Nº 02 Dezembro 2006
Valor ao Ambiente
valor
pneu
info
IV Encontro
Valorpneu
Com a entrada em funciona-mento do sistema integrado de gestão de pneus usados em Espanha, surgiram dúvi-das de natureza diversa por parte de alguns Produtores, com impacto no funciona-mento do SGPU em Portugal. Não obstante estarmos pe-rante dois sistemas integra-dos similares, o seu âmbito de aplicação territorial de-corre das leis aplicáveis
cin-gindo-se, naturalmente, cada um deles ao respectivo mer-cado nacional.
Nessa medida, esclarecemos que o funcionamento do SGPU não sofreu qualquer al-teração e que, de acordo com a legislação vigente, também se mantêm inalteráveis as obrigações dos Produtores para com a Valorpneu. Daí decorre, a título de exemplo, que as
importa-De acordo com o Eng. José Paiva, do Ponto de Recolha dos Açores, o desenvolvimen-to e implementação dos Pontos de Recolha de Pneus Usados, através da empresa
Varela & Cª, Lda, está integra-do na estratégia mais abrangente do Grupo Bensaude, de aproximação gradual às actividades na área do Ambiente: “No caso específico da empresa Varela & Cª, Lda, a aposta no sector
do ambiente e ao nível da gestão dos resíduos é muito marcante. Um dos reflexos desta aposta é a recente certi-ficação de acordo com os re-ferenciais NP EN ISO 9001:2000 e NP EN ISO 14001:2004 para o âmbito “Consultoria Técnica e Coordenação Operacional de Projectos de Gestão de Resíduos”, con-stituindo a única empresa regional certifi-cada para esta actividade”, explica. “Uma das inovações inseridas no processo de gestão de resíduos, e que reflecte a abordagem integra-da, preconizada pela Varela & Cª, Lda, foi a criação de um
M
ais um Encontro da Rede da Valorpneu acabou de terlugar. Juntou num saudável convívio operadores de recolha, transportadores, valorizadores e entidades ofi-ciais fomentando a aproximação dos vários parceiros do sistema. O resultado traduz-se sem dúvida numa mais valia para todos os participantes que tiveram oportunidade de con-frontar experiências, resolver incertezas, desen-volver interesses e conhecimentos.Transpor para o dia a dia esta dinâmica é um objectivo determinante, propulsor de maior efi-ciência do sistema melhorando o desempenho individual dos seus intervenientes.
A complexidade e diversidade deste sistema assente na logística inversa toma
particulari-dades que requerem acompanhamento, vigilân-cia e optimização perma-nente de todo o processo. Novos desafios aí vêm:
2007 será o ano de avali-ação do caminho
percor-rido pelo SGPU e da definição da estratégia
para um novo período. A renovação da licença da Valorpneu será moti-vadora de profunda reflexão e assumirá papel fulcral na con-tinuidade da empresa como entidade gestora do SGPU.
(Gráfico de barras de Pneus Usados Gerados em 2005) Por lapso, na última edição da Info Valorpneu, o gráfico de barras da página 4, referente aos Pneus Usados Gerados em 2005, saiu com alguns valores errados.
Passamos assim a referenciar os valores correctos: R
Reeccoollhhaa:: 7777..882288 ttoonnss;; RReeccaauucchhuuttaaggeemm:: 1199..880088 ttoonnss;; R
Reeuuttiilliizzaaççããoo:: 11..662233 ttoonnss;; RReecciiccllaaggeemm:: 3388..664411 ttoonnss;; V
Vaalloorriizzaaççããoo EEnneerrggééttiiccaa:: 1166..116655 ttoonnss;; AAtteerrrroo:: 11..559911 ttoonnss
EDITORIAL
BREVES
Novos Desafios
se colocam
Ponto de Recolha
dos Açores
Errata Info Valorpneu
C
Clliim
mé
én
niia
a S
Siillv
va
a
Directora Geral
ções de pneus novos e/ou usados provenientes do mercado espanhol efectua-das por Produtores Nacio-nais deverão continuar a ob-servar o cumprimento das obrigações a que se encontram vinculados, no-meadamente o pagamento à Valorpneu da contrapartida
correspondente aos pneus introduzidos no mercado na-cional por esses mesmos Produtores (Ecovalor).
A SIGNUS ECOVALOR iniciou as actividades do seu Sistema Inte-grado em Espanha no passado dia 2 de Outubro, tal como anun-ciado anteriormente pelos responsáveis da empresa, depois de um período experimental que decorreu desde 1 de Agosto e que serviu, desde logo, para testar a infraestrutura montada para a re-colha e gestão dos pneus usados, assim como para avaliar os custos subsequentes e a adequação do ecovalor estabelecido. À semelhança do que existe noutros países europeus é o produtor o responsável pela gestão e valorização dos pneus em fim de vida. O custo da gestão ambiental é claramente especificado na factura
de compra de pneus novos com total transparência, re-produzindo a soma de to-dos os custos incorrito-dos desde a recolha porta à por-ta do pneu usado até à reciclagem e valorização final do mesmo. O consumidor é facturado por este custo quando da aquisição dos pneus novos, encontrando-se definidos os preços a pagar em cada unidade comprada: para os pneus que equipam viaturas ligeiras é de 1,98 euros, nas motos, scooters e derivados 1,28 eu-ros, para os veículos todo-o-terreno e camioneta 3,94 euros e nos camiões 12,48 euros.
Desde a entrada em funcionamento do Sistema já se encontram acreditados mais de 16 mil pontos de geração de pneus usados e durante o primeiro mês de actividade foram recolhidas, através dos 30 recolhedores da rede, mais de 13 900 toneladas de pneus correspondendo já a 82% do objectivo definido.
A SIGNUS representa cerca de 95% do mercado de substituição espanhol, que se estima em cerca de 236 mil toneladas de pneus gerados anualmente e prevê investir em 2007 mais de 50 milhões de euros na sua actividade.
NFU em Espanha
Mobiliário
urbano a partir
de pneus usados
U
ma empresa britânica aperfeiçoou um processo que per-mite o fabrico de produtos de mobiliário urbano a partir de pneus usados. O processo recorre a quantidades elevadas de granulado de borracha, proveniente de pneus usados fragmenta-dos, que são aplicadas no fabrico de pilaretes de elevada qualidade. Trata-se de um tipo de produto fabricado a partir de material recicla-do, não corrosivo, apresentando-se livre de manutenção e com um aspecto de ferro fundido. A versatilidade do material permite acomo-dar uma grande variedade de requisitos.Açores foram sempre analisa-dos de uma forma integrada e na totalidade da sua realidade arquipelágica. O primeiro ponto a ser operacionalizado foi o de São Miguel, tendo sido iniciada a sua actividade em Junho de 2006.
Actualmente estão já em plena operação os pontos de Recolha das Ilhas de São Miguel, Santa Maria, Terceira, Graciosa, Faial e Pico. Em fase de finalização estão as Ilhas de São Jorge e Flores. A Ilha do Corvo será assegurada pela gestão da Ilha das Flores.
“É igualmente importante referir, que a estratégia desenvolvida ao nível da implementação do Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados - SGPU, e a celeri-dade com que este foi implemen-tado, só foi possível com o apoio verificado por parte da Secretaria Regional do Ambiente e do Mar”, sublinha este responsável.
Com o objectivo de assegurar um sistema 'on go' e garantir o armazenamento equilibrado de pneus usados, os pneus são armazenados em sistemas de contentorização. Actualmente, os pneus usados produzidos nos Açores estão a ser encaminhados para valorização energética, nas
merece uma especial atenção, em virtude do seu significado no mercado dos resíduos e do potencial de crescimento que apresenta, estando prevista a construção de uma infraestrutura mais robusta e moderna para o acondicionamento temporário de resíduos. Esta estrutura será implantada junto a acessos facili-tados ao porto de Ponta Delgada e na periferia da ilha.
Um aspecto que merece algum destaque é a actividade de fragmentação dos Pneus Usados. No sentido de racionalizar o processo de transporte marítimo entre os Açores e o Continente, está pre-vista para São Miguel e, even-tualmente, Terceira, a realização da fragmentação dos pneus usados nos Pontos de Recolha.
“Na nossa abordagem estratégica do arquipélago, a ilha Terceira é igualmente um factor chave para o sucesso da implementação do SGPU, em virtude da sua localização cen-tral e interface com as ilhas do grupo central. Assim sendo, também para a ilha Terceira, está em fase de concepção uma solução mais robusta e ambiciosa ao nível da Gestão de Resíduos”, diz.
R
enovar a licença da Valorpneupara que a empresa se mante-nha, após Outubro de 2007, como a entidade gestora do Sistema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SGPU) é um dos grandes objectivos da sociedade Valorpneu para o próximo ano. Esta e outras metas foram anunci-adas durante o IV Encontro da Valorpneu, que decorreu entre os dias 14 e 15 de Novembro, em Tomar.Para além desta, entre as perspectivas 2006/2007 apresentadas pela Valorpneu, são de destacar a sensibilização e comu-nicação com vista a credibilizar a empre-sa e a transmitir a menempre-sagem da Valorpneu; a manutenção, sem alteração, dos ecovalores fixados em 2003; a con-solidação no SGPU dos operadores das Regiões Autónomas; a promoção de acções no sentido de reforçar a taxa de recauchutagem; a motivação de acções de controlo e fiscalização do SGPU, através de entidades competentes e através de auditorias de controlo aos dutores e, ainda, continuação da pro-moção de trabalhos de I&D iniciados e apoio a projectos credíveis para a sus-tentabilidade do SGPU.
Neste encontro foi ainda divulgada a actividade da Valorpneu em 2005, sendo de referir o alargamento de actividade às regiões autónomas, em Maio de 2006, passando o SGPU a cobrir todo o ter-ritório nacional de uma forma eficaz; o cumprimento de todas as metas esta-belecidas e a divulgação, aos operadores que trabalham no sistema, da importân-cia das regras estabelecidas para cada um deles, de forma a elevar a qualidade de serviço e os níveis de desempenho. Relativamente à estratégia a ser adopta-da, Hélder Pedro, gerente da Valorpneu, sublinha a importância em manter o
eco-valor aplicado na venda dos pneus novos, não penalizando os utilizadores; o reforço da equipa e a aposta na con-tinuidade da Valorpneu como entidade gestora do SGPU.
Durante a apresentação, Climénia Silva e Paulo Silva, da Valorpneu, relembraram que a sociedade Valorpneu foi constituída em Fevereiro de 2002 e iniciou a sua actividade, no continente, em Fevereiro de 2003, tendo como objectivo a organiza-ção de gestão do sistema de recolha, transporte e destino final de pneus usa-dos em território nacional. Actualmente, esta rede já possui um ponto de recolha por distrito no continente, de entre os 36 que se distribuem de norte a sul do país, e estendeu-se em Maio deste ano às regiões autónomas. Neste contexto, foi também apresentado a uma repleta plateia o funcionamento do SGPU na Madeira e nos Açores, pelos respectivos operadores responsáveis, Joana Rodrigues e Marco Lopes.
Em cima da mesa esteve ainda o Novo Regime Jurídico de Gestão de Resíduos. Neste ponto, Ana Paula Correia, do Instituto dos Resíduos, explicou as alte-rações ao Decreto-Lei n.º 239/97, de 9 de Setembro, revogado pelo Decreto-Lei n.º 178/2006, de 5 de Setembro, que esta-belece as regras a que fica sujeita a gestão de resíduos.
O IV encontro da Valorpneu começou de uma forma muito animada. O ponto de encontro foi marcado para a tarde do dia 14 no Hotel dos Templários, seguindo-se uma corrida de karts, em Fátima, e jantar convívio. A conferência teve lugar na manhã seguinte, seguida de almoço.
Depois de Lisboa, Alijó, Évora e, agora, Tomar, resta-nos esperar pelo V Encontro Valorpneu, no próximo ano, com local ainda a definir…
IV Encontro
“
”
Já cobrimos todo
o território nacional
de forma eficaz
A
pós a entrada em funcionamento do Sistema Intregrado deGestão de Pneus Usados (SGPU) na Região Autónoma dos Açores a 1 de Maio de 2006, em simultâneo com o início de actividade do SGPU na Região Autónoma da Madeira, a Valorpneu, em colaboração com o operador acreditado para a região, a empresa Varela & Cª, promoveu no passado mês de Setembro, a realização de sessões de esclarecimento sobre o SGPU, em três ilhas dos Açores: S. Miguel, Terceira e Faial. A sessão em Ponta Delgada contou com a presença da Secretária Regional do Ambiente e do Mar da Região Autónoma dos Açores, Dr.ª Ana Paula Marques, e as sessões realizadas em Angra do Heroísmo e na Horta com o Director Regional do Ambiente, nomeado recentemente, Dr. Frederico Cardigos.A finalidade essencial desta iniciativa foi dar a conhecer às dife-rentes entidades da região o SGPU, nomeadamente os locais
disponíveis e as particularidades do armazenamento temporário dos pneus usados, o financiamento do sistema através do ecova-lor e a obrigação dos produtores, importadores e distribuidores o evidenciarem e o repercutirem na factura de venda até ao con-sumidor final. Estes encontros tiveram também como objectivo sensibilizar os Produtores e Importadores para a adesão ao Sistema, através de Contrato a celebrar com a Valorpneu, e para as vantagens ambientais que o SGPU trará a esta Região Autónoma.
Com uma produção anual de cerca de 1 250 toneladas de pneus usados, repartida de forma heterogénea pelas nove ilhas do arquipélago, os Açores irão beneficiar de locais de recolha de pneus usados que asseguram integralmente o armazenamento temporário dos pneus usados da região, antes do seu encami-nhamento para os destinos de valorização no continente.
A
publicação em Diárioda República, no dia 27 de Outubro, do Decreto-Lei n.º 207/2006, surge no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, aprovado pelo Governo através da Resolução do Conselho de Ministros, de 4 de Agosto de 2005.Este Decreto-Lei veio estabelecer a Nova Lei
Orgânica do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e Desenvolvimento Regional (MAOTDR). Entre as diversas atribuições e orgãos do MAOTDR que foram reorganizados, destaque para as competências em matéria de Ambiente, com a extinção do Instituto do Ambiente e do Instituto dos Resíduos, que são fundidos numa nova
entidade, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA). A APA tem por missão propor, desenvolver e acompanhar a execução das políticas de ambiente, entre outras, as políticas de combate às alterações climáticas, de protecção da camada de ozono e da qualidade do ar, da avaliação de impacte ambiental, dos resíduos, da recuperação e valorização de solos e locais contaminados e da prevenção e controlo integrados da poluição e do ruído. Constituem igualmente atribuições da APA assegurar o acompanhamento da
transposição e cumprimento da legislação em matéria de Ambiente, manter o centro de
acompanhamento de dados e seguimento dos resultados de implementação das políticas de Ambiente, exercer as
competências sobre licenciamento e a definição e produção de normas técnicas e procedimentos em matéria de Ambiente.
BREVES
Nova Lei Orgânica
SGPU apresentado
nos Açores
“
Instituto do Ambiente e
Instituto dos Resíduos,
fundidos numa nova
entidade: Agência
Portuguesa do Ambiente
As sessões de esclarecimento dos Açores tiveram lugar em três ilhas: S.Miguel, Terceira e Faial
A Logística
Inversa do SGPU
C
ada vez mais a Logística Inversa tem vindo a assumiruma maior importância no nosso quotidiano, em resulta-do de 'drivers' como o desenvolvimento sustentável, a le-gislação e ainda factores económicos. A caracterização dos vá-rios tipos de fluxos inversos, bem como as evidentes diferenças para as cadeias logísticas tradicionais tornam esta forma de lo-gística uma actividade com especificidades muito próprias. A Logística Inversa pode ser definida como a actividade logísti-ca relacionada com a recolha de produtos em fim de vida, usa-dos, danificados ou ultrapassausa-dos, embalagens e/ou outros re-síduos finais, gerados após a conclusão da vida útil dos produtos. A logística inversa inclui ainda a distribuição inversa, que faz com que os fluxos físicos, de informação e financeiros sigam na direcção oposta das actividades logísticas usuais. Os processos logísticos associados à recolha e reciclagem de resíduos são um dos objectos da Logística Inversa que, mais genericamente, abarca os processos associados aos fluxos de produtos (e de informação associada) de sentido oposto ao flu-xo convencional da cadeia de abastecimento (isto é, dos utiliza-dores/consumidores para reutilizadores), tendo em vista a re-cuperação ou criação de valor ou tratamento adequado e deposição. Abrange ainda as actividades associadas à devolu-ção de artigos (por motivos comerciais ou outros) e à recolha de embalagens retornáveis, que constituem aliás o mais antigo ca-so de fluxo inverca-so.A actividade de Logística Inversa na Valorpneu é bastante dinâ-mica e assume um papel fundamental no funcionamento do Sis-tema Integrado de Gestão de Pneus Usados (SGPU). O seu prin-cipal objectivo é garantir o encaminhamento correcto, e
atempadamente, das centenas de toneladas de pneus usados que diariamente entram nos nossos Pontos de Recolha.
O sucesso deste trabalho depende em grande parte de um efi-ciente planeamento, o qual está assente numa gestão precisa da informação. Os diversos parâmetros envolvidos incluem a gestão dos níveis de 'stock' dos Pontos de Recolha, as necessi-dades/limitações dos Valorizadores, a disponibilidade da rede de transportes, entre outros. O desenvolvimento e a constante optimização do sistema de gestão de informação, SGPU On-Line, que está na base da actividade logística, é crucial para conseguir responder adequadamente e de uma forma eficaz ao crescente aumento da complexidade do sistema.
Números Principais:
Operadores do SGPU
- 36 Pontos de Recolha no Continente
- 8 Pontos de Recolha na RA Açores
- 1 Ponto de Recolha na RA Madeira
- 24 Transportadores
- 5 Valorizadores
Cargas e Quantidades Processadas (pneus inteiros)
- cerca de 6000 cargas / ano
- cerca de 260 ton / dia
- média aproximada dos PR = 12 ton / carga
A Logística Inversa tem um papel fundamental no SGPU