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Vista do Utilização do Youtube por aluno do ensino médio. Quando a aprendizagem formal desafia aos organizadores da aprendizagem formal

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Academic year: 2021

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Utilização do Youtube por aluno do ensino médio:

quando a aprendizagem formal desafia aos

organizadores da aprendizagem formal

Rafael Alessandre Vaz Bolsista do PIBIC-EM/CNPq-CAPES Maria Cristina Marcelino Bento Professora Doutora. Membro dos grupos de Pesquisa: GPTEd - Grupo de Pesquisa em Tecnologias Educacionais – PUC/SP; LAPED - Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa em Design, Tecnologia e Educação - Centro Universitário Teresa D`Ávila, e do Grupo de Pesquisa Qualidade, Meio Ambiente, Modelagem e Otimização de Processos, Biocombustíveis, Inovação no Ensino de Engenharia, da Universidade de São Paulo.

Resumo

O presente relatório apresenta parte da pesquisa que tem como objetivo averiguar o que leva um jovem que frequenta a escola de ensino médio a criar um canal no Youtube. Considerando que a criação de conta neste canal por jovens cresce diariamente, justifica-se compreender como e porque os jovens buscam esta atividade. A pesquisa está organizada por meio do estudo de caso. Desta forma a coleta de dados se dará por meio de material do canal do YOUTUBE de um jovem da escola de ensino médio e relato do mesmo. Tem-se que os resultados sejam desafiantes aos docentes das escolas de ensino médio que, ainda, não buscaram inovar os recursos e metodologias de suas aulas. Conclui-se que a educação informal por meio do uso das tecnologias digitais empodera os jovens também na produção de cultura e ciência.

Palavras chave

Aprendizagem formal; Aprendizagem informal; Ensino Médio; Formação Docente; Youtube.

Abstract

This report has part of the research that has as final objective what it takes to be a high school to create a channel on Youtube. In order for the creation of a company to become a daily channel, justify how and why young people seek this activity. A survey is organized through the case study. In this way, a data collection through the material of the YOUTUBE channel of a young man of the high school and report of the same. You have to make the desired results in high schools that still do not seek to innovate the resources and methodologies of your classes. It concludes that informal education for the means of using digital technologies empowers young people, too, in the production of culture and science.

Key words

Formal Learning; Informal Learning; High School; Teacher Training; You tube.

1. Introdução

Este início do século XXI, marcado pelo avanço das tecnologias digitais, favorece o multiuso de recursos pedagógicos ao processo ensino e aprendizagem. O multiuso desses recursos implica na metamorfose das práticas pedagógicas, afinal, não se deve inserir um novo recurso sem compreender como utilizá-lo, como este recurso poderá auxiliar a aprendizagem da turma. Considera-se que os jovens são usuários das tecnologias digitais.

Na medida em que os jovens se empoderam do uso dessas mídias pode-se afirmar que a educação não formal se amplia, refletindo na educação formal de alguma forma.

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O uso de tecnologias no Ensino Médio está explícito na Resoluç ão Nº 2, de 30 de Janeiro 2012, que define as Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio no Brasil, da seguinte forma, no artigo 5º, §3º:

A tecnologia é conceituada como a transformação da ciência em força produtiva ou mediação do conhecimento científico e a produção, marcada, desde sua origem, pelas relações sociais que a levaram a ser produzida.

No mesmo documento, em seu artigo 16, inciso VIII, encontramos que o Projeto Político Pedagógico da Escola deverá proporcionar a utilizaç ão de diferentes mídias como processo de dinamização dos ambientes de aprendizagem e construção de novos saberes.

Estas indicações apresentadas na resolução acima citada impulsionam a necessidade de modificação ou inovação nas práticas pedagógicas do ensino médio. A utilização de diferentes mídias e diferentes ambientes virtuais exigem do docente o saber fazer a aula de forma híbrida, evitando a educação bancária online.

Marson e Santos (2008) fundamentadas em Pretto e Pinto (2006), Porto (2006) e Barreto et a.l (2006), se refere à formação contínua de professores e à introdução de ferramentas tecnológicas na atividade educativa, destacam que projetos como o ACOT1 (Sandholdz et al, 1997) e o ENLACES2 (ACESSO, 2002)1 evidenciam os ganhos positivos gerados para a aprendizagem com a incorporação dos computadores às práticas pedagógicas.

Barbosa (2016) apresenta na introdução do exemplar - Pesquisa Sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nos Equipamentos Culturais Brasileiros - TIC/2016 que:

As TIC estão sendo incorporadas nas práticas culturais dos cidadãos e na forma de atuação de bibliotecas, museus, teatros, etc., gerando mudanças profundas na maneira como criamos e fruímos conteúdos culturais. Nesse sentido, medir a produç ão e o consumo de bens culturais mediados pelas TIC é de alta relevância para as políticas públicas e para os atores que operam no campo da cultura. (BARBOSA, 2016, p.21)

A citação acima nos remete à ideia do alargamento da sala de aula por meio do uso de tecnologias digitais, o que pode ser chamado de ensino híbrido. Mattar (2017) entende que o ensino hibrido é a mistura do ensino presencial com o online.

A mesma pesquisa publicada em 2017, intitulada TIC - educação e desenvolvimento social na américa Latina e no Caribe, destaca o uso das TIC:

O aumento contínuo da disponibilidade, acesso e uso das tecnologias digitais teve um grande impacto em nossa organização social, no

1Segundo as autoras estes projetos se definem: O projeto ACOT (Apple Classrooms of Tomorrow) foi pioneiro na introdução da informática em escolas Americanas. O projeto destaca o trabalho colaborativo realizado entre professor e aluno e a necessidade do aperfeiçoamento profissional na escola; e o O Enlaces-Brasil é um programa de desenvolvimento profissional destinado a professores e alunos do Ensino Fundamental e Médio que tem como objetivo criar a apoiar comunidades colaborativas que integram ambientes virtuais de aprendizagem e que propiciem a construção do conhecimento.

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303 modo como as pessoas se comunicam, aprendem, trabalham e se divertem, alterando a maneira como as economias produzem bens e serviços, e estimulando a cultura virtual e a geração de redes de comunicação horizontais. Assim, as tecnologias de informação e comunicação (TIC) passaram de ser ferramentas a serviço da educação, do trabalho e de outras áreas, para criar um contexto de “cultura digital”. (2017, p.3)

Portanto, nesta pesquisa destacamos o uso YouTube como mídia digital na escola, desta forma, a indagação que norteia a pesquisa é: por que o jovem cria canal no YOUTUBE? Mediante os seguintes objetivos: averiguar o que leva o jovem que frequenta a escola de ensino médio a criar um canal no Youtube e suas produções; conhecer a opinião de docentes do ensino médio sobre o uso do Youtube como recurso didático.

As justificativas desta pesquisa se dão mediante a caracterização das Diretrizes Curriculares para o ensino Médio, bem como as habilidades a serem desenvolvidas na era digital propostas na Conference Board of Canada: habilidades de comunicação; capacidade de aprender de forma independente; ética e responsabilidade; trabalho em equipe e flexibilidade; habilidade de pensamento; competências digitais e gestão do conhecimento. (BATES, 2016)

2. Referencial teórico

A era digital exige que o docente compreenda a necessidade da ampliação da sala de aula, bem como o perfil do aluno deste início do século XXI. O aprendiz da era digital ou era do conhecimento precisa desenvolver as habilidades destacadas pela Conference Board of Canada e destacadas por Bates (2016): habilidades de comunicação; capacidade de aprender de forma independente; ética e responsabilidade; trabalho em equipe e flexibilidade; habilidade de pensamento; competências digitais e gestão do conhecimento.

O desenvolvimento destas habilidades, citadas no parágrafo anterior, impulsionam para a inovação das práticas pedagógicas e o alargamento da sala de aula e dos recursos educacionais.

A ampliação da sala de aula pode ser compreendida pela cibercultura, que segundo Lévy (1999) é: conjunto de técnicas, de práticas, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço — o espaço da comunicação dilatado pelos computadores interconectados via internet.

Outra forma de redesenhar a ampliação da sala de aula pode ser pelo uso do Blended learning ou aprendizagem híbrida, que é sinônimo de educação semipresencial, que pode ter pelo menos dois sentidos distintos - seria a chamada educação online – uma mistura do momento presencial e a distância. (MATTAR, 2017).

Refletindo sobre a educação online, entende-se que esta educação acontece, também, por meio da educação informal. Libâneo (2006), classifica que esta educação acontece em ambientes em que ocorrem os processos de aquisição de saberes e modos de ação de modo não intencional e não institucionalizado.

Capta-se que podemos aprender de diversas formas, por ambientes distintos e com a evolução da internet é possível aprender por ambientes virtuais, ultrapassando as fronteiras, antes limitadas aos livros e mestres da escola formal.

Sobre o exposto acima Silva e Lima (2017, p.51) fundamentadas em Pretto (2010) assinalaram que:

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Pensar a educação na contemporaneidade demanda compreender práticas educativas em inter-relação com o contexto sociocultural atual. Há mudanças em curso nas formas de se relacionar, comunicar e conhecer, propiciadas pelo avanço e pela diversificação das tecnologias digitais e que promovem práticas socioculturais que transcendem tempo e espaço, refletindo diretamente na maneira como o conhecimento é produzido, dissipado e adquirido (PRETTO, 2010)

Desta forma, as autoras compreendem a necessidade em rever a formação docente para superar este desafio – inserir o uso de recursos digitais as práticas pedagógicas

As mesmas autoras propõem também que:

O entrelaçamento entre o uso das tecnologias digitais e a cognição é uma discussão importante quando pensamos em processos escolares. Compreendemos que o processo de ensino-aprendizagem, sob a perspectiva vigotskiana, pressupõe as tecnologias digitais enquanto instrumentos psicológicos, com capacidade mediadora na promoção de processos inter e intramentais promotores de desenvolvimento cognitivo. (2017, p.52)

Ainda em Silva e Lima:

Os estudantes assumem protagonismo no seu processo de aprender quando controlam suas estratégias de aprendizagem e conseguem gerir o conteúdo de ensino de acordo com as suas necessidades subjetivas e com o seu ritmo de apropriação das informações que recebem. Na cultura participativa, viabilizada pelas tecnologias digitais, os adolescentes já controlam o conteúdo a ser aprendido, se pronunciam e agem sobre ele, defrontando o seu desenvolvimento real e indo em direção ao seu desenvolvimento proximal (Vigotski, 1998). Resta à escola incorporar essa forma de construir conhecimentos em seus processos de formação e, assim como acontece na cultura digital, romper com suas limitaç ões de espaços e tempos para o aprender. (SILVA e LIMA, 2017, p.57)

Desta forma, entende-se que o professor deve saber lidar com estas mudanças, gerando inovação na sala de aula, favorecendo o processo ensino –aprendizagem permeado pelas reflexões sobre o material gerado pelas mídias digitais, podendo ter sido preparado pelo aluno. Depreende-se, também, que os alunos, que estão conectados, estão rompendo com as limitações de espaço e tempo para aprender, pois tornam-se o personagem principal do processo de aprendizagem.

Entende-se que os alunos conseguem adaptar-se mais rapidamente às diferentes semioses do mundo digital. Talvez essa dificuldade nos docentes decorra de entender a relevância das redes sociais no rompimento espaço-tempo fora da rede. Parece que para um aluno de ensino médio produtor de conteúdo para Youtube a rede social é encarada como algo sério e de impacto, enquanto que para muitos docentes é um passatempo e uma futilidade. Então, a formação continuada de professores poderia se voltar um pouco para discutir multissemioses e então ações efetivas de letramento digital, contextualizado, local, representativo.

Destaca-se ainda a Lei no 13.006/2014 que torna obrigatório a exibição de filmes nacionais em escolas, o que poderá vir a ser um estimulo aos docentes e discentes no

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desenvolvimento de projetos interdisciplinares aos alunos, no caso desta pesquisa aos alunos do ensino médio. Desta forma entendemos como Silva e Lima (2017, p.55) Que a ação dos adolescentes sobre o conhecimento se relaciona com os pressupostos da cogniç ão distribuída (Salomon, 2001). Os saberes que circulam se transformam por meio de ações colaborativas entre os indivíduos, os quais por sua vez alteram o saber inicial em coordenação com as tecnologias digitais.

3. Metodologia

Mediante o problema e objetivos de pesquisa adotou-se a pesquisa-ação. Baldissera (2001, p.6) afirma que:

Uma pesquisa pode ser qualificada de pesquisa-ação quando houver realmente uma ação por parte das pessoas implicadas no processo investigativo, visto partir de um projeto de ação social ou dissolução de problemas coletivos e estar centrada no agir participativo e na ideologia de ação coletiva.

Thiollent (1985) deve haver uma direta interação entre os pesquisadores e envolvidos na pesquisa. Este tipo de pesquisa tem a intenção de aumentar o conhecimento dos pesquisadores e o conhecimento ou nível de consciência das pessoas participantes. Deve-se estudar o resultado da ação. A ideia cíclica da pesquisa-ação e seu reflexo de ganhos para uma comunidade específica reforçam a minha visão de necessidade de letramento digital situado.

Tripp (2005), destaca que esta metodologia auxilia no aprimoramento da prática docente pela oscilação sistemática entre agir no campo da prática e investigar a respeito dela. Planeja-se, implementa-Planeja-se, descreve-se e avalia-se uma mudança para a melhora de sua prática, aprendendo mais, no correr do processo, tanto a respeito da prática quanto da própria investigação. A pesquisa-ação foi desenvolvida a partir de quatro ações: planejar, agir, observar e refletir.

O planejamento da pesquisa deu-se mediante o levantamento bibliográfico sobre o uso das Tecnologias Informação e Comunicação Digitais no ensino médio, assim, pontuou-se a necessidade em verificar o uso do YouTube no ensino médio. O agir correspondeu ao preparo do instrumento de coleta de dados, a ida a campo para descoberta do processo. Observou-se os dados coletados mediante a análise dos mesmos, para o momento de reflexão e apresentação de propostas.

Participaram desta pesquisa 1 aluno do Ensino Médio que possui canal no YOUTUBE – e participa de rodas de Rap e Saraus na cidade em que reside, e seis professores do aluno, sujeito da pesquisa.

O critério de inclusão e exclusão dos sujeitos ficou estabelecido da seguinte forma: discente deve ter canal no YouTube e para os docentes estes deverão estar ministrando pelo menos uma disciplina no ensino médio e não estar em licença do trabalho por qualquer razão. O local de pesquisa está situado em um município do interior do Estado de São Paulo que oferta o ensino fundamental e médio, em escola pública.

Os dados foram coletados por meio de dois questionários preparados pelo pesquisador, um destinado ao aluno e outro aos professores, como proposto por Vieira (2009), com questões abertas e fechadas. O Canal do YouTube do aluno foi observado de modo a solucionar a problemática da pesquisa e objetivos propostos. A análise dos dados foi realizada de forma qualitativa e quantitativa.

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4. Resultados e discussões

4.1 Olhar discente – questionário

Solicitou-se ao sujeito que descrevesse os fatores que levaram-no a criar o canal no YouTube. Obteve-se como resposta: “diferenciação para o ensino escolar e aprendizagem, necessidade em mudar a forma de passar o conteúdo”.

O sujeito afirmou que embora o conteúdo do canal seja referente ao ensino médio, “todas as pessoas que tenham interesse em aprender com poesias devem assistir às produções do canal.

Esta resposta nos remete ao já citado por Pretto (2010) sobre refletir as práticas educativas mediante o contexto sociocultural, neste contexto há mudanças que interferem nas diferentes formas de relacionamento, comunicação mediante o advento das tecnologias da informação e comunicação, destacamos as tecnologias da informação móveis e sem fio.

Outra questão proposta ao sujeito tinha como objetivo verificar se os docentes deste aproveitam o conteúdo produzido nas aulas com a turma. Somente um professor se interessou pelo canal, afirmando que isso tornaria o aprendizado da turma mais simples. Esta afirmativa aconteceu quando o sujeito explicou os objetivos da pesquisa e conta sobre o seu canal na rede social.

Perguntou-se ao sujeito se na sua turma da escola há outros alunos que possuem canal no YouTube, a resposta foi afirmativa e destacou que há outros dois alunos.

Como a resposta foi afirmativa, solicitou-se o nome do canal – MOB e Maloka. A última questão era aberta, permitindo ao sujeito registrar outras observações necessárias, obteve-se como resposta: todas as publicações são direcionadas ao mesmo tema - aprendizagem com poesias e rap.

4.2 Canal do YouTube

O canal do sujeito foi criado em fevereiro de 2018, possui 3 produções: primeiro vídeo apresenta biografia e legado de Mandela; o segundo faz provocações sobre ser e estar jovem, o terceiro e último (consideramos o último tendo em vista o fechamento deste relatório) apresenta a produção de um grafiteiro, nascido em São Bernardo do Campo.

4.3 Olhar dos Docentes

Todos os sujeitos (seis) que participaram desta pesquisa afirmaram conhecer e utilizam o Youtube. Estes somente um deles possui canal na rede social.

A terceira questão do questionário solicitava ao sujeito responder como utiliza o YouTube, 2 sujeitos afirmaram utilizar para preparar aula, 1 para preparar aula e para estudar em EAD, 1 afirmou para pesquisar, 1 registrou para fins diversos preparar de aula e entretenimento e o professor de arte destacou que ajuda os alunos na produção de vídeos.

Marson e Santos (2008) fundamentadas em: Pretto e Pinto (2006), Porto (2006) e Barreto et al (2006) destacam a necessidade da formação continuada de professores para o uso das tecnologias da informação e comunicação móvel e sem fio.

Na próxima pergunta os professores deveriam responder se utilizam Youtube como recurso pedagógico. Dois professores utilizam para preparar a aula, um deles destaca que ele escolhe o conteúdo, outros três afirmaram que orientam para que os alunos possam assistir

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vídeos aulas para introduzir, finalizar ou tirar dúvidas sobre conteúdo da aula. O professor de artes registrou que ensina produção e animação.

Moran (2007) e Valente (2005) concordam que as tecnologias da informação e comunicação são instrumentos capazes de conectar os espaços da sala de aula ao mundo exterior, possibilitam o acesso à informação e flexibilizar ao processo ensino-aprendizagem, permitindo que o educando crie suas próprias redes de conhecimento.

A intenção pretendida com a questão seguinte era verificar como os professores percebem que seus alunos a utilizam o Youtube, cinco professores registraram que os jovens utilizam a rede social, acima citada, para entretenimento, destes cinco, 3 destacaram, também que poucos alunos utilizam a para os estudos, o professor de arte registrou para mostrar talentos.

Sobre este dado encontramos em Silva e Lima (2017) que os adolescentes estão gerindo o conteúdo escolar mediante seus conhecimentos, ritmos de aprendizagem e apropriação destes.

A penúltima pergunta foi sobre a criação de vídeos, edição e postagem no canal do YouTube pelo professor, com exceção do professor de arte os demais não sabem como realizar a ação.

A última questão era para saber se o docente pretende receber orientação para desenvolver as habilidades de criação de vídeos, edição e postagem no canal do Youtube, todos os docentes afirmaram que querem, as justificativas foram registradas assim: “necessidade de aprimoramento”; é bom aprender em como melhorar a aula”; atualizar para buscar a melhoria no desempenho com os alunos”; “e preciso aprender a utilizar essa mídia importante”; muitos alunos são youtuber, tornam-se famosos, precisamos aproveitar esta oportunidade para melhorar a sala de aula.

Ainda sobre este dado, Carvalho e Ivanoff (2010) destacam na obra intitulada Tecnologias que Educam – ensinar e aprender com as tecnologias da informação e comunicação - como utilizar bases de dados de informação propondo, também, quatro passos para uso do YouTube. Destacamos também, as orientações para a produção de vídeos-aulas organizadas por Patrícia Rodrigues – 10 formas de preparar os professores para a vídeoaulas, apresentada por Mattar (2017, p.35).

As análises dos dados coletados, nesta pesquisa, vão ao encontro do exposto por Libâneo (2006), quando afirma educação informal acontece em ambientes em que ocorrem os processos de aquisição de saberes e modos de ação de modo não intencional e não institucionalizado. Estamos considerando que os jovens ao se reunirem para produziram seus vídeos, aqui no caso, canal do sujeito e os outros dois canais do Youtube que participa, promovem a educação informal. O que poderá desafiar as atividades de sala de aula quando não forem contextualizadas mediante a realidade do aluno do ensino médio.

Ainda sobre as análises dos dados coletados e o suo do Youtube destacamos a afirmativa de Schonnenger, Fradique e Assmann (2016, p.198) A imagem como veículo informativo, apresenta uma estruturação complexa, que vai além dos elementos evidenciados objetivamente, o que acaba por torná-la um meio com forte caráter influente e persuasivo. Desta forma, o preparo docente para o desenvolvimento de práticas pedagógicas com o Youtube precisa ser para além de aprender a manusear aplicativos para a preparação de vídeos, mas ser mediador à leitura crítica e à produção de vídeos, ou como destacado por Schonnenger, Fradique e Assmann (2016, p.198) Schonnenger, Fradique e Assmann (2016, p.198) a necessidade de que os docentes, nos ambientes educacionais, busquem adequar-se a geração tecnológica vigente, procurando relacionar a linguagem verbal com a imagética, fortalecendo a aprendizagem e preparando o discente para a comunicação com o mundo.

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Considerações finais

Por meio da análise deste estudo verificou-se que um jovem que frequenta a escola de ensino médio tem a possibilidade de criar canal no Youtube de modo a propagar o conteúdo escolar de outra forma, bem como por saber utilizar a ferramenta para divulgar o rap e a poesia como meio para a propagação cultural. Esclarece se que o jovem, sujeito de pesquisa, possui computador com acesso a internet.

Os docentes que participaram desta pesquisa entendem que os alunos utilizam a rede social para diferentes fins e sentem a necessidade em aprender mais sobre como utilizá-la.

A metodologia de pesquisa adotada para este estudo auxiliou na compreensão da prática docente e discente sobre o uso do Youtube, na medida em que se organiza, desenvolve e analisa cada uma das etapas ficou fácil compreender como acontece o uso do Youtube, a partir das análises dos dados coletados sugere-se ampliar a pesquisa em outras escolas de ensino médio.

Tem-se ainda como sugestão verificar se há youtubers que frequentam escolas de ensino fundamental e sua relação com as metodologias de aula.

Sugere-se ainda que as produções do sujeito devem ser analisadas à luz da multimodalidade verificando o diálogo que o sujeito, desta pesquisa, está propondo com os usuários do canal. Bem como, ser utilizadas como recurso pedagógico com alunos do ensino médio e verificar os resultados desta ação.

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