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Caminhos da cidadania: visibilizando a participação das mulheres no movimento sem teto Salvador /BA

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Academic year: 2021

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Florianópolis, de 25 a 28 de agosto de 2008

Caminhos da cidadania: visibilizando a participação das mulheres no movimento sem teto – Salvador /BA

Renato Macedo Filho (PPGNEIM/UFBA) Fabiane Alves Regino (FACEMP/BA) Cidadania; Mulheres; Movimento Sem Teto

ST 28 - Relaciones entre ciudadanía y gênero a lo largo de la historia

Introdução

Partimos da premissa que as lutas das mulheres e suas diferentes reivindicações nos diversos âmbitos da sociedade, ainda encontram-se excluídas nas pesquisas sobre as questões políticas. Mesmo sendo um tema de extrema relevância social, grandes partes das análises ainda são ‘cegas’ às questões das mulheres e conseqüentemente, às posições que estas ocupam, bem como as suas participações em diferentes organizações da sociedade civil.

Nesta perspectiva, o enfoque de gênero se apresenta como uma categoria fundamental que permite dar visibilidade às mulheres e colocando em discussão às desigualdades existentes nas relações de gênero construídas ao longo da história, como mostra Scott a seguir:

a invisibilidade das mulheres, segundo esta perspectiva, se deve à ideologia das esferas separadas, que as definiu como seres exclusivamente privados, negando assim sua capacidade de participarem da vida pública, política. Tão grande tem sido o poder da ideologia que ainda quando trabalham ou tenham uma atuação política, suas atividades são definidas como extraordinárias ou anormais e, por isso, alheias ao âmbito da política autêntica ou séria. A desvalorização das atividades da mulher desvalorizou também a visão das mulheres como sujeitos históricos e como agentes de mudança (SCOTT, 1992, p. 48).

Discutir a condição das mulheres na sociedade, exige um esforço teórico que envolve a compreensão do processo social em que estas tiveram suas experiências não reconhecidas ou mal representadas, tanto nas abordagens de pesquisadores (as) sociais inseridos (as) nas academias, quanto nos processos políticos dos movimentos sociais, em relação à participação e o espaço ocupado pelas mulheres. Os estudos feministas vêm inserindo as mulheres nas análises como sujeitos políticos na história, na intenção de incluí-las neste contexto e proporcionar evidências e interpretações sobre suas ações e experiências.

Nesse caso, a presente pesquisa tem como objetivo analisar as especificidades da participação das mulheres no Movimento dos Sem Teto de Salvador (MSTS), visando compreender o processo de construção da cidadania dessas mulheres. A participação supõe uma possibilidade de criação, transformação e controle sobre o poder ou os poderes, pois a cidadania se torna ativa também através da participação popular como um princípio democrático.

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Sendo assim, a intenção deste texto não é apresentar um resgate histórico do movimento de moradia de Salvador, que atualmente se destaca o MSTS/MSTB. Mas sim ressaltar a presença das mulheres nestes movimentos, que fizeram e fazem parte do contexto de lutas urbanas e das ações coletivas de Salvador, com origem nos anos de 1940 e se perpetua até os dias atuais, intensificando-se, a partir de 2003 com o MSTS, devido às condições precárias da população de baixa renda.

As Mulheres nos Movimentos Sociais

Neste caso, é no contexto do MSTS que estamos analisando a participação das mulheres, considerando as relações de gênero, reproduzidas na sociedade contemporânea que são oriundas de um modelo patriarcal, em que se destina aos homens a posição de chefe da família no âmbito privado, posição esta que transpassa ao âmbito público, tornando-o “proprietário” da autoridade junto ao grupo.

Isso pode ser percebido nas diversas práticas e atividades cotidianas do MSTS e em outros Movimentos, na medida em que ficam sob a responsabilidade das mulheres tarefas como limpezas, alimentação, cuidados com os filhos, etc, todas consideradas “socialmente” de menor valor e esforço, enquanto aos homens são atribuídas as tarefas consideradas de maior valor e prestígio junto ao grupo, como liderança, negociação, representação diante as outras instâncias de poder, etc., colocando assim, os homens numa posição hierárquica superior a das mulheres dentro do MSTS.

Tal fato, percebido na dinâmica cotidiana dos movimentos sociais, reforça a concepção de que o seu interior não é homogêneo, assexuado e sem cor. Nesse sentido, quando se trata de movimentos sociais urbanos e de moradia, deve-se levar em conta também, como aspecto central para compreender o fenômeno, a condição de pobreza do ponto de vista das classes sociais, do gênero e da raça, já que a maioria das pessoas envolvidas nesses movimentos são mulheres, pobres e negras. Em verdade, as pessoas são percebidas de maneiras diferentes e no caso das mulheres, isto se encontra bem definido com papéis e valores que omitem a participação e menospreza a força, as conquistas, e o protagonismo feminino (COSTA, 1993).

Ao mesmo tempo em que a dinâmica de alguns movimentos sociais (de caráter popular) reafirmam a indiferença quanto à participação das mulheres como atrizes sociais nestes processos organizativos, “os mesmos têm sido locais de emergência de práticas de resistência à desigualdade contida nas relações de gênero” (CELI PINTO, 1992, p. 133).

No MSTS, as mulheres participam articulando práticas da vida privada nos âmbitos públicos e na medida em que realizam essas articulações rompem, não facilmente, com os modelos tradicionais vividos na esfera doméstica e na forma de fazer política, como podemos perceber no depoimento a seguir:

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O fato da mulher casada chegar no movimento, a tendência é elas avançarem cada vez mais, e terem uma ação mais aguerrida e se destacarem. Não significa que dentro de casa a relação melhorou. Uma liderança, por exemplo, que tem destaque dentro do movimento, passa por essa situação, quando ela chega em casa, o fato dela estar destacando mais, incomoda o marido, porque isso mexe com a relação dentro de casa, porque se antes ela ouvia ele dizer pare e ela parava, hoje ele diz pare e ela questiona porque parar? (DEPOIMENTO DE UMA COORDENADORA DO MSTS).

Assim, a adesão das mulheres em movimentos sociais, como no MSTS, pode ser considerada “como um rito de passagem do mundo privado para o mundo público”, envolvendo rupturas para a construção de uma identidade pública, colocando essas mulheres diante de novas relações sociais e de poder, “e conseqüentemente, de tensão no interior da família, do local de trabalho, nas relações de afeto e vizinhança” (CELI PINTO, 1992, p. 131).

Eu tava né, vivendo de aluguel, morava na casa de minha mãe com dois filhos, depois não deu certo, morei de aluguel um bom tempo, mas só quando eu ouvi falar desse movimento, esse movimento seria um escape, uma providência pra todos aqueles que vive dependente de alguém, vive na casa de alguém de favor. Então, eu larguei tudo e vim, e acreditei no movimento e eu creio que a gente tá atingindo uma meta diante do governo (ENTREVISTA COM UMA OCUPANTE DO MSTS – MARÇO DE 2004).

O depoimento anterior nos mostra que as especificidades das ações das mulheres (no processo de participação) desempenhadas nos espaços públicos em convergência com as relações familiares, podem contribuir para a formação de uma atriz coletiva e política, de participação permanente nas práticas públicas.

Neste sentido, torna-se importante ressaltar a questão da paridade de gênero no processo de participação das mulheres nesses movimentos, levando em consideração além da presença numérica, o aspecto qualitativo que envolve essa participação. Uma vez que a presença numérica não garante a representação dos interesses das mulheres, ou que tenham suas “vozes” incluídas e respeitadas no processo de participação, o caráter qualitativo visa atribuir valor as “vozes” das mulheres, na medida em que elas integram as instâncias participativas. Nesse caso, é fundamental entender de que forma essas mulheres estão sendo representadas e se esta representação está garantindo os interesses das mesmas, já que as demandas e interesses são “plurais e complexos” e devem ser pensados no contexto em que acontece a experiência participativa (CELI PINTO, 1992; FRASER, 2002; SANTOS, 2007, p.246).

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O tema cidadania é extremamente relevante para se compreender as ações da sociedade que participa e que através da organização reivindicam, das instâncias públicas, seus direitos em busca de mudanças das condições de vida.

Sobre a cidadania percebe-se historicamente uma exclusão no que diz respeito às mulheres que foram mantidas à margem da esfera pública e distanciadas das decisões coletivas. Através da construção patriarcal da sociedade, foram e ainda são atribuídos diferentes papéis entre os homens e as mulheres, nos âmbitos públicos e privados respectivamente, que se fundamentam em uma suposta concepção natural.

Tal concepção reforça a perspectiva de que as mulheres não podem ser consideradas cidadãs e as mantêm numa condição de inferioridade, ou seja, a naturalização construída em um regime patriarcal, faz com que as mulheres sejam percebidas como o “sexo frágil”, “menos inteligente”, “incapaz de exercer atividades no público”, ao contrário do homem, branco e ocidental.

A cidadania pode ser trabalhada como um instrumento de combate à exclusão social, de conquista de direitos e como um meio de instituir um novo processo democrático. Na perspectiva feminista de cidadania, torna-se fundamental transformar as relações de gênero, a justiça social, a igualdade e a liberdade, pois são aspectos importantes na conquista de direitos, mas, não são fundamentais, sendo necessário também transformar as estruturas materiais e simbólicas que sustentam a organização da vida social (ÁVILA, 2001).

Neste contexto, Mary Dietz (2001) mostra que a maioria das concepções da cidadania tem uma forte influência do pensamento liberal, que reforça os princípios da liberdade individual e da igualdade, porém acabam reafirmando a dicotomia público/privado. A esfera pública se constitui em um espaço social no qual as desigualdades de gênero, raça e classe estão presentes, em que as situações de opressão e de abusos de poder, naturalizados nas estruturas da sociedade restringem o espaço da mulher no público (ÁVILA, 2001).

Há que se romper essa concepção liberal de cidadania e pensar a diversidade, e uma das formas de romper é a participação e o engajamento.

O engajamento das mulheres nos movimentos, como MSTS, possibilita romper com a sua condição de invisibilidade, pois ao sair do privado para o público se envolvem em redes de relações, em novos saberes, novas informações, redefinindo as relações de poder também no nível privado. De acordo com Pinto (1992), os novos saberes estão relacionados à reivindicação das mulheres e ao encontro com outras mulheres, possibilitando com isso, a redefinição da posição destas com seus companheiros, familiares e a comunidade, ou seja redefinição nos âmbitos público e privado.

Um reflexo desta situação se encontra no depoimento abaixo de uma mulher integrante do MSTS: “Eu entrei no movimento porque precisava da casa. Depois eu comecei a me envolver com as lideranças, e participava das reuniões e das atividades com as mulheres. Quando eu me dei conta,

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eu já era uma liderança e nem sabia que tava fazendo política” (DADOS DA PESQUISA DE CAMPO DE 2007).

A percepção dessa mulher de seu engajamento político mostra a importância de romper com o seu ‘eu’ constituído no espaço privado e a sua inserção no espaço público. Com isso, o engajamento traz conhecimentos e experiências, que abre oportunidades de auto-desenvolvimento e auto-valorização estimulando novas ações por parte das mulheres.

Mesmo com as dificuldades enfrentadas, pelas mulheres e demais integrantes do MSTS, as conquistas do dia-a-dia, têm representado melhoria nas relações, auto-reconhecimento, sentimento de pertencer a um grupo e solidariedade entre todos/as para construção de alternativas societárias contra a miséria e a pobreza.

As mulheres neste processo, têm fundamental responsabilidade e importância. Por isso, a perspectiva feminista de entender o movimento sem teto, aponta para o reconhecimento e visibilidade da articulação das mulheres na sociedade atual, em que a opressão patriarcal, a violência e o apagamento das mulheres permeiam as relações sociais, definido modelos assimétricos para homens e mulheres no exercício da cidadania.

Considerações Finais

Nas primeiras impressões da pesquisa percebeu-se a predominância das mulheres no MSTS, desenvolvendo diversas ações de caráter público e privado. Pode-se perceber também nas instâncias de poder e de tomada de decisões que as mulheres continuam sendo minorias, destinadas às mesmas atividades operacionais no interior do Movimento ou como “escudo” nas manifestações públicas. Sendo assim, identificou-se que mesmo sendo um tema de extrema relevância social, muitas análises ainda invisibilizam às questões das mulheres e as relações de gênero (fontes androcêntricas), conseqüentemente, as posições que estas ocupam, bem como a sua participação em diferentes organizações da sociedade civil, como é o caso do Movimento dos Sem Teto em Salvador.

A cidadania para além de uma categoria de análise, é na prática da ação política um componente fundamental para que a sociedade se torne ativamente participante, podendo influenciar nos processos de decisões em diferentes instâncias, buscando conquistar interesses comuns através da ampliação da democracia. Nesse sentido, a cidadania tem que ser considerada como um processo dialético em construção e de transformação social, principalmente no campo das relações de gênero, na medida em que os direitos se estendem para os homens e para as mulheres de todas as matizes.

A construção da cidadania para homens e mulheres demanda novas representações das relações de poder, no mundo contemporâneo, re-significando o sentido da liberdade e da igualdade

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da cidadania, não mais pela lógica dominante (masculina, patriarcal e liberal) que reduz cidadãos e cidadãs, homens e mulheres a consumidores e proprietários e sim sob a lógica que considere a diversidade de pessoas, a diversidade das mulheres e as desigualdades existentes entre elas próprias.

Referências Bibliográficas

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