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DECRETO N.º 1.795, DE 04 DE NOVEMBRO DE 1997

DISPÕE SOBRE O SISTEMA ESTADUAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

O GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 66, inciso III, da Constituição Estadual e considerando o disposto nos artigos 24, incisos VI e VII, e 225 parágrafo 1º, inciso III, da Constituição Federal;

considerando que o Código Estadual do Meio Ambiente, instituído através da Lei Complementar n.º 36, de 21 de novembro de 1995, em seu artigo 32 atribui ao Poder Executivo, a implantação do Sistema Estadual de Unidades de Conservação;

considerando, finalmente, que as legislações federal e estadual estabelecem parâmetros gerais para a regulamentação da matéria,

DECRETA

CAPÍTULO I

As Disposições Preliminares

Art. 1º. - Este Decreto regulamenta o Sistema Estadual de Unidades de Conservação-SEUC, estabelecendo seus objetivos, normas para criação, implantação e gestão dos espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos.

Art. 2º. - Para fins previstos neste Decreto, entende-se por:

I. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO (UCs)OU ÁREA PROTEGIDA: zona ou região dedicada especificamente a proteção e conservação da diversidade biológica e dos recursos naturais e culturais associados;

II. CONSERVAÇÃO DA NATUREZA: o uso sustentável dos recursos naturais, sem colocar em risco a manutenção dos ecossistemas existentes, garantido-se a permanência da diversidade biológica;

III. PRESERVAÇÃO DA NATUREZA: as práticas de conservação que assegurem a proteção integral dos atributos naturais;

IV. DIVERSIDADE BIOLÓGICA: a variedade de genótipos, espécies, populações, comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região; V. USO SUSTENTÁVEL: forma socialmente justa e economicamente viável de exploração do ambiente que garanta a perenidade dos recursos naturais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos;

VI. MANEJO: o ato de intervir sobre os recursos naturais, com base em conhecimentos tradicionais, científicos e técnicos, com o propósito de promover e garantir a conservação da natureza;

VII. POPULAÇÃO TRADICIONAL: população culturalmente diferenciada, vivendo há várias gerações em um determinado ecossistema, em estreita dependência do meio natural para sua alimentação, abrigo e outras condições materiais de subsistência;

VIII. PLANO DE MANEJO: documento técnico que, com base nos objetivos de uma unidade de conservação, define o seu zoneamento, orienta e controla o manejo dos seus recursos, o uso da área, o desenvolvimento e a implementação das estruturas físicas necessária à gestão da unidade;

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IX. ZONEAMENTO: definição de setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos e normas específicas, realizado de acordo com os parâmetros gerais da categoria e objetivos gerais da unidade, visando sua efetiva proteção, manejo e controle;

X. ZONA TAMPÃO OU DE AMORTECIMENTO: área no entorno de uma unidade de

conservação, onde as atividades humanas estão sujeitas às normas e restrições específicas, com o propósito de minimizar os impactos negativos sobre a unidade.

CAPÍTULO II

Do Sistema Estadual de Unidades de Conservação

Art.3º. - É criado o Sistema Estadual de Unidades de Conservação-SEUC, constituído pelo conjunto de Unidades de Conservação-UC’s,

Parágrafo único: o Sistema Estadual de Unidades de Conservação tem por objetivo:

I. contribui para manutenção da diversidade biológica no território matogrossense e nas águas juridicionais;

II. proteger as espécies raras, endêmicas e ameaçadas de extinção no âmbito estadual; III. preservar e restaurar a diversidade de ecossistemas naturais;

IV. promover programas de conservação para as espécies nativas ameaçadas ou que apresentem interesse econômico;

V. estimular o desenvolvimento regional integrado, com base no uso sustentável dos recursos naturais;

VI. proteger paisagens naturais de notável beleza cênica;

VII. proteger as características excepcionais de natureza geológica, geomorfológica, arqueológica, paleontológica, espeleológica e cultural;

VIII. proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;

IX. incentivar atividades de pesquisa científica, estudos e monitoramento ambiental, sob todas as suas formas;

X. desenvolver programas e atividades de educação ambiental; XI. favorecer condições e promover o ecoturismo;

XII. preservar áreas naturais até que estudos futuros indiquem sua adequada destinação; XIII. proteger o modo de vida das populações tradicionais, estimulando sua promoção socioeconômica e respeitando sua cultura;

XIV. garantir o envolvimento dos cidadãos no estabelecimento e na revisão da política estadual de unidades de conservação;

XV. buscar o apoio e a cooperação das organizações não governamentais, de organizações privadas e de pessoas físicas para o desenvolvimento de estudos, pesquisa científicas, práticas de educação ambiental, monitoramento, manutenção e outras atividades de gestão das unidades de conservação;

XVI. proteger grandes áreas, através de um conjunto integrado de unidades de conservação de diferentes categorias, próximas ou contíguas.

Art. 4º - O SEUC será administrado pela Fundação Estadual do Meio Ambiente, sem prejuízo da competência do Conselho Estadual do Meio Ambiente e dos órgãos municipais responsáveis pela gestão das Unidades de Conservação criadas no âmbito municipal, que também integram o Sistema.

Parágrafo único - O ingresso e permanência das UC’s no SEUC será condicionada à observância dos critérios estabelecidos neste Decreto e demais normas pertinentes.

Art.5º. - Para assessorá-lo nas decisões relativas ao SEUC, o CONSEMA disporá de uma Câmara Técnica, constituído de personalidades de reconhecido saber e experiência nos assuntos relativos à conservação da natureza.

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§1º. - Os membros da Câmara Técnica serão nomeados pelo Secretário do Meio Ambiente da Secretaria Especial do Meio Ambiente, mediante proposta do CONSEMA.

§2º. - O regimento interno da Câmara referida no caput deste artigo, bem como o mandato de seus membros, serão estabelecidos pelo CONSEMA.

Art.6º. - As UC’s integrantes do SEUC constarão de um Cadastro de Unidades de Conservação, sob a responsabilidade da FEMA, contendo os dados principais de cada UC, incluindo, entre outras características relevantes, ecossistemas representativos, indicação de espécies ameaçadas de extinção, situação fundiária, recursos hídricos, clima e características de solos, estágio de implantação e aspectos sócio-culturais e antropológicos. Art.7º. - As Unidades de Conservação integrantes do SEUC poderão contar com conselhos consultivos externos, formados por representantes da comunidade científica, dos municípios envolvidos, das comunidades locais e de entidades ambientalistas, de forma a garantir a inserção regional da Unidade e o planejamento participativo na sua implantação.

Art. 8º - A Fundação Estadual do Meio Ambiente poderá firmar contratos e parcerias com organizações governamentais e não governamentais para implantação e gestão de unidades de conservação.

CAPÍTULO III

Das Categorias de Unidades de Conservação

Art. 9º - As Unidades de Conservação integrantes do SEUC serão reunidas em três grupos, com características distintas:

I - Unidades de Proteção Integral; II - Unidades de Uso Sustentável; III - Unidades de Manejo Provisório;

SEÇÃO I

Das Unidades de Proteção Integral

Art. 10 - Constituem o Grupo das Unidades de Proteção Integral as seguintes categorias de Unidades de Conservação:

I - Reserva Biológica; II - Estação Ecológica;

III - Parque Estadual e Municipal; IV - Monumento Natural;

V - Refúgio de Vida Silvestre.

§1º- As unidades de conservação relacionadas no "caput" deste artigo destinam-se à preservação integral da biota e demais atributos naturais nela existentes, bem como à realização de pesquisas científicas e ao desenvolvimento da educação ambiental, sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos, excetuados os casos previstos neste Decreto.

§ 2º - Nas unidades de Proteção Integral, a realização de pesquisas científicas e a visitação pública estarão sujeitas às normas e restrições estabelecidas pelo órgão responsável pela administração da UC, além das previstas no plano de manejo da unidade.

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Art. 11- As unidades de conservação do grupo de Proteção Integral terão a sua área de entorno definida como Zona Tampão ou de Amortecimento, onde poderão ser estabelecidas normas e restrições para o uso do solo e dos recursos naturais.

Art. 12 - Nas Reservas Biológicas a proteção integral da biota se dará sem interferência humana direta ou modificações ambientais, a qualquer título, excetuando-se as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e o manejo das espécies que o exijam, a fim de preservar a diversidade biológica.

Art.13 - As Estações Ecológicas destinam-se à realização de pesquisas básicas e aplicadas de Ecologia à proteção do ambiente natural e ao desenvolvimento da educação ambiental. Parágrafo único- Pelo menos 90% (noventa por cento) da área das estações ecológicas serão destinadas, em caráter permanente, à preservação integral da biota.

Art. 14 - Os Parques Estaduais e Municipais destinam-se à proteção integral de áreas naturais inalteradas ou pouco alteradas pela ação do homem, que oferecem relevante interesse do ponto de vista científico, cultural, cênico, educativo e recreativo

Art. 15 - Os Monumentos Naturais, constituídos em áreas de extensão limitada, destinam-se a preservar formações geológicas, aspectos geomorfológicos, sítios paleontológicos ou arqueológicos e aspectos cênicos que, por sua singularidade, raridade, beleza e vulnerabilidade, exijam proteção.

Art.16 - Os Refúgios de Vida Silvestre visam assegurar condições para a existência ou a reprodução de espécies ou comunidades da flora local, bem como da fauna residente ou migratória.

SEÇÃO II

As Unidades de Uso Sustentável

Art. 17 - Constituem o Grupo das Unidades de Uso Sustentável as seguintes categorias de UCs:

I - Área de Proteção Ambiental-APA; II - Floresta Estadual e Floresta Municipal; III - Reserva Extrativista;

VI - Estrada Parque.

Art. 18 - As APAs são porções do território estadual que exigem proteção para assegurar o bem estar das populações humanas, resguardar ou melhorar as condições ecológicas locais, manter paisagens e atributos culturais relevantes.

Parágrafo único - As APAs podem incluir zonas sob proteção estrita, atuar como zona tampão para proteger outras categorias de Unidades de Conservação ou proteger paisagens ao longo de estradas e rios.

Art.19 - As Florestas Estaduais e Municipais são áreas com cobertura florestal predominantemente nativas, destinadas à atividades econômicas sustentáveis, à proteção do solo e dos recursos hídricos à pesquisas e estudos, ao manejo da fauna silvestre e às atividades de lazer, de acordo com um plano de manejo aprovado pela FEMA.

Art. 20 - As Reservas Extrativistas são áreas naturais, de domínio público, ocupadas por populações tradicionais que as utilizam direta e indiretamente, de forma sustentável, como

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forma de subsistência, de acordo com planos de utilização previamente estabelecidos e aprovados pela FEMA com a participação da comunidade.

Parágrafo único - Nas Reservas Extrativistas, é vedada a extração comercial de madeira . Art. 21 - As Estradas Parques serão criadas em áreas de domínio público ou privado, compreendendo às rodovias e suas margens de alto valor panorâmico, cultural ou recreativo.

SEÇÃO III

Das Unidades de Manejo Provisório

Art. 22- As Unidades de Manejo Provisório, criadas sob a denominação de Reservas de Recursos Naturais, visam assegurar temporariamente, a proteção parcial dos atributos naturais até que estudos técnico-científicos indiquem a melhor destinação para a área protegida.

Parágrafo único- Nas Unidades de Manejo Provisório será admitida a exploração de parte dos recursos disponíveis em regime de manejo sustentável , sujeita às limitações legais.

CAPÍTULO IV

Da Criação, Implantação e Gestão das Unidades de Conservação.

Art. 23 - As UC’s serão criadas mediante ato do Poder Público, no qual constarão seus objetivos básicos, limites geográficos e o órgão ou entidade responsável por sua administração.

§ 1º - As propostas para criação de UC’s devem ser precedidas de estudos demonstrativos de fundamentos técnico-científicos e sócio-econômicos que justifiquem sua implantação. § 2º - Serão consideradas áreas prioritárias, para fins de criação de UC’s, aquelas que contiverem ecossistemas ainda não satisfatoriamente representados no SEUC ou em iminente perigo de eliminação ou degradação, ou aquelas onde ocorrerem espécies ameaçadas de extinção, bem como aquelas necessárias para proteção de bancos genéticos.

Art. 24- As categorias e unidades de conservação previstas nos incisos I a III do artigo 10, serão criadas em terras de domínio público ou privado, desde que submetidas à desapropriação; as demais poderão ser criadas também em terras de particulares.

Parágrafo único- Os Refúgios de Vida Silvestres e os Monumentos Naturais poderão ser criados em terras particulares, todavia não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da propriedade, caracterizado o efetivo interesse público, proceder-se-á à desapropriação. Art. 25 - As UC’s de todas as categorias disporão de um plano de manejo, no qual se definirão os objetivos específicos de manejo da unidade, seu zoneamento e sua utilização.

CAPÍTULO V Das Penalidades

Art. 26º - A ação ou omissão das pessoas físicas ou jurídicas que resulte em dano real à flora, à fauna, aos demais atributos naturais, bem como às instalações das áreas de que trata este artigo, sujeitam os infratores às penalidades administrativas, previstas na

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legislação vigente, independentemente das sanções penais e da obrigação de reparar o dano causado.

CAPÍTULO VI Disposições Gerais

Art. 27 - É vedada a titulação e concessão de áreas públicas contíguas às Unidades de Conservação de proteção integral garantindo o Estado a incorporação dessas áreas à UC. Art. 28 - Os órgãos ou empresas responsáveis pela utilização e distribuição dos recursos hídricos, pela telefonia, geração e distribuição de energia elétrica, públicos ou privados, que tenham reservatórios ou instalações que se beneficiem da proteção oferecida por UC's, do grupo de Unidades de Proteção Integral, deverão contribuir financeiramente para a proteção dessas áreas, de acordo com o que dispuser regulamentação específica.

Art. 29- As UC's criadas com base na legislação anterior serão, quando necessário, reclassificadas, de acordo com as disposições deste Decreto.

Parágrafo único- Na reclassificação de uma unidade do grupo de Proteção Integral em uma unidade do grupo de Uso Sustentável, a área da unidade original deve ser ampliada em uma extensão equivalente a área reclassificada, mediante a incorporação de áreas contíguas ou não, como forma de compensação, precedido de estudos técnicos.

Art. 30- Os mapas e cartas oficiais do Estado e Municípios indicarão obrigatoriamente as áreas incluídas no SEUC, de acordo com os subsídios fornecidos pela FEMA.

Art. 31- Os recursos obtidos com a cobrança de ingressos, nas unidades de conservação de domínio estadual, deverão reverter para a conservação da respectiva Unidade.

Art.32- São vedadas, no interior das Unidades de Conservação, quaisquer alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo com suas finalidades precípuas e com seu plano de manejo.

Art. 33- O Presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente regulamentará o presente Decreto, no que for julgado necessário a sua plena execução, sem prejuízo das atribuições do CONSEMA.

Art. 34- Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 35- Revogam-se as disposições em contrário.

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DECRETO Nº 6998, DE 1º DE FEVEREIRO DE 2006

Institui e disciplina o funcionamento do Campeonato Estadual de Pesca do Estado de Mato Grosso – CEP/MT, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso das atribuições que lhe conferem o art. 66, inciso III, da Constituição Estadual, e

considerando a Lei Estadual nº 7.881, de 30 de dezembro de 2002, que dispõe sobre a política e o controle da pesca no Estado de Mato Grosso;

considerando o interesse do Estado em incentivar a pesca esportiva;

considerando que a atividade da pesca esportiva é uma atividade sustentável, capaz de gerar emprego e renda, principalmente em áreas mais remotas do Estado;

considerando a importância da pesca esportiva no desenvolvimento do turismo, do ecoturismo e da educação ambiental;

considerando a necessidade de disciplinar a pesca esportiva, D E C R E T A:

CAPÍTULO I DIREÇÃO E OBJETIVOS

Art. 1º O Campeonato Estadual de Pesca de Mato Grosso - CEP/MT será coordenado pelas Secretarias de Estado de Desenvolvimento do Turismo – SEDTUR, de Esporte e Lazer - SEEL e do Meio Ambiente – SEMA, e organizado pelos municípios que aderirem às normas deste Decreto.

Parágrafo único. O campeonato poderá receber apoio do Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora – PNDPA, do Ministério do Meio Ambiente – MMA, do Ministério do Turismo e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, entre outros.

Art. 2º O Campeonato Estadual de Pesca de Mato Grosso têm os seguintes objetivos:

I - promover o turismo da pesca esportiva no Estado; II - fomentar o ecoturismo;

III - promover a integração e divulgação dos municípios envolvidos; IV - ordenar e regulamentar as competições de pesca no Estado; V - incentivar a prática da pesca esportiva;

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VII - promover ações de educação ambiental. Art. 3º Para efeito deste Decreto, entende-se por:

I - competição de pesca: a atividade na qual os participantes deverão estar inscritos junto à entidade organizadora, visando concurso, entre si, com ou sem premiação, obedecidas às normas deste Decreto e dos regulamentos municipais;

II - pesca esportiva: é a atividade de lazer, turismo e educação ambiental praticada por pescadores devidamente autorizados;

III - pesque e solte: pesca esportiva que utiliza linha de mão e anzol, sem farpa, de caráter ambiental, devolvendo o peixe, com vida, à água.

Art. 4º O CEP/MT acontecerá no período de março a outubro nos municípios pertencentes às bacias do Alto Paraguai, Amazônica e Araguaia, salvo impedimentos legais, obedecendo-se as etapas, datas e locais que serão definidos pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo – SEDTUR, a cada ano.

Parágrafo único. Cada município instituirá sua programação e regulamento próprio, com horários e atividades adjacentes, divulgadas por material gráfico e publicitário.

CAPITULO II DA HABILITAÇÃO

Art. 5º Poderá participar do Campeonato Estadual de Pesca o município que possua área com potencial para a pesca esportiva, observando-se as seguintes características:

I - localização das áreas para a pesca esportiva; II - acesso ao público;

III - aspectos sociais e econômicos; IV - condição de pesca.

Parágrafo único. Considera-se:

I - localização: local no qual haja espécies de peixes de interesse para a prática da pesca esportiva, com pontos que poderão ser considerados pesqueiros em relação ao perímetro da área prevista para o campeonato;

II - acesso ao público: local de fácil implantação de infra-estrutura indispensável para atender as necessidades inerentes ao fluxo de pessoas e embarcações;

III - aspectos sociais e econômicos: existência de atrativo turístico, cultural ou ambiental, que fomentem atividades sócio-econômicas;

IV - condição de pesca: data em consonância com a estação de pesca.

Art. 6º Para a habilitação no Campeonato Estadual de Pesca, o município deverá apresentar planos de:

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I - coleta e destinação de lixo; II - ações de educação ambiental; III - segurança e primeiros socorros; IV - medidas sanitárias.

Seção I Do Cadastramento

Art. 7º O município deverá se cadastrar junto à Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo – SEDTUR, no mês de outubro do ano anterior à realização do Campeonato Estadual de Pesca.

Art. 8º Para realização da etapa do Campeonato de Pesca o município indicará à Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA, no prazo mínimo de 60 (sessenta) dias, antes da realização da etapa, no mínimo 03 (três) locais possíveis para sua realização.

Art. 9º A Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA definirá o local que apresentar melhores condições de minimizar os impactos ambientais.

Parágrafo único. A Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA terá 30 (trinta) dias para análise e deferimento do pedido, contado a partir da data de protocolo.

Seção II Das Inscrições

Art. 10. As inscrições para o Campeonato Estadual de Pesca serão efetuadas no município para cada etapa, sendo consideradas para o cômputo do campeonato.

Art. 11. Cada equipe deverá se cadastrar com no mínimo 02 (dois) participantes.

Parágrafo único. Somente será permitida a inscrição e a participação nas provas os pescadores que portarem a carteira estadual de pescador amador.

Art. 12. As inscrições dos participantes serão realizadas pela organização do campeonato, por intermédio da inscrição da equipe, mediante o preenchimento da ficha cadastral.

Parágrafo único. A ficha cadastral deverá conter nome da equipe, local de origem, nome dos participantes, C.P.F. e RG.

Art. 13. Fica facultado ao município a cobrança de taxa de inscrição em sua respectiva etapa.

Seção III

Das Etapas do Campeonato

Art. 14. Cada etapa poderá dispor de regulamento próprio, definido pelo município organizador, atendendo as normas gerais previstas neste Decreto.

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Art. 15. O município que realizar etapas do CEP/MT deverá encaminhar à Secretaria de Estado de Desenvolvimento do Turismo – SEDTUR, ao final da etapa, um relatório circunstanciado contendo:

I - nome das equipes e de seus componentes; II - número de competidores;

III - origem dos participantes; IV - número e tipo de embarcações; V - horas de pesca;

VI - quantidade e tamanho das espécies capturadas; VII - quantidade e espécie de isca viva utilizada; VIII - estimativa do impacto econômico do campeonato.

CAPÍTULO III DA PONTUAÇÃO

Art. 16. Para os fins de pontuação no CEP/MT, será considerada a classificação da equipe na etapa local, obedecendo-se a seguinte relação:

Colocação 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º

Pontuação 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10

§ 1º Somente será considerado o acúmulo de pontos se a equipe participar de, no mínimo, 20% (vinte por cento) das etapas do CEP/MT.

§ 2º Em caso de empate, serão adotados, sucessivamente, os seguintes critérios de desempate:

I - equipe que participou de maior número de etapas; II - equipe que capturou o maior espécime, em centímetros; III - equipe com mais idade.

§ 3º Não será considerado qualquer método de pontuação não previsto neste Decreto.

Art. 17. A coordenação do CEP/MT designará árbitros oficiais convidados, que serão responsáveis pela apuração e classificação em cada etapa do Campeonato Estadual de Pesca, conjuntamente com a comissão organizadora de cada etapa.

CAPITULO IV DA PREMIAÇÃO

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Art. 18. O CEP/MT premiará as 03 (três) primeiras equipes que obtiverem a maior soma de pontos em todas as etapas:

I - Equipe Campeã – 1 (um) carro zero km;

II - Equipe 2ª Classificada – 1 (um) motor de popa 15 hp (quinze);

III - Equipe 3ª Classificada – 1 (um) barco de alumínio de 6 m (seis metros). § 1º Os prêmios deverão ser retirados pelas equipes vencedoras, logo após a cerimônia de entrega, portando documentos pessoais que comprovem a sua participação no CEP/MT.

§ 2º A cerimônia de premiação e encerramento acontecerá na última etapa do CEP/MT.

Art. 19. A pontuação e a classificação no CEP/MT serão consideradas por categorias, a saber: masculina, feminina e mista, se houver.

Parágrafo único. Cada município apresentará a pontuação e a classificação final de sua etapa por categoria.

Art. 20. O Estado de Mato Grosso premiará o município que realizar a melhor competição, considerando aspectos de conservação ambiental, atendimento ao turista e organização da respectiva etapa.

§ 1º A Comissão julgadora será composta pelos 3 (três) Secretários de Estado, responsáveis pelo CEP/MT.

§ 2º O prêmio será definido em Portaria Conjunta. CAPÍTULO V

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 21. O descumprimento do presente Decreto inabilitará o município a participar do CEP/MT.

Art. 22. A equipe que infringir os dispositivos deste Decreto, ou as regras dos regulamentos municipais das etapas do campeonato será desclassificada.

Art. 23. Os casos omissos serão analisados e definidos pelos Árbitros Oficiais do Campeonato Estadual de Pesca de Mato Grosso, em conjunto com:

I - a Comissão Organizadora de cada etapa, na hipótese de fatos relacionados nas etapas do CEP/MT;

II - os 3 (três) Secretários de Estado responsáveis pelo CEP/MT, em caso de dúvida sobre a competição.

Art. 24. Caberá à Secretaria de Estado de Comunicação - SECOM a divulgação oficial do Campeonato Estadual de Pesca de Mato Grosso.

Art. 25. Todos os municípios que realizarem campeonatos de pesca locais estarão sujeitos à fiscalização da Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA -, independente da participação no Campeonato Estadual de Pesca.

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Art. 26. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 1º de fevereiro de 2006, 185º da Independência e 118º da República.

BLAIRO BORGES MAGGI Governador do Estado

MARCOS HENRIQUE MACHADO Secretário de Estado do Meio Ambiente

YÊDA MARLI DE OLIVEIRA ASSIS

Secretária de Estado de Desenvolvimento do Turismo

JOSÉ JOAQUIM DE SOUZA FILHO Secretário de Estado de Esportes e Lazer

JOSÉ CARLOS DIAS

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DECRETO Nº 7.279, DE 22 DE MARÇO DE 2006.

Dispõe sobre a Reserva Particular do Patrimônio Natural – RPPN, como unidade do Grupo de Proteção Integral, e dá outras providências.

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1° Entende-se como Reserva Particular do Patrimônio Natural - RPPN, a área de domínio privado especialmente protegida por ser considerada de relevante importância pela sua biodiversidade, pelo seu aspecto paisagístico e por suas características ambientais que justifiquem ações de conservação e recuperação.

Parágrafo único. Caberá à Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA, definir a regulamentação e operacionalização dos procedimentos administrativos necessários ao reconhecimento da RPPN, cadastramento e conservação na forma definida nas legislações Federal e Estadual.

Seção I Da Instituição

Art. 2° A RPPN de Proteção Integral, na qualidade de Unidade de Conservação de domínio privado, poderá ser instituída no todo ou em parte de imóvel particular, rural ou urbano, por iniciativa expressa de seu proprietário, após a constatação pelo órgão ambiental estadual, da existência de interesse público na conservação de sua biodiversidade.

Parágrafo único. A RPPN instituída deverá ser averbada na matrícula do imóvel, junto ao Cartório de Registro competente, em caráter perpétuo, através de Termo de Compromisso firmado pelo seu proprietário com o órgão ambiental estadual.

Seção II

Dos Objetivos da RPPN

Art. 3° A RPPN tem por objetivo geral a proteção dos recursos ambientais representativos da região, em especial a proteção da diversidade biológica, da paisagem, das condições naturais primitivas, semi-primitivas, ou cujas características justifiquem ações de conservação e recuperação pelo seu valor cultural, paisagístico, histórico, estético, faunístico, arqueológico, turístico, paleontológico, ecológico, espeleológico, científico ou para a preservação do ciclo biológico de espécies da fauna e da flora nativas, e outros atributos ambientais.

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Seção III Do Uso da RPPN

Art. 4° A RPPN poderá ser utilizada somente para atividades de cunho científico, cultural, educacional, recreativo, de lazer e ecoturismo, de acordo com o Plano de Manejo, devendo ser observado o disposto no art. 3º deste decreto, e desde que, devidamente autorizadas pelo órgão ambiental estadual.

§ l° Somente será permitida no interior da RPPN a realização de obras de infra-estrutura que sejam compatíveis e necessárias com as atividades previstas no caput deste artigo.

§ 2° É vedado o desenvolvimento de quaisquer atividades que comprometam ou alterem os atributos naturais da RPPN, justificadores da sua criação.

Seção IV

Dos Documentos Necessários à Instituição da RPPN

Art. 5° O proprietário do imóvel, rural ou urbano, poderá requerer, voluntariamente, o reconhecimento de sua área, total ou parcial, como RPPN, através de formulário preenchido junto à Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA, instruído com cópias autenticadas dos seguintes documentos:

I - certidão atualizada da matrícula do imóvel, emitida pelo Serviço de Registro de Imóveis competente, com comprovação de dominialidade, contendo averbação da Reserva Legal se rural e, acompanhada de certidão negativa de ônus reais, emitida no prazo mínimo de 90 (noventa) dias anteriores a data do protocolo do requerimento;

II - documentos do proprietário do imóvel: cédula de identidade e CPF, se pessoa física;

III - documentos institucionais: atos constitutivos atualizados, CNPJ, procuração (se for o caso), e documentos pessoais do responsável legal ou de um dos sócios gestores, se pessoa jurídica;

IV - comprovante de quitação de ITR ou IPTU, conforme tratar-se de imóvel rural ou urbano;

V - mapa georreferenciado do imóvel e da RPPN, em meio impresso e magnético com memorial descritivo da propriedade e da RPPN;

VI - plantas de situação, indicando os limites, os confrontantes, a área a ser reconhecida e a localização da propriedade no município ou região.

§ l° Deverá acompanhar a matrícula do imóvel, se for o caso, as anuências referentes a ônus ou quaisquer outras afetações existentes sobre o imóvel.

§ 2° Poderão ser anexados ao procedimento administrativo de instituição da RPPN, além dos documentos acima descritos, outros que se mostrem pertinentes, tais como: ata(s) de reunião(ões) realizada(s) com instituições públicas, em

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especial com o município onde se localiza a RPPN, quando este assumir compromisso com a implementação da referida RPPN.

§ 3° Deverá constar no requerimento a descrição de todas as benfeitorias existentes no imóvel, podendo ser instruídas com fotografias.

§ 4° Para criação de RPPN em Projeto de Assentamento Oficial, visando criar condições a manifestação de interesse público, deverão ser apresentados, além dos documentos discriminados neste artigo, anuência do Instituto Nacional de Colonização Rural e Agrária - INCRA - ou do Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso - INTERMAT, com expressa concordância coletiva ou individual dos assentados.

Seção V

Da Análise pela SEMA

Art. 6° A SEMA, no prazo de 90 (noventa) dias, contados da data de protocolização do requerimento, deverá realizar, respectivamente, as seguintes ações:

I - vistoria técnica in loco no imóvel com ulterior emissão de laudo e parecer conclusivo técnico quanto à existência ou não de interesse público na instituição da RPPN;

II - emitir parecer jurídico, incluindo análise da documentação apresentada e, se favorável, solicitar ao proprietário providências no sentido de firmar em 3 (três ) vias o Termo de Compromisso;

III - oficiar o proprietário sobre os resultados dos pareceres conclusivos, e caso favoráveis, disponibilizar em 3 (três) vias, o Termo de Compromisso, preenchido e assinado pela autoridade ambiental, para que, após a publicação do reconhecimento no Diário Oficial do Estado, o proprietário possa proceder a averbação à margem da matrícula do imóvel;

IV - homologar o pedido por meio da autoridade competente, através de portaria;

V - emitir título de reconhecimento definitivo da RPPN, após a apresentação da averbação do Termo de Compromisso na matrícula do imóvel.

Parágrafo único. A SEMA comunicará ao IBAMA, ao INCRA, à Prefeitura Municipal, à Secretaria da Receita Federal, bem como ao Conselho Estadual do Meio Ambiente – CONSEMA -, sobre o reconhecimento da RPPN.

Art. 7° A SEMA disponibilizará serviço técnico gratuito aos proprietários, visando qualificar o interesse público na instituição da RPPN, com prioridade de atendimento aos requerimentos que correspondam a imóveis localizados nos polígonos dos biomas ameaçados, nas áreas prioritárias para a conservação da natureza, tais como: as que se localizem no entorno de Unidades de Conservação, no interior de Áreas de Proteção Ambiental - APAS, os corredores de biodiversidades e os demais locais de conectividade entre áreas ambientalmente significativas.

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Seção VI

Das Obrigações do Proprietário

Art. 8° O proprietário deverá, no prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da disponibilização do Termo de Compromisso, proceder à averbação da RPPN à margem da matricula do imóvel, sob pena de nulidade do referido Termo.

Art. 9° Caberá ao proprietário do imóvel reconhecido como RPPN:

I - assegurar a manutenção dos atributos ambientais da RPPN e promover sua divulgação na região, mediante a colocação de placas nas vias de acesso e nos limites da área, advertindo terceiros quanto à proibição de desmatamento, queimadas, caça, pesca, captura de animais e quaisquer outros atos que afetem ou possam afetar o meio ambiente;

II - apresentar, até o 3° (terceiro) ano da emissão do título de reconhecimento definitivo da RPPN, o Plano de Manejo da Unidade de Conservação para análise e aprovação da SEMA, em consonância com o previsto nos §§ lº e 2° do art. 4° deste decreto;

III - encaminhar, após a aprovação do Plano de Manejo, a cada ano ou sempre que solicitado, à SEMA, relatório da situação da RPPN e das atividades nela desenvolvidas.

Parágrafo único. Para o cumprimento do disposto neste artigo, o proprietário poderá solicitar a cooperação de entidades ambientalistas, desde que devidamente credenciadas pelo Cadastro Nacional de Entidades Ambientalistas - CNEA, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA.

Seção VIII

Do Monitoramento das RPPN's

Art. 10. A SEMA, sempre que julgar necessário, poderá realizar vistoria na RPPN ou credenciar universidades, instituições de ensino e pesquisa ou entidades ambientalistas reconhecidas com a finalidade de verificar sua preservação.

Art. 11. A RPPN será incluída no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação - CEUC, após a emissão, pela SEMA, do título de reconhecimento definitivo da área como RPPN, para fins de proteção ambiental.

Parágrafo único. A inclusão da RPPN no CEUC será revisada anualmente, baseada em relatório das medidas adotadas pelo proprietário, para garantir a proteção da Unidade de Conservação.

Seção IX

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Art. 12. Toda RPPN deverá contar com Plano de Manejo, que será analisado e aprovado pela SEMA, através de estudos técnicos especializados, devendo ser homologado num prazo máximo de 5 (cinco) anos a contar da sua criação.

§ l° A implementação de qualquer atividade a ser desenvolvida na RPPN dependerá de anuência prévia do proprietário e deverá estar em conformidade com o referido plano.

§ 2° A SEMA fornecerá orientação técnica para a elaboração do Plano de Manejo, buscando apoio de instituições públicas, organizações privadas sem fins lucrativos, instituições de ensino, pesquisa e outras.

§ 3° A permanência da RPPN no CEUC ficará condicionada à apresentação, aprovação e execução do Plano de Manejo, e o não cumprimento das exigências do referido plano acarretará a sua exclusão, gerando ao proprietário sanções administrativas, civis, penais e a perda dos benefícios recebidos.

§ 4° A inexistência do Plano de Manejo da RPPN num prazo máximo de 5 (cinco) anos, a contar da data da sua criação, a excluirá automaticamente do CEUC, o que implicará na perda dos benefícios aos proprietários e municípios em função Lei Complementar nº 73, de 07 de dezembro de 2000 (Lei do ICMS Ecológico) e normas complementares.

CAPÍTULO II

DO PROGRAMA DE APOIO AS RPPN's

Art. 13. Fica instituído o Programa Estadual de Apoio às Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN's, sob coordenação da Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA.

Art. 14. O programa tem por objetivo apoiar os proprietários na implementação de RPPN's, por meio das seguintes ações:

I - comunicar aos órgãos fiscais competentes da existência da Unidade de Conservação no sentido de viabilizar a isenção tributária, em especial do ITR em relação à porção da RPPN;

II - determinar o índice para o cálculo do benefício onde estiver contida a RPPN, na forma da Lei Complementar n° 73, de 2000, após o registro da Unidade de Conservação no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação - CEUC;

III - articular junto aos municípios beneficiários de recursos decorrentes da Lei Complementar n° 73, de 2000, para que realizem ações concretas de apoio, consolidação e proteção das Unidades de Conservação, firmando Termos de Compromisso com as suas Prefeituras;

IV - conceder ao proprietário da RPPN, 1 (um ) ano após a aprovação do Plano de Manejo, o titulo de Reconhecimento pela Ação Voluntária em prol da

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conservação da biodiversidade, após vistoria técnica que comprove a manutenção ou recuperação da qualidade do ambiente;

V - fortalecer a organização associativa dos proprietários de RPPN no Estado de Mato Grosso e apoiar sua estrutura nacional e internacional;

VI - apoiar os proprietários de RPPN, bem como iniciativas de capacitação de suas equipes de trabalho;

VII - fornecer ao proprietário da RPPN, quando solicitado, o plano de aplicação dos recursos provenientes do ICMS Ecológico entregue pelo município;

VIII - apoiar os proprietários de RPPN e seus parceiros, na elaboração e encaminhamento de projetos para captação de recursos locais, estaduais, federais e internacionais, em especial junto ao Fundo Nacional Meio Ambiente - FNMA e Fundo Estadual do Meio Ambiente - FEMAM;

IX - incentivar a assinatura de convênios, ajustes e acordos entre os responsáveis pelas RPPN' s e órgãos públicos, em especial as prefeituras onde estiverem localizadas, bem como com organizações privadas, instituições de ensino e pesquisa e outras que possam contribuir para sua implementação;

X - destinar, sempre que possível, os materiais, equipamentos e instrumentos apreendidos em ações de fiscalização ambiental para utilização e contribuição na implementação das RPPN’s;

XI - apoiar a divulgação das RPPN’s, seus objetivos e importância, através de campanhas sistemáticas e permanentes, que tenham por público alvo a sociedade e os órgãos públicos;

XII - realizar a fiscalização das RPPN’s e seu entorno, articulando ação conjunta com os demais órgãos públicos fiscalizadores do meio ambiente, com vistas à otimização de resultados;

XIII - implementar ações para que a Polícia Militar Ambiental priorize a fiscalização nas RPPN’s e quando não houver destacamento específico desta, que o proprietário possa lançar mão do apoio de policiais militares lotados no município ou região onde está localizada a Unidade de Conservação;

XIV - intermediar junto aos proprietários, prefeituras municipais e Secretaria de Estado de Infra-Estrutura, a manutenção das estradas de acesso as RPPN’s, bem como pela implantação e sinalização informativa, nas estradas e rodovias;

XV - buscar prioridade na concessão de créditos em instituições oficiais;

XVI - facilitar a isenção de taxas ambientais em relação à propriedade onde estiver contida a RPPN;

XVII - estimular e incentivar o desenvolvimento de atividades de ecoturismo e educação ambiental.

CAPÍTULO III

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 15. A RPPN poderá ser instituída em projeto de assentamento oficial, desde que haja anuência escrita do Instituto Nacional de Colonização Rural e Agrária - INCRA ou do Instituto de Terras do Estado de Mato Grosso - INTERMAT, com expressa

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concordância coletiva ou individual dos assentados referente ao gravame da perpetuidade da proteção ambiental.

Art. 16. A RPPN poderá ser composta exclusivamente da área de Reserva Legal do imóvel, exceto nos casos em que haja comprovado ganho ambiental, devidamente justificado em Laudo Técnico assinado por profissional legalmente habilitado.

Art. 17. Os direitos minerários concedidos anteriormente ao requerimento de reconhecimento da RPPN poderão ser excluídos da área do perímetro proposto para sua instituição, considerando a supremacia do interesse sócio-ambiental, reconhecido por Laudos Técnicos, elaborados por profissionais legalmente habilitados e avaliados pelas instituições públicas competentes.

Parágrafo único. A pedido do proprietário, a SEMA poderá embargar a exploração de área com significativo valor patrimonial estético, ambiental e paisagístico, com a finalidade de conter os excessos contrários aos interesses da coletividade, criando neste espaço a RPPN.

Seção I Dos Benefícios

Art. 18. O proprietário poderá requerer ao INCRA a isenção do Imposto Territorial Rural - ITR, para a área reconhecida como RPPN, nos termos do art. 104, parágrafo único, da Lei Federal nº 8.171, de 17 de janeiro de 1991.

Art. 19. Os projetos necessários à implantação e gestão da RPPN deverão ter prioridade na análise de concessão de recursos advindos do Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA.

Art. 20. A propriedade que contiver uma RPPN no seu perímetro terá a preferência na análise do pedido de concessão de crédito agrícola, pelas instituições oficiais de crédito.

Seção II

Da Avaliação das RPPN's

Art. 21. Anualmente, a SEMA avaliará a RPPN verificando as suas condições de conservação ecológica, bem como a destinação dos recursos do ICMS Ecológico declarados pelo Município beneficiário através do Plano de Aplicação, sendo o resultado da avaliação considerado como fator variável fundamental para a fixação do índice do ICMS Ecológico.

§ 1° O proprietário da RPPN deverá ser ouvido quanto ao apoio efetivo e participação do município beneficiário do ICMS ecológico na proteção da RPPN, e

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caso evidenciado omissão por parte do poder público municipal, este perderá o direito ao referido beneficio.

§ 2° O Município deverá encaminhar anualmente para a SEMA, o Plano de Aplicação dos recursos provenientes do ICMS Ecológico, e a sua não apresentação acarretará a redução do fator de correção do cálculo do ICMS Ecológico.

§ 3° Se a avaliação mencionada no caput deste artigo constatar a omissão ou ação negativa da Prefeitura que tenha causado a descaracterização da área protegida, deverá a SEMA, sem prejuízo da atuação de outros intervenientes, adotar imediatas providências administrativas para a apuração de responsabilidades, cessação de repasse de recursos financeiros oriundos de ICMS Ecológico ou outros beneficios que estejam sendo concedidos, como também, o encaminhamento das informações ao Ministério Público Estadual para as demais providências civis e penais cabíveis, inclusive quanto o eventual cometimento de crime de responsabilidade, apenado com a perda de direitos políticos dos envolvidos e restituição aos cofres públicos dos valores indevidamente recebidos.

§ 4° Verificada na avaliação alteração negativa da área protegida por ação ou omissão nociva do proprietário da RPPN, este será notificado para prestar esclarecimentos, sanar as irregularidades e reparar os danos causados, sob pena de instauração de procedimentos para apuração de responsabilidades.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 22. As atuais RPPN’s situadas no Estado de Mato Grosso e integrantes do Sistema Estadual de Unidades de Conservação ficam declaradas como pertencentes ao Grupo de Proteção Integral.

Art. 23. A SEMA estabelecerá os trâmites e demais aspectos administrativos complementares para a instituição e inclusão da RPPN no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação - CEUC.

Art. 24. A SEMA e os municípios deverão promover estudos e propor ajustes nas políticas públicas municipais em especial naquelas voltadas a conservação ambiental, educação ambiental, corredor de biodiversidade, recursos hídricos, servidão florestal e fixação de carbono, dentre outras, visando fortalecer a implementação das RPPN’s.

Art. 25. O não cumprimento do disposto neste decreto e nas demais normas pertinentes sujeitará o infrator às sanções administrativas, civis e penais cabíveis, além da perda dos benefícios que tiverem sido auferidos em função da RPPN.

Art. 26. A SEMA providenciará ao levantamento da situação administrativa e ambiental de todas as RPPN’s existentes no Estado de Mato Grosso,

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orientando e estabelecendo prazos para aquelas que necessitam de adequações, a fim de serem incluídas no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação - CEUC.

Art. 27. A omissão do Poder Público Municipal em apoiar a conservação da RPPN resultará na revogação do dispositivo que determinou o crédito previsto pela Lei Complementar nº 73, de 07 de dezembro de 2000 (Lei do ICMS Ecológico) e normas complementares ao município, bem como comunicação imediata ao Ministério Público visando o ajuizamento da ação apropriada que objetive a cessação imediata do repasse dos recursos financeiros a que o município estiver fazendo jus, em função da Lei Complementar nº 73, de 2000 e normas complementares.

Art. 28. A SEMA divulgará, anualmente, a listagem e informações pertinentes sobre as RPPN' s inscritas no Cadastro Estadual de Unidades de Conservação - CEUC.

Art. 29. Somente será permitida a aplicação dos recursos provenientes de Compensação Ambiental nas áreas de RPPN’s, observadas as prioridades previstas no art. 33 do Decreto Federal n° 4.340, de 22 de agosto de 2002.

Art. 30. Qualquer ação do proprietário, bem assim do Cartório, que implique em alteração do gravame de perpetuidade devidamente averbado, a posteriori, é nulo de pleno direito, devendo a constatação de qualquer atitude ser denunciada aos órgãos de fiscalização competentes.

Art. 31. Este decreto entra em vigor na data de sua publicação. Art. 32. Revoga o Decreto n° 5.436, de 12 de novembro de 2002.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 22 de março de 2006, 185° da Independência e 118° da República.

BLAIRO BORGES MAGGI Governador do Estado

MARCOS HENRIQUE MACHADO Secretário de Estado do Meio Ambiente

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DECRETO N° 7.616 DE 22 DE MAIO DE 2006.

Institui o Programa de Gestão do Pantanal do Estado de Mato Grosso e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 66, inciso III, da Constituição do Estudo e

Considerando que o Pantanal é definido na Constituição Brasileira como Patrimônio Nacional;

Considerando que o Pantanal contempla áreas da Reserva da Biosfera reconhecidas pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura – UNESCO;

Considerando que o Pantanal abriga sítios designados como de relevante importância internacional reconhecidos pela Convenção de Áreas Úmidas – RAMSAR; Considerando que os ecossistemas do Pantanal apresentam características ecológicas e sócio-econômicas únicas que os diferenciam de outras áreas úmidas do país e do mundo.

DECRETA:

Art. 1° Fica instituído o Programa de Gestão do Pantanal – PGP do Estado de Mato Grosso, com objetivo de:

I – ordenar as atividades potencialmente poluidoras e/ou degradadoras do meio ambiente, buscando a utilização sustentável dos recursos naturais;

II – garantir a quantidade e qualidade dos recursos hídricos; III – restaurar as condições ambientais;

IV – promover a conservação da biodiversidade e manutenção do equilíbrio ecológico;

V – melhorar a qualidade de vida da população local; VI – estimular a fixação da população tradicional;

VII – desenvolver as potencialidades regionais de forma a proporcionar melhoria de renda e sustentabilidade das atividades econômicas do homem pantaneiro. Art. 2° Área de abrangência do PGP compreende:

I – a gestão ambiental delimitada na Bacia do Alto Paraguai do Estado de Mato Grosso, conforme projeto GEF (Fundo para o Meio Ambiente Mundial) “Programa de Ações Estratégicas para o Gerenciamento Integrado do Pantanal e da Bacia do Alto Paraguai”, de 2004;

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II – a gestão econômica e social, definida pela Lei 7.160 de 23 de agosto de 1999.

Art. 3° Constituem recursos financeiros do PGP:

I – provenientes de operações de créditos externos; II – do Fundo Estadual do Meio Ambiente - FEMAM;

III – especialmente consignados nos orçamentos dos municípios integrantes da área de abrangência;

IV – advindos de empresas privadas e organizações não governamentais, por doação;

V – outros recursos oriundos de convênios específicos.

Art. 4 ° O PGP será coordenado pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA-MT, e terão como agentes executores:

I – Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA;

II – Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia – SECITEC; III – Secretaria de Estado de Desenvolvimento Turismo– SEDTUR; IV - Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural – SEDER; V – Secretaria de Estado de Infra-Estrutura – SINFRA;

VI – Secretaria de Estado de Fazenda – SEFAZ;

VII – Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia – SICME;

VIII – Secretaria de Estado de Planejamento e Coordenação – SEPLAN; IX – Prefeituras municipais da área de abrangência.

ART. 5° A SEMA poderá firmar convênios ou termos de cooperação técnica, com Órgãos Federais, Estaduais, Municipais e Organizações Não-Governamentais ou entidades públicas ou privadas para dar efetividade ao disposto neste Decreto.

Parágrafo único Independente de convênio ou termo de cooperação serão ouvidos e recebidas sugestões de representantes de população local e de ONG´s.

ART. 6° Fica estabelecido o prazo de sessenta dias para que a Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA, em conjunto com os demais agentes executores, apresente projeto de lei que discipline as ações de gestão, preservação e conservação, bem como defina as ações governamentais a serem executadas no Pantanal do Estado de Mato Grosso.

ART. 7° Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 22 de maio de 2006, 185° da Independência e 118° da Republica.

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DECRETO N° 7.772 , DE 30 DE JUNHO DE 2006.

Cria a Câmara de Compensação Ambiental, disciplina a compensação por significativo impacto ambiental, e dá outras providências.

O GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso das atribuições que lhe conferem o artigo 66, inciso III, da Constituição Estadual, e

considerando o disposto no art. 36 da Lei Federal nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza – SNUC, regulamentado pelo Decreto Federal nº 4.340, de 22 de agosto de 2002;

considerando a necessidade de estabelecer procedimentos administrativos para o cumprimento da compensação ambiental, como condicionante da etapa do licenciamento de empreendimentos considerados de significativo impacto;

considerando que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente - SEMA é o órgão ambiental competente para efetuar o licenciamento ambiental no Estado de

Mato Grosso,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1°. Fica criada a Câmara de Compensação Ambiental-CCA, da Secretaria de Estado do Meio Ambiente – SEMA, com a finalidade de compensar os danos decorrentes de obras ou atividades de significativo impacto ambiental.

Art. 2°. Para os fins previstos neste Decreto, entende-se por:

I - Plano de Aplicação: documento de caráter anual aprovado pela CCA que indicará as prioridades a serem atendidas com os recursos da compensação ambiental nas diversas categorias de Unidades de Conservação - UC;

II - Termo de compromisso de compensação ambiental: instrumento firmado entre a SEMA e o Empreendedor, estabelecendo as condições de execução das medidas de compensação ambiental assinado até a liberação da Licença de Instalação - LI.

III - Plano de trabalho: conjunto de atividades e ações técnicas decorrentes da destinação dos recursos de cada empreendimento a serem implementadas como parte do Termo de Compromisso;

IV - Parecer de gradação: documento resultante da análise de estudos ambientais apresentados durante o processo de licenciamento que será elaborado a partir da metodologia adotada para cada categoria de empreendimento;

V - Impacto negativo não mitigável: porção residual, não mitigável do impacto decorrente de empreendimentos e atividades, considerados efetiva ou

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potencialmente poluidores, que posam comprometer a qualidade de vida de uma região ou causar danos aos recursos naturais;

VI - Fator Adicional: valor percentual a ser adicionado ao mínimo de 0,5% do custo total de implantação do empreendimento, quando o impacto negativo não mitigável ocorrer nas áreas de relevante importância ecológica, definidas no § 3º do art. 9º deste Decreto.

CAPÍTULO II

DA CÂMARA DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL Seção I

Da criação da Câmara

Art. 3 º. A Câmara de Compensação Ambiental (CCA), órgão colegiado de caráter deliberativo, será presidida pelo Secretário de Estado do Meio Ambiente, e integrada pelos titulares das seguintes unidades administrativas:

I – Subprocuradoria-Geral de Defesa do Meio Ambiente - SUBPGMA; II - Fundo Estadual do Meio Ambiente - FEMAM;

III - Superintendência de Biodiversidade - SUB;

IV - Superintendência de Infra-Estrutura, Mineração, Indústria e Serviços - SUIMIS;

V - Superintendência de Recursos Hídricos - SURH; VI - Superintendência de Gestão Florestal - SGF; VII - Superintendência de Assuntos Jurídicos – SAJ;

§ 1º Na ausência dos dirigentes de que trata este artigo estes serão representados pelos seus substitutos legais, temporários ou eventuais regularmente designados.

§ 2º Na ausência ou impedimento do Secretário de Estado do Meio Ambiente, a Câmara de Compensação Ambiental será presidida pelo Secretário Adjunto do Meio Ambiente.

§ 3º Nos casos que houver pertinência, poderão ser convidados representantes de Órgãos Municipais de Meio Ambiente envolvidos no processo de licenciamento ambiental, para opinarem sobre os pleitos locais.

Art. 4º. A Superintendência de Biodiversidade da SEMA exercerá as atribuições de Secretaria Executiva da Câmara de Compensação Ambiental, cabendo-lhe prestar apoio técnico e administrativo ao seu funcionamento.

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Art. 5º. A Câmara de Compensação Ambiental reunir-se-á em caráter ordinário, a cada seis meses, e extraordinariamente sempre que for convocada pelo seu Presidente, por iniciativa própria ou por solicitação dos seus membros.

Seção II

Da competência da Câmara de Compensação Ambiental Art. 6º. Compete a Câmara de Compensação Ambiental:

I – Aprovar anualmente o Plano de Aplicação relativo aos recursos provenientes de Compensação ambiental;

II – analisar e propor critérios de graduação de impactos ambientais derivados de empreendimentos ou ações que provoquem ou venham a provocar dano ao meio ambiente nos casos de licenciamento;

III – analisar as propostas de compensação ambiental, verificando a adequação legal e técnica;

IV – opinar sobre o Termo de Compromisso de compensação ambiental;

V – homologar o Parecer de Gradação e apreciar o Plano de Trabalho apresentado pelo empreendedor.

CAPÍTULO III

COMPENSAÇÃO POR SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL Seção I

Do percentual

Art. 7°. Para os fins de fixação da compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei Federal n° 9.985, de 18 de julho de 2000, a SEMA estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA realizados quando do processo de licenciamento ambiental, sendo considerados os impactos negativos não mitigáveis aos recursos ambientais.

§ 1°. A compensação de que trata o caput deste artigo será exigível dos empreendimentos de significativo impacto ambiental, no percentual de no mínimo 0,5% (meio por cento) dos custos totais previstos para a sua implantação, informados no processo de licenciamento ambiental.

§ 2°. Os percentuais serão gradativos, a partir de 0,5% (meio por cento), considerando a amplitude dos impactos gerados, conforme prevê o § 3° deste artigo.

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§ 3°. Será acrescido ao percentual previsto no caput deste artigo o percentual de 0,25%, (vinte e cinco centésimos) como Fator Adicional para empreendimentos instalados:

I – em áreas consideradas de importância biológica especial, extrema ou muito alta, de acordo com o disposto no Zoneamento Econômico Ecológico de Mato Grosso e em legislações especificas de áreas prioritárias para a conservação;

II – em áreas de ocorrência, trânsito ou reprodução de espécies consideradas endêmicas, raras, vulneráveis ou ameaçadas de extinção, observadas as publicações vigentes;

III – em um raio de até 10 Km dos limites das Unidades de Conservação do Grupo de Proteção Integral ou em sua zona de amortecimento, assim estabelecida em seu plano de manejo, independentemente de sua localização.

§ 4°. Havendo a ocorrência simultânea de mais de uma das características previstas pelo § 2° deste artigo, o percentual de 0,25% será aplicado cumulativamente.

Art. 8°. Após a análise dos impactos não mitigáveis do empreendimento, o órgão licenciador emitirá um parecer de gradação fixando o valor da compensação ambiental devida dando ciência ao empreendedor.

Parágrafo único. O Parecer de Gradação e o Plano de Trabalho apresentado pelo empreendedor serão homologados pela Câmara de Compensação, antes da assinatura do termo de Compromisso a ser firmado pelo empreendedor.

Seção II

Das alternativas para compensação

Art. 9°. O cumprimento da compensação ambiental atenderá à ordem de prioridade fixada neste decreto e ao cronograma físico-financeiro constante do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental, observadas as seguintes alternativas:

I - aquisição de terras pelo empreendedor, visando a regularização ou ampliação de unidade de conservação, devendo o empreendedor após a aquisição, realizar a doação da área ao Estado de Mato Grosso;

II – elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo para a unidade de conservação indicada, observado o Termo de Referência, a ser apresentado pela SEMA;

III – execução de serviços, aquisição de bens, e outras ações realizadas pelo empreendedor visando a implantação, gestão, monitoramento e proteção de unidade de conservação, compreendendo sua área de amortecimento;

IV – desenvolvimento de estudos necessários à criação de Unidades de Conservação;

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V - desenvolvimento de pesquisas no interior de Unidades de Conservação e suas zonas de amortecimento.

§ 1°. Nos casos de Monumento Natural, Refúgio de Vida Silvestre, Área de Relevante Interesse Ecológico, Área de Proteção Ambiental e Estradas Parques, quando a posse e o domínio não sejam do Poder Público estadual, os recursos da compensação somente poderão ser aplicados para custear as seguintes atividades:

I - elaboração do Plano de Manejo ou nas atividades de proteção da unidade;

II - realização das pesquisas necessárias para o manejo da unidade, sendo vedada a aquisição de bens, equipamentos permanentes, e obras;

III - implantação de programas de educação ambiental; e

IV - financiamento de estudos de viabilidade econômica para uso sustentável dos recursos naturais da unidade afetada.

§ 2°. É facultado ao empreendedor, apresentar propostas para o cumprimento da compensação, que serão analisadas em consonância com o Plano de Aplicação da Compensação Ambiental.

Seção II Da competência

Art. 10. A definição da incidência da compensação ambiental, como condicionante do processo de licenciamento, com seus respectivos prazos de atendimento, caberá à Superintendência encarregada do licenciamento, com base no estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório EIA/RIMA, apresentados pelo empreendedor.

§ 1°. A incidência da compensação a que se refere este decreto deverá ser definida na fase de licença prévia.

§ 2°. A Licença de Operação (LO) somente será expedida após a quitação da compensação ambiental, quando devida.

CAPÍTULO IV

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 11. Os empreendimentos considerados de significativo impacto ambiental e que não tiveram a compensação ambiental definida na fase de licença prévia dependerão do atendimento do disposto nos termos deste decreto, para obtenção de licenças subseqüentes, na fase de licenciamento em que se encontrarem.

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§ 1°. Os empreendimentos que concluíram o processo de licenciamento após a publicação da Lei 9.985, de 2000 e que não tiveram suas compensações ambientais definidas, serão notificados para se adequarem ao disposto nos termos deste Decreto.

§ 2° No caso de ampliação ou modificação de empreendimento já licenciado, o cálculo da compensação ambiental terá como base o custo de sua ampliação ou modificação.

§ 3° Os empreendimentos que se enquadrarem nos parágrafos 1º e 2º deste artigo deverão iniciar o cumprimento da compensação ambiental, conforme o estabelecido no cronograma físico-financeiro do Termo de Compromisso de Compensação Ambiental.

Art. 12. O Fundo Estadual do Meio Ambiente - FEMAM realizará monitoramento físico e financeiro, com base em critérios e indicadores definidos, para garantir o processo de execução da compensação ambiental.

Art. 13. A compensação ambiental de que trata este decreto não exclui a obrigação de atender às condicionantes definidas no processo de licenciamento, inclusive compensações de natureza distinta das exigidas por este decreto, bem como demais exigências legais e normativas.

Art. 14. O não cumprimento das obrigações e prazos acordados no Termo de Compromisso de Compensação Ambiental será comunicado à Câmara de Compensação Ambiental, que encaminhará a Superintendência de Assuntos Jurídicos, para as medidas cabíveis nos termos da legislação vigente, sem prejuízo das conseqüências explícitas no próprio Termo de Compromisso.

Art. 15. O Secretário de Estado do Meio Ambiente disciplinará, através de Portaria, os atos e procedimentos necessários à operacionalização da Compensação Ambiental.

Art. 16. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá – MT, 30 de junho de 2006, 185º da independência , 118º da República.

BLAIRO BORGES MAGGI Governador do Estado

MARCOS HENRIQUE MACHADO Secretário de Estado de Meio Ambiente

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DECRETO Nº 8.150, DE 27 DE SETEMBRO DE 2006.

Disciplina a limpeza de pastagens no Pantanal do Estado de Mato Grosso, e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 66, inciso III, da Constituição Estadual, e

considerando o que dispõe a Lei Complementar nº 232, de 21 de dezembro de 2005;

considerando a necessidade de regulamentação da limpeza de pastagens no Pantanal Mato-grossense;

considerando os estudos técnico-científicos e os critérios para a limpeza de áreas no Pantanal Mato-grossense, que identificaram as plantas invasoras em pastagens nativas,

D E C R E T A:

Art. 1º A limpeza de pastagens nativas do Pantanal poderá ser autorizada em propriedades licenciadas, sendo precedida de vistoria técnica realizada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente - SEMA.

Art. 2º A limpeza de pastagens nativas do Pantanal pode incidir sobre as seguintes espécies:

I - Pombeiro-vermelho (Combretum lanceolatum); II - Pombeiro-branco (Combretum laxum);

III - Canjiqueira (Byrsonima orbignyana).

Art. 3º Fica vedada a retirada das espécies relacionadas no art. 2º, quando presentes em brejos, vazantes, margens de rios e corixos.

Art. 4º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio Paiaguás, em Cuiabá, 27 de setembro de 2006, 185º da Independência e 118º da República.

BLAIRO BORGES MAGGI Governador do Estado

MARCOS HENRIQUE MACHADO Secretário de Estado do Meio Ambiente

(31)

DECRETO Nº 2.197, DE 22 DE OUTUBRO DE 2009.

Dispõe sobre a composição do Fórum Mato-grossense de

Mudanças Climáticas, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente e dá outras providências.

O GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO, no uso das atribuições que lhe confere o Artigo 66, inciso III, da Constituição Estadual, e tendo em vista o disposto no Artigo 3º e parágrafos da Lei nº 9.111, de 15 de abril de 2009, que institui o Fórum Mato-grossense de Mudanças Climáticas,

DECRETA:

Art. 1º O Fórum Mato-grossense de Mudanças Climáticas tem por objetivo incentivar o desenvolvimento de um processo público de conscientização e de tomada de posição sobre os efeitos das mudanças climáticas globais na sociedade mato-grossense, sendo presidido pelo Governador do Estado, sob a seguinte estrutura:

I – Plenário; II – Presidência;

III – Secretaria Executiva; IV – Câmaras Técnicas.

§ 1º Terão assento na plenária do Fórum, com direito a voz e voto, os representantes titulares e suplentes das seguintes instituições e entidades:

I – Representantes do poder público estadual; a. Secretário de Estado do Meio Ambiente; b. Secretário de Estado da Casa Militar;

c. Secretário de Estado de Planejamento e Coordenação Geral; d. Secretário de Estado de Comunicação Social;

e. Secretário de Estado de Desenvolvimento do Turismo; f. Secretário de Estado de Desenvolvimento Rural; g. Secretário de Estado de Educação;

h. Secretário de Estado de Fazenda; i. Secretário de Estado de Saúde;

j. Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia; k. Secretário de Estado de Infraesstrutura;

l. Secretário de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia; m. Reitor da Universidade do Estado de Mato Grosso;

Referências

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