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INCIDÊNCIA DE ACIDENTES COM MATERIAL PERFUROCORTANTES ENTRE AS EQUIPES DE ENFERMAGEM DE DOIS HOSPITAIS DE SÃO LUÍS DE MONTES BELOS.

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INCIDÊNCIA DE ACIDENTES COM MATERIAL PERFUROCORTANTES ENTRE AS EQUIPES DE ENFERMAGEM DE DOIS HOSPITAIS DE SÃO LUÍS DE

MONTES BELOS.1

ACCIDENT WITH MATERIAL IMPACT NEEDLESTICK MATERIALS BETWEEN TEAMS OF NURSING TWO HOSPITALS OF SÃO LUÍS DE MONTES BELOS.1

Janayna Vieira Gomes Coutro2 Vanessa Peixoto S. Rodrigues Cavalcante2

Brenda de Oliveira M. Mendonça3 Bruna Monteiro4 Daniela Samara Nogueira5 Eda Jaqueline Barros6 Grécia Carolina Pessoni7 Ricardo de Miranda Mota8

Sirlene da Silva Guimarães Araújo9 Vanessa Samara Nogueira10 Vanusa Cristina de Carvalho Oliveira11

Resumo: Os acidentes de trabalho com material perfurocortante representam grandes riscos a

saúde da equipe de enfermagem em decorrência do contato direto com os pacientes e varias atividades executadas. O objetivo desse trabalho é descrever e analisar, a ocorrência de acidentes de trabalho com material perfurocortante entre as equipes de enfermagem de dois hospitais de São Luis de Montes Belos-GO. Através de um estudo analítico quantitativo-descritivo com caráter retrospectivo. Os dados foram coletados nos hospitais A e B constituindo-se uma amostra de vinte e nove trabalhadores da equipe de enfermagem. Foram abordados através de entrevistas individuais, pré-agendadas, realizada em uma sala fechada

1 Trabalho desenvolvido no Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. São Luís de Montes Belos – GO,

Junho de 2011.

2

Discentes no 8º período do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos – FMB. e-mail: janaynavgomes@hotmail.com; vanessapeixotto@hotmail.com;

3 Enfermeira, Mestre e Docente da Faculdade Montes Belos. e-mail: brenda@fmb.edu.br

4 Enfermeira, Especialista e Docente da Faculdade Montes Belos. e-mail: brunaenf0610@gmail.com

5 Enfermeira, Mestre e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail:

daniela@fmb.edu.br

6 Enfermeira, Especialista, Orientadora e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail:

edabarros@fmb.edu.br

7

Enfermeira, Doutora, Colaboradora e Doecente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. E-mail: greciapessoni@hotmail.com;

8 Enfermeiro, Especialista e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail:

ricardo.mota@fmb.edu.br

9

Enfermeira, Especialista e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail: sirlenecachoeira@gmail.com

10 Biologa, Biomêdica, Especialista e Docente do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos. e-mail:

vanessa.samara@fmb.edu.br

11 Enfermeira, Especialista, Orientadora e professora do Curso de Enfermagem da Faculdade Montes Belos.

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disponível no momento. Na analise dos resultados constatou-se que há uma predominância no sexo feminino na equipe de enfermagem em ambos hospitais e a categoria profissional mais acometida por acidentes com material perfurocortante são os técnicos de enfermagem; demonstrando que o uso de EPI´s é ocasional e que ainda há muitas subnotificações de acidentes dentro das instituições; os materiais que causam mais acidentes são agulha/escalpe /abocath; já a cobertura vacinal foi de 100% de adesão pela equipe de enfermagem. Diante a pesquisa pode se concluir que os resultados fornecem dados importantes que poderão subsidiar pesquisas futuras e prevenção de riscos ocupacionais. Palavras chave: acidentes de trabalho, biossegurança, saúde do trabalhador.

Abstract: Accidents with sharps pose great risks to the health of nursing personnel as a result

of direct contact with patients and various activities. The aim of this study is to describe and analyze the occurrence of accidents with needlestick materials between the two hospitals nursing staff in São Luís de Montes Belos-GO. Through a quantitative descriptive analytical study with retrospective. Data were collected in hospitals A and B constituting a sample of twenty-nine employees of the nursing team. They were addressed through individual interviews, pre-programmed, held in a closed room available. In the analysis of the results it was found that there is a predominance of females in the nursing staff in both hospitals and the professional category most affected by accidents with needlestick materials are nursing technicians; demonstrating that the use of PPE is casual and there are still many underreporting of accidents in institutions; the materials that cause more accidents are needle/scalp/abocath; since vaccination coverage was 100% compliance by the nursing staff. Before research can be concluded that the results provide important data that will support future research and prevention of occupational risks. Keywords: accidents, bio-safety, worker health.

Introdução

Em meados de 1800, surge a preocupação com a saúde do trabalhador e a necessidade de um serviço especializado da medicina do trabalho. Criada em 1919 a

OIT, (Organização Internacional do Trabalho) objetivou melhores condições e qualidade de serviço ao trabalhador. Entretanto a saúde do trabalhador no Brasil

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tardiamente resplandeceu e, contudo, destacando-se na Faculdade de Saúde Pública da universidade de São Paulo sendo, uma das mais renomadas do país, contando com uma vertente de apoio das instituições norte-americanas, berço da saúde ocupacional. Nota-se que o termo legislativo foi regulamentado no capítulo V da Consolidação das Leis do Trabalho pelo decreto-lei nº 5452/43 aprovada pelo presidente da república vigente Getúlio Vargas (BRASIL, 1943). Na década 70 torna-se obrigatória uma equipe técnica multidisciplinar dentro dos locais de

trabalho, contemporânea Norma

Regulamentadora 4 da portaria 3214/78. Apesar das mudanças na legislação trabalhista mantém a legislação previdenciária/ acidentária voltada exclusivamente para os trabalhadores no setor formal (MENDES; DIAS, 1991).

O Ministério da Saúde contempla na suas atribuições legais normalizações pertinentes à saúde do trabalhador que explícitas na Lei Orgânica 8080/90 (BRASIL, 1990):

§ 3º - Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e a reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,

abrangendo:

I. Assistência ao trabalhador vítima de acidente de trabalho ou portador de doença profissional e do trabalho;

II. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde - SUS, em estudos, pesquisas, avaliação e controle dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no processo de trabalho;

III. Participação, no âmbito de competência do Sistema Único de Saúde - SUS, da normatização, fiscalização e controle das condições de produção, extração, armazenamento, transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentem riscos à saúde do trabalhador;

IV. Avaliação do impacto que as tecnologias provocam á saúde;

V. Informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade sindical e a empresas sobre os riscos de acidente de trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados os preceitos da ética profissional;

VI. Participação na normalização, fiscalização e controle dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e empresas públicas e privadas;

VII. Revisão periódica da listagem oficial de doenças originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração, a colaboração das entidades sindicais;

VIII. A garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao órgão competente a interdição de máquina, de setor de serviço ou de todo o ambiente de trabalho, quando houver exposição a risco iminente para a vida ou

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IX. saúde dos trabalhadores.

A portaria nº 3.214/ 78 criou as Normas Regulamentadoras (NRs) em 1988 (BRASIL, 2001).

Com o objetivo de implementar medidas de proteção à segurança e a saúde dos trabalhadores do serviço de saúde, àqueles que exercem a função de promoção e assistência a Norma Regulamentadora 32 compreende que a assistência deve ser relacionada as ações de promoção, recuperação, pesquisa e ensino em saúde. Além de descrever os vários tipos de riscos envolvidos no trabalho em instituições de saúde (BRASIL, 2008):

Considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos". O agente biológico são microorganismos geneticamente modificados ou não. O programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO), além do previsto na NR-07, e observando o disposto no inciso I do item 32.2.2.1, deve contemplar:

a. o reconhecimento e a avaliação dos riscos biológicos;

b. a localização das áreas de risco segundo os parâmetros do item 32.2.2;

c. a relação contendo a identificação nominal dos trabalhadores, sua função, o local em que desempenham suas atividades e o risco a que estão expostos;

d. a vigilância médica dos trabalhadores potencialmente expostos;

e. o programa de vacinação.

Os acidentes de trabalho são um

grave problema de saúde pública, como também reflete disfunção econômica no país. Enquanto nos setores industriais houve uma diminuição dos acidentes de trabalho, na área da saúde ocorreu um aumento significativo, no ambiente hospitalar exigindo mais investigações e intervenções no sentido de prevenir ou minimizar ocorrência de acidentes (SALLES; SILVA, 2009).

“Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço do órgão, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho (art.19 da lei 8213/91)”.

Os profissionais que trabalham no ambiente hospitalar estão expostos a uma variedade de riscos, dentre todos, há uma atenção maior ao acidente com material perfuro cortante e de contaminação de mucosa tendo maior relevância quando tratado de risco de contaminação por doenças infecto-contagiosas, inerente ao contato direto com o paciente ou objetos contaminados com material orgânico (DALAROSA, 2007).

“Percebe-se através da legislação existente, a preocupação específica relacionado com os trabalhadores da área da saúde só passou a ser discutido a partir do século XX” (RAMAZZINI, 1985 apud DALAROSA, 2007).

Os acidentes com material perfuro cortante é um problema na área de saúde

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para os profissionais, pois pode possibilitar transmissão ocupacional de patógenos veiculados pelo sangue como o vírus da hepatite B (HBV), vírus da hepatite C e o vírus da imunodeficiência humana (HIV) (AMARAL et al, 2003).

Por abranger atendimento a diversos pacientes, com diferentes patologias e vários procedimentos que trazem riscos ao trabalhador da saúde, considera-se o ambiente hospitalar um local de trabalho insalubre. Além de oferecer cuidado básico de saúde há um aglomerado de pessoas, e vários desses são centros de pesquisa e ensino. Dependendo da atividade que os trabalhadores hospitalares exercem e o local de trabalho o mesmo se encontra exposto a riscos

inerentes (NISHIDE; BENATTI;

ALEXANDRE, 2004).

É relevante a investigação de acidente de trabalho na profissão de enfermagem, pois, há uma freqüência de acidentes no ambiente hospitalar e como conseqüência o afastamento e muitas das vezes invalidez. E é necessário identificar as causas de acidente de trabalho facilitando as medidas preventivas e influenciando negativamente as estatísticas (DALAROSA, 2007).

A ocorrência de acidentes de trabalho com material biológico tem mostrado um aumento significativo nas unidades hospitalares. Porém, muitos

desses acidentes não são notificados, com isso, gerando subnotificação dentro das instituições de saúde, dificultando a quimioprofilaxia contra as doenças que são transmissíveis em ocorrência do acidente, como o vírus da Hepatite B (HBV), Hepatite C (HCV) e a síndrome da imunodeficiência Humana (HIV), ainda assim tornando difícil o acompanhamento desses profissionais que sofreram o acidente tornando possível a sua contaminação. A Norma Regulamentadora 32 refere que os acidentes que acontecem na unidade hospitalar são em grande proporção com material perfuro cortante assim, há o risco de contaminação com material biológico.

Propriamente dizendo que o material biológico é um dos riscos iminentes no ambiente hospitalar surge as indagações: Qual à incidência de acidentes dentro dos hospitais? Os funcionários que sofreram acidentes foram atendidos com rapidez e agilidade? Receberam acompanhamento? São informados do uso dos EPI’s? Utilizam? Diante a essas indagações se propôs realizar um estudo que possa elencar esses dados para que possamos num futuro próximo realizar a promoção e recuperação da saúde desses trabalhadores.

O objetivo é descrever e analisar a ocorrência de acidentes de trabalho com material perfuro-cortante entre as equipes

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de enfermagem de dois Hospitais de São Luis de Montes Belos: Hospital A e

Hospital B.

Metodologia

Trata-se de um estudo analítico quantitativo-descritivo com caráter retrospectivo com finalidade de analisar a ocorrência de acidentes com material perfuro-cortante entre as equipes de enfermagem nos respectivos Hospitais: Hospital A (Privado) e Hospital B (Público) ambos situados no município de São Luis de Montes Belos com um total de 27.573 habitantes segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dados obtidos no último censo realizado. A cidade é pólo de atendimento em saúde para cidades circunvizinhas sendo sede da Regional de Saúde Oeste II abrangendo 13 municípios do interior do Estado de Goiás. Para atender a população que procura por atendimento hospitalar a cidade de São Luis de Montes Belos conta com duas unidades hospitalares, o Hospital A que presta atendimento particular possui em suas dependências 22 leitos e sua equipe de Enfermagem é composta por 2 auxiliares de Enfermagem, 7 técnicos de enfermagem e 1 Enfermeiro. Já o Hospital B onde o atendimento é público suas dependências suporta 46 leitos e a equipe de Enfermagem é composta por 13 auxiliares de enfermagem, 19 técnicos de

enfermagem e 3 Enfermeiros.

Para realização da pesquisa foi realizado uma coleta de dados onde utilizamos um questionário padronizado no qual, passou-se por teste piloto com nove enfermeiros professores da Faculdade Montes Belos, garantindo assim, validação do mesmo como documento válido para a realização da pesquisa. O questionário era composto com perguntas subjetivas e objetivas. Para aplicação deste instrumento, foi realizada uma abordagem através de entrevistas individuais, pré-agendadas, realizada com o funcionário em uma sala fechada disponível no momento com mesa e cadeira. Para cada participante da equipe foi designado um questionário codificado o qual se identificou as unidades em estudo, onde os códigos eram atribuídos por uma seqüência de números de 1 á 10 seguidos da letra “A” onde a letra “A” identificava o Hospital A (Privado). Já o Hospital B (Público) foi atribuído uma seqüência de números de 1 a 35 e seguidos da letra “B”.

Mesmo com a codificação dos questionários foi preservado o anonimato dos participantes e do local onde se realizou a pesquisa, somente os resultados

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foram publicados, os dados ficarão guardados sob responsabilidade do pesquisador durante cinco anos e após esse período, serão destruídos.

Segundo a resolução CNS 196/96 os riscos inerentes a pesquisa são moral e social devido a autoexposição do trabalhador ao participar da pesquisa identificando os acidentes que sofreram.

Os benefícios são de contribuir para uma pesquisa direcionada aos profissionais na área da enfermagem em relação aos riscos de se acidentar com material perfuro cortante, além de identificar as subnotificações de acidente de trabalho e relatar a maior ocorrência do tipo de acidente ocorrido, e logo após a identificação dos tipos de acidente, construir estratégias de intervenção e controle, sendo que também servirá de subsídios à pesquisas futuras.

Foram considerados como critérios de inclusão na pesquisa: ser membro da equipe de enfermagem, pertencer ao quadro efetivo da unidade de escolha da pesquisa, e aceitar participar do estudo confirmado pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido que segue em apêndice.

Foram exclusos da pesquisa: médicos, recepcionistas, auxiliar de serviços gerais, servidor administrativo e qualquer outro profissional que trabalhe na unidade de pesquisa que não se enquadrem

na equipe de enfermagem e aqueles que não consentirem em participar da pesquisa, ou seja, não assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Este estudo foi realizado dentro das normas para pesquisas envolvendo seres humanos, de acordo com a resolução 196/96. Os participantes tiveram autonomia em participar da pesquisa, onde se utilizou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para garantir que a participação nesse estudo é por livre e espontânea vontade, podendo o sujeito assim desistir sem prejuízos e danos a qualquer momento que ele sentisse necessidade, sendo que a pesquisa foi analisada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ensino Superior de Rio Verde (FESURV), sendo autorizada através do protocolo nº 0071/2010 em Março de 2011.

Os pesquisadores deste estudo utilizaram de medidas que minimizem os riscos descritos acima, utilizando entrevistas de forma individualizada para

evitar ou minimizar possíveis

constrangimentos e outros danos. Assim os pesquisadores garantiram que, o que for passível de evitar um dano será realizado, garantindo assim a não-maleficência.

Neste estudo, a justiça e a equidade foram garantidas, uma vez que todos os sujeitos da pesquisa foram beneficiados de forma igual, com diagnóstico da situação e

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posterior desenvolvimento de ações de prevenção em relação aos acidentes com materiais perfuro cortantes, para esses profissionais de saúde. Ainda, os resultados deste estudo serviram como auxílio para ações de prevenções em relação a outros profissionais de saúde.

Os dados encontrados foram digitados em microcomputador e

analisados através de quadros, desenvolvidos pelos pesquisadores com a análise simples e visual baseada na literatura disponível. Sendo possível quantificar as notificações dos acidentes com material biológico, identificar as principais causas de acidentes de trabalho e analisar a freqüência de ocorrência de acidentes com a população de estudo.

Resultado e Discussão

Participaram da pesquisa 29 profissionais atuantes na equipe de enfermagem de dois hospitais de São Luís de Montes: Hospital A e Hospital B. Excluindo-se apenas aqueles que estavam de férias, folga e atestado médico e recusa na participação da pesquisa.

Para o desenvolvimento desta

investigação participaram 07 trabalhadores da equipe de enfermagem efetiva do Hospital A e 22 trabalhadores da equipe de enfermagem efetiva do Hospital B.

No quadro 1 e 2 observamos que houve uma prevalência no sexo feminino em relação ao acidente com material biológico.

Caixeta e Branco (2005), diz que em relação ao sexo há uma predominância

no sexo feminino em todas as categorias profissionais.

Carvalho e Chaves (2010), descreve em seus estudos que a enfermagem é uma profissão exercida predominantemente pelo sexo feminino.

Em relação á categoria profissional e aos fatores predisponentes á ocorrência de acidentes com material perfurocortante analisou-se que os mais acometidos são os técnicos de enfermagem, sendo no Hospital A de 05 profissionais, 02 técnicos de enfermagem já sofreram algum tipo de acidente com material perfurocortante. Já no Hospital B, de 13 profissionais, 11 já sofreram algum acidente com material perfurocortante.

Categoria

profissional Sexo / quantidade Usa EPI’S

Já se acidentou Esquema vacinal completo Notificou acidente Não Se Aplica

Feminino Masculino Sim Não As

vezes

Quase

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QUADRO 1 - Variações de dados hospitalares de acidentes com profissionais de diferentes

categorias do Hospital A

Fonte: Hospital A

QUADRO 2 - Variações de dados hospitalares de acidentes com profissionais de diferentes

categorias do Hospital B

Categoria

profissional Sexo / quantidade Usa EPI’S

Já se acidentou Esquema vacinal completo Notificou acidente Não Se Aplica

Feminino Masculino Sim Não As vezes

Quase

sempre Sim Não Sim Não Sim Não -

Enfermeiro 03 - 02 - - 01 02 01 03 - 01 01 01

Técnico 13 02 04 - 07 03 11 04 15 - 03 08 04

Auxiliar 04 - 02 - 01 01 03 01 04 - 01 02 01

Fonte: Hospital B

Segundo Alves et al. (2009), a categoria mais acometida por acidente com material perfurocortante são os técnicos de enfermagem com 85% de acidentes.

Entretanto, Marziale & Rodrigues, (2002) contradizendo aos dados constatados na nossa pesquisa, diz que predisposição aos acidentes com material perfurocortante está na categoria profissional de auxiliares de enfermagem que são os profissionais que estão em contato direto com o paciente.

Sobre o uso de equipamento de proteção individual (EPI´s) a maioria dos profissionais da equipe de enfermagem em ambos Hospitais fazem uso ocasional dos EPI´s, apesar da disponibilidade dos mesmos no ambiente de trabalho para uso.

De acordo com Gallas & Fontana, (2010), a maioria da equipe de enfermagem não fazem uso de EPI´s por

diversos fatores tais como: autoconfiança, descuido, atrapalha a técnica, desconforto, pressa mesmo com a disponibilidade dos mesmos no ambiente de trabalho.

Através deste estudo ficou comprovado no quadro 1 e 3 as subnotificações de acidentes com material perfurocortante nos hospitais A e B, fato esse, caracterizado pela baixa importância atribuída pelos trabalhadores as pequenas lesões decorrentes de acidentes com material perfurocortante.

Em contrapartida no estudo de Ribeiro et al. (2007), houve predomínio das notificações d acidentes de trabalho, sendo a principal causa de acidentes com material perfuro-cortante.

Na pesquisa demonstrou que no item de cobertura vacinal dos profissionais de enfermagem houve 100% de adesão

Enfermeiro 01 - - - 01 - 01 - 01 - 01 -

Técnico 05 - 02 - 01 02 02 03 05 - - 02 03

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evidenciando a importância da vacinação para profilaxia das doenças ocupacionais.

De acordo com a NR 32 todos os trabalhadores da área da saúde tem o direito de receber gratuitamente o esquema de vacinação completo e os estabelecidos no Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO).

Nos dados investigados elencados no quadro 3 correspondente ao hospital A

demonstra que o material causador do acidente foram agulha/escalp/abocath com 4 acidentes, frasco ampola com 2 acidentes,e ampola 1 e no Hospital B ilustrado no quadro 4 os materiais causadores do acidente foram 15 com agulha/escalp/abocath, ampola 7 e ampola/frasco 1, predominando em ambos Hospitais agulha/escalp/abocath.

QUADRO 3 - Material causador dos acidentes no Hospital A

TIPO PROFISSIONAIS/QUANTIDADE Ampola 01 Bisturi - Agulha/escalp/abocath 04 Frasco/ampola 02 Fonte: Hospital A

QUADRO 4 - Material causador dos acidentes no Hospital B

TIPO PROFISSIONAIS/QUANTIDADE Ampola 07 Bisturi - Agulha/escalp/abocath 05 Frasco/ampola 01 Fonte: Hospital B Oliveira e Gonçalves (2010), afirmam, que o tipo de material perfurocortante envolvido em acidentes tem predominância na categoria agulhas com 73,3% evidenciando-se também uma expressiva subnotificações dos acidentes.

Simão et al. (2010), reafirma que o material predominante causador de

acidentes na equipe de enfermagem é a agulha.

Canalli et al. (2010), diz que as agulhas são responsáveis por 64,3% de acidentes percutâneos e outros 21,4% foram causados por escalpe.

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A equipe de enfermagem esta exposta a riscos em sua rotina diária, onde existe contato direto com os pacientes pelos inúmeros procedimentos em que realizam.

A falta de adesão às medidas preventivas são fatores condicionantes para aumentos significativos de acidentes com material perfurocortante.

Todavia a pesquisa realizada demonstra que existe importante relação

dos acidentes com material

perfurocortante, devido ao mapeamento dos riscos se produzem ações preventivas deste tipo de acidente dentro do ambiente hospitalar, assim diminuindo o índice de acidentes por materiais perfurocortantes entre as equipes de enfermagem.

Observa-se que os profissionais da equipe de enfermagem têm conhecimento dos riscos a que estão expostos em suas atividades rotineiras. Embora os EPI´s sejam disponíveis pela instituição, apresentam números significativos de trabalhadores que admitiram o uso ocasional em suas atividades, o que demonstra a negligência do trabalhador como um fator importante de ocorrência de acidentes ocupacionais.

Sendo assim, pode-se tecer um relato ao qual a equipe de enfermagem quando negligência o uso dos EPI´s, durante os procedimentos, expõe sua saúde

e ainda riscos a quem ela oferta o serviço, sendo considerado que a mesma equipe tem conhecimento e consciência em relação a importância do uso do mesmo. Fator importante é que os acidentes com material perfurocortante não estão apenas relacionados com a qualificação do trabalhador, como também aos cuidados direto com o cliente, que exige a adoção de medidas de segurança.

Desse modo, os riscos aos quais os trabalhadores da equipe de enfermagem estão expostos são maiores ou menores, isso varia de acordo com a atividade exercida pelos mesmos.

Mostra-se que ainda há um numero significativos das subnotificações de acidente de trabalho com material perfurocortante dentro das instituições investigadas, o que dificulta à estudos para profilaxia assim, propiciando a riscos inerentes a equipe de enfermagem de sofrerem acidente de trabalho.

Observamos na pesquisa que os trabalhadores da equipe de enfermagem aderiram 100% a cobertura vacinal, concluindo-se que a equipe apesar da negligência em relação aos usos de EPI´s durante suas rotinas de trabalho estão conscientes sobre a importância de estarem imunizados.

Esse estudo confirmou-se a necessidade de intervenções institucionais

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para o aumento das notificações hospitalares visando despertar no

trabalhador uma reflexão de sua prática profissional.

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