• Nenhum resultado encontrado

5º CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE QUÍMICA 3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química 08 a 12 de abril de 2013, em Natal (Campus da UFRN)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "5º CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE QUÍMICA 3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química 08 a 12 de abril de 2013, em Natal (Campus da UFRN)"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

5º CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE QUÍMICA

3º Encontro Norte-Nordeste de Ensino de Química

08 a 12 de abril de 2013, em Natal (Campus da UFRN)

HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O ENSINO DE QUÍMICA

QUEIROZ1,Bruno Ventura de e SANTOS2,José Cleiton Sousa dos. 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Federal do Ceará, e-mail: brunovq88@yahoo.com.br

2 Doutorando em Engenharia Química pela Universidade Federal do Ceará, e-mail: jscleiton@gmail.com

RESUMO: As Histórias em Quadrinhos (HQs) são um importante recurso a ser utilizado na sala de

aula. E para diversificar a metodologia no ensino de Química introduziu-se neste trabalho os HQs em sala de aula. O projeto ocorreu em uma turma de 2º ano do ensino médio a partir da temática curiosidade da Química no cotidiano, os alunos envolvidos neste trabalho tiveram que desenvolver quadrinhos de acordo com a temática. Algumas dessas produções foram apresentadas e avaliadas por estudantes do 1º ano, estes relataram que os colegas foram criativos e souberam introduzir os conceitos científicos para explicar fenômenos do dia a dia. Com isso, destaca-se a utilização de HQs em aulas de Química como importante instrumento de estímulo à pesquisa, à criatividade e como atividade motivadora.

1. INTRODUÇÃO:

As histórias em quadrinhos (HQs) referem-se a aspectos lúdicos e linguísticos, elas possuem público-alvo de faixas etárias diferentes, difundidas entre crianças, jovens e adultos. Dependendo dos argumentos das histórias, bem como os traços dos desenhos, que pode ser carregado de cores e linhas pode variar o público das HQs. Quanto à utilização de histórias em quadrinhos (CIRNE,1996), os compara a obras literárias com profundo poder de modificar, transformar e influenciar as pessoas com sua linguagem escrita e visual correlacionadas.

Os pesquisadores atuais buscam bem intencionados, desenvolver novos instrumentos pedagógicos para o ensino de Química, segundo Santos (2007), “a alternância de diferentes estratégias de ensino e de recursos didáticos nas aulas de Química, contribui para os alunos se engajarem mais intensivamente nas aulas, participando com maior interesse”.

Em sua tese de doutorado (SOARES, 2004), traz o gênero história em quadrinhos como uma das atividades lúdicas apresentadas por ele na sua pesquisa, nesta o autor traz personagens voltados para ensinar conceitos científicos para o nível fundamental (1º a 8º série) e apresenta uma história em quadrinhos, desenvolvido por ele, para ensinar as funções das vidrarias de laboratório.

Com base nestes contextos, o objetivo principal deste trabalho foi propor o gênero histórias em quadrinhos como atividade para um grupo de alunos de uma escola pública, trabalhando com as curiosidades da Química; tentou-se com esta pesquisa desenvolver a qualidade de criatividade nos estudantes e habilidades em agregar competências de outras áreas como a arte e a língua portuguesa na disciplina de Química.

(2)

2. METODOLOGIA:

O presente trabalho foi desenvolvido no ano letivo de 2012 com um grupo de 40 alunos da Escola Estadual Edson Corrêa, localizada em Caucaia-CE. O projeto foi orientado pelo professor de Química com estudantes do 2º ano do ensino médio.

No primeiro momento, pesquisaram-se em sítios eletrônicos dez curiosidades da Química, dentre elas “O porquê do choro no corte da cebola”, “A Química do amor”, “Como o sabão limpa”, o fósforo está na caixa ou no palito entre outras.

Em sala de aula, no dia da apresentação da proposta pedagógica para os alunos, mostrou-se para os estudantes algumas revistas em quadrinhos conhecidas, como “A Turma da Mônica”, “Homem-Aranha”, “Batman” etc. Esta parte introdutória foi feita para familiarizar os discentes dos aspectos linguísticos e visuais das histórias em quadrinhos.

Em seguida os alunos receberam e leram as curiosidades da Química, posterior a isto eles tiveram que montar grupos de três integrantes e estes tiveram que escolher uma curiosidade para poder desenvolver uma HQ. O professor de Química solicitou que os estudantes inicialmente fizessem o roteiro da história e em seguida entregassem para o docente.

Após ter recebidos os roteiros das HQs o professor corrigiu-as e devolveu para os alunos, orientando que eles buscassem dar ênfase em primeiro plano à linguagem científica (roteiro) da história e em segundo os traços e cores dos desenhos.

Na culminância do projeto os estudantes entregaram um total de 15 HQs, abordando distintas curiosidades. Por fim, solicitou-se para 31 alunos do 1º ano do ensino médio da mesma escola que lessem e em seguida respondessem um questionário avaliativo sobre as HQs feitas pelos estudantes do 2º ano.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO:

Com este projeto foi possível observar a empolgação e criatividade dos estudantes, uma vez que a maioria das histórias e seus personagens foram criados pelos próprios estudantes (Figura 1).

(3)

Enquanto outras eles utilizaram personagens já conhecidos de HQs comerciais (Figura 2).

Figura 2: História desenvolvida pelos alunos com personagens conhecidos de HQs comerciais, como a

Turma da Mônica

(4)

Figura 4: História que explica as curiosidades sobre a Química dos cosméticos

O uso de quadrinhos nas aulas de ciências já foi relatado em alguns estudos como sendo um importante meio de divulgação científica, segundo (SOARES, 2008) “caso não haja bons desenhistas na sala, tal ato não é impedimento. As HQs podem ser realizadas com personagens na forma de palito, ou com desenhos considerados ruins, desde que se passe a mensagem objetivada e que os alunos se divirtam na confecção da HQ”. Na Figura 1 percebe-se que os alunos usaram uma situação cotidiana para explicar quais as substâncias químicas que a cebola libera e que nos faz chorar. O uso desse recurso para contextualizar a ciência no cotidiano é conhecido da literatura, em trabalho semelhante (SANTOS, 2010) relatou: “Os alunos, após discutirem a Química dos Perfumes, utilizaram as HQs para sedimentar os conhecimentos e apresentá-los de forma lúdica e divertida”.

Na Figura 2, a história traz as substâncias que estão presentes no organismo de uma pessoa apaixonada, nela o professor menciona as moléculas adrenalina, oxitocina, feniletilamina etc.

Já na Figura 3, mostra uma história em que um docente explica para seu aluno onde fica o fósforo, se na caixa ou no palito, daí ele detalha os componentes químicos de ambas as partes e explica como ocorre a combustão, no final da história o aluno chega a casa repassa o conhecimento adquirido na escola para sua mãe.

A HQ da Figura 4 relatou uma conversa entre dois meninos e a temática foi sobre a estética do cabelo, percebe-se pelo diálogo dos garotos que os autores da HQ buscaram relatar nos diálogos os conceitos químicos, isto fica evidente na fala: “Eu descobri que os meus cabelos estavam secos e quando molhei as ligações de hidrogênios se quebraram”.

O uso da metodologia deste trabalho serviu para estimular a criatividade dos alunos envolvidos, onde o que ficou mais evidente foi a busca de situações cotidianas que pudessem ser explicadas através de conceitos científicos, o fator “saber desenhar” não foi um obstáculo para os estudantes, pois mesmo com traços simples, como na Figura 3 percebeu-se que a mensagem da Química foi atingida.

(5)

Tabela 1: Resultados do questionário avaliativo da HQs.

Pergunta Sim Não

Você conseguiu perceber conteúdo de Química na história em quadrinhos? 87,5% 12,5% Você conhecia a curiosidade de Química que foi abordado na história em quadrinhos? 62,5% 37,5% Você acredita que os alunos que desenvolveram estas HQs aprenderam

algo sobre a Química e suas curiosidades?

93,75% 6,25%

De acordo com a Tabela 1, percebeu-se que a maioria dos alunos que leram as HQs (87,5%) conseguiu identificar conceitos químicos nelas e isto foi possível porque o professor solicitou para os discentes, acima de tudo, que fossem enfatizados os diálogos entre os personagens e estes tinham que possuir linguagem química.

Quando instigado se os alunos do 1º ano conheciam as curiosidades tratadas nas HQs, aproximadamente 40% responderam que não, isto demonstra que através desta ferramenta de ensino foi possível que estudantes pudessem conhecer e entender certas curiosidades do cotidiano, na qual a Química explica.

A maioria dos estudantes também afirmou que os colegas que trabalharam na construção das HQs conseguiram aprender mais sobre a disciplina de Química, de certa forma este resultado era esperado, por que todas as histórias foram inspiradas nas curiosidades que os estudantes do 2º ano leram em sala de aula e nessas não continham apenas um texto explicando a justificativa de um acontecimento do dia a dia, mas trazia também equações e fórmulas químicas.

Também foi solicitado aos alunos d o 1º ano que dessem uma nota de 0 a 10 para os colegas do 2º ano, levando em consideração à criatividade, o desenvolvimento da história, a abordagem da Química e não o desenho. Por tudo isso, a nota média das HQs foi de 7,89.

Enfim, os discentes do 1º ano deixaram sugestões, críticas e elogios no questionário para a atividade pedagógica. Um deles postou: “É uma forma divertida de aprender Química”, enquanto outro mencionou: “Foi uma história interessante, que nos despertam pela Química”. Estes questionamentos evidenciam que a ideia teve uma boa aceitação por parte dos alunos, pois muitas falavam de conceitos químicos através de uma linguagem cotidiana.

4. CONCLUSÕES:

Com a realização deste trabalho conclui-se que a metodologia aqui empregada serviu para despertar o interesse pelos estudantes pela a disciplina de Química, mostrou-se uma estratégia potencial para fixar determinados conceitos científicos, tornando-os acessíveis a outros. A representação de fatos cotidianos com explicações científicas através de HQ demonstrou que possíveis abstrações desta ciência podem ser mais compreensíveis pelo caráter linguístico e de traços dos desenhos.

O fator lúdico é outra característica que torna essa ferramenta pedagógica bastante aceita pelos estudantes. Enfim, esta ideia pode e deve ser reproduzida pelos professores atuais que se preocupam em renovar nas suas aulas de Química.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(6)

Santos, Wildson Luiz Pereira dos; (coord.). QUÍMICA & SOCIEDADE. Volume único. São Paulo: nova geração,2007.

SANTOS, P.N.; AQUINO, K.A.S.; Produção de Histórias em Quadrinhos no Ensino de Química Orgânica: A Química dos Perfumes como Temática. Anais do XV Encontro Nacional de Ensino de Química (XV ENEQ) – Brasília, DF, Brasil – 21 a 24 de julho de 2010.

SOARES, M. H. F. B.; O Lúdico em Química: Jogos e atividades aplicados ao ensino de química. Universidade Federal de São Carlos, Tese de Doutorado, 2004.

SOARES, M.H.F.B. Jogos para o Ensino de Química: teoria, métodos e aplicações. Guarapari-ES. Ex Libris, 2008.

Referências

Documentos relacionados

• A combinação do sorteio será obtida da seguinte forma: serão apurados os números da sorte compostos de 05 (cinco) algarismos, obtidos através da leitura de

Therefore, the analysis of suitability of the existing transportation network for riding bicycle in Coimbra should address two important aspects: (i) identifying

Local de realização da avaliação: Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação - EAPE , endereço : SGAS 907 - Brasília/DF. Estamos à disposição

Considering that bacteria, as have already been described, can have a key role in CWs and that the bacterial community can be affected by a diversity of contaminants, the present

Além desta verificação, via SIAPE, o servidor assina Termo de Responsabilidade e Compromisso (anexo do formulário de requerimento) constando que não é custeado

De acordo com o Consed (2011), o cursista deve ter em mente os pressupostos básicos que sustentam a formulação do Progestão, tanto do ponto de vista do gerenciamento

Para Oliveira (2013), a experiência das universidades a partir da criação do Programa de Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras – PAIUB e mais

Na experiência em análise, os professores não tiveram formação para tal mudança e foram experimentando e construindo, a seu modo, uma escola de tempo