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Karine Xavier Freire 1 - SEEDF

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Academic year: 2021

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SABER VII – Ética do gênero humano

Ambientes de aprendizagem como espaço de convivencia e transformação

O CONHECIMENTO EM REDE: CONVIVER E INTERAGIR NO FÓRUM.

Karine Xavier Freire1 - SEEDF

Lucicleide Araújo2- UCB

RESUMO – Este texto aborda a construção do conhecimento em rede que se tece em ambientes virtuais de aprendizagem por meio do conviver e do interagir no fórum de discussão, permeando um espaço de convivência e transformação em busca de saberes. Tem como pano de fundo um referencial teórico baseado na complexidade e na transdisciplinaridade, tendo os ambientes de aprendizagem como espaços abertos para que o aprendiz expresse com liberdade suas emoções e pensamentos sem restrições. É construído a partir da vivencia das autoras na mediação de ambientes virtuais de aprendizagem, como tutoras a distancia. Essas analisam as interações de seus alunos em fóruns de discussão, enquanto participantes de cursos de extensão ou de pós graduação tendo em vista os ambientes de aprendizagem como espaços de convivência e transformação.

PALAVRAS - CHAVE: ambientes virtuais, transdisciplinaridade, interação 1. INTRODUÇÃO

Com o avanço tecnológico e a expansão da Educação a Distancia no Brasil, muito se tem dito a respeito dos ambientes virtuais de aprendizagem, que são espaços criados com o intuito de promover o ensino e a aprendizagem.

Este texto trata sobre o interAGIR e o conVIVER nos fóruns de discussões desses espaços permeando o conhecimento em rede e a construção do conhecimento. Foi escrito a partir da vivencia das autoras em trabalho de tutoria, mediando cursos a distancia desenvolvidos em ambiente virtual, fazendo deste a sua sala de aula, compreendida como espaço prazeroso a se constituir mediante relações intersubjetivas na convivência harmoniosa onde possam expressar-se com liberdade, respeito ao outro e ética, criando possibilidades para transcenderem, na medida em que constroem e experimentam processos de transformação.

2. AMBIENTES DE APRENDIZAGEM

Pode-se considerar ambiente de aprendizagem todo espaço em que ocorre aprendizagem, seja ele físico ou social. Em se tratando de educação formal, logo que se

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Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasilia

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Mestranda em Educação pela Universidade Católica de Brasília, professora adjunta da UCB, integrante do grupo de pesquisa ECOTRANSD

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fala sobre ambiente de aprendizagem vem a mente a sala de aula ou uma biblioteca e seus similares. Esses são espaços criados com o objetivo de comportar situações que promovam a aprendizagem. Deve ser estimulante e enriquecedor, favorecendo a execução de atividades diversas.

Numa perspectiva complexa e transdisciplinar, Moraes (2008) diz que os ambientes de aprendizagem, quer sejam presencial ou digital, devem ser pensados e repensados como sistemas abertos, para que os estudantes expressem com liberdade suas emoções e pensamentos sem restrições. Trata-se de um espaço a integrar variadas linguagens, um encontro de sinergias que possa favorecer ecologias de saberes, na medida em que o sujeito ao se sentir tocado mediante dialogias processuais possa interAGIR com o outro alimentando-se e realimentado-se. Trata-se de um processo circular e recursivo estabelecido mediante a interdependência entre os sujeitos em constante estado evolutivo.

Moraes (2003; 2008) sugere desafios, músicas, projetos de aprendizagem ou situações- problema, como possibilidade para os estudantes viverem experiências em contextos cooperativos, solidários e abertos, bem como mais dinâmicos e flexíveis. Isso irá promover possibilidades para construção de conhecimentos com mais sentido, transdisciplinar, ou seja, que vai além, que se insere tanto na vida prática como profissional dos sujeitos aprendizes. Tudo isso permite caminhos em favor da inteireza humana e garante ao educando um aprender contínuo e evolutivo.

2.1. Ambientes Virtuais

Neste sentido, compreende-se que ambientes virtuais e as redes de aprendizagem são para os que acreditam que a educação é mais que transmissão de informação e que aprender vai além de decorar conteúdos e realizar boas provas ou verificações de aprendizagem, além de estender o construir de conhecimentos para além dos muros das escolas (HARASIM, 2005).

Por meio dos ambientes virtuais o educador pode criar um espaço em que todos constroem juntos as competências sobre temas e conteúdos diversos. Permitem melhorar os meios tradicionais de ensino e promovem novas oportunidades, comunicação, cooperação e a construções colaborativas de conhecimentos.

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O ambiente virtual de aprendizagem promove a aprendizagem cooperativa, pois aumenta a comunicação entre educando e educador, envolve projetos de aprendizagem em grupo, e promove discussões. Quando compreendidos como espaços reservados para trocas de aprendizagens, estes propiciam o desenvolvimento social, emocional, crítico e imaginário do aluno, levando-o a explorar novas possibilidades de criação para além dos muros escolares, construindo-se desse modo uma rede significativa de conhecimentos.

2.1.2. O conhecimento em rede

O conhecimento em rede permite que pessoas se liguem e religuem a todo momento, mediante troca de informações, experiências, interações. Isto possibilita processos de aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar. O conhecimento em rede ocorre a partir do respeito as diversidades presentes nos ambientes virtuais, constituído pela integração de diferenças culturais, sociais, políticas e religiosas, que necessitam ser reconhecidas e legitimadas. Trata-se da ética a se constituir na convivência por meio da interação.

Os ambientes virtuais e as redes de aprendizagem são para os que acreditam que a educação é mais que transmissão de informação (Harasim, 2005).

A sociedade humana em evolução gera conhecimento para sobreVIVER e TRANSceder – sentido fundante da educação – expressando-se e comunicando-se por sons/ silencio do corpo/ voz/ língua falada/ canto/ (...), por toques sutis/virtuais, por imagens fixas das pinturas rupestres, da grafia/ escrita pictórica/ ideográfica/ fonética/ alfabética/ códigos/ sinais/ símbolos/ desenhos/ fotos, por números, por imagens em movimento, por emoticons, por telefonia, radiofonia, televisão, internet, em progressiva convergência digital de intensa interativa multimídia, tecendo uma rede em ambiente virtual (SOUZA, 2009, p. 91).

Por meio dos ambientes virtuais o educador pode criar um espaço em que todos constroem juntos as competências e as aprendizagens sobre temas e conteúdos diversos. Permitem melhorar os meios tradicionais de ensino e promovem novas oportunidades, comunicação, cooperação e a construção do conhecimento.

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Os ambientes de aprendizagem, presenciais ou a distancia, mediados pela oralidade, pela escrita, pelo debate e pela cooperação, permitem a criação de significados e sentidos (SOUZA, 2009).

Em ambientes de aprendizagem, professores e estudantes deparam-se com muitas realidades diferentes, o que necessita de uma construção de conhecimento na convivência, exigindo-se construções de consciências coletivas a partir de um olhar que se pauta no reconhecimento do outro em seu legítimo outro, nos princípios de vida, solidariedade e responsabilidade como encontrados em Morin (2004, 2007), Maturana&Varella (ano) e Moraes (2003).

2.1.4. O interagir

Harasim (2005) cita um estudo realizado por Honey e Henriquez com 550 educadores americanos do ensino fundamental e médio que utilizavam tecnologia de informação e comunicação para realizarem pesquisas e também para a aprendizagem dos alunos. Os resultados do estudo revelam que o principal estímulo para o uso da tecnologia, entre os educadores, era comunicar-se com outros professores, ter acesso a informações e combater o isolamento profissional. Dois terços dos educadores participantes do estudo afirmaram que integrar a tecnologia as aulas representou uma diferença significativa e positiva no modo como ensinam.

As interações online compartilham várias características com o ensino presencial: a apresentação de idéias, as discussões em classe, os debates e outras formas de construção de conhecimento através da interação e da troca (HARASIM, 2005, p.50 )

O aprendiz, no ambiente de aprendizagem que promove a convivência e a transformação, torna-se um aprendiz orgânico, uma espécie naturalmente aprendiz/aprendente, por meio da interação com o outro (SOUZA, 2009).

3. Vivências da tutoria em ambientes virtuais

Durante as mediações em cursos de extensão e de pós graduação, as autoras sempre utilizam a ferramenta fórum de discussão, que é uma ferramenta destinada a debates a respeito do tema em estudo. Normalmente os professores conteudistas indicam a leitura de textos como referências para as discussões e as tutoras mediam o fórum, provocando a discussão e a participação de todos a partir de questionamentos e provocações.

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Para a produção deste texto partiu-se da reflexão da ação de tutoria em vários cursos de extensão e de pós graduação, tendo como base a análise dos fóruns mediados. Cada fórum era destinado a discussão de um assunto, às vezes dividido por tópicos. As contribuições dentro do fórum ficam organizadas cronologicamente e em cascata com perguntas e respostas.

Sempre que se inicia um novo assunto os participantes do fórum começam tímidos. É possível identificar pelo registro de logs que muitos estudantes acessam o fórum, mas não inserem nenhuma contribuição. Até o momento em que surge um aprendiz mais afoito, que logo insere sua contribuição mesmo que seja para dizer “Estou lendo o material....”

Assim que começam as inserções acerca do assunto em debate todos iniciam a interAÇÃO no fórum, para argumentar, para responder, para discordar. As tutoras devem aparecer ou logo eles reclamam que estão sozinhos, mas essa precisa fazer inserções que provoquem o debate, nada de fazer uma pergunta pontual ou um comentário que pareça correção, isso inibe a participação no fórum.

Durante a realização de um curso podem ocorrer diversos fóruns com temáticas diferentes. É comum que desde o primeiro fórum os estudantes criem os seus “grupos” de discussão dentro do fórum, como que por algum tipo de preferência. Assim que alguém daquele grupo aparece com sua contribuição seus pares aparecem logo abaixo, concordando, discordando, dialogando, no intuito de ampliar a temática proposta sob os seus múltiplos olhares. Assim percebe-se o conVIVER no fórum.

Diante disso podemos verificar que há convivência e transformação no ambiente virtual durante o processo de aprendizagem que emerge do interagir e do conviver, uma vez que os aprendizes tornam-se autores do conhecimento que se tece nessa rede, por meio das participações, contribuições e indagações.

Nos fóruns de discussão estudantes interagem para discutir o assunto estudado, convivem com suas diferenças e saberes a fim de argüir, de defender e até mesmo para conhecer o que o outro domina.

Maturana e Varela (1997) afirmam que emergir vivências do processo de conhecimento é possível, pois esse processo acontece por meio de uma construção ativa que se faz mediante a relação entre o sujeito e o mundo. Portanto, saber interAGIR e saber conVIVER no ambiente virtual são atitudes a serem assumidas entre os sujeitos para que haja construções mais ativas, suscitadas por climas favoráveis de convivência, para processos de aprendizagem emocionalmente saudáveis.

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4. Referências Bibliográficas

HARASIM, Linda (et. al.). Redes de Aprendizagem: Um guia para ensino e aprendizagem on-line. Tradução de Ibraíma Dafonte Tavares. São Paulo: Editora SENAC, 2005.

MATURANA, H.; VARELA, F. De máquinas e seres vivos: autopoiese – a organização do vivo. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas. Tradução de Juan Acuña Llorens. 1997.

_______, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. 5. ed. São Paulo: Palas Athena, 2001.

MORAES. Maria Cândida. Educar na biologia do amor e da solidariedade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

MORAES, Maria Cândida. Ecologia dos saberes: complexidade, transdisciplinaridade e educação: novos fundamentos para iluminar novas práticas educacionais. São Paulo: Antakarana/WHH – Willis Harman House, 2008.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 8. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2004.

SOUZA, Amaralina (org.). Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em Rede. Bra sília: Universidade de Brasília, 2009.

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ESQUEMA DO POSTER

O CONHECIMENTO EM REDE: CONVIVER E INTERAGIR NO FÓRUM.

Karine Xavier Freire - SEEDF

Lucicleide Araújo- UCB

1. INTRODUÇÃO

Este texto trata sobre o interAGIR e o conVIVER nos fóruns de discussões dos ambientes virtuais de aprendizagem, permeando o conhecimento em rede e a construção do conhecimento.

2. AMBIENTES DE

APRENDIZAGEM

Todo espaço em que ocorre aprendizagem, seja ele físico ou social. Numa perspectiva complexa e transdisciplinar, Moraes (2008) diz que os ambientes de aprendizagem, quer sejam presencial ou digital, devem ser pensados e repensados como sistemas abertos, para que os estudantes expressem com liberdade suas emoções e pensamentos sem restrições.

2.1. Ambientes Virtuais

Por meio dos ambientes virtuais o educador pode criar um espaço em que todos constroem juntos as competências sobre temas e conteúdos diversos.

2.1.1.Espaço de convivência e transformação

O ambiente virtual de aprendizagem promove a aprendizagem cooperativa, pois aumenta a comunicação entre educando e educador, envolve projetos de aprendizagem em grupo, e promove discussões.

2.1.2.O conhecimento em rede

O conhecimento em rede permite que pessoas se liguem e religuem a todo momento, mediante troca de informações, experiências, interações. Isto possibilita processos de aprendizagem a qualquer hora e em qualquer lugar.

2.1.3.O conviver

Em ambientes de aprendizagem, professores e estudantes deparam-se com muitas realidades diferentes, o que necessita de uma construção de conhecimento na convivência, exigindo-se construções de consciências coletivas a partir de um olhar que se pauta no reconhecimento do outro em seu legítimo outro, nos princípios de vida, solidariedade e responsabilidade como

encontrados em Morin (2004, 2007),

Maturana&Varella (ano) e Moraes (2003).

2.1.4.O interagir

Harasim (2005) cita um estudo realizado por Honey e Henriquez com 550 educadores americanos do ensino fundamental e médio que

utilizavam tecnologia de informação e

comunicação para realizarem pesquisas e também para a aprendizagem dos alunos. Os resultados do estudo revelam que o principal estímulo para o uso da tecnologia, entre os educadores, era comunicar-se com outros professores, ter acesso a informações e combater o isolamento profissional. Dois terços

dos educadores participantes do estudo

afirmaram que integrar a tecnologia as aulas representou uma diferença significativa e positiva no modo como ensinam.

3. Vivências da tutoria em ambientes virtuais

Para a produção deste texto partiu-se da reflexão da ação de tutoria em vários cursos de extensão e de pós graduação, tendo como base a análise dos fóruns mediados.

Assim que começam as inserções acerca do assunto em debate todos iniciam a interAÇÃO no fórum, para argumentar, para responder, para discordar. No fórum os estudantes criam os seus “grupos” de discussão, no intuito de ampliar a temática proposta sob os seus múltiplos olhares. Assim percebe-se o conVIVER no fórum. Diante disso podemos verificar que há convivência e transformação no ambiente virtual durante o processo de aprendizagem que emerge do interagir e do conviver, uma vez que

os aprendizes tornam-se autores do

conhecimento que se tece nessa rede, por meio das participações, contribuições e indagações. Portanto, saber interAGIR e saber conVIVER no ambiente virtual são atitudes a serem assumidas entre os sujeitos para que haja construções mais ativas, suscitadas por climas favoráveis de convivência, para processos de aprendizagem emocionalmente saudáveis.

4. Referências Bibliográficas

HARASIM, Linda (et. al.). Redes de Aprendizagem: Um guia para ensino e aprendizagem on-line. Tradução de Ibraíma Dafonte Tavares. São Paulo: Editora SENAC, 2005.

MATURANA, H.; VARELA, F. De máquinas e seres vivos: autopoiese – a organização do vivo. 3ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas. Tradução de Juan Acuña Llorens. 1997.

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_______, Humberto; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. 5. ed. São Paulo: Palas Athena, 2001. MORAES. Maria Cândida. Educar na biologia do amor e da solidariedade. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

MORAES, Maria Cândida. Ecologia dos saberes: complexidade, transdisciplinaridade e educação: novos fundamentos para iluminar novas práticas educacionais. São Paulo: Antakarana/WHH – Willis Harman House, 2008.

MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 8. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 2004.

SOUZA, Amaralina (org.). Comunidade de Trabalho e Aprendizagem em

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