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Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL JUÍZO C

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Poder Judiciário JUSTIÇA FEDERAL Seção Judiciária do Paraná 1ª TURMA RECURSAL – JUÍZO C

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JUIZADO ESPECIAL (PROCESSO ELETRÔNICO) Nº 201070510046182/PR RELATOR : Juiz Federal Marcos Josegrei da Silva

RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL RECORRIDO : DIMAS PAULINO DE BASTOS

VOTO

ATIVIDADE ESPECIAL. AUXILIAR

DE FIAÇÃO/ MECÂNICO.

EXPOSIÇÃO A RUÍDO. USO DE EPI EFICAZ.

Trata-se de recurso interposto pelo réu contra a sentença que julgou procedente o pedido de concessão de aposentadoria especial ao autor desde a DER (15/10/2009), mediante o reconhecimento da especialidade das atividades exercidas de 02/05/1978 a 23/11/1987, 24/02/1988 a 15/09/1990, 15/12/1990 a 11/01/1996 e 12/04/1996 a 03/09/2009.

O recorrente sustenta, preliminarmente, o descabimento da antecipação dos efeitos da tutela e pugna pela nulidade da decisão, porque extrapetita; no mérito, aduz que alguns dos períodos reconhecidos pelo juízo de origem não são especiais em razão da utilização de equipamento de proteção individual eficaz para o agente ruído. Por fim, alega ofensa ao disposto nos artigos 195, §5°, e 201 da Constituição Federal de 1988 e requer a incidência do art. 1°-F da Lei n° 9.494/97 com a redação dada pela Lei n° 11.960/2009.

É o breve relatório.

Assiste parcial razão ao INSS.

Inicialmente, observo que a decisão do juízo a quo não é extrapetita. Em que pese a parte autora tenha pleiteado a concessão de aposentadoria por tempo de contribuição, em razão do princípio da fungibilidade, é possível a concessão de aposentadoria especial.

Uma vez preenchidos os requisitos legais relativos à aposentadoria deferida, tendo em vista a natureza pro misero do Direito Previdenciário e o princípio da fungibilidade dos pedidos, entendo pela possibilidade de concessão de aposentadoria diversa.

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PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA ESPECIAL. LEI Nº 9.711/98. DECRETO Nº 3.048/99. 1. Até 28-04-1995 é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de 29-04-1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05-03-1997 e, a partir de então, por meio de formulário embasado em laudo técnico ou pericial. 2. Comprovado o exercício de atividade especial por mais de 25 anos, o segurado faz jus à concessão da aposentadoria especial, nos termos do artigo 57 e § 1º da Lei 8.213, de 24-07-1991, observado, ainda, o disposto no art. 18, I, "d" c/c 29, II, da LB, a contar da data do requerimento administrativo. (TRF4, APELREEX 0002494-90.2009.404.7009, Quinta Turma, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 09/06/2011)

Passo à análise do mérito.

Por primeiro, destaco que o entendimento consolidado na jurisprudência é de que, até 28/04/1995, é admissível o reconhecimento da especialidade por categoria profissional ou por sujeição a agentes nocivos, aceitando-se qualquer meio de prova (exceto para ruído); a partir de 29/04/1995 não mais é possível o enquadramento por categoria profissional, devendo existir comprovação da sujeição a agentes nocivos por qualquer meio de prova até 05/03/1997 e, a partir de então e até 28/05/1998, por meio de formulário embasado em laudo técnico, ou por meio de perícia técnica (5ª Turma do TRF/4 - AC 2002.72.01.023327-4, Relator Celso Kipper, D.E. 14/12/2007).

No período anterior à publicação da Lei n° 9.032/95, basta a habitualidade, sendo desnecessária a permanência da exposição.

Nesse sentido:

INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO REGIONAL. PREVIDENCIÁRIO. TEMPO ESPECIAL. EXPOSIÇÃO A AGENTE NOCIVO À SAÚDE. HABITUALIDADE E PERMANÊNCIA. SERVIÇO PRESTADO ANTES DA EDIÇÃO DA LEI Nº 9.032, DE 1995. INEXIGIBILIDADE DO CRITÉRIO DA PERMANÊNCIA. MATÉRIA UNIFORMIZADA PELA TRU. 1. A Turma Regional de Uniformização da 4ª. Região, no Incidente de Uniformização JEF Nº 2007.72.95.009899-2/SC, uniformizou jurisprudência no sentido de que "Para o reconhecimento de tempo especial, em relação a serviço prestado antes de 29.04.95, data da publicação da Lei nº 9.032/95, não se exige o requisito da permanência, embora seja exigível a demonstração da habitualidade e da intermitência na exposição a agente nocivo à saúde." 2. Necessidade de adequação parcial da decisão impugnada à jurisprudência uniformizada deste colegiado, alicerçada em precedentes da Turma Nacional de Uniformização. 3. Incidente de uniformização de jurisprudência conhecido e provido em parte. (IUJEF 2008.72.52.003573-7, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relatora Susana Sbroglio Galia, D.E. 25/10/2010)

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No tocante ao agente nocivo ruído, sempre houve a necessidade de laudo pericial para atestar a exposição acima do limite de tolerância, para o qual adoto o entendimento consolidado por meio da Súmula nº 32 da TNU1.

Ressalto, ademais, que a Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, no Incidente de Uniformização nº 2007.72.95.009899-2/SC, em 20/10/2009, pacificou entendimento quanto à possibilidade de conversão de tempo especial após 28.05.1998:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. PEDIDO DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO/ CONTRIBUIÇÃO. TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL. UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI. NEUTRALIZAÇÃO. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA. NÃO CONHECIMENTO. CONVERSÃO DE TEMPO DE SERVIÇO ESPECIAL EM COMUM APÓS 28/05/1998. POSSIBILIDADE.

1. Não havendo similitude fática entre a situação dos autos e os paradigmas invocados, não deve ser conhecido o pedido de uniformização no que respeita à descaracterização ou não da especialidade de tempo de serviço em razão do uso de equipamento de proteção individual - EPI.

2. Considerando que a Constituição Federal assegura, desde sua redação original, e mesmo após alterações posteriores pelas Emendas Constitucionais nºs 20 e 47, a adoção de critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria a segurado sujeito a condições especiais de trabalho, e, ainda, que continua em vigor o §5º, do artigo 57, da Lei nº 8.213/91, é possível a conversão de tempo de serviço especial para comum, mesmo após 28/05/1998.

3. Precedente da Turma Nacional de Uniformização (PEDILEF 200461840057125, Relatora Juíza Federal Joana Carolina Lins Pereira, Data da decisão: 27/03/2009, DJ 22/05/2009; PEDILEF 200461842523437, Relator Juiz Federal Manoel Rolim Campbell Penna, Data da decisão: 18/12/2008, DJ 09/02/2009) e do Superior Tribunal de Justiça (REsp 1010028/RN, Rel. Ministra LAURITA VAZ, QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2008, DJe 07/04/2008; REsp 956110/SP, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, QUINTA TURMA, julgado em 29/08/2007, DJ 22/10/2007 p. 367).

Quanto aos períodos de 02/05/1978 a 23/11/1987, de 24/02/1988 a 15/09/1990 e de 15/12/1990 a 11/01/1996, consta do Perfil Profissiográfico Previdenciário (evento 15, PROCADM2, p. 35 e seguintes):

1 Súmula 32. O tempo de trabalho laborado com exposição a ruído é considerado especial,

para fins de conversão em comum, nos seguintes níveis: superior a 80 decibéis, na vigência do Decreto n. 53.831/64 e, a contar de 5 março de 1997, superior a 85 decibéis, por força da edição do Decreto n. 4.882, de 18 de novembro de 2003, quando a administração pública reconheceu e declarou a nocividade à saúde de tal índice de ruído.

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Quanto ao período de 12/04/1996 a 30/04/1997 e de 01/05/1997 até os dias atuais, consta do Perfil Profissiográfico Previdenciário (evento 15, PROCADM2, p. 41):

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Uma vez que o autor esteve exposto ao agente ruído superior aos níveis de tolerância permitidos durante todo o período controvertido, de modo habitual e

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permanente, é de se reconhecer a especialidade de suas atividades, ainda que utilizado equipamento de proteção individual.

É que a Súmula 09 da TNU estabelece que a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) não tem o condão de descaracterizar a atividade exercida em condições especiais, independentemente da época em que o serviço foi prestado.

Considerando que ao tempo da DER o autor já fazia jus à concessão do benefício, mantenho a antecipação dos efeitos da tutela deferida pela sentença.

Registro que a manutenção da decisão, no tocante ao mérito, não afronta o disposto nos artigos 195, §5, e 201, ambos da Constituição Federal, porquanto não se está criando, majorando e tampouco estendendo qualquer benefício ou serviço da seguridade social.

Sendo assim, somente merecem acolhida as alegações do recorrente no que tange aos juros.

Esta Turma Recursal2, na esteira do entendimento uniformizado pela Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, tem aplicado as disposições contidas na Lei 11.960/2009 aos processos em curso.

Confira-se a ementa:

DIREITO PREVIDENCIÁRIO. INCIDENTE DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA PELOS ÍNDICES OFÍCIAIS DA CADERNETA DE POUPANÇA. ART. 1º-F DA LEI 9.494/1997 COM REDAÇÃO DADA PELA LEI 11.960/2009. APLICAÇÃO AOS DÉBITOS DECORRENTES DE AÇÕES AJUIZADAS ANTES DA ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. POSSIBILIDADE.

1. Ao valor da condenação imposta ao INSS nas causas previdenciárias, independentemente da data do ajuizamento da ação, aplica-se imediatamente, a partir da sua entrada em vigor, a Lei 11.960/2009, que deu nova redação ao art. 1º-F da Lei 9.494/97 e determinou a incidência dos índices oficiais de remuneração básica e juros das cadernetas de poupança, de uma só vez, para fins de atualização e compensação da mora.

2. Incidente conhecido e provido, com devolução dos autos à Turma Recursal de origem para adequação.

(IUJEF 0007708-62.2004.404.7195, Turma Regional de Uniformização da 4ª Região, Relatora p/ Acórdão Luciane Merlin Clève Kravetz, D.E. 12/05/2010)

2Precedentes desta Turma Recursal: autos 200970510014210, relator José Antonio Savaris, sessão de

15.12.2010; autos 200870530037970, sessão de 15.09.2010, relatora Narendra Borges Morales e autos 200870550028500, sessão de 13.01.2010, relatora Márcia Vogel Vidal de Oliveira.

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No mesmo sentido, é a jurisprudência uniformizada pela Turma Nacional de Uniformização nos autos 2005.51.51.099861-2 (julgamento proferido na sessão de 13.09.2010, relator juiz federal José Antonio Savaris).

Desta forma, a contar de 01-07-2009, data em que passou a viger a Lei n.º 11.960, de 29-06-2009, publicada em 30-06-2009, que alterou o artigo 1.º-F da Lei n.º 9.494/97, para fins de atualização monetária e juros haverá a incidência, uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.

Esclareço ainda que as três Turmas Recursais do Paraná têm entendimento no sentido de que a expressão “uma única vez”, constante do artigo 1º-F da Lei n.º 9.494/1997, com a redação da Lei 11.960/2009, quer dizer que os índices da poupança substituem, a uma só vez, correção e juros moratórios. Não significa, todavia, impedimento à aplicação capitalizada dos juros, até porque a intenção do legislador foi criar equivalência entre a remuneração da poupança (em que os juros são capitalizados) e a correção do débito da Fazenda. Precedentes: 2009.70.51.012370-8 (1ª TR/PR, relatora Narendra Borges Morales, sessão de 01.07.2010), 2009.70.51.006445-5 (2ª TR/PR, relatora Andréia Castro Dias, sessão de 31.05.2010) e 2010.70.51.010178-8 (3ªTR/PR, relatora Eduardo Fernando Appio, sessão de 03.06.2011).

Ante o exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DO RÉU, apenas para determinar que, após 30/06/2009, a correção das parcelas em atraso observe o disposto no art. 1º-F da Lei n.º 9.494/1997, com redação dada pela Lei nº 11.960/2009, adotando-se as considerações acima.

Sem honorários.

Marcos Josegrei da Silva Juiz Federal Relator

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