• Nenhum resultado encontrado

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DA CULTURA DA CENOURA PARA DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DA CULTURA DA CENOURA PARA DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

FUNÇÃO DE PRODUÇÃO DA CULTURA DA CENOURA PARA

DIFERENTES LÂMINAS DE IRRIGAÇÃO

BEIRIGO, J.D.C. 1; SANTANA, M.J. de2;VIEIRA, T.A.3

1Estudante de Tecnologia de Irrigação e Drenagem do IFTM- Uberaba. 2Prof. IFTM- Uberaba, e-mail: marciosantana@iftriangulo.edu.br 3Estudante de Engenharia Agronômica, bolsista FAPEMIG.

RESUMO

O atual trabalho tem como objetivo determinar a lâmina ótima econômica no cultivo da cenoura, bem como, determinar a melhor forma de parcelamento do potássio para a cultura. O experimento foi conduzido no setor de Olericultura do IFTM, Uberaba, em um esquema fatorial de 5x3 com quatro blocos (delineamento em blocos casualizados). Os fatores consistiram de cinco reposições de água o solo função da lâmina referente à umidade de capacidade de campo (70%, 100%, 130%, 160% e 190%) e três formas de parcelamento de potássio em cobertura (P3 - aos 15, 30 e 50 dias após emergência; P2 - aos 15 e 30 dias após emergência e P1 - aos 15 dias após emergência). Foi determinada a produtividade da cultura. Dentre os resultados pode-se concluir que lâminas consideradas deficitárias e excessivas promoveram queda na produtividade da cultura.

Palavras-chave: Daucus carota, lâmina ótima econômica, manejo da irrigação. INTRODUÇÃO

A cenoura (Daucus carota L.) é uma hortaliça da família “Apiaceae” ou “Umbelífera” originária da região onde hoje se localiza o Afeganistão. A parte comestível é uma raiz pivotante com elevado teor de betacaroteno (FILGUEIRA, 2000). O ciclo fenológico da cenoura, da semeadura até a colheita varia de 85 a 125 dias, dependendo da cultivar, do clima e da época de colheita. Cultivada em larga escala nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, destacando-se como maiores produtores os municípios de São Gotardo e Rio Paranaíba - MG. Como praticamente todas as hortaliças, a cenoura tem desenvolvimento (produtividade e qualidade das raízes) intensamente influenciado pelas condições de umidade do solo. A área irrigada no Brasil é de 80%, indicando a irrigação como sendo um dos fatores decisivos na produção da cultura (SILVA et al., 2000). O período crítico da cultura prolonga-se até cerca de 40 dias quando as plantas apresentam-se mais vigorosas. Outro fator de produção importante é a nutrição das plantas. Dentre os nutrientes essenciais à cultura destaca-se o potássio. Entretanto, ainda há dúvidas no parcelamento da adubação potássica para a referida cultura. Conforme Filgueira (2000) faltam dados experimentais que possam melhor orientar as aplicações de potássio, inclusive o seu parcelamento. Dos fatores de produção, a água e

(2)

os fertilizantes são aqueles que limitam os rendimentos com maior freqüência. Desse modo, o controle da irrigação e da fertilidade do solo constitui critério preponderante para o êxito da agricultura. A utilização das funções de produção permite encontrar soluções úteis na otimização do uso da água e dos fertilizantes na agricultura ou na previsão de rendimentos culturais (FRIZZONE, 1987). Oliveira (1993) mencionou que muitos trabalhos de pesquisa envolvendo irrigação e fertilizantes apontam recomendações genéricas que objetivam a obtenção de produtividades físicas máximas, sem qualquer preocupação com a economicidade. A utilização da irrigação, com base nessas informações, poderá torná-la inviável do ponto de vista econômico, já que o ótimo econômico, geralmente, não corresponde à máxima produtividade física. Define-se uma função de produção como sendo as relações técnicas entre um conjunto específico de fatores envolvidos num processo produtivo qualquer e a produção física possível de se obter com a tecnologia existente (FERGUSON, 1988). Diante do exposto o objetivo do atual trabalho é determinar a lâmina ótima econômica para a cultura da cenoura e sua função de produção.

MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido na área experimental do setor de Olericultura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro, campus Uberaba, MG. O mesmo se localiza a 800m de altitude, com latitude de 19º 39’ 19”S e longitude de 47º 57’ 27”W. O clima do local, segundo classificação de Köppen é do tipo tropical quente e úmido, com inverno frio e seco (Aw), com precipitação e temperatura média anual de 1500 mm e 21ºC, respectivamente. O solo apresenta características de um Latossolo Vermelho Distrófico (EMBRAPA, 1999). A correção química do solo seguiu as normas da Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais (CFSEMG, 1999). O delineamento experimental foi em blocos casualizados (DBC) em esquema fatorial 5 x 3, sendo testados cinco lâminas de reposição (70%,100%, 130%, 160% e 190% da lâmina referente à umidade de capacidade de campo e três formas de parcelamento do potássio em cobertura (P3 - aos 15, 30 e 50 dias após emergência; P2 - aos 15 e 30 dias após emergência e P1 - aos 15 dias após emergência). As parcelas foram dispostas nos canteiros de 1,2 metro de largura por 3 metros de comprimento, totalizando 3,6 m². Cada parcela foi constituída por três linhas de plantas, espaçadas de 0,30 metro. Trinta dias após semeadura foi realizado o desbaste, visando eliminar o excesso de plantas na parcela. O sistema de irrigação utilizado na área de cultivo foi o de microaspersão. Em cada parcela, foram utilizados dois microaspersores autocompensantes, espaçados de 1,5 metro, com vazão de 28 L h-1. As curvas de retenção de

(3)

água no solo na área do experimento foram determinadas (camadas 0-20 cm e 20-40 cm) no Laboratório de Água e Solo do IFTM Uberaba. Com o aplicativo SWRC desenvolvido por Dourado Neto et al. (1995), obteve-se os parâmetros de ajuste da relação do potencial matricial com a umidade do solo (Equação 1), segundo modelo de “GENUTCHEN”, o qual descreve a umidade do solo em função do potencial matricial.

(

)

( )

αhn m 1 θr θs θr θ(h)     − + = (1)

em que: θ (h) = umidade do solo (g g-1) para um dado valor de h; θr = umidade residual do solo (g g-1) obtido pelo modelo; θs = umidade de saturação do solo (g g-1); α, n e m =parâmetros de ajuste do modelo; h = módulo potencial mátrico (kPa). A umidade capacidade de campo do solo foi determinada conforme metodologia sugerida por Bernardo et al. (2005). Para o controle das lâminas de reposição foi instalada uma bateria de tensiômetros nas parcelas do tratamento 100% e uma aplicação de potássio. As leituras dos tensiômetros foram feitas com um tensímetro de punção (digital). Obtida a tensão média no tratamento considerado 100% da umidade de capacidade de campo, as demais lâminas dos tratamentos foram obtidas por meio de uma relação direta. Com as tensões observadas, foram calculadas as umidades correspondentes a partir das curvas características. As lâminas de irrigações foram repostas (LR) utilizando as Equações 2 e 3.

(

θ θcontrole

)

Z

LLR= cc− × (2) em que: LLR= lâmina líquida de reposição em mm; θcc= umidade de capacidade de campo em cm³ cm³; θcontrole = umidade de controle para cada tratamento em cm³ cm³; e Z = profundidade efetiva do sistema radicular em mm.

Ea LLR

LR = (3) em que: LR= lâmina de reposição em mm; e Ea = eficiência de aplicação.

O tempo de irrigação em cada tratamento foi determinado a partir da lâmina de água a ser reposta em cada parcela em função da intensidade de precipitação do sistema de irrigação pela Equação 4.

Ip LR

TI = (4) em que: TI = Tempo de irrigação para cada umidade controle em h; e Ip = Intensidade de precipitação do microaspersor em mm h-1. Foram realizadas duas coletas de dados do peso das raízes. Para obtenção da função de produção, será utilizada a análise de regressão entre a

(4)

variável dependente (produção comercial) e a variável independente (lâminas de água aplicadas). O modelo empregado será o polinomial do segundo grau, conforme equação 5.

2 . ) (w a bw cw f Y = = + + (5)

em que: Y = produtividade (t ha-1); w = lâmina total de água aplicada (mm); a, b e c = parâmetros da equação. A lâmina de água a ser aplicada para obtenção da máxima produtividade física será:

c b W

2

(max) = (6)

A lâmina de água de maior retorno econômico a ser aplicada deve corresponder a uma produtividade que traduza uma receita líquida máxima ou um lucro máximo, dado pela equação 7. L(w) = Py.Y – Pw.W – C (7) em que: L(w) = lucro (R$); Pw = preço do fator água (R$ mm-1); Py = preço do produto (R$ t-1); C = custo dos fatores fixos (R$ ha-1). O preço do produto representará o preço médio obtido pelo produtor no Estado de Minas Gerais na época de final da experimentação. O preço do fator água será obtido considerando: energia de bombeamento, mão-de-obra; demanda e manutenção. Para obtenção do custo de cada um destes componentes, serão fixados alguns parâmetros como caracterização do produto e do sistema de irrigação (produtor característico da região de Uberaba, MG). O custo da energia será obtido com a concessionária local. Os custos dos componentes do fator água serão obtidos utilizando-se os percentuais relatados por Melo (1993), citado por Carvalho (1995), onde o custo de bombeamento de 1 mm de lâmina de água: demanda (1,14%), energia (46,21%) mão-de-obra (31,48%) e manutenção e reparos (21,77%). Para maximizar o custo:

0 . ) ( = − = Pw dw dy Py dw w dL (8) em que: = dw dy Py.

valor da produtividade marginal do fator água =

dw dy

produtividade física marginal do fator água Obtendo assim: Py Pw dw dy = (9)

A equação 10 indica que a receita líquida se maximiza, se a derivada primeira do rendimento em relação à lâmina total de água (produto físico marginal) for igual a relação de preços do fator do produto.

(5)

Py Pw w c b dw dy = − + = 2. . . (10) RESULTADOS PARCIAIS

Houve diferença estatística entre as reposições e parcelamento do potássio (não havendo interação dos fatores). Houve tendência de queda do peso das raízes com a aplicação de água de forma deficitária (70%) e excessiva (160% e 190%). A Figura 1 evidencia o efeito negativo do excesso de água no solo para a cultura da cenoura. Para Guimarães (1988), citado por Santana (2004), tanto o excesso (por asfixia de raízes), quanto a falta de água (menor absorção de nutrientes), prejudicam a produtividade das culturas.

PFR = -0,004LR2 + 0,8997LR + 36,213 R2 = 0,8691 60 70 80 90 100 70 100 130 160 190 Reposição de lâmina (LR) (%) Pe so f re sc o ra iz ( P FR ) em g

Figura 1. Peso fresco da raiz em função da reposição de água no solo. Tabela 1. Peso fresco da raiz em função do parcelamento do potássio.

Formas de parcelamento Peso fresco raiz (PFR) (g)

Uma vez (P1) 82,76 a1

Duas vezes (P2) 73,60 b

Três vezes (P3) 79,03 b

1As médias seguidas pela mesma letra na vertical não diferem entre si estatisticamente pelo teste Scott-Knott.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As lâminas consideradas deficitárias e excessivas promoveram queda na no peso das raízes. O levantamento dos dados econômicos está sendo realizado. De posse dos preços da água e do produto e lâminas aplicadas será gerada uma função de produção para determinar o ótimo econômico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BERNARDO, S.; SOARES, A.A.; MANTOVANI, E.C. Manual de Irrigação. 7. ed. Viçosa: UFV, 2005. 611 p.

(6)

CARVALHO, J.A. Coeficientes de cultura, avaliação econômica da produção e análise do

crescimento da cenoura (Daucus carota L.) irrigada. 1995. 78p.Tese (Doutorado em

Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

COMISSÃO DE FERTILIDADE DO SOLO DO ESTADO DE MINAS GERAIS.

Recomendação do uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação.

Viçosa, MG, 1999. 359 p.

DOURADO NETO, D.; NIELSEN, D.R.; HOPANS, J.W.; PARLANGE, M.B. Programa

SWRC (Version 1.00): Soil Water Retention Curve (Software). Piracicaba: ESALQ; Davis:

University of Califórnia, 1995. 2 disquetes.

EMBRAPA - EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de Janeiro, 1999. 412 p.

FERGUSON, C.E. Teoria micro-econômica. 11ed. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 1988. 609p.

FILGUEIRA, F. A. R. Novo manual de olericultura: Agrotecnologia moderna na

produção e comercialização de hortaliças. Viçosa, UFV, 2000. 402 p.

FRIZZONE, J.A. Funções de resposta do feijoeiro ao uso do nitrogênio e lâmina de irrigação. In: Simpósio sobre o manejo de água na agricultura. Campinas, 1987. Anais... Campinas, 1987. p123-133.

OLIVEIRA,S.L. Funções de resposta do milho doce ao uso de irrigação e nitrogêncio. 1993. 91p.Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa.

SANTANA, M.J. Produção do pimentão (Capsicum annuum L.) em ambiente protegido,

irrigado com diferentes lâminas de água salina. 2004. 90 p. Dissertação (Mestrado em

Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.

SILVA, E.L.; PEREIRA, G.M.; CARVALHO, J.A.; VILELA, L.A.A.; FARIA, M.A. Manejo

Referências

Documentos relacionados

TABELA 2A Análise de variância para ganho de peso médio diário de suínos em altas temperaturas alimentados com dietas contendo diferentes níveis de óleo e proteína bruta e para

O primeiro passo para introduzir o MTT como procedimento para mudança do comportamento alimentar consiste no profissional psicoeducar o paciente a todo o processo,

O local concedente trata-se de uma clínica focada em reabilitação de pequenos animais que faz parte da franquia Mundo à Parte, um centro de fisioterapia e

Avaliação do impacto do processo de envelhecimento sobre a capacidade funcional de adultos mais velhos fisicamente ativos.. ConScientiae

O objetivo do curso foi oportunizar aos participantes, um contato direto com as plantas nativas do Cerrado para identificação de espécies com potencial

Esta pesquisa discorre de uma situação pontual recorrente de um processo produtivo, onde se verifica as técnicas padronizadas e estudo dos indicadores em uma observação sistêmica

Box-plot dos valores de nitrogênio orgânico, íon amônio, nitrito e nitrato obtidos para os pontos P1(cinquenta metros a montante do ponto de descarga), P2 (descarga do

libras ou pedagogia com especialização e proficiência em libras 40h 3 Imediato 0821FLET03 FLET Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa. Estudos literários