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Análise Sensorial e Nutricional de Bolos Elaborados Através do Aproveitamento Alternativo do Albedo de Maracujá do Mato Passiflora Cincinatta.

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Academic year: 2021

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ANÁLISE SENSORIAL E NUTRICIONAL DE BOLOS ELABORADOS

ATRAVÉS DO APROVEITAMENTO ALTERNATIVO DO ALBEDO DE

MARACUJÁ DO MATO Passiflora cincinatta.

Fagner Ferreira da Costa ; Gracy Souza Manchesky; Jaime Paiva Lopes Aguiar Dra. Francisca das Chagas do Amaral SOUZA

Bolsista PAIC/ FAPEAM,- Bolsista PIBIC/CNPq, Pesquisador/CSAS/INPA.-Orientador INPA/CPCS

1.Introdução

O maracujá é originário da América Tropical existem, no Brasil, mais de 150 espécies nativas de maracujá, sendo que nem todas produzem frutos comestíveis e aproveitáveis e apenas um pequeno número consegue ocupar espaço nos grandes mercados fruteiros nacionais e internacionais. As mais conhecidas comercialmente são o maracujá-amarelo e o maracujá-roxo (Cançado Júnior et al., 2000). Nos últimos anos, iniciou-se o cultivo, em pequena escala, de Passiflora alata Curtis, bastante aromático, para fins alimentar, medicinal e ornamental. O maracujá-suspiro, comercializado na região Norte do Brasil, é uma planta bastante vigorosa e produtiva com frutos de sabor agradável, apresentando resistência à morte prematura, a antracnose, mas e susceptível a Cladosporiose (Oliveira et al., 1994, Oliveira & Ruggiero, 1998). Também podendo ser encontrado em alguns locais do estado de Mato grosso, Goiás e Tocantins. A casca do maracujá é rica em pectina, niacina, ferro, cálcio, e fósforo. Em humanos, a niacina atua no crescimento e na produção de hormônios, assim como previne problemas gastrointestinais. Os minerais atuam na prevenção da anemia, no crescimento e fortalecimento dos ossos e na formação celular (Gomes, 1968). A farinha da casca de maracujá amarela é rica em pectina, uma fração de fibra solúvel que têm a capacidade de reter água formando géis viscosos que retardam o esvaziamento gástrico e o trânsito intestinal (Galisteo et al., 2008). Estudos epidemiológicos mostraram que dietas ricas em fibra dietética estão associadas com um risco reduzido de Diabetes e doenças cardiovasculares (Liu et al., 2000).No que se refere aos hábitos alimentares, a baixa ingestão de fibras,vitaminas e minerais é uma constante na população brasileira em função do baixo consumo de vegetais frescos. Muitas propriedades funcionais da casca do maracujá têm sido estudadas nos últimos anos, principalmente, àquelas relacionadas com o teor e tipo de fibras presentes. A casca de maracujá, que representa 52% da composição mássica da fruta, não pode mais ser considerada como resíduo, uma vez que suas características e propriedades funcionais podem ser utilizadas para o desenvolvimento de novos produtos. (Cordova, 2005). Visando diminuir o problema da destinação imprópria para os resíduos do processamento do maracujá, a ampliação e aplicação tecnológica das características benéficas presentes na casca do maracujá, este trabalho teve por objetivo a utilização da farinha de casca de maracujá na elaboração de bolos, avaliando sua composição centesimal e aceitação junto aos consumidores.

2.Material e métodos

Os frutos de Maracujá do mato (Passiflora sp.) foram adquiridos na feira da Manaus Moderna na cidade de Manaus, AM, e levados para o Laboratório de Nutrição (LAN) onde foram higienizados com água e hipoclorito a 2%, em seguida foram descascados com subseqüente secagem das cascas em estufa de circulação de ar (modelo Q314, Quimis) a 60°C até peso constante. As cascas secas foram posteriormente trituradas em liquidificador de facas duplas (Pic-Liq, Arno) e uniformizadas em peneiras tyler 20 (0,85 mm), obtendo-se finalmente a farinha da casca. Os resíduos foram acondicionados em bandejas tipo inox e levados para secagem em estufa a 105°C até peso constante objetivando a determinação do teor de umidade. As avaliações químicas, físico-químicas da farinha foram realizadas em triplicata. Em relação aos seguintes parâmetros físico-químicos: acidez, pH, lipídeos, proteína, iodo, cinza, , fibras e umidade foram determinados de acordo a metodologia preconizada pela A.O.A.C (1995; 1998), ASP et al.(1983) e IAL ( 2005; 2008) A análise estatística dos dados consistirá na realização de analises de variância (ANOVA) (p<0,05). Os tratamentos que apresentarem diferenças significativas tiveram suas médias comparadas pelo o teste de Tukey (p<0,05). Quanto aos bolos, foram elaborados com concentrações crescentes de 5%, 10%, 15% e 20% de casca. O preparo das formulações foi realizado da seguinte forma: primeiro o açúcar e a margarina foram batidos por 10 minutos em batedeira planetária (modelo BPA, Arno), até obter um creme com apenas uma fase. Depois foram adicionados ovos que foram batidos por mais 5 minutos. Em seguida, a farinha, o fermento e as diferentes concentrações da casca foram adicionados aos poucos ao creme, alternando com o leite, sendo misturados por mais 6 minutos em velocidade baixa. A massa então foi despejada em formas retangulares untadas previamente com margarina e farinha de trigo e assada em forno elétrico (modelo Diplomata 09.01.09, Fischer) a 180°C. Após 20 minutos, o bolo foi desenformado e partido em porções individuais. A farinha foi adicionada nas diferentes concentrações em base de farinha de trigo. Posteriormente, os bolos foram avaliados sensorialmente de acordo com a metodologia prevista por Monteiro (1984).

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3.Resultados e Discussão

A análise do teor de umidade da farinha do maracujá do mato foi em média de 3,19%, ficando abaixo da média encontrada por Felipe (2006), em pós de resíduo de caju, goiaba e maracujá (3,33 a 10,23 %). Quanto ao valor médio de acidez titulável, obteve-se 36,25%. Em relação ao pH, o valor encontrado foi de 5,29. O teor de lipídios encontrado pode ser considerado de baixa concentração na farinha da casca do maracujá do mato (0,56%), semelhante ao encontrado no maracujá amarelo (0,75%). Em relação ao teor de cinzas, a farinha apresentou um valor de 4,38%, inferior ao encontrado por Ishimoto et al (2007) em estudos com a farinha do maracujá-amarelo (7,35%), sendo um indicativo de boa fonte de minerais. O teor de proteínas foi de 5,6%, resultado superior ao encontrado por Uchoa et al (2008) em estudos utilizando outros pós-alimentícios (0,96 a 1,16%). Quanto ao teor de fibra totais, foi encontrado um valor de 78,79%, sendo 62% de fibra insolúvel e 7,29% da fibra solúvel. O bolo elaborado com concentração de 10,15 e 20% apresentou os seguintes valores de umidade, respectivamente (28,31±1,54; 30,40±1,16; 37,35±1,81) sendo a diferença entre 10% e 20%, 15 e 20% significativa. Em relação ao teor de cinzas os valores encontrados foram (1,47±0.04; 1,39±0.02; 1,34±0,02), para proteína foram de (5,94±0,94; 6,07±0,53; 4,91±0,15) sendo a diferença entre 15, 10 e 20% significativa. Com relação ao teor de lipídio os valores encontrados foram de (10,94± 0,13; 9,67± 0,24;9,33± 0,11) a diferença foi significativa entre 10% e as demais concentrações. A Tabela 1 fornece todos os parâmetros físico-químicos da farinha e do bolo.

Determinações

FCM

Bolo 10%

Bolo 15%

Bolo 20%

Umidade

3,20%

28,31%

30,40%

37,35%

Cinzas

4,38

1.47%

1.39%

1.34%

Lipídio

0,56%

10,94%

9,67%

9,33%

Proteína

5,66%

5.94%

6,07%

4,91%

Acidez

36,25%

----

---

----pH

5,29

----

----

As amostras não apresentaram diferença significativa em relação à aparência. Já em relação aos itens textura e aspecto geral a diferença não foi significativa, no entanto quando verificamos a intenção de compra a amostra com 20% apresentou diferença significativa quando comparada as demais concentrações.

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Figura 1- Avaliação da aparência dos bolos enriquecidos com farinha de maracujá do mato nas concentrações de 10, 15 e 20%

Figura 2- Avaliação da textura dos bolos enriquecidos com farinha de maracujá do mato nas concentrações de 10, 15 e 20%

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Figura 3- Avaliação do aspecto geral dos bolos enriquecidos com farinha de maracujá do mato nas concentrações de 10, 15 e 20%

Figura 4- Avaliação da intenção de compra dos bolos enriquecidos com farinha de maracujá do mato nas concentrações de 10, 15 e 20%

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4.Conclusão

Mediante os parâmetros analisados podemos concluir que a farinha de maracujá do mato é uma boa fonte proteínas e minerais com baixo teor de lipídios e umidade. De acordo com as características físico-químicas, a farinha de maracujá do mato encontra-se com seu teor de pH e acidez dentro dos limites estabelecidos para não proliferação de microrganismo esporulados Clostridium botulinum. Estes resultados nos levam a acreditar que a amostra com 20% apresentou melhor aceitação e intenção de compra entre os provadores. O maracujá do mato mostrou-se como um fruto viável para o processo e obtenção da farinha, visando o enriquecimento dos alimentos ou a substituição parcial da farinha de trigo, tal qual foi realizado neste projeto de pesquisa.

5.Referências Bibliográficas

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AOAC. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official Methods of Analysis of the Association of Official Analytical Chemists.17th ed. Maryland, A.O.A.C., 1998. 2 v.

Asp, N.G.; Johansson, C.G.; Hallmer, H; Siljestrom, M. 1983. Rapid enzymatic assay of insoluble and soluble dietary fber. J. Agric. Food. Chem., 31(3): 476-482.

Cançado Júnior, F.L.; Estanilau, M.L.L.; Paiva, B.M. de Aspectos econômicos da cultura do maracujá. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v.21, n.206, p.10-17, 2000.

Córdova, K.R.V. et al. Características físico-químicas da casca do maracujá amarelo (Passiflora edulis flavicarpa Degener) obtida por secagem. B. CEPPA, Maringá, v.23, n.2, p.221-230, 2005.

Felipe E. M. F. Caracterização físico-química de Pós Alimentícios Obtidos de Resíduos de Frutas Tropicais. [Dissertação] Fortaleza: Universidade Federal do Ceará. 93p. 2006

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Gomes, C. Aproveitamento da casca do maracujá para fabricação de doces. O Agronômico. São Paulo. Ciência e Cultura, v. 20, n. 2, 1968. 43 p.

Ishimoto, F. Y. et al. Aproveitamento Alternativo da Casca do Maracujá – Amarelo (Passiflora edulis f. var. flavicarpa Deg.) para Produção de Biscoitos. Revista Ciências Exatas e Naturais, v.9,n.2, 2007.

IAL- LUTZ, Normas Analítica do Instituto Adolfo. 4 ed. SP: Imesp, 2008, v.1, 533p.

Liu, S.; Manson, J.E.; Stampfer, M.J.; Rexrode, K.M.; Hu, F.B.; Rimm, E.B.;Willet, W.C. Whole grain consumption and risk of ischemic stroke in women:a prospective study. JAMA 284. 2000, 1534-1540p. Monteiro, C.L.B. 1984. Técnicas de avaliação sensorial. 2 ed Curitiba – PR, CEPPA. 101pp

Oliveira, J.C. De.; Nakamura,K.; Mauro, A.O.; Centurion, M.A.P. da C. Aspectos gerais do Melhoramento do Maracujazeiro. In: São José, A.R.; Maracujá - Produção e Mercado. Vitória da Conquista: DFZ, UESB, 1994. p.27-37.

Oliveira, J. C.; Ruggiero, C. Aspectos sobre o melhoramento do maracujá amarelo. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE A CULTURA DO MARACUJAZEIRO, 5., 1998,Jaboticabal. Anais. Jaboticabal: FUNEP, 1998. p. 291-310.

UCHOA, A.M A, et al. Parâmetros Físico-Químicos, Teor de Fibra Bruta e Alimentar de Pós Alimentícios Obtidos de Resíduos de Frutas Tropicais. Segurança alimentar e nutricional de Campinas. 2008.

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