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In memoriam Friedrich Stegmüller: (1902-1981) Autor(es): Rodrigues, Manuel Augusto

Publicado por: Imprensa da Universidade de Coimbra URL

persistente: URI:http://hdl.handle.net/10316.2/45065 Accessed : 5-Aug-2021 21:47:09

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IN MEMORIAM FRIEDRICH STEGMÜLLER (1902-1981)

Um dos mais insignes historiadores da teologia espanhola e portuguesa e doutor honoris causa em Filosofia pela Uni­ versidade de Coimbra, o Prof. Doutor Friedrich Stegmüller, faleceu em 4 de Agosto de 1981 em Pertisau (Tirol).

Natural de Glatt, perto de Sluz an Neckar (Hohenzollem), onde nasceu a 8 de Dezembro de 1902, fez os estudos primá­ rios em Horb an Neckar (1913-1917) e os secundários em Si­ gmaringer (1917-1920), entrando depois para o Seminário de Friburgo em Brisgóvia, em cuja Universidade cursou Filoso­ fia e Teologia entre 1920 e 1924. Ordenado Sacerdote em 5 de Abril de 1925, desempenhou a seguir várias actividades pas­ torais em Constanza e Friburgo, até que em 1927 se começou a dedicar intensamente ao trabalho científico. Em Munique continuou a sua formação teológica ao lado do célebre mes­ tre da investigação escolástica Martin Grabmann. E em 1928 defendia a sua tese de doutoramento na Faculdade de Teolo­ gia de Friburgo. Dois anos mais tarde a mesma Faculdade aceitava o seu trabalho de concurso para professor agregado nas especialidades de Dogmática e História dos Dogmas. Em 1936 era nomeado professor catedrático de Dogmática na Uni­ versidade de Würzburgo, passando em 1949 a ocupar o mes­ mo cargo na Universidade de Friburgo. Nos finais de 1967, pouco antes da sua jubilação, um ataque de epilepsia afas- tou-o das suas actividades científicas.

Como pedagogo e investigador o Prof. Stegmüller reve­ lou-se uma das personalidades mais notáveis no domínio da História da Teologia do nosso século. Para ele, a teologia dogmática está intimamente ligada à teologia histórica. O sistema neoescolástico só pode ser renovado mediante a in­ vestigação da sua história e mediante o regresso às fontes.

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Antonio Sérgio

A obra de Marie-Dominique Chenu, école de théologie. La Saulchoir, que havia de ser incluída no índice dos livros proi­ bidos mereceu dele todo o aplauso. O espírito de Drey, de Möhler e de Tomás de Aquino pressente-se naquela obra do notável teólogo francês.

A sua grande preocupação consistiu em investigar a his­ tória da teologia escolástica. Impulsionado pelos dois mestres Engelbert Krebs e Martin Grabmann, tratou na sua disserta­ ção doutoral do tema: Die Prädestinationslehre der Scholas­ tik I: Von Anselm his Thomas von Aquin e no trabalho do concurso para professor agregado de: Beiträge zur Gnaden­ lehre der Salmantizenser Schule mit besonderer Berücksi­ chtung des Dominikus Soto.

Nestes dois estudos vêm ao de cima as duas grandes preocupações que haviam de marcar toda a sua obra cientí­ fica: uma visão sintética da Idade Média e do Barroco; e a união da história das ideias com a história literária. Como escreveu: «Os temas da história das ideias não podem ser tratados com êxito se antes não foram estudados os pressu­ postos da história literária. Uma história das ideias sem uma história literária, uma história dos problemas sem um conhe­ cimento das fontes, conduz unicamente a construções hipo­ téticas e, no melhor dos casos, a conjecturas».

A sua actividade de investigador em numerosos Arqui­ vos e Bibliotecas foi deveras fecunda. A bibliografia apresen­ tada em 1972, por ocasião do seu 70 ° aniversário, conta 130 títulos entre monografias e artigos (A. Riedlinger, Bibliographie Friedrich Stegmüller. Zum 70. Gebuststag am 8. Dezember 1972 überreichtet von der Theologischer Fakultät der Albert. Luwigs-Universität Freiburg Breisga). O referido H. Riedlinger escreveu mais tarde «Friedrich Stegmüller zum

Gedächtnis», in Münchener Theologische Zeitschrift, 33 (1982), pp. 124-128.

A ele se ficou a dever a criação em 1957, na Universi­ dade de Friburg, do Raimundus - Lullus - Institut que a partir de 1965 passou a incluir como subtítulo: «Institut für Quellen Kunde der Theologie des Milteialters». A sua missão era edi­ tar as obras latinas de Raimundo Lulo e fomentar o estudo das fontes da teologia medieval. No referido ano de 1957 passou a exercer o cargo de assessor científico da nova edi­ ção da obra Lexikon für Theologie und Kirche.

Como escreveu Klaus Reinhardt no artigo sobre F. Ste­ gmüller aparecido na Revista Espafiola de Theologia (vol. 42,

1982, fase. 2), a qual dedicou à sua memória o vol. 42, em 2 tomos, na obra científica de Stegmüller podem distinguir-se

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In memoriam Friedrich Stegmüller (1902-1981)

três aspectos essenciais: estudos sobre a história da polémica à volta do tema da graça, os repertórios de comentários às Sentenças e à Bíblia, e a edição das obras latinas de Rai­ mundo Lulo.

Quanto ao primeiro, há a dizer que foi em Espanha e em Portugal que se concentrou a sua atenção relativamente ao estudo dos sécs. XVI e XVII, tendo publicado várias obras, como Zur Gnadenlehre des jungen Suárez (1933), Francisco

de Vitoria y la doctrina de la gracia en la escuela salmantina (1934) ; Zur Prädestinationslehre des jungen Vásquez (1935);

Geschichte des Molinismus. Band I: Neue Molinaschriften

(1935) ; e Zur Gnadenlehre des spanischer Konziltheologen Domingo de Soto.

A estes trabalhos há a acrescentar ainda: Filosofia e Teologia nas Universidades de Coimbra no século XVI (1959) e os artigos «Barock-theologie» e «Gnadenstreit» publicados no Lexikon für Theologie und Kirche (1957-1960).

Quanto ao segundo aspecto, lembremos o índice notável aparecido na revista Römische Quartalschrift (1937); o Re­ pertorium Commentariorum in sententias Petri Lombardi

(1947), em dois volumes; e ainda Repertorium Biblicum Me­ dii Aevi que, em 1980, contava já onze volumes. Esta obra compreende 11.854 títulos. O que significa que entre o ano 300 e o ano 1500 foram redigidos pelo menos 24.000 comen­ tários latinos à Bíblia, os quais foram transmitidos em mais de 100.000 manuscritos e em milhares de edições. São reper­ tórios dum valor extraordinário. Stegmüller insiste sempre nesta ideia: os escolásticos foram antes de mais exegetas.

O terceiro campo de actividades respeita à edição da obra de Raimundo Lulo. Em 1959 apareceu o primeiro volu­ me e em 1982 havia já 10 publicados. Os cinco primeiros fo­ ram editados pela «Maioricensis schola lullistica» de Palma de Maiorca; e os restantes fazem parte da série Corpus Chris-

tvanorum, continuatio mediaevalis (Turnhout).

O interesse do Prof. Stegmüller pela teologia espanhola e portuguesa foi enorme. Além das bibliotecas de Roma, Paris, Munique, Viena, Oxford, Upsala e Cracóvia, apreciava imenso as dos dois países ibéricos que frequentou amiúde.

Recebeu o grau de doutor honoris causa em Teologia pela Universidade de Salamanca; o título de magister pela «Maioricensis schola lullistica» de Palma de Maiorca; o de membro correspondente da Academia de Belas Artes e do Instituto de Estudos Catalães de Barcelona; o de membro honorário do Consej o Superior de Investigaciones Científicas de Madrid; o de membro correspondente da Bayerische Acade­ mie der Wissenschaften, etc. Em 1959 foi a vez de Coimbra

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Antonio Sérgio

lhe conceder, como já ficou dito, o grau de doutor honoris causa em Filosofia.

«Nulli antea tritas theologiae historiae vias indefesso labore munivit». Esta frase do diploma de doutor honoris causa concedido por Salamanca sintetiza bastante bem o pensamento e a obra de Stegmüller. As investigações de his­ tória da teologia, o cuidado de recorrer constantemente às fontes e a preocupação de conhecer e transmitir os novos dados da exegese histórico-crítica, eis em síntese o objectivo que sempre dominou a sua actividade científica. Uma teolo­ gia que esquece a história e a tradição não é verdadeira teologia.

Recordar a figura de F. Stegmüller é, sem dúvida algu­ ma, uma obrigação de todos aqueles que o conheceram e conhecem a sua obra. A ele se deve, no que toca a nós, o le­ vantamento exaustivo que fez nas nossas Bibliotecas e Arqui­ vos das obras de filósofos e teólogos das Universidades de Coimbra e Évora do séc. XVI. E falar desta notável figura leva-nos também a pensar em Fr. Beltran de Heredia O. P., outro investigador não português (era do Convento de San Esteban de Salamanca) que muito fez pelo mesmo tema. A história da cultura teológica portuguesa ficou muito enrique­ cida com as obras de ambos, as quais são objecto de con­ sulta obrigatória para quem se dedica a tais assuntos.

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