_O Cortiço_
Aluísio Azevedo
Autor
• São Luís/MA, 1857; Buenos Aires/AR, 1913)
• Caricaturista, jornalista, romancista: sentido plástico de suas obras
“Primeiro desenho os meus romances. Depois redijo-os.”
• Diplomata
• Escritor mais conhecido do Naturalismo no Brasil • folhetins
• Inicialmente, produziu romances românticos até chegar às suas obras mais famosas, naturalistas, tais como:
O Mulato (1881), ainda de teor romântico, Casa de Pensão (1884),
O Cortiço (1890).
• Influências em Émile Zola e Eça de Queirós
O gosto naturalista pela descrição minuciosa, pelos painéis abrangentes e pelos costumes coletivos adequava-se às tintas carregadas de sua linguagem.
FRENOLOGIA
1. “ciência” que estabelecia as
relações entre as características mentais e a forma e do tamanho do
crânio das pessoas. Teve grande
aceitação na segunda metade do séc.XIX
2. doutrina segundo a qual cada
faculdade mental se localiza em uma parte do córtex cerebral, e o tamanho
de cada parte é diretamente
proporcional ao desenvolvimento da faculdade correspondente, sendo este tamanho indicado pela configuração externa do crânio.
Grandes influências da ciência na Literatura
• Charles Darwin – naturalista (ciência), desenvolveu a teoria da evolução em As origens das espécies (1859)
• Auguste Comte – Desenvolveu a ideia do positivismo (1855), o qual pregava ordenar o mundo pelo conhecimento humano em detrimento de outros valores (religiosos, metafísicos)
Noção de superioridade pela intelectualidade • Karl Marx – Primeiro pensador a desenvolver a
ciência que estuda a sociedade enquanto conjunto e suas relações conhecida como sociologia August Comte 1798-1857 Charles Darwin 1809-1882 Karl Marx 1818-1883
O que é o Naturalismo?
Realismo + Ideias científicas• Objetivo – Impessoal – Verossímil – Contemporâneo - Pessimista • Perfeição formal, porém linguagem simples
• Denúncia social: a luta de classes, Marx (socialismo) e Bakunin (anarquismo)
Ciência:
• DETERMINISMO: Hyppolite Taine (social, histórico, biológico, racial) • Sociedade é um ser vivo: Charles Darwin, o mais forte sobrevive
• Descrição desse ser vivo, a sociedade: construção dos estereótipos:
animalização do ser humano, que vive pelos instintos
• Machismo; banalização da violência, da mulher e da sensualidade
O que o diferencia do Realismo é seu caráter cientificista do mundo.
O estereótipo, por i só, já é uma visão preconceituosa.
A descrição da personalidade tende à desconstrução do sujeito, sempre em processo de ridicularização e/ou corrupção
Hippolyte Taine, 1828-1893. França.
O Cortiço
em análise
AZEVEDO, Aluísio. O Cortiço. L&PM POCKET: Porto Alegre, 2015.
Tarsila do Amaral: Morro de Favela
Características da obra
Narrado em 3ª pessoa
Linguagem simples e descritiva
Denúncia social: romance retrato social • Pessimista (
• Tendemos a uma interpretação de preconceitos (leitor) • Cor local de Machado de Assis: ambiente e personagens
brasileiros Subúrbio do RJ
• Episódios da vida comum
• A formação da pobreza no Brasil • Classes populares
• O cortiço é um ser orgânico
• Ideal colonizador: o português João Romão é o único vencedor do romance
• Comportamento humano determinado pelos instintos: a lei do mais forte
Três planos Botafogo Burguesia Cortiço Classe baixa (pobres) Sobrado Burguesia Núcleo da narrativa
Resumo
João Romão: imigrante português, herdou do patrão a venda e 1 conto e 500 aos 25 anos
Trabalhador, mesquinho, sonhava ser rico
Bertoleza: escrava, propriedade de outro senhor, vizinha que arranjava comida para Romão, dona da quitanda, amansada com um português que viria a morrer
Tornaram-se amigos, e Romão virou seu confidente e contador: tomou a quitanda dela
Amantes: visão de Bertoleza
“Ele propôs-lhe morarem juntos, e ela concordou de braços abertos, feliz em meter-se de novamente com um português, porque, como toda a cafuza, Bertoleza não queria sujeitar-se a negros e procurava instintivamente o homem numa raça superior à sua.” (p. 12)
Romão forja uma carta de alforria falsa e, sem saber, a negra torna-se escrava fugitiva
O português arrendou as terras e comércios à volta da venda: construiu casinhas roubando materiais - Surgiu a estalagem, o Cortiço São Romão
Comprou a pedreira
Enganava fregueses e empregados: todo o dinheiro acabava retornando para ele Ideal colonizador: domina, explora, acumula - MONOPÓLIO
“Desde que a febre de possuir se apoderou dele totalmente, todos os seus atos, todos, fosse o mais simples, visavam um interesse pecuniário. Só tinha uma preocupação: aumentar os bens. Das suas hortas recolhia para si e para a companheira os piores legumes, aqueles que, por maus, ninguém compraria; as suas galinhas produziam muito e ele não comia um ovo, do que no entanto gostava imenso; vendia-os todos e contentava-se com os restos da comida dos trabalhadores. Aquilo já não era ambição, era uma moléstia nervosa, uma loucura, um desespero de acumular; de reduzir tudo a moeda. E seu tipo baixote, socado, de cabelos à escovinha, a barba sempre por fazer, ia e vinha da pedreira para a venda, da venda às hortas e ao capinzal, sempre em mangas de camisa, de tamancos, sem meias, olhando para todos os lados, com o seu eterno ar de cobiça, apoderando-se, com os olhos, de tudo aquilo de que ele não podia apoderar-se logo com as unhas.” (p. 23)
• Miranda: negociante português, dono de uma casa de tecidos em Botafogo Casado com D. Estela pelo seu dote: garantia-lhe a vida e status
Desejava ser Barão: torna-se Barão do Freixal
Filha Zulmirinha: 12/13 anos, era desprezada pelos pais
“Zulmira tinha então doze para treze anos e era o tipo acabado da fluminense; pálida, magrinha, com pequeninas manchas roxas nas mucosas do nariz, das pálpebras e dos lábios, faces levemente pintalgadas de sardas.” (p. 29)
Mudaram-se para o sobrado ao lado do Cortiço para fugir das traições de D. Estela (adúltera) Romão e Estela se odiavam, dormiam em quartos separados
Tinham encontro sexuais esporádicos: necessidade física e formalidade – felicidade sexual e repugnância moral
Ob. Romão e Miranda brigam por um punhado de metros de terras que divisam o sobrado do cortiço: rivalidade pela dominação lusa
Romão se nega a vender meio palmo de terra, pois não gosta de perder nada, só de ganhar e adquirir
A venda virou bazar
Os trabalhadores das fábricas e da pedreira comiam na venda e moravam na estalagem de Romão
• Henrique: 15 anos, venho de MG para o RJ terminar os estudos
Hospedou-se na casa de Miranda, mas logo foi morar em Botafogo
D. Estela tinha grande apreço por ele, tinham muita intimidade, andavam sempre juntos
Foram surpreendidos pelo velho Botelho no jardim; D. Leocádia afirma ter visto os dois aos beijos Botelho: português, ex contador de escravos, ficou pobre depois da abolição
- É a sombra do Miranda, um parasita, manipulador - Escuta as reclamações de Estela e Miranda
- Não denuncia Henrique e Estela
“A criadagem da família, do Miranda compunha-se de Isaura, mulata ainda moça, moleirona e tola, que gastava todo o vintenzinho que pilhava em comprar capilé na venda de João Romão; uma negrinha virgem, chamada Leonor, muito ligeira e viva, lisa e seca como um moleque, conhecendo de orelha, sem lhe faltar um termo, a vasta tecnologia da obscenidade [...] e finalmente o tal Valentim, filho de uma escrava que foi de Dona Estela e a quem esta havia alforriado.” (p. 31)
“As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.” (p. 40)
A descrição dos pobres
• Leandra (a machona): duas filhas, Ana das Dores (separada, 25) e Neném (virgem, 17), e Agostinho (diabo)
“[...] portuguesa feroz, berradora, pulsos cabeludos e grossos, anca de animal do campo” (p. 40) • D. Isabel: velha amargurada, viúva; o marido cometeu suicídio após negócio falir
Educou bem a filha, Pombinha
• Pombinha: 18 anos, não tinha menstruado ainda; doentinha, prestativa, uma flor “[...] loira, muito pálida, com uns modos de menina de boa família” (p. 43)
Noiva de João da Costa, burguês
• Nhá-Rita: Rita Baiana; mulata sensual, fogosa, independente, bom coração; vadiagem (samba) Amansada com Firmo, um mulato, torneiro, capoeirista, ciumento, vadio
Sumiu por três meses com Firmo em Jacarepaguá
Ob. Todas as mulheres do cortiço eram lavadeiras, tinham de alugar as tinas e materiais de Romão para trabalharem. Eram obrigadas a conviver.
• Jerônimo: português, ótimo cavouqueiro, custava 70 mil réis seu trabalho
trabalhador, perseverante, habilidoso, forte, bom caráter e costumes; muito respeitado e fiel
Contratado por Romão para trabalhar na pedreira: tornou-se mestre de serviço na pedreira
Foi morar no cortiço, casa 35 (mau agouro)
Casado com Piedade de Jesus (30), simpática, boa aparência, honesta
Filha: Marianita
“Firmo, o atual amante de Rita Baiana, era um mulato pachola, delgado de corpo e ágil como um cabrito; capadócio de marca, pernóstico, só de maçadas, e todo ele se quebrando nos seus movimentos de capoeira. Teria seus trinta e tantos anos, mas não parecia ter mais de vinte e poucos. Pernas e braços finos, pescoço estreito, porém forte; não tinha músculos, tinha nervos.” (p. 73)
• Firmo: brasileiro, 30 anos, capoeirista, gastava tudo na roleta, era oficial de torneiro; um vadio
cabeça quente, fanfarrão; estava sempre no samba, era muito violento Tinha obsessão por Rita Baiana
“[...] Firmo tomou conta da mulata; mas pouco depois se
separaram por ciúmes, o que aliás não impediu que se
tornassem a unir mais tarde, e que de novo brigassem e de novo
se procurassem. Ele tinha “paixa” pela Rita, e ela, apesar de
volúvel como toda a mestiça, não podia esquecê-lo por uma
vez; metia-se com outros, é certo, de quando em quando, e o
Firmo então pintava o caneco, dava por paus e por pedras,
enchia-a de bofetadas, mas, afinal, ia procurá-la, ou ela a ele, e
ferravam-se de novo, cada vez mais ardentes, como se aquelas
turras constantes reforçassem o combustível dos seus amores.
(p. 74)
• Jerônimo vê Rita Baiana enquanto dançava numa festa no cortiço, ao
anoitecer
• Ele tocava uma canção portuguesa que foi musicada por Firmo e Porfírio
• Transformação de Jerônimo:
Apaixonou-se por Rita Baiana; começou a matar serviço, alegava estar
doente
Rita aparece em seu quarto e oferece café com parati (cachaça)
Agia de forma áspera e seca com a esposa
Começou a beber e fumar diariamente, a frequentar o samba e virar
noites
Aproximou-se de Rita, enquanto deixava de dormir com Piedade e
acomodava-se numa rede à porta de casa
“[...] Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia,
hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num
trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia afrouxava
lentamente: fazia-se contemplativo e amoroso. A vida americana e a
natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e
sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de
ambição; para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava-se
liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar;
adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso
resignando-se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo
com que o espírito eternamente revoltado do último tamóio
entrincheirou a pátria contra os conquistadores aventureiros. E assim,
pouco a pouco, se foram reformando todos os seus hábitos singelos de
aldeão português: e Jerônimo abrasileirou-se.” (p. 104)
• Léonie:
prostituta, cafetona; morava num sobrado em Botafogo Vestia-se à francesa: vestido de seda e curto, sapatos bons, chapéus luxuosos, jóias Bons costumes e modos: visitava o cortiço constantemente, era comadre da Augusta Era venerada por todos: era a “madrinha” das meninas
Queria saber de Pombinha: tinham muito apreço e intimidade
• Durante uma noite de samba, Jerônimo e Firmo se estranharam e chegam às vias de fato - O português usava um pedaço de pau, e Firmo uma navalha
- Firmo rasga o intestino do luso e foge pelo capinzal
- A briga generaliza, e a Bruxa e Marciana colocam fogo em algumas casas do cortiço
- Marciana: mãe de Florinda, grávida de Domingos (um caixeiro de Romão que fugira do compromisso)
- Rita é tão solicita a Jerônimo quanto a esposa (o acompanhou ao hospital)
Ob. A polícia não entra no cortiço: os
moradores se armam para defendê-lo, independente do lado com que simpatizavam na briga.
Transformação de João Romão: desejava ser visconde
• Tinha inveja de Miranda, que agora era barão
• Passou a ler, ir a eventos culturais, tratou da aparência física e social: adquiriu bons modos
Pombinha: retorna da casa de Léonie mudada; tiveram certa intimidade, troca de beijos
• Léonie se declara à menina: mesmo com a negativas de Pombinha, fazem sexo (p. 149-150) • Tiveram orgasmos, as duas; a mulher estava apaixonada
• Pombinha ganhou um anel, que D. Isabel a obrigou a aceitar • Estava contrariada, mas...
Transformação de Pombinha: masturbação e menstruação; uma passagem lírica, metáfora
requintada da borboleta (dedos) e da rosa (clitóris)
• Estava nua no capinzal; ela desenvolve a puberdade • Já podia casar com João da Costa, pois era uma mulher
• Adquiriu consciência do poder das mulheres sobre os homens (p. 163) • Dissimulada, maliciosa e inteligente
“Porque, só depois que o sol lhe abençoou o ventre; depois que nas suas
entranhas ela sentiu o primeiro grito de sangue de mulher, teve olhos para
essas violentas misérias dolorosas, a que os poetas davam o bonito nome de
amor. A sua intelectualidade, tal como seu corpo, desabrochara
inesperadamente, atingindo de súbito, em pleno desenvolvimento, uma
lucidez que a deliciava e surpreendia. Não a comovera tanto a revolução
física. Como que naquele instante o mundo inteiro se despia à sua vista, de
improviso esclarecida, patenteando-lhe todos os segredos das suas paixões.
Agora, encarando as lágrimas do Bruno, ela compreendeu e avaliou a
fraqueza dos homens, a fragilidade desses animais fortes, de músculos
valentes, de patas esmagadoras, mas que se deixavam encabrestar e conduzir
humildes pela soberana e delicada mão da fêmea.” (p. 162)
Rivalidade violenta entre cortiços: São Romão (carapicu) x Cabeça de Gato • Firmo foi morar no Cabeça de Gato para enfrentar Jerônimo
• João Romão e Miranda começam uma amizade: Bertoleza era cada vez mais escrava
• O velho Botelho fala a Romão sobre a possibilidade de casamento com Zulmira (17 anos) - Romão e Botelho se unem para fazer o casamento
- O velho ganharia 20 contos de réis se o plano desse certo - Romão foi convidado para jantar na casa de Miranda
- Botelho o alerta: deveria livrar-se de Bertoleza; Romão pensa na morte dela (p.175) • Rita Baiana deixou de comparecer a um encontro com Firmo
• Firmo descobre que Jerônimo saiu do hospital na véspera do encontro: promete matar os dois naquele domingo mesmo
• Rita diz a Jerônimo que abandonou Firmo, e começam a ter um caso (p. 180) • Jerônimo arma uma emboscada como Zé Carlos e Pataca para matar Firmo
A morte de Firmo
“Soltaram-no então. O capoeira, mal tocou com os pés em terra, desferiu um golpe com a cabeça, ao mesmo tempo que a primeira cacetada lhe abria a nuca. Deu um grito e voltou-se cambaleando. Uma nova paulada cantou-lhe nos ombros, e outra em seguida nos rins, e outra nas coxas, outra mais violenta quebrou-lhe a clavícula, enquanto outra logo lhe rachava a testa e outra lhe apanhava a espinha, e outras, cada vez mais rápidas, batiam de novo nos pontos já espancados, até que se converteram numa carga continua de porretadas, a que o infeliz não resistiu, rolando no chão, a gotejar sangue de todo o corpo.” (p. 191)
• Firmo foi largado no mar
• Pataca entregou a navalha de Firmo a Jerônimo: troféu • Jerônimo foi ver Rita Baiana: confessa que matou Firmo
- Combinam de fugir para ficarem juntos
- Deixaria suas economias a Piedade e pagaria a escola da filha - Fazem amor
• Rita Baiana e Piedade brigam ferozmente: a briga generaliza
- Aparece o bando dos Cabeça de Gato: desejam vingar a morte de Firmo - Em meio à batalha, uma casa pega fogo, que se dissipa por todo o cortiço - o incêndio deixou destruição e mortos
- Romão rouba o velho Libório e o deixa para morrer no incêndio
• Jerônimo emprega-se na pedreira São Diogo e foi morar com Rita no cortiço Cidade Nova • Piedade mudou-se de desgosto: tornou-se preguiçosa e passou a beber diariamente
• Jerônimo devia 6 meses da escola da filha: Piedade foi cobrar-lhe, mas ele estava bêbado e devia a todos na praça
- A dívida não foi saldada, e Piedade retorna com a filha 15 dias depois: mas de nada adiantou - Pataca consolara Piedade afim de se ajeitar com ela
- Transformação de Piedade: alcóolica, , suja, abusada pelos homens, vários de uma vez
“O português abrasileirou-se para sempre; fez-se preguiçoso, amigo das extravagâncias e dos abusos, luxurioso e ciumento; fora-se-lhe de vez o espírito da economia e da ordem; perdeu a esperança de enriquecer, e deu-se todo, todo inteiro, à felicidade de possuir a mulata e ser possuído só por ela, só ela, e mais ninguém.” (p. 225)
• Romão aproveita o incêndio para aumentar o cortiço: pensava nos lucros - Av. São Romão: o cortiço passava pelo processo de Aristocratização
- Obra: estalagem, venda, bodega, quitanda, casa de Romão
- No cortiço, moravam agora artistas, comerciantes, famílias de operários, funcionários públicos
• Miranda exige que se resolva a situação de Bertoleza
- Romão quer ser Visconde: para casar, teria de dar cabo da negra
- Bertoleza escuta a conversa entre Romão e Botelho: interfere indignada, mas o amava
- A pergunta de Botelho lembra Romão de que Bertoleza ainda é escrava de Freitas de Melo - Romão iria entregá-la como fugitiva e deixou a execução do plano nas mãos de Botelho • O suicídio de Bertoleza (p. 265-266)
- Reconhece o filho de seu antigo feitor, entende a situação: fora enganada - Rasga o próprio ventre de lado a lado com a faca de escamar peixe
- Neste momento, chega uma comissão de abolicionistas: entregam um diploma de sócio benemérito a Romão
• Transformação de Pombinha (p. 257-258): não suportou a vida de casada; em dois anos, tornara-se adúltera
- O marido a flagrou e entregou-a de volta D. Isabel, que sabia das traições da filha
- Meses depois, Pombinha desaparece da casa da mãe: morava num hotel com Léonie - Sustentava a mãe com seus ganhos: PROSTITUIÇÃO
- Pombinha tornou-se “madrinha” da filha de Jerônimo como Léonie fora sua - D. Isabel falece numa casa de sáude
As personagens Não têm complexidade psicológica
O cortiço é o principal personagem da obra,
Personagem Quem é no enredo Característica
João Romão Capitalista, dono da pedreira e do cortiço Capitalista
Bertoleza Negra, amante e “escrava” de João Romão Trabalhadora
Miranda Dono do sobrado ao lado do cortiço, marido de Estela. Deseja ganhar
um título de nobreza Burguês
Estela Rica, mulher de Miranda, traía-o constantemente. Mulher de elite Adúltera Jerônimo Português trabalhador e disciplinado, casado com Piedade, e que se
envolve com Rita Baiana. Animaliza-se totalmente. Disciplina Piedade Mulher de Jerônimo, trabalhadora. Termina alcoólatra Mulher europeia Rita Baiana Mulher sambista que se envolve com Firmo e Jerônimo Sensualidade
Firmo Malandro que mantém relacionamento com Rita Baiana e a disputa
com Jerônimo Malandro
Pombinha Moça de família, pura, que é pervertida pelo meio Pureza