PROGRAMA ADOLESCENTE APRENDIZ E A PRÁTICA PROFISSIOONAL DO SERVIÇO SOCIAL
KAWANISHI, Futae Isabela1. NADAL, Martins Isabela2. SILVA, e Carneiro Silmara3.
Apresentador: Isabela Futae Kawanishi
Resumo: O presente artigo irá abordar o campo de estágio do Programa
Adolescente Aprendiz no Município de Ponta Grossa – PR que é uma iniciativa do governo do Estado do Paraná, criado através da Lei Estadual 15.200/2006, coordenado pela Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social (SEDS), executado em parceria com outros órgãos da Administração Pública Estadual que no Município de Ponta Grossa são os órgãos: Copel, Sanepar, Núcleo Regional de Educação – N.R.E., Secretaria do Trabalho e Promoção Social – SETP, Procuradoria Geral de Estado – PGE e Secretaria de Família e Desenvolvimento Social (Esc. Reg./SEDS). Este Programa é uma ação a Secretaria de Estado da Educação e a Secretaria de Estado da Família e do Desenvolvimento Social, e é desenvolvida em 12 (doze) municípios do Estado do Paraná.
O Programa irá atender adolescentes que estão realizando as medidas socioeducativas. Sua equipe é composta por os 02 (dois) estagiários, 01 (um) de Serviço Social e outro de Psicologia, 01 (um) Pedagogo e 01 (um) Assistente Social.
No Programa as ações realizadas pelo Serviço Social é o acompanhamento individual nos órgãos públicos, a observação, reuniões com os responsáveis dos adolescentes e a elaboração de relatórios mensais sobre as dificuldades e o desempenho dos adolescentes.
Em seguida serão apresentados, de forma sucinta, alguns dos principais instrumentos de trabalho utilizados pelo Assistente Social, no exercício da prática profissional.
1 Acadêmica de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa (estágio supervisionado II) 2
Professora e orientadora do estagio supervisionado II de Serviço Social da Universidade Estadual de Ponta Grossa
3 Assistente Social do Centro de Socieducação – CENSE em Ponta Grossa e supervisora técnica do
Palavras-chaves: Programa Aprendiz, instrumentais e prática profissional.
Introdução
O Programa Adolescente Aprendiz é uma iniciativa do governo do Estado do Paraná que é destinado para adolescente que tem entre 14 (quatorze) e 18 (dezoito) anos e que estão cumprindo alguma medida socioeducativa, estes adolescentes desenvolverão o aprendizado prático dentro dos Órgãos da Administração Pública Direta e Indireta e irão participar do Curso de Qualificação Profissional que é realizado no Colégio Estadual Meneleu de Almeida Torres aos sábados no período matutino. Ainda neste trabalho iremos abordar os instrumentais que se utiliza para a realização deste Programa.
Apresentação do Programa Adolescente Aprendiz no Município de Ponta Grossa
O objetivo do Programa é oportunizar um processo de formação profissional aos adolescentes que cumprem medidas socioeducativas nas áreas administrativas, inserindo-os no curso de qualificação profissional e nas vagas criadas nos órgãos da administração com contrato na condição de aprendizes, bem como estimular a inserção ou reinserção na vida escolar. O Programa tem parceria com a Copel, Sanepar, Secretaria de Estado do Trabalho e Promoção Social (SETP), Núcleo Regional de Educação e Secretaria de Família e Desenvolvimento Social (Esc. Reg./SEDS).
Os adolescentes para serem inseridos no Programa são encaminhados através das entidades que fazem a execução das medidas socioeducativas em meio aberto que serão: liberdade assistida e prestação de serviço comunitário (LA/PSC) que no Município de Ponta Grossa são encaminhados pelo Programa de Execução de Medida Socioeducativa - PEMSE; SEEDS através dos centros de socioeducação: internação, internação provisória, programa de semiliberdade.
Os instrumentais utilizados para a prática profissional do Serviço Social no Programa são encaminhamentos sociais, investigação, relacionamento, abordagem individual, informação, observação. E iremos discorrer sobre os mais utilizados.
- entrevistas
No Programa Adolescente Aprendiz as entrevistas são realizadas para sabermos melhor o contexto familiar e econômico. Também através desta primeira entrevista conseguiremos observar o perfil do adolescente e assim encaminhar o mesmo para a empresa onde ele tenha um desenvolvimento melhor durante a permanência no Programa.
A autora Anette Garret (1998) apud Lewgoy e Silveira (2007) destaca que a entrevista será
“uma “conversa profissional” para envolver a comunicação entre duas pessoas. A entrevista também era percebida com arte, com técnica que podia ser desenvolvida e aperfeiçoada pela prática continua. Destaca-se que apenas a prática seria insuficiente, exigindo para tanto o estudo daquela prática. O conhecimento da teoria relacionada á entrevista forneceria o material necessário ao exame críticos das técnicas utilizadas e ao seu aprofundamento”. (pag. 235 e 236) Como são realizados acompanhamentos semanais com esses adolescentes este instrumental sempre estará sendo aperfeiçoada como diz a autora. E também através da supervisam que é realizada pelo supervisor de campo conseguimos ir mais a fundo nesse instrumental.
- documentação
Todos os documentos que ficam no Programa servem para a elaboração de relatórios informativos, estudos de casos e perícias sociais. A documentação será de extrema importância para os profissionais e estagiários pra fazer a intervenção profissional.
Para Lima, Mioto e Prá (2007) a documentação será:
“um elemento constitutivo da ação profissional, uma vez que ela lhe dá materialidade ao comprovar a realização da ação realizada de diferentes formas, ou seja, em fichas, prontuários, relatórios de atendimentos (individuais, familiares ou de reuniões e de assembleias) realizados em instituições ou em domicílios, dentre outros”. (pag. 95)
Mioto (2001) apud Lima, Mioto e Prá (2007) ainda destacam que:
“a documentação tem um caráter dinâmico e flexível quando se consideram suas finalidades – enquanto base para a investigação e para o direcionamento do exercício profissional. Longe de se constituir em mera burocracia no cotidiano profissional, a documentação está em constante movimento e a sua utilização está vinculada aos objetivos do profissional (de conhecer e intervir), ás exigências do trabalho profissional (atendimento direto em situações singulares, planejamento e gestão, assessoria aos movimentos sociais e organizações populares, ensino e formação profissional), ao arcabouço teórico e ético político”. (pag.95 e 96)
Como o Programa precisa “prestar contas” a Secretaria de Estado da Família e Desenvolvimento Social tudo que é realizado é documentado, desde as ações dos estagiários com relatórios semanais até as reuniões com os órgãos e com os responsáveis dos adolescentes, o número de adolescentes inseridos no mês e durante o ano, os motivos de alguns adolescentes não serem selecionados, o motivo de desligamento do adolescente etc...
Resultados e Discussões
Através do estágio conseguimos ver algumas demandas que talvez o programa não possa estar auxiliando estes adolescentes, por isso, foi realizado no ano de 2012 o projeto de “Riscos das drogas para os adolescentes que
participam do Programa Adolescente Aprendiz”. Pois, nesta fase da
adolescência será importante estar fazendo essa prevenção com estes adolescentes. Também está sendo realizado o projeto “A importância da
profissionalização para os adolescentes do Programa Aprendiz no Município de Ponta Grossa” pelo fato de que, sabemos que o objetivo do
Programa é inserir estes adolescentes no mercado de trabalho, mas muitas vezes só isso não é suficiente então realizaremos este projeto para possivelmente encaminhar esses adolescentes em cursos profissionalizantes.
Considerações
Para nós acadêmicos é importante relacionar o que aprendemos em sala de aula e tentar aplicar isso na prática, por isso que o campo de estágio será de extrema importância, pois irá contribuir para nossa formação profissional e também iremos ver na realidade como isso contribui.
Em sala de aula estudamos muito sobre os instrumentais e como eles auxiliam o trabalho do profissional no campo, mas durante o estágio é que vemos como isso ocorre. Por isso, será importante fazer a relação da teoria com a prática.
Referências Bibliográficas.
LEWGOY; SILVEIRA, Alzira Baptista; Esalba Maria Carvalho. “A entrevista nos processos de trabalho do assistente social” (The interview in the
social worker’s work process). Revista Textos & Contextos Porto Alegre v. 6
n. 2 p. 223-2251. Jul/dez. 2007.
LIMA; MIOTO; PRÁ, Telma Cristiane Sasso de; Regina Célia Tamaso; Keli
Regina Dal. “A documentação no cotidiano da intervenção dos assistentes
sociais: algumas considerações acerca do diário de campo”. (The
doccumentation in the daily life intrevention of social workers: some considerations concerning the field diary). Revista Textos & Contextos Porto Alegre v.6 n.1 p.93 – 104. Jan./jun. 2007
PARANÁ. LEI Nº 15.200/2006 – “Institui o Programa Estadual de Aprendizagem para o Adolescente em Conflito com a Lei”. Palácio do
Governo em Curitiba, em 10 de julho de 2006.
SOUSA, de Toniolo Charles. “A prática do assistente social: conhecimento,
instrumentalidade e intervenção profissional” - The social
worker practice: knowledge, instrumentality and professional intervention
Emancipação, Ponta Grossa, 8(1): 119-132, 2008. Disponível em