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Diagnóstico de parasitas gastrointestinais em cães em uma localidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, RJ Diagnosis of gastrointestinal

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Diagnóstico de parasitas gastrointestinais em cães em uma localidade da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, RJ

Diagnosis of gastrointestinal parasites in dogs at a locality in the Rio de Janeiro Metropolitan Region, RJ

Diagnóstico de parásitos gastrointestinales en perros en una localidad de la Región Metropolitana de Río de Janeiro, RJ

Caroline Cunha Carreiro, Doutoranda do Programa de Pós Graduação em Medicina Veterinária da UFRRJ, Bolsista Capes, Email:

carolinecarreiro@yahoo.com.br

, RG 21.375.025-0, CPF 121618777-04, Rua Progresso, 385, Parque Jose Bonifácio, São João de Meriti/ RJ, Cep: 25565-380, Tel: (21) 96696-0726.

Vera Teixeira de Jesus, Professora associada do DRAA, Instituto de zootecnia da UFRRJ, Email:

jesus@ufrrj.br

, RG 040241945, CPF 708346107-44, Rua Alain da luz, 70, Campo Grande, RJ, Cep: 23080-150, Tel. (21) 991225418.

Daniele dos Santos Juliano, Aluna de Graduação em Medicina Veterinária da UFRRJ; Email: danivet09@gmail.com, RG: 12990591-5, CPF: 098.384.257-45, Estrada do Cabuçu, 3406, Rio da Prata/Campo Grande, RJ, CEP: 23017-250, Tel (21) 99360-8728.

Cezar Augusto da Silva, Aluno de Graduação de Engenharia de Alimentos da UFRRJ, Email:

cezaraugusto_silva@yahoo.com

, RG: 14934703, CPF: 109990836-19, Avenida Sebastião Ferreira da Silva, 10, Boa esperança , Seropédica/RJ, CEP 23894-450, Tel: (21) 98623-2221. Tassia Torres Furtado, Doutoranda Programa de Pós Graduação em Ciências Veterinárias da UFRRJ, Email. tassiafurtado@yahoo.com.br, RG: 020364914-0, CPF: 108783337-03, Rua das Laranjeiras 336/332 bloco B, Cep: 22240-003, Tel: (21) 99644-5689.

Resumo: As parasitoses gastrintestinais estão entre as enfermidades mais comuns em

animais de companhia, podendo ser especialmente graves em animais jovens ou em imunocomprometidos. Alguns destes parasitos são considerados zoonóticos, representando importante risco à saúde humana. O objetivo deste estudo foi determinar a presença de formas utilizadas como diagnóstico de parasitos gastrintestinais encontradas em fezes de cães domiciliados em São João de Meriti, Baixada Fluminense, RJ, a sua prevalência, e identificar os fatores que interferem na epidemiologia e transmissão zoonótica destas infecções. Para tal, quarenta e cinco amostras de fezes de cães foram coletadas e a cada proprietário foi solicitado a responder um formulário contendo informações relevantes a respeito do risco de infecção e transmissão de zoonoses parasitárias. As amostras foram submetidas ao exame direto e a técnica de centrifugo flutuação em açúcar, obtendo-se uma positividade de 64,44% das amostras. Dentre as amostras parasitadas, vinte (68,96%) foram positivas para ovos de Ancylostomatídeos; sete delas postivas para oocistos de coocídios (24,14%); quatro positivas para ovos de Toxocara spp. (13,79%); três para trofozoítas de Parabasalídeos; e apenas uma para a presença de cistos de Giardia intestinalis e cápsulas ovígeras de Dipylidium caninum (2,22%). Os animais que conviviam com outros animais, bem como os cães com acesso à rua, tiveram maior chance de desenvolver pelo menos uma das parasitoses mencionadas. Além disso, a maioria dos filhotes apresentaram fezes de consistência pastosa (mole), enquanto que em cães adultos não se observaram alterações dignas de nota, fato este,reforça a importância da realização de exames parasitológicos de rotina, pois animais com parasitose subclínica podem ser importantes fonte de infecção tanto para humanos e outros animais. Além de contaminar o meio ambiente. A alta prevalência de parasitos gastrintestinais na amostra estudada está associada as precárias condições de saneamento básico da região e ressalta a importância de um maior controle parasitológico nesses animais, como tentativa de melhorar não só as condições de vida dos animais, como também, evitar que sirvam de fonte de propagação de organismos zoonóticos.

Palavra-chave: Parasitos gastrintestinais; helmintos; protozoário; parabasalídeos, baixada

fluminense.

Abstrat: Gastrointestinal parasites are among the most common diseases in companion

animals, and severe in young or immunocompromised animals. Some of these parasites are considered as zoonotics, representing an important risk to human health. The objective of this study was to determine the prevalence of forms used to diagnose gastrintestinal parasites found in dogs feces domiciled at the Municipality of São João de Meriti, Rio de Janeiro Metropolitan area, RJ, as well as to identify the factors that interfere in the epidemiology and zoonotic transmission of these infections. To that end, forty-five samples of dog feces were collected and each owner was asked to respond to a form containing relevant information regarding the risk of infection and transmission of parasitic zoonoses. The samples were submitted to direct examination and the centrifugal sugar fluctuation technique, obtaining a positivity of 64.44% of

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the samples positive for parasistes. Among the parasitized samples, twenty (68.96%) were positive for hookworm ggs; seven of them were positive for coccidia oocysts (24.14%); four positive for ascarids (13.79%); three for Parabasalid trophozoites; and only one for the presence of Giardia intestinalis cysts, and ovigerous capsules of Dipylidium caninum (2.22%). Animals that lived with other animals, as well as dogs with access to the street, had a greater chance of developing at least one of the aforementioned parasites. In addition, the majority of the pups presented feces of pasty consistency, whereas in adult dogs no noteworthy changes were observed. This fact reinforces the importance of performing a routine parasitological examinations, since animals with subclinical parasitosis can be important source of infection for both humans and other animals, besides contaminating the environment. The high prevalence of gastrintestinal parasites in the sample studied was associated with the poor conditions of basic sanitation in the region and emphasizes the importance of a greater parasitological control in these animals, as an attempt to improve not only the living conditions of the animals, but also to prevent them from serving source of propagation of zoonotic organisms.

Keywords: Endoparasites; helminths; protozoan; parabasalídeos, Fluminense lowland.

Resumen: Las parasitosis gastrointestinales están entre las enfermedades más comunes en

animales de compañía, pudiendo ser especialmente graves en animales jóvenes o en inmunocomprometidos. Algunos de estos parásitos se consideran zoonóticos, lo que representa un riesgo importante para la salud humana. El objetivo de este estudio fue determinar la presencia de formas utilizadas como diagnóstico de parásitos gastrointestinales encontrados en heces de perros domiciliados en São João de Meriti, Baixada Fluminense, RJ, su prevalencia, e identificar los factores que interfieren en la epidemiología y transmisión zoonótica de estas infecciones . Para ello, se recogieron cuarenta y cinco muestras de heces de perros y se pidió a cada propietario que respondiera a un formulario que contenía información pertinente sobre el riesgo de infección y transmisión de las zoonosis parasitarias. Las muestras fueron sometidas al examen directo y la técnica de centrifugación fluctuación en azúcar, obteniéndose una positividad del 64,44% de las muestras. Entre las muestras parasitadas, veinte (68,96%) fueron positivas para huevos de Ancylostomatídeos; siete de ellas postivas para oocistos de coyios (24,14%); cuatro positivas para los huevos de Toxocara spp. (13,79%); tres para trofozoítas de Parabasalídeos; y sólo una para la presencia de quistes de Giardia intestinalis y cápsulas ovígeras de Dipylidium caninum (2,22%). Los animales que convivían con otros animales, así como los perros con acceso a la calle, tuvieron mayor probabilidad de desarrollar al menos uno de los parásitos mencionados. Además, la mayoría de los cachorros presentaron heces de consistencia pastosa (blando), mientras que en perros adultos no se observaron cambios dignos de nota, hecho este, refuerza la importancia de la realización de exámenes parasitológicos de rutina, pues animales con parasitosis subclínica pueden ser importantes fuentes de infección tanto para humanos y otros animales. Además de contaminar el medio ambiente. La alta prevalencia de parásitos gastrointestinales en la muestra estudiada está asociada a las precarias condiciones de saneamiento básico de la región y resalta la importancia de un mayor control parasitológico en esos animales, como intento de mejorar no sólo las condiciones de vida de los animales, como también, evitar que sirvan de origen de propagación de organismos zoonóticos.

Palabra clave: Endoparasitas; helmintos; protozoario; parabasalídeos, bajada fluminense. Introdução

Os animais de companhia, particularmente cães, têm um importante papel na sociedade em todo o mundo, sendo companheiros importantes em muitas residências. A ligação emocional estabelecida pode trazer benefícios físicos e psicológicos, além de melhorar a integração social de portadores de doenças imunossupressoras, idosos, crianças e pessoas com necessidades especiais como isolamento, solidão, entre outras1-3. Consequentemente pessoas que convivem com animais de companhia apresentam redução de problemas relacionados à pressão arterial, níveis de colesterol e uso de medicamentos, em comparação com pessoas que não possuem animais de companhia4. Entretanto, o contato entre cães e humanos impõe a necessidade de maiores cuidados com a saúde desses animais, pois são suscetíveis a inúmeras patologias, sendo hospedeiros definitivos de vários parasitos gastrintestinais. Alguns desses, como

Ancylostoma spp., Toxocara spp., Giardia intestinais e Cryptosporidium spp., são considerados

zoonóticos, tendo humanos como hospedeiros finais ou intermediários e representam importante risco à saúde pública, despertando atenção recente quanto ao seus fatores de virulência junto a crianças, idosos e pessoas imunodeficientes3,5-8. Além de algumas espécies de parabasalídeos que estão sendo relacionadas a casos de diarreia não só em cães e gatos

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9-11, como também em humanos12,13, e com isso o questionamento sobre o potencial zoonótico desses flagelados vem ganhando destaque14-17.

As parasitoses gastrintestinais causadas por helmintos e protozoários estão entre as enfermidades mais comuns em animais de companhia, podendo ser especialmente graves em animais jovens ou imunocomprometidos3,6. Os cães acometidos podem apresentar diarreia, anemia, atraso no desenvolvimento ou serem portadores assintomáticos. No entanto, esses parasitos são eliminados nas fezes, propiciando a contaminação ambiental e a transmissão de um hospedeiro para outro3,18,19. A contaminação de cães e de humanos por esses agentes etiológicos geralmente ocorre em seu local de lazer, como praças públicas, praias, e até mesmo na própria residência, devido à relação cada vez mais próxima entre estas duas espécies. A forma de transmissão mais comum é feco-oral, porém não se pode a penetração cutânea, como é o caso das larvas de ancilostomatídeos, responsável por larva migrans cutânea (bicho geografico). Os ovos larvados de ascarídeos, não petentram na pele integra, mas após a injestão desses ovos com larvas infectantes, são responsáveis pela larva migrans visceral e ocular, podendo acarretar sinais neurológicos e atópicos19.

O objetivo deste estudo foi diagnosticar as espécies de parasitos encontradas em fezes de cães domiciliados em área do município de São João de Meriti, Baixada Fluminense, RJ e determinar a sua prevalência, além de identificar os fatores que interferem na propagação dessas infecções.

Material e Métodos

Foram avaliadas 45 amostras de fezes de cães de ambos os sexos, diferentes raças e faixas etárias, sendo classificados como filhotes, animais até 12 meses de vida; adultos, de 12 meses a 84 meses (7 anos); e Idosos, acima de 84 meses. Os animais eram domiciliados, provenientes do bairro de São Matheus, no município de São João de Meriti, RJ. As amostras foram coletadas, entre julho e agosto de 2017, após recente evacuação e foram acondicionadas em frascos plásticos, identificadas e levadas ao laboratório de Patologia da Reprodução localizado no Anexo I do Instituto de Veterinária da UFRRJ, onde foram analisadas em no máximo 24 horas após coletada. O primeiro exame realizado foi macroscópicos, para verificar consistência, presença de estrias de sangue ou muco e também de possíveis formas parasitárias, sejam proglotes de cestóides ou nematóides adultos. Em seguida, cada amostra foi dividida em duas partes. Uma parte dissolvida em PBS (pH 7,0) e examinadas a fresco, sob microscopia óptica com objetiva de 10X, para a observação de protozoários flagelados20. A outra parte foi submetida ao método de centrífugo-flutuação em solução saturada de açúcar e observadas ao microscópico óptico, inicialmente em objetiva de 10X e com posterior confirmação em objetiva de 40X, para observação de formas de parasitos seja helmintos ou coccídios21. As amostras foram consideradas positivas quando foi visualizado pelo menos uma forma de parasitos, e/ou mesmo, um protozoário móvel com movimentos característicos de parabasalídeos.

Para obter informações sobre as características dos animais como sexo, idade e raça, bem como acesso à rua, coabitação com outros animais, visita ao médico-veterinário e uso de antiparasitários, foi usado um formulário, no qual o proprietário autorizava a utilização do material fecal para pesquisa cientifica. Os referidos resultados parasitológicos foram tabelados juntamente com os dados do formulário e então foi realizado a análise estatística, realizada atraves do programa Epiinfo22. O Qui-quadrado ou exato de Fisher, quando recomendados foram usados para comparar proporções e uma probabilidade p< 0,05, foi considerado como estatisticamente significativo. Os intervalos de confiança do binômio exato de 95% (IC), foram estabelecidos para proporções.

Resultados e discussão

Das quarenta e cinco amostras analisadas, 64,44% (29/45) foram positivas para formas parasitárias de helmintos e protozoários e 35,55% (16/45) negativas. A taxa de coinfecção observada foi de 17,24% (5/29), e apenas um animal estava parasitado por três diferentes parasitos, as demais infecções mistas ocorreram com dois parasitos. Entre os animais parasitados, 20 (68,96%) continham ovos de ancilostomatídeos; sete com oocistos de coocidios (24,14%); quatro ovos de ascarídeos (13,79%); três trofozoítas de Parabasalídeos; e apenas um apresentava cisto de Giardia intestinalis e cápsulas ovígeras de Dipylidium

caninum. (2,22%). Não houve diferença significativa entre o parasitismo e a raça, sexo e idade

dos animais (Tabela 1).

Tabela 1: Resultado parasitológico de cães domiciliados do bairro de São Matheus na cidade de São João de Meriti,

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RESULTADO SEXO FAIXA ETÁRIA RAÇA

Macho Fêmea Filhote Adulto Idoso Com Sem TOTAL P O S I T I V O Ancilostomatídeos 9 11 8 8 4 14 6 20 Coccídios 4 1 3 1 1 3 2 5 Ascarídios 2 2 1 2 1 3 1 4 Parabasalídeos 1 2 1 2 - 1 1 3 Dipilidium caninum 1 2 1 - 2 2 1 1 Giardia intestinais - 1 1 - - 1 - 1 Infecção Mista 3 2 2 2 1 4 1 5 Total de Positivos 14 15 11 9 9 19 10 29 NEGATIVO 10 6 4 3 9 10 6 16

A falta de saneamento básico na região onde este estudo foi realizado, ligada às condições de saúde em que os cães são expostos e a ausência de um centro de controle de zoonoses na cidade, acarretando a presença de muitos cães errantes, estes fato pode influenciar significativamente nos resultados parasitários na região.

Nesse estudo, a prevalência de helmintos foi maior que a de protozoários, em todas as faixas etárias estudadas. Estudos similares em diferentes regiões do Brasil, indicaram alta prevalência de helmintos23-28, sobretudo ancilostomíase, com taxas variando entre 22% e 79%, no entanto, um estudo recente realizado em 1000 cães em São Paulo27 relatou uma maior prevalência de protozoários. Uma justificativa é que neste estudo, foram empregadas diferentes técnicas parasitológicas, além de imunofluorescência direta para a detecção de antígenos de Giardia, com isso a taxa de infecção por protozoário foi significativamente maior que os demais autores que utilizaram somente técnicas de sedmentação23-26. Além das diferentes metodologias empregadas, alguns protozoários apresentam períodos negativos nas fezes, sendo necessário o exame de três amostras coletadas alternadamente no período de uma semana, antes de considerar a amostra como negativa24. Este fator pode ter influenciado na baixa frequência de G. intestinais observada. De uma forma geral, a prevalência de parasitos gastrintestinais é variável e depende, não só do método de diagnóstico empregado, como também, de um grande número de fatores, incluindo aqui a idade, condições de vida, região estudada (saneamento básico) e estado de saúde do animal27.

A análise dos questionários permitiu elucidar alguns pontos importantes a respeito do risco de infecção e risco transmissão de zoonoses parasitárias. Como por exemplo, a maioria dos cães pesquisados (81,25%) tinha acesso ao interior da casa dos proprietários, portanto maior contato entre ambos, com maior chance de que ocorra infecção cruzada. Além disso, cães criados com outros animais possuem maior risco relativo (RR = 1,5536; IC=0,6294-3,8350) de apresentar parasitos gastrintestinais do que aqueles criados sozinhos. Estes dados estão em acordo com os publicados por Lallo27, onde o risco foi duas vezes maior. Também foi observado em ambos os trabalhos que os animais que não tinham acesso á rua tiveram menor risco de serem contaminados por parasitos (RR: 0,8250 IC: 0,3779-1,8012).

Não há diferença entre o parasitismo e a consistência das fezes, isto porque a maioria dos cães adultos não tinha alteração na consistência fecal, estando eles parasitados ou não. Este fato possivelmente está ligado a maior imunidade dos cães desta categoria em não desenvolver sinais clínicos. Portanto, apresentar fezes com consistência normal (dura) não deve ser um indicativo de ausência de infecção parasitária, principalmente se tratando de cães adultos. Fato que faz desta categoria importante disseminador de infecção3,28, que deve ser levado em consideração quando estes animais conviverem juntos com crianças e idosos, pois são mais susceptíveis a infecção, bem como os seus filhotes. Por outro lado, filhotes de cães que tinham fezes de consistência pastosa/mole tiveram três vezes mais chances de estarem parasitados, dos que aqueles que apresentaram fezes com consistência normal (RR: 3,0 IC; 0,4-21,298). Mas, da mesma forma, filhotes com consistência normal não devem ser excluídos dos risco de estarem parasitados, pois 50% dos filhotes com fezes consistentes, também estavam parasitados.

Em 33 dos 45 cães foi constatada ausência ou administração irregular de antiparasitários, onde se observou maior taxa de infecção, 69,7% (23/33) comparados à taxa de infecção de 50% (6/12) dos animais vermifugados de forma regular (12/45), estes dados indica que animais com vermifugação regular podem apresentar menor risco relativo de infecções por parasitos gastrintestinais (RR = 0,7880 CI= 0,5164-1,2025). No entanto, mesmo com a vermifugação regular 50% encontravam-se parasitados. O que se deve não só a falha na desinfecção ambiental, que permite a reinfecção, como também a utilização inadequada de antiparasitários,

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pois a grande maioria dos animais foram submetido a vermifugação sem exame prévio (clinico ou laboratorial), e portanto sem prescrição médico-veterinária. O que corrobora com o fato de apenas dois animais, 4,44% (2/45) terem sido submetido a exame parasitológico anterior. Os demais nunca os haviam feito. Esta situação tem sido muito comum na rotina médico-veterinária e, é uma das responsáveis por resistência parasitária, pois além da utilização inadequada de bases antiparasitárias, as subdoses podem ainda favorecer a seleção de parasitos mais resistente.

Este resultado indica a necessidade de se realizar exames parasitológicos de rotina ao longo de toda a vida do animal, visto que parte dos cães adultos apresentam parasitose subclínica, sendo um dos possíveis disseminadores das infecções. Além disso, a maioria dos vermífugos disponíveis, apesar de serem de amplo espectro, eles só atuam sobre os helmintos, os protozoários em sua grande maioria necessitam de antibióticos para seu controle 25-27. Fato este, deve ser levado em consideração na escolha do antiparasitário ideal, sendo essencial a realização de exames parasitológicos de rotinha permitindo um correto diagnóstico, que ajudará a reduzir o uso indiscriminado de antiparasitários e de antibióticos, fato crucial para redução dos casos de resistência parasitária.

Conclusões

A alta frequência de parasitos gastrintestinais, com base no levantamento realizado na região

estudada ressalta a necessidade de medidas sanitárias que visem o controle dessas parasitoses, como tentativa de melhorar não só as condições de vida dos animais como também de evitar que eles sejam as vias de propagação de organismo zoonóticos.

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Referências

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