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Novo registro de ocorrência e chave interativa para espécies do gênero Fannia (Diptera: Fanniidae) do Sudeste do Brasil

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Academic year: 2021

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(DIPTERA:

FANNIIDAE)

DO

SUDESTE

DO

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CAMPINAS 2014

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À minha família, sempre presente quando precisei.

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Isabel Trani e Vanderlei Mira e meu irmão Caique Mira, pelo apoio constante na minha formação acadêmica e também pessoal.

À Profa. Dra. Patricia Jacqueline Thyssen, pela amizade, orientação, apoio, confiança e paciência ao longo destes anos.

Ao Prof. Dr. Arício Xavier Linhares, pelas correções feitas neste trabalho e contribuições com a taxonomia e identificação dos dípteros.

Ao Dr. Thiago de Carvalho Moretti e à Dra Margareth M. C. Queiroz, pelas correções e contribuições feitas ao trabalho.

À Profa. Dra. Márcia Souto Couri, por me receber no Museu Nacional da UFRJ e pela ajuda na identificação de parte do material.

Ao Prof. Dr. Carlos J. E. Lamas do Museu de Zoologia da USP (MZUSP), pelo acesso ao museu e empréstimo de material utilizado neste trabalho.

A todos os amigos do Laboratório de Entomologia, André Savino, Carina Souza, Carolina Palanch, Daniel Brancoli, Danilo Ferraz, Fábio Resende, Maicon Grella, Marcela Alonso, Maria Lígia Paseto, Mariana Nassu, Marina Klemm e Rafael Cedro, pelo apoio e ajuda em todas as etapas da dissertação, além da paciência com meus momentos de calma excessiva.

À Tacilda Nalon, técnica do laboratório, sempre disposta a ajudar, e por proporcionar alguns momentos únicos de descontração no ambiente de trabalho.

À Universidade Estadual de Campinas por possibilitar minhas pesquisas e formação acadêmica na pós-graduação.

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pela concessão da bolsa de estudos.

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RESUMO

Os dípteros estão associados aos diversos ambientes humanos podendo causar danos para a saúde pública, perdas econômicas ou, por outro lado, prestar auxílio dentro do âmbito médico-legal ao serem utilizados para estimar o tempo de óbito em casos de morte suspeita. Muitos levantamentos faunísticos de dípteros que têm sido realizados até o momento no Brasil são precários por relatarem a presença de espécimes até níveis taxonômicos superiores ao de espécie, dadas as dificuldades encontradas como ausência de chaves taxonômicas para certos grupos e insuficiência na descrição de caracteres. Assim, o avanço de quaisquer outros trabalhos que queiram investigar a biologia, ecologia ou dinâmica desses organismos na natureza também estará prejudicado. As chaves convencionais para identificação de espécies de Fanniidae (Diptera: Muscomorpha) são escassas, restritas a uma pequena região geográfica ou limitada para apenas um sexo (macho ou fêmea). A chave interativa, construída com auxílio de bases computacionais, pode representar uma alternativa relevante para uma melhor compreensão dos aspectos taxonômicos ainda pouco esclarecidos dentro deste grupo. Adicionalmente, a interatividade representa um processo de maior flexibilidade na consulta dos caracteres, inserção de fotografias e detalhes pormenorizados em glossários, promovendo identificações mais acuradas. Assim, neste estudo foram levantados os caracteres específicos para 21 espécies do gênero Fannia (Muscomorpha: Diptera, Fanniidae), e incluídos caracteres que possibilitam a separação entre este gênero e Euryomma. Foram selecionadas espécies listadas na literatura como tendo importância nas áreas médica, veterinária e forense de diversos ambientes e localidades que compõem a região Sudeste do Brasil. Ao todo 38 caracteres morfológicos encontram-se listados na chave interativa elaborada com o auxílio do programa LUCID®. A partir do levantamento de dados das espécies para construção da chave observou-se que Fannia carvalhoi Couri 2005 constitui registro de nova ocorrência para a região amostrada neste estudo. O trabalho final encontra-se disponível e publicado na web.

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ABSTRACT

Species of Diptera associated with several human environments and may cause harm to public health, economic losses or on the other hand, assist in the forensic context when used to estimate the time of death in cases of suspicious death. Many dipteran fauna surveys that have been conducted so far in Brazil are precarious for reporting the presence of specimens taxonomic given the difficulties encountered such as a lack of taxonomic keys for certain groups and insufficiency in describing characters. Thus, the advancement of any other work that want to investigate the biology, ecology and dynamics of these organisms in nature will also be harmed. Conventional keys for identification of species of Fanniidae (Diptera: Muscomorpha) are scarce, restricted to a small geographic region or limited to only one gender (male or female). The interactive key, built with the aid of computational bases, may represent a relevant alternative to a better understanding of taxonomic aspects still not clarified within this group. In addition, interactivity is a process of greater flexibility in the consultation of the characters, insert photos and full details on glossaries, promoting more accurate identifications. In this study have been raised the specific characters for 21 species of the genus Fannia (Muscomorpha: Diptera, Fanniidae), and included characters that allow the separation between this genre and Euryomma. Were selected species listed in the literature as having importance in medical, veterinary and forensic areas of diverse environments and locales that compose the Southeast region of Brazil. Altogether 38 morphological characters are listed in the interactive key elaborated with the assistance of LUCID® software. From the survey data for the construction of key species it was observed that Fannia carvalhoi Couri 2005 establishes new record for the region sampled in this study. The final work is available and published on the web.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Página principal do software. (A) inserção de caracteres (B) inserção de espécies. Setas: 1 são inseridos os caracteres e as espécies, 2 marcação de caracteres nas espécies e 3 análise das marcações entre estados de caracteres e espécies... 25

Figura 2. Marcação de estados de caracteres para cada um dos grupos taxonômicos. A seta 1 indica a ativação do modo de marcação. Através desta ferramenta define-se o estado do caractere como comum, raro, ausente, incerto e não observado. Seta 2 local para adição de imagens e glossário de termos técnicos 26

Figura 3. Página principal do software Lucid® Player versão 3.3 onde estão em: (A) caracteres disponíveis, (B) caracteres escolhidos, (C) grupos taxonômicos restantes, e (D) grupos excluídos ... 27

Figura 4. Caracteres disponíveis ao iniciar a chave ... 28

Figura 5. Seta 1 indica seleção de estado de caractere para o gênero Fannia. Seta 2 indica caracteres para Fannia liberados ... 29

Figura 6. Apresentação das fotos no software Lucid® Player versão 3.3 ... 30 (Anexo)

Prancha 1 Fannia Macho, vista lateral: A, F. petrochiae; B, F. personata; C. F. flavipalpis; D, F. admirabilis; E, F. trimaculata; F, F. hirtifemur………...

39 (Anexo)

Prancha 2

Macho. A-D asa, vista ventral: A, Euryomma campineira; B, Fannia pennicilaris; C. F. hirtifemur; D, F. yenhedi. E-F cabeça, vista frontal: E, F.

yenhedi; F, F. pennicilaris ………. 40

(Anexo)

Prancha 3

Fannia Macho, A-F cabeça, antenas e palpos: A, F. petrochiae; B, F. yenhedi; C. F. pusio; D, F. admirabilis; E, F. trimaculata; F, torax, vista dorsal F. heydenii ... 41 (Anexo)

Prancha 4

Fannia Macho, A-B tórax: A, vista dorsal F. yenhedi; B, vista lateral F. flavicincta; C-F abdomen: C. F. yenhedi; D, F. sabrosky; E, F. petrochiae; F,

F. pennicilaris ……… 42

(Anexo)

Prancha 5 Fannia Macho, perna posterior, vista anterior: A, F. carvalhoi; B, F.

pennicilaris; C. F. sabroskyi; D, F. yenhedi; E, F. dodgei; F, F. admirabilis .. 43 (Anexo)

Prancha 6

Fannia Macho, perna posterior, A-D vista anterior: A, F. flavipalpis; B, F. personata; C. F. hirtifemur; D, femur F. snyderi; E-F vista posterior E, F. carvalhoi; F, F. pennicilaris ... 44 (Anexo)

Prancha 7 Fannia Macho, perna posterior, vista posterior: A, F. sabroskyi; B, F. dodgei; C. F. admirabilis; D, F. personata; E, F. trimaculata; F, femur F. snyderi ….

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Relação de espécies do gênero Fannia (Diptera: Fanniidae) de importância médica, veterinária e/ou forense registradas para a Região Sudeste do Brasil que se encontram incluídas na chave interativa elaborada ... 23 (Anexo)

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SUMÁRIO

1 - Introdução ... 01

2 - Revisão bibliográfica ... 03

2.1 - Diptera ... 03

2.2 - Importância médica, veterinária e forense ... 04

2.3 - Família Fanniidae ... 08

2.4 - Chaves taxonômicas ... 10

3 - Objetivos ... 13

4 - Novo registro de ocorrência e chave interativa para diferenciação de gêneros e machos de espécies de Fannia (Diptera: Fanniidae) do Sudeste do Brasil ... 14 4.1 - Introdução ... 15 4.2 - Material e métodos ... 17 4.3 - Abrangência taxonômica ... 18 4.4 - Resultados e discussão ... 19 4.5 - Referências citadas ... 22 5 - Considerações gerais ... 31 6 - Bibliografia Geral ... 33 7 - Anexo ... 39

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1 – INTRODUÇÃO

A Classe Insecta, pertencente à Superclasse Hexapoda e Filo Arthropoda, é representada por um grande número de espécies, as quais podem ser encontradas praticamente em todos os ambientes terrestres, aquáticos ou semiaquáticos. Estima-se que existam mais de um milhão de espécies e que muitas ainda não tenham sido descritas. Dentre as várias Ordens existentes chamam a atenção, pelo grande número de espécies, Coleoptera (mais de 350 mil), Hymenoptera (cerca de 250 mil), Lepidoptera (150 mil), Diptera (em torno de 150 mil) e Hemiptera (aproximadamente 95 mil) (BYRD, CASTNER 2001; GULLAN, CRANSTON 2008).

Além da relevância ecológica, devida ao tipo de associações existentes entre insetos, plantas e outros animais, algumas espécies podem causar prejuízos à lavoura, pecuária e à saúde humana e de animais domésticos. Na Ordem Diptera, por exemplo, encontram-se os mais importantes vetores de patógenos (bactérias, vírus, protozoários e helmintos) por estarem muitas vezes associados a ambientes como lixo e fezes, o que lhes confere interesse na área médica e veterinária (GREENBERG 1971; GREENBERG 1973; THYSSEN et al. 2004). Há ainda espécies que causam danos diretos ao hospedeiro ao se desenvolverem sobre seus tecidos ou se alimentarem de suas substâncias orgânicas, quadro denominado de miíase. Já aquelas que se alimentam exclusivamente de matéria orgânica de origem animal, responsáveis pela reciclagem de nutrientes na natureza, tem ganhado destaque nas ciências forenses ao fornecerem informações úteis no âmbito investigativo (ZUMPT 1965; GULLAN, CRANSTON 2008).

De qualquer modo, seja na área acadêmica ou mais aplicada, um passo primordial para compreender o papel do inseto dentro do ecossistema que o cerca é sua correta identificação e isto, normalmente, é alcançado através do uso de chaves taxonômicas. As mais utilizadas são as

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do tipo “dicotômicas”, que apresentam as diversas características morfológicas e anatômicas do inseto arranjadas passo-a-passo, cada qual contendo uma opção de seleção ou escolha a partir da característica descrita levando em conta a presença ou ausência de uma dada estrutura, forma, tamanho ou cor, até que o fim leve a correta identificação da espécie. Há ainda muitas chaves que fornecem figuras e desenhos das estruturas a serem observadas visando facilitar o processo de identificação, estas assim chamadas de pictóricas (PAPAVERO 1994).

Fanniidae, dentre as várias famílias de Diptera, pode representar um grande problema no que diz respeito à identificação das espécies, uma vez que certas estruturas anatômicas são de difícil visualização ou restritas a um dos sexos. Se levada em conta ainda casos onde o exemplar esteja danificado e não possua todas as estruturas que devam ser observadas, torna-se impraticável o uso de chaves dicotômicas à medida que não é possível percorrer os passos na ordem pré-determinada em que sempre se apresentam. Desse modo, as chaves interativas, que trabalham sob base computacional, tornam-se ferramentas importantes para o avanço da taxonomia por permitirem, entre outros, a seleção dos caracteres visualizados sem uma ordem determinada. Além disso, neste tipo de chave é possível adicionar dados biológicos e fotos para tentar minimizar erros e facilitar o processo de identificação e maior conhecimento acerca do táxon alvo (EDWARDS, MORSE 1995; DALLWITZ et al. 2000; WALTER, WINTERTON 2007).

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2–REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1–DIPTERA

Os insetos pertencentes à ordem Diptera possuem apenas um par de asas funcionais, característica mais marcante deste grupo. O outro, reduzido, chamado de halter ou balancim é responsável pela função de equilíbrio e orientação durante o voo. Tais organismos são conhecidos popularmente como moscas e mosquitos e compreendem uma das ordens mais abundantes da Classe Insecta, com 150.000 espécies descritas, distribuídas em 150 famílias e aproximadamente 10.000 gêneros. Essa representatividade fica ainda mais evidente pelo fato dos dípteros constituírem de 12 a 15% das espécies de animais viventes presentes em todos os habitats, exceto em oceanos e regiões do extremo Ártico e Antarctica (TRIPLEHORN, JOHNSON, 2004; YEATES, WIEGMANN, 2005; PAPE, BICKEL, RUDOLF, 2009).

A classificação dos dípteros já sofreu algumas alterações tendo sido subdivididos desde três subordens, Nematocera, Brachycera e Cyclorrhapha, até duas subordens, sendo a última incorporada aos braquíceros, levando em conta diferenças em relação ao tamanho da antena entre os adultos e o tipo de habitat dos imaturos (MC ALPINE et al., 1981; MC ALPINE, WOOD, 1989). Dada a parafilia evidente dentro de Nematocera, Amorim & Yeates (2006) propuseram a divisão em sete subordens, entre as quais estão Psychomorpha, Ptychopteromorpha, Culicomorpha, Blephaticeromorpha, Bibionomorpha, Axymyiomorpha e Brachycera, a qual certamente é passível de ser revisada.

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2.2–IMPORTÂNCIA MÉDICA, VETERINÁRIA E FORENSE

O hábito alimentar bastante variável eleva os dípteros a um dos grupos de organismos mais importantes do ponto de vista médico, veterinário e forense. Do total de espécies já descritas, apenas uma pequena fração, aproximadamente 11.000, apresenta aparelho bucal do tipo picador-sugador com modificações estruturais e fisiológicas adaptadas para realizar a hematofagia. Outra parcela, os detritívoros, por conta de seu habito podem oferecer riscos como vetores de doenças ao homem ou aos animais domésticos (ZUMPT 1965; HARWOOD, JAMES, 1982; KETTLE, 1994; GUIMARÃES, TUCCI, BARROS-BATTESTI, 2001; MULLEN, DURDEN, 2002; LINHARES, THYSSEN, 2007).

Os dípteros podem ser vetores mecânicos ou biológicos de patógenos. Vetores mecânicos são aqueles em que o agente causador da doença não passa por nenhum tipo de transformação ou modificação no inseto e são apenas carregados de um local para outro através do contato do vetor com substratos contaminados (MARCONDES, 2001; GUIMARÃES, TUCCI, BARROS-BATTESTI, 2001).

O transporte de patógenos ocorre por espécies associadas a lixo e fezes, e esta associação as caracteriza como potenciais vetores mecânicos de patógenos quando em ambientes urbanos e rurais. Entre os patógenos mais encontrados nestes insetos estão bactérias, tais como Shigella sp. e Vibrio cholerae, vírus causadores de hepatite, varíola, poliomelite e rotavírus, protozoários como Giardia duodenalis e Cryptosporidium parvum, além de ovos de helmintos como Ascaris sp., Toxascaris sp., Toxocara sp., Trichuris sp., Capillaria sp., oxiurídeos, tricostrongilídeos e Taenia sp. (GREENBERG, 1971, 1973; COHEN et al., 1991; MONZÓN et al., 1991; TAN, YAP, LEE, 1997; LEVINE et al., 1999; FOTEDAR, 2001; GRACZYK et al.,

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2003; MARTÍNEZ, DE ALUJA, GEMMELL, 2000; OLIVEIRA, MELLO, D'ALMEIDA, 2002, THYSSEN et al., 2004).

Nos vetores biológicos o agente patogênico passa por transformação ou se multiplica no inseto vetor, na maioria das vezes dentro do trato digestório do inseto (MARCONDES, 2001; GUIMARÃES, TUCCI, BARROS-BATTESTI, 2001). A partir do hábito hematófago são transmitidas diversas doenças tais como a malária, filarioses, leishmaniose e oncocercose. Além de transmitir doenças, a picada pode causar incomodo e dores durante a espoliação e escarificação dos tecidos cutâneos e subcutâneos, assim como reações alérgicas inflamatórias causadas pelas substâncias anticoagulantes presentes na saliva (GREENBERG, 1971; 1973; MARCONDES, 2001; MULLEN, DURDEN, 2002).

As famílias de dípteros que mais se destacam pela sua importância na saúde pública são Culicidae, Psychodidae, Simuliidae, Tabanidae, Chloropidae, Muscidae, Glossinidae, Calliphoridae, Sarcophagidae e Oestridae. Além disso, por estarem relacionadas ao processo de decomposição de carcaças, as famílias Calliphoridae, Sarcophagidae, Muscidae, juntamente com Fanniidae, apresentam destacada importância na área forense (GUIMARÃES, PAPAVERO, 1999; HALL, GERHARDT, 2002).

A entomologia forense pode ser definida como o estudo de insetos associados a procedimentos periciais, que tem como propósito obter informações úteis no âmbito judicial (THYSSEN, 2011). Atualmente, é dividida em três categorias como proposto por LORD & STEVENSON (1986). A urbana, associada principalmente com a ocorrência de insetos em imóveis, utensílios ou ambientes compartilhados pelo homem, como por exemplo, a colonização de uma habitação por cupins. A de produtos estocados, que trata da presença de insetos, ou parte deles, em produtos em geral, mas não unicamente, alimentícios. E a médico-legal, que utiliza os

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ato criminal. Essa última tem sido a mais estudada, em especial por permitir estimar o intervalo pós-morte (IPM), ou seja, o tempo decorrido desde o óbito até a descoberta do corpo, mais frequentemente com base no ciclo de vida do inseto. É notória a importância dos dípteros, uma vez que estão entre os primeiros organismos que chegam aos tecidos mortos, devido à presença de estruturas adaptadas para a detecção de voláteis que são liberados pela carcaça, já que este recurso garante o desenvolvimento de sua prole (NUORTEVA, 1977; KEH, 1985; CATTS & GOFF, 1992; PUJOL-LUZ et al., 2008).

Os insetos também podem ser de grande valia para a determinação da identidade da vítima, esclarecer como ocorreu a morte, fazer inferências sobre o local da morte e se a mesma foi natural, acidental ou criminosa (KEH, 1985; CATTS & HASKELL, 1990; BYRD, CASTNER, 2008; AMENDT, 2010). Vale ressaltar que as espécies de importância médico-legal são aquelas que realizam a postura de ovos ou larvas em carcaças, isto é, as classificadas como necrófagas, pois constituem fauna obrigatória deste tipo de recurso (NUORTEVA, 1977; SMITH, 1986).

Alguns dípteros, que se alimentavam de matéria orgânica em decomposição, atualmente são responsáveis por causar miíases em organismos vivos, graças ao processo adaptativo ao longo da evolução das espécies. Miíase é a denominação dada a infestação por larvas de dípteros sobre tecidos vivos ou mortos de animais vertebrados e que ali se alimentam durante certo período de tempo, ou de suas substâncias corporais líquidas ou do alimento ingerido pelo hospedeiro (ZUMPT, 1965). As larvas mantêm-se no organismo do hospedeiro o tempo que lhes é necessário para completar seu desenvolvimento, ou grande parte dele. Podem acometer qualquer parte do corpo, sendo classificadas clinicamente de acordo com a localização onde são encontradas em cutâneas, cavitárias (nasofaríngea, ocular e urogenital) ou intestinais (LINHARES, THYSSEN, 2007).

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Com base no comportamento do inseto, as miíases podem ser classificadas em primárias, quando o imaturo é capaz de perfurar os tecidos do hospedeiro, ou secundárias, quando a colonização ocorre somente a partir de lesões já existentes. Já em termos de relação parasita-hospedeiro a miíase pode ser do tipo obrigatória, facultativa ou acidental. No caso das miíases obrigatórias, os imaturos se desenvolvem exclusivamente em tecidos vivos de animais, não podendo se desenvolver em outro recurso alimentar. As miíases facultativas são causadas por larvas que consomem exclusivamente tecidos mortos ou necróticos de animais, nunca tecidos vivos, assim também são encontradas criando-se em matéria orgânica em decomposição como carcaças e fezes. Em miíases acidentais ou pseudomiíases, a ingestão de larvas de dípteros pode levar ao desenvolvimento no trato digestório de quadros patológicos, como danos na mucosa intestinal, infiltrações hemorrágicas ou simplesmente distúrbios gastrointestinais (ZUMPT, 1965; GUIMARÃES, PAPAVERO, 1999; GUIMARÃES, TUCCI, BARROS-BATTESTI, 2001; LINHARES, THYSSEN, 2007).

Além dos prejuízos para a saúde humana, as miíases são responsáveis pela perda de milhões de dólares anuais na área da pecuária, devido à depreciação do couro, perda de produtividade leiteira, de carne e morte dos animais de rebanho, sendo que outros milhões são gastos na tentativa de combater as moscas, porém não há um controle efetivo até o presente (HALL, WALL, 1995).

Por outro lado, miíases artificiais podem ser utilizadas para fins terapêuticos tais como para o tratamento de lesões que apresentam quadros de necrose e infecção severos, ou de difícil cicatrização. As larvas, ao se alimentarem dos tecidos necrosados, promovem o debridamento e removem, de forma mecânica e química, as bactérias patogênicas presentes na lesão (LINHARES, 2000; SHERMAN, HALL, THOMAS, 2000; LERCH et al., 2003). Estudo

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Chrysomya megacephala (Fabricius) produziram resultados promissores quanto ao processo de cicatrização de feridas induzidas em roedores, além da vantagem de que estas espécies são cosmopolitas. Um amplo conhecimento sobre a biologia de dípteros necrobiontófagos é necessário para o emprego da terapia larval (THYSSEN et al. 2013), contribuindo inclusive para ampliar a lista de espécies candidatas mais adequadas e eficientes para este fim.

2.3–FAMÍLIA FANNIIDAE

A Família Fanniidae está presente em todas as regiões biogeográficas, com aproximadamente 320 espécies descritas, divididas em quatro gêneros: Australofannia Pont, 1977, Euryomma Stein, 1899, Fannia Robineau-Desvoidy, 1830 e Piezura Rondani, 1866 (PAPE et al. 2009). O gênero Australofannia possui somente uma espécie descrita e ocorre apenas na Austrália. Piezura, presente na região Holártica, apresenta quatro espécies descritas. Euryomma possui 10 espécies descritas para a região Neotropical. As demais espécies conhecidas pertencem ao gênero Fannia, registradas em todas as regiões do mundo, exceto nos polos (COURI, ARAUJO 1989; COURI, PAMPLONA 1991; COURI 2004; COURI 2005a, b; COURI, CARVALHO 2005; COURI, WINAGRASKI 2005; CARVALHO, MELLO-PATIU 2008; COURI, BARROS 2009; WENDT, CARVALHO 2009).

Anteriormente os fanídeos eram posicionados como uma subfamília de Muscidae, grupo irmão de Oestroidea, que agrupa as famílias Sarcophagidae, Calliphoridae e Oestridae (MC ALPINE et al. 1981). Atualmente, Fanniidae está classificada como uma família basal entre os Calyptratae, monofilética e grupo irmão de outros dípteros muscóides (Scathophagidae, Muscidae, Anthomyiidae) e Oestroidea, que alberga famílias de importância médica, veterinária ou forense como Sarcophagidae e Calliphoridae (KUTTY et al. 2010).

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Os adultos desta família são em geral encontrados em áreas de floresta, as fêmeas principalmente sobre a vegetação e os machos em enxames. Muitas espécies são classificadas como sinantrópicas, apresentando importância sanitária e médica, pois costumam estar relacionadas com material orgânico em decomposição (CHILLCOTT, 1961).

Dos dois gêneros presentes na região Neotropical, indubitavelmente Fannia é o mais abundante e estudado. As espécies estão incluídas em oito grupos – admirabilis, anthracina, canicularis, flavipalpis, grandis, heydenii, obscurinervis e scalaris – e três subgrupos, dentro de canicularis – canicularis, pusio e petrochiae (ALBUQUERQUE et al. 1981). Os adultos deste gênero são de tamanho pequeno a médio, possuem olhos grandes, gena estreita e probóscide curta. A primeira veia anal na asa é curta e reta e a segunda fortemente curvada, de modo que se fosse possível projetá-las, as duas veias se cruzariam (JAMES 1948; MC ALPINE et al. 1981; 1987).

Fêmeas grávidas depositam seus ovos diretamente no substrato, no qual as larvas irão se desenvolver, e podem ser reconhecidos por serem alongados e possuir um par de protuberâncias laterais esclerotizadas. As larvas, achatadas dorsoventralmente, apresentam durante os três estádios de desenvolvimento a porção anterior mais estreita que a posterior, sendo a região cefálica pequena, as mandíbulas separadas e sem esclerito acessório. As superfícies laterais, em algumas espécies também a superfície dorsal, são ornadas com numerosas protuberâncias que podem ser simples, ramificadas ou plumosas. Tais protuberâncias atuam como órgãos de flutuação e parecer ser uma excelente adaptação para sobrevivência em meio semilíquido. O espiráculo posterior é localizado na posição dorsal, geralmente com pedúnculo curto. As larvas têm hábito saprófago, alimentando-se de fungos, fezes, matéria orgânica vegetal ou animal em decomposição e ninhos de insetos, aves e mamíferos (JAMES 1948; ZUMPT 1965; MC ALPINE

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Vários casos de miíases facultativas são relatados envolvendo Fannia canicularis (Linnaeus, 1761) e Fannia scalaris (Fabricius, 1794), principalmente urogenitais traumáticas, uma vez que as fêmeas de fanídeos são atraídas por líquidos excretados na menstruação e ejaculação, assim como por excreções purulentas nos casos que envolvem infecções como leucorreia e gonorreia. Os ovos são depositados sob o prepúcio ou nas invaginações da vulva e, ao eclodir, as larvas se alimentam dos líquidos excretados e gradativamente sobem pela uretra, podendo chegar à bexiga urinária. São capazes de se alimentar e desenvolver no trato urinário, podendo causar dores e desconforto abdominal, dor e dificuldade para urinar. Por não serem capazes de terminar o desenvolvimento dentro do hospedeiro, costumam ser eliminadas junto com a urina ou na ejaculação (ZUMPT 1965; GUIMARÃES, PAPAVERO 1999).

Quando ovos são ingeridos junto com alimentos não cozidos, podem dar início a miíases no estômago, causando assim vertigem, náusea, dores violentas e, às vezes, são expelidas junto com vomito. Em certos casos podem chegar ao intestino onde irão causar dores e inchaço abdominais, diarreia, perda de sono, fome e até mesmo hemorragias, por lesões na mucosa. Casos de miíase retal, principalmente na região anal, ocorrem quando fêmeas são atraídas por fezes e ovipõem no ânus (JAMES 1948; ZUMPT 1965; GUIMARÃES, PAPAVERO 1999).

Outras espécies são conhecidas por serem transportadoras de ovos de Dermatobia hominis (Linnaeus, 1781) tais como Fannia flavicincta (Stein, 1904), Fannia heydenii (Wiedemann, 1830), Fannia pennicilaris (Stein, 1900), Fannia petrochiae Shannon & Del Ponte, 1926, Fannia punctipennis Albuquerque, 1954 e F. scalaris (ESPINDOLA, COURI 2004). Neste caso, a forésia pode contribuir com a disseminação e aumento populacional de espécies causadoras de miíases.

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2.4–CHAVES TAXONÔMICAS

A identificação de insetos usualmente é feita através de chaves taxonômicas, que são dispositivos capazes de ajudar a separar os organismos com base em um conjunto de caracteres e estados de caracteres, e através de uma série de escolhas que terminam em uma identificação segura do espécime pelo usuário (PAPAVERO, 1994; GORDH, HEADRICK, 2001).

As chaves taxonômicas mais difundidas e utilizadas são as dicotômicas e pictóricas, as quais são arranjadas na forma de uma “árvore de caracteres”, sendo que cada ramificação da chave apresenta duas opções que contém caracteres e estados de caracteres a serem observados. Cada opção leva a outro ramo da chave contendo outros caracteres, e isto se segue até que a identificação da espécie seja alcançada. As chaves pictóricas são aquelas que apresentam fotos ou ilustrações dos caracteres que são indicados para serem observados, visando facilitar o processo de identificação e/ou comparação das estruturas anatômicas descritas. Os caracteres e a ordem em que deverão ser observados são pré-determinados pelo autor da chave e, caso ocorra um erro ou não seja possível visualizar um caractere, devido à quebra de estruturas mais frágeis, por exemplo, o inseto pode ser identificado de maneira incorreta ou, até mesmo, não ser possível atingir a sua identificação (PAPAVERO, 1994; DALLWITZ, PAINE, ZURCHER, 2000; WALTER, WINTERTON, 2007).

Chaves dicotômicas e pictóricas são classificadas como monotéticas devido ao modo como os caracteres estão distribuídos. Em contrapartida, as chaves politéticas apresentam os caracteres de forma independente e não há ordem pré-determinada para que os caracteres sejam observados. Essas últimas são elaboradas a partir de programas computacionais e comparam, dentro de uma matriz de dados, os caracteres com os táxons selecionados para compor a chave. É

(32)

12

das espécies, tornando a chave mais atrativa para usuários pouco familiarizados com o grupo no qual o organismo a ser identificado pertence (PAPAVERO, 1994; DALLWITZ, PAINE, ZURCHER, 2000; WALTER, WINTERTON, 2007).

As chaves politéticas, também chamadas de policlaves, de múltiplo acesso ou interativas, por serem elaboradas sob base computacional, podem ser alteradas ou atualizadas facilmente pelo autor, possibilitando assim que erros sejam corrigidos, que novos ou mais caracteres sejam adicionados ou excluídos, novas espécies e imagens sejam incluídas (DALLWITZ, PAINE, ZURCHER, 2000; WALTER, WINTERTON, 2007).

Existem atualmente 22 matrizes de dados politéticas disponíveis. Ao menos duas estão entre as mais difundidas, INTKey®, desenvolvida em formato DELTA (Description Language for Taxonomy) por pesquisadores da CSIRO, Austrália (Commonwealth Scientific and Industrial Research Organization) entre 1971 e 2000, de acesso livre e sem custos, e a Lucid®, desenvolvida por pesquisadores da CBIT (Centre for Biological Information Technology), também da Austrália, entre 1994 e 2010, com custos apenas para os profissionais que farão uso do software para elaboração das chaves, embora também exista a versão sem custos para o desenvolvedor (CBIT, 2010; CSIRO, 2010).

(33)

3–OBJETIVOS

O presente estudo objetivou:

1. Elaborar uma chave interativa, abordando caracteres morfológicos, para 21 espécies do gênero Fannia (Diptera: Fanniidae) de maior relevância dentro da área médica, veterinária e forense de diversos ambientes e localidades da região Sudeste do Brasil;

2. Incluir caracteres diferenciais na chave elaborada para correto diagnóstico de gêneros de fanídeos, uma vez que espécies de Fannia e Euryomma podem apresentar sobreposição de nichos;

3. Verificar eventuais novas ocorrências de espécies para a região Sudeste do Brasil, a partir da possibilidade de diagnosticar corretamente os fanídeos coletados em campo.

(34)

14

4 – Novo registro de ocorrência e chave interativa para diferenciação de gêneros e machos de espécies de Fannia (Diptera: Fanniidae) do Sudeste do Brasil

New record of occurrence and interactive key for differentiation of genera and males of

Fannia (Diptera: Fanniidae) species from Southeastern Brazil

C. T. Mira; P. J. Thyssen

University of Campinas, UNICAMP, Campinas, São Paulo State, Brazil, 13083-970.

ABSTRACT The increasing use of computational tools has proven a viable alternative for

construction of identification keys based on morphological characters, specially the interactive keys. This study aimed to evaluate the advantages and possibilities of using interactive keys, developed with the program LUCID™, to identify 21 species of flies of the family Fanniidae (Diptera) found in Southeastern Brazil. Additionally, new occurrence of one species is registered in the same region.

KEYWORDS flies, identification keys, computational tools.

(35)

4.1 – Introdução

1 2

A família Fanniidae possui em torno de 320 espécies descritas e distribuídas em quatro 3

gêneros: Australofannia Pont, 1977, Piezura Rondani, 1866, Euryomma Stein, 1899, e Fannia 4

Robineau-Desvoidy, 1830, sendo que apenas os dois últimos são encontrados na região 5

Neotropical. No Brasil são conhecidas até o momento 48 espécies, das quais 44 pertencem ao 6

gênero Fannia, embora este número possa não ser exato devido à grande dificuldade no processo 7

de identificação e falta de levantamentos faunísticos mais consistentes no que concerne a sua 8

ecologia (Couri & Araujo 1989, Couri & Pamplona 1991, Couri 2004, Couri 2005a, Couri 2005b, 9

Couri & Carvalho 2005, Couri & Winagraski 2005, Carvalho & Mello-Patiu 2008, Couri & 10

Barros 2009, Wendt & Carvalho 2009). 11

De acordo com Albuquerque et al. (1981), espécies de Fannia estão incluídas em oito 12

grupos – admirabilis, anthracina, canicularis, flavipalpis, grandis, heydenii, obscurinervis e 13

scalaris – e três subgrupos dentro de canicularis – canicularis, pusio e petrochiae. Em geral, 14

cerdas presentes no segundo e terceiro par de pernas e coloração de tórax e abdômen são os 15

caracteres mais focados para fins diagnósticos. Contudo, a visualização de tais estruturas é árdua 16

e por vezes, apresentam um grande grau de variabilidade intraespecífica. Além disso, muitas 17

espécies estão predominantemente associadas ao ambiente silvestre, locais quase nunca 18

amostrados pelo fato de albergar poucos táxons de importância médica, veterinária ou 19

econômica, embora tenham capacidade de se adaptar ao ambiente humano constatado a partir da 20

observação do comportamento de sinantropia de algumas espécies. 21

As larvas de algumas das espécies pertencentes aos grupos relacionados acima podem se 22

desenvolver em matéria orgânica tais como fezes, restos de vegetais em decomposição e em 23

(36)

16

animais domésticos (James 1948, Zumpt 1965). Indivíduos adultos podem ser vistos carregando 25

ovos de Dermatobia hominis (Diptera: Oestridae), uma espécie causadora de miíase que causa 26

grande impacto no setor de criação de animais (Espindola & Couri 2004). Essas características 27

mostram que certas espécies apresentam importância para as áreas médica e veterinária, incluindo 28

o âmbito forense. 29

Qualquer que seja a relevância, para iniciar estudos sobre um dado organismo é 30

imprescindível à identificação correta da espécie, feita, sobretudo, a partir do uso de chaves 31

taxonômicas (Papavero 1994). Para o gênero Fannia estão disponíveis chaves dicotômicas e 32

pictóricas, contudo a apresentação dos caracteres pode ser bastante limitada, nos casos, por 33

exemplo, em que se restringem a um determinado grupo de espécies, sem levar em consideração 34

outras que ocorrem no mesmo local. Outra dificuldade relacionada a algumas das chaves 35

disponíveis é a restrição para uma determinada região, sobretudo pela falta de estudos da 36

distribuição geográfica das espécies (Seago 1954, Albuquerque et al. 1981, Wendt & Carvalho 37

2007, 2009). 38

Como tem crescido o número de descrições de espécies novas, muitas não se acham 39

inclusas nas chaves mais comumente utilizadas, desta forma a identificação só pode ser feita por 40

meio de acesso as diagnoses, que não traz os caracteres diferenciais diagnósticos bem salientados 41

e organizados, dificultando mais ainda o processo de identificação (Couri & Araujo 1989, Araujo 42

& Couri 1996, Carvalho et al. 2002, Couri 2005a, 2005b). Para fêmeas o diagnostico de espécie é 43

mais complexo e restrito devido a grande similaridade morfológica e pequenas diferenças 44

interespecíficas, possivelmente dependendo de ferramentas mais sensíveis tais como as analises 45

moleculares. 46

Considerando todas as questões expostas, foi elaborada uma chave interativa para 21 47

espécies de machos do gênero Fannia, frequentemente encontradas em diversos ambientes e 48

(37)

localidades da região Sudeste do Brasil, e incluso caracteres que possibilitam a separação entre 49

este gênero e Euryomma. Adicionalmente, ilustrações e descrições mais detalhadas dos caracteres 50

e estados de caracteres foram incorporadas nesta ferramenta, junto com glossário de termos 51

técnicos, objetivando facilitar o processo de identificação dentro deste táxon. A partir do 52

levantamento de dados das espécies para construção da chave observou-se que Fannia carvalhoi 53

Couri 2005 constituí registro de nova ocorrência para a região amostrada neste estudo. 54

55

4.2 – Material e métodos

56 57

Espécimes, coletas e registros fotográficos. Parte do material examinado encontra-se

58

depositado no Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (MHNL) e no Museu 59

de Zoologia da Universidade de São Paulo (MZSP). Coletas para verificar a presença de espécies 60

em determinados ambientes e para fins de preparo fotográfico foram realizadas nos municípios de 61

Campinas, Mogi Guaçu, Ubatuba no Estado de São Paulo, e de Extrema, Estado de Minas Gerais, 62

Brasil, utilizando armadilhas como descritas em Moretti et al. (2009). No laboratório, o material 63

trazido de campo foi triado, identificado e alfinetado. 64

Registros fotográficos de cada espécie, dos caracteres anatômicos e estados de caracteres 65

para inserção na chave aqui elaborada foram feitos com auxílio de estereomicroscópio Zeiss™ 66

Discovery V.12 com sistema de captura de imagens AxioCam 5.0™ e “software” ZEN™ versão 67

2.0. Todas as escalas inseridas nas imagens produzidas estão representadas em milímetros. O 68

software Adobe Photoshop® foi utilizado para melhorar a qualidade de algumas das imagens. 69

Seleção e nomenclatura dos caracteres taxonômicos. A partir do exame dos exemplares

70

foram levantados e listados todos os caracteres e seus estados. A nomenclatura utilizada seguiu o 71

(38)

18

que foi proposto nas descrições originais e redescrições das espécies, além do que se encontra 72

registrado nas chaves dicotômicas (Seago 1954, Albuquerque et al. 1981, Mc Alpine et al. 1981, 73

1987, Couri & Araujo 1989, Araujo & Couri 1996, Carvalho et al. 2002, Couri 2005a, Couri 74

2005b, Wendt & Carvalho 2007, 2009, Carvalho & Mello-Patiu 2008). 75

Elaboração da chave interativa. Para a construção da chave interativa foi utilizado o

76

software LUCID® Builder versão 3.3 (CBIT 2010), que opera em MS-Windows®, Solaris®, 77

Linux® e Mac OS X®. O software construtor apresenta três interfaces com funções distintas 78

(Fig. 1). A primeira apresenta dois campos. Em um deles são inseridos os caracteres e estados de 79

caractere e no outro são inseridas as espécies, imagens e glossário de termos técnicos podem ser 80

adicionados pela barra esquerda presente na primeira e na segunda interface (Fig. 2). 81

A segunda interface apresenta uma grade de marcação, com as espécies na parte superior 82

e os estados de caracteres na lateral esquerda. Nesta grade os caracteres são marcados nas 83

espécies em que estão presentes e também é possível classificar os caracteres como comum, raro 84

ou ausente (Fig. 2). A terceira realiza uma análise dos caracteres e das espécies, mostrando 85

quantas diferenças existem entre elas. 86

O programa LUCID® Player (CBIT 2010) é utilizado para leitura da chave e nele 87

aparecem a lista de caracteres e as espécies e, conforme ocorre a seleção de caracteres, o 88

programa elimina as espécies que não os possuem (Fig. 3). 89

90

4.3 – Abrangência taxonômica

91 92

Por ser possível o encontro de Fannia e Euryomma na região Neotropical, a chave possui 93

caracteres que separam os dois gêneros e inclui os mavhos de 21 espécies de Fannia. Sete outras 94

(39)

espécies anteriormente registradas na região de estudo não foram incluídas nesta versão da chave, 95

uma vez que não são de relevância médica, veterinária ou forense até o momento. 96

97

4.4 – Resultados e discussão

98 99

Espécies estudadas. A chave foi elaborada para 21 espécies de machos do gênero Fannia

100

(Tabela 1). A escolha das espécies foi feita com base nos estudos realizados por Couri & 101

Carvalho (2005) e Couri & Barros (2009) que, apesar de serem específicos para o estado do Rio 102

de Janeiro, apresentam dados completos sobre a distribuição das espécies das demais localidades 103

que compõem a Região Sudeste do Brasil. Também foram utilizados os trabalhos para a região 104

Neotropical de Albuquerque et al. (1981), Carvalho et al. (2003), Couri (2005) e um da região sul 105

(Wendt & Carvalho, 2009), que trazem dados sobre a distribuição das espécies para as 106

localidades alvo deste estudo. 107

O acesso à chave pode ser feito através do link

108

http://www.keys.lucidcentral.org/keys/v3/fanid_southern_brazil/. 109

As espécies F. itatiaiensis Albuquerque, 1956, F. longipila Albuquerque, 1954, F. 110

pseudoflavincta Albuquerque, 1954, F. tibialis Couri, 2004, F. tumidifemur Stein, 1911, F. unica 111

Couri, 2004 e F. xanthocera Albuquerque, 1954, também estão presentes na região do estudo, 112

mas não foram incluídas nesta versão da chave, pois não foram documentadas como tendo 113

importância médica, veterinária ou forense até o momento. Como a chave interativa permite 114

alteração, mesmo depois de publicada, caso haja necessidade ou revisão de detalhes estas 115

espécies poderão ser adicionadas futuramente. 116

(40)

20

Caracteres e seus estados. Foram levantados ao todo 31 caracteres morfológicos. Esses

117

possuem entre dois a oito estados, totalizando 125 estados, escolhidos por serem externos e de 118

fácil visualização, objetivando eliminar a necessidade de dissecção do espécime. Esse número é 119

próximo ao da chave tradicional de Wendt & Carvalho (2009), que conta com 33 caracteres 120

diagnósticos para 22 espécies para a região sul do Brasil, e ao da chave de Albuquerque et al. 121

(1981), que apresenta 37 caracteres para 32 espécies da região Neotropical. Alguns dos caracteres 122

inclusos na chave interativa com fins diagnósticos são propostos aqui pela primeira vez. 123

Na chave interativa os caracteres encontram-se disponíveis em seções seguindo a 124

disposição dos tagmas cabeça, tórax (que inclui os apêndices) e abdômen, os quais seguem assim 125

listados: 126

[1] Cabeça: cor da fronte, cor da placa fronto-orbital, presença ou ausência de cílios na 127

parafaciália, cor da face, cor da gena, presença ou ausência de cílios nos olhos, cor do escapo, cor 128

do pedicelo, cor do flagelômero, cor da arista, forma do palpo e cor do palpo. 129

[2] Tórax: cor dos halteres, cor do escuto, manchas e listras no escuto, cor das placas 130

pleurais, cor do escutelo, comprimento da primeira cerda dorsocentral pré-sutural. Asa; cor da 131

caliptra, cor da asa, curvatura da veia anal e projeção das veias anais. Pernas; distribuição das 132

cerdas na face posteroventral do fêmur anterior, presença ou ausência de inchaço pré-apical no 133

fêmur posterior, distribuição das cerdas na face ventral do fêmur posterior, distribuição das 134

cerdas na face posteroventral do fêmur posterior, distribuição das cerdas na vista anterior e na 135

vista posterior do fêmur posterior, distribuição das cerdas na face posterior da tíbia media, 136

distribuição das cerdas na vista anterior da tíbia posterior. 137

[3] Abdômen: coloração. 138

(41)

Demais características gerais e menos específicas tais como [4] coloração, e [5] 139

comprimento total do corpo, também foram listadas, mas como caracteres a parte. 140

A fim de permitir uma identificação mais precisa de moscas do gênero Fannia, foram 141

introduzidos caracteres que as separam do gênero Euryomma, uma vez que este último apresenta 142

distribuição geográfica similar e são proximamente relacionados do ponto de vista filogenético. 143

Assim, ao se iniciar a chave, estão disponíveis para o usuário apenas os caracteres que separam 144

os dois gêneros no passo identificado como “Passo inicial: Confirmação de gênero” (Fig. 4). A 145

partir do momento em que são selecionados os caracteres que identificam a espécie como 146

pertencente à Fannia, os demais passos são liberados para dar continuidade à identificação até o 147

nível de espécie (Fig. 5). 148

As fotos inseridas na chave interativa visam diminuir os erros de identificação que 149

podem ocorrer com as chaves tradicionais devido à dificuldade que alguns usuários apresentam 150

em identificar e visualizar os caracteres necessários para a identificação das espécies (Fig. 6; 151

Pranchas 1-7, ver Anexo). As chaves de Albuquerque et al. (1981), Carvalho et al. (2003), Couri 152

(2005) e Wendt & Carvalho (2009) apresentam alguns passos com mais de um caractere a ser 153

observado, sendo que estes são dependentes e o usuário deve examinar todos para poder seguir 154

adiante. Já na chave interativa os caracteres são independentes e podem ser observados sem uma 155

ordem pré-determinada, o que facilita a identificação e possibilita que exemplares danificados 156

sejam identificados através das estruturas que estão íntegras. 157

Registro de nova ocorrência. A espécie Fannia carvalhoi foi coletada no município de

158

Campinas, SP (-22º49’31.36”, -47º3’35.35”), sendo este o primeiro relato de ocorrência da 159

espécie na região Sudeste do Brasil. Essa espécie foi descrita recentemente por Couri (2005), a 160

partir de exemplares provenientes do Peru, e registrada no Brasil apenas uma vez, por Wendt & 161

(42)

22

Carvalho (2009), no Estado do Paraná. Demais dados sobre a biologia e distribuição dessa 162

espécie são inexistentes. 163

164 165

(43)

4.5 – Referências citadas

166

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(44)

24

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Zumpt F (1965) Myiasis in man and animals in the Old World. London: Butterworths. 267 pp. 214

(45)

Tabela 1. Relação de espécies do gênero Fannia (Diptera: Fanniidae) de importância médica,

veterinária e/ou forense registradas para a Região Sudeste do Brasil que se encontram incluídas na chave interativa elaborada.

ESPÉCIES

Fannia admirabilis Albuquerque, 1958 Fannia canicularis (Linnaeus, 1761) Fannia carvalhoi Couri, 2005 Fannia dodgei Seago, 1954 Fannia femoralis (Stein, 1898) Fannia flavicincta (Stein, 1904) Fannia flavipalpis Stein, 1911 Fannia heydenii (Wiedemann, 1830) Fannia hirtifemur (Stein, 1904) Fannia obscurinervis (Stein, 1900) Fannia pamplonae Couri & Araújo, 1989 Fannia pennicilaris (Stein, 1900)

Fannia parafemoralis Araújo & Couri, 1996 Fannia paraisensis Araújo & Couri, 1996

Fannia. personata Albuquerque, Pamplona & Carvalho, 1981 Fannia petrochiae Shannon & Del Ponte, 1926

Fannia pusio (Wiedemann, 1830) Fannia sabroskyi Seago, 1954 Fannia snyderi Seago, 1954 Fannia trimaculata (Stein, 1898) Fannia yenhedi Albuquerque, 1957

(46)

26

Figura 1. Página principal do software. (A) inserção de caracteres (B) inserção de espécies. Setas: 1 são inseridos os caracteres e as

(47)

Figura 2. Marcação de estados de caracteres para cada um dos grupos taxonômicos. A seta 1 indica a ativação do modo de marcação.

Através desta ferramenta define-se o estado do caractere como comum, raro, ausente, incerto e não observado. Seta 2 local para adição de imagens e glossário de termos técnicos.

(48)

28

Figura 3. Página principal do software Lucid® Player versão 3.3 onde estão em: (A) caracteres disponíveis, (B) caracteres escolhidos,

(49)
(50)

30

(51)
(52)

32

5– CONSIDERAÇÕES GERAIS

A chave interativa aqui desenvolvida apresenta uma alternativa promissora para a “modernização da taxonomia” devido à possibilidade, em qualquer momento, de atualização ou alteração do banco de dados (representado pelos caracteres e estados de caracteres e correspondente taxons) que fomenta a chave. Desse modo, por exemplo, novas espécies que venham a ser descobertas podem ser incluídas, assim como correções sobre taxons que ainda permanecem em posições sistemáticas duvidosas ou pouco esclarecidas. A inserção de glossário de termos técnicos também é bastante útil por auxiliar na uniformização da nomenclatura que designa as estruturas anatômicas dos insetos.

Outra grande vantagem da chave interativa em relação às chaves tradicionais é a sua flexibilidade, ou seja, a possibilidade de uso sem uma ordem pré-determinada, especialmente útil quando se tem em mãos exemplares danificados. Em uma chave dicotômica clássica, a ausência de asas ou outro caractere diferencial poderia impossibilitar o usuário de percorrer seus passos pré-determinados e “fixos”, consequentemente prejudicando o processo de diagnóstico de uma espécie.

Apesar da interface do programa ser de fácil interpretação e da boa aceitação, revelada pelos usuários que a testaram, o tempo gasto na identificação de alguns exemplares da família Fanniidae não diferiu do que fora mensurado por meio do uso de chaves tradicionais, embora o número de erros cometidos tenha sido menor entre os usuários de chaves interativas. É possível que, para potencializar a capacidade dos recursos disponíveis no software, haja necessidade de treinamento técnico antes de sua utilização corrente como guia de campo ou laboratório.

A elaboração de chaves de múltiplo acesso ainda é uma realidade pouco explorada no Brasil. A contribuição para com os profissionais não-taxonomistas e usuários em geral pouco

(53)

familiarizados com a taxonomia, a partir da função de material educativo, pode ser um potencial a ser especulado para dinamizar a identificação de espécies e, consequentemente, auxiliar na obtenção e expansão de novas informações (biológicas, ecológicas e etc) acerca de espécies já descritas ou não em nosso amplo território de dimensões continentais.

(54)

34

6– BIBLIOGRAFIA GERAL

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