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Apresentação de Pôsteres – Bloco Educacional Dr. Augusto Luiz Grohmann Filho (ARTIGOS)

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Academic year: 2021

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XIV ERIC – (ISSN 2526-4230)

Apresentação de Pôsteres – Bloco Educacional Dr. Augusto Luiz Grohmann Filho (ARTIGOS)

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XIV ERIC – (ISSN 2526-4230)

DOCENTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA: BREVE DIAGNÓSTICO DE

SUAS CARACTERÍSTICAS PROFISSIONAIS NA REDE PÚBLICA

MUNICIPAL DE JANDAIA DO SUL/PR

Bruna Aparecida Fonseca. FAFIJAN – brunaapfonseca@gmail.com Giovana Suelen Pavani. FAFIJAN – giovanapavani43@gmail.com Orientador: Éderson Dias de Oliveira. FAFIJAN – edersonjandaia@hotmail.com Pôster.

Resumo

Este artigo teve como objetivo realizar um breve diagnóstico das características profissionais dos docentes da rede pública municipal da educação de Jandaia do Sul. A pesquisa foi realizada em três etapas, sendo a primeira através da revisão bibliográfica sobre temáticas referentes a presente pesquisa. Num segundo momento foi realizado um levantamento de dados junto ao Departamento Municipal de Educação de Jandaia do Sul (DMEJ), sobre os docentes da rede pública municipal de ensino. E a terceira etapa, foi realizada através de entrevista com os docentes, sendo de maneira amostral totalizando uma quantia de 43 (quarenta e três) professores, cerca de 20% do total de professores da rede. Para isso foi utilizada a pesquisa quantitativa, com aplicação de um questionário semi-estruturado. Em linhas gerais a pesquisa apresentou um diagnóstico preliminar das profissionais dos docentes, sendo que há bons indicadores dos quesitos salário, carreira, capacitação, faixa etária e formação acadêmica. Porém, são dados que deve haver um monitoramento contínuo de forma a buscar melhorias e aperfeiçoamento na gestão dos docentes. Por outro lado, diante das abordagens e dados levantados nesse trabalho, surgiram várias lacunas de potenciais trabalhos a serem desenvolvidos de forma a dar sequencia na presente pesquisa.

Palavras chaves: Educação Infantil. Educação Pública. Valorização do Professor. Educação Continuada. Jandaia do Sul.

1. Introdução

Dada as grandes inovações culturais e tecnológicas na atualidade, a educação formal tem sido cada vez mais requerida enquanto instrumento para o desenvolvimento da sociedade contemporânea. Dentre as ferramentas de educação formal, a escola se apresenta como uma das principais responsáveis pela transmissão de conhecimento em nossa sociedade. Nesse sentido, cabe destacar o predomínio quantitativo das escolas públicas considerando a educação básica no Brasil.

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Entre os esteios da escola, o professor se apresenta como fundamental no desenvolvimento do processo de ensino-aprendizagem. Não desconsiderando a importância de outros atores presentes nas instituições de ensino, o docente tem um grande papel na educação formal, dado seu contato diário com os alunos no cotidiano escolar.

Nesse sentido, é crucial o desenvolvimento de pesquisas que abordem os professores que atuam no ensino público dentro da educação básica. Dado exposto, esta pesquisa objetivou realizar um breve diagnóstico das características profissionais dos docentes da rede pública municipal da educação de Jandaia do Sul. Para tanto, foi realizada uma pesquisa teórica e de campo entre os meses de abril e junho de 2018 nos estabelecimentos da rede de ensino do município. Por meio desse estudo, será possível prognosticar algumas contribuições para a gestão publica na educação de Jandaia do Sul.

2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 A história dos professores

O ensinar é muito anterior ao processo de criação das primeiras instituições educadoras formais da história das sociedades. Antes mesmo que a escrita fosse desenvolvida, a oralidade já estava presente junto com outros processos comunicacionais, tendo a importante função de transmitir à cultura/conhecimento as próximas gerações.

Os escribas do Antigo Egito (2.575 a 2.134 a.C) foram um dos primeiros a disseminar o ensinamento através de escolas reais, onde eram escolhidos quem poderia participar das aulas para desenvolver determinadas habilidades. Já no Ocidente o ensino variava conforme os valores de cada cultura. Em Atenas (Grécia), o serviço era feito mediante uma cobrança, havendo uma preocupação com o equilíbrio entre corpo e mente.

Na Roma Antiga, o papel de educar foi desempenhado pelos retores, que circulavam pelas cidades ensinando o que sabiam em troca de alguma compensação financeira. (KARAM, 2009). Para os espartanos eram criadas duras rotinas de treinos para desenvolver as habilidades físicas do indivíduo, com o

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objetivo de desenvolver homens com força para atuar em guerras, e as mulheres aptas para gerar crianças saudáveis (PONCE, 1981).

Em grande parte das sociedades antigas, o ensino era tratado como uma regalia, onde só os que possuíam alguma habilidade poderiam aprender, no entanto o ensinamento era baseado no senso comum, passando de geração para geração. Com o passar dos anos o ensinamento foi se propagando e a função professor foi-se disfoi-seminando.

No Brasil os ensinos começaram através da intenção do rei D. João III, em converter o índio à fé católica por intercessão da catequese e do ensino de ler e escrever português, para isso fundou a Companhia de Jesus, onde seu objetivo era tentar sustar o grande avanço protestante da época, utilizou-se de duas estratégias: por meio da educação dos homens e dos índios; e por intermédio da ação missionária, procurando converter à fé católica aos povos das regiões que estavam sendo colonizadas. (SHIGUNOV, 2008)

Ao mesmo tempo em que agiam junto aos nativos, os jesuítas foram responsáveis pela fundação das primeiras instituições de ensino do Brasil Colonial. Os principais centros de exploração colonial contavam com colégios administrados dentro da colônia. Dessa forma, todo acesso ao conhecimento não religioso da época era controlado pela Igreja. Para isso o método educacional utilizado foi o Ratio Studiorum, que era um manual de regras e prescrições práticas e minuciosas a serem seguidas pelos padres jesuítas em suas aulas. (SHIGUNOV, 2008)

Porém esse ensino foisubstituído no ano de 1759 pelo governo português, onde se iniciariam os professores régios os quais recebiam um salário para exercer sua função. No ano de 1760, em Recife onde realizou o primeiro concurso para professores públicos no Brasil, motivados pela abertura de novas Aulas, pela aposentadoria, pela morte ou pelo afastamento do professor que ocupava a cadeira. No entanto não que não era exigido dos candidatos a professor “qualquer diploma ou comprovante de habilitação para o cargo pretendido”. (VIEIRA, GOMIDE 2008 apud Cardoso 2004)

No entanto foi somente no ano de 1835 que a profissionalização do educador começou a ser delineada, quando a primeira escola de educadores foi criada na cidade de Niterói, no Rio de Janeiro. Quanto à formação de professores,

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essas só foram inicializadas no final do século XIX, quando houve a criação das Escolas Normais. (PRECINOTTO, 2014)

A partir dos anos 1960, a profissão de docente foi-se disseminando, onde desencadeou movimentos políticos, sindicais e científicos. Já na década de 1970, o ensino ganhou um novo rumo, com a direção orgânica e hierárquica no Ministério da Educação. As universidades desenvolveram a formação profissional de professores, onde ocorreram resistências das mais diversas formas, desde setores conservadores à setores intelectuais, que sempre desvalorizavam a dimensão pedagógica.

Com a explosão escolar, a década de 1980 foi de grandes desequilíbrios estruturais graves, trazendo para o ensino uma grande quantidade de indivíduos sem formação acadêmica e pedagógica. O poder político e o movimento sindical procuraram contornar a situação criando três tipos de programas, sendo eles: profissionalização em exercício, formação em serviço e profissionalização em serviço. (PRECINOTTO, 2014)

Já a década de 1990 foi marcada pela formação continua de professores, assegurando as condições da Reforma do sistema Educativo, visando à qualificação de docentes para novas funções como: gestão escolar, orientação escolar e profissional, entre outras.

Por conta dessa precariedade da formação dos professores da rede básica de ensino, a formação dos profissionais de educação infantil começa a ser discutida, com maior força, neste final de milênio, em virtude das especificações da Lei n°. 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que propõe em seu artigo 87, § 4º. “Até o final da década da educação somente serão admitidos professores habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço”. Portanto, estabeleceu a formação de docentes para educação infantil e fundamental, em nível superior, deixando um prazo para ajuste de no máximo dez anos. Sendo assim, para continuar exercendo a função de educadores se viu necessária à formação acadêmica, a aprendizagem e a qualificação dos profissionais. Duas razões são marcadas como justificativa para criação dessa lei: A necessidade de elevar a qualificação dos profissionais dedicados á educação infantil e aos anos iniciais do ensino fundamental, e a dissociação entre teoria e pratica. (TIZUKO, 1999)

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2.2 Formação acadêmica dos docentes

No inicio do século XX, houve a preocupação com a formação dos docentes, pois até então, era um trabalho exercido por profissionais liberais ou autodidatas, onde havia baixo índice de alunos por escola. (MARTINS,2010).

Com a formação de bacharéis, nas poucas universidades existentes no Brasil, no final de 1930, fez com que para obter a licenciatura seria acrescentado um ano no curso, com disciplinas na área da educação. Essa formação foi denominada popularmente 3+1, também utilizado no curso de Pedagogia, que somente no ano de 1939 foi regulamento, onde destinou a formar bacharéis especialistas em educação, os quais desempenhariam suas funções nas Escolas Normais em nível médio. No ano de 1986 o Conselho Federal de Educação aprovou o parecer n. 161 sobre a Reformulação do Curso de Pedagogia, que designa a formação para a docência de 1ª a 4ª series do ensino fundamental. (GATTI, 2010).

A atual Lei de Diretrizes eBases da Educação Nacional (BRASIL, 1996) propõe alterações para oscursos de formação de professores. Em conseqüência disso, em 2002, as DiretrizesCurriculares Nacionais para a Formação de Professores são fundadase, nos anos subsequentes, as Diretrizes Curriculares para cada curso de licenciatura.

Para Novão (1991), a formação de professores tem desconhecido o desenvolvimento pessoal, enlear "formar" e "formar-se", não compreendendo que a lógica da atividade educativa nem sempre coincide com as dinâmicas próprias da formação.

Pereira (1999) relata em seus estudos que,os professores em formação precisam desenvolver um trabalho docente mais intencional, critico e autônomo, sendo de extrema importância o conhecimento do cotidiano.

No entanto Gatti (2010) analisa a formação de professores, considerando quatro aspectos: o da legislação relativa a essa formação; as características socioeducacionais dos licenciados; as características dos cursos formadores de professores; os currículos e ementas de licenciaturas em Pedagogia. Conclui-se ainda que haja um cenário de grande tensão e preocupação sobre as condições formativas do professor.

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No que concerne à formação de professores, é necessária uma verdadeira revolução nas estruturas institucionais formativas e nos currículos da formação. As emendas já são muitas. A fragmentação formativa é clara. É preciso integrar essa formação em currículos articulados e voltados a esse objetivo precípuo. A formação de professores não pode ser pensada a partir das ciências e seus diversos campos disciplinares, como adendo destas áreas, as a partir da função social própria à escolarização. (GATTI, 2010, p. 1375).

Nesse sentido a necessidade de se compreender, que o processo formativo de professores precisa estar fundado na reflexão, na ação, demodo que o trabalho docente possa ser visto como fonte de pesquisa doprofessor, no entanto a formação, os direitos e a valorização dos docentes precisam estar no mesmo nível, para que haja um discernimento das suas atividades.

2.3 Direitos e valorização dos docentes

A valorização dos profissionais da educação é um ponto cada vez mais presente no meio educacional brasileiro. As condições às quais sãosubmetidos os docentes nas distintas redes públicas de ensinono país têm sido elemento de preocupação da sociedade. Entretanto os baixos salários, afalta de expectativa na carreira, à carga de trabalho e problemas de infraestrutura comprometem diretamente a prática docente.

Nesse sentido o século do XX, trouxe mudanças para o contexto educacional, o que era antes um atendimento de pequenas proporções (país predominantemente rural), passou para serviços educacionais em grandes escalas, acompanhando o crescimento da urbanização e do forte avanço econômico, devido à industrialização. Isso representando do ponto de vista quantitativo, um avanço significativo no campo educacional. Porém, nem todas as pessoas tinham acesso à educação básica, e devido á esse avanço foi que se universalizou esse acesso ao ensino, passando a ser obrigatório, o que gerou uma grande demanda de alunos para as escolas. (SAVIANI, 2011).

Seguindo esta análise, Scheibe (2010) apud Oliveira &Feldfeber, (2006), afirmam que:

As pesquisas sobre a profissão de professor revelam exaustivamente uma série de problemas e desafios para a elevação do estatuto socioeconômico da categoria,

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destacando-se, dentre outros aspectos: os baixos salários predominantes; e a deterioração das condições de trabalho, esta decorrente das longas jornadas, de salas superlotadas, do crescimento da indisciplina e da violência na escola, da dificuldade em realizar atualizações de conteúdo e metodológicas, das cobranças de maior desempenho profissional.

Com essa grande procura pelo ensino, gerou acúmulos de funções trazendo a desvalorização dos profissionais docentes do ensino, sendo este um dos maiores problemas da educação na atualidade. Os docentes não estão capacitados parao desafio atual da escola pública, pois o professor ganha pouco, corre riscos principalmente aqueles que trabalham nas periferias violentas das grandes cidades.

Com base na Lei nº 11.738/2008, onde especifica uma jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, sendo que essa jornada deve ser cumprida de modo que, no máximo, 2/3 (dois terços) sejam exercidos em atividades onde há interação com os estudantes. Esta Lei também assegurou o piso salarial nacional, sendo que não se leva em conta gratificações e demais verbas acessórias. (BRASIL, 2008).

Atualmente, aplicando-se esta metodologia, o valor do piso salarial profissional nacional é de R$ 2.455,35. O reajuste é anual e acontece sempre em janeiro, para isso ela também definiu como deve ser o realizado.

Este valor dever ser atualizado anualmente utilizando-se o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano, definido nacionalmente, nos termos da Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007. (Brasil, 2007).

Nesse sentido o trabalho do docente é imprescindível para aqualidade da educação e coopera de forma categórica para o desenvolvimento do país. Para que a atuação do professor possa obedecer à importância do papel social, seu trabalho precisa ser valorizado.

3. METODOLOGIA

A pesquisa se iniciou com uma revisão bibliográfica, através da coleta de dados em artigos científicos pesquisados nos sites Scielo e Google Acadêmico sobre a temática abordada na presente pesquisa.

Num segundo momento realizamos uma consulta junto ao Departamento Municipal de Educação de Jandaia do Sul (DMEJ) para o levantamento de dados

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sobre os docentes da rede pública municipal de ensino, além da solicitação de permissão para a realização das entrevistas nos estabelecimentos de ensino.

Assim, numa terceira etapa entrevistamos (junho/2018) em cada estabelecimento de ensino do município, (5 CMEIs - Centro Municipal de Educação Infantil e 5 Escolas Municipais) de maneira aleatória três a cinco professores computando um total de 43 professores (cerca de 20% do total de professores da rede). Para isso foi utilizada a pesquisa quantitativa, com a aplicação de um questionário semi-estruturado previamente confeccionado (Anexo I). Nesse questionário foram apurados os seguintes aspectos: sexo, faixa etária, vínculo empregatício com o município, qual instituição pública atua, grau ensino, tempo de atuação no ensino público, situação atual de trabalho, carga horária trabalhada e educação continuada.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Um dos questionamentos foi referente à quantidade de professores atuando na rede pública municipal de educação, sendo que município de Jandaia do Sul tem uma equipe de docentes formada por 214 servidores. No mês de junho/2018 foram encontrados os seguintes valores: nos CMEIs atuavam 54 profissionais concursados e 44 estagiários, nas Escolas Municipais trabalhavam 105 professores concursados e 2 estagiários ao passo que no DMEJ atuavam 9 professores concursados.

Esses valores evidenciam que 72,6% dos professores (168 indivíduos) da rede municipal de educação de Jandaia do Sul são concursados, ao passo que 27,4% dos docentes (46 indivíduos) são estagiários. Diante desses dados cabe aqui uma ressalva positiva que se trata da não existência de servidores terceirizados no quadro de professores do município.

Isso é importante dado os problemas advindos com essa prática como a precarização das formas trabalhos. Segundo Bernardo e Semis (2018) a proposta de liberar a contratação de funcionários terceirizados para qualquer tipo de atividade sancionada em 31 de março de 2018 levanta questões delicadas. A Educação é um direito que tem que ser desenvolvido de forma solidária, sendo que no momento em

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que se coloca a concepção de produtividade no centro, se desfaz do âmbito do direito social, humano e de construção coletiva.

Graves problemas podem ser suscitados quando o quadro de professores deixa de ser concursado e passam a ser terceirizados como: pode levar um compromisso do docente com a empresa e não com a escola; favorecer uma descontinuidade do corpo docente (quebras de contratos); ocorrer a desarticulação dos docentes (pouca ação de sindicatos); a diminuição dos salários/fim da Lei do Piso e o fim da carreira de professor concursado.

No que se refere a remuneração dos professores, segundo o DMEJ esses têm seu vencimento básico inicial atrelado ao valor do piso nacional estipulado pelo Ministério da Educação - MEC (valor atual de 2.455,35 R$). Também outra obrigatoriedade imposta pelo MEC é a “Hora Atividade” do professor, sendo essa um momento (33% da sua carga horária) disponível, para preparar os conteúdos/aulas, tirar dúvidas dos alunos, atenderem pais e responsáveis, alunos e outros. Nesse quesito os docentes da rede municipal têm a garantia da hora atividade na sua pratica profissional.

Quanto à distribuição por sexo segundo o DMEJ do total de 214 professores da rede municipal de educação, 95,8% são do sexo feminino (205 professoras), e 4,2% são do sexo masculino (9 professores). Esses valores estão acima da média nacional, que segundo o Censo Escolar de 2017, apontou que 90,7% dos cerca de 1,08 milhões de docentes da educação básica (Pré escola e anos iniciais do Ensino Fundamental) brasileira são do sexo feminino.

No que se refere ao universo de professores entrevistados na pesquisa o mesmo foi composto por 43 pessoas sendo 40 do sexo feminino e 3 do sexo masculino. Esses valores dão um computo de 92,5% do total dos entrevistados como feminino e 7,5 % como masculino, valores próximos dos encontrados no Censo Escolar e na consulta do DMEJ.

Dentre as reflexões científicas esse fenômeno ficou conhecido por feminização docente, que se refere ao processo histórico que levou à supremacia quantitativa das mulheres como professoras no Ensino Infantil.Bruschini e Amado (2013) afirmam que a docência, enquanto carreira feminina agrega elementos da ideologia sobre a domesticidade e a submissão feminina. Também pode ser

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observado até uma resistência social quanto à presença masculina em sala de aula na Educação Básica, tanto por parte da escola, quanto dos próprios discentes (TAVARES et. al, 2017). Nesse sentido, Rabelo e Martins (2006) até chamam o magistério de gueto profissional feminino.

Nessa mesma perspectiva, Rosemberg (1996), salienta a educação infantil como atividade historicamente vinculada ao gênero feminino. Isso se dá, uma vez que o ensino primário era considerado extensão da formação moral e intelectual recebida em casa, admitia-se que a educação das crianças estaria mais bem cuidada nas mãos de uma mulher, a professora. Assim, a socialização das crianças, até por “constituição natural” e como parte das funções maternas, cabia à mulher. Por outro lado, o fato de não ser necessária uma formação técnica/profissional específica desvalorizou o salário e o prestígio dessa ocupação.

No quesito faixa etária foram apurados os seguintes valores nas entrevistas: 2% com menos de 25 anos, 12% de 26 a 35 anos, 53% de 36 a 50 anos e 33% de 51 a 60 anos (Tabela 01).

Tabela 01 – Faixa etária dos professores entrevistados

Faixa etária % % acumulado

até 25 anos 2% 2%

de 26 a 35 anos 12% 14%

de 36 a 50 anos 53% 67%

de 51 a 60 anos 33% 100%

mais de 61 anos 0% 100%

Por esses dados podemos perceber que em sua maioria prevalece à faixa etária de 36 a 50 anos. As Tabelas 02 e 03 apresentam os dados referentes ao número de docentes na pré-escola e do ensino fundamental (séries iniciais) de Jandaia do Sul segundo o censo escolar de 2017.

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Tabela 02 – Número de Docentes da Pré-escola / Jandaia do Sul - 2017 Idadeem anos até 24 25 - 29 30 - 39 40 – 49 50 - 54 55 - 59 aci m a de 60 Total Nº de docentes feminino 4 6 12 12 1 1 1 37 Nº de docentes masculino 2 1 - - - 3 Total 6 7 12 12 1 1 1 40

Tabela 03 – Número de Docentes do Ensino Fundamental / Jandaia do Sul - 2017 Idadeem anos até 24 25 - 29 30 - 39 40 - 49 50 - 54 55 - 59 aci m a de 60 Total Nº de docentes feminino 3 6 28 28 12 10 3 90 Nº de docentes masculino 3 2 6 4 1 - - 16 Total 6 8 34 32 13 10 3 106 Total Geral 12 15 46 44 14 11 4 146

Pelos dados do censo escolar de 2017, nota-se que cerca de 80% dos professores da rede municipal de Jandaia do Sul (117 professores), possuem menos de 50 anos de idade. São valores que evidenciam uma faixa etária de idade não tão alta o que favorece no planejamento e capacitação dos professores com potencialidade de contribuir com uma melhor educação em longo prazo no município.

Quanto ao grau de escolaridade dos professores, o levantamento mostrou que 98% dos entrevistados possuem como último curso realizado a pós-graduação (lato sensu) mais a graduação (licenciatura), ao passo que apenas 2% possui somente o curso de graduação (licenciatura) (Tabela 04).

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Tabela 04 – Formação acadêmica dos professores entrevistados

Licenciatura Plena Licenciatura Plena e Especialização “Lato Sensu” Total

01 42 43

São dados relevantes, que vêm ao encontro da meta 16 do Plano Nacional de Educação que discorre sobre a Formação continuada e pós-graduação de professores. Essa meta almeja formar, em nível de pós-graduação, 50% dos professores da Educação Básica, até o último ano de vigência deste PNE, e garantir a todos os profissionais da Educação Básica formação continuada em sua área de atuação, considerando as necessidades, demandas e contextualizações dos sistemas de ensino.

Quanto à formação continuada, a mesma é ofertada pela prefeitura municipal através do departamento municipal de educação. Nas entrevistas foi mencionado pelos professores a Semana Pedagógica, realizada no início do ano letivo e após o recesso de julho. Nesse levantamento, foi realizado um questionamento a fim de avaliar essa capacitação, sendo que a mesma alcançou as seguintes médias. Dos entrevistados 49% avaliaram como “Bom”, 30% como “Ótimo”, 2% como “Excelente”, 2% como “regular” e 16% não quiseram responder (Tabela 05).

Tabela 05 – Avaliação da capacitação dos professores

Resposta Percentual (%) Excelente 2% Ótimo 30% Bom 49% Regular 2% Não respondeu 16%

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Em linhas gerais se nota uma boa satisfação dos professores com relação às capacitações realizadas pelo DMEJ. Porém, ainda assim é importante procurar aprimorar a qualidade dessas capacitações de forma a sempre buscar dar mais qualificação aos docentes na sua prática cotidiana no ambiente escolar.

Outro item, abordado nas entrevistas, foi com relação a jornada de trabalho, onde notou-se que 53% dos professores não trabalham no contra turno, ao passo que 47% trabalham no contra turno ou em outras funções, para obterem um maior salário. Dos entrevistados, 81% trabalham com a carga horaria semanal de 30 a 40 horas. Ao evidenciar a Constituição Federal de 1988, a qual, estabelece a duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, observa-se que a carga horária é compatível com a legislação.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Abaixo segue os pontos principais detectados na pesquisa:

• 72,6% dos professores da rede municipal de educação são concursados, sendo este um aspecto positivo dado à maior estabilidade profissional, o que possibilita uma maior autonomia dos docentes e planejamento da gestão do município.

• Cerca de 80% dos professores da rede municipal, possuem menos de 50 anos de idade, o que favorece no planejamento e capacitação dos mesmos com potencialidade de contribuir com uma melhor educação a longo prazo.

• 98% dos entrevistados possuem como último curso realizado a pós-graduação (lato sensu) mais a pós-graduação (licenciatura), sendo esse dado importante a melhora na qualidade do ensino aprendizagem executado no cotidiano no município.

• Quanto à formação continuada, nas entrevistas foi realizada a avaliação da mesma, sendo que apenas 18% dos professores não responderam ou consideraram ruim as capacitações ofertadas pelo Departamento de Educação.

Essa pesquisa foi um primeiro diagnóstico realizado sobre os docentes da rede publica municipal de Jandaia do Sul. Vários outros pontos foram despertados durante os levantamentos, sendo os mesmos inquietações a serem trabalhados em

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futuros estudos como: Análise do Plano de Carreira; Análise das licenças e afastamentos médicos, Análise sobre a freqüência e qualidade das capacitações profissionais, Análise das metas do Plano Nacional de Educação envolvendo os docentes e outros estudos correlatos a temática abordada.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Sinopse Estatística da Educação Básica 2017. Brasília: Inep, 2018. Disponível em http://inep.gov.br/sinopses-estatisticas-da-educacao-basica. Acesso em 13/07/2018. KARAM, Francisco José Castilhos. Retórica, Grécia e Roma Antigas: vestígios da futura linguagem jornalística. ALCEU. V. 10, n. 19. 2009.

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VIEIRA, A. M. D. P.; GOMIDE, A. G. V. História da formação de professores no Brasil: o Primado das influências externas. Paraná: EDUCERE, 2008.

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ANEXO

Questionário da Pesquisa Anônimo

Favor marcar com um X somente em uma única resposta que melhor se apresente para você.

1- Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino 2- Qual a sua faixa etária?

( ) Até de 25 anos ( ) De 25 a 35 anos ( ) De 35 a 50 anos ( ) De 50 a 60 anos ( ) Mais de 60 anos

3- Você trabalha em qual instituição pública?

( ) Educação Infantil (CMEI) ( ) Ensino Fundamental (séries iniciais) 4- Qual é seu vínculo empregatício?

( ) Estagiário ( ) Celetista ( ) Estatutário ( ) Contratado 5- Qual o último curso que você concluiu?

( ) Magistério ( ) Graduação ( ) Pós-graduação ( ) Mestrado

6- Tempo em que você está trabalhando em estabelecimento de ensino público: ( ) Até 1 ano ( ) mais de 1 a 5 anos ( ) mais de 5 a 10 anos

( ) mais de 10 a 20 anos ( ) mais de 20 a 30 anos ( ) mais de 30 anos 7- Você trabalha no contra turno? ( ) Sim ( ) Não

8- Se sim, na resposta anterior justifique-o?

( ) Salário ( ) Exercer outra função Outros_______________________________ 9- Você tem mais de um emprego? ( ) Sim ( ) Não

10- Se sim, na resposta anterior justifique-o?

( ) Salário ( ) Satisfação pessoal Outros_________________________________ 11- Você já participou de algum curso de educação continuada? Qual?

(18)

12- Se sim á pergunta anterior avalie.

( ) Excelente ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim 13- Qual a sua carga horária semanal de trabalho?

Referências

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