos uma aula expositiva, tiramos dúvidas e respondemos perguntas com a ajuda do professor.

Está aula foi muito boa, não tínhamos muito domínio neste assunto, e como toda pessoa também tínhamos nossas dúvidas. Os alunos tiveram uma participação maior que a outra atividade anterior. Ao final da aula entregamos aos alunos um folder sobre a AIDS.

Como na aula anterior conversamos depois com o professor sobre o desenvolvimento da atividade, perguntamos a ele sobre o planejamento dos conteúdos que deveriam ser trabalhados e se ele teria alguma dúvida em como trabalhar com algum deles. O professor solicitou a nós que buscássemos material para que ele pudesse trabalhar com os alunos o tema sexualidade: assédio sexual, abuso sexual e abuso sexual infantil.

Para que não ficássemos apenas com o conteúdo extraído da internet, buscamos outros tipos de materiais. Fomos à biblioteca e utilizamos livros e assistimos ao filme Assédio Sexual, para uma melhor compreensão do tema, com o material que encontramos fizemos um resumo e enviamos por e-mail para o

(7)

professor. O conteúdo solicitado pelo professor era delicado para trabalhar com os alunos, pois poderia abranger diferentes aspectos, por isso decidimos ser bem objetiva nas explicações.

Com todas as informações obtidas para a aula, conversamos com o professor e decidimos nós mesmas explicarmos aos alunos o conteúdo, e no segundo momento o professor passaria aos alunos um resumo da aula.

Foi uma aula muito rápida, porém produtiva. Além do trabalho integrado com o professor e os alunos, houve momentos de reflexão entre a equipe de estágio, professores, pedagoga e supervisora de estágio. Estes momentos serviram para discutirmos o processo de ensino aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos, a formação continuada dos professores, e a importância do trabalho integrado entre os agentes escolares, diretor, coordenação pedagógica, professores, secretários e alunos. Todos pensando em um único objetivo o desenvolvimento integral do aluno. Nesse sentido, afirma Eyng (2003, p.11) “Conhecer a realidade é vital e fundamental. A principal tarefa do educador é desvelar a realidade junto aos alunos a quem está ajudando a formar, ao mesmo tempo em que realiza sua formação”.

Com o desenvolvimento do projeto, foi possível realizar um trabalho integrado com o professor e alunos. Tanto o professor quanto o grupo de gestão envolvida puderam adquirir uma educação continuada, pois, sabe-se que a formação continuada é imprescindível e vem deixando de ser entendida apenas como uma complementação da formação inicial do docente, vem contribuir segundo Porto (2000, p.32) “para melhorar a escola, reinventando-a, redefinindo-a e ressignificando-a, em simultânea, os contornos de uma profissionalidade docente”.

Um fato bastante interessante que ocorreu durante o processo de inserção profissional, foi à integração da equipe de estagiários, supervisora do grupo, professores e pedagoga da instituição. Com esta integração a pedagoga da escola trazia em suas conversas muitas “coisas” que não se tinha conhecimento, enquanto graduandos. Os professores com um trabalho em parceria com o grupo de estágio, e as reflexões feitas pela supervisora do grupo, foram de grande valia, o qual trouxe um vasto conhecimento e aprendizado.

(8)

Quanto ao trabalho realizado em sala de aula, foi muito gratificante. Pois além de estar colaborando com o professor e os alunos a esclarecer assuntos referentes à saúde, específico DST, AIDS, abuso sexual e assédio sexual, esses estudos enriqueceram o entendimento do grupo.

Se todos os membros que trabalham dentro de uma escola realmente dessem as mãos e pensassem com mais intensidade no aluno, talvez não houvesse tantas crianças e jovens desinteressados em fazer parte deste contexto escolar, sentindo prazer em aprender, conhecer.

Referências

BALZAN, A. Educação e supervisão: o trabalho coletivo na escola. São Paulo: Cortez, 1995.

BRASIL. Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília, 1997. Congressos e Eventos (Org.). Temas em Educação II. Curitiba: Ed. Futuro Congressos e Eventos, 2003.

DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS DO ESTADO DO PARANÁ – 2003

EYNG, A .M. Planejamento e Gestão da Formação Continuada na Sociedade do Conhecimento. In: ENG, A . M. (Org.). Planejamento e gestão educacional numa

perspectiva sistêmica – Parte II. Curitiba: Chapagnat, 2003.

FERRAZ, M. A. Coordenação Pedagógica: funções e ações. In: Congressos e Eventos (Org.). Temas em Educação II. Curitiba: Ed. Futuro Congressos e Eventos, 2003.

PORTO, Y. S. Formação Continuada: a prática pedagógica recorrente, In: MARIN, A. J. (Org). Educação Continuada. São Paulo: Papirus, 2000.

RANGEL, M. Supervisão: do sonho à ação: uma prática em transformação. In: FERREIRA, Naura Syria (Org.). Supervisão educacional para uma escola de

qualidade: da formação à ação. São Paulo: Cortez, 1999.

LIBÂNEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001.

Referências

Documentos relacionados

O Programa Escola Integrada – PEI, implementado em 2006 pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, por meio da Secretaria de Educação, é uma proposta de ampliação da

O “tempo necessário” para as atividades complementares foi definido no tópico “Objetivos e Metas”, no qual apresentou duas metas referentes ao eixo da jornada de

Tais orientações se pautaram em quatro ações básicas: apresentação dessa pesquisa à Secretaria de Educação de Juiz de Fora; reuniões pedagógicas simultâneas com

O presente trabalho objetiva investigar como uma escola da Rede Pública Municipal de Ensino de Limeira – SP apropriou-se e utilizou o tempo da Hora de

escolar e entrevistas com roteiros semiestruturados aplicados às professoras formadoras da Universidade Federal de Permabuco (UFPE) e da Escola Cristo Rei, aos profissionais

Após a capitulação jurídica e validação por parte do Delegado de Polícia responsável pelo atendimento virtual, o sistema pode viabilizar a inserção de informações

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) apresenta à categoria e à sociedade em geral o documento de Referências Técnicas para a Prática de Psicólogas(os) em Programas de atenção

As propriedades patogênicas de uma das amos- tras de vírus isoladas do local do acidente (amostra 1.330), foram estudadas no coelho, cobaio e hamsters. A amostra de vírus mantida