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Moral e Direito. Moral e Direito. Filosofia Moral. Moral e Direito 09/03/2014. Do ser ao que deve-ser. Distinção entre Moral e Ética. Moral.

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Texto

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Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Filosofia Moral

O homem é uma interseção entre dois mundos: o real e o ideal. Pela liberdade humana, os valores do mundo ideal podem atuar sobre o mundo real.

Nicolai Hartmann

Prisioneiros a fazer exercícios (segundo Doré) — Saint-Rémy (1890) — Vincent Van Gogh.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética

Do ser ao que deve-ser

A característica específica do homem em comparação com os outros animais é que somente ele tem o sentimento do bem e do mal, do justo e do injusto e de outras qualidades morais.

ARISTÓTELES. Política, p. 15.

O ser humano age no mundo de acordo com valores. Desse

modo, as ações que se realizam podem ser hierarquizadas de

acordo com as noções de bem e de justo compartilhadas por

um grupo de pessoas, em um determinado momento.

O homem é um ser moral, capaz de avaliar sua conduta a

partir de valores morais.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Distinção entre Moral e Ética

Moral

do latim mos mor-, “costumes”. Refere-se ao conjunto de normas que orientam o comportamento humano tendo como base os valores próprios a uma dada comunidade ou cultura.

Ética

do grego ethikos, “modo de ser”, “comportamento”, e se aplica à disciplina filosófica que investiga os diversos sistemas morais elaborados pelos homens, buscando compreender a fundamentação das normas e proibições (interdições) próprias a cada um e explicitar seus pressupostos, ou seja, as concepções sobre o ser humano e a existência humana que os sustentam.

Une o saber ao fazer, aplicando o conhecimento sobre o ser para construir aquilo que deve ser.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Moral e Direito

Aspectos comuns entre as normas morais e jurídicas:

• apresentam-se como imperativos, ou seja, normas que devem

ser seguidas por todos

• buscam propor, através de normas, uma melhor convivência

entre os indivíduos

• orientam-se pelos valores culturais próprios de uma

determinada sociedade

• têm um caráter histórico, isto é, mudam de acordo com as

transformações histórico- sociais

Se a moral é o conjunto de normas de conduta de uma sociedade, qual (is) a (s) semelhança (s) e a(s) diferença(s) entre normas morais e normas jurídicas?

Moral e Direito

Diferenças entre Moral e Direito

• as normas morais são cumpridas a partir da convicção pessoal de cada

indivíduo, enquanto as normas jurídicas devem ser cumpridas sob pena de punição do Estado em caso de desobediência

• a punição, no campo do direito, está prevista na legislação, ao passo que, no

campo da moral, a sanção eventual pode variar bastante, pois depende

fundamentalmente da consciência moral do sujeito que infringe a norma • a esfera da moral é mais ampla, atingindo diversos aspectos da vida humana, enquanto a esfera do direito se restringe a questões específicas nascidas da interferência de condutas sociais. O direito costuma ser regido pelo seguinte princípio: tudo é permitido que se faça, exceto aquilo que a lei expressamente proíbe

• a moral não se traduz em um código formal, enquanto o direito sim • o direito mantém uma relação estreita com o Estado, enquanto a moral não apresenta essa vinculação.

Moral e Direito

Maior diferença entre Moral e Direito é o princípio da

COERCIBILIDADE DA NORMA JURÍDICA

conta com a força e a repressão potencial do Estado (através da

ação da Justiça e da polícia) para ser obedecida pelas pessoas. Já

a norma moral não é sustentada pela coerção do Estado, isso

implica que ela depende, de certo modo, da aceitação de cada

indivíduo para ser cumprida.

Por isso, a norma moral costuma ser vinculada, por alguns

filósofos, à idéia de liberdade.

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Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Moral e Liberdade

Além da consciência lógica, o ser humano possui também consciência moral

faculdade de observar a própria conduta e formular juízos sobre os atos passados, presentes e as intenções futuras. E depois de

julgar, o homem tem condições de escolher,

dentre as circunstâncias possíveis, seu próprio caminho na vida.

A essa possibilidade que o homem tem de construir sua maneira de ser e sua história chamamos liberdade

decidir entre o bem e o mal (consciência moral) = escolher.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Virtude

Liberdade com Responsabilidade

Virtude

do latim virtus, “força ou qualidade

essencial”, e significa, no contexto da moral,

a qualidade ou a ação que dignifica o

homem.

Entre outros significados, prática constante do bem, correspondendo ao uso da liberdade com responsabilidade moral. Assim, são consideradas virtudes a polidez, a fidelidade, a prudência, a justiça, a coragem, a generosidade etc.

Virtude

Vício

prática do mal, correspondendo ao

uso da liberdade sem responsabilidade

moral

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Liberdade X Determinismo

Somos realmente livres para decidir? Que liberdade é essa?

Há três respostas possíveis:

A ênfase no determinismo

A ênfase na liberdade

A dialética entre liberdade e determinismo

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

As transformações da moral

Relação entre sociedade e indivíduo pode ser considerada dialética, pois ocorre uma relação mútua influência entre dois polos:

• por um lado, o indivíduo, um ser singular, é levado,

através da educação, à universalidade expressa nos

costumes e normas morais. Isso significa que cada indivíduo

assimila os princípios morais consolidados como próprios

do ser humano até então.

• por outro lado, os indivíduos, não assimilando

passivamente esses princípios, podem contestá-los ou

interferir em sua formulação, de acordo com as novas

condições histórico-sociais, e acabar por transformar as

normas e costumes morais.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

Concepções filosóficas sobre o bem e o mal

Moral

Construção social

Construção

histórica

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

Antiguidade: a ética grega

A questão da ética começou a ser motivo de preocupação na época de Sócrates, considerado “pai da moral”.

É importante observar como os principais filósofos gregos trataram essa questão. •

Os sofistas afirmavam que não existem normas e verdades

universalmente válidas. Tinham, portanto, uma concepção ética

relativista ou subjetivista.

• Ao contrário dos sofistas, Sócrates sustentou que existe um saber

universalmente válido, que decorre do conhecimento da essência

humana, a partir da qual se pode conceber a fundamentação de uma

moral universal. E o que é essencial no ser humano?A sua alma racional.

O homem é, essencialmente, razão. E é na razão que se devem,

portanto, fundamentar as normas e costumes morais. Por isso, dizemos

que a ética socrática é racionalista. O homem que age conforme a razão

age corretamente.

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Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Platão desenvolveu o racionalismo ético iniciado por Sócrates,

aprofundando a diferença entre corpo e alma. Argumentava que o corpo,

por ser a sede dos desejos e paixões, muitas vezes desvia o homem de

seu caminho para o bem. Assim, defendeu a necessidade de purificação

do mundo material, para se alcançar a Idéia de Bem.

Segundo Platão, o homem não consegue caminhar em busca da

perfeição agindo sozinho.Necessita, portanto, da sociedade, da polis. No

plano ético, o homem bom é também o bom cidadão.

• Depois do período clássico grego, o estoicismo desenvolveu uma ética

baseada na procura da paz interior e no autocontrole individual, fora dos

contornos da vida política. Assim, o princípio da ética estoica

é a apathéia: a atitude de aceitação de tudo o que acontece, porque

tudo faria parte de um plano superior guiado por uma razão universal

que a tudo abrangeria.

Ética na História

Antiguidade: a ética grega

...Cont.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Antiguidade: a ética grega

Ética na História

•A ética do epicurismo, de forma semelhante, tinha

como princípio a ataraxia: a atitude de desvio da dor e

procura do prazer espiritual, que contribui para a paz de

espírito e o autodomínio. Minimizando a influência dos

fatores exteriores sobre o bem-estar espiritual, Epicuro

observou: “O essencial para nossa felicidade é nossa

condição íntima e dela somos senhores”.

...Cont.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

A ética do equilíbrio de Aristóteles

Aristóteles

Reflexão ética racionalista, porém sem o dualismo corpo-alma platônico.

Questão fundamental, para Aristóteles:

Para o quê tendemos?

FELICIDADE

A felicidade maior para Aristóteles se encontraria na vida teórica, que promove o que há de mais especificamente humano: a razão.

“A virtude moral é um meio-termo entre dois vícios, um dos quais envolve o excesso e outro deficiência, e isso porque a sua natureza é visar à mediania nas paixões e nos atos.” ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco, livro II.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

Idade Média: a ética cristã

Ética Cristã

Ética Grega

Divergem em dois pontos:

O abandono do racionalismo — a ética cristã abandonou a idéia

de que é pela razão que se alcança a perfeição moral e centrou a

busca dessa perfeição no amor a Deus e na boa vontade.

• A emergência da subjetividade — acentuando a tendência já

esboçada na filosofia de estoicos e epicuristas, a ética cristã

tratou a moral do ponto de vista estritamente pessoal, como uma

relação entre cada indivíduo e Deus, isolando-o de sua condição

social e atribuindo à subjetividade uma importância

desconhecida até então.

Ética na História

Idade Média: a ética cristã

Santo Tomás de Aquino (século XIII)

Recuperou da ética aristotélica a ideia de felicidade

como fim último dos homens, mas cristianizou essa

noção quando identificou Deus como a fonte dessa

felicidade.

Ética na História

A ética do livre-arbítrio de Santo Agostinho

Livre-arbítrio: a noção de que cada indivíduo pode escolher livremente entre aproximar-se de Deus ou afastar-aproximar-se Dele.

Diante disso, acentuou-se o papel da subjetividade humana nas coisas do mundo. O livre-arbítrio é o meio pelo qual o homem realiza a sua liberdade, usando-a para o bem ou para o mal.

Santo Agostinho (século III)

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Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

Idade Moderna: a ética antropocêntrica

Humanismo

Nova concepção moral, centrada na autonomia humana.

Iluminismo

moral deve ser fundamentada não mais em valores religiosos, mas em valores oriundos da compreensão acerca do que seja a natureza humana.

Período

Moderno

Concepção de natureza racional, que encontra em Kant a formulação mais bem-sucedida.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

A ética do dever de Kant

Kant

Razão humana

Razão legisladora

Dever= liberdade

o indivíduo que obedece a uma norma moral atende à liberdade da razão, isto é, àquilo que a razão, no uso de sua liberdade, determinou como correto.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

Idade Contemporânea: a ética do homem concreto

A reflexão ética na Idade Contemporânea

(séculos XIX e XX) se desdobrou em uma série

de concepções distintas acerca do que seja a

moral e sua fundamentação. Seu ponto comum

é a recusa de uma fundamentação exterior,

transcendental para a moralidade, centrando

no homem concreto a origem dos valores e

das normas morais.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

A fundamentação histórico-social de Hegel

Hegel (1770-1831)

Ética: história e relação do indivíduo com a sociedade são fundamentais para as decisões morais.

Moral: conteúdos diferenciados ao longo da história das

sociedades, e a vontade individual seria apenas um dos

elementos da vida ética de uma sociedade em seu conjunto. A

moral seria o resultado da relação entre o indivíduo e o conjunto

social. E em cada momento histórico, a moral se manifestaria

tanto nos códigos normativos como, implicitamente, na cultura e

nas instituições sociais.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

A fundamentação ideológica de Marx

Marx (1818-1883)

Moral: produção social que atende a determinada demanda da sociedade. E essa demanda deve contribuir para a regulação das relações sociais. Transformação das relações sociais ao longo do tempo: transformam-se os indivíduos e as moralidades que regulam essas relações.

Diante disso, Marx compreende a moral como uma forma de consciência, própria a cada momento do desenvolvimento da existência social.

Moral, para Marx, seria:

ideologia dominante em sociedade, pois difunde determinados valores que são necessários à manutenção dessa sociedade. É a fundamentação

ideológica da moral.

Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Ética na História

A ética discursiva de Habermas

Habermas (1929)

Ética discursiva: fundada no diálogo e no consenso entre os sujeitos. O que se buscaria nesse diálogo é a razão que, tendo sido reconhecida pelos participantes do diálogo, sirva como fundamentação última para a ação moral.

Aposta de Habermas na linguagem e na capacidade de entendimento entre as pessoas na busca de uma ética democrática e não autoritária, baseada em valores validados e aceitos consensualmente.

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Fundamentos da Filosofia – Gilberto Cotrim

Referências

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