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CGU Controladoria-Geral da União OGU Ouvidoria-Geral da União Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

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CGU

Controladoria-Geral da União

OGU – Ouvidoria-Geral da União

Coordenação-Geral de Recursos de Acesso à Informação

PARECER

Referência:

37400.002337/2015-43

Assunto:

Recurso contra decisão denegatória ao pedido de acesso à informação.

Restrição de

acesso:

Sem restrição.

Ementa:

Reclamação em razão da falta de prestação de serviço público – pedido

de informação referente a tributos (contribuições sociais recolhidas pela

própria recorrente) - pedido fora do escopo da LAI - interesse pessoal –

canal especial – greve – não conhecimento.

Órgão ou

entidade

recorrido (a):

Instituto Nacional do Seguro Social - INSS

Recorrente:

M. S. S.

Senhor Ouvidor-Geral da União,

1.

O presente parecer trata de solicitação de acesso à informação com base na Lei nº

12.527/2011, conforme resumo descritivo abaixo apresentado:

RELATÓRIO

Ação

Data

Teor

Pedido

16/08/

2015

“Prezados,

Em 15-07-2015, apresentei um Requerimento de Acesso à Informações ao INSS, com fulcro na LAI (v. anexo).

Na ocasião, APS (17002120) aderira parcialmente a greve dos servidores, todavia, a gerente, senhora Maria Luiza Veloso de Oliveira (Matr.: ...), me prestou atendimento e, inclusive, asseverou que me retornaria na semana seguinte.

Passado um mês da apresentação do referido requerimento, não recebi nenhuma resposta tão pouco posicionamento.

A propósito, embora não obrigada, expliquei-lhe, detalhadamente, que a solicitação se dava porque o meu pedido de aposentadoria por idade à esta autarquia foi indeferido sob o motivo de insuficiência de carência, sem considerar dados oriundos de reclamatória trabalhista que foram suprimidos no CNIS, sem qualquer explicação

Ocorre que estive nesta APS na semana passada para falar ela, mas um dos seguranças não permitiu a minha entrada, porque o meu nome não constava

(2)

De todas as discrepâncias já constadas sob o meu PIS no CNIS, é no mínimo um tremendo absurdo não constar que houve, de fato, o recolhimento de quota previdenciária sobre o valor de salário-de-contribuição de R$ 360,00 (Alíquota de 8,0%), oriunda da reclamatória trabalhista nº (...), ajuizada na 60ª Vara Tribunal Regional do Trabalho 1ª Região do Rio de Janeiro, conforme consta no banco de dados da Justiça do Trabalho na internet, inclusive, com a data de apresentação de GPS pelo meu ex empregador, outrora a reclamada, afim da comprovação do cumprimento da obrigação.

Deste modo, reclamo a falta de posicionamento e solicito a devida atenção ao requerimento de acesso à informações, já apresentado – Não suporto mais essa angústia horrível.” – Destaque nosso.

Em anexo à reclamação acima transcrita, há o seguinte pedido: “acesso à informações, exclusivamente pessoais, de forma integral, com reprodução documental, referentes a GRPS/GPS e GFIP/GRF” relativas a uma empresa determinada, recebido em 15/07/2015.

Resposta Inicial

04/09/

2015

“Prezada Senhora,

Esclarecemos que o SIC não é o canal adequado para resolver a sua reclamação, tendo em vista que o objetivo deste canal de informação é prestar informação pública e não de caráter pessoal.

A sua reclamação é meramente de cunho pessoal e não está amparada pela Lei de Acesso à Informação, que por meio do Decreto nº 7.724/12 regulamento nos seus artigos de 55 a 60 a forma como deve ser tratada a informação pessoal.

Além desta limitação legal, para prestar-lhe qualquer esclarecimentos é necessário ter acesso ao seu processo ou ao seus dados pessoais, o que também não é possível uma vez que este canal não permite acesso aos sistemas corporativos.

Dessa forma, infelizmente informamos que somente um técnico da Previdência, na Agência da Previdência onde a senhora requereu o seu benefício, é que poderá verificar a situação apresentada.

Informamos que o INSS ainda encontra-se em greve, mas encaminharei para a referida gerente a sua reclamação para que ela tome conhecimento e assim que for possível, adote as medidas cabíveis ao caso concreto.

Em anexo o email enviado à Gerente da referida APS.

Feitas as considerações iniciais, reforçamos que o SIC não substitui os canais de atendimento do INSS, registrando que cabe recurso à Coordenação-Geral de Planejamento e Gestão Estratégica, no prazo de dez dias, conforme termos do caput art. 21 do Dec. 7.724/2012.” – Destaque nosso.

Recurso à

Autoridade

Superior

07/09/

2015

Cidadã apresenta diversas reclamações relativas aos canais especiais de atendimento do INSS e à greve de seus servidores.

Destacam-se os seguintes pontos de sua reclamação:

“Atinente à reclamação do serviço público prestado, ora, se o e-SIC não é o canal adequado a “resolver”, que seja encaminhada a que for de competência ou seja indicado o canal adequado ao particular.”

(3)

“Reitero que APRESENTEI O REQUERIMENTO de Acesso à Informações à APS, todavia, devido a omissão de resposta, REAPRESENTEI O REQUERIMENTO, através do e-SIC/CGU e, concomitantemente, APRESENTEI UMA RECLAMAÇÃO motivada inércia.” - Sic

“A orientação/indicação do canal 135/OUGPS foi ineficaz, considerando o agravante da greve parcial dos servidores do INSS.”

“O pedido postulado cinge-se legitimamente em ACESSO ÀS INFORMAÇÕES, e não reclamação, tampouco, tem pretensão de retificação de dados pessoais em processo administrativo nem retificação de direito previdenciário, portanto, solicitações dessa natureza serão apresentadas supervenientemente à esta autarquia, através de instrumento e meio apropriados.”

“o cidadão não está impedido de ter acesso às suas informações cadastradas, sendo certo que a restrição está relacionada à divulgação a outros órgãos, que não o detentor das informações, ou a terceiros. (...) E, corroborando este entendimento, como análogo, cito a afirmação do ministro Luiz Fux, que reflete a decisão unânime do STF ao julgar o RE nº 673.707 em junho deste ano: “... o contribuinte tem direito de saber o que se encontra em bancos de dados públicos a seu respeito”.”

Ao final do recurso, reitera seu pedido de informações original e requer “prioridade de tramitação, nos termos do inciso I do art. 69-A da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, com redação dada pela art. 4º da Lei 12.008/09. E, para a concessão deste benefício, embora eu já tenha comparecido à APS, junto a cópia digitalizada do meu documento de identificação civil (v. anexo “ANEXO II.pdf”) neste protocolo”.

Resposta do

Recurso à

Autoridade

Superior

15/09/

2015

O INSS mantém a negativa com base nos mesmos fundamentos. Ressalta que “todos os esforços que este serviço poderia fazer foram feitos. Encaminhamos email para a Gerente Executiva da respectiva APS e estamos aguardando o retorno da greve para a obtenção da resposta”.

Recurso à

Autoridade

Máxima

25/09/

2015

Cidadã alega que:

“Preliminarmente, registro que a decisão (denegatória) do recurso interposto em 1ª instância foi proferida a destempo, sem respeitar o disposto no parágrafo único do art. 15 da Lei 12.527/11 consonante com o caput art. 21 do Decreto 7.724/12” (...)

“Ora, que seja o pedido encaminhado à uma APS, posto que o SIC não tem tal informação, para que esta cumpra a decisão judicial, o aceite e lance em protocolo ao menos.” (...)

“Destarte, interponho recurso, afim de que o pleito em pauta, seja tratado neste canal [e-SIC/CGU] e que as devidas providências cabíveis sejam adotadas imediatamente.”

Resposta do

Recurso à

Autoridade

Máxima

02/10/

2015

O recorrido mantém a negativa, destacando que:

“O INSS possuí canal específico para o caso de indeferimento de benefícios que é o recurso administrativo. O recurso administrativo é destinado ao cidadão que não concordar com uma decisão emitida pela Previdência Social, em um processo do qual ele faça parte. Em outras palavras, é o direito de contestar uma decisão emitida pela Previdência Social.

O recurso deve ser apresentado por escrito e assinado, elencando os motivos, de acordo com a legislação, pelos motivos aos quais o cidadão discorda da decisão emitida . O cidadão deve apresentar seu recurso em, no máximo, 30 dias após tomar conhecimento da decisão.”

Recurso à CGU

02/10/

A cidadã critica a decisão do INSS, repetindo que:

(4)

2015

“recursos administrativos”, como trata a autoridade máxima desta autarquia, de modo a infirmar a idoneidade do pedido, tampouco, o desiderato é a retificação de dados cadastrais ou direitos previdenciários através deste canal [e-SIC/CGU], como aludido.”

É o relatório.

Análise

2.

Registre-se que o recurso foi apresentado perante a CGU de forma tempestiva e

recebido na esteira do disposto no caput e §1º do art. 16 da Lei nº 12.527/2011, bem como

em respeito ao prazo de 10 (dez) dias previsto no art. 23 do Decreto nº 7.724/2012:

Lei nº 12.527/2011

Art. 16. Negado o acesso a informação pelos órgãos ou

entidades do Poder Executivo Federal, o requerente poderá

recorrer à Controladoria-Geral da União, que deliberará no

prazo de 5 (cinco) dias se:

(...)

§ 1º O recurso previsto neste artigo somente poderá ser dirigido

à Controladoria Geral da União depois de submetido à

apreciação de pelo menos uma autoridade hierarquicamente

superior àquela que exarou a decisão impugnada, que

deliberará no prazo de 5 (cinco) dias.

Decreto nº 7.724/2012

Art. 23. Desprovido o recurso de que trata o parágrafo único do

art. 21 ou infrutífera a reclamação de que trata o art. 22, poderá

o requerente apresentar recurso no prazo de dez dias,

contado da ciência da decisão, à Controladoria-Geral da União,

que deverá se manifestar no prazo de cinco dias, contado do

recebimento do recurso.

3.

Quanto ao cumprimento do art. 21 do Decreto nº 7.724/2012, observa-se que

consta da resposta em primeira instância que a autoridade que proferiu a decisão era

hierarquicamente superior à que adotou a decisão inicial; também consta que a autoridade

que proferiu a decisão em segunda instância tenha sido a autoridade máxima da

instituição. Ademais, a instituição cumpriu a exigência prevista no inciso II do art. 19 do

Decreto nº 7.724/2012, informando a “possibilidade e prazo de recurso, com indicação da

autoridade que o apreciará”. Tais informações são importantes para o exercício do direito

de recurso contra negativa de acesso à informação.

(5)

Todavia, registre-se que a resposta apresentada em 15/09/2015, referente ao recurso de

primeira instância, foi intempestiva.

4.

Ainda preliminarmente, é indispensável delimitar desde já o âmbito de aplicação da

Lei 12.527/11, base do presente procedimento administrativo e que regulamenta

essencialmente o inciso XXXIII do art. 5

o

da Constituição da República com o objetivo de

garantir o acesso à informação. A própria Lei de Acesso à Informação fixa os limites de seu

escopo: “informação: dados, processados ou não, que podem ser utilizados para produção

e transmissão de conhecimento, contidos em qualquer meio, suporte ou formato”, nos

termos do inciso I do art. 4.

Ademais, visando exemplificar o direito de acesso à informação legalmente protegido, o

art. 7

o

da Lei de Acesso à Informação estabelece que:

Art. 7o O acesso à informação de que trata esta Lei compreende, entre outros, os

direitos de obter:

I - orientação sobre os procedimentos para a consecução de acesso, bem como sobre o local onde poderá ser encontrada ou obtida a informação almejada;

II - informação contida em registros ou documentos, produzidos ou acumulados por seus órgãos ou entidades, recolhidos ou não a arquivos públicos;

III - informação produzida ou custodiada por pessoa física ou entidade privada decorrente de qualquer vínculo com seus órgãos ou entidades, mesmo que esse vínculo já tenha cessado;

IV - informação primária, íntegra, autêntica e atualizada;

V - informação sobre atividades exercidas pelos órgãos e entidades, inclusive as relativas à sua política, organização e serviços;

VI - informação pertinente à administração do patrimônio público, utilização de recursos públicos, licitação, contratos administrativos; e

VII - informação relativa:

a) à implementação, acompanhamento e resultados dos programas, projetos e ações dos órgãos e entidades públicas, bem como metas e indicadores propostos; b) ao resultado de inspeções, auditorias, prestações e tomadas de contas realizadas pelos órgãos de controle interno e externo, incluindo prestações de contas relativas a exercícios anteriores. – Destaque nosso.

5.

Logo, a Lei de Acesso à Informação não autoriza adoção de providência que não

seja a de prestar informações, razão pela qual não cabe utilizar-se do rito previsto pelo

Decreto 7.724/2012 para promover a discussão acerca do tema de fundo da resposta ou

conhecer de reclamações / denúncias / pedidos de providência – devendo tal expediente

ser utilizado tão-somente para pleitear acesso a informações. Dessa forma, não é possível

(6)

conhecer das diversas reclamações apresentadas e nem rever eventual negativa de

concessão de benefício previdenciário.

6.

A despeito disso, acrescente-se que a Ouvidoria-Geral da União (OGU), órgão

integrante da CGU, tem competência para receber, examinar e encaminhar reclamações,

denúncias, sugestões e elogios referentes a procedimentos e ações de agentes, órgãos e

entidades do Poder Executivo Federal. Uma vez que o recurso à CGU veicula diversas

reclamações, sugere-se que a cidadã registre sua manifestação no e-OUV, disponível em

página

mantida

pela

CGU

https://sistema.ouvidorias.gov.br/publico/Manifestacao/RegistrarManifestacao.aspx

, com

vistas a possibilitar o tratamento adequado a eventual demanda a ser dirigida à CGCID, a

qual integra a estrutura da OGU. A fim de facilitar o tratamento de eventual manifestação,

inclusive de denúncias, sugere-se que todas as informações relevantes para a

compreensão dos fatos sejam disponibilizadas, as quais podem ser encaminhadas como

anexo à manifestação, inclusive.

7.

No mérito, verifica-se que a cidadã deseja informações sobre as Guias de

Recolhimento da Previdência Social (GRPS), Guia de Previdência Social (GPS), Guia de

Recolhimento do FGTS e de Informações à Previdência Social (GFIP) e Guia de

Recolhimento de FGTS (GRF) pagas por ela referentes a uma empresa específica na qual

trabalhou. Saliente-se que a CGU discutiu a finalidade e as diferenças de cada uma

dessas guias no NUP 99902.002729/2015-17, cujo recurso foi interposto pela mesma

cidadã.

8.

As informações relativas ao FGTS (GFIP e GRF) podem ser obtidas diretamente

pelo canal especial, conforme a CGU explicou à cidadã no NUP 99902.002729/2015-17.

Repita-se que é possível conseguir um extrato dos valores recolhidos e outras informações

mediante comparecimento pessoal na própria CAIXA, conforme explicação detalhada em

transparência ativa -

http://www.fgts.gov.br/trabalhador/servicos_online/saldo_fgts.asp

.

9.

Já em relação às GPS e GRPS, v

erificou-se que a Lei Federal n° 9.528/1997, ao

alterar a Lei n° 8.212/91, determinou que as empresas prestassem ao INSS informações

sobre as contribuições previdenciárias que servem para o cálculo e a concessão de

(7)

benefícios previdenciários.

Em razão disso, a CGU entendeu ser necessária a solicitação

de esclarecimentos adicionais ao INSS para sanar dúvidas da cidadã, cujas respostas

apresentadas em 08/10/2015 seguem abaixo:

a) Houve resposta da gerência da APS ao (...) email [enviado pelo próprio SIC do INSS] ?

b) Efetivamente, o INSS possui em seu banco de dados as informações sobre as guias acima mencionadas?

c) A cidadã marcou novo agendamento após a apresentação do pedido no eSIC? d) Como ela pode ser atendida pelo canal especial? É possível nesse canal a disponibilização de um extrato do tempo de contribuição e da consolidação de suas contribuições para a empresa Clínica Médica (...)? É possível a consulta das informações por meio de consulta a sítio eletrônico após cadastramento prévio? e) O pedido de aposentadoria dela aparentemente foi negado. Quando foi a decisão de negativa de concessão da aposentadoria? Ela foi intimada da decisão? Em qual data o prazo de apresentação do recurso venceu? É viável reabrir o prazo de recurso?

INSS: Com relação a demanda encaminhada, temos a informar que a segurada requereu em 07/04/15 na Agência da Previdência Social de Bangu um Benefício Assistencial ao Idoso (LOAS), NB (...), e que o mesmo foi indeferido tendo em vista as atividades exercidas pela mesma, após análise do CNIS e da CTPS.

Verificamos que a mesma requereu em 23/09/2014 uma Aposentadoria por Idade na Agência da Previdência Social do Méier, NB (...), sendo essa indeferido por falta de período de carência.

Verificamos ainda que a mesma tem um agendamento para Atualização de Tempo de Contribuição, na APS de Bangu, para o dia 15/10/15, podemos supor duas hipóteses, ou a mesma solicitará encerramento de alguma atividade para ter direito ao LOAS, ou o reconhecimento de algum tempo para ter direito a Aposentadoria por Idade.

Com relação as perguntas temos a informar que toda as decisões são informadas ao cidadão através do endereço que o mesmo informa em seu cadastro, e que também sempre é oportunizado, mesmo que intempestivamente, o protocolo de recurso, que será analisado e julgado pela Junta de Recursos do MPS. – Sic -Destaque nosso.

10.

A resposta apresentada não contemplou todos os questionamentos apresentados;

por isso, a CGU reiterou, no mesmo dia, o pedido em relação às dúvidas de alíneas “b” e

“d”. O INSS confirmou que possui as informações relativas às GPS e GRPS da cidadã e

que é possível no canal especial a disponibilização de um extrato do tempo de contribuição

e da consolidação de suas contribuições referentes à Clínica Médica em questão, bem

como é possível a consulta dessas mesmas informações por meio do sítio eletrônico do

INSS após cadastramento prévio, conforme link abaixo:

(8)

11.

Dessa forma, em relação a todas as informações demandadas nestes autos, é em

tese aplicável a Súmula n. 1/2015 da CMRI abaixo colacionada:

Caso exista canal ou procedimento específico efetivo para obtenção da informação solicitada, o órgão ou a entidade deve orientar o interessado a buscar a informação por intermédio desse canal ou procedimento, indicando os prazos e as condições para sua utilização, sendo o pedido considerado atendido.

12.

Cabem aqui apenas duas considerações: (I) sobre a alegada inefetividade do canal

especial; (II) o dever de disponibilização de informações oficiais. Sobre o primeiro ponto, é

preciso registrar que os funcionários do INSS estavam em greve até o final do mês de

setembro do corrente ano. Trata-se de direito do funcionário público previsto na

Constituição da República (art. 37, inciso VII). Dessa forma, sem dúvidas o atendimento do

INSS foi reduzido. Entretanto, como a própria recorrente confirmou, a agência do INSS na

qual buscou atendimento estava funcionando mediante agendamento prévio. No momento,

com o fim da greve, a recorrente inclusive já agendou dia para comparecer à agência

do INSS, onde certamente conseguirá extrato de suas contribuições previdências e

outras informações que constam nas

GPS e GRPS

. Essas razões são suficientes para

afastar a alegação de que o canal específico de atendimento do INSS seja inefetivo.

Quanto às informações que podem ser disponibilizadas à cidadã, reitera-se orientação já

passada no NUP 16853.005727/2015-77 a seguir sintetizada: “não há nos autos deste

processo possibilidade para que a CGU determine a retificação dos dados

questionados, ou seja, que sejam prestadas as informações que a cidadã entende

serem autênticas”. As informações que podem ser prestadas são somente as oficiais, isto

é, as registradas nos bancos de dados do Estado.

13.

Em relação a eventual desejo da cidadã de retificação de dados a fim de conseguir

a concessão de aposentadoria, vale lembrar que o Decreto 3.048/99, ao regulamentar a

Lei 8.213/91, estabeleceu a competência do INSS para analisar e decidir acerca desses

pedidos. Essa autarquia, através de um procedimento administrativo específico, define se

as obrigações previdenciárias foram cumpridas. Existe, inclusive, possibilidade de recurso

na hipótese do pedido ser negado pelo INSS, mas é necessário ressaltar que a CGU não é

órgão competente para apreciá-lo por falta de previsão na Lei 8.213/91. Dessa forma, não

pode a requerente, através da Lei de Acesso à Informação, incumbir a CGU de reavaliar

(9)

processos administrativos decididos pelo INSS no âmbito da Lei 8.213/91. Nesse caso, o

recurso deve ser dirigido à “Junta de Recursos do MPS”, mesmo que esgotado o prazo de

interposição, conforme asseverado pelo INSS.

Conclusão

14.

De todo o exposto, opina-se pelo não conhecimento do presente recurso, uma vez

que existe canal específico para a disponibilização das informações estarão disponíveis

para consulta no dia 15/10/2015.

15.

Por fim, observamos que o recorrido descumpriu procedimentos básicos da Lei de

Acesso à Informação. Nesse sentido, recomenda-se orientar a autoridade de

monitoramento competente rever os fluxos internos com vistas a responder o pedido de

informação (e/ou) os recursos no prazo determinado em Lei.

VÍTOR CÉSAR SILVA XAVIER

Analista de Finanças e Controle

(10)

D E C I S Ã O

No exercício das atribuições a mim conferidas pela Portaria n. 1.567 da

Controladoria-Geral da União, de 22 de agosto de 2013, adoto, como fundamento deste

ato, o parecer acima, para decidir pelo não conhecimento do recurso interposto, nos

termos do art. 23 do Decreto nº 7.724/2012, no âmbito do pedido de informação nº

37400.002337/2015-43, direcionado ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS.

Gilberto Waller Júnior

Ouvidor-Geral da União - Substituto

(11)

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Controladoria-Geral da União

Folha de Assinaturas

Referência: PROCESSO nº 37400.002337/2015-43

Documento: PARECER nº 3536 de 14/10/2015

Assunto: parecer LAI

Ouvidor

Assinado Digitalmente em 14/10/2015 GILBERTO WALLER JUNIOR

Signatário(s):

aprovo.

Relação de Despachos:

Assinado Digitalmente em 14/10/2015 Ouvidor

GILBERTO WALLER JUNIOR

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