Curso de Gestão Arquivística de
Documentos Digitais
Gestão arquivística de documentos digitais
Programa
1. Introdução:
Gestão de documentos
Conceitos
Impacto do formato digital para a gestão de documentos
2. Aspectos da Gestão Arquivística de Documentos Digitais:
Visão Geral
Fase de Produção
Fase de Manutenção e Uso
Fase de Destinação
3. Autenticação de documentos digitais 4. Modelo de Requisitos e-ARQ Brasil
Introdução:
a) Gestão de Documentos
Schellemberg, Rhoads, Roberge
Resposta à explosão documental do pós guerra; O documento tem um ciclo de vida: da criação até o seu fim.
Economia e eficácia na recuperação e arquivamento dos documentos.
Controle intelectual e físico dos documentos pelo produtor: plano de classificação e tabela de temporalidade e destinação (file plan e
records schedule);
Avaliação com base nos valores primário e secundário.
Preservação dos documentos que possuam valor probatório e informativo.
Introdução:
a) Gestão de Documentos (cont.)
Nos países de língua inglesa: separação dos records (documentos de arquivo nas fases corrente e intermediária)e archives (fase permanente).
Nos países de línguas neolatinas: os documentos de arquivo são documentos arquivísticos, independentemente da idade/fase.
Implantação de programas de gestão de documentos para garantir que o documento só irá permanecer pelo tempo necessário e que os documentos permanentes serão preservados.
Atividades da Gestão de Documentos:
Gestão da correspondência: protocolo e e-mail;
Gestão dos formulários e modelos de documentos: templates dos documentos de acordo com as regras documentárias;
Gestão das cópias: controle de versões e cópias (em papel e digital).
Introdução:
b) Conceitos
Conceitos:
documento arquivístico
Documento produzido e/ou recebido por uma pessoa física ou jurídica, no decorrer das suas atividades, qualquer que seja o suporte, e dotado de organicidade.
documento arquivístico digital
Documento arquivístico codificado em dígitos binários, produzido, tramitado e armazenado por sistema computacional.
Introdução:
b) Conceitos (cont.)
Gestão arquivística de documentos
Conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes à produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento dos documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para a guarda permanente. (Lei 8159 / 91)
Finalidade:
Assegurar que os documentos produzidos sejam os melhores testemunhos de uma atividade
c) Introdução
O impacto do formato digital para gestão de
documentos
Discussão sobre a legalidade e autenticidade do documento digital.
Diferenciação entre informação, documento e documento de arquivo.
Atualização do conceito de Ênfase na natureza e finalidade documento arquivístico para do documento, em detrimento do identificação em sistemas suporte ou formato
Necessidade de integração entre os sistemas de informação e documentação: interoperabilidade.
Automação dos procedimentos e operações técnicas da gestão de documentos.
O impacto do formato digital para a gestão de
documentos (cont.):
Iniciativas:
Especificação dos requisitos para desenvolver sistemas informatizados que irão gerir o ciclo de vida dos documentos digitais, desde a produção até a destinação final: modelo MoReq (União Européia), padrão DoD (EUA), norma do Arquivo Nacional do Reino Unido, Austrália e Modelo e-ARQ Brasil.
Adoção de um padrão de metadados para os sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos: Reino Unido, Austrália e DoD.
2.Aspectos da Gestão Arquivística de
Documentos Digitais:
a) Visão Geral
O programa de gestão arquivística de documentos é único: serve para os documentos em formato digital ou não-digital.
A gestão arquivística de documentos garante a criação de documentos digitais confiáveis e autênticos, preservados e acessíveis por todo o seu ciclo de vida.
Um sistema de gestão arquivística incompleto ou falho pode acarretar perda, adulteração ou não validade da força probante dos documentos arquivísticos digitais.
Identificação dos documentos arquivísticos digitais: diferenciar das informações e documentos não-arquivísticos.
a) Visão Geral (cont.)
Um sistema que contém informações ou dados em constante atualização não contém documentos arquivísticos.
Para que seja considerado um documento arquivístico, a informação tem que ser salva com uma forma fixa e um conteúdo estável.
Desenvolvimento de um SIGAD para gerenciar o ciclo de vida dos documentos (criação até destinação final), mantendo sua forma fixa e seu conteúdo estável.
Para desenvolver um SIGAD é necessário um conjunto de requisitos para implementar os procedimentos e operações da gestão arquivística de documentos: captura, tramitação, pesquisa, avaliação e destinação.
b) Programa de Gestão Arquivística de Documentos:
Planejamento:
Levantamento e análise da instituição
Diretrizes e procedimentos
Desenho do sistema de gestão arquivística de
documentos
Elaboração de instrumentos e manuais
b) Programa de Gestão Arquivística de Documentos:
Exigências do programa de gestão arquivística
de documentos:
Garantir o ciclo de vida dos documentos;
Garantir a acessibilidade dos documentos;
Reter os documentos somente pelo tempo
necessário;
Implementar estratégias de preservação;
Garantir as qualidades do documento arquivístico:
organicidade autenticidade
unicidade acessibilidade
Organicidade: expressa as relações que os documentos guardam entre si ao refletirem as funções e atividades da pessoa ou organização que os produziu.
Unicidade:
o documento arquivístico é único no conjunto documental ao qual pertence; mesmo existindo cópias, cada uma é única em seu lugar.
registrar e manter as relações entre os documentos e a seqüência das atividades realizadas, por meio de aplicação de um plano/código de classificação.
identificação individual de cada documento, mantendo o conjunto de relações que o envolve. Qualidades do Qualidades do documento documento arquiv arquivíísticostico
Exigências do Exigências do programa de programa de gestão gestão Confiabilidade: capacidade de um documento arquivístico sustentar os fatos a que se refere.
Autenticidade:
qualidade de um documento ser o que diz ser, livre de adulterações ou qualquer outro tipo de corrupção.
o documento deve ser produzido no momento em que ocorre a ação, ou logo após, por pessoas autorizadas, diretamente envolvidas na condução das atividades, e deve estar completo. procedimentos que controlem a transmissão, manutenção, avaliação, destinação e preservação; proteção contra acréscimos, supressão, alteração e ocultação indevidos. Qualidades do Qualidades do documento documento arquiv arquivíísticostico
Exigências do Exigências do programa de programa de Gestão Gestão Acessibilidade: documento acessível é aquele que pode ser localizado, recuperado, apresentado e interpretado.
a transmissão de documentos para outros sistemas deve ser feita sem perda de informação e de funcionalidades. Deve-se recuperar qualquer documento em qualquer tempo e apresentá-lo com a mesma forma de sua criação.
Qualidades do Qualidades do documento documento arquiv arquivíísticostico
Exigências do Exigências do programa de programa de Gestão Gestão
1º- Fase de Produção de Documentos
Definição de: a) Aspectos de tecnologia b) Espaços de produção c) Status do documento
d) Organização dos documentos e plano de classificação/tabela de temporalidade e destinação
e) Captura dos documentos arquivísticos ao SIGAD: Registro
Classificação
a) Aspectos de Tecnologia
Seleção de hardware, software e formatos deve considerar:
Ciclo de vida útil da tecnologia atual: 5 anos
Adoção de formatos não-proprietários
Adoção de formatos independentes de plataforma tecnológica
Especificações disponíveis amplamente
Dispositivos de Armazenamento:
adoção de dispositivos e padrões de armazenamento maduros, estáveis no mercado e amplamente disponíveis
.
b) Espaços de produção de documentos no
SIGAD:
Definição dos espaços de criação, recebimento, captura, armazenamento, avaliação e eliminação
Definição dos direitos de acesso em cada espaço
Definição sobre tramitação de documentos dentro e fora da organização
3 espaços no SIGAD:
espaço individual: domínio de cada funcionário espaço de grupo: domínio designado a cada grupo de
trabalho, equipe, comitê
espaço geral: domínio designado ao serviço de protocolo e
b) Espaços de Produção de documentos no
SIGAD:
REDE
Individual
Grupo
Geral
SIGAD
domínio de cada funcionário serviço de protocolo e de arquivos da organização domínio designado a cada grupode trabalho, equipe, comitê
c) Status do documento no SIGAD:
minuta, original e cópia
Minuta é a versão preliminar de um documento sujeita à aprovação.
Ex.: Um documento criado no espaço individual ou do grupo, mas não transmitido, é uma minuta.
Original é o primeiro documento completo e efetivo. Ex.: Um documento transmitido do espaço individual ou do grupo para o espaço geral, onde não poderá mais ser alterado, será recebido pelo destinatário como um original.
Cópia é o resultado da reprodução de um documento. Ex.: Um usuário autorizado, quando recupera um documento do espaço geral e o armazena em seu espaço, cria uma cópia.
d) Organização dos documentos/plano de
classificação
Organização dos documentos arquivísticos: com base no plano/código de classificação, para controlar o ciclo de vida de cada documento.
Os documentos produzidos e recebidos são acumulados em unidades de arquivamento (dossiês/processos) e organizados de forma hierárquica em classes.
Documentos digitais: não há agrupamento físico (caixas, pastas).
Os documentos digitais são reunidos em unidades lógicas de arquivamento por meio de metadados:
número identificador código de classificação título
d) Organização dos documentos/plano de
classificação
Item documental Unidade de arquivamento Unidade de arquivamento SUBCLASSE SUBCLASSE SUBGRUPO SUBGRUPO CLASSECLASSE CLASSECLASSE CLASSECLASSE CLASSECLASSE
SUBCLASSE
SUBCLASSE SUBCLASSESUBCLASSE
GRUPO GRUPO SUBCLASSE SUBCLASSE GRUPO GRUPO Item documental Unidade de arquivamento Unidade de arquivamento Item documental Unidade de arquivamento Unidade de arquivamento
e) Captura
Definição: declarar um documento como sendo um documento arquivístico por meio da sua incorporação num SIGAD.
Objetivo: identificar o documento arquivístico e demonstrar que suas características, como organicidade, unicidade, confiabilidade e autenticidade, estão mantidas.
Pré-requisitos da captura:
definição de quais documentos produzidos e recebidos serão capturados pelo SIGAD
quem deve ter acesso aos documentos e em quais níveis
por quanto tempo serão mantidos (prazos de guarda)
e) Captura (cont.)
Documentos que exigem captura:
responsabilizam uma organização ou indivíduo por uma ação
documentam uma obrigação ou responsabilidade
têm relação com a prestação de contas da organização
A captura de documentos é feita no momento do registro e da classificação.
A captura também pode ocorrer no momento do
e) Captura (cont.)
O SIGAD tem que ser capaz de capturar o conteúdo, a forma e o contexto dos documentos, independente do formato, da composição e do canal de comunicação.
O documento pode ser produzido:
diretamente dentro do SIGAD e capturado automaticamente no momento do registro, ou
fora do SIGAD, sendo capturado quando for identificado, registrado e classificado.
Introdução de metadados de identidade: identificador, datas, anexos e nomes de autor, redator e destinatário.
os documentos e seus metadados devem ser mantidos em versão definitiva e protegidos contra alterações indevidas.
e) Captura: Registro
O registro é a formalização da captura do documento arquivístico no SIGAD: atribuição de um número identificador e de uma descrição informativa.
O registro pode ser feito pelo serviço de protocolo.
O registro inclui elementos que são os metadados associados ao documento:
número identificador
data e hora do registro
título ou descrição abreviada
nomes do produtor, autor e redator
data e hora de transmissão e recebimento
código de classificação
restrição de acesso
e) Captura: classificação
Objetivos:
apresentar e manter a relação orgânica de um documento com os demais
gerenciar o ciclo de vida do documento
Em bases de dados complexas, a classificação é necessária para recuperar todos os componentes que formam o documento arquivístico
A classificação é a chave para o gerenciamento dos documentos arquivísticos em um SIGAD
2º - Fase de manutenção e uso
Documentos arquivísticos digitais capturados para um SIGAD devem ser ativamente mantidos, a fim de garantir confiabilidade, autenticidade e acessibilidade dos documentos.
Definição de: a) Controles de acesso b) Segurança c) Arquivamento
d) Pesquisa, localização e apresentação
a) Controles de acesso
Objetivo: proteger contra alteração, ocultação, acréscimo e supressão que ameacem a autenticidade dos documentos capturados para um SIGAD Acesso limitado a: Usuários específicos Grupos de usuários Aplicação: Graus de sigilo Privacidade de pessoas
As permissões de acesso devem ser mapeadas e monitoradas constantemente em função das mudanças institucionais
b) Segurança
Garantir a permanência e autenticidade do documento.
Segurança é sistêmica: tecnologia, pessoas, processos e legislação.
Adoção de um conjunto de medidas para garantir a segurança das operações de um SIGAD:
cópias de segurança e backup trilha de auditoria
assinaturas digitais
c) Arquivamento
Premissas:
No formato digital conteúdo, forma e suporte são entidades independentes.
Arquivar significa armazenar os componentes digitais, mantendo sua identificação única.
Como arquivar no SIGAD:
Controlar os títulos das pastas e os diretórios onde os documentos estão armazenados para fazer as relações entre os vários objetos digitais a partir de um identificador.
COMPONENTE DIGITAL A COMPONENTE DIGITAL A COMPONENTE DIGITAL B COMPONENTE DIGITAL B COMPONENTE DIGITAL C COMPONENTE DIGITAL C DOCUMENTO ARQUIVÍSTICO DOCUMENTO DOCUMENTO ARQUIV
ARQUIVÍÍSTICOSTICO
d) Pesquisa, localização e apresentação
Objetivo: Confirmar, localizar e recuperar os documentos e seus metadados num SIGAD.
Pesquisa e localização:
Processo de identificação de documentos arquivísticos por meio de parâmetros definidos pelo usuário.
Metadados: identificador, título, datas, assunto, procedência, autor, redator, código de classificação etc.
Apresentação:
Exibição em tela, emissão de som, impressão.
Apresentar documentos com quaisquer formatos e estruturas ao usuário, sem alterar forma e conteúdo.
Variações controladas quanto a forma e conteúdo: regras pré-definidas para não ameaçar a autenticidade.
d) Pesquisa, localização e apresentação (cont.)
Exemplo: Dados estatísticos, armazenados em um banco de dados, apresentados por meio de gráficos ou equipamentos diferentes.
cada gráfico tem forma fixa e conteúdo estável desde que a informação tenha como fonte um dado fixo no banco de dados e o sistema estabeleça regras fixas para a apresentação documental dos gráficos ou nos equipamentos.
Dados Estatístic os 0 10 20 30 40 50 1° Tr im2° Trim Leste Oeste Norte Prod uçã o 20,4 30,6 45,9 DADOS ESTÁVEIS NO BANCO DE DADOS FORMA FIXA FORMA FIXA Banco de Dados DADOS ESTÁVEIS NO BANCO DE DADOS FORMA FIXA FORMA FIXA FORMA FIXA
3º - Fase de destinação
Configuração da tabela de temporalidade e destinação em um SIGAD.
Um SIGAD identifica a temporalidade e a destinação prevista para o documento no momento da captura, registrada em um metadado associado ao documento.
Um SIGAD deve identificar e listar os documentos que já cumpriram o prazo previsto na tabela de temporalidade e destinação, a fim de implementar a ação de destinação.
Ações de destinação final: a) Eliminação
b) Transferência e recolhimento
a) Eliminação de documentos digitais
Eliminação: conforme tabela de temporalidade e destinação, após o processo de avaliação e respeitada a legislação.
A eliminação não pode ser realizada automaticamente pelo SIGAD: pessoa responsável.
As ações de eliminação devem ser registradas nos metadados específicos e na trilha de auditoria.
Digitalização e eliminação:
A eliminação de documentos arquivísticos submetidos a processo
de digitalização só deverá ocorrer se estiver prevista na tabela de
temporalidade do órgão ou entidade, aprovada pela autoridade competente na sua esfera de atuação.
Documentos de valor permanente não podem ser eliminados.
a) Eliminação de documentos digitais (cont.)
Questão:
Se um documento digital estiver associado a mais de
um dossiê e os dossiês tiverem prazos de guarda
diferentes:
O SIGAD tem que automaticamente verificar todos os prazos de guarda e destinação previstos para esse documento e garantir que o mesmo seja mantido em cada dossiê pelo tempo definido na tabela de temporalidade e destinação.
A eliminação de um documento não pode prejudicar a
manutenção desse mesmo documento em outro dossiê até que todas as referências tenham atingido o prazo de guarda previsto.
b) Transferência e recolhimento de documentos
digitais
Transferência e recolhimento: ações de transposição de documentos de um sistema para outro.
São momentos críticos para a autenticidade do documento: os documentos arquivísticos não estão mais sob os controles de segurança do sistema antigo, e nem do sistema novo.
Registrar nos metadados e na trilha de auditoria e verificar os documentos relacionados.
b) Transferência e recolhimento de
documentos digitais (cont.)
Para realizar a transposição dos documentos de um SIGAD para outro sistema informatizado, é necessário:
verificar a compatibilidade de suporte e formato;
verificar a existência de documentação técnica necessária para interpretar e compreender o documento digital;
registrar as informações sobre migrações realizadas na organização produtora;
produzir um instrumento descritivo com:
os metadados atribuídos aos documentos e
as informações que permitam verificar a autenticidade dos
documentos transferidos ou recolhidos. Ver Resolução nº 24 do Conarq, disponível em:
http://www.conarq.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm
3. Autenticação de documentos digitais
a) Problemas de falta de confiança do meio digital:
Documentos digitais são suscetíveis a intervenções
não autorizadas, corrupção e repúdio.
Não-reconhecimento do documento digital como um
documento válido para o registro das atividades,
decisões e para as transações em business e
e-commerce.
Desafio: como garantir que os documentos digitais
tenham o mesmo grau de confiabilidade dos
documentos convencionais?
3. Autenticação de documentos digitais
(cont.)
b) Iniciativas com foco na autenticidade dos procedimentos de gestão de documentos e estratégias de preservação:
Diretrizes de Gestão de documentos do Arquivo Nacional do
Reino Unido:
http://www.nationalarchives.gov.uk/electronicrecords/advice/guidelines.ht m
Norma ISO 15489
Programa ERA do Arquivo Nacional dos Estados Unidos:
http://www.archives.gov/era/
Projeto InterPARES: www.interpares.org
Modelos de requisitos para os sistemas informatizados:
Reino Unido:
www.nationalarchives.gov.uk/electronicrecords/reqs2002/default.htm Moreq da União Européia:
Padrão DoD/US:http://jitc.fhu.disa.mil/recmgt/standards.html e-ARQ Brasil:
www.documentoseletronicos.arquivonacional.gov.br/cgi/cgilua.exe/sy s/start.htm
Metadados: Norma ISO 23081;
3. Autenticação de documentos digitais
(cont.)
b) Iniciativas com foco na autenticidade dos procedimentos de gestão de documentos e estratégias de preservação:
Ênfase nos procedimentos administrativos e
documentários.
Resultado: sistemas confiáveis, porque se apóiam
em requisitos administrativos e arquivísticos, em
conformidade com legislação e padrões técnicos.
Tecnologia serve para apoiar os procedimentos de
criação e manutenção de documentos autênticos:
assinatura digital, certificado digital e carimbo de
tempo.
3. Autenticação de documentos digitais (cont.)
c) O que é autenticação:
é uma declaração que atesta que um documento original é autêntico, ou que uma cópia reproduz fielmente o original.
É feita num determinado momento e por uma pessoa jurídica com autoridade para tal, como um servidor público, um notário ou uma autoridade certificadora.
Diferença entre autenticidade e autenticação:
a autenticação é uma declaração acrescentada ao documento
e realizada em um momento específico.
autenticidade é uma característica inerente ao documento
arquivístico, que diz respeito à sua credibilidade e ao fato de se encontrar livre de qualquer traço de adulteração ou corrupção.
3. Autenticação de documentos digitais (cont.)
Momentos críticos que precisam de autenticação:
Transmissão
Substituição de tecnologia Transferência e recolhimento
Técnicas de autenticação:
Independentes de tecnologia: apoiadas em procedimentos
administrativos que assegurem que o documento foi mantido em seus aspectos essenciais.
Presunção de autenticidade
Dependentes de tecnologia: fornecer um mecanismo tecnológico
para garantir a autenticidade dos documentos.
Criptografia e assinatura digital
3. Autenticação de documentos digitais (cont.)
d) Presunção de autenticidade: inferência obtida a partir dos fatos
conhecidos sobre a maneira pela qual um documento arquivístico foi criado e mantido.
Como verificar:
Metadados de identidade: nomes das pessoas envolvidas na
criação do documento, datas de criação e transmissão, código de classificação, identificador, anotações.
Metadados de integridade: setor responsável pela manutenção do
documento, indicação das mudanças tecnológicas, indicação da destinação prevista em tabela de temporalidade e os direitos de acesso.
Forma documental: de acordo com as normas e regras da
organização.
Procedimentos para prevenir e corrigir perda e corrupção dos
documentos e evitar a obsolescência tecnológica.
3. Autenticação de documentos digitais (cont.)
e) Técnicas de autenticação dependentes de tecnologia: assinatura digital
Assinatura digital: seqüência de bits que usa algoritmos específicos, chaves criptográficas e certificados digitais para autenticar a identidade do assinante e confirmar a integridade de um documento.
Certificado digital: documento emitido e assinado digitalmente por uma autoridade certificadora, que contém dados que identificam seu titular e o relacionam a sua respectiva chave-pública.
A assinatura digital pode apoiar a autenticação de documentos digitais, pois identifica o emissor e verifica que o documento não foi alterado durante a transmissão.
A assinatura digital não é suficiente para estabelecer a identidade e demonstrar a integridade de um documento de longo prazo.
3. Autenticação de documentos digitais (cont.)
Assinaturas digitais:
sujeitas à obsolescência tecnológica.
não podem ser migradas para um software novo ou atualizado juntamente com os documentos anexos.
ciclo de vida das assinaturas digitais: pode ser mais curto que os prazos de guarda de um documento.
Recomendação para assinaturas digitais:
desanexar a assinatura logo que possível e
acrescentar informação nos metadados para indicar que o documento teve uma assinatura digital anexada e que foi verificada, desanexada e apagada.
4. Modelo de Requisitos para Sistemas
Informatizados de Gestão Arquivística de
Documentos e-ARQ Brasil
O que é?
Condições a serem cumpridas pela organização produtora/recebedora de documentos, pelo sistema de gestão arquivística e pelos próprios documentos, a fim de garantir a sua confiabilidade, autenticidade e acesso ao longo do tempo.
Especifica todas as atividades e operações técnicas da gestão arquivística de documentos, desde a etapa da produção, tramitação, utilização e arquivamento até a sua destinação final.
e-ARQ Brasil: Conteúdo
Parte I -
Introdução à gestão de documentos e a sistemas informatizados de gestão de documentos Histórico da Gestão de Documentos no Brasil
Planejamento e implantação do programa de gestão
Procedimentos de Gestão
Instrumentos de Gestão Referências:
ISO 15489 Projeto InterPARES
e-ARQ Brasil - Parte I
Objetivos:
• orientar a implantação da gestão arquivística de
documentos;
• fornecer especificações técnicas e funcionais, além de
metadados, para orientar a aquisição e/ou a especificação
e desenvolvimento de sistemas informatizados de gestão
arquivística de documentos - SIGAD.
* pode ser utilizado para desenvolver um sistema ou para avaliar um já existente.
e-ARQ Brasil - Parte I
e
e
-
-
ARQ
ARQ
Especifica os requisitos
para um Sistema
Informatizado de Gestão
Arquivística de
Documentos
(
SIGAD
SIGAD
)
)
SIGAD
SIGAD
Sistema desenvolvido
para realizar as
operações técnicas da
gestão arquivística de
documentos
O
que é um Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos – SIGAD: É um sistema desenvolvido para produzir, receber, armazenar, dar acesso e destinar documentos de arquivo digitais.
Pode compreender um software particular, um determinado número de softwares integrados, adquiridos ou desenvolvidos por encomenda, ou uma combinação desses.
O sucesso do SIGAD dependerá fundamentalmente da implementação de procedimentos e políticas de gestão de documentos.
e-ARQ Brasil - Parte I
O que um SIGAD faz:
Trata o documento arquivístico como uma unidade complexa.
Gestão dos documentos a partir do plano de classificação para manter a relação orgânica entre os documentos.
Registro de metadados associados aos documentos para descrever o contextos de produção dos documentos.
Armazenamento e gestão seguros para garantir a autenticidade dos documentos e a transparência das ações do órgão ou entidade.
e-ARQ Brasil - Parte I
O que um SIGAD faz (cont.): Trata sistematicamente a seleção, a avaliação dos documentos arquivísticos e a sua destinação (eliminação ou guarda permanente), de acordo com a legislação em vigor.
Exportação dos documentos para transferência e recolhimento.
Inclui procedimentos para a preservação de longo prazo dos documentos arquivísticos.
e-ARQ Brasil - Parte I
O que o e-ARQ e o SIGAD não são:
O e-ARQ não é um software; é um modelo de requisitos para desenvolver ou adquirir um software.
O e-ARQ não propõe um sistema único, mas é aplicável a todos os tipos de documentos (atividades-meio e atividades finalísticas) e de quaisquer organizações (universidades, centros de pesquisa, indústria, ministérios).
O SIGAD não é um produto; é uma denominação para um sistema que faz todas as operações da gestão arquivística de documentos.
e-ARQ Brasil - Parte I
Q
Q
ualidades do documento arquivístico e exigências
do SIGAD
Autenticidade: o SIGAD tem que proteger os documentos contra acréscimos, supressão, alteração e ocultação indevidos
Organicidade: o SIGAD tem que ser compatível com o
plano/código declassificação.
e-ARQ Brasil - Parte I
Q
Q
ualidades do documento arquivístico e exigências do
SIGAD (cont.)
Unicidade:
O SIGAD tem que prever a identificação individual de cada documento, mantendo o conjunto de relações que o envolve.
Acessibilidade:
O SIGAD tem que ser capaz de recuperar qualquer documento em qualquer tempo e apresentá-lo com a mesma forma de sua criação.
e-ARQ Brasil - Parte I
Principais instrumentos da Gestão Arquiv
Principais instrumentos da Gestão Arquiv
í
í
stica de
stica de
Documentos:
Documentos:
•Plano de Classificação e Código •Tabela de Temporalidade e Destinação •Manual de Gestão Arquivística de Documentos •Esquema de Classificação sobre Acesso e
Segurança dos Documentos .
e-ARQ Brasil - Parte II
Parte II – Especificação de requisitos para sistemas
informatizados de gestão arquivística de documentos
[descreve os requisitos necessários para desenvolver o SIGAD]
ReferênciasModelo de requisitos funcionais da União Européia (MoReq); Especificação de requisitos do DoD (EUA);
Requisitos para sistemas de gestão de documentos eletrônicos do Reino Unido;
Norma ISO 15.489 - Information and documentation – Records
Management
e-ARQ Brasil - Parte II
Aspectos de funcionalidade
Organização dos documentos arquivísticos: plano de classificação e manutenção dos documentos
Produção
Tramitação
Captura
Avaliação e destinação
Recuperação: pesquisa, localização e apresentação
Segurança
Armazenamento
Preservação
Funções administrativas e técnicas
Requisitos adicionais
e-ARQ Brasil - Parte II
Aspectos de funcionalidade
Níveis dos requisitos
os requisitos foram classificados em: obrigatórios, altamente
desejáveis e facultativos, de acordo com o grau de maior ou
menor de exigência para que o SIGAD possa desempenhar suas funções
Referência Requisito Obrigação
x.y.z
O SIGAD tem que ...
O
a.b.c
O SIGAD deve...
AD
e-ARQ Brasil - Parte II
1
1-
-
Organiza
Organizaç
çao
ao
dos documento arquiv
dos documento arquiví
ísticos:
sticos:
Plano de classificaPlano de classificaçção e manutenão e manutençção dos documentosão dos documentos O plano/código de classificação Núcleo central do SIGAD
Estabelece a relação orgânica dos documentos de forma hierárquica: os documentos são organizados em processos, dossiês e pastas.
e-ARQ Brasil - Parte II
1. Organizaçao dos documento arquivísticos:
Plano de classificação e manutenção dos documentosEstes requisitos tratam de:
Configuração e administração do Plano de Classificação do SIGAD
como desenhar o plano de classificação de um SIGAD, administrar, compatibilidades legais, autorizações
Aplicação e uso do plano de classificação
Classificação e metadados dos processos/dossiês
formação, classificação e atribuição de metadados
Gerenciamento de processos e dossiês
controles de abertura/encerramento de processos/dossiês, inclusão de novos documentos e reclassificação; integridade entre as classes
Gerenciamento de processos e seus volumes
formação e manutenção de processos no setor público; autenticidade; legislação; subdivisão em volumes
Manutenção de documentos arquivísticos convencionais e híbridos
e-ARQ Brasil - Parte II
2.
2. Captura
Captura
Captura tem que garantir a execução das seguintes tarefas:
Registrar e gerenciar todos os documentos convencionais.
Registrar e gerenciar todos os documentos digitais, independente do contexto tecnológico.
Classificar todos os documentos de acordo com o plano ou código de classificação.
Controlar e validar a introdução de metadados – obrigatórios e optativos; apoio automatizado; autorizações para a gestão.
e-ARQ Brasil - Parte II
e-ARQ Brasil - Parte II
3. Avalia
3. Avaliaç
ção e destina
ão e destinaç
ção final
ão final
No contexto de um SIGAD, a avaliação dos documentos refere-se à aplicação da Tabela de Temporalidade e Destinação (TTD). Esta tabela define o prazo pelo qual os documentos têm que ser mantidos em um SIGAD e a destinação dos mesmos após o prazo, ou seja, recolhimento ou eliminação
e-ARQ Brasil - Parte II
e-ARQ Brasil - Parte II
Configuração da tabela de temporalidade e destinação
Funcionalidades para criação e manutenção da TTD associada ao plano de classificação; importação e exportação da TTD; Resolução no 14 do CONARQ.
Aplicação da tabela de temporalidade e destinação
Procedimentos de controle e verificação dos prazos e destinação; aplicação não é automática, é necessário confirmação; documentos associados a mais de um dossiê.
Exportação de documentos
Para apoiar as ações de transferência e recolhimento de documentos, ou migração/cópia para outro local ou sistema.
Eliminação
De forma controlada, de acordo com a TTD e legislação; registros nos metadados e trilhas de auditoria; eliminação definitiva.
Avaliação de destinação de documentos arquivísticos convencionais e híbridos
e-ARQ Brasil - Parte II
5.
5. Armazenamento
Armazenamento
Arquitetura que permite a preservação de longo prazo. Guardar os documentos, seus metadados, os metadados do SIGAD, trilhas de auditoria e cópias de segurança.
Finalidade: um SIGAD deve utilizar dispositivos e técnicas de armazenamento que garantam autenticidade e acesso aos documentos arquivísticos digitais pelo tempo previsto na TTD.
Os requisitos do armazenamento tratam de:
Durabilidade: Dispositivos e padrões maduros e estáveis no mercado; migração; sanitização.
Capacidade: Escalabilidade, permitir expansão ilimitada dos dispositivos; monitoração; estatísticas.
Efetividade: Detecção de erros; restauração de dados; proteção contra escrita; técnicas que garantam confiabilidade e desempenho: espelhamento e particionamento.
e-ARQ Brasil - Parte II
6. Preserva
6. Preserva
ç
ç
ão
ão
Procedimentos que devem estar previstos na implementação e uso do sistema:
Os documentos arquivísticos digitais devem ser preservados durante todo o período de tempo previsto pela TTD (longo prazo: mais de 5 anos, atenção especial).
A degradação do suporte e a obsolescência tecnológica ameaçam a autenticidade e o
acesso aos documentos (degradação do suporte: temperatura, umidade, agentes químicos, biológicos; atualização; obsolescência tecnológica: novas tecnologias em hardware, software e formatos).
Técnicas utilizadas para evitar os riscos provenientes da obsolescência tecnológica . preservação tecnológica
. emulação . conversão de dados . migração
Um SIGAD pode incluir algumas funcionalidades que apóiem a execução dos procedimentos de preservação.