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Agrupamento de Escolas de Canelas VILA NOVA DE GAIA

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Academic year: 2021

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Agrupamento de

Escolas de Canelas

V

ILA

N

OVA DE

G

AIA

Delegação Regional do Norte da IGE

Avaliação Externa das Escolas

(2)

I – INTRODUÇÃO

A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa.

Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho.

O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do

Agrupamento de Escolas de Canelas – Vila Nova de Gaia –realizada pela equipa de avaliação, na sequência da visita efectuada entre 09 e 11 de Dezembro de 2009.

Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento,

Conclusões da avaliação por domínio, Avaliação por factor e Considerações finais – decorrem da análise dos documentos

fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel.

Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a auto-avaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento, constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere.

A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação.

ESCALA DE AVALIAÇÃO

Níveis de classificação dos cinco domínios

MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoa-mento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos.

BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa indi-viduais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos.

SUFICIENTE –Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos.

INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos.

O texto integral deste relatório disponível no sítio da IGE na área

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II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO

O Agrupamento de Escolas de Canelas, com duas escolas básicas do 1.º ciclo (EB1) e nove escolas básicas do 1.º ciclo com jardim-de-infância (EB1/JI), que se distribuem pelas freguesias de Canelas, Perosinho, Serzedo, Gulpilhares, Vilar de Andorinho e Mafamude, no concelho de Vila Nova de Gaia, teve como sede a Escola Básica do 2.º ciclo (EB2) de Canelas, desde a sua criação até 2007-2008. A partir desse ano lectivo, deu-se reformulação do Agrupamento, por decisão da Direcção Regional de Educação do Norte (Abril de 2007), através da fusão entre a EB2 e a Escola Secundária Condes de Resende, dando origem à Escola Básica e Secundária de Canelas, actual escola-sede. Genericamente, todas as escolas têm sido objecto da manutenção necessária, dispondo de razoáveis condições de funcionamento. Entre 2004 e 2009, foram requalificadas as EB1/JI de Megide, Alquebre e Serpente e a EB1 da Lagarteira.

Segundo dados actualizados pela Direcção, no ano lectivo de 2009-2010, frequentam o Agrupamento 3137 crianças/alunos: 305 na Educação Pré-Escolar (12 grupos); 1143 no 1.º ciclo (52 turmas); 511 no 2.º ciclo (22 turmas); 858 no 3.º ciclo (33 turmas), sendo que 60 no curso de educação e formação (CEF), tipo 2, de empregado de mesa (1 turma – 2.º ano), empregado comercial (2 turmas – 1.º e 2.º anos) e operador de jardinagem (1 turma); 320 no ensino secundário (8 turmas do ensino regular e 8 dos cursos profissionais). Os auxílios económicos fornecidos no âmbito da Acção Social Escolar abrangem 245 alunos do 1.º ciclo (21,4%), 294 do 2.º ciclo (57,5%), 469 do 3.º ciclo (54,7%) e 147 do ensino secundário (45,9%), num total de 1155 (40,8%), dos quais 790 (68,4%) estão integrados no escalão A. Relativamente à disponibilidade de computador e internet em casa, sabe-se que 1032 alunos do primeiro ciclo possuem o computador Magalhães (90,3%), mas não existem dados fiáveis relativamente ao número total de alunos do Agrupamento com computador e acesso à internet. O Agrupamento é frequentado por 86 alunos de outras nacionalidades, culturas ou etnias.

Segundo os dados registados no Perfil do Agrupamento, entre as habilitações literárias conhecidas dos pais/encarregados de educação (81,2%), predominam os 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico (respectivamente, 28,2% e 30,1%), registando-se, progressivamente, valores inferiores com o 3.º ciclo (20,1%), o ensino secundário (14,5%) e com habilitações superiores (7,1%). As profissões conhecidas dos pais e encarregados de educação (52%) enquadram-se nos seguintes grupos de referência: Operários, Artífices e Trabalhadores da Indústria (42,4%); Serviços e Comércio (30,9%); Técnicos e Profissões de Nível Intermédio (9,6%); Quadros Superiores, Dirigentes e Profissões Intelectuais (8,9%); Trabalhadores não Qualificados (7,9%); Agricultura e Trabalho Qualificado da Agricultura e Pescas (0,3%).

O pessoal docente, maioritariamente na faixa etária entre os 40 e os 60 anos (65,5%), é composto por 267 elementos: 210 do Quadro; 23 do Quadro de Zona Pedagógica; e 34 contratados. O pessoal não docente, maioritariamente na faixa etária entre os 40 e os 60 anos (80,6%) integra 71 elementos: 14 assistentes técnicos, 55 assistentes operacionais e dois técnicos superiores. Neste grupo profissional, 60% pertence ao Quadro, 32% está com contrato individual de trabalho e 8% com contrato individual de trabalho a termo certo. Para além destes, existem 16 trabalhadores ocasionais colocados pelo Centro de Emprego e 5 tarefeiras.

III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO

1. Resultados

SUFICIENTE

A evolução da aquisição das aprendizagens e competências das crianças e alunos do Agrupamento é objecto de análise trimestral, por parte das estruturas de coordenação e supervisão pedagógica. No final do ano lectivo, os resultados alcançados nas provas de aferição e de exame são cotejados com os referentes nacionais. Contudo, o facto de não compararem os resultados obtidos com os de unidades educativas vizinhas, nem analisarem a sua evolução temporal, conduz a um conhecimento limitado do posicionamento real da organização no que concerne ao sucesso escolar. As taxas de transição/conclusão, nos diferentes níveis de ensino e ciclos de escolaridade, são inferiores às nacionais. O desvio mais significativo ocorre no 3.º ciclo e no Ensino Secundário, sendo o 7.º ano e o 10.º ano de escolaridade os que mais contribuem para este facto. Nos últimos três anos, os resultados obtidos nas provas de aferição do 4.º ano, a Língua Portuguesa, são, de um modo geral, inferiores à média nacional e, no 6.º ano, à excepção do ano de 2009, são superiores aos referentes nacionais. A

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Matemática, no 4.º ano, os resultados obtidos nestas provas, com excepção de 2009, são superiores à média nacional e, no 6.º ano, são sempre inferiores aos nacionais. No 9.º ano, de 2007 a 2009, os resultados dos exames, a Língua Portuguesa, são superiores à média nacional, enquanto que a Matemática são inferiores. No 12.º ano, entre 2007-2009, verifica-se que os resultados a Português são quase sempre superiores à respectiva média nacional, enquanto a Matemática e a História são inferiores. Com o intuito de combater o insucesso escolar e de minorar as dificuldades sentidas pelos alunos, são implementadas medidas de apoio educativo. Os alunos conhecem os seus direitos e deveres, mas não foram envolvidos na elaboração e discussão dos documentos orientadores. São-lhes atribuídas tarefas e cargos, em função do nível etário, para promover a sua responsabilidade e autonomia. O ambiente educativo, apesar da existência de casos de indisciplina, melhorou, no presente ano lectivo, fruto da intervenção dos órgãos de gestão competentes e da articulação com outros parceiros educativos. A diversificação da oferta educativa e formativa, a dinamização de actividades socioeducativas e de enriquecimento curricular, a existência de um quadro de excelência e a adesão a projectos nacionais concorrem para o aumento das expectativas dos alunos, das famílias e da comunidade local, relativamente ao impacto das aprendizagens e ao serviço público de educação prestado pelo Agrupamento.

2. Prestação do serviço educativo

SUFICIENTE

A supervisão formal da acção desenvolvida nos departamentos curriculares ocorre essencialmente nas reuniões entre o Coordenador e os vice-coordenadores de cada grupo de recrutamento. A experiência e o empenho dos coordenadores destas estruturas, apesar de não sustentarem o desenvolvimento da sua acção num plano estratégico, permitem que estas cumpram a sua missão. A gestão conjunta e articulada do currículo realiza-se, fundamentalmente, através de encontros informais e formais, dos docentes das respectivas áreas disciplinares, do grupo de educadores e dos docentes do 1.º ciclo, onde se planifica, monitoriza os resultados escolares e se aferem os instrumentos de avaliação. A articulação interdepartamental é mais ténue, sendo apenas visível nas acções conjuntas promovidas no âmbito do Plano Anual de Actividades. A gestão vertical do currículo é garantida, essencialmente, pela continuidade pedagógica, existindo algumas práticas, na transição entre os primeiros níveis de escolaridade, que facilitam a sequencialidade. O trabalho cooperativo entre docentes é mais evidente nos níveis de ensino iniciais. O acompanhamento e a supervisão interna da prática lectiva decorrem de contactos informais entre os docentes e, indirectamente, nas estruturas de coordenação e supervisão.

O Departamento da Educação Especial, embora com escassez de meios humanos especializados em algumas áreas, é uma estrutura organizada, que tenta responder eficazmente aos vários casos referenciados, nomeadamente, aos discentes que revelam necessidades educativas especiais de carácter permanente. Apesar de existirem medidas de apoio para os alunos com dificuldades de aprendizagem, não estão previstas estratégias que promovam o desenvolvimento dos alunos que revelem capacidades excepcionais.

As áreas de formação e a prática em contexto de trabalho dos cursos profissionalizantes contribuem para a promoção dos saberes práticos e profissionais. As actividades ínsitas no Plano Anual de Actividades, as actividades de animação socioeducativas e de enriquecimento curricular, os clubes temáticos, as actividades dinamizadas pela biblioteca escolar e o ensino articulado da música potenciam a integração das dimensões culturais e sociais no percurso dos discentes. A prática experimental, nos diversos ciclos e níveis de ensino, é incipiente, traduzindo-se nas actividades genéricas e projectos propostos pelos docentes destas áreas do saber.

3. Organização e gestão escolar

SUFICIENTE

O Agrupamento está disperso por seis freguesias e concentra um elevado número de alunos, após a fusão decidida pela Direcção Regional de Educação do Norte, em Abril de 2007, contra a vontade da comunidade educativa. Seguiram-se dois anos de gestão corrente, até à implementação de um novo modelo de gestão. Não está ainda aprovado o Projecto Educativo, nem existe Projecto Curricular de Agrupamento, o que dificulta a liderança desta organização escolar. Na gestão dos recursos humanos, tem-se em conta o perfil e as competências individuais, prevalecendo o critério da continuidade pedagógica. Devido à escassez de pessoal não docente, recorre-se a pessoal colocado temporariamente pelo Centro de Emprego, por vezes sem perfil

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adequado, o que prejudica a qualidade do serviço prestado. É proporcionada alguma formação interna, na área das tecnologias da informação e comunicação, com recursos próprios.

As escolas do Agrupamento estão em razoáveis condições físicas de segurança e funcionamento e algumas EB1/JI foram recentemente remodeladas, mas nem todas possuem condições adequadas para a prática da Actividade Física e Desportiva. Apesar do esforço da autarquia para remodelar e equipar as salas do 1.º ciclo com quadros interactivos, nota-se alguma falta de material didáctico-pedagógico. Na escola-sede, a maioria dos serviços ainda continua a funcionar em duplicado, após a fusão. Esta escola vai aderindo progressivamente às tecnologias da informação e comunicação, mas precisa de melhorar a rede comunicação interna para acesso generalizado à Internet em todas as salas de aula. O Agrupamento organiza diversas actividades que apelam à participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa, que têm merecido alguma receptividade, mas o acompanhamento dos alunos pelos respectivos encarregados de educação tem-se revelado insuficiente, sobretudo na escola-sede. Existe preocupação com a equidade e a justiça, nomeadamente no atendimento a alunos com necessidades educativas especiais, com problemas socioeconómicos ou na integração dos alunos de etnia cigana.

4. Liderança

BOM

Após a fusão, houve perda de identidade da escola-sede e degradou-se a sua imagem externa. O Director iniciou funções no presente ano lectivo, partilha responsabilidades e incentiva à cooperação, mas está limitado na sua actuação pela falta de aprovação do Projecto Educativo e pela ausência de um Projecto Curricular. O Conselho Geral apenas tomou posse em Dezembro de 2009. Entretanto, o Agrupamento prosseguiu com a diversificação da oferta formativa, com destaque para a profissionalizante, apesar da opção pela selecção dos mesmos ter ficado condicionada pela disponibilidade de recursos necessários para a sua implementação. Está prevista a modernização e requalificação da escola-sede, o que poderá contribuir para a melhoria das condições da prestação do serviço educativo, a partir do 2.º ciclo, e fomentar o espírito de identidade do Agrupamento. Os órgãos de administração e gestão e as lideranças intermédias mostram-se empenhados em colaborar para a melhoria do funcionamento do Agrupamento e da imagem externa da escola-sede. Existe uma vontade expressa das associações de pais e encarregados de educação em colaborar na resolução dos eventuais problemas das escolas frequentadas pelos seus educandos. Diminuiu o absentismo docente, sobretudo devido ao regime de permutas instituído. A inovação caracteriza-se pela diversificação da oferta formativa, por algumas iniciativas integradoras promovidas internamente, pela adesão progressiva aos novos recursos da informação e da comunicação na interacção e em contexto de sala de aula, embora o computador “Magalhães” tenha sido ainda pouco utilizado. O Agrupamento dinamiza diversas actividades e aderiu a alguns projectos nacionais e locais, promovendo a formação integral dos alunos.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

SUFICIENTE

Não existe um processo formal de auto-avaliação, nem foi constituída qualquer equipa para esse efeito. No entanto, é prática corrente a reflexão sobre os resultados e foi criada uma equipa, no Conselho Pedagógico, para a elaboração do Projecto Educativo, que identificou os principais problemas e propôs soluções adequadas. Com base nos problemas identificados, os órgãosde direcção, administração e gestão, bem com as estruturas de coordenação e supervisão, iniciaram procedimentos para tentar resolver os problemas mais emergentes, tais como, enfrentar e prevenir a indisciplina e melhorar a articulação horizontal e vertical.

O Agrupamento aponta como maiores constrangimentos ao seu desenvolvimento, a integração forçada da Escola Secundária, a dispersão geográfica, o elevado número de alunos e a sua imagem exterior. Por outro lado, face ao desenvolvimento industrial e empresarial na sua zona de influência e ao previsível aumento da população escolar, entende que a requalificação das escolas EB1/JI e da escola-sede poderá reforçar a sua identidade e melhorar a prestação do serviço educativo.

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IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR

1. Resultados

1.1 Sucesso académico

As informações que traduzem um juízo globalizante sobre o percurso e a evolução das aprendizagens das crianças e alunos do Agrupamento são registadas, trimestralmente, em documentos próprios e dadas a conhecer aos encarregados de educação. Os dados destes registos, após tratamento estatístico por ano, turma e disciplina, são verificados e apresentados pelo Director, para reflexão em Conselho Pedagógico, sendo, posteriormente, remetidos aos departamentos e áreas disciplinares para uma análise mais detalhada. No final do ano, os resultados das provas de aferição e dos exames são comparados com os respectivos referentes nacionais, em sede de Conselho Pedagógico. Não existe, todavia, uma prática sistemática e intencional de comparação dos resultados alcançados com os de unidades educativas vizinhas, nem de análise da evolução temporal dos mesmos. As taxas de transição/conclusão, em 2009, à excepção dos 1.º, 2.º e 6.º anos, foram inferiores às nacionais, apresentando um desvio negativo, de 1.2% no 1.º ciclo, 0.1% no 2.º ciclo, 6.9% no 3.º ciclo e 10.6% no Ensino Secundário. É de salientar, ainda, o decréscimo destas taxas no 7.º e 10.º ano, relativamente às do 6.º e 9.º ano, onde a diferença é de 22.9% e 19% respectivamente. No triénio 2007-2009, os resultados obtidos nas provas de aferição do 4.º ano, a Língua Portuguesa, embora ligeiramente abaixo em 2007 e 2009, acompanham a tendência da média nacional, com um desvio de 0.6% e 0.4%, respectivamente, ao invés, em 2008, situam-se 1,3% acima do referente nacional. A Matemática, em 2007 e 2008, estes resultados são superiores aos referentes nacionais, apresentando um desvio de 1,1%, 4,1% e, em 2009, inferiores, com um desvio de 2,3%.Verifica-se, em 2009, a Língua Portuguesa e a Matemática, um decréscimo das classificações de Muito Bom e Bom em relação à média nacional. No 6.º ano, em 2007 e 2008, a Língua Portuguesa, a percentagem de classificações positivas é superior aos referentes nacionais em 3,7% e 1,6%, respectivamente, enquanto que, em 2009, esta percentagem é 1,3% inferior à média nacional. A Matemática, e no período considerado, os resultados obtidos, apesar de se aproximarem da média nacional, são sempre inferiores (6.9%, 3.9% e 2.1%). No triénio em apreço, os resultados obtidos nos exames nacionais do 9.º ano são, em Língua Portuguesa, superiores aos nacionais e, em Matemática, inferiores. No 12.º ano, em 2007 e 2009, a média das classificações obtidas no exame de Português, (11.4 e 12.8) é superior à nacional, mas, em 2008, é inferior (10.2). A Matemática, a média dos resultados dos exames (8.1, 10.6 e 9.4) é inferior às respectivas médias nacionais. A História, em 2007 e 2009, a média das classificações de exame progride (9.3 e 11.1), mantendo-se, no entanto, abaixo das nacionais.

O Português é identificado pelo Agrupamento como área de sucesso, sendo a estabilidade e a experiência do respectivo corpo docente apontados como factores determinantes. Não há evidências de implementação intencional de planos de melhoria estruturados e consequentes, decorrentes da monitorização dos resultados escolares. Embora o Agrupamento implemente medidas de apoio educativo e organizacionais, adira a projectos e programas nacionais neste âmbito, as taxas de sucesso dos alunos com planos de recuperação e acompanhamento, nomeadamente no 3.º ciclo, diminuíram nos últimos dois anos. O abandono escolar é residual e os potenciais casos são devidamente monitorizados.

1.2 Participação e desenvolvimento cívico

Os alunos não foram envolvidos na elaboração e discussão do Projecto Educativo. Conhecem melhor o Regulamento Interno, abordado nas aulas de Formação Cívica, nomeadamente nos 2.º e 3.º ciclos. Apesar de escassas, constam do Plano Anual de Actividades, algumas acções promovidas pelos alunos, em conjunto com os docentes. As opiniões e propostas dos discentes são auscultadas, essencialmente, através dos directores de turma ou dos professores titulares de grupo/turma, dos seus representantes nas reuniões onde têm legalmente assento, e, ainda, através da Associação de Estudantes.

Em função do nível etário, são atribuídas aos discentes algumas tarefas e cargos que visam potenciar a sua responsabilidade na vida do Agrupamento (e.g., delegado e subdelegado de turma, bibliotecário, responsável semanal por tarefas diárias na Educação Pré-Escolar e no 1.º ciclo). O desenvolvimento cívico, ao nível das atitudes e valores, é fomentado pela inclusão destas vertentes nos critérios gerais de avaliação, através de

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projectos de solidariedade (e.g., De mãos dadas e Ecofashion) e pela existência, apesar de interrompida no ano transacto, de um Quadro de Valor. A satisfação dos discentes com o serviço educativo prestado é mais evidente nos alunos mais novos.

1.3 Comportamento e disciplina

Tendo em conta o aumento dos incidentes críticos verificados em 2008-2009, alguns de maior gravidade, os diversos elementos da comunidade escolar consideram que, no presente ano lectivo, os actos de indisciplina na escola-sede diminuíram, devido à actuação pronta e enérgica dos directores de turma e dos órgãos de gestão. Foram delineadas e implementadas medidas, em articulação com a Associação de Pais e as forças de segurança, que visam tornar o ambiente vivenciado no recinto escolar mais seguro e disciplinado (e.g., patrulhamento do exterior e interior do recinto pela Guarda Nacional Republicana (GNR), divulgação das penas aplicadas aos infractores e registo de ocorrências na turma). Os direitos e deveres dos alunos, constantes do Regulamento Interno, são do conhecimento dos elementos da comunidade escolar, promovendo-se o seu cumprimento com a inclusão desta dimensão nos critérios de avaliação e do recurso à área de Formação Cívica como espaço privilegiado para a sua discussão e debate. Na Educação Pré-Escolar e no 1.º ciclo, as regras a observar dentro e fora da sala de aula são definidas em conjunto por docentes e alunos. Apesar de serem relevados alguns incidentes na relação entre os alunos e outros elementos da comunidade escolar, a generalidade dos interlocutores considera o ambiente educativo apropriado à prestação do serviço de educação e que o mesmo tem vindo a melhorar.

1.4 Valorização e impacto das aprendizagens

A população-alvo do Agrupamento provém de grupos sociais bastante heterogéneos. Assim, a oferta educativa/formativa pretende ir ao encontro desta diversidade, aumentando as expectativas dos alunos, das famílias e da comunidade local face ao serviço público prestado. Neste âmbito, para além da Educação Pré-Escolar e Ensino Básico regular, oferece ainda, ensino articulado de música, cursos de educação e formação de jovens, cursos do Ensino Secundário de Ciências e Tecnologias e de Línguas e Humanidades e cursos profissionais em diversas áreas (e.g., comunicação, marketing e relações públicas, turismo e informática). A dinamização de clubes, as actividades inscritas no Plano Anual (e.g. concurso da escrita criativa, concurso superTmatiK e o problema do mês), a existência do Quadro de Excelência e a adesão a projectos nacionais (e.g., Plano de Acção para a Matemática, Plano Nacional de Leitura) concorrem para a valorização do saber. Não existem mecanismos sistemáticos de monitorização do percurso dos alunos após transição de ciclo ou do percurso formativo realizado.

2. Prestação do serviço educativo

2.1 Articulação e sequencialidade

Os departamentos são espaços privilegiados de transmissão das orientações gerais emanadas dos órgãos de gestão e de uniformização de propostas e linhas de actuação das respectivas áreas disciplinares (e.g., critérios de avaliação, modalidades de avaliação e necessidades de formação). A supervisão da acção educativa e o acompanhamento da operacionalização das orientações definidas são realizados pelo Coordenador de Departamento, em reuniões mensais com os vice-coordenadores das áreas disciplinares. Apesar de não existir um plano de acção que estabeleça metas e objectivos, quer dos processos, quer dos resultados, o trabalho desenvolvido por estas estruturas baseia-se na experiência dos seus coordenadores. As áreas disciplinares, os grupos de educadores e docentes do 1.º ciclo (1.º e 2.º anos e 3.º e 4.º anos) são as unidades fundamentais de coordenação pedagógica, de planeamento e articulação dos conteúdos. O trabalho cooperativo entre docentes é visível, essencialmente, na Educação Pré-Escolar e no 1.º ciclo. A supervisão das actividades socioeducativas e de enriquecimento curricular é realizada, diariamente, pelos docentes titulares de grupo/turma. A sua articulação com as actividades curriculares é, por ora, ténue, no entanto, emergem espaços para a sua realização (e.g., reunião no início do ano com docentes das actividades de enriquecimento curricular e reunião dos responsáveis por essas actividades com coordenadores de áreas disciplinares). O Coordenador do Departamento do 1.º ciclo e o Adjunto do Director, reúnem, mensalmente, com os coordenadores de estabelecimento para uniformizar procedimentos e tratar de assuntos administrativos e pedagógicos. A

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articulação e sequencialidade dos conteúdos, em cada ciclo e área disciplinar, são garantidos, essencialmente, pela continuidade pedagógica. A gestão vertical do currículo, na transição entre ciclos, é mais evidente entre a Educação Pré-Escolar e o 1.º ciclo e entre este e o 2.º ciclo, onde se verificam estratégias facilitadoras desta transição (e.g., reuniões no início do ano entre os educadores e titulares de turma, reuniões entre os docentes do 4.º ano e os directores de turma do 5.º ano e grupos de trabalho de docentes dos 4.º e 5.º anos para articulação de conteúdos a Matemática e Língua Portuguesa). A integração dos alunos no Ensino Secundário é preparada com sessões de orientação escolar e vocacional, dinamizadas pela psicóloga. A articulação inter-departamental é procurada através da planificação de actividades a realizar, no âmbito do Plano Anual de Actividades e dos projectos curriculares de grupo/turma.

2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula

Não está instituída a observação directa de aulas. Assim, o acompanhamento da prática lectiva consubstancia-se por via de contactos informais entre os docentes e, indirectamente, através da monitorização dos resultados escolares e do cumprimento dos programas nos departamentos curriculares, nas áreas disciplinares e no Conselho Pedagógico.

Os projectos curriculares de grupo/turma contêm e operacionalizam as estratégias comuns a adoptar pelos docentes, cuja avaliação ocorre ao longo do ano lectivo. A confiança na avaliação interna assenta na definição de critérios de avaliação por ano e ciclo de escolaridade, na análise dos resultados escolares e na sua comparação com os alcançados em provas de cariz nacional. No entanto, não é, ainda, visível a redefinição intencional de estratégias em função dos resultados obtidos.

2.3 Diferenciação e apoios

Os alunos com necessidades educativas são acompanhados, no seu percurso escolar, desde a fase de sinalização, de diagnóstico e de desenvolvimento das respectivas estratégias, pelos docentes titulares de grupo/turma, conselhos de turma e, quando necessário, pelos docentes do Departamento da Educação Especial e psicóloga. No 1.º ciclo, os discentes que revelam dificuldades de aprendizagem são apoiados pelo docente titular de turma, em articulação com os docentes colocados para o efeito. Nos restantes ciclos, são implementadas medidas de apoio educativo (e.g., apoio pedagógico a Matemática, Português e Inglês e sala de estudo). Os alunos cuja língua materna não é o Português são apoiados com o intuito de facilitar a sua integração no sistema educativo. Os discentes que revelam capacidades excepcionais e procuram a melhoria contínua e a excelência de resultados não são alvo de qualquer medida de apoio específica. Os recursos humanos que trabalham no departamento da educação especial, embora escassos para apoio ao 1.º ciclo e na área da psicologia (uma psicóloga para 3137 alunos), são experientes e empenhados. A avaliação da eficácia das medidas implementadas ocorre trimestralmente, com a apresentação de relatórios por parte dos intervenientes nos diversos planos.

2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem

A oferta educativa profissionalizante proporciona o contacto com a realidade social e laboral, potenciando a integração, no percurso dos formandos, de componentes práticas e actividades que os aproximam do mundo empresarial. As actividades e eventos constantes do Plano Anual, os clubes temáticos (e.g., da rádio, de jornalismo e das artes plásticas), as actividades desenvolvidas no âmbito do apoio socioeducativo e de enriquecimento curricular (e.g., música, actividade física, inglês e artes plásticas), bem como as actividades promovidas pela biblioteca escolar, proporcionam aos alunos experiências de aprendizagem diversificadas, desde logo nas dimensões ambiental, da saúde, artística e cultural.

Não é visível, nos diversos níveis de ensino e ciclos de escolaridade, uma prática laboratorial sistemática em que os alunos tenham um papel activo. O incentivo e o despertar da curiosidade científica são promovidos através de actividades mais abrangentes, propostas pelas estruturas associadas a estas áreas do saber (e.g., semana da ciência, dia do laboratório e visitas de estudo), embora não seja avaliado o seu impacto na formação dos alunos.

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3. Organização e gestão escolar

3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade

O Agrupamento, reformulado, em 2007, contra a vontade de toda a comunidade educativa, devido ao elevado número de alunos envolvidos, foi gerido, nos dois últimos anos lectivos, por uma Comissão Executiva Instaladora, sendo o actual Director eleito no final de 2008-2009. Neste período conturbado, não havendo um Projecto Educativo, o Conselho Pedagógico e a Assembleia Constituinte aprovaram, em Setembro de 2008, as linhas orientadoras da acção educativa para o ano lectivo de 2008-2009. A grande prioridade implícita era a coesão do Agrupamento. Em Março de 2009 foi reformulado o Regulamento Interno, de acordo com os normativos em vigor. À data da realização desta avaliação externa, o Projecto Educativo, elaborado por uma equipa constituída em sede de Conselho Pedagógico, com base na aplicação de questionários a uma pequena amostra da comunidade educativa, ainda não tinha sido formalmente aprovado. Não existe ainda Projecto Curricular de Agrupamento. O Plano Anual de Actividades decorre de iniciativas propostas pelos diferentes departamentos e respectivos grupos disciplinares/ano, tendo por base o cumprimento dos programas e a formação integral dos alunos. Os projectos curriculares de grupo/turma, partindo de uma matriz comum, procuram adequar a gestão do currículo aos seus destinatários. Os documentos estruturantes existentes foram essencialmente elaborados com a participação dos docentes, através das suas estruturas mais representativas. A planificação do presente ano lectivo teve por principal preocupação a gestão corrente dos programas, estabelecendo a articulação possível entre ciclos, numa lógica de consolidação progressiva do Agrupamento. Devido à sobrelotação da escola-sede e à incompatibilidade de horários, todas as reuniões são realizadas após as 18 horas. As áreas transversais foram atribuídas, tendo em conta as necessidades dos alunos e a disponibilidade docente, assim, a Formação Cívica é da responsabilidade dos directores de turma, o Estudo Acompanhado é atribuído preferencialmente a professores que leccionam as disciplinas de Matemática e línguas, enquanto a Área de Projecto é prioritariamente atribuída a professores da Área de Expressões.

3.2 Gestão dos recursos humanos

O Director conhece as competências pessoais e profissionais do pessoal não docente e delega nos respectivos coordenadores a atribuição das diferentes tarefas, supervisionando a organização dos serviços e incentivando a cooperação entre as diferentes estruturas. Devido à escassez de assistentes operacionais, recorre-se a tarefeiros e aos planos ocupacionais do Centro de Emprego, recebendo trabalhadores, por vezes, pouco qualificados para as funções a desempenhar e de permanência limitada. O Director também conhece a maioria do pessoal docente e atribui os cargos de maior responsabilidade ao pessoal do quadro permanente, em função do perfil de cada um. Foram definidos critérios específicos para a distribuição do serviço docente no ano lectivo de 2009-2010, mas a primeira prioridade é assegurar a continuidade pedagógica dos professores nas turmas em todos os ciclos de escolaridade, com destaque para a atribuição criteriosa da direcção de turma. Verifica-se o funcionamento de um número alargado de clubes, porém alguns revelam baixa frequência e fraca visibilidade, pelo que a afectação de horas da componente não lectiva dos docentes carece de ser repensada (e.g., cinco professores afectos ao clube de Rádio Escolar e um clube de Físico-Química apenas com dois alunos).

O pessoal docente e não docente tem frequentado acções de formação externa, mas o Agrupamento também proporciona alguma formação interna, sobretudo na área das tecnologias da informação e da comunicação. Os profissionais do Agrupamento afirmam a existência de um bom relacionamento e a facilidade de integração dos novos elementos na comunidade escolar, mas é evidente que na escola-sede existem dois pólos diferenciados de aglutinação de pessoal agregados às estruturas físicas das duas escolas que lhe deram origem. Os serviços de administração escolar estão organizados por áreas funcionais, embora haja alguma rotatividade de funções, e dão resposta satisfatória às necessidades do Agrupamento, apesar de ainda não ter sido aferido o grau de satisfação dos seus utentes. Os alunos e alguns pais manifestaram uma posição crítica sobre o horário de funcionamento de alguns serviços.

3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros

Neste Agrupamento coexistem diferentes tipologias nas escolas EB1/JI, algumas das quais foram remodeladas, e é garantida a conservação/manutenção, através de uma empresa municipal “Escola Sempre Nova” e das

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respectivas juntas de freguesia, mas nem todas possuem condições adequadas para a prática da Actividade Física e Desportiva. A Câmara Municipal está a equipar as salas do 1.º ciclo com quadros interactivos, mas verifica-se alguma escassez de material pedagógico e didáctico, que os professores procuram colmatar com alguma imaginação. As instalações da escola-sede estão ainda bem conservadas e, após a fusão, ainda existe duplicação de serviços, com excepção da secretaria e do pavilhão gimnodesportivo, que é municipal. Derrubou-se uma parte do muro que as Derrubou-separava, mas continuam a existir duas portarias, o que dificulta o controlo de entradas e saídas. Por outro lado, apenas os alunos, professores e pessoal não docente da antiga escola secundária possuem cartão magnético para identificação e aquisição de bens e serviços. Não existem, actualmente, condições físicas para acesso de alunos com mobilidade condicionada ao piso superior das instalações, nomeadamente às duas bibliotecas, na escola-sede.

A relação de computador/aluno é menor no 2.º ciclo (1/20) e maior no 3.º ciclo/Ensino Secundário (1/6) onde existem cursos de Informática, mas, na escola-sede, a rede de comunicações é muito débil e pouco abrangente, o que impede o acesso generalizado à internet a partir das salas de aula. Nesta escola, existem 5 quadros interactivos, decorrentes da adesão ao Plano de Acção da Matemática. Para além dos meios tradicionais de informação e comunicação, o Agrupamento recorre cada vez mais à comunicação por e-mail, está a implementar a utilização da plataforma Moodle e a construir uma página na Internet. As receitas próprias do Agrupamento são escassas e provêm sobretudo da adesão a projectos, dos lucros do bufete e da exploração de máquinas de venda de produtos alimentares e bebidas e são investidas em pequenas reparações e equipamentos.

3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa

No início do ano lectivo, em todo o Agrupamento, realizam-se reuniões com os pais/encarregados de educação a quem é entregue uma cópia do Regulamento Interno e explicadas algumas normas de funcionamento. Os pais participam nos órgãos onde está prevista a sua presença, mas, em geral, empenham-se pouco no acompanhamento dos seus educandos, especialmente na escola-sede. Nas EB1/JI, a presença dos pais é satisfatória, nas reuniões com os educadores e professores titulares de turma, mas, na escola-sede, apenas em algumas turmas se verifica uma comparência regular nas reuniões com os directores de turma. Estes disponibilizam-se para atender os pais, em horários pós-laboral ou em horas mais convenientes, mas são poucos os que aparecem por iniciativa própria. Existe Associação de Pais na escola-sede e na maioria das EB1/JI, mas não existe uma estrutura representativa e coordenadora para todo o Agrupamento. Realizam-se algumas actividades que apelam à participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa, que têm merecido alguma receptividade.

3.5 Equidade e justiça

Nos documentos estruturantes do Agrupamento a equidade e a justiça não transparecem ainda entre as principais prioridades. Porém, notam-se algumas práticas que relevam estes valores, com destaque para o cuidado com a inclusão de alunos com necessidades educativas especiais e os de etnia cigana, e o fornecimento de um suplemento alimentar a alguns alunos mais carenciados. Definiram-se critérios explícitos para a distribuição do serviço docente, onde estão subjacentes preocupações com a equidade e a justiça. Estabeleceram-se critérios equitativos para a constituição de turmas, procurando garantir o seu funcionamento em regime normal, sempre que possível. O Agrupamento procura encontrar respostas para as situações mais complicadas de alguns alunos, de natureza socioeconómica, através do apoio da psicóloga, com a colaboração das assistentes sociais das diferentes juntas de freguesia e procurando envolver outros parceiros sociais.

4. Liderança

4.1 Visão e estratégia

Os dois anos lectivos que se seguiram à fusão da EB2 com a Escola Secundária e consequente reformulação do Agrupamento foram de gestão corrente, aumento da conflitualidade, alguma confusão, perda de identidade e degradação da imagem externa da escola-sede.

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A actual Direcção iniciou funções no início do presente ano lectivo e o Conselho Geral apenas tomou posse no dia 11 do corrente mês. Foram implementadas algumas medidas, tendo por base o Projecto Educativo elaborado, onde se identificam problemas, formulam objectivos específicos e propõem orientações estratégicas que apontam para uma escola de referência, no âmbito local, regional e nacional, no quadro da oferta formativa

e educativa proporcionada, no entanto, não são traçadas metas quantificáveis que permitam avaliar

progressivamente o grau de persecução dos objectivos traçados, que também não estão calendarizados. A oferta formativa é diversificada, com clara aposta nos cursos de natureza profissionalizante, desde os cursos de educação e formação aos cursos profissionais, embora a opção pela selecção dos mesmos tenha ficado condicionada pela disponibilidade de recursos necessários para a sua implementação.

O Agrupamento abrange uma zona de desenvolvimento urbano, industrial e comercial, com o consequente aumento da população escolar, obrigando a que três EB1/JI funcionem em regime de desdobramento e a escola-sede esteja sobrelotada, existindo também lista de espera nos JI de Megide, Ribes e Serpente. A requalificação prevista das estruturas físicas da escola-sede poderá melhorar as condições da prestação do serviço educativo e fomentar o espírito de identidade do Agrupamento.

4.2 Motivação e empenho

Todos os órgãos de administração e gestão e as estruturas de coordenação educativa e supervisão pedagógica mostram-se empenhados em colaborar para a melhoria do funcionamento do Agrupamento e da imagem externa da escola-sede. O Director delega funções e atribui responsabilidades, procurando motivar todos os actores da comunidade escolar à participação e cooperação, ao mesmo tempo que procura melhorar as condições físicas, o equipamento da escola-sede e os meios de comunicação no Agrupamento. São visíveis algumas acções de dinamização de actividades de envolvimento da comunidade educativa, que assentam sobretudo no voluntarismo de algumas pessoas. As associações de pais e encarregados de educação manifestam vontade para colaborar na resolução dos problemas do Agrupamento, embora de forma parcelar. Estão particularmente sensíveis aos incidentes críticos verificados na escola-sede e com a segurança no interior da mesma. O absentismo discente e do pessoal não docente diminuiu no ano lectivo de 2008-2009, em relação ao ano lectivo anterior, enquanto o absentismo docente, em geral, também diminuiu, para o que contribuiu o regime de permutas em vigor.

4.3 Abertura à inovação

A inovação do Agrupamento radica sobretudo na diversificação da oferta formativa e no estabelecimento de parcerias e protocolos para apoio, consolidação e desenvolvimento dos cursos profissionalizantes que oferece. Igualmente inovadora foi a forma encontrada para melhorar a segurança interna, tendo em conta os incidentes críticos verificados, a escassez de recursos humanos e a dimensão física da escola-sede, com a colaboração da GNR, que patrulha a área circundante e faz também patrulhamento interno, regularmente.

Salienta-se também o apoio à dinamização do jornal periódico Expresso Jovem, o desenvolvimento de actividades na escola-sede para os alunos das EB1/JI, a deslocação de alunos dos cursos de Educação e Formação às referidas escolas, a cerimónia de distinção de alunos de mérito, a realização dos concursos de vídeo e robótica promovidos pelos alunos dos cursos profissionais e a adesão crescente às tecnologias da informação e comunicação, de que são exemplo a plataforma Moodle, a página electrónica do Agrupamento e comunicação por e-mail. Destaca-se, ainda, a boa adesão dos professores das EB1/JI à introdução dos quadros interactivos, mas regista-se também o fraco aproveitamento dos computadores “Magalhães” em contexto educativo.

4.4 Parcerias, protocolos e projectos

O Agrupamento tem um bom relacionamento institucional com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, no âmbito das responsabilidades assumidas pela autarquia nas EB1/JI e da utilização do pavilhão municipal. Porém, relativamente às actividades de enriquecimento curricular, da responsabilidade da empresa municipal Gaianima, os professores do 1.º ciclo queixam-se da falta de estabilidade na fixação daqueles docentes, devido às condições contratuais existentes, o que estará para ser revisto, segundo informou um representante da autarquia. As juntas de freguesia complementam o apoio a estas escolas, embora de forma desigual, e colaboram em outras actividade e iniciativas do Agrupamento, nomeadamente na angariação de estágios para os alunos dos

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cursos de educação e formação e profissionais, em empresas e associações da região, com quem o Agrupamento estabelece os necessários protocolos. Neste âmbito, destaca-se a Junta de Freguesia de Canelas, que ainda fornece transportes e instalações para algumas actividades e coopera na gestão de informação.

Entre as diversas parcerias estabelecidas, destacam-se: o Centro de Saúde de Canelas, no âmbito da prevenção, formação e promoção da saúde; a GNR, pela colaboração na promoção da segurança interna e externa; a Casa da Cultura – Solar Condes de Resende, no apoio à divulgação e apresentação de eventos culturais de iniciativa do Agrupamento; a Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM), a Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Gaia (CERCI-Gaia) e o Centro de Reabilitação da Granja, para a integração de alunos com necessidades educativas especiais. O Agrupamento aderiu a diversos projectos de âmbito nacional e local que contribuem para o enriquecimento cultural, artístico e desportivo dos seus alunos.

5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento

5.1 Auto-avaliação

Não existe uma cultura instituída de auto-avaliação, nem foi criada qualquer equipa para esse efeito. No entanto, em 2006-2007 deram-se os primeiros passos para a iniciação desse processo na Escola Secundária, que não teve continuidade, devido ao anúncio da fusão com a EB2 e à consequente integração no Agrupamento já constituído. Porém, existe uma prática corrente de reflexão sobre os resultados escolares desde os grupos disciplinares até ao Conselho Pedagógico, passando também pelos departamentos. Entretanto, foi criada uma equipa em sede de Conselho Pedagógico para a elaboração do Projecto Educativo, em cujo processo foram aplicados questionários a uma amostra da comunidade educativa, onde se identificaram os problemas existentes e foram traçados objectivos e estratégias.

5.2 Sustentabilidade do progresso

Embora não exista uma equipa de auto-avaliação nem tenha sido iniciado qualquer procedimento formal para o efeito, foi possível constatar que os órgãos de gestão e administração do Agrupamento, bem com as estruturas de coordenação e supervisão, têm bem identificados alguns dos seus pontos fracos, com base no trabalho desenvolvido para a elaboração Projecto Educativo, e já foram tomadas medidas para resolver as situações prioritárias, como é o caso da indisciplina e das iniciativas programadas e espontâneas para a melhoria da articulação horizontal e vertical. O Agrupamento considera como grandes constrangimentos ao seu desenvolvimento o facto de ter havido uma fusão forçada e a consequente integração da Escola Secundária no Agrupamento pré-existente, que concentra um elevado número de alunos e está disperso por seis freguesias, bem como a degradada imagem da escola-sede no exterior. Por outro lado, há expectativas positivas de melhoria do serviço prestado e da imagem externa, com o investimento progressivo da autarquia na requalificação das escolas EB1/JI e com a prometida reconstrução da escola-sede, procurando dar uma resposta adequada ao previsível aumento da população, em consequência do desenvolvimento industrial e empresarial da sua zona de influência.

V – CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas de Canelas (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria.

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Entende-se aqui por:

• Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos;

• Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos;

• Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ajudar a alcançar os seus objectivos;

• Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão prejudicar o cumprimento dos seus objectivos.

Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório.

Pontos fortes

Os resultados alcançados a Português, nos exames nacionais.

A diversidade da oferta educativa e formativa, potenciadora das expectativas dos alunos e das famílias face ao serviço educativo prestado.

A gestão vertical do currículo entre a Educação Pré-Escolar/1.º ciclo/2.º ciclo.

A resposta educativa para os alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente.

A liderança do Director assente na partilha de responsabilidade, na cooperação e empenho das

diferentes estruturas de coordenação e supervisão.

Pontos fracos

As taxas de transição/conclusão, em 2009, nos diversos ciclos do ensino básico e a ausência de monitorização da evolução temporal dos resultados escolares e sua comparação com os de outras unidades educativas, numa dimensão local ou regional.

A frágil articulação interdepartamental e a prática incipiente do ensino experimental.

A inexistência de mecanismos sistemáticos e intencionais de supervisão da prática lectiva.

A inexistência de Projecto Curricular de Agrupamento e de um Projecto Educativo, aprovados e divulgados.

A reduzida participação dos pais e encarregados de educação no acompanhamento do processo educativo dos seus educandos, sobretudo na escola-sede.

A reduzida utilização do computador “Magalhães” como ferramenta pedagógica.

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Oportunidades

A modernização e requalificação das instalações da escola-sede e do parque escolar da Educação Pré-Escolar e do 1.º ciclo poderão melhorar as condições da prestação do serviço educativo e contribuir para o desenvolvimento da identidade e melhoria da imagem externa do Agrupamento.

Constrangimentos

A grande dimensão do Agrupamento e a sua dispersão geográfica poderão ameaçar o cumprimento dos objectivos da organização.

Referências

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