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O NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS NO ESTADO DA BAHIA

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O NÚCLEO DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE

CIÊNCIAS NO ESTADO DA BAHIA

Jeruza Maria Novaes Souza (UESB/BA) Daisi Teresinha Chapani (UESB/BA) Resumo

Desde o ano de 1997, quando foram criados, os Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) vêm atuando na formação de professores. A criação desses Núcleos aconteceu num período em que a tecnologia começava a se fazer presente em vários setores da sociedade. Sendo assim, a escola não poderia permanecer alheia a essa demanda tecnológica. Os computadores foram chegando às escolas por meio do Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO), havendo portanto a necessidade de capacitação dos professores da educação básica. Nesse período, emergem os NTE como centros de capacitação de professores da rede pública objetivando fornecer uma formação contínua a esse professorado. Esse artigo pretende discutir o papel desempenhado por esses Núcleos no contexto das atuais políticas de formação docente, com especial destaque para as ações voltadas para formação de professores de ciências em exercício no estado da Bahia. Para tanto, analisamos documentos que trazem diretrizes, normativas, ações e resultados de algumas dessas ações. Esses documentos foram obtidos com auxílio da coordenação do NTE do munícipio de Jequié no estado da Bahia, bem como por meio de conversação informal com os coordenadores deste Núcleo. Por meio destes, pudemos observar que o NTE nem sempre é percebido como agência formativa pelos professores e que suas ações geralmente contemplam a dimensão técnica dos recursos tecnológicos, secundarizando a dimensão pedagógica. Entendemos que uma análise mais vigorosa da participação dos NTE na formação de professores de ciências pode colaborar para que esses Núcleos venham a contribuir de maneira mais efetiva para a formação continuada de professores de ciências.

Palavras chave: formação de professores, Núcleo de Tecnologia Educacional, ensino de ciências

Seja em virtude das rápidas mudanças que ocorrem hoje em nossa sociedade e também pela própria natureza do trabalho educativo, atualmente tem-se valorizado intensamente a formação continuada que ocorre ao longo da carreira do professor. Geralmente, a participação do professor em ações desse tipo parte da iniciativa pessoal (BASTOS, 2013) ou por imposições das redes de ensino.

Nesse contexto, destacamos o papel desempenhado pelos Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE), na formação docente, especialmente aquela que ocorre por meio da educação a distância (EaD). Assim, o propósito desse trabalho é discutir a atuação dos NTE no contexto das políticas de formação docente, a partir de ações desenvolvidas por esses núcleos destinada à formação de professores de ciências em exercício na Bahia.

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Para a obtenção dos dados, a autora contatou a coordenação do NTE e obteve todas as informações necessárias referente ao desenvolvimento de atividades que contemplem o

oficiais e conversação informal com a coordenação.

NTE: Breve Histórico

Os NTE foram implantados no ano de 1997 por meio do Programa Nacional de Informática na Educação (PROINFO) (BAHIA, 2013),

“e contam com equipe multidisciplinar de professores e técnicos qualificados para oferecer formação contínua aos professores e assessorar escolas da rede pública no uso pedagógico e na área técnica (hardware e software), sendo considerados como braços de integração tecnológica nas escolas públicas da educação básica’.

A criação do PROINFO ocorreu em 9 de abril de 1997, através da Portaria nº 522. Esse programa foi desenvolvido pela Secretaria de Educação a Distância (SEED), por meio do Departamento de Infra-Estrutura (DITEC), em parceria com as Secretarias de Educação Estaduais e Municipais (BRASIL, 1998). O objetivo não era apenas a simples introdução dos computadores nas escola, mas outros aspectos foram levados em consideração tais como: as diretrizes do programa, a descentralização operacional, capacitação de recursos humanos e as especificidades técnicas dos computadores. A consideração desses aspectos, ampliam a visão simplista de que a preocupação do MEC era apenas a compra de tais computadores sem nenhum planejamento prévio (BRASIL, 1997).

Dentre as ações previstas nas Diretrizes do PROINFO destacamos a implantação dos NTE que teve uma atribuição relevante no que se refere ao processo de informatização das escolas. Inicialmente buscou-se selecionar e capacitar recursos humanos provenientes de instituições de ensino superior com qualificação profissional em informática e educação. Estes, por sua vez, estariam destinados “a ministrar a formação dos professores multiplicadores” pertencentes à rede pública de ensino, para atuarem nos NTE (BRASIL, 1997).

A partir da implantação destes núcleos, O PROINFO criou uma estrutura descentralizada de formação de professores com o propósito de garantir uma base instalada para funcionar como centro de formação docente e suporte pedagógico na incorporação da cultura de integração das tecnologias na educação.

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No estado da Bahia, Os NTE são gerenciados pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT), órgão em regime especial de administração direta da Secretaria Estadual da Educação da Bahia (SEC), contando atualmente com 16 NTE, distribuídos em 14 municípios e que atendem a 33 Diretorias Regionais de Educação (DIREC).

Desde a sua criação em 1998, o número de NTE permanece inalterado. Isso vem gerando muitas dificuldades, a exemplo, o número insuficiente de professores multiplicadores para atender às demandas das regiões. Há também a necessidade de ampliação do número de NTE no estado, visto que, de acordo com as Recomendações Gerais para a Preparação dos Núcleos de Tecnologia Educacional estes núcleos “deveriam atender até 50 escolas, dependendo de condições específicas como o número de alunos, dispersão geográfica das escolas, estrutura de telecomunicações e facilidade de acesso” (BRASIL, 1997).

Visando acompanhar às demandas de cursos oferecidos aos professores da rede estadual, desde o ano de 2011, o IAT em parceria com os NTE vem desenvolvendo ações consideradas mais dinâmicas e consistentes, comparadas com as anteriores que eram consideradas dispersas e fragmentadas. Essas ações fazem parte dos projetos estruturantes desenvolvidos pela SEC na escola, tendo como objetivo principal o aprendizado do aluno. A proposta desses projetos estruturantes é adotar uma formação em serviço dos professores, “partindo do princípio de possibilitar a construção do conhecimento na própria unidade escolar, a partir da interação com os outros professores sobre o estudo da prática do trabalho docente e da teoria que a fundamenta” (IAT, 2012).

A participação do NTE nesses projetos tem sido feita por meio de docência online, suporte técnico e pedagógico durante a ambientação dos cursos, bem como orientação aos cursistas presencialmente caso estes venham a apresentar alguma dificuldade durante o período dos cursos (IAT, 2012).

Diante dessas ações que, via de regra, tem tomado um norte diferente das ações inicialmente propostas ao NTE, é notório algumas modificações no propósito deste instrumento quando da sua implantação. Com o desenvolvimento da educação a distância, e a facilidade de acesso ao computador por uma grande maioria dos professores tanto nas escolas quanto em suas residências, os cursos vêm acontecendo na modalidade semipresencial. Isso significa que os professores cursistas desenvolvem suas atividades em outros ambientes informatizados, e não necessariamente nos núcleos de tecnologia.

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No âmbito da formação continuada de professores no estado da Bahia, no ano de 2012 o IAT com apoio dos NTE atendeu 3.909 professores da rede estadual e 3.392 pertencentes a rede municipal. Estes cursos apresentavam carga horária que variavam de 40 a 360 horas. Tomando como referência o relatório elaborado pelo IAT no ano de 2012, dentre os cursos oferecidos, destaco aqui apenas aqueles relacionados ao ensino de ciências, que é o foco deste trabalho.

Inspirado nas políticas públicas governo federais, o Curso de Aperfeiçoamento para

séries finais do Ensino Fundamental na área de Matemática (Gestar na Escola),

ocorreu na modalidade presencial com encontros presencias regulares e acompanhamento pedagógico aos professores. Atendeu aos alunos das séries finais do Ensino Fundamental e teve a participação de 1.730 professores de Matemática, resultando num curso de aperfeiçoamento de 185 horas que certificou professores e formadores. (IAT, 2013).

Por se tratar de um curso na modalidade presencial, a participação do NTE se tornou quase que incipiente. Efetivamente, no início do curso, para ambientação na plataforma do curso e orientações adicionais acerca da funcionalidade do ambiente on line. Caso persistissem as dúvidas de ordem técnica durante a realização do curso, poderiam ser sanadas via telefone, e-mail bem como presencialmente dependendo da disponibilidade de cada professor.

Com ênfase nas políticas estaduais de educação, o Projeto Ciência na Escola realizou um curso de capacitação de 200 horas, destas, 160 horas são realizadas a distância e as demais são presencias com encontros no NTE e também por meio de videoconferências. Esses dados foram obtidos por meio da ementa do curso disponibilizado pela coordenação do NTE de Jequié/BA.

Todo o acompanhamento deste curso foi realizado por um professor do NTE, que ficou responsável por acompanhá-los no desenvolvimento das atividades, nas participações nos fóruns e também registar a presença nas videoconferências. Este curso culminou com a realização de uma Feira de Ciências. O diferencial desta Feira se baseia em “fortalecer uma política pública de transformação do currículo das escolas estaduais e uma política pública de formação de professores” (IAT, 2010).

Segundo dados apresentados pelo Relatório do IAT, esse curso se caracterizou por estimular a produção científica por meio da “construção de ambientes colaborativos, investigativos e experimentais, por meio de metodologias inovadoras para o ensino das ciências naturais” (IAT, 2013).

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Algumas considerações

Com base no exposto, entendemos que as ações propostas inicialmente para os Núcleos de Tecnologia Educacional, estavam relacionadas à preparação dos professores da educação básica e técnicos de suporte das escolas para questões técnicas e pedagógicas, bem como apoiar as mesmas na elaboração de projetos de informatização.

A partir do momento que a informática começa a passar por um processo de democratização, a demanda por esse tipo de atividade aos poucos vai se extinguindo e um novo cenário é construído.

Atualmente, com base em dados fornecidos pelo Instituto Anísio Teixeira (IAT, 2013), os Núcleos de Tecnologia tem funcionado com uma instância que subsidia os professores no suporte técnico ao uso do computador em cursos na modalidade semipresencial.

Em relação à participação efetiva deste órgão no contexto das políticas públicas para formação de professores de ciências, nota-se que a participação ainda é pouco percebida. Destaca-se apenas como suporte técnico aos professores que ainda não dominam o uso do computador.

Referências

BASTOS, F. Considerações sobre dificuldades enfrentadas por professores de ciências e

matemática em seu cotidiano de trabalho. Disponível em

<www.nutes.ufrj.br/abrapec/viiienpec/resumos/R0440-1.pdf> Acesso em 06 abr 2014 BRASIL/MEC Programa Nacional de Informática na Educação. Brasília, Ministério da Educação, Secretaria de Educação a Distância, 1997. Disponível em: <http://www.proinfo.mec.gov.br> Acesso em: em 01 Mai. 2013.

BRASIL. Recomendações gerais para a preparação dos Núcleos de Tecnologia Educacional. Brasília, Ministério da Educação, Secretaria de Educação a distância, 1997. Disponível em: <http://www.proinfo.gov.br/upload/biblioteca/184.pdf> Acesso em: 10 mai. 2013.

BRASIL. O Programa Nacional de Informática na Educação – Proinfo. 1997.

BRASIL. Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007. Brasília, DF, 12 dez 2007. Dispõe sobre o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – PROINFO. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6300.htm> Acesso em: 12 mai.2013.

IAT. Relatório de Atividades 2012. Formação de Professores e demais profissionais da Educação com foco na aprendizagem do estudante. 2012.disponível em: http://educadores.educacao.ba.gov.br/apresentacao Acesso em: 12. Abr 2014

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IAT. Feira de Ciências da Bahia. 2010. Disponível em: <http://institucional.iat.educacao.ba.gov.br/sites/default/files/Feira%20de%20Ci%C3% AAncias%20da%20Bahia.pdf> Acesso em: 06. Mai 2014.

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